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Causas
Mecanismos
Alterações
Clínica
DOENÇA = perda de saúde, por uma alteração estrutural ou funcional no organismo humano, que interrompe a
autonomia e/ou a capacidade de adaptação de um indivíduo
• alterações morfológicas e/ou funcionais de etiologia diversa que interferem com utilidade, comportamento
e/ou conduta
QoL = grau em que as esperanças e as ambições duma pessoa são correspondidas e satisfeitas pela realidade
• auto-avaliação do doente e perceção da doença
Estudo da Doença:
Epidemiológico Fisiopatológico Biofísico
Clínico Histopatológico Biomolecular bioquímico citológico
Órgãos tecidos genes
Populações individual molecular org.celulares células
isolados
Características de Doença:
→ Patogenia: mecanismo (pelo qual a etiologia produz manifestações patológicas e clínicas ex. inflamatórias,
degenerativas, neoplásicas, congénitas, hereditárias)
→ Diagnóstico: identificação
→ Prognóstico: previsão da evolução complicações e sequelas
IDIOSSINCRASIA- resposta anormal e até mesmo paradoxal a um fármaco (ex. sedativo e euforia)
→ Patocronia: evolução no tempo. Importante em algumas doenças como as infeciosas ( vírus comporta-se de
maneira diferente em indivíduos diferentes)
Aguda VS Crónica
- Início abrupto de - início abrupto ou
sintomas começo aos poucos
- Duração curta - Duração longa
Sinais vs Sintomas
-Exploração Direta
História Clínica
(exame físico)
• subjetivos
- Exames de Diagnóstico
• gerais
• objetivos
• sistémicos ou localizados
• gerais ou específicos (patognomónicos)
• manifestações ditas pelo doente
Exemplos
Exemplos:
deformidades anatómicas alterações na
marcha Dor
aumento de temperatura
pulso irregular
Nota: Febre pode ser – SINAL: mede-se a temperatura com um exame físico que o profissional de saúde pode fazer
-- SINTOMA: o doente pode notar sem o profissional de saúde examinar
Síndrome: = conjunto de sinais e sintomas, sem os quais uma doença pode não ser reconhecida/diagnosticada
Exemplos
-Síndroma de Down
-SIDA
LÉXICO MÉDICO:
Prefixos: ana = ausência (ex. analgesia)
• jejum – hipoglicémia
2. Lesão membranar:
• traumatismo
• temperatura
• resposta imune
• enzimas celulares
• + alterações citoplasmáticas
∆ mb e perda de organelos
eosinofilia
autólise (digestão enzimática)
fronteira celular indistinta
• + alterações bioquímicas
influxo Ca2+
Marcadores de lesão tecidular:
EAM:
• Transaminase glutâmica oxalacética / aspartato amino transaminase (TGO/AST)
• Troponinas I e T
• Mioglobina
• Creatinina
• Hiponatremia
• Hipercalcemia
• Equilíbrio hidroeletrolítico
Lesão Hepática:
•Transaminases
- transaminase glutâmica-oxalacética (TGO)
- aspartato amino transaminase - AST
- transaminase glutâmico-pirúvica (TGP)
- alanina amino transaminase - ALT
•Bilirrubina (total, direta e indireta)
•Gama-glutamil-transpeptidase (GGT)
•Fosfatase alcalina (FA)
•Fatores de coagulação
- Fatores II, VII, IX, X (dependentes de vitamina K)
- Protrombina, fibrinogénio
•Albumina
Pancreatite Aguda
• Glicemia (não sp, mas clínica imp)
• Amilasemia (- específica)
• Amilasúria (+ específica)
Fisiopatologia Oncológica
Tumor: - aumento da massa de um orgão – edema e inflamação
DIVISÃO CELULAR
Apoptose VS Necrose
- Morte Constitutiva - Membrana rebenta e vem tudo cá para
- Silenciosa fora (DNA mitocondrial, DNA celular, ATP,
enzimas), alertam outras células que algo
- Condensação do núcleo não está bem – as células tem danger
sinals e produz inflamação
- Sinalizam o mecanismo com
fosfatilcerina (esta vem para fora) - É interessante em alguns casos porque se
quer estimular sistema imunitário, em
- Anti-inflamatória
situações de cancro
- Célula tumoral impede que o sistema
imunitário faça a sua função e há fármacos
que provocam necrose com o objetivo de
estimular o sistema imunitário a
reconhecer células “más” e eliminá-las
Cancro: divisão celular descontrolada associada a uma diminuição da sua eliminação por apoptose
- proliferam e não morrem por apoptose
- Capacidade de entrar e sair em orgão
Classificação:
Carcinomas (originam-se de tecidos ectodérmicos ou endodérmicos – tecido epitelial)
✓ leucemias e linfomas
A célula tumoral impede que o sistema humoral a identifique e a elimine mesmo por necrose
ETIOLOGIA DO CANCRO:
✓ alterações genéticas: carcinogéneos ambientais que induzem mutações que modificam o código genético
Químicos: aflatoxinas, mostardas, aminas aromáticas, hidrocarbonetos policíclicos
Físicos: radiações ionizantes, UV, fibras minerais como o asbesto
Biológicos: vírus (um em cada 7 cancros): papilomavírus e vírus da hepatite B (80%)
✓ alterações epigenéticas (influenciam a expressão génica e o comportamento celular, mas não modificam o código
genético)
✓ genes herdados (menos de 5% dos cancros mortais: retinoblastoma, cancro do cólon familiar, xeroderma
pigmentosum)
✓ acumulação de mutações somáticas não corrigidas durante a vida (25% dos cancros)
Condição sine qua non: “sem o qual não pode ser → condição indispensável → acontece em todos os cancros
• Anti-Oncogenes ou Supressores Tumorais: genes que quando deletados causam aparecimento de cancro
(~10)
Defeitos nos genes envolvidos na maquinaria que guarda o genoma: genes supressores tumorais , em que
perda de função resulta num estímulo para o crescimento
A perda de função dos genes supressores tumorais resulta num estímulo para o crescimento
Cascata de transdução de sinal em resposta ao estímulo por EGF (fator de crescimento
epidérmico)
Muitas mutações acontecem:
- no recetor EGF
Isso confere uma proliferação descontrolado
- na proteína Ras
A cascata de sinalização em resposta ao fator EGF deve ser ativada por outros períodos de
tempo, por isso, é silenciado por fosfatases.
O EGF liga-se a um recetor tirosina cinase envolvido com a proliferação celular. Este recetor
quando se liga ao ligando, autofosforila-se, ativando-se Os resíduos fosforilados recrutam
moléculas (Grb2 e SOS). Estas moléculas ativam a proteína RAS. A RAS leva a uma cascata de
fosforilação de outras proteínas, que culminará na ativação de fatores de transcrição que
induzem a proliferação celular (no núcleo).
Qualquer mutação nas proteínas da cascata faz com eu esta esteja constitutivamente ativada, ou pode haver
mutações que tornam as proteínas insensíveis à ação das fosfatases (as fosfatases retiram grupos fosfato e deixa as
proteínas inativas)
Cancro
✓ no cancro da mama a via de sinalização do estrogénio está claramente envolvida mas não existem
anormalidades específicas no recetor de estrogénio (os fármacos são inibidores da produção do ligando ou inibem a
função do recetor)
✓ super-expressão de MDR1/Pgp (Multi-Drug Resistance), uma proteína de efluxo dependente de ATP e que
bombeia moléculas tóxicas para fora das células
✓ em certos casos a propensão para desenvolver cancro é hereditária (alterações epigenéticas → causas ambientais,
podem ser transmitidas à descendência)
A inativação de um único gene supressor tumoral ou a ativação de um único oncogene são insuficientes para a maior
parte dos tumores humanos, sendo um processo de etapas múltiplas
✓ Têm capacidade para formar novos vasos sanguíneos que as nutrirão e manterão as atividades de
crescimento descontrolado;
✓ No interior de um vaso sanguíneo ou linfático sofrem disseminação, chegando a órgãos distantes do local
onde o tumor se iniciou, formando as metástases (meta-mudança+stasis-posição);
Linfócitos T VS Linfócitos B
Quando há uma infeção dentro da célula, são Produzir anticorpos (não entram nas células)
estes que reconhecem (ex: mutação de uma → eficientes nas infeções extracelulares (sangue,
célula) → executores da destruição das células linfa, tecido intersticial)
(tumoral, infetada, transplantada)
• Temos que ter travões imunológicos para os linfócitos T não destruírem células antigénios, células de auto
antigénios. Tem que haver equilíbrio entre estes travões e a ativação do sistema imunológico → células
tumorais ativam os travões
Capacidade de proliferação sustentada: 3 causas para o crescimento descontrolado (alterações mais
relevantes das células tumorais)
1) Estimulação de recetores com atividade tirosina cinase intracelular que ativam cascatas de sinalização
intracelular envolvidas:
a) na progressão do ciclo celular
b) escape ao mecanismo de apoptose (aumento BCL2 e diminuição da Bax)
c) angiogénese (aumento de VEGF- fator de crescimento endotelial vascular) d) resistência à quimioterapia
Por aumento do número dos fatores de crescimento-ligandos (por estimulação autócrina ou parácrina)
Por aumento da expressão destes recetores
40% dos glioblastomas apresentam uma forma truncada do recetor do fator de crescimento epidérmico (EGFR) que
está constitutivamente ativada.
- Proliferação celular
-Sobrevivência celular
Quando estes recetores estão ativados, as células começam a proliferar-se porque há ativação de fatores de
transcrição relevantes para o ciclo celular.
Quando o ligando liga ao recetor, há fosforilação nos resíduos intracitoplasmáticos por causa da atividade
tirosina cinásica e estes resíduos fosforilados (de tirosina) chamam proteínas recrutadoras que depois chamam as
sinalizadoras numa cascata sequencial que leva à ativação de fatores de transcrição que vão para o núcleo e mudam
o padrão de expressão genética nomeadamente genes que codificam proteínas relevantes para o ciclo celular que
estavam silenciados passam a ser expressos.
- Resistência à quimioterapia
Há algumas proteínas de efluxo que quando são muito expressas, mandam moléculas estranhas (xenobióticas)
para fora da célula. São canais transmembranares que muitas vezes ao aplicarmos fármacos estes não fazem nada
(vem para fora da célula)
A estimulação dos recetores não implica mutação, muitas vezes é pelo aumento do número de ligandos
→ aumenta expressão destes recetores → maior risco de desenvolvimento de cancro
➢40% dos melanomas apresentam mutações nos genes que codificam a proteína B-Raf que
sinaliza pela via MAPK
➢40% dos cancros colorretais apresentam mutações no gene KRAS. Raf e KRAS fazem parte da
via de sinalização, são ativadas pelos recetores tirosina-cinase
Nas proteínas sinalizadoras, a mutação deixa-as insensíveis às proteínas que vão determinar a cascata de
sinalização (RAS)
Uma célula que está quietinha adquire uma determinada função é porque houve muitas proteínas cujos genes
estavam silenciados passam a ser expressos, acontece por causa de várias cascatas de sinalização
Via PI3K (cinase de fosfatidilo 3-fosfato) → quando é ativada leva à sobrevivência celular → célula fica menos
predisposta para morrer → via de sobrevivência e proliferação → insensível aos mecanismos de morte celular.
Quando esta via é ativada, ativa uma proteína sinalizadora (AKT) que impede a p53 (guardiã do ciclo células e das
alterações do genoma) → ativa a apoptose celular
Via PTen → enzima que cala a via de sinalização que leva à sobrevivência celular sofrer mutação, então esta
via está sempre ativada
Genes supressores tumorais se sofrerem mutação, nomeadamente no gene que codifica RB (guardiões do
ciclo celular) ou p53, ficam insensíveis quer à inibição da proliferação quer à indução da morte celular (RB – controlo
ciclo celular e p53- indução da apoptose) → células a crescerem descontroladamente e resistentes à morte celular
Via intrínseca
• Se tivermos DNA mitocondrial no meio das células (não é normal) → sinal de alarme
• As células tem recetores para esses sinais de alarme → quando os sinais ligam, ativam vias de sinalização
que levam à inflamação → recrutam células para o local para eliminar o agente invasor
O problema é quando estes danger sinals não estão ligados a microrganismos → Inflamação estéril (ativação de
cascatas inflamatórias mas sem microrganismo) → assassino silencioso → está na base da maior parte das
patologias (ex: inflamação Hallmark células tumorais; cardiovascular; doenças de Alzheimer tem imensas
neuroinflamações no cérebro mas não tem febre -> inflamação crónica)
• Quando o citocromo C é libertado ativa proteínas que levam à ativação das caspases
- A proteína BCL2 impede a saída do citocromo (é então anti apoptótica)
- A proteína BAX é pró-apoptótica → proteína p53 aumenta a produção de BAX dentro da célula e a BAX induz a
saída do citocromo com ativação das caspases e indução de apoptose
• Células tumorais há aumento das proteínas anti-apoptóticas e como há perda da função da p53 há
diminuição da proteína pro-apoptótica → vamos ter proteínas a resistir à morte celular
2) Autofagia (stress, restrição calórica): degradação de organelos com origem de catabolitos que são reciclados
para biossíntese e metabolismo energético
Supressor tumoral nas fases iniciais das neoplasias
Progressão tumoral nos tumores estabelecidos (sobrevivência em condições de
stresse) (quimioterapia)
Melhor compreensão dos mecanismos para utilização com estratégia terapêutica
Autofagia
sistema proteolíticos da célula → sistema de degradação de proteínas velhas → enzimas com vesículas
proteolíticas, quando há no estado não funcional na célula, as enzimas são
direcionadas para lá, célula aproveita o que constituía o organelo/ estrutura e
degrada o que não está em condições
Nota: quando se ativa durante muito tempo a autofagia, está relacionado com o aumento de vida/longevidade
→ restrição calórica induz a autofagia (jejum interminente)
IMORTALIDADE REPLICATIVA
Proliferação ilimitada ao contrário de células normais que entram em senescência após um numero limitado
de divisões
Os desaparecimentos dos telómeros (em cada divisão) constitui a base para a interrupção da divisão celular e
senescência.
A telomerase que estabiliza os telómeros, praticamente não existe nas células normais e existe bastante nas
tumorais, permitindo às células tumorais multiplicarem-se sem fim (imortalidade)
INDUÇÃO DA ANGIOGÉNESE
A diminuição da pressão de oxigénio nos tecidos tumorais favorece a angiogénese que está ativada durante a
progressão tumoral:
- aumento da expressão fator de crescimento endotelial vascular A (VEGF-A)
- aumento da expressão do fator de crescimento dos fibroblastos (FGF)
- sub-expressão de trombospondina 1 (TSP-1)
Aumentada por:
- hipoxia (aumenta a expressão de VEGF)
- oncogenes como Ras e c-Myc que aumentam a expressão de fatores angiogénicos em alguns tumores
- células da imunidade inata infiltradas em tumores que produzem fatores angiogénicos
Hipoxia: aumenta a expressão do VEGF (fator de crescimento que leva à produção de mais anticorpos)
À medida que as células proliferam, o interior do tumor entra em hipoxia porque as células que estão à
superfície recebem oxigénio e nutrientes, as que lá estão dentro não → leva à produção de VEGF → diminuição de
O2 nos tecidos tumorais favorece a angiogénese que está ativada na produção tumoral → leva ao aumento da
expressão do fator de VEGF-A e outros fatores de crescimento
- Células da imunidade inata filtradas em tumores e que aumenta o status pro-inflamatórios → enviado para a
ativação da imunidade inata → leva à produção de fatores angiogénicos
Prémio Nobel da Medicina 2019 - William Kaelin Jr., Gregg L. Semenza, Peter J. Ratcliffe
Pelas suas descobertas de como as células reagem e se adaptam à disponibilidade de oxigénio
Fator de transcrição (IFα) que em condições de O2 nunca está ativo
(normoxia) → na presença de O2 sofre hidroxilações que são a bandeira
para eles serem degradados no proteossoma, ele é degradado.
Se não for degradado, se tivermos hipoxia onde não há oxigénio
(células do interior do tumor) → este fator de transcrição não é
degradado, migra para o núcleo e passa a induzir a expressão de genes
que estavam silenciados (VEGF; promove a eritopoiese → produção de
glóbulos vermelhos; promove glicólise)
INVASÃO E METASTIZAÇÃO
Mecanismos de invasão e metastização:
-invasão local
-entrada e trânsito das células tumorais nos vasos linfáticos e sanguíneos
-extravasamento para tecidos distantes, formação de micrometástases e crescimento das micrometástases em
tumores macroscópicos (colonização)
1) E-Caderinas, proteínas transmembranares epiteliais envolvidas na adesão celular e coesão tecidular
Elevada expressão: mecanismo anti-invasão e metastização
Baixa expressão: potenciação invasão e metastização (diminuição da expressão ou mutação em tumores)
2) Integrinas proteínas transmembranares epiteliais envolvidas na adesão celular e coesão
3) Expressão aumentada de proteases que degradam a matriz
4) TEM (transição epitélio-mesênquima), em que células epiteliais transformadas adquirem a capacidade de invadir,
disseminar e resistir à apoptose: modulada por fatores de transcrição Snail, Slug, Twist, Zeb ½, expressos nalguns
tipos de tumores
➢ Células tumorais adquirem a capacidade de invadir tecidos (células + matriz) degradando matriz que lhes
permite movimentarem-se dentro do tecido (invasão tecidular) → elas invadem até chegar a um vaso
sanguíneo, entrando na circulação sanguínea e entrar noutro orgão, sair e atravessar a parede do capilar
e instalar-se num tecido distante → metastização
➢ Células epiteliais são muito justapostas, até há junções de adesão que permitem que as células sejam
muito unidas, as proteínas cruciais para esta adesão são as caderinas e as integrinas (hemidesmossomas)
→ junções que ligam a região basal da célula epitelial à matriz e membrana basal (separa o epitélio do
tecido conjuntivo)
Se as células perderem caderinas ou se houver alteração nas integrinas, ficam mais soltas, diminui a coesão e
adesão; aumenta a capacidade de se movimentarem dentro do tecido porque degradam a matriz
→ potenciação de invasão e metastização → muito frequente no cancro do estômago
Degradação da matriz
Adquirem uma estrutura mais ameboide
(- diferenciada)
Entram na circulação
Podem migrar e chegar a outros órgãos
Atravessam o capilar e formam novas
colónias (metasteses)
Protooncogenes: envolvidos na proliferação celular; modificam proteínas para a proliferação celular se forem
mutados
Genes supressores tumorais se forem mutados deixam de controlar o ciclo celular → proliferação celular
Fator de transcrição (IF)- células tumorais conseguem:
Aumenta a produção VEGF
Mudar o metabolismo energético
Aumenta a eritropoiese
INSTABILIDADE GENÓMICA:
Característica da grande maioria dos tumores
➢ Mutações que levam a um fenótipo favorável pro-tumoral (mutações nos genes supressores tumorais ou
protooncogene)
➢ Epigenética: metilação e modificação das histonas que são responsáveis pela inativação de genes supressores
tumorais
Histonas (proteção do DNA) se sofrerem modificações por metilação pode levar à inativação dos genes
supressores tumorais
Não são modificações no código genético, mas sim modificações nas histonas que condicionam o perfil/
expressão genética
Se houver metilação da histona, não provoca alteração código genético mas leva a que os genes supressores
tumorais sejam inativos
Estas mudanças são estáveis e podem ser transmitidas à descendência
• As taxas de aquisição de mutações espontâneas são muito baixas numa célula normal devido aos
sistemas celulares que detetam e reparam erros no genoma
• Nos tumores as taxas de mutações são maiores:
-maior sensibilidade a agentes mutagénicos e comprometimentos dos sistemas reparadores genómicos (ex, p53 por
mutação inativadora ou repressão epigenética; BRCA1/2)
➢ Genes supressores tumorais, BRCA e BRCA2 são muito importantes porque codificam proteínas que vão
reparar DNA que sofreu algumas mutações → mutações nestes genes levam a proteínas não funcionais que
estão muito envolvidas no cancro da mama e do ovário
INFLAMAÇÃO:
-todos os tumores contêm células imunitárias (infiltração subtil a extensos infiltrados inflamatórios)
-progressão tumoral através da libertação de fatores de crescimento e de sobrevivência tumoral, pro-angiogénicos e
produção de sinais indutores de transição epitélio-mesênquima (TEM)
Aumento expressão de recetores de glucose e recetores que mandam lactato para fora da célula
Células tumorais produzem várias citocinas, nomeadamente VEGF, IL-10 que impedem a apresentação de células
tumorais aos linfócitos T → não reconhecem os antigénios na forma nativa, tem que haver previamente as células
apresentadoras de antigénio a fagocitarem as células tumorais e apresentar os antigénios tumorais aos linfócitos
Se tivermos uma célula tumoral, se tudo correr bem, há de haver o p53 que é ativada, vai parar o ciclo celular e
ativar a apoptose (aumenta a exposição da BAX que é a proteína pro- apoptótica) → células dendríticas e
macrófagos tem capacidade de reconhecer as células em apoptose, que dentro delas tem os antigénios tumorais→
fagocitando-as → a célula degenerou, o sistema reparador induz a apoptose, células dendríticas fagocitam, cliva
todas as proteínas da célula tumoral e apresenta aos linfócitos T antigénios que são autoantigénios e o que se forma
são linfócitos T efetores mas sim reguladores → estes TReg não se desenvolvem resposta imunológica porque
acontece constitutivamente no nosso organismo
Mas se for uma célula tumoral, não se formam células TReg porque há antigénios tumorais, então a célula
dendrítica vai apresentar ao linfócito e este vai ser polarizado para o tipo TH1 que ativa as células NK a destruir as
células que tenham os antigénios tumorais, vai ativar os linfócitos T citotóxicos a eliminarem a célula que degenerou
e corre tudo bem → não há desenvolvimento do tumor
Linfócitos T NUNCA reconhecem um antigénio na sua forma nativa, reconhecem depois de este ser processado e
só reconhecem associado a MHC
Sinal 1: Cel. dendrítica (cél. apresesentadora de antigénios), os
linf.T não reconhecem o antigénio na sua forma intacta (ao
contrário dos Linf.B que podem reconhecer), estes precisam das
células apresentadoras de antigénio que degradam os antigénios
e vão associar a MHC. MHC ligado ao antigénio, liga ao recetor
do linf.T
Importante para a ativação do linf.T naive → apesar deste
sinal 1 sozinho não chegar
Se tivermos só o sinal 1 há anergia, o linf.T não é ativado → tem que haver sinal 2
Sinal 2: Moléculas co-estimuladoras de células apresentadoras de antigénio ligam com os linfócitos T → importante
para ativar linf.T
• Quando as células apresentam antigénios tumorais, deve ser o TH1 que é ativado → o que acontece é
que as células tumorais subvertem estes mecanismos
Já se sabe quais são os sinais 2 que polarizam para TH1 e os que polarizam
para Treg, então bloqueia-se o sinal 2 que polariza para Treg → são anticorpos
monoclonais utilizados para o cancro que bloqueiam o sinal 2 que polariza para
Treg → bloqueiam os imune check-points
Microambiente tumoral
- visão anterior: tumores consistiam numa população muito homogénea de células
Atualmente:
- carcinomas: células neoplásicas, estaminais cancerígenas, endoteliais pericitos, inflamatórias, fibroblastos, células
do estroma
- a instabilidade genética leva à heterogeneidade tumoral
- células estaminais cancerígenas de ontogenia ainda não esclarecida
- elevada complexidade tumoral: grande desafio para a terapêutica
anti-neoplásica
TERAPÊUTICA
Até às últimas décadas o tratamento farmacológico (quimioterapia) assentava apenas na inibição da proliferação
celular
Tumor com células da imunidade inata infiltradas → anti-inflamatórios
Célula que expressa muitos imune check points → anticorpos monoclonais
TERAPÊUTICA BIOLÓGICA
Diminuição da produção de Anticorpos humanos anti-murganho com a
utilização de anticorpos humanizados ou quiméricos (HAMAs), relativamente aos
anticorpos monoclonais de murganhos
• Cetuximab (quimérico)
• Panitumumab (humano)
Trastazumab, pertuzumab: liga-se ao EGFR 2 humano (HER-2/neu): carcinoma da
mama metastático com expressão de HER-2/neu
Imunoterapia Celular
Manipular os linf. T do doente para eles eliminarem as células tumorais
Hallmark da subversão da resposta imunológica alavancou o conhecimento
dos anticorpos monoclonais e da imunidade celular
Nota: O nosso sistema imunológico está, sistematicamente, a reconhecer
células tumorais e a destruí-las, mas pode haver um ambiente
imunossupressor montado pelas células tumorais que impedem o sistema
imune de atuar como, por exemplo, os linf.T citotóxicos, que tem um recetor
que quando reconhece um antigénio nas células tumorais, vai ligar-se a ela e
há libertação de perforinas e granzimas que destroem a célula tumoral.
Linfócitos T citotóxicos são que são responsáveis pela eliminação de
células tumorais, eles e as NK são as únicas células assassinas do sistema
imune, mas precisam que as TH1 seja ativado para bem executada, que é o que “manda” os T citotóxicos,
macrófagos, NK para fagocitar células tumorais
As células tumorais tem a capacidade de fazer com que as células dendríticas permaneçam imaturas, não
apresentam sinal 2 nem 3, tem também ligandos para os imune-check points que faz com que os linf.T não
“trabalhem”
Abordagens / células usadas (educar o sistema imune do doente utilizando as suas próprias células)
1- Vacinas de células dendríticas (carregar células dendríticas com antigénios tumorais, fornecer sinal 2 e 3 e
reintroduzir no doente esperando que haja uma ativação dos Linf.T contra os antigénios
2– Transferência de células T
3- Vacinas de células Natural Killer
4- Transferência de CAR T cells
• São estratégias complexas do ponto de vista experimental e laboratorial → implica cultura de células → são
caras, dispendiosas e muito complexas
• Vacinas são terapêuticas e não profiláticas (como estamos habituados), o objetivo é educar o sistema imune
do doente a reconhecer células tumorais para as eliminar
Células dendríticas
1) Reconhecem antigénios
2) Capturam antigénios
3) Processamento de antigénios
4) Apresentação de antigénios
5) Ativação do sistema imunológico
Desde o primeiro ensaio clínico baseado em DC (Nestle FO, et al. Vaccination of melanoma patients with peptide-
or tumor lysate-pulsed dendritic cells. Nat. Med. 4 Mar 1998; 4(3):269-70) publicado em 1998, o número de ensaios
clínicos disparou consideravelmente. Referenciados mais de 400 ensaios clínicos que visam o tratamento de diversos
tipos de tumores sólidos e hematológicos
- Melanomas
- Cancro da próstata Nota: Os doentes que recorrem a estes métodos já estão no limite de vida,
- Carcinoma renal não se consegue perceber o potencial deste tratamento.
- Cancro hepático
- Cancro da mama
- Mielomas
- Leucemias
- Cancro do cólon
- Gliomas
Porque estas patrulham o organismo à procura de sinais de perigo (bactérias; cel.tumorais em apoptose) e
fagocitam-na, migram para a periferia para os gânglios linfóticos onde apresentam o antigénio ao linf. T que
apresentam MHC (sinal 1), mas é importante que haja ativação das moléculas co-estimuladoras corretas a
polarizarem para TH1
Definição
Linfócitos T, autólogos ou alogénicos, geneticamente modificados para expressarem recetores de antigénio
quimérico que se quer combater à sua superfície
Enquanto nas vacinas com as dendríticas que
vão ativar os Linf.T já dentro do corpo, ao
usarmos as CART T cells “saltamos” alguns passos
como apresentação de antigénios,
desenvolvimento da imunidade celular,
basicamente fornecemos já os “soldados
preparados para a guerra”.
Isolamos os linf.T do doente, promovemos a expansão ex vivo e reintroduzimos no organismo do doente
Obtenção
É feita uma leucaferese (retirar sangue) onde isolamos
linf.T que são depois manipulados geneticamente,
transfetados com o gene que codifica o recetor que se
pretende, depois há expansão ex vivo das células que são
depois reintroduzidos no doente
Evolução
Usados apenas em dois tipos de cancros
hematológicos
Já foram desenvolvidas muitas gerações de CAR T
cells, as da 1ª tinham muita citotoxicidade e ativavam
uma elevada quantidade de efeitos adversos que levou
à morte de alguns doentes. O objetivo, ao longo das
gerações, é manter a citotoxicidade anti-tumoral,
manter as células no organismo mais tempo e a sua
sobrevivência mas também tentar que a citotoxicidade
seja apenas para células tumorais e não para as normais
e principalmente aumentar a sua segurança
Doenças Neurodegenerativas
Alzheimer
Diagnóstico do primeiro caso com os seguintes sintomas:
- Alterações cognitivas
- Desorientação no espaço e no tempo
- Dificuldade na linguagem
Autopsia dos doentes com a doença/ Principais Hallmarks:
- Perda dos neurónios colinérgicos
- Perda seletiva
- Placa amilóide
- Neuroinflamação
- Tranças neurofibrilares
• Não há fármacos para prevenir e tratar a patologia, quanto muito atrasam ligeiramente a evolução do défice
cognitivo
- Desde 1998 foram testados 100 medicamentos para a doença e só quatro foram aprovados - nenhum
muda o curso da doença de Alzheimer, ajudam apenas a controlar parcialmente os sintomas.
Placas senis ou amilóides: depósitos extracelulares que correspondem a agregados do peptídeo beta-amilóide
Tranças neurofibrilares: depósitos intracelulares que
contêm a proteína Tau hiperfosforilada
Inflamação crónica está associada a todas as doenças
neurodegenerativas e neuropsiquiatras
Cascata b-amilóide
Proteína tau
❑ Decréscimo dos níveis de acetilcolina (ACh) na AD por diminuição do número de neurónios colinérgicos com
diminuição da síntese de ACh.
❑ A acetilcolina é um neurotransmissor presente nas regiões que envolvem a memória, pelo que o seu declínio
se interliga com o défice cognitivo.
❑ A acetilcolina liga-se a dois tipos de recetores diferentes: os muscarínicos e os nicotínicos; os recetores pré-
sinápticos nicotínicos influenciam a libertação de outros neurotransmissores implicados na doença de Alzheimer
relacionados com a memória e o humor – glutamato,serotonina, norepinefrina.
No início há morte dos neurónios colinérgicos que depois se expande e mata outros neurónios também, esta
perda seletiva dos neurónios colinérgicos provoca um decréscimo dos níveis de acetilcolina (neurotransmissor) que
controlam a libertação de outros neurotransmissores que estão envolvidos na memória e no humor
Segundo esta teoria, o défice de acetilcolina justifica os défices cognitivos
Teoria Neuroquímica: glutamato
❑ O glutamato é um dos principais neurotransmissores excitatórios, é ubíquo e estima-se que esteja presente
em cerca de 66% das sinapses cerebrais.
❑ Na doença de Alzheimer, o glutamato acumula-se na fenda sináptica (ou por diminuição dos locais de
recaptação ou por anormalidades no seu transportador) e está constantemente a ativar o recetor N-metil-D-
aspartato (NMDA).
❑ Esta ativação contínua leva a um influxo crónico de cálcio para dentro do neurónio induzindo um estado de
hiperpolarização e consequentemente de excitotoxicidade, ativação das caspases e morte neuronal por apoptose.
(Em situações de repouso o recetor NMDA está ligado ao magnésio e quando ativado ocorre libertação do Mg2+ e
entrada de cálcio para dentro do neurónio)
Teoria neuroinflamação
Nota: ainda não se descobriu qual o primeiro “problema” que despoleta todos os Hallmarks na doença de
Parkinson, não se sabe se é a microglia ou a Aβ que despoleta a passagem da microglia de M2 para M1, ou a
proteína Tau
Espera-se conseguir vir a ter mais fármacos que atuem noutros Hallmarks, mas é complicado visto que quando é
diagnosticado a doença, as alterações histopatológicas começaram
há 15 anos, é quase impossível retardar o fenótipo, quanto muito
atrasá-lo ligeiramente
Pode-se impedir que se formem os agregados Aβ; antioxidantes
para evitar o stress oxidativo; antagonista da NMDA para evitar a
excitotoxicidade; anti-inflamatórios não esteróides para combater
a inflamação; imunoterapia para remover os agregados Aβ;
inibidores da BACE-1
(estratégia mais
promissora)
• A imunoterapia ativa (quando fornecemos o antigénio diretamente) e passiva (quando fornecemos os
anticorpos) é apoiado pela presença de uma imunidade natural contra a doença
• Anticorpo anti Aβ encontrado em idosos mentalmente competentes, reconhecem oligômeros β-amiloide (Aβ) –
estes anticorpos ligam à Aβ e estabilizam-na, deixando de haver oligómeros; promove a clearence da Aβ porque esta
ligação promove que a microglia fagocite o anticorpo que liga à Aβ promovendo a clearence no espaço extracelular
que depois será degradada na microglia
O outro mecanismo: os anticorpos, a nível periférico ligam à Aβ que criará um gradiente que faz com que esta
que está agregada no tecido nervoso, saia do SNC para a periferia
Nota: Não é normal haver células do sistema imunitário a passear no tecido nervoso porque isso leva à
destruição de neurónios, as únicas células que podem andar por lá são as da microglia em estado M2
• Três relatórios independentes de uma vacina ativa com de um peptídeo AB e adjuvante foram publicados na
Nature [Schenk et al., 1999; Morgan et al., 2000; Janus et al., 2000] todos indicando que a vacinação ativa
efetivamente eliciou um título de anticorpo e melhorou a função cognitiva na doença de Alzheimer em ratos,
provavelmente através da remoção bem-sucedida da placa no cérebro desses ratos.
• A imunoterapia passiva em modelos murinos mostrou resultados semelhantes em relação ao tratamento
eficácia [deMattos et al., 2001, Bard et al., 2000], indicando que a presença de anticorpos anti-AB atua para inibir
efetivamente a deposição de AB e limpar as placas de AB no cérebro.
• Infelizmente, os ensaios clínicos de fase II (Elan’s AN-1792) com uma vacina ativa (peptídeo mais adjuvante)
tiveram resultados mistos. O estudo foi suspenso antes da conclusão devido a 6% dos pacientes desenvolver
meningoencefalite após múltiplas vacinações, embora a vacina tenha mostrado algum benefício clínico.
• Estudos de acompanhamento associaram a inflamação cerebral observada com o início de um Th1 cascata
inflamatória, devido principalmente à presença de um adjuvante.
• Aducanumab (anticorpo que se liga especificamente aos oligómeros) (BIIB037) foi desenvolvida pela Biogen
como uma possível terapia para a doença de Alzheimer doença e liga-se preferencialmente ao Aβ agregado; em
março de 2019, um comitê de monitoramento de dados determinou que não havia evidências suficientes para
apoiar sua eficiência no tratamento da doença; a Biogen interrompeu o desenvolvimento da droga após dados
preliminares de duas fases III
• Solanezumab (Eli Lilly), um mAb humanizado que se liga a Aβ monomérico, que aparentemente retarda a
doença; a droga atraiu originalmente interesse dos mídia, mas não se mostrou promissor nos testes de Fase III
Apesar das tentativas falhadas, todos estes estudos clínicos abriram uma nova era para imunoterapias contra
doenças neurodegenerativas
• Em 22 de outubro de 2019, a Biogen anunciou que iria reiniciar o processo de aprovação do FDA para Aducanumab
afirmando que uma nova análise de um maior conjunto de dados mostrou que a droga reduziu declínio em pacientes
com doença de Alzheimer precoce quando administrado em doses mais altas.
• A reanálise dos dados do descontinuado ensaio concluiu que os pacientes que receberam uma dose alta tiveram
uma redução de 23% em sua taxa de declínio.
Doença de Parkinson
Doença degenerativa crónica e progressiva do SNC causada por um défice de dopamina no sistema
extrapiramidal (ao nível dos núcleos da base do cérebro), a nível
dos núcleos da base no cérebro. Sendo este sistema responsável
pela manutenção da postura, do tónus muscular e da regulação
da atividade voluntária do músculo esquelético, surgem sintomas
como tremor, lentidão dos movimentos (bradicinésia), supressão
dos movimentos voluntários (hipocinesia), fraqueza muscular com
rigidez e alterações posturais e do equilíbrio.
SINTOMATOLOGIA MOTORA
• Bradicinésia, hipocinésia
• Tremores em repouso
• Rigidez muscula
Mais uma vez, não há fármacos que revertam a doença, eles apenas controlam a sintomatologia e atrasa
ligeiramente a progressão da doença
Nota: Em termos farmacológicos, assim que é diagnosticada a doença, o objetivo seria que o doente administrasse
dopamina, mas como esta não é capaz de passar a barreira hematoencefálica, administra-se dopa (precursor da
dopamina)
Presença de corpos de Lewy, resultado da acumulação de α-sinucleína (SNC e SNP) ((característica dos
neurónios de um doente com Parkinson)
Tudo isto ocorre com o normal envelhecimento embora haja pessoas envelhecidas cognitivamente saudáveis, mas
sem estes Hallmarks
MECANISMO DE PROPAGAÇÃO DA SNCA “SEMELHANTE AO PRIÃO”
Os agregados de alfa
sinucleína serão responsáveis
pela passagem de microglia
do tipo M2 para M1 que
produz citocinas
neurotóxicas que induzem a
neurotoxicidade que leva à
destruição dos neurónios
com libertação dos
agregados proteicos que
ativam a microglia para M1 e
o ciclo repete
✓ Além dos neurónios dopaminérgicos, os colinérgicos do corpo estriado também estão envolvidos na DP: a
dopamina inibe a libertação da acetilcolina no estriado e sugere-se que a hiperatividade desses neurónios
colinérgicos (associados com a falta da dopamina) leva aos sintomas da DP
✓ Mutações (início precoce): sinucleina, parkina, LRRK2 (codifica uma proteína adaptadora/sinalizadora), UCHL1
(codifica uma enzima de desubiquitinação)
✓ Parkina: A sua função está relacionada com as vias de degradação de proteínas, sendo considerada um ligase
entre a ubiquitina e a proteína alvo → relacionada com a Prosteotase
Nota: Já se provou que existem fatores ambientais associados ao desenvolvimento de Parkinson (ao contrário da
doença de Alzheimer), usando determinados químicos em animais consegue-se induzir a doença
–
• Estimulação cerebral com eléctrodos
• Antioxidantes, anti-apoptóticos, antagonistas glutamato, fármacos anti-inflamatórios, fatores neurotróficos
• Terapia génica (para GAD, descarboxilase do ácido glutâmico, que facilita a libertação de GABA; descarboxilase dos
aminoácidos aromáticos, para aumentar o metabolismo de levodopa a dopamina)
• Imunomodulação com terapia celular
Excitotoxicidade, degradação deficitária das proteínas com acumulação intracelular e agregação proteica,
stresse oxidativo, apoptose, lesão mitocondrial, inflamação
Atuação nestes alvos consiga não apenas para tratar a
sintomatologia, mas também a patologia
Estes novos alvos andam todos à volta da alfa
sinucleína → diminuir a síntese de alfa sinucleína, que
pode ser através de micro RNAs (com cadeia simples,
pequeno, que intercala com mRNA que sintetiza uma
proteína de interesse e que impede a síntese desta) ou
de RNAs de interferência (não codificantes, cadeia dupla,
liga-se ao mRNA da proteína de interesse e induz a
degradação desse mRNA); estratégias ainda em
desenvolvimento ; conseguimos impedir a síntese de alfa
sinucleína aumentando a sua clearence (ativando
sistemas de proteostase, autofagia etc); usando anti-oxidantes, anti-inflamatórios (colmatar a toxicidade induzida
pela alfa-sinucleína)
–
mRNA da sinucleína que origina os monómeros que se juntam formando agregados que serão tóxicos,
provocam alteração na mitocôndria, alteração ao nível do
stress do retículo e, ao saírem da célula, estes podem
propagar-se tipo prião para outras células → podemos
atuar com RNA de interferência, impedindo que se forme o
mRNA ou estabilizando os monómeros (que sabemos que
não é a forma tóxica mas sim os oligómeros) ou limitando
os efeitos tóxicos dentro da célula provocados pelos
agregados usando anti-oxidantes; aumentando a clearance
(aumenta da degradação da alfa sinucleína agregada); uma
vez fora da célula, pode se usar os anticorpos (são muito
grandes e não entram dentro da célula)
–
Sinucleína é sintetizada e formam-se oligómeros, os anticorpos
ligam-se a estes e provocam a clearence pela microglia, esta vai
eliminar estes agregados através da fagocitose. Com a clearence, o
efeito neurotóxico é atenuado. Impedem também a entrada tipo
prião destes agregados para outros neurónios.
Imunoterapias ativas e passivas foram investigadas como um objetivo direcionar e degradar α-sinucleína
extracelular:
- Imunoterapia ativa: Affiris PD01A e PD03A, Áustria (produzida sinteticamente vacina contendo um peptídeo
que mimetiza α-sinucleína, ensaio clínico de fase I recentemente foi concluída e uma fase II está em andamento)
-A abordagem de imunoterapia passiva usando anticorpos monoclonais humanizados contra α sinucleína
(PRX001 e PRX002) foi bem tolerada e um ensaio de fase II em pacientes com PD em estágio inicial está em
andamento
- Imunoterapias adicionais direcionadas a α-sinucleína estão no horizonte, com o AstraZeneca e as empresas
farmacêuticas Takeda anunciam o desenvolvimento de um Anticorpo de α-sinucleína MEDI1341 para PD
É mais fácil administrar anticorpos que reconheçam a alfa- sinucleína a um idoso do que o antigénio porque como
há uma imunocenescência e um declínio do sistema imune, a resposta está mais atenuada
Uma estratégia promissora seria a criação de biomarcadores, por exemplo, no líquido cefalorraquidiano se há
presença de alfa sinucleína, que permitam prever com antecedência se irá ocorrer a doença como por exemplo a
destruição de neurónios dopaminérgicos, embora não seja uma estratégia fácil porque a colheita ao líquido cefalo-
raquidiano não é tão acessível como, por exemplo, a colheita de glicémia.
ESCLEROSE MÚLTIPLA
• Doença desmielinizante autoimune (ainda não se sabe qual é o autoantigénios, pensa-se que é proteínas da
mielina), com componente inflamatória e degenerativa que atinge o SNC
• Formação de lesões desmielinizantes* que leva à formação da placa esclerótica no SNC
• Incidência 2-3 vezes superior no sexo feminino
• Entre os 15 e os 45 anos de idade
• Alterações visuais, fraqueza muscular, crises agudas que surgem com espasmos e convulsões e sinais anormais de
fadiga
*bainha de mielina, sintetizada pelos oligodendrócitos, consiste numa membrana lipídica protetora que envolve
os axónios no SNC permitindo uma rápida e eficaz transmissão do impulso elétrico ao longo do axónio. Se houver
uma alteração desta, esta função fica comprometida → ocorre desmielinização progressiva, que leva a um aumento
da resposta neuroinflamatória → leva a alterações dependendo da região atingida como alterações visuais, fadiga,
fraqueza muscular…
Pensa-se que pessoas que contactaram com o vírus do herpes tem uma maior propensão para ter esta doença,
de alguma maneira o vírus poderá induzir a produção de peptídeos similares aos existentes no organismo e
despoletar a doença auto-imune. O sistema imune reconhece uma proteína endógena que foi modificada por um
tóxico ou um agente externo que despoleta a ativação da imunidade adquirida que acaba por destruir proteínas
endógenas do organismo do hospedeiro porque são idênticas às endógenas produzidas pelo vírus.
• Doença autoimune do SNC na qual linfócitos Th1 e Th17 reagem contra antigénios próprios da mielina
(funcionam como auto-antigénios)*, resultando na destruição da mesma e em inflamação no SNC conduzindo a
anormalidades da condução nervosa e defeitos neurológicos
• *Auto-antigénios??: proteína básica da mielina (MBP), proteína lipoproteica (PLP), glicoproteína da mielina
do oligodendrócito (MOG) e a glicoproteína associada com a mielina (MAG)
Fatores genéticos (maior prevalência em gémeos homozigóticos do que dizigóticos) e ambientais (prevalência
é maior em locais com menos sol porque os raios UV aumentam a vitamina D que é anti-inflamatória e imuno-
supressora), mecanismos autoimunes com perda da tolerância para os antígenos da mielina (MAG, MOG, MBP),
infeção viral persistente com produção de moléculas estruturalmente semelhantes entre antigénios virais e
proteínas da mielina; infeção viral persistente com produção de moléculas estruturalmente semelhantes entre
antigénios virais e proteínas de mielina
Também podemos fazer eletroforese do LCR para o diagnóstico, onde revela a presença de anticorpos
• Não existe cura para a EM, pelo que o objetivo do tratamento consiste na minimização dos sintomas,
prevenção da progressão da doença e redução do número de surtos.
• Uma vez que a patologia da EM está relacionada com um mecanismo autoimune complexo, são
inúmeros os alvos terapêuticos dos fármacos utilizados no tratamento da EM.
• Medicamentos modificadores do curso da doença (DMARDs): Disease-modifying-therapies (DMTs) –
conseguem evitar a progressão, mudam o curso da doença. No Alzheimer e Parkinson ainda não se descobriu.
ASMA
ANATOMIA Histologia
•Fossas nasais (meatos e cornetos)
Vias aéreas superiores Tubos flexíveis revestidos
•Faringe internamente por uma mucosa
•Laringe respiratória (epitélio pseudo-estratificado
ciliado com células caliciformes (produz
•Traqueia mucina que em contacto com água
produz muco) e lâmina própria) e
•Brônquios Vias aéreas inferiores contendo músculo e/ou cartilagem em
•Brônquíolos quantidades variadas
•Alvéolos
Nota: qualquer orgão oco ou um tubo é sempre revestido por epitélio e
lâmina própria (tecido conjuntivo que dá apoio ao epitélio), ao conjunto
chama-se mucosa
Definição
Inflamação crónica
associada a
Hiperresponsividade das vias aéreas
Episódios recorrentes: sibilos, dispneia, aperto torácico e tosse, particularmente à noite e no início da manhã
Frequentemente
Reversível espontaneamente ou com tratamento
Obstrução das Vias Respiratórias é normalmente REVERSÍVEL
Mas, alguns doentes com asma crónica podem ter obstrução permanente com acentuação esporádica das VAs
Os quais não se correlacionam com mecanismos patogénicos específicos ou com a resposta ao tratamento (há vários
fenótipos que não se consegue estadiar há uns com muita inflamação outros menos)
Asma tem 3 Hallmarks associados: inflamação crónica, Hiperresponsividade das vias aéreas e a obstrução das vias
aéreas pulmonares. As VAs de um indivíduo asmático são diferentes de um indivíduo normal
GÉNERO e idade:
Epidemiologia:
-Células
-Mediadores
-Efeitos da inflamação
• Inflamação crónica das vias aéreas (+++ VAs cartilaginosas -todas menos os brônquíolos)
Características patogénica MAJOR
• Aumento do número de células inflamatórias ativadas na parede das vias aéreas
• Epitélio tipicamente infiltrado por eosinófilos, mastócitos, macrófagos e linfócitos T que produzem
mediadores solúveis como citoquinas, leucotrienos e bradicinas
• Resposta células TH2 com inflamação predominantemente eosinofílica (por isso é que os doentes com
asma, quando fazem análises da forma leucocitária, tem mais eosinófilos que estão constitutivamente ativados)
Nota: O grau de inflamação não se correlaciona diretamente com a gravidade da doença (exemplo: uma maior
inflamação não quer dizer que a asma seja grave) → há inflamação porque há aumento das células anteriormente
vistas
Asma Severa:
• Inflamação neutrofílica com produção citoquinas mais características de inflamação TH1 menos sensível a
corticoterapia
a) Células inflamatórias
Muitas estão associadas à asma, mas nenhuma
predomina
Estas células existem em qualquer tecido conjuntivo que
dá apoio ao epitélio (tecido conjuntivo maioritariamente
fibroblástico matriz e com algumas destas células)
Os linfócitos T são normalmente do tipo TH2 que
promove a formação de anticorpos (resposta humoral)
• Mastócito
Iniciação de resposta broncoconstritora aguda (tecido muscular liso contrai → diminui o lúmen → dificuldade na
passagem de ar):
- Alergénicos
- Estímulos indiretos (exercício, hiperventilação e neblina)
Dúvidas – papel crónico
Aumento da resistência das VA e sibilos
Hipersecreção de muco pelas células caliciformes
Localização: superfície e musculatura lisa das VR dos asmáticos
Não em indivíduos normais ou na bronquite eosinófilica
Libertam mediadores
Alergénios broncoconstritores:
Ativação (desgranulação) de histamina, prostaglandina D2,
(mecanismo dependente de mastócitos leucotrienos, citocinas,
IgE)
quimiocinas ... que potenciam
a resposta inflamatória
Inicia resposta
Alergénios inflamatória (mediante
(recetores de IgE de Ativação de macrófagos libertação de citocinas,
BAIXA afinidade) mediadores
inflamatórios)
Linfócitos T:
- Papel muito importante na coordenação da resposta inflamatória
- Fenótipo TH2
- Células Treg CD4 + CD25 + CD25 + reduzidas na asma → aumento células TH2
- Células T inatas (ILC2) sem recetores T libertam citocinas TH2 – podem predominar na asma não alérgica
b) Células estruturais
- Fontes importantes de mediadores inflamatórios (são capazes de produzir mediadores inflamatórios, não
são só as células inflamatórias com essa capacidade)
- Mais numerosas que as células inflamatórias
- Principal fonte de mediadores responsáveis pela inflamação crónica nas VAs dos asmáticos
- Células epiteliais também são alvo dos corticoides inalados
Células Epiteliais
Células musculares lisas
Fibroblastos
Brônquio: histologia
Em casos normais, a lâmina própria não é povoada por
células inflamatórias, as preponderantes são os fibroblastos
Num indivíduo com asma, a lâmina está cheia de
eosinófilos, linf.t, macrófagos, células dendríticas, …
c) Mediadores Inflamatórios
Multiplicidade de mediadores torna impossível que o bloqueio da síntese ou da ação de um único mediador
tenha impacto clínico relevante
Embora estudos clínicos recentes com antileucotrienos surgiram que estes têm um efeito clínico importante
Citocinas
Aumento de citocinas pró-inflamatórias
- citocinas TH2 (IL-4, IL-5, IL-13) → Inflamação Alérgica (aumento do nº de eosinófilos, IgE)
- TNF-α, IL-1β → amplificam a inflamação numa asma mais grave
- Linfopoietina do estroma tímico (TSLP) → atrai TH2
Diminui citocinas anti-inflamatórias
- IL-10 e IL-12
Quimiocinas
Eotaxina (CCL11) quando produzida pelos macrófagos
- Atrai Eosinófilos (CCR3)
TARC (CCL17) e MDC (CCL22)
- Atraem Células TH2 (CCR4)
Fatores de transcrição
Pró-inflamatórios (NFKB (quando é ativado leva ao aumento de muitas citocinas, AP-1), amplificam a
resposta imunológica
Mais específicos (regulam expressão de citocinas TH2)
- Fator nuclear de células T ativadas
- GATA-3
Fator de transcrição NF-kB
Transcrição de genes pró-inflamatórios (via NF-kB) (COX-2, citocinas,
moléculas co-estimuladoras)
Em casos normais, está no citoplasma ligado a uma proteína inibidora (IKB)
mas quando a célula é ativada por estímulos inflamatórios (IL-1 e TNF α) que
podem ser produzidos por macrófagos ativados. Estes estímulos vão ativar
cascatas de sinalização que levam à degradação do IKB, deixando o NF-KB livre
para migrar para o núcleo, ao ligar-se a este liga-se à região promotora dos seus
genes alvo (citocinas pró- inflamatórias), tem que haver ativação de um co-
promotor que favorece a transcrição mediada pelo NF-KB, este co-promotor
favorece a acetilação de histonas que está correlacionada com transcrição
génica.
Os corticosteroides são muito eficazes na resposta anti-inflamatória por vários mecanismos e um deles é inibir
o co-promotor que leva à acetilação de histonas e recrutam uma enzima que promove a deacetilação de histonas,
diminuindo a expressão génica mediada pelo NF-KB
Stress Oxidativo:
- Células inflamatórias ativadas (macrófagos e eosinófilos) → espécies reativas de O2
- Aumenta 8-isoprostano e etano
- Relacionado com a gravidade da asma, pode amplificar a resposta anti-inflamatória
- Pode diminuir resposta aos corticóides
Óxido Nítrico: (mediador inflamatório produzido pela enzima sintase do óxido nítrico que é controlada pelo NF-KB,
quando este é ativado também passa a existir espécies reativas de oxigénio que entram em feedback positivo que
leva a mais produção de NF-KB, produção de óxido nítrico, …
- Aumenta no ar expirado por asmáticos
- Relacionado com a Inflamação Eosinófílica
- Vasodilatação brônquica
Luecotrienos:
- produzidos pelos mastócitos por ativação das fosfolipases
d) Efeitos da inflamação
Inflamação conduz à remodelação ou são duas manifestações independentes?
Inflamação contínua leva a uma reparação simultânea
Relação entre processos inflamatórios crónicos e sintomas (não clara)
Epitélio das vias respiratórias:
Lesão epitelial → contribui para Hiperresponsividade (outro
Hallmark) das vias aéreas (perda de função barreira, perda de enzimas,
perda de fator relaxante e exposição de nervos sensoriais)
Epitélio
Lâmina própria
Secreção aumentada de muco
Tecido muscular liso
Membrana basal espessada (fibrose)
Resposta Vascular
Angiogénese e vasodilatação (aumento dos capilares na lâmina própria das vias respiratórias); leakage
microvascular
• Inalação de alergénicos ou irritantes → contração do músculo liso das Vias aéreas (sem contração em
pessoas saudáveis)
• Anormalidade fisiopatológica relacionada com obstrução ventilatória variável
Também irritantes inalados, infeções do trato respiratório ou arrefecimento das vias
aéreas (responsável pela broncocontrição induzida pelo exercício e por alguns ataques de
asma no inverno)
Libertam mediadores
broncoconstritores: histamina,
Alergénios Ativação (desgranulação) de prostaglandina D2, leucotrienos,
(mecanismo dependente de IgE) mastócitos citocinas, quimiocinas ... que
potenciam a resposta
inflamatória
• Pacientes com asma apresentam um declínio acelerado da função pulmonar → remodeling pode desempenhar um
papel
• Com o passar do tempo:
Remodeling da parede das vias aéreas
- Limitação do fluxo aéreo irreversível
- Agravamento da doença- broncodilatadores menos eficazes
• Pode tornar difícil a distinção clínica entre Asma e DPOC
- Maioria de doentes asmáticos:
Mantém função pulmonar ao longo das suas vidas, desde que tratados de forma adequada (implica farmacologia
crónica que diminui a resposta inflamatória)
PATOLOGIA
Fenótipos de doença:
- Atópica (extrínseca – mais comum)
- Não atópica (intrínseca)
- Ocupacional (há doentes que desenvolvem asma com molécula de baixo peso molecular que existe num
ambiente ocupacional)
- Sensível a AAS
- Pediátrica
Inflamação das vias aéreas periféricas – principalmente nos pacientes com asma grave
Há um envolvimento desigual das várias vias aéreas com certas viais mais afetadas
Nota: Há fármacos super eficazes que provocam o relaxamento do tecido muscular liso (broncodilatação
Países desenvolvidos:
Ausência de exposição do sistema imune a estímulos antigénicos infeciosos apropriados durante a
infância → resposta imune TH2 perpetua-se (favorável ao desenvolvimento da alergia); respostas alérgicas
inapropriadas
➢ Argumentos que sustentam a Hipótese da Higiene (higiene a mais poderá favorecer as doenças alérgicas)
Agricultura protetora (contra desenvolvimento de asma e doença alérgica)
Aumento da exposição a outras crianças (creche)
Uso menos frequente de antibióticos
Crianças com irmãos mais velhos
Atopia:
- Tendência a desenvolver asma, rinite alérgica, urticária edermatite atópica (isoladamente ou em combinação)
- Deve-se à produção geneticamente determinada de IgE específica par um alergénio/antigénio
- Predisposição genética não justifica tudo porque indivíduos sem história de atopia: também podem desenvolver
reações de hipersensibilidade, particularmente urticária e anafilaxia, associadas à presença de IgE
Mastócito:
- Rinite alérgica e asma- célula chave
- Urticária, anafilaxia e mastocitose sistémica- célula dominante
Ligação de IgE aos mastócitos e basófilos (sensibilização) → ativação subsequente por antigénios
específicos
Inflamação
crónica
Obstrução
- Contratura das vias
da
musculatura aéreas
lisa
Hiperreatividade
das vias aéreas
- Edema da
mucosa
-
Hipersecreção
de muco
Farmacologia Asma
Anti-inflamatórios
Inflamação
(corticosteroides, crónica
antagonistas
leucotrienos,
anticorpos)
Obstrução
das vias
aéreas
Broncodilatadores
(agonistas Hiperreatividade
das vias aéreas
adrenérgicos β2;
teofilina;
anticolinérgicos)
Epilepsia
O que é a Epilepsia? Perturbação neurológica, crónica, condição disfuncional caracterizada por crises
epiléticas recorrentes e espontâneas (resultam espontaneamente
da disfunção que existe a nível cerebral)
Por exemplo: um traumatismo crânio-encefálico que poderá
resultar numa convulsão ou numa crise epilética ou numa infeção
viral ou bacteriana que atinja o cérebro e desencadear convulsão
ou uma crise epilética ou um tumor cerebral ou com metásteses
cerebrais que podem desencadear uma disfunção neurológica que
leva às crises epiléticas ou a convulsões → há vários fatores que
favorecem um indivíduo não epilético tenha uma crise epilética.
A Epilepsia foi colocada pela 1ª vez na agenda da OMS (Genebra, Janeiro 2015) como doença prioritária que requer
de uma ação coordenada em cada país dirigida aos seus aspetos médicos, sociais e conhecimento público.
Principal sinal: crises epiléticas/ convulsões que surgem de forma espontânea e recorrente
Em termos farmacológicos, há mais de 2 dezenas de fármacos anticonvulsivantes no mercado e, ainda assim, cerca
de 30-40% dos indivíduos que fazem tratamento com um ou mais antiepiléticos acabam por desenvolver resistência,
não respondem à medicação → epilepsia refratária (ausência de controlo das crises epiléticas mesmo o indivíduo
estando a fazer politerapia com antiepiléticos que são adequados ao tipo de crise que tem e já estão a ser
administrados nas doses mais altas possíveis)
Apesar de ser conhecida há tanto tempo, ainda não há medicamentos eficazes, os doentes acabam por ter que
ser operados para remover o foco epileptogénico, ou seja, o conjunto de células disfuncionais que conduzem à
hiperexcitabilidade neuronal, permite que essas células sejam eliminadas e o indivíduo (normalmente jovens) possa
vir a ter uma vida normal sem epilepsia; quando o foco é maior e a cirurgia não consegue eliminar este, temos que
tentar controlar as crises
Epilepsia e crise epilética: Perturbação neurológica crónica do SNC caracterizada pela predisposição
continuada que este apresenta para gerar de forma súbita, recorrente e espontânea, crises epiléticas,
acompanhadas das respetivas consequências neurobiológicas, cognitivas (leva à perda de consciência), psicológicas e
sociais ( exemplo, não podem conduzir nem beber álcool) → há doentes epiléticos que dependem totalmente dos
seus cuidadores
Crise epilética: corresponde à manifestação clínica da epilepsia; tratam-se de episódios
intermitentes/transitórios (momentâneo- rápido) devido à atividade elétrica anormal síncrona ou excessiva do
cérebro. Resulta do desequilíbrio entre o sistema excitatório e inibitório no sistema nervoso central (SNC),
nomeadamente no córtex cerebral.
Perturbação neurológica crónica do SNC caracterizada pela predisposição continuada que este apresenta para gerar
de forma súbita, recorrente e espontânea, crises epiléticas, acompanhadas das respetivas consequências
neurobiológicas, cognitivas, psicológicas e sociais.
Para identificar o tipo de crises/ foco epileptogénico usa-se o eletroencefalograma (EEG) mete-se elétrodos no
crânio e regista-se movimento de iões e diferenças de potencial em cada um dos lobos do crânio. Num indivíduo
com crises parciais percebe-se que há anormalidade em 2,3 zonas restritas do cérebro e outras em que a atividade
elétrica é normal; num indivíduo com crise generalizada todas as linhas estão alteradas.
Sinapse glutamatérgica.
Nos recetores NMDA e AMPA nota-se alguma evidência que os
doentes tem uma maior sensibilidade nestes recetores, a mesma
quantidade de glutamato pode potenciar respostas celular
aumentada, daí a hiperexcitabilidade aumentada em relação ao
GABA
Glutamato é o precursor do GABA, glutamato tem origem na
glutamina que é produzida nos astrócitos
Há doentes que esta atividade da enzima GAD (descarboxilase do ácido glutâmico) que é responsável pela
produção de GABA, está diminuída, há algumas estratégias
terapêuticas que tentam compensar, aumentando a atividade da
GAD.
Com o défice de GABA, a ativação dos recetores, nomeadamente
dos GABA A (função diminuida) são os que estão mais afetados a nível
da epilepsia, os GABA B não são alvos farmacológicos tão envolvidos
na epilepsia.
Caso Clínico 1
Um homem de 60 anos (Idade nestas doenças é muito importante), de raça negra (relevante para a fisiopatologia
e para a terapêutica), apresenta-se na urgência com desvio da comissura labial e hemiparesia esquerda. Revela
também ataxia e afasia.
R1. Acidente vascular cerebral (AVC) – sinais e sintomas que tem um envolvimento neurológico
A medição da sua tensão arterial revelou uma pressão sistólica de 220 mmHg e uma diastólica de 120 mmHg
Critérios fisiopatológicos:
Sistólica, só há alterações nesta (≥140 mmHg + diastólica ≤90 mmHg) versus sistólica e diastólica,
alterações nas duas (+ frequente)
bradicardia ↑ DC
insuficiência aórtica ↑ RVP
febre ↑ DC + RVP
anemia
idosos
O diagnóstico de hipertensão não pode ser feito com apenas uma medição de pressão arterial, temos que repetir
noutras circunstâncias. A medição deve ser feita num ambiente calmo. É preciso ter em atenção o horário da
medição porque há uma discrepância normal de valores entre as várias partes do dia.
Avaliações posteriores evidenciaram também um IMC de 30 (obesidade de grau 1), uma glicemia em jejum de
220 mg/dl (N<100 mg/dl) e uma GGT de 250 (N<53 U/I)
R3. Idade, género (homem é um dos fatores favorecedores do desenvolvimento da hipertensão), raça
(indivíduos de raça negra tem maior risco e a terapêutica também é diferente, há alguns fármacos que não tem
efeito nesta raça, nomeadamente os IECA), peso, diabetes mellitus
- idade - sexo - raça - peso (excesso de peso aumenta a volume de líquido no organismo, está relacionado
com a resistência à insulina) – tabaco (causa fragilidade nos vasos) - álcool – dislipidemia (alterações das proteínas
que transportam os lípidos, HDL (bom colesterol), LDL (mau colesterol- pega no colesterol e deposita-o nos vasos))
- intolerância à glucose (associado a doenças metabólicas) - evidência de lesões em órgãos-alvo (cardiomegalia –
coração grande- indicador de uma lesão num orgão alvo (coração) – é uma evidência que este sofreu uma lesão
normalmente relacionada com uma patologia – patologias cardíacas como insuficiência cardíaca são fatores de risco
para a hipertensão arterial e vice versa; doente renal, há uma lesão um orgão alvo – rim- predispões à hipertensão e
vice versa; retina (parte nervosa do olho) também pode ter lesões que levam à hipertensão.
Da retina
Doença da retina
Incapacidade do coração
bombear o sangue para
todos os tecidos
Interrupção da Aneurismas- Vaso Espessamento de alguns componentes
Aterosclerose de
passagem do dilatação de uma cerebral do rim
uma coronária
pode causar a sangue num artéria de uma que
isquémia do determinado local zona fragilizada rebenta IR- insuficiência renal
miocárdio- do cérebro porque que pode
interrompe a um determinado rebentar
circulação do vaso ficou
sangue para o obstruído por Dissecação- a
miocárdio aterosclerose- artéria tem
diminuição do muitas camadas,
Enfarte- lúmen por quando uma
aumento de rebenta, o
acumulação de sangue infiltra-se
células de gordura entre camadas,
… pode obstruir o
vaso
Hipertensão é uma doença silenciosa, só se percebe quando alguma das complicações acima acontece; o AVC e o
enfarte são das doenças que mais matam no mundo
Maior parte dos casos de Hipertensão não tem causa conhecida (>90%) chamada essencial, primária ou
idiopática, como a causa não é conhecida, podemos dizer que é uma doença multifatorial (suportada por uma
predisposição genética e depois a doença vai evoluindo com o contributo de fatores ambientais, é por isso que há
famílias que surgem a hipertensão e outras não por causa destes contributos como consumo exagerado de sal,
consumo de álcool, tabagismo …). Depois da idiopática, as renais são as mais importantes para a hipertensão arterial
e a terceira causa é de natureza endócrina/hormonal
álcool
- assintomático até lesões vasculares graves, quando a lesão estiver instalada a sintomatologia aparece de acordo
com os orgão mais afetados
- grave ou de longa duração:
cefaleia
fadiga
náuseas/vómitos
dispneia (sensação subjetiva a nível respiratório)
agitação
visão turva
(lesões encefálicas, olhos, coração, rim)
- encefalopatia hipertensiva (sonolência e coma por edema cerebral) → hipertensão muito grave (situações
extremas)
grau de deterioração da retina (gravidade da HTA)
coração (hipertrofia, pode aparecer um 4º som cardíaco)
rim (células na urina, albuminúria)
Caso Clínico 2
Um homem de 50 anos, de raça branca, apresenta-se na urgência com queixas de tosse noturna e dispneia para
pequenos esforços.
O exame objetivo evidenciou ainda: tensão arterial sistólica de 170 mmHg e diastólica de 100 mmHg, edemas
maleolares (nos tornozelos, normais em doentes com insuficiência cardíaca), hepatomegalia
(aumento do volume do fígado) e fervores à auscultação pulmonar
Critérios major
• ortopneia (doente estar deitado e ter dificuldade em
existência de doença
respirar e tem que se levantar para conseguir respirar)
ou dispneia paroxística noturna (o doente está deitado 2 minor + 1 major
e passado algumas horas é que tem as queixas)
• distensão veias pescoço
diagnóstico mais objetivo com
• fervores
ecocardiograma c/ Doppler
• cardiomegalia (coração grande)
Radiografia do tórax (confirma a cardiomegalia,
• refluxo hepatojugular (quando se pressiona o fígado identifica o derrame na pleura)
com o doente numa posição bem definida e vai haver
refluxo do sangue através da jugular- vê-se um
ingurgitamento das veias do pescoço) BNP = B-type natriuretic peptide (marcador de
• edema agudo do pulmão insuficiência cardíaca – medição no sangue)
Quando um doente tem 2 critérios minor e nenhum major → não se pode diagnosticar insuficiência cardíaca
→ mas se houver desconfiança que é insuficiência cardíaca, o doente começa a terapêutica → se passado 5 dias, o
doente perder pelo menos 4,5kg, então podemos usar isto como um critério major e fazer o diagnóstico de
insuficiência cardíaca (o mesmo acontece se houver 1 major e 1 minor, se se confirmar esta perda de peso então
este pode ser usado como critério minor) para completar o diagnóstico
R2. 4 minor (tosse noturna, dispneia de esforço, edemas maleolares e hepatomegalia) e 1 major (fervores)
Realizou-se exame complementar para pesquisar a etiologia dos fervores (radiografia póstero-anterior do tórax),
que evidenciou cardiomegalia e derrame pleural bilateral.
Fervores aparecem quando há derrame de líquido pleural
- Foram pedidos exames complementares adicionais, que mostraram: TGO = 80 mg/dl (N<50 U/I), TGP=120
mg/dl (N<50 U/I) (marcadores enzimáticos hepáticos-transaminases), GGT normal (Gama GT, enzima hepática,
aumentada em algumas patologias de foro hepático mas também em indivíduos que consumam álcool
normalmente), ecografia abdominal: hepatomegalia; ascite moderada (acumulação de líquidos abdominal);
proteinúria das 24h normal; cintilografia pulmonar de ventilação/ perfusão normal
Perante um diagnóstico confirmado de insuficiência cardíaca, é importante pedir exames às transaminases
... paciente pode estar a desenvolver cirrose cardíaca, em consequência de insuficiência cardíaca direita ...
O que faz com que o ventrículo esquerdo falhe: O que faz com que o ventrículo direito falhe:
Doença cardíaca isquémica (falta de oxigénio no Insuficiência cardíaca esquerda
coração)
Doença pulmonar crónica
Miocardite (infeções no músculo do coração)
Hipertensão pulmonar
Cardiomiopatias
Embolia pulmonar
Hipertensão arterial
Doença valvular (tricúspide ou pulmonar)
Doença valvular (aórtica ou mitral)
Lado esquerdo: Pulmões → tem aspeto castanho porque, com a congestão que há, leva a uma degradação, os
macrófagos vão digerir estes detritos dos componentes do sangue deteriorado e alguns deles tem cor (ex:
hemossiderina), então os macrófagos tem depósitos de hemossiderina conferindo a cor castanha. Nos fumadores
acontece o mesmo com o carvão, há acumulação destes nos macrófagos)
Falência retrógrada do lado esquerdo: Pulmões → são estes que levam o sangue à aurícula esquerda → da
aurícula passa para o ventrículo, mas este não está a bombear e então há pressão para trás que afeta sobretudo o
pulmão → poderá resultar num edema pulmonar
Hemoptise: tosse com sangue (com expetoração cor-de-rosa e espumosa)
Dispeneia noturna é mais exigente porque deitada aumenta o retorno venoso, há mais sangue que regressa
porque já não tem influência da gravidade, mas como temos problemas de drenagem, acumula mais
O doente do caso clínico já tinha insuficiência cardíaca quer esquerda (já tinha o fígado e os pulmões afetados)
compressão/torção vascular (por um tumor, por exemplo, massa sólida tumoral a comprimir um vaso,
vai obstruir a circulação ao tecido/orgão que é alimentado por aquele vaso. Torção: por exemplo, um testículo está
preso por um pedículo externo ao organismo, onde passam vasos e pode haver uma alteração ou um acidente que
há uma torção do testículo e este entra em necrose porque ao torcer quebra a circulação sanguínea)
espasmo do músculo liso vascular (este músculo entra numa contração permanente que causa um
estreitamento do lúmen, que vai obstruir a passagem do sangue)
patologia da parede vascular (por exemplo, aterosclerose onde se acumula gordura a nível subendotelial
que forma uma placa que vai obstruir o vaso)
hiperviscosidade sanguínea (o problema não é tanto dos vasso mas sim do sangue que é viscoso e o seu
fluxo é condicionado a irrigação de um orgão/tecido)
trombose e/ou embolia (causa mais comum de obstruções de vasos sanguíneos)
Enfarte agudo de miocárdio é mais frequente
causado por uma oclusão arterial do que venosa
Quer uma oclusão arterial quer uma venosa pode
causar um enfarte (morte do tecido dependente
daquele vaso), o aspeto é que é diferente:
➢ Oclusão da Artéria: o aspeto do local do
enfarte das células mortas é pálido porque há
um orgão/tecido ou conjunto de células que
está a receber sangue de uma artéria, se for
interrompido fica pálido e há drenagem deste
sem que chegue novo sangue
➢ Oclusão Venosa: aspeto vermelho ou hemorrágico porque há um conjunto de orgão/tecido/células que
continua a receber sangue porque não há oclusão arterial não há é depois drenagem venosa que faz com
que se acumule no local onde as células morrem – vai haver congestão, edema e um grande aumento da
pressão hidrostática. São muito frequentes, mas as consequências clínicas não são tão importantes porque
nestes, a circulação colateral é mais robusta
elementos do sangue que se acumulam numa massa sólida e pode se formar quer no interior dos
vasos sanguíneos quer no interior do coração (trombos intracavitários)
Tríade de Virchow
conjunto de fatores predisponentes (quando uma destas 3 características, pode se dizer que há as condições
favoráveis para se formar o trombo
anomalias da parede vascular (aterosclerose, traumatismo de vaso)
anomalias sanguíneas
alteração do fluxo sanguíneo (turbulências, problemas das válvulas)
trombo
= camadas de fibrina e células sanguíneas (plaquetas, eritrócitos e leucócitos) aderentes à parede vascular
coágulo
= solidificação de constituintes sanguíneos com distribuição arbitrária (não em camadas) e menos aderentes
(ambos constituídos por elementos do sangue sólidos, no trombo forma-se camadas e aderem à parede dos vasos,
os coágulos não estão organizados em camadas e não aderem tanto, há maior probabilidade de entrar em circulação
que é muito problemático
Trombos arteriais
- lesão do endotélio dos vasos ou turbulência do fluxo, geralmente causadas por
aterosclerose (doença inflamatória, são recrutadas células inflamatórias, o endotélio não é saudável → tipo de lesão
endotelial, por outro lado, como há uma massa, o sangue tem que fazer um desvio que provoca uma turbulência)
- artérias de médio e grande calibre (ex. coronárias, aorta, carótidas), podem resultar num AVC ou num
enfarte porque tipicamente formam-se nestas artérias de médio e grande porte.
Trombos venosos
- locais de estase (sangue está parado) e turbulência do fluxo
- Afetam os membros inferiores (drenagem venosa contra gravidade ⇒ estase por mau funcionamento
valvular e contração muscular)
exercício físico, elevação das pernas durante o repouso, evitar imobilização (facilitar retorno venoso e evitar
estase)
maior risco: pós-parto, contracetivos orais, ICC (insuficiência cardíaca)
forma-se também uma massa que pode ser sólida, líquida ou gasosa, forma-se num local, mas
entra na corrente sanguínea e vai rebate noutra área do corpo
Embolia gasosa
- bolhas de ar na corrente sanguínea (ex: injeção mal dada, mergulhado em profundidade por causa das
diferenças de diferença de pressão, os gases dissolvem-se melhor no sangue podendo surgir bolhas de ar no sangue)
Embolia gorda
- traumatismos com lesão de tecidos ricos em gordura (fratura de um osso longo que tem lá dentro medula
amarela e tecido adiposo que podem depois entrar na circulação; exemplo não se pode administrar substâncias com
gordura como emulsões)
Tromboembolias (mais comuns)
- maior parte causada por êmbolos com origem em trombos que se fragmentam/soltam dos vasos e passam a
circular na corrente sanguínea (obstrução de vasos de calibre menor)
- êmbolos mais frequentes têm origem no sistema venoso em particular de tromboses venosas da circulação
profunda dos MIs e do plexo venoso pélvico; estes êmbolos e os originários na metade direita do coração provocam
obstrução da circulação pulmonar ⇒ TEP (tromboembolia pulmonar)
embolias em artérias são raras e têm origem em trombos de grandes artérias ou lado esquerdo do coração
Grande envolvimento de plaquetas que são recrutadas e aderem umas às outras que levam ao
processo de formação de um trombo
Na tendência do tamanho do trombo vão haver episódios transitórios de oclusão trombótica (forma-se
um trombo que é instável e se movimenta na corrente sanguínea) se for numa coronária ou um ramo esta
em 10-20 min, se o trombo não for muito grave, se resolve. Se o processo continuar ou atingir um vaso
maior, a oclusão da coronária já não é transitória, mas sim definitiva que resulta num enfarte agudo do
miocárdio ou mesmo morte súbita
sem sintomas até placa estreitar gravemente artéria ou causar obstrução súbita
- sexo masculino + mulheres pós-menopausa (diminui estrogénio que era importante na captação de gordura
pelo fígado → LDL aumenta e leva a gordura para as artérias)
- história familiar de doença cardíaca isquémica ou AVC (mecanismos genéticos)
- hiperlipidemia primária ou secundária (mais lípidos nos vasos → maior probabilidade de se acumularem)
- tabaco (por lesão endotelial que leva ao processo inflamatório atrás visto - monóxido carbono)
- hipertensão (por lesão endotelial)
Tríade fatal para
- Diabetes Mellitus 1 ou 2 (diminuição da remoção de LDL) problemas
metabólicos e
- obesidade, sobretudo abdominal (por associação com Diabetes Melitus 2, hipertrigliceridemia,
depois
hiperCL e Hipertensão arterial)
cardiovascular
- síndrome nefrótica
Mais difícil em
- hipotiroidismo gerir na sociedade
- sedentarismo
- idade avançada
- hereditariedade
- stress
A fonte de energia mais rentável para o coração são os ácidos gordos (mas também se pode usar a glicose ou
outros glúcidos, em recurso), o coração faz fosforilação oxidativa destes. Quando há oclusão de uma coronária por
processos de oclusão atrás falados, 60 segundos depois, a pressão de oxigénio de cada célula irrigada por aquela
coronária cai para 0, aí as reservas de ATP do coração são rapidamente esgotadas fazendo com que aquela zona
fique sem energia, o coração recorre ao metabolismo anaeróbio com produção de ácido lático → angina significa
que o coração esgotou as reservas energéticas e produz-se, então, este ácido lático que causa a dor; há também
alterações de propriedades das funções cardíacas como a contratibilidade e a distensibilidade por falta de energia,
temos, então, 30 min para fazer a perfusão cardíaca (repor a normalidade), se isto não acontecer vai instalar-se uma
lesão celular irreversível (porque deixa de haver oxigénio, surge edema de vários organelos, nomeadamente das
mitocôndrias, há lesão da membrana celular, as reservas de energia alternativas como glicogénio são esgotadas, há
uma acumulação de cálcio e de ácido lático, que é um ácido e leva a um quadro de acidose, e a libertação de radicais
livres) que leva à morte daquelas células → enfarte
Há uma zona do coração cuja extensão vai variar e depender da artéria que foi obstruída, se for uma artéria mais
pequenina não afeta tanto como se for uma coronária “principal”, onde podemos ter um caso de enfarte
generalizado.
Esta morte celular leva a uma inflamação aguda muito agressiva, no enfarte vai haver libertação de mediadores
da inflamação (há uma resposta inflamatória aguda muito severa) que leva a uma congestão (porque para haver
resposta precisa-se de recrutar células inflamatórias ou mediadores da inflamação por isso tem que se chamar
sangue àquela zona levando a esta congestão) que resulta na formação de uma cicatriz (no coração não é bom
porque essa zona jamais recuperará)
Resumindo:
A fosforilação oxidativa de ácidos gordos- fonte principal (mas também pode ser usada glicose e outros glúcidos)
- 60” após oclusão da coronária, pressão parcial de oxigénio cai para zero
⇒ reservas cardíacas de ATP rapidamente gastas
→ metabolismo anaeróbio com produção de ácido lático (DOR)
⇒ alteração da distensibilidade e contractilidade cardíacas
arritmias
IC
trombose intracardíaca
rutura cardíaca
aneurisma ventricular
Há grupos de doentes (minoria) que não tem dor nem alterações no segmento ST, a dor pode não se
manifestar nos idosos nem nos diabéticos, estes tem neuropatia (doença dos nervos- porque as cargas das
glicémias muito altas destroem-nos) que faz com que tenham sensibilidade à dor
Enfarte e Angina
áreas de isquemia miocárdica e sua relação com a oclusão coronária
➢ Quando há oclusão na descendente anterior (vaso afetado) (50% dos casos), vai ter alterações na parede
anterior do ventrículo esquerdo e na porção anterior septo
➢ Quando há uma oclusão na coronária direita (30% dos casos), afeta a parede posterior do ventrículo
esquerdo e a porção posterior septo
➢ Quando há uma oclusão na circunflexa esquerda (20% dos casos) afeta a parede lateral ventrículo esquerdo
▪
Mecanismos fisiopatológicos: Eixo renina-angiotensina-aldosterona
Tónus simpático
Alvos terapêuticos: Podemos atuar no SNC (diminuir, com fármacos, a libertação das aminas do simpático –
metildopa em grávidas)
Podemos usar fármacos que são bloqueadores β
adrenérgicos que vão interferir com o tónus simpático
Podemos usar um conjunto enorme de fármacos
que são vasodilatadores (inibidores da conversão da angiotensina –
interem no eixo e baixam a pressão arterial)
Podemos usar antagonistas dos recetores da
angiotensina (esta é vasoconstritora quando se liga aos recetores dos
vasos, se usar antagonistas destes recetores, baixamos pressão arterial)
Podemos usar diuréticos (diminuem a volémia por eliminação de água e sódio (efeito
natriurético))
▪ Diminuição do débito1 (dificuldade do coração bombear sangue), quando
este diminui aumenta a Pressão2 e o Volume Venoso, o aumento
da pressão leva à congestão e ao edema 3. Outra consequência da
diminuição do débito cardíaco é diminuição da perfusão tecidular
pelo corpo todo, os doentes queixam-se de fadiga que leva a uma
estimulação do eixo renina-angiotensina-aldosterona4 e a uma
estimulação simpática
Estratégias usadas:
➢ 1
Fármacos inotrópicos positivos: Aumenta a força de contração
cardíaca. Muito usada antes, mas que atualmente só se usa em
casos específicos, em Portugal, usou-se a Digoxina que tinha
segurança muito baixa e tem associado uma série de riscos
➢ 2
Para solucionar o aumento da Pressão sanguínea, usa-se
vasodilatadores
➢ 3
Diuréticos
➢ 4
Inibidores da enzima de conversão da angiotensina para travar o eixo
Iguais ao da hipertensão
➢ Bloqueadores β
arterial
➢ Vasodilatadores
▪
O objetivo é atingir-se o equilíbrio entre a
perfusão (fazer chegar o sangue ao coração) e
melhorar (diminuir) o trabalho cardíaco
Atua-se com fármacos nos dois aspetos
atrás mas também para prevenir os fatores de
risco
Necrose das células dos tubulos aguda (oclusão tubular por detritos, vasoconstrição da arteríola aferente e
vasodilatação da eferente)
Com descamação das células tubulares renais
Reversível (se intervenção médica atempada)
•
Pode resultar de diversas patologias, que causam lesão renal progressiva
Redução da clearance de solutos ⇒ retenção de metabolitos endógenos e exógenos
Muitas vezes as causas são desconhecidas, mas sabe-se que doentes com as patologias em baixo
referidas aumenta a probabilidade
Diabetes mellitus
Hipertensão arterial
Glomerulonefrites
Perda progressiva e irreversível de nefrónio que leva à compensação inicial por hipertrofia dos nefrónios viáveis
e causa a propensão a fibrose e esclerose ⇒ agravamento da perda renal) → tentativa compensatória que não é
eficaz
- retenção hidrosalina (perda de eliminação renal) que causa IC, HTA, ascite (edema da zona abdominal), edema
periférico, ganho ponderal (aumento de peso)
- diminuição da excreção de potássio ⇒ hipercaliemia ⇒ alterações de ritmo cardíaco
- diminuição da produção tubular de amónia e diminuição da reabsorção de bicarbonato (tampão do organismo,
importante no equilíbrio ácido base) que leva a acidose metabólica
- deficiente ativação da vit D que diminui a absorção do cálcio que leva hiperparatiroidismo
- diminuição da absorção intestinal de cálcio (osteodistrofia renal – problema ósseo grave causada pelo rim)
- hiperparatiroidismo secundário
- ...
⇒ aumento da reabsorção óssea ⇒ osteodistrofia renal
- palidez (anemia porque o rim não produz hematopoietina) /acumulação de metabolitos pigmentados
•
Uma das causas mais importantes de patologia urinária (+ doença prostática e infeções urinárias)
Há formação de cálculos no rim ou bexiga (anomalias anatómicas ou alterações do transporte celular1)
Forma + típica de manifestação clínica da litíase = cólica renal (dor) – sintoma resultante da obstrução do
trato urinário, habitualmente a nível do ureter e geralmente por cálculos produzidos no rim
Episódio típico: início súbito, dor excruciante
(ângulo costo-vertebral (nas costas) e flanco irradiando anteriormente para o abdómen, em direção
ao testículo ou grande lábio)
+ náuseas/vómitos (porque as zonas obstruídas fazem estimulação do gânglio celíaco que faz uma
comunicação ao cérebro que gatilha o vómito)
Causas mais comuns de queixas de doenças urinárias: Litíase urinária, doença prostática (hiperplasia benigna da
próstata) e as infeções urinárias
•
= Resposta inflamatória do urotélio a uma invasão bacteriana, normalmente associada a bacteriúria
(presença de bactérias na urina) e piúria (presença de leucócitos na urina, indicadora de resposta inflamatória)
- Maior frequência nas mulheres
- Isoladas ou recorrentes
reinfeções a partir da vagina ou reto (+ frequente)
persistência bacteriana num foco localizado no trato urinário (cálculos infeciosos, prostatite crónica)
Sintomas:
Arrepios de frio e febre alta
Dor lombar
Disúria (alterações ao urinar), polaquiúria (urinar frequentemente), urgência miccional (não consegue controlar
quando vai urinar, muitas é só sensação e nem chega a urinar
Dor abdominal
Náuseas e vómitos
Pode se tornar numa crónica quando o rim se torna pequenino e atrofia quando há muitas infeções ou quando
houve uma infeção muito grave quando o doente era criança
→
Resultam de lesão/compromisso funcional dos túbulos renais e do tecido intersticial, podendo traduzir-se
em insuficiência renal
Principais doenças:
• Qual o diagnóstico mais provável? Hipertrofia Benigna da Próstata (HBP) (resposta tendo em conta
estatísticas, se fosse uma mulher podíamos dizer que era uma infeção urinária)
Hipertrofia Benigna da Próstata é causada pelas sobrecargas de testosterona (questão hormonal) que com a idade,
tendem a hipertrofiar, pode traduzir-se em queixas renais porque há um aumento de volume que pode comprimir o
trato urinário do homem que resulta em queixas renais
A mais provável é HBP mas se pedissem as possíveis (infeções urinárias, litíase e a HBP)
PRÓSTATA + INFEÇÃO URINÁRIA → OBSTRUÇÃO
Caso Clínico 2
Doente de 53 anos que recorre ao médico por astenia e anorexia (perdeu peso), prurido generalizado e mal-
estar geral.
Diurese= normal (urina normalmente)
PA = 160/100 mmHg (aumentada por causa das alterações da retenção de hidrosalina)
Hb = 10 mg/dl (eritropoietina é produzida no rim, sem esta não correta formação de células do sangue que leva a
uma anemia que tem a hemoglobina baixa) → a fraqueza do doente está relacionada com a anemia
Creatinina = 7 mg/dl (estes valores permitem ver se a taxa de filtração glomerular está afetada ou não → indicador
da função renal, podemos medir no sangue e na urina mas o melhor indicador é na urina porque pode haver
problemas musculares que aumentem a concentração desta no sangue, resulta do metabolismo do músculo que é
exclusivamente excretada pelo rim, se não for excretada vai aumentar a sua concentração no rim e diminuir no rim)
Caso Clínico 3
Doente de 34 anos que recorre ao médico por lombalgia direita (dor nas costas), com irradiação escrotal,
náuseas e vómitos.
Reação de hipersensibilidade = doença ou lesão causada por mecanismo(s) imune(s) após exposição a
‘antigénio’ usualmente inócuo pode ser exógeno ou endógeno
Antigénios responsáveis:
→ externos
→ próprios (doenças auto-imunes)
Segundo Coombs e Gell na sua classificação de 1963, existem 4 tipos de hipersensibilidades:
Hipersensibilidade imediata, mediada por anticorpos IgEs (2-30min) asma, rinite alérgica, anafilaxia,
dermatite atópica → ATOPIA
Hipersensibilidade citotóxica mediada por anticorpos IgM e IgG reagem com antigénio à superfície da
célula (5-8 horas) transfusões de sangue, anemia hemolítica do recém-nascido
Hipersensibilidade mediada por imunocomplexos, antigénios são solúveis- andam no sangue (2-8
horas) artrite, glomerulonefrites
Hipersensibilidade mediada por células (24-72 horas) dermatite de contacto alérgica ao níquel,
bijuteria…
•
– Ocorre dentro de minutos após exposição ao antigénio (é a que ocorre num intervalo de tempo mais curto)
– Mediada por anticorpos IgE que tem afinidade para um antigénio inóculo que não deviam ter. No primeiro
contacto, o individuo fica sensibilizado e com IgE específicos para aquele alergénio, num segundo contacto, estes IgE
ligam-se aos recetores presentes nos mastócitos e basófilos através da porção Fc, e quando voltarmos a entrar em
contacto com o alergénio, este liga à região variável da IgE , vai ativar um processo de dimerização, leva a cascatas
de sinalização, levam à entrada de cálcio para dentro da célula que levam à exocitose dos grânulos
–Mastócitos e basófilos tem recetores à superfície que ligam à porção Fc das imunoglobulinas, causando a
fagocitose (macrófagos) desgranulação e a libertação de mediadores inflamatórios (mastócitos e basófilos):
• Histamina: dilata e aumenta a permeabilidade dos vasos sanguíneos (tumefação e vermelhidão) que faz com
que mais leucócitos passem a parede dos capilares e vão para o local através de processos quimiotaxicos que
propagam a resposta imune, aumenta a secreção de muco, contração do músculo liso (brônquios).
• Prostaglandinas: contração da musculatura lisa do sistema respiratório e aumenta a secreção de muco, são
broncoconstritoras
• Leucotrienos: espasmos dos brônquios, envolvidas na broncoconstrição e na propagação da resposta
inflamatória
– Choque anafilático: diminuição abrupta da pressão sanguínea. Pode ser fatal em minutos.
•
• Mediadas pela interação de antigénios presentes na superfície de diferentes células com anticorpos do tipo IgG e
IgM contra o tecido em questão.
• Uma vez produzida a ligação do anticorpo circulante ao antigénio expresso nos tecidos, o dano no tecido é causado
pela posterior ativação do sistema de complemento (C3 e MAC), ou por células que possuem receptores Fc –
monócitos, granulócitos ou células NK, que ao serem ativadas iniciam este tipo de hipersensibilidade
• Ocorre algumas horas após exposição ao antigénio
Há um antigénio na célula e produz-se anticorpos contra este antigénio → os anticorpos vão se ligar ao antigénio
através da região variável e deixam solta a porção constante, essa região Fc pode
fazer duas coisas: os monócitos, granulócitos tem recetores que reconhecem esta
porção Fc → este complexo pode ser internalizado e fagocitado pelos macrófagos
→ além disso, a porção Fc pode ativar a via do complemento que pode levar à lise
celular através do MAC (complexo ataca a membrana) → se as proteínas do
complemento estiverem ligadas ao anticorpos, os macrófagos e granulócitos
também tem recetores que ligam ao complemento que leva à fagocitose quer via
do complemento quer através da ligação da porção Fc
• Transfusões de sangue (individuo que recebe uma transfusão e possui anticorpos pré-existentes contra o mesmo:
as células são lisadas assim que entram na circulação sanguínea)
• Trombocitopenia imune
As plaquetas são destruídas → favorece episódios hemorrágicos
→ pode desenvolver AVC
Podem ser doenças multifatoriais (predisposição genética,
contacto com determinado xenobiótico, …)
O fármaco forma reações covalentes com proteínas à superfície
das plaquetas que leva a ativação do sistema imune →
desenvolvem-se anticorpos específicos contra proteínas de
superfície que se ligaram ao fármaco → vão reagir com os fármacos
→ há ativação do complemento por MAC que causa lise nas
plaquetas ou fagocitose → destruição das plaquetas
•
– Envolve reações contra antigénios solúveis que circulam no soro
– Os complexos imunes anticorpo-antigénio são depositados em órgãos (pequenas artérias, glomérulos renais e
articulações) ativam o complemento, recrutam granulócitos e macrófagos e causam lesões inflamatórias no local
onde foram depositados estes complexos
• Glomerulonefrite: lesões inflamatórias nos rins
• Lupus eritematoso sistémico (depositados os complexos na circulação de vários órgãos)
• Artrite reumatoide (deposição específica nas articulações)
• Endocardites
• Exemplo clássico: doença do soro
– Ocorre com quantidades moderadas/altas de antigénio-anticorpo
Várias manifestações cutâneas, ao nível dos glomérulos, ao nível dos vasos sanguíneos, ao nível das
articulações
•
– Envolve reações por linfócitos T de memória
• O primeiro contacto sensibiliza o indivíduo
• Contactos subsequentes estimulam as reações
– As reações são retardadas em um ou mais dias (reação de hipersensibilidade retardada)
Fase Sensibilização (fase assintomática onde o doente desenvolve os linfócitos T contra um
antigénio): Não qual se formam linfócitos T auto-reativos, mas se não houver mais contacto com a substância que se
vai induzir, nada acontece. Mas se houver contacto, já há linfócitos T específicos contra esse alergénio e é na fase de
ilicitação que se desenvolve a patologia clínica.
Fase de elicitação: responsável pela sintomatologia clínica, quando se entra em contacto com o
mesmo alergénio
• Dermatite de contacto alérgica (níquel, veneno da Hera, etc) (bijuteria tem níquel, normalmente usa-se ouro ou
prata que tem menos)
• Lepra
Células infetadas ao nível intracelular são destruídas por linfócitos T e
• Tuberculose/prova da tuberculia
enzimas líticas libertadas por macrófagos ativados
• Leishmaniase
• Rejeição de transplantes (linfócitos T vão destruir as células transplantadas)
O veneno da Hera tem compostos que são eletrofílicos, estabelecem ligações covalentes com proteínas da pele
que leva a uma alteração desta proteína → reação de hipersensibilidade contra proteínas endógenas que foram
modificadas por xenobióticos (acontece o mesmo com o níquel)
• É uma reação imunológica mediada por células a um antigénio e que envolve linfócitos específicos desse antigénio
• Fase de sensibilização (1 semana ou mais)
• Fase de elicitação (1-3 dias)
• Desaparecimento em 2-3 semanas após cessação de exposição ao alergénio
• Não tem cura, forma-se os linfócitos T de memória e não há retrocesso possível, a única cura é evitar o contacto
com o alergénio quando for possível
Numa 1ª fase, o alergénio entra em contacto com a pele, as células dendríticas captam o alergénio, abandonam a
pele e migram para o gânglio linfático onde apresentam o linfócito, se este tiver um recetor específico que
reconheça este complexo ocorre a proliferação de linfócitos que se vão transformar em linfócitos efetores que
passam do gânglio para a circulação sanguínea e espalham-se pelo organismo. E se houver contacto com o mesmo
alergénio, há a resposta elícita que demora 2-3 dias.
• Níquel (Ni) (10% das mulheres que usam adereços com níquel são alérgicas)
• Outros metais (crómio, mercúrio)
• Parafenilenodiamina (PPD)
• Outros alergénios presentes em: – adesivos – cosméticos – corantes – vestuário – plantas
A causa da dermatite de contacto alérgica nem sempre é fácil de ser identificada pois as possibilidades são diversas
Testes epicutâneos
(re-exposição, de forma controlada, da pele do dorso do doente a substâncias
químicas em concentrações não irritantes; depois de 48 horas faz-se uma primeira
leitura; novas leituras deverão ser feitas 24 a 48 horas depois da primeira leitura)
Doenças auto-imunes
• O sistema imunológico vê os antígenos “próprios” como “não-próprios”
• Multifatorial e modulado por fatores genéticos, fatores ambientais (agentes infeciosos, drogas), hormônios
(estrogênios) e idade
• ~ 5% dos europeus têm doenças auto-imunes
- Em média, as mulheres são 2,7 vezes mais propensas a desenvolver essas doenças do que os homens
(envolvimento do estrogénio)
• A resposta autoimune resulta em dano ao tecido:
- Em alguns órgãos (específicos de órgãos) ou em todo o corpo (sistêmico)
• A maioria não tem causa conhecida ou cura - o tratamento visa controlando os sintomas
• Há predisposição genética e, em algum momento da vida, há um agente externo (agente infecioso, fármaco,
tóxico) que despoleta o desenvolvimento da doença
- Específico de órgãos:
- Esclerose múltipla (SNC)
- Diabetes Juvenil (pâncreas-
ilhéus de Langerhans)
- Febre reumática (coração)
- Doença de Grave (tiroide)
- Tireoidite de Hashimoto
(tiroide)
- Sistémico:
- Lúpus Sistêmico Eritematoso (manifestações cutâneas, nos rins, …)
- Artrite reumatoide (predominância nas articulações, mas os sintomas são gerais)
- Autoanticorpos para fator intrínseco (glicoproteína produzida pelas células parietais do estômago que ligam a
vitamina B12 e promove sua absorção no íleo)
(Imunodeficiências)
• Ocorre quando alguma parte do sistema imunológico sistema está com defeito ou faltando
- células T, células B, fagócitos ou complemento
- aumento da suscetibilidade à infeção
• Essas deficiências são agrupadas como:
- primário: hereditário ou congênito
• Imunodeficiência combinada grave (SCID)
- secundário: adquirido
• Infeção por HIV
Diabetes
- Insulina
- Glucagon
- Amilina
- Adrenalina (medula das suprarrenais) hiperglecemiante (associada ao stress e nesta
situação, os tecidos precisam de glucose)
- Cortisol (sintetizado no córtex da suprarrenal) hiperglecemiante
- Hormona de crescimento
O principal estímulo para a síntese de insulina é a própria glicos proveniente da dieta e embora aa e ác. gordos
também tenham um papel reduzido, pois trata-se de uma hormona anabólica.
A própria insulina (feed-forward) induz a libertação de insulina através de um
mecanismo regulador autócrino. Mais insulina libertada, mais induz a sua síntese e
mais induz a sua libertação
Na célula normal, o metabolismo da glucose leva ao ↑ ATP → encerramento de
canais de K+ dependentes de ATP→ despolarização → abertura de canais de Ca2+
sensíveis à voltagem → ↑ [ca2+]i → exocitose da insulina armazenada nos grânulos
do aparelho de Golgi
As células β tem transportadores que são proteínas transmembranares com a
função de permitir a difusão facilitada de acordo com o gradiente de concentração –
GLUT 2 (transportadores da glucose tipo 2) → estes funcionam como sensores que detetam a hiperglicemia pós-
prandial e permitem a entrada de glicose de acordo com o gradiente de concentração. A glucose vai ser logo usada
pela célula através da via glicolítica e do ciclo de Krebs.
Dentro da célula vai haver um aumento da razão de ATP/ADP (aumento do balanço energético da célula), estas
dispõe de canais de potássio dependes de ATP que com este aumento promove ao fecho destes canais e
manutenção do potássio dentro da célula → despolarização da membrana das células β que são sensíveis aos canais
de cálcio (dependentes da voltagem), estes abrem e o cálcio entra na célula de acordo com o gradiente de
concentração → aciona o processo de exocitose da insulina já sintetizada e armazenada nas vesículas do aparelho de
Golgi → libertação da insulina na corrente sanguínea → facilita a entrada da glucose nos tecidos que dependem dela
para obter a glucose
Há vários recetores de superfície que são ativados por alguns neurotransmissores e hormonas que vão influenciar
a secreção de insulina
Existem outros elementos da dieta que podem induzir a
libertação de insulina como ácidos gordos livres
A célula apresenta recetores metabopróticos associados a
proteínas G que reconhecem os ácidos gordos livres provenientes
da dieta e induzem a libertação de cálcio a partir do Retículo
Sarcoplasmático que induz a exocitose da insulina pré-sintetizada
A secreção de insulina também depende dela própria, tem
recetores de tirosina-cinase que são ativados pela própria insulina
A libertação de insulina também é influencia pelo Sistema nervoso autonómico e consequentemente vamos ter
recetores muscarínicos (sensíveis à acetilcolina, M3, funções endócrinas, libertação de IP3, libertação de cálcio pelo
retículo sarcoplasmático que induz a exocitose da insulina pré-sintetizada e armazenada no aparelho de Golgi) e
recetores adrenérgicos (metabopróticos associados a proteínas G, associados os recetores β positivamente a
adenilciclase → aumentam o AMPc , e temos os recetores α-2 que estão negativamente associados à adenilciclase
→ reduzem o AMPc) nas células β
O AMPc é um mensageiro secundário que vai ativar uma proteína cinase A (dependente do AMPc), esta vai
encerrar os canais de potássio → despolarização → abertura dos canais de cálcio → induzir a libertação de insulina
O recetor GLP1 (de uma hormona sintetizada num intestino e libertada em circunstância pós-prandiais), é uma
encretina (encrementar/aumentar a libertação de insulina) cuja função é estimular as células β para a secreção de
insulina
O sistema nervoso Parassimpático é ativado num processo de digestão, a acetilcolina é a que tem uma ação
excitatória sobre o sistema gastrointestinal e prepara-o para a digestão química e física dos alimentos
No músculo esquelético aumenta a captação e utilização de glicose (glicólise); aumenta a síntese de glicogénio;
aumenta a captação de aminoácidos o que induzirá o aumento da síntese de
proteínas.
No fígado aumenta a síntese de glicogénio e aumenta utilização de glicose
(glicólise).
No tecido adiposo aumenta a captação e utilização de glicose (glicólise);
aumenta a síntese de TG, aumenta a captação de lipoproteínas.
Estimula a acetil CoA carboxilase; inibe a fosfoenolpiruvato carboxicinase e a
glucose-6- fosfatase
A secreção de insulina durante o dia é de natureza pulsátil e rítmica sendo os pulsos de maior amplitude e
frequência após uma refeição
Existe sempre secreção basal de insulina, o pâncreas,
além de aumentar a sua secreção de insulina no período
pós-prandial, liberta sempre insulina nos períodos de
jejum, esta secreção é sempre pulsátil e rítmica e
mediante uma carga de glucose a amplitude dos pulsos é
maior e com maior frequência
Os doentes com DT2 segregam quantidades normais de insulina em condições basais durante o jejum;
❖ A resposta a uma carga de glicose segregam apenas 70% daquela segregada em indivíduos saudáveis.
Poliúria: há uma hiperglicemia (glicose não entra para a célula, fica no plasma) que ultrapassa a capacidade de
filtração renal, vai se perder na urina e, sendo osmoticamente ativa, vai chamar água ao túbulo renal → aumento da
diurese → diminuição da volémia → polidipsia
Perda de peso: défice de glucose → ativam-se mecanismos catabólicos → músculo esquelético a ser usado para
libertar aminoácidos que vão ser usados pelo fígado e o tecido adiposo a sofrer lipólise (degradar triglicerídeos para
libertar ácidos gordos) → acidose metabólica → individuo perde músculo e tecido adiposo
Hálito cetónico: porque os corpos cetónicos são voláteis e são eliminadas aquando da respiração
Assim que feito o diagnostico tem que ser hospitalizados para fazer o controlo glicémico pois podem mesmo
morrer de coma cetónica
- 85 a 90 % dos diabéticos
- Hiperglicemia com/sem sintomatologia associada
- Manifesta-se na idade adulta (>45 anos)
- Mais frequente nos homens (3:2)
- Forte componente genética (40% história
familiar)
- Obesidade em 70-80% dos casos /Hiperinsulinémia com insulino-resistência
- Não obesidade em 20-30% dos casos / Hipoinsulinémia por disfunção das células β
* O diagnóstico numa pessoa assintomática nunca deve ser feito com base numa única medição de glicémia.
Estado pré-diabético quando há Alteração da glicémia em jejum progressão para a diabetes em média
num período de tempo inferior a 3 anos
Prova de tolerância à glicose oral: O individuo, depois de ter tirado plasma para medir a glicémia em jejum, vai
receber uma carga calórica de 75 g de açúcar e, ao fim de 2h, vai ser feita uma nova análise dos níveis plasmáticos.
Se tiver tudo bem, os níveis de glicemia irão estar perto dos níveis quase basais ao fim das 2h. Se o individuo tiver
um défice na secreção de insulina, os níveis de glicose não vão baixar como seria espectável
b. Apresenta alguma resistência à insulina que vai fazer com que os tecidos insulinodependentes não captem
insulina que leva à hiperglicemia que numa 1ª fase pode ser revertida porque o indivíduo ainda tem um pâncreas
que é capaz de sintetizar insulina que vai compensar a insulinorresistência. Ainda é possível atingir a euglicemía ou a
normoglicémia. Vamos ter uma hiperinsulinemia em que há uma resistência à ação da insulina, os tecidos acusam
falta de glicose e pedem ao pâncreas para sintetizar mais insulina quando o problema não é esse mas sim a falta de
resposta dos tecidos a esta (mecanismo de compensação)
Esta situação intermédia é a situação de pré-diabetes, o indivíduo faz uma glicemia em jejum fora do normal
ou se fizer um teste de tolerância à glucose oral esta vai sair diminuída. Esta não pode ser sustentada no tempo se o
doente não mudar de comportamentos como fazer mais exercício físico, controlar alimentação vai evoluir para
diabetes definitiva porque à insulinorresistência que o individuo já apresenta que vai provocar trabalho árduo do
pâncreas para secretar insulina que leva a um desgaste do orgão e vai induzir défice progressivo na secreção de
insulina por parte do pâncreas
c. Glucolipotoxicidade – toxicidade das células β pela glucose e pelos lípidos. Um indivíduo que não tome as
medidas dietéticas, a carga calórica que ingere vai acabar por se reverter numa maior demanda na secreção de
insulina que vai estimular ainda mais porque também há a libertação das incretinas (GLP-1 que vai aumentar a
secreção de insulina por parte das células β), isto não é sustentável no tempo e acaba por induzir apoptose, stress
oxidativo que culmina na construção de um défice na secreção de insulina destes indivíduos
❑ Fator de necrose tumoral (TNF-) é uma citocina que ao fosforilar o IRS-1 nos resíduos de serina previne a
interação deste substrato com a subunidade do recetor de insulina, interrompendo a via de sinalização da insulina
Acromegalia
Níveis elevados da hormona de crescimento → Estimula a lipólise / diminui utilização de glicose pelas
células
Síndrome de Cushing
Níveis elevados de cortisol → Estimula a lipólise /gluconeogénese / estimula a proteólise/ diminui
utilização de glicose pelas células
Feocromocitoma
Níveis elevados de adrenalina → (β2) Estimula a lipólise / glicogenólise /gluconeogénese. (α2) inibição da
libertação de insulina / estimulação da libertação de glucagon
Hipertiroidismo / Hipotiroidismo
Mutações gene do recetor de insulina
Mutações no gene da insulina
Mutações no DNA mitocondrial
→ Cetoacidose Diabética
Complicação + comum da DT1
É a maior causa de mortalidade em crianças diabéticas (10%)
O esófago é delimitado por um esfíncter esofágico superior (um espessamento de músculo circular estriado) e
um esfíncter esofágico inferior (um anel de 3 a 4 cm de músculo liso).
A fase esofágica da deglutição começa quando o bolus passa pelo esfíncter esofágico superior. Recetores
vagais de estiramento na parede do esófago detetam a distensão da parede produzida pelo bolus e induzem um
reflexo vagovagal, durante o qual nervos vagais motores induzem uma onda de contração que se propaga ao longo
do esófago a uma velocidade de 3-5 cm/s: é o chamado peristaltismo primário. Quando a onda de peristaltismo
primário atinge o esfíncter esofágico inferior, o esfíncter relaxa para permitir a entrada do bolus no estômago.
A distensão do esófago pelo bolus pode iniciar outra onda de contração chamada peristaltismo secundário.
Muitas vezes, ondas repetitivas de peristaltismo são necessários para limpar o esófago de alimentos. Várias
hormonas e neurotransmissores, alimentos e fármacos podem afetar o tonus da pressão do esfíncter esofágico
inferior
Sintomatologia
A acalasia do esófago é uma desordem motora na qual o esfíncter
esofágico inferior não consegue relaxar adequadamente. Como resultado,
ocorre uma obstrução (isto é, obstrução da função normal na ausência de
uma massa visível ou lesão) que se manifesta como disfagia (incapacidade de
deglutir), regurgitação e dor no peito.
Etiologia
Degeneração do plexo mientérico e perda de neurônios inibitórios que liberam VIP e NO, que dilatam o esfíncter
esofágico inferior. O esfíncter esofágico inferior é normalmente caracterizado por contração tónica com relaxamento
resultante de um arco de reflexo neuronal. Na acalasia, está ainda mais fortemente contraído e não relaxa
adequadamente em resposta à deglutição por perda parcial de neurónios na parede do esófago.
Se não ocorrer relaxamento, o bolo alimentar não entra no estômago e acumula-se no esófago que pode
provocar uma distensão exagerada deste (megaesófago) provocada por uma constrição excessiva do esfíncter
esofágico inferior que não relaxa para permitir a entrada do bolo alimentar para o estômago
O complexo mientérico tem neurónios excitatórios (promovem a contração da musculatura lisa e a secreção de
glândulas) quer inibitórios (sintetizam peptídeo intestinal vasoativo (VIP) e o NO (monóxido de azoto) que terão
como função o relaxamento da musculatura lisa). O músculo esquelético tem que ter uma contração tónica
constante e sustentada para o orgão manter a sua anatomia.
Complicações
O esófago em casos avançados de acalasia pode conter tanto quanto 1 L de material infetado pútrido, impondo
alto risco de pneumonia por aspiração. Sem tratamento, os doentes exibem perda de peso grave com agravamento
da dor torácica, ulceração da mucosa, infeção e rutura ocasional do esófago, culminando na morte.
dor abdominal ou torácica crónica, leve, agressiva ou ardente resultante da erosão superficial ou
profunda da mucosa gastrointestinal.
■ Complicações como
– hematémese ou melena (presença de sangue
no vómito), perfuração e infeção
■ Etiologia
– Excessiva produção de ácido (através de
alimentos que estimulem a acidez gástrica como a
cafeína, álcool…) ou diminuição dos mecanismos de
proteção da mucosa (prostaglandinas) e infeção por
helicobacter pylori
Caracterizada por infiltração de células inflamatórias com atrofia da mucosa gástrica que leva à morte das
células parietais e perda de glândulas gástricas funcionais.
Hiperémia: tecido em que se nota os vasos sanguíneos por causa da vasodilatação. Há um processo
inflamatório crónico
A capacidade de secretar ácido gástrico é progressivamente reduzida, e os
níveis séricos de gastrina são elevado numa tentativa de restaurar a atividade
das células parietais.
A atrofia leva à atrofia das próprias glândulas gástricas e à disfunção das
células parietais → défice de secreção de HCl que tenta ser compensada pelo
aumento da secreção de gastrina (ação parácrina sobre as células parietais)
→ alterações fenotípicas da mucosa → desenvolvimento de carcinomas
O aumento compensatório de gastrina que poderá levar uma hiperplasia
da mucosa gástrica → podem surgir gastrinomas
A gastrite atrófica pode ser uma doença puramente auto-imune associada
a produção de autoanticorpos contra as células parietais, fator intrínseco e
gastrina, mas também pode ser o resultado da infeção por H. pylori.
Em última análise pode evoluir para anemia perniciosa por diminuição da
absorção gástrica de vitamina B12.
A perda crônica de massa celular parietal ou atividade pode levar a hiperplasia endócrina gastrointestinal
compensatória de células G reativas. Progressão para um tumor neuroendócrino produtor de gastrina (gastrinoma).
A infeção subjacente por H. pylori pode levar a uma infiltração inflamatória e linfoma.
A cratera da úlcera é frequentemente cercada por uma área da mucosa intacta, mas inflamada, sugerindo que a
gastrite é uma lesão predisponente ao desenvolvimento de úlcera gástrica.
A maioria das úlceras gástricas ocorrem na curvatura menor do estômago. A submucosa e a muscular da
mucosa apresentam lesão penetrante.
Etiologia
– Défice dos mecanismos de proteção da mucosa na presença de
secreção ácida normal
– Alterações na motilidade gástrica: por refluxo duodenal de bílis
devido a um piloro complacente; atraso no esvaziamento gástrico com retenção
do quimo e aumento da secreção ácida e de gastrina
– Fatores de risco (AINEs, tabagismo, stress, infecção por H. pylori)
A úlcera duodenal apresenta-se com dor epigástrica 1-3 horas após as refeições
Consequência da infeção por H. pylori, resposta
inflamatória e aumento da secreção ácida
Predisposição genética
As úlceras duodenais estão associadas a menor risco
de desenvolvimento de adenocarcinoma gástrico porque os
doentes com úlcera duodenal não são propensos a
apresentarem atrofia de células parietais; as úlceras
duodenais são causadas pela secreção ácida durante o esvaziamento gástrico.
Os complexos mioelétricos migratórios levam 90 minutos para
atravessar o intestino delgado. No momento em que o complexo
mioelétrico migratório atinge o íleo, outro começa no estômago.
Durante a alimentação, os complexos mioelétricos migratórios são
substituídos por contrações breves (alguns segundos em cada local) e
restrito a pequenos comprimentos de intestino (alguns centímetros).
As contrações fásicas servem tanto para misturar como propelir
alimentos no intestino delgado. As contrações segmentadas rítmicas
fornecem a principal atividade de mistura local no intestino delgado.
A estimulação química ou mecânica localizada no intestino delgado resulta numa contração no lado oral do
estímulo e relaxamento no lado anal. Essas respostas são controladas pelo sistema nervoso autonómico. O intestino
dispõe de um sistema nervoso intrínseco que regula o seu
funcionamento. Neurónios sensoriais que respondem a produtos
químicos (por exemplo, ácidos) ou estímulos mecânicos (estimulando a
mucosa ou estiramento do músculo com um bolus de digestão) ativam
interneurónios ascendentes excitatórios, que então inervam neurónios
motores excitatórios. Esses neurónios libertam neurotransmissores
excitatórios, acetilcolina (ACh) e substância P, que ativa recetores em
células musculares para desencadear a contração. Os neurónios
sensoriais também excitam interneurónios descendentes inibitórios
que inervam neurónios motores inibitórios. Eles, por sua vez, libertam
neurotransmissores inibitórios, VIP e óxido nítrico, que relaxam o
músculo circular.
Para que haja propulsão dos alimentos ao longo do trato intestinal, vamos ter que ter a contração (pelos
neurónios excitatórios) nas porções proximais do intestino e o relaxamento (pelos neurónios inibitórios) das porções
distais para que os alimentos possam progredir ao longo do trato intestinal
Alterações nesta rede neuronal poderá levar a alterações no trânsito intestinal como diarreia ou obstipação
consoante haja alterações nos neurotransmissores inibitórios ou excitatórios
❑ Fatores genéticos
❑ ambientais (microorganismos patogénicos, microbiota, dieta, resposta imunitária alterada (ratinhos Knockout
para o inibidor da IL-20 têm um perfil de citocinas TH1 e desenvolvem inflamação intestinal espontânea; anticorpos
monoclonais contra o TNF-α reduz a inflamação nestes animais e doentes com a patologia)
❑ Fatores psicológicos
Sintomatologia
■ Diarreia
■ Dor abdominal
■ Náuseas e vómitos
■ Febre moderada
■ Sensação de distensão abdominal piorada com as refeições
■ Perda de apetite e peso (podem provocar atraso de desenvolvimento e problemas de crescimento em
adolescentes)
■ Fraqueza e cansaço (por causa da má absorção de alimentos)
■ Nas fezes pode haver eliminação de sangue, muco ou pus.
Em contraste com a doença de Crohn, a inflamação na colite ulcerosa é restrita à mucosa do cólon e do reto.
Afeta mais a mucosa (é mais superficial)
Tipicamente começa na junção anorretal e estende-se proximalmente.
Tipicamente apresenta-se com diarreia sanguinolenta e má absorção
Há um risco aumentado de adenocarcinoma, que aumenta com a duração da
doença. A doença crónica também pode levar a dano da camada muscular,
levando a megacólon, uma área dilatada de parede fina com fraca motilidade,
que é suscetível a ruptura (desaparecimento das haustras). Na mucosa, a lesão
crónica e ulceração pode levar ao excesso de tecido de granulação que se projeta
no lúmen do intestino (pseudopolipos) e pode haver a sua degeneração e levar
ao desenvolvimento de cancro do colón
Ocorre mais proeminentemente no cólon e no qual a mucosa e submucosa evaginam através da camada
muscular subjacente