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PATOLOGIA

• 4 créditos • Cronograma

• Ementa

• Objetivo: focalizar os processos


patológicos gerais, considerando suas
consequências estruturais e funcionais
sobre as células, tecidos e órgãos.
• Conteúdo programático

I. Introdução à Patologia
II. Adaptação Celular
III. Lesão e Morte Celular
IV. Distúrbios circulatórios locais
V. Inflamação e Cura
VI. Neoplasias
• Seminários

 Grupos de 5 pessoas – 8 grupos


• Bibliografia  Escolher um tema de preferência do
grupo
- KUMAR, V.; ABBAS, A.K.; ASTER, J.C.
 Apresentação
Robbins Patologia Basica. 9 ed. Rio de
 Criatividade
Janeiro. Elsevier, 2013.
 Interação com a turma (atividade
- BACHHI, C.E.; BRITO, T.; prática/dinâmica)
MONTENEGRO, M.R. Patologia  Nota da turma
Processos Gerais. 5 ed. Rio de Janeiro.  Tempo total para apresentação: 45
Atheneu, 2010. minutos
- COTRAN, R.S.; KUMAR, V.; COLLINS,
T. Patologia Estrutural e Funcional. 6 ed.
• Composição das notas
Rio de
2 provas teóricas – 0 a 10
Janeiro. Elsevier, 2012.
Seminários – 0 a 8

Questões ao final da aula – 0 a 2

Estudos dirigidos – carga horária

Final = (p1 + p2 + Seminários e


Questões) / 3
Introdução à patologia – Aula 1 (07.06.22)

Patologia
- Pathos: doença, sofrimento

- Logos: estudo, doutrina

Estudo das doenças

Saúde x Doença
Adaptação celular: capacidade dos seres vivos de serem sensíveis as variações do meio ambiente e
produzirem respostas para se adaptarem as essas variações.

Saúde: estado de adaptação do organismo ao ambiente físico, psíquico ou social que vive, de modo que o
indivíduo se sente bem e não apresenta sinais ou alterações orgânicas.

Doença: estado de falta de adaptação do organismo ao ambiente físico, psíquico ou social que vive, no qual
o indivíduo se sente mal e/ou apresenta alterações orgânicas evidenciáveis.

Saúde x Normalidade
Saúde: trata o indivíduo como um todo.

Normalidade: parâmetros de parte estrutural ou funcional do organismo, obtidas de média da população geral.

Patologia

- Subjetivo: relato do paciente

- Objetivo: é possível enxergar

Ciência que estuda as causas da doença, os mecanismos que as produzem e as alterações morfológicas e
funcionais que apresentam.
Oferece base para entendimento de outros elementos das doenças

 Manifestações clínicas
 Diagnóstico
 Evolução da doença
 Prognóstico do paciente

Elementos de uma doença


São 4 aspectos básicos que formam o processo da patologia:

 Etiologia: causa
 Patogenia: mecanismos
 Alterações morfológicas: mudanças na estrutura das células
 Alterações funcionais: manifestações clínicas

1. Etiologia

Dividido em duas classes:

 Intrínsecos: hereditário, genético


 Extrínsecos: fatores externos que causam

Causa primária: fundamento para o diagnóstico, tratamento e prognóstico do paciente.

2. Patogenia

Se refere a sequência de eventos das respostas das células ou dos tecidos ao agente etiológico, desde o
estímulo inicial até a expressão da doença em si.
Primeiro tem alterações morfológicas e depois funcionais (perceptíveis).

É o principal ramo da patologia.

Proporciona o desenvolvimento de novos procedimentos terapêuticos.

Lesões estruturais
3. Alterações morfológicas

Alterações estruturais nas células ou tecidos que são características de doença ou levam ao diagnóstico do
processo etiológico

Patologia diagnóstica.

Engloba abordagens moleculares biológicas e imunológicas na análise de doenças.

4. Alterações funcionais

Desordens funcionais e manifestações clínicas.

Consequências funcionais das alterações morfológicas.

Determina as características clínicas da doença.

 Fisiopatologia: estudo das alterações funcionais dos órgãos afetados.


Patologia geral x Patologia sistêmica
Patologia Geral: estuda os aspectos comuns às diferentes doenças no que se refere às suas causas,
mecanismos patogenéticos, lesões estruturais e alterações da função.

Patologia Especial (ou sistêmica): estuda doenças de um determinado órgão ou sistema (ex.: Patologia do
Sistema Respiratório, Patologia da Cavidade Bucal) ou estuda as doenças agrupadas por suas causas (ex.:
Patologia das doenças produzidas por fungos, Patologia das doenças causadas por radiações).

Desenvolvimento da doença
Período pré patogênese: não tem alteração do caso clínico.

Período de patogênese: início das alterações morfológicas.

- Agente lesivo: quem causa a doença

- Período de incubação: sem manifestação

*Aparição de sinais não tão específicos da doença. Ex.: Parkinson, antes do tremor (característico da doença)
o paciente apresenta distúrbios de sono, constipação, perda do olfato.

- Período prodrômico: lapso de tempo entre os primeiros sintomas da doença e o início dos sinais ou sintomas.
Onde ocorre o diagnóstico.

A evolução das doenças ocorre de maneira variada, dependendo da capacidade de adaptação das células.

Processo patológico: conjunto de alterações morfológicas, moleculares e/ou funcionais que surgem nas
células e tecidos em resposta ao agente etiológico.

Pode ser chamado de:

 Lesão celular
 Processo dinâmico
 Início a nível molecular
 Ação dos agentes agressores
 Ação direta
 Ação indireta (mecanismo de adaptação)

Na ação direta o agente causador que gera uma ação, enquanto na ação indireta, os mecanismos de
adaptação que vão gerar a lesão.

Resposta do organismo à agressão

Tipos de lesão
• Lesões letais: ocorre necrose ou apoptose da célula (morte celular).

• Lesões não letais: as células permanecem vivas após a agressão, podendo voltar a seu estado normal após
cessar a ação do agente etiológico. Entretanto, as agressões também podem modificar o metabolismo celular.

Fatores que podem definir a letalidade ou a não letalidade:

 Qualidade da agressão
 Intensidade
 Duração
 Estado funcional da célula
 Tipo de célula atingida

Resposta celular aos estímulos


• Lesão reversível: alterações celulares patológicas que
podem ser restauradas a normalidade com a retirada do
estímulo ou se este não for grave.

• Lesão irreversível: ocorre quando excede a capacidade


da célula em se adaptar, levando a alterações
permanentes.

Agentes lesivos
I. Hipóxia
II. Agente físicos
III. Agentes químicos
IV. Agentes biológicos
V. Distúrbios genéticos
VI. Desequilíbrio nutricional
VII. Reações imunológicas
VIII. Envelhecimento
IX. Fatores intrínsecos e extrínsecos do individuo
I. Hipóxia: ausência de oxigênio suficiente nos V. Distúrbios genéticos
tecidos para manter as funções corporais.
 Mutações celulares
 Isquemia (interrupção do fluxo sanguíneo)  Alterações cromossômicas
 Oxigenação inadequada
 Perda da capacidade carregadora de O 2
para o sangue VI. Desequilíbrio nutricional

 Deficiência de proteínas
 Deficiência de vitaminas
II. Agentes físicos

 Trauma mecânico
 Variações extremas de temperatura VII. Reações imunológicas
 Variações da pressão atmosférica
 Radiações  Doenças autoimunes
 Choque elétrico  Hipersensibilidade (resposta imune
excessiva ou descontrolada)
 Inflamação crônica (infecção persistente)
III. Agentes químicos

 Drogas de uso abusivo VIII. Envelhecimento


 Venenos
 Poluentes ambientais  Atrofia celular
 Fumaça do cigarro  Diminuição da função e capacidade de
 Metais pesados adaptação das células

IV. Agentes biológicos IX. Fatores intrínsecos e extrínsecos do individuo

 Vírus  Hipertensão arterial


 Bactéria  Obesidade
 Fungos  Sedentarismo
 Diabetes
 Doenças Mentais

O resultado da ação dos agentes lesivos depende da intensidade, do tempo de ação e da capacidade do
organismo reagir.

Interação: agente agressor + mecanismo de defesa do organismo

Lesões de causa idiopática*

*Doença ainda é desconhecida, mas existem fatores que contribuem


para o seu desenvolvimento, como fumar, exposição à poluição,
infecções virais de repetição e fatores genéticos.

Respostas celulares à lesão


Degenerações: são alterações regressivas, situam-se entre a célula normal e a morte celular.

Diminuem a função celular e o acúmulo de substâncias.

I. Água: degeneração hidrópica ou edema celular


II. Lipídeos: degeneração gordurosa
III. Proteínas: degeneração hialina
IV. Muco: degeneração mucoide
V. Carboidratos: degeneração glicogênica

I. Degeneração Hidrópica: caracterizada por  Subtipos: tóxicas, alteração na função


acúmulo de água no citoplasma, aumentando de celular, dietéticas.
volume e peso. Ocorre em função do
comprometimento da regulação do volume celular
(concentração de Na+ e K+). III. Degeneração Hialina: caracterizada por acúmulo
de material proteico no interior da célula.
 Menor atividade da membrana plasmática,
bomba Sódio-Potássio e produção de ATP IV. Degeneração Mucoide: caracterizada por
 Mais água no citoplasma acúmulo de muco nas células responsáveis pela
 Edema celular sua produção.

 Processo agudo e reversível


 Comum em processos inflamatórios: trato
II. Degeneração Gordurosa: caracterizada por
respiratório e no intestino.
acúmulo de lipídeos no citoplasma. Ocorre devido
a interferências no metabolismo lipídico, resultando V. Degeneração Glicogênica: caracterizada por
em aumento de triglicérides (TG) no interior dos alteração no metabolismo dos glicídios, que são
hepatócitos (células do fígado). substâncias utilizadas como fonte de energia.

Outras respostas celulares à lesão

VI. Alterações do interstício: alteração da matriz VIII. Alterações de inervação: caracterizada por
celular. Está relacionado com modificações da lesões do tecido nervoso.
substância fundamental amorfa, fibras elásticas,
IX. Inflamação: lesão mais complexa, envolve todos
colágenas e reticulares que podem sofrer
os componentes teciduais. É caracterizada por
alterações estruturais.
modificações locais na circulação e saída de
VII. Distúrbios da circulação: caracterizado por células do leito vascular, presença de células
aumento, diminuição ou ausência de fluxo fagocitárias e citocinas inflamatórias.
sanguíneo para os tecidos, coagulação do sangue,
oclusão vascular e alterações das trocas de líquido
entre plasma e interstício.

Morte celular: perda irreversível das atividade da célula e consequentemente da homeostasia.

Apoptose: caracterizada por destruição celular programada na qual as células ativam enzimas que degradam
seu DNA nuclear e proteínas citoplasmáticas.

Necrose: caracterizada por morte celular devido a uma lesão irreversível que resulta na desnaturação de
proteínas, perda da integridade da membrana e reação inflamatória.

Resumo
Doença: falta de adaptação.

Patologia: etiologia, patogenia, alterações morfológicas e funcionais (manifestações clínicas).

Lesões reversíveis e não reversíveis.

Morte celular, necrose e apoptose.


Adaptação celular – Aula 2 (14.06.22)

Célula normal: está sempre modificando sua estrutura e função em resposta a mudanças de demanda e
estresses, ou seja, ela mantém a homeostase*.
*Capacidade de manter o estado normal do meio intracelular.

Em situações de estresse fisiológico ou estímulos patológicos a célula sofre adaptação para preservar sua
homeostase.

Nas situações em a capacidade da célula de se adaptar é excedida ocorre a lesão celular.

- Resposta fisiológica: programada → Resposta normal e esperada pelo corpo.


- Resposta patológica: não programada → Resposta causada por um estresse, é uma adaptação para escapar
dessa condição.

O objetivo da adaptação é sobreviver ao ambiente ou nova condição.


Ex.: Hipertrofia (aumento de tamanho). A célula sofre essa adaptação por conta do aumento da demanda de
carga → Fisiológico.
Principais respostas de adaptação celular
Adaptação celular do crescimento e diferenciação:

Crescimento: número e tamanho das células

 Atrofia: diminui o tamanho da célula


 Hipertrofia: aumenta o tamanho da célula
 Hiperplasia: aumenta o número de células

Diferenciação: celular e anormalidade

 Displasia: altera a normalidade da sua estrutura


 Metaplasia: a célula muda a sua função para
sobreviver (se adaptar)

I. Atrofia
 Diminuição do tamanho da célula causada por perda de substâncias, ocasionando a diminuição do volume
do órgão ou tecido.
 As células têm a sua função diminuída, elas não estão mortas.
 Ocorre por desequilíbrio entre a síntese proteica e a degradação
 É um processo reversível.
 Atrofia patológica e atrofia fisiológica

Mecanismo bioquímico: diminuição da síntese de proteínas e aumento na degradação de proteínas → Perda


do equilíbrio entre síntese e degradação.

A atrofia pode ser acompanhada da autofagia*

*Autofagia: a célula privada de nutrientes digere os seus próprios componentes para sobreviver.
Se a atrofia persistir, pode progredir para a morte celular:
1) Atrofia fisiológica cerebrais – aterosclerose carótida, redução do rim
– aterosclerose de artérias renais.
Ex.: Útero após o parto. Mama após amamentação.
Atrofia uterina → Perda do estímulo estrogênico d) Nutrição inadequada: Ex.: menor oferta
(menopausa). alimentar/calórica – inanição (gordura, músculos,
etc.), caquexia – emagrecimento agudo comum em
doenças graves e neoplasias.

e) Perda da estimulação endócrina: os hormônios


são o estímulo para o funcionamento de muitas
glândulas endócrinas.
2) Atrofia Patológica  Central (hipofisária): atrofia de órgãos alvo
a) Redução da carga de trabalho = Atrofia por (tireoide, ovários)
desuso. Ex.: fratura, imobilização (gesso, tala) =  Ovariana: atrofia de mamas, útero, genitália
Atrofia muscular. externa
 Testicular: diferença de tamanho ou
b) Perda da Inervação = Atrofia por desnervação. consistência (compressão e inervação
Ex.: poliomielite = atrofia muscular, diabetes também)
mellitus –o polineuropatia periférica = atrofia
muscular f) Envelhecimento = atrofia senil (redução
volumétrica orgânica). Ex.: osteoporose,
c) Diminuição do suprimento sanguíneo (isquemia): sarcopenia, cerebral.
a célula não recebe sangue (nutrientes) suficiente e
diminui de tamanho para poder viver com a g) Compressão: aumento na pressão mecânica e
quantidade disponível. Ex.: redução células vascular sobre um tecido/órgão. Ex.: hidrocefalia =
atrofia cerebral, lesões repetitivas de compressão
= atrofia testicular.

II. Hipertrofia
 Aumento do tamanho da célula, provocando um aumento no volume do órgão.
 O órgão hipertrofiado não possui células novas.
 Adaptação (aumento) do tecido à maior exigência de trabalho (aumento da demanda).
 O tamanho aumentado ocorre da síntese de mais componentes estruturais (proteínas) – aumento das
funções celulares.
 É um processo reversível.

Mecanismo: estímulos hormonais ou sobrecarga levam a indução de vários genes que estimulam a síntese de
proteínas celulares, resultando no aumento do tamanho da célula.

Principais mecanismos:

 Desencadeadores mecânicos: estiramento


 Desencadeadores tróficos: fatores de crescimento e hormônios

A hipertrofia é um processo reversível, ou seja, a cessação do estímulo faz com que a célula volte ao tamanho
normal. Exemplos: útero após o parto ou fibra muscular com ausência de atividade física.
Se o estímulo não cessar, a célula não aumenta de tamanho infinitamente, o estresse não atenuado pode gerar
lesão celular.

1) Hipertrofia fisiológica (programada)

a) Aumento da demanda funcional. Ex.: hipertrofia 2) Hipertrofia patológica


muscular → Aumento no tamanho de cada fibra
a) Aumento da demanda funcional. Ex.: hipertrofia
muscular em resposta ao aumento da carga.
do músculo cardíaco → Aumento no tamanho
Importante adaptação para o ganho de força.
muscular devido à sobrecarga hemodinâmica
crônica – hipertensão arterial ou defeito nas valvas
cardíacas.

b) Estímulo hormonal. Ex.: aumento do tamanho do


útero durante o período gestacional por ação do
hormônio estrógeno ou o aumento do tamanho das b) Estímulo hormonal. Ex.: hipertireoidismo: ocorre
mamas durante o período gestacional por ação do aumento da células da tireoide.
estrógeno e prolactina.

III. Hiperplasia
 Aumento do número de células em um órgão ou tecido, resultando no aumento do seu volume.
 Somente em tecidos/órgãos com capacidade replicativa.
 Geralmente ocorre junto com a hipertrofia, pois esses processos podem ser desencadeados pelos
mesmos estímulos.
 Difere da neoplasia onde se há crescimento celular autônomo e independente do agente estimulador.
 É um processo reversível.
 Classificação:
o Fisiológica: hormonal ou compensatória
o Patológica: hormonal ou reacional

1) Hiperplasia fisiológica

a) Hormonal: aumento da capacidade funcional do


tecido quando necessário. Ex.: aumento do
tamanho das mamas durante o período gestacional
ou na puberdade por ação do hormônio estrógeno.
2) Hiperplasia patológica
b) Compensatória: ocorre quando parte do tecido é
removida. Ex.: aumento da proliferação de células a) Hormonal: estimulação excessiva da célula alvo
do fígado após retirada de uma parte desse órgão por hormônios. Ex.: proliferação exagerada do
(hepatectomia parcial – remoção de parte do endométrio após o período menstrual, devido
fígado). Após a restauração, a proliferação celular é desequilíbrio hormonal (estrógeno/progesterona)
“desligada” pelos inibidores de crescimento.
Ex.: Hiperplasia prostática benigna (androgênio) b) Reacional: estimulação excessiva de fatores de
que leva ao aumento de tamanho da próstata e crescimento. Ex.: cicatriz hipertrófica ou queloide
consequente estreitamento da uretra. após perda da integridade do tecido tegumentar.

Relação entre hipertrofia e hiperplasia:

 Ambos os processos resultam em aumento de tamanho celular.


 Desencadeadas por mesmos estímulos (estimulação hormonal + fatores de crescimento).
 Hipertrofia: células não se dividem.
 Hiperplasia: maior número de mitose celular.

IV. Metaplasia
 Alteração da célula em célula diferenciada, na qual um tipo de célula adulta (epitelial ou mesenquimal) é
substituído por outro tipo de célula adulta → A célula muda a sua função.
 Substituição de células mais sensíveis ao estresse por células com maior capacidade de resistir/suportar
o ambiente adverso.
 A adaptação celular é reversível.

Mecanismo: transformação de células já totalmente diferenciadas.

Efeito a longo prazo: transformações malignas na célula, maior predisposição à câncer.

1) Epitelial: após irritação crônica. Ex.: fumantes – Ex2: refluxo gástrico crônico – epitélio estratificado
células epiteliais ciliadas da traqueia e brônquios da porção inferior do esôfago pode sofrer
são substituídas por epitélio escamoso estratificado transformação para epitélio colunar.
(+ fortes e + resistentes, entretanto não têm o
2) Mesenquimal: resposta adaptativa
mecanismo de defesa*).
 Cartilaginosa: fibroblastos se diferenciam
*O epitélio estratificado torna-se mais capaz de
em condroblastos
sobreviver às substâncias químicas do cigarro, mas
 Óssea: fibroblastos se diferenciam em
importantes mecanismos de proteção são
osteoblastos
perdidos, como a secreção de muco e a remoção
de materiais particulados pelos cílios.

V. Displasia
 Crescimento desordenado da célula, perda da uniformidade da célula.
 Alterações do tamanho, forma e organização dos componentes celulares.
 Comumente ocorre junto com a metaplasia.
Mecanismo: alteração nos genes que regulam a proliferação e
diferenciação celular. Alta relação com o risco de câncer.

A displasia pode indicar a presença de malformações


congênitas ou doenças proliferativas que levam a desordens
estruturais. Ex.: displasia congênita de quadril - encaixe
imperfeito entre fêmur e acetábulo.

Resumo

Fixação do conteúdo
 Conceituar adaptação celular.
 Conceituar as formas de adaptação celular: atrofia, hipertrofia, hiperplasia, metaplasia, displasia.
 Diferenciar hipertrofia X hiperplasia.
 Diferenciar adaptações fisiológicas X adaptações patológicas.
 Esquematizar o processo de adaptação, lesão e morte celular.

EXTRA
Tecidos e sua capacidade de divisão
Todos os tecidos têm a mesma capacidade de adaptação celular?

1. Tecidos Lábeis: tem divisão contínua. Estão expostos a estímulos lesivos constantemente.

o Ocorre bastante hiperplasia


o Ex.: pele, mucosas, útero

2. Tecidos Quiescentes/Estáveis: têm um baixo nível de replicação, respondem rapidamente à lesão.

o Ex.: fígado, músculo liso, rim


3. Tecidos Permanentes/não divisores: não se dividem após período embrionário.

o Ex.: células nervosas, musculo esquelético


Lesão e Morte Celular – Aula 3 (21.06.22)

Lesão Celular
Homeostase: capacidade da célula de manter normais as condições fisiológicas.

Estresses fisiológico ou estímulo patológico ⇨ Adaptações Celulares

Estímulo nocivo intenso ou prolongado que excede a capacidade adaptativa da célula ⇨ Lesão celular

Causas da Lesão Celular

1. Privação de oxigênio
2. Agentes físicos
3. Fatores genéticos
4. Agentes infecciosos
5. Reações imunológicas
6. Agentes químicos
7. Desequilíbrios nutricionais
8. Envelhecimento

1. Privação de oxigênio (hipóxia – deficiência de O2)

 Causa mais comum de lesão e morte celular.


 Isquemia: causa + comum de hipóxia → Perda do suprimento sanguíneo devido à obstrução arterial.
 Outras causas: oxigenação inadequada (pneumonia) ou redução da capacidade de transportar O2
(anemia).
2. Agentes físicos: trauma mecânico, queimaduras, radiação solar, choque elétrico, alterações bruscas de
pressão.

3. Fatores genéticos

Ex.: alteração no formato das células.

4. Agentes infecciosos: vírus, bactérias, fungos, protozoários.

5. Reações imunológicas

 Ex.: doenças autoimunes (reações contra os próprios tecidos), artrite reumatoide.

6. Agentes químicos: álcool, medicamentos, poluentes ambientais, inseticidas, venenos, drogas.

7. Desequilíbrios nutricionais: deficiências proteico-calóricas, de vitaminas e minerais, obesidade – Diabetes


Melito, dieta rica em gordura – aterosclerose (placas de gordura na circulação sanguínea).

8. Envelhecimento: alterações replicativas e de reparo celular. Redução da resposta ao dano.

Função celular
A função celular pode ser perdida antes que ocorra a
morte celular, e as alterações morfológicas na lesão (ou
morte) celular surgem mais tarde.

Rapidamente não funcionais após a lesão.

Quanto maior a duração da lesão, maior chance de levar


à lesão irreversível e morte.

Morte celular precede alterações morfológicas visíveis


(macroscópicas).

Resposta e consequências da agressão à célula


A resposta celular depende do tipo de agressão, duração e intensidade.

As consequências da agressão à célula dependem do tipo celular, estado e adaptabilidade da célula agredida.

Em resposta a um estresse persistente pode ocorrer a adaptação ou a morte celular.

Mecanismos da Lesão Celular


1. Depleção de ATP
2. Lesão mitocondrial
3. Influxo de cálcio Efeito cascata
4. Acúmulo de radicais livres
5. Defeito na permeabilidade das membranas

1. Depleção de ATP  O cálcio promove a ativação de enzimas que


inativam o ATP (ATPases);
 Devido a alteração mitocondrial;
 Ocorre lise (quebra) das membranas celulares
 Diminuição ou falta de ATP;
(fosfolipases), proteínas estruturais (proteases)
 Ocorre após lesão isquêmica e tóxica;
e fragmentação da cromatina (endonucleases).
 O ATP é produzido por duas vias:
o Fosforilação Oxidativa – precisa de O2
o Glicólise – ausência de O2
4. Acúmulo de radicais livres
Tecidos com capacidade glicolítica apresentam
 Formação de radicais livres, que apresentam
vantagens quando ocorre depleção de ATP.
potencial lesivo para a célula;
A redução de ATP leva a outras coisas.  Excesso de radicais livres afetam o mecanismo
de defesa celular contra os próprios radicais
livres;
2. Lesão mitocondrial  Estresse oxidativo – desequilíbrio entre geração
e remoção de radicais livres.
 Perda da homeostase do cálcio, aumentando
sua concentração no citoplasma;
 Estresse oxidativo e fragmentação dos
5. Defeito na permeabilidade das membranas
fosfolipídios;
 Aparecimento de poros na membrana  Perda da permeabilidade seletiva das
mitocondrial; membranas celular, mitocondrial e lisossomal;
 Diminuição na produção de energia (ATP);  Pode ocorrer por falta de energia, toxinas, vírus,
 Morte celular (necrose ou apoptose). substâncias químicas, fragmentos do
complemento, etc.;
 Disfunção mitocondrial, perda dos fosfolípides
3. Influxo de cálcio de membrana, anormalidades no citoesqueleto,
radicais livres e subprodutos da fragmentação
 Falência na bomba de cálcio promove sua dos lipídeos.
entrada e acúmulo na célula;
Proteínas mal dobradas → Lesão de DNA

Lesão Celular Reversível


I. Edema intracelular

 Ocorre quando a célula é incapaz de manter seu equilíbrio iônico;


 Entrada e acumulo de sódio e água dentro da célula;
 Aumento do tamanho da célula.
Tumefação celular: lesão celular reversível, devido ao acúmulo de água e eletrólitos no citoplasma e nas
organelas celulares, por distúrbio hidroeletrolítico, tornando-as volumosas, tumefeitas.

II. Esteatose/Degeneração Gordurosa

 Ocorre por hipóxia, agressão por toxinas ou alterações metabólicas;


 Formam-se vacúolos de gordura;
 Podem deslocar o núcleo para a periferia da célula.

Depósito de lipídio.

Lesão Celular Irreversível


Irreversibilidade: incapacidade de reverter a disfunção
mitocondrial. Profundos distúrbios na função da membrana.

Morte celular

 Necrose
 Apoptose

I. Necrose

Morte celular associada à perda da integridade da membrana.

Ocorre extravasamento dos conteúdos celulares: iniciam uma reação local – Inflamação.
Restos celulares são degradados por enzimas: lisossomos (das próprias células ou dos leucócitos que
chegam).

a) Necrose de coagulação ou isquêmica

 Isquemia ou hipóxia do local;


 Perda dos elementos nucleares;
 Desnaturação das proteínas e enzimas;
 Células anucleadas persistem por dias – arquitetura dos tecidos mortos fica preservada;
 Leucócitos vão para o local e seus lisossomos digerem células mortas;
 Apresenta coloração branca ou cinza (ausência de sangue) e aspecto firme (inchado).

b) Necrose liquefativa

 Observada em infecções por microorganismos;


 Transformação do tecido morto em uma massa viscosa líquida;
 Se iniciado por inflamação aguda, como na infecção bacteriana, o material é amarelo cremoso (PUS –
leucócitos mortos).

c) Necrose gangrenosa

 É uma complicação da necrose de coagulação.


 Ocorre por isquemia (seca) ou ação de microorganismos (úmida).
 Termo aplicado a extremidade (ex.: perna, dedos) que sofreu falta de sangue e necrose de coagulação em
várias camadas de tecido, seguido de putrefação tecidual (indicação de amputação).
 Parte necrosada cor escura e odor fétido.

d) Necrose caseosa

 Típica da tuberculose (bactéria).


 Formação de granulomas – visivelmente aspecto de queijo.
 Áreas de cavitação.
 Sem contorno celular definido.

e) Necrose fibrinoide

 Acomete vasos sanguíneos após reação imunológica.


 Doenças de hipersensibilidade de auto agressão (ex.: auto imunes).
 Antígeno – anticorpos depositados na parede das artérias.

II. Apoptose

Processo de “morte celular programada”, induzida por um programa regulado, no qual células destinadas a
morrer ativam enzimas que degradam seu próprio DNA e demais proteínas nucleares e citoplasmáticas.

Serve para substituir células velhas por novas ou para manter o número de células.

Não ocorre extravasamento através da membrana – não induz a reação inflamatória.

Pode ser fisiológica ou patológica.

Quando o processo de apoptose não ocorre corretamente, pode acontecer:

 Prolongar a sobrevivência de células anormais;


 Reduzir a substituição por células saudáveis;
 Acúmulo de células anormais: maior probabilidade de câncer e doenças autoimunes.

a) Apoptose Fisiológica

 Destruição programada de células;


 Eliminar células não mais necessárias ou que perderam a função;
 Exemplos:
o Embriogênese: já se tem programado para desenvolvimento normal a morte de algumas células;
o Morte celular após terem cumprido seu papel (linfócitos após resposta imune – sem fator crescimento).

b) Apoptose Patológica

 Destruição de células geneticamente alteradas ou lesadas irreparavelmente, sem iniciar uma reação
severa, mantendo o mínimo de lesão tecidual;
 Exemplos:
o Após lesão de DNA – evita possíveis mutações ou propagação;
o Acúmulo de proteínas (mutação genética – sobrecarga).
Mecanismos da Apoptose
Distúrbios Circulatórios I – Aula 4 (28.06.22)

O sistema circulatório é responsável pelo transporte e


distribuição dos líquidos pelo organismo e pode ser
dividido em:

 Sistema circulatório sanguíneo: sangue


 Sistema circulatório linfático: linfa

Principal diferença entre sistema circulatório e linfático:

Sistema circulatório sanguíneo: tem sangue (glóbulos


vermelhos, brancos e plaquetas) e uma bomba (órgão
bombeador – coração).

Sistema circulatório linfático: linfa (parecido com o


sangue, mas não tem os glóbulos) e ausência de um
órgão bombeador.

O transporte de líquidos ocorre por um sistema fechado que se divide em:

 Artérias
 Arteríolas
 Capilares: fazem a troca gasosa Caminho dos líquidos pelo sistema circulatório.
 Vênulas
 Veias

A movimentação de líquidos dos vasos para os tecidos se dá por diferenças de pressão.

Os vasos do sistema circulatório são formados por três camadas:

 Túnica Íntima: parte mais externa


 Túnica Média: tecido muscular liso (parte contrátil)
 Túnica Adventícia: parte mais interna

A túnica intima dos vasos linfáticos e das veias forma um sistema de válvulas que direcionam o fluxo
sanguíneo/linfático.

Essas válvulas impedem o fluxo retrógrado.

Funções do sistema circulatório


 Fornecimento de O2 para os tecidos
 Transporte de CO2 dos tecidos para os pulmões
 Termorregulação: vasodilatação e vasoconstrição
 Distribuição de anticorpos e células de defesa
 Distribuição de hormônios
 Transporte de nutrientes
 Transporte de resíduos metabólicos para o fígado

Fluidos do corpo

 Intracelular
 Intersticial Perda da homeostase entre os fluido ⇨ Distúrbios Circulatórios
 Intravascular

Principais distúrbios relacionados com o sistema circulatório:


I. Edema
II. Congestão
III. Hemorragia
IV. Trombose
V. Embolia
VI. Linfedema Congênito
VII. Linfedema Secundário

Essas são importantes causas de mortalidade

Distúrbios do Sistema Circulatório Sanguíneo


As patologias do sistema circulatório sanguíneo ocorrem de um mau funcionamento desse sistema:
I. Edema

Definição: acúmulo de líquido nos espaços intersticiais* ou cavidades corporais.

É constituído de uma solução aquosa de sais e proteínas do plasma.

Pode ser microscópico ou macroscópico.

*Externo ao meio intracelular e intravascular (fora da célula e dos vasos).

Causas:

a) Aumento da pressão hidrostática


b) Diminuição da pressão osmótica: redução da quantidade de proteínas
c) Obstrução linfática
d) Retenção de sódio
e) Aumento da permeabilidade capilar

a) Aumento da pressão hidrostática: gera saída excessiva


de líquido do vaso.
Causas:

 Aumentos locais da pressão intravascular – Trombose


venosa profunda (TVP);
 Aumentos generalizados – edema sistêmico –
Insuficiência cardíaca congestiva (ICC) reduz perfusão
renal.

b) Diminuição da pressão osmótica

Redução das proteínas plasmáticas (albumina) → Redução da atração de líquido para o vaso → Maior volume
de líquido no interstício.

Causas:

 Síndrome nefrótica: perda de albumina na urina (albuminúria);


 Doença hepática grave (ex.: cirrose): redução na síntese de albumina;
 Desnutrição proteica: redução dos níveis proteicos (falta de substrato para produção);
 Hipotireoidismo: redução da produção proteica (redução do metabolismo).
c) Obstrução linfática

 Linfedema: drenagem linfática prejudicada.


o Obstrução localizada causada por inflamação ou neoplasia.
 Linfonodos
o Remoção cirúrgica – deixa de drenar naquele local;
o Ex.: remoção de linfonodos axilares pós mastectomia.

d) Retenção de sódio → Consequentemente redução de água.

Causa: insuficiência renal.

Retenção excessiva de sal ⇨ Aumenta pressão hidrostática (expansão volume intravascular) ⇨ Edema

e) Aumento da permeabilidade capilar


Substâncias vasodilatadoras

o Ex.: Bradicinina – liberada em processos inflamatórios

Características

• Pode apresentar sinal  Não inflamatório: transudato – generalizado -


do Cacifo (ou sinal de líquido claro, com baixo teor proteico, baixa
Godet): depressão que densidade.
se forma na pele após a
• Temperatura e coloração:
compressão desse
local, por meio dos  Aumento de temperatura (+ vermelho):
dedos das mãos, inflamatório.
indicador e polegar, fazendo um movimento de  Diminuição da temperatura:
pinça ou contra estrutura óssea. comprometimento da irrigação sanguínea.
• Pode ser: • Textura da pele:
 Localizado  Lisa e brilhante: intenso e agudo
 Generalizado  Seca: crônico
• Origem:  Enrugada: edema em resolução

 Inflamatório: exsudato – localizado – líquido • Exemplos clínicos:


turvo rico em proteínas e células, com alta  Doença renal
densidade.  Compressão por tumores
 Trombose
 Insuficiência Cardíaca Congestiva

II. Hiperemia e congestão

Definição: aumento da quantidade de sangue dentro do sistema vascular.

Hiperemia: resulta de um aumento do influxo arterial consequente à vasodilatação. Ex.: inflamação aguda.

Pode ser fisiológica ou patológica.


Congestão: comprometimento do fluxo de saída do sangue venoso de um tecido.

o Sistemicamente, como na insuficiência cardíaca.


o Localmente, em consequência de obstrução venosa isolada.

Tecidos com coloração azul-avermelhada anormal (cianose) – acúmulo da hemoglobina desoxigenada na área
afetada.

Consequências:

 Edema
 Trombose
 Hemorragia
 Necrose

III. Hemorragia

Definição: extravasamento de sangue devido a ruptura de um vaso sanguíneo.

Causa:

 Fatores extrínsecos ou intrínsecos


 Externa ou interna
 Gravidade: localização, volume de perda, velocidade de perda

• Mecanismo de formação:

 Rexe: passagem de elementos sanguíneos por espaçamento das


células dos vasos
 Diapedese: ruptura da parede vascular com saída do sangue em jato.

• Formas de hemorragia:

 Hemotórax
 Hemopericárdio
 Hemoperitônio
 Petéquias (1-2 mm)
 Púrpura (> 3 mm)
 Equimoses (2-3 cm)

• Controle do sangramento

Homeostasia: cessamento
da perda de sangue de um
vaso danificado.

• Consequências:

 Hipovolemia
 Isquemia local
 Morte
Distúrbios Circulatórios II – Aula 5 (05.07.22)

Continuação...
Principais distúrbios relacionados com o sistema circulatório:
I. Edema OK
II. Congestão OK
III. Hemorragia OK
IV. Trombose
V. Embolia
VI. Linfedema Congênito
VII. Linfedema Secundário

IV. Trombose

Formação de uma massa coagulada de sangue no sistema


sanguíneo que está íntegro.

Causa: ativação imprópria do sistema de coagulação.

 Trombo: é um coágulo (parcial ou total) que se forma nos vasos


sanguíneos, veias ou artérias, limitando o fluxo normal do
sangue.
 Êmbolo: é um trombo que se solta da parede do vaso e viaja pela corrente sanguínea.

Alteração na formação do tampão plaquetário.

Tríade de Virchow: três principais anormalidades que


levam à formação de trombo.

a) Lesão endotelial: lesão na parede do vaso

Os fatos de coagulação se transformam em fibrinas


para conter o sangramento, em seguida ocorrem a
fibrinólise (quebra do “excesso” de fibrina). Quando
não ocorre a quebra (falha nos fatores
anticoagulantes), as fibrinas podem formar um trombo
→ Obstrução da passagem de sangue.

b) Fluxo:

- Fluxo turbulento: a força do sangue batendo no vaso pode se tornar uma lesão.

- Estase: diminuição/redução do fluxo Favorece a coagulação. As células se aderem às paredes do vaso.

o Essa diminuição pode ocorrer por imobilização, por exemplo.

c) Hipercoagulabilidade: aumento no fator de coagulação

Dificuldade em fazer a quebra (lise) das fibrinas.

o Causa genética: mutação no fator V da protrombina.


o Causa adquirida: repouso, lesão tecidual, uso de anticoncepcional (gera alteração hormonal,
aumento dos coagulantes).
• Controle do sangramento

Endotélio disfuncional:

↑ fatores pró-coagulantes

↓ moléculas anticoagulantes

• Classificação dos trombos:

 Vermelhos: de coagulação ou estase, ricos em hemácias. Acontece mais nas veias.


 Brancos: de conglutinação, rico em plaquetas e fibrina, associados à alterações endoteliais. Acontecem
mais nas artérias, por terem um maior fluxo (consequência do bombeamento do coração).
 Mistos.

• Destino dos trombos:

 Propagação: aumento por acréscimo de plaquetas e fibrina.


 Embolização: deslocamento do trombo. Ele viaja pela corrente
sanguínea ⇨ Formação do êmbolo.
 Dissolução: trombos recém formados podem ser dissolvidos por
fatores fibrinolíticos.

a) Trombose venosa

Um coágulo de sangue (trombo) obstrui o fluxo sanguíneo de uma veia e dificulta o retorno venoso.
Normalmente, atinge as pernas e pode resultar em uma embolia pulmonar. Mais comum.
b) Trombose arterial

Pode atingir qualquer área do corpo e é comumente relacionada a quadros bastante graves. Nela, o coágulo
de sangue pode obstruir total ou parcialmente o fluxo sanguíneo de uma artéria, reduzindo a oxigenação do
membro ou do órgão (amputações, infartos, AVE). Mais grave.

Veias superficiais MI

 Raro embolizar
 Doloroso
 Congestão local e edema

Veias profundas MI (TVP – Trombose Venosa Profunda)

 Veias maiores da perna (poplítea, femoral e ilíaca)


 Mais sérias pela propensão a embolizar
 50% assintomática
 Associadas à estase e aos estados hipercoaguláveis

V. Embolia
Transporte pelo sangue de fragmentos de trombo, gordura ou gases a locais distantes de sua sede de origem.
 90% casos: tromboembolismo*
 10% casos: colesterol, gás nitrogênio, fragmentos de medula óssea

*O tromboembolismo venoso acontece quando um coágulo se forma na circulação sanguínea, prejudicando


o fluxo de sangue nas veias pelo organismo.

A maioria dos êmbolos tem origem no sistema venoso dos membros inferiores, por quê?

Atinge sistema venoso (> 90% casos) e arterial.

O tamanho do êmbolo influencia o vaso que será obstruído:

 Êmbolos grandes: obstrução tronco artéria pulmonar (>60% - letal).


 Êmbolos médios: médio calibre (artérias brônquicas). Pode ser assintomático.
 Êmbolos pequenos: mas múltiplos, podem ocluir circulação (> 30% - hipertensão pulmonar).

• Tipos de embolia

a) Embolia Pulmonar: obstrução da artéria pulmonar.

o Forma mais grave e mais comum da doença


o Sintomas: dor no peito, falta de ar, taquicardia
o Pode ser fatal

b) Embolia Gordurosa: oclusão do vaso por gotículas de gordura

o Causa: fraturas de ossos longos, fraturas múltiplas


o Local comum: pulmão, cérebro
o Sintomas: falta de ar, confusão mental

c) Embolia Gasosa: oclusão do vaso por bolhas de gás (O2, CO2 ou nitrogênio)

o Causa: procedimentos cirúrgicos, mergulhadores


o Sintomas: perda dos sentidos, falta de ar, convulsão

Isquemia: diminuição ou falta do suprimento de sangue


em uma região (órgão/tecido).

Ex.: compressão por tumor, espessamento da parede


arterial (aterosclerose), trombos, êmbolos.

• Tipos

 Relativa ou absoluta
 Temporária ou persistente

• Consequências

 Dependem do tipo do órgão atingido (sensível a hipóxia).


 Tipo de irrigação (existência de irrigação colateral).
 Velocidade da obstrução (aguda ou crônica).
Infarto: área de necrose isquêmica causada
por obstrução do suprimento vascular para o
tecido afetado.

Morte tecidual devido à falência vascular.


Normalmente originado por trombo ou
êmbolo.

Distúrbios do Sistema Circulatório Linfático

Relacionado anatômica e funcionalmente ao sistema sanguíneo.

Funções:

 Transporte de linfa
 Destruição de microrganismos
 Resposta imune

Sistema vascular
1. Capilares linfáticos:

 Início da rede linfática


 Formados por tecido endotelial
 Abertura/fechamento: pressão

2. Vasos linfáticos:

 Possuem válvulas que direcionam o fluxo da linfa.


 Linfângio: segmento do vaso linfático, compreendido entre
uma válvula e outra.

3. Troncos linfáticos

 Lombares, intestinais e intercostais


 Jugulares, subclávios e mediastinais

4. Ductos linfáticos

 Formado pela união dos troncos linfáticos


 Porção final da circulação linfática

Órgãos linfoides
1. Linfonodos

Produz dois tipos de células:

 Reticulares: fagocitose e pinocitose.


 Linfóides: reações imunológicas.

O sistema linfático tem o seu fluxo lento, pois quantidade de vasos que chegam aos linfonodos é maior do que
a que sai e esse sistema não conta com um órgão bombeador.

2 e 3.Tonsilas e Timo: produzir linfócitos

4. Baço: produção de linfócitos e filtragem da circulação sanguínea

Circulação Linfática
Fluxo lento 3L/24 horas

Capilares linfáticos → Vasos pré-coletores → Nodos linfáticos → Vasos eferentes → Troncos linfáticos →
Ductos linfáticos → Veia subclávia direita e esquerda.

Continuação...
Principais distúrbios relacionados com o sistema circulatório:
I. Edema OK
II. Congestão OK
III. Hemorragia OK
IV. Trombose OK
V. Embolia OK
VI. Linfedema Congênito
VII. Linfedema Secundário

VI. Linfedema congênito VII. Linfedema secundário

 Congênito: desde o nascimento.  Secundário: se desenvolve durante a vida.


 34% dos linfedemas  66% dos linfedemas
 Alterações congênitas  Lesões no sistema linfático
 Propagação no sentido proximal  Propagação no sentido proximal

Graus do Linfedema

- Grau I: subclínico.

- Grau II: presença de edema que aos poucos desaparece.

- Grau III: edema clínico significativo.

- Grau IV: edema leva a deformação da morfologia do membro.

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