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Patologia

Introdução (aula 1)
Conceito: Estudo dos transtornos das moléculas, → Agentes lesivos
células, tecidos e funções, que ocorre em tecidos - Microorganismos patogênicos (bactérias,
vivos contra agentes lesivos, eventos carenciais vírus, etc)
ou distúrbios genéticos. - Temperatura (extremos calor/frio)
- Radiação (X e UV)
- Força mecânica intensa (traumas)
- Distúrbios nutricionais
- Fatores genéticos
→ Aspectos de um processo de doença
(patologia engloba:)
- Etiologia - o que causa?
- Patogenia - qual o caminho para o
desenvolvimento dessa doença (alterações
no organismo humano causadas pelo
agente agressor)
- Alterações morfológicas - macro e
microscópicas (métodos de diagnóstico)
- Distúrbios funcionais e significado clínico
(diagnóstico) - quais as funções que estão
sendo alteradas nessa pessoa e quanto
isso é significativo para o prognóstico (bom
ou ruim)
Célula normal - Homeostasia - equilíbrio
→ Sob qualquer tipo de estresse ou estímulo
nocivo algo vai acontecer nessa célula.
→ Então essa célula tende a se adaptar a essa
realidade de estresse, porém essa adaptação tem
um limite e quando esse limite extrapola entramos
no processo de lesão celular. Essa célula pode
perder a capacidade de adaptação por N motivos,
exemplo é nutrição inadequada, deficiência de
oxigenação
● Célula normal → sobre estresse → Amostras de patologia
adaptação → prdee capacidade de → Citopatologia (células)
adaptação → lesão celular ● Raspado
→ Já quando a célula é estimulada por um ● Secreções
microorganismo patogênico (estímulo nocivo) ela ● Líquidos
não se adapta, vai direto para o processo de lesão ● Punção aspirativa
celular → Histopatologia (tecidos)
● Se essa lesão for leve e transitória - lesão ● Biópsia
reversível - se eu retiro o estímulo nocivo ● Peça cirúrgica
ou razão do estresse aquela célula se ● Necropsia
recupera
● Se essa lesão for intensa, progressiva e FATORES DETERMINANTES
duradoura - lesão irreversível - célula Fatores que diretamente causam lesões ou
morre - morre por necrose ou apoptose doenças - se esse fator está presente, haverá
doença
→ Nutrição (depende da quantidade que é ou n → Idade (ex: neoplasia, doenças
ingerida para se tornar determinante) neurodegenerativas)
→ Temperatura → Gênero (ex: Câncer de mama)
- Hipotermia - deficiência na → Raça (ex: neoplasia de pele)
termorregulação (recém nascidos), → Imunodeficiências congênitas (predisposição a
anestesia (35°: cessa atividade outros agentes)
enzimáticas e celulares) - Extrínsecos - estranhos ao organismo
→ Congelamento: gangrena seca (morre por (meio externo)
necrose) e crioterapia (congelamento intensional → Nutrição (ex: carência vitamina D e cálcio -
terapêutico) fraturas ósseas)
- Hipertermia → Umidade
→ Intermação: produção excessiva de calor (ex: → Temperatura
alguma reação alérgica a medicamentos, → Estresse (homeostasia)
academia) → Substância imunossupressoras (tratamento
→ Insolação: exposição excessiva aos raios quimioterápicos)
solares
→ (Febre não entra como fator determinante de O que é importante na patologia?
lesão mesmo que seja uma hipertermia, febre é → Diagnóstico
consequência de algum agente lesivo, sinal
clínico) Tipos de diagnósticos:
- Queimaduras - desnaturação local de → Morfológico: Quando informamos o órgão
proteínas por aumento de temperatura do alterado e a lesão observada. Ex: enterite
meio externo hemorrágica (enterite vem de intestino -órgão- e
→ Primeiro grau - lesão leve em epiderme, fica hemorragia quer dizer sangue -lesão-)
um eritema (vermelhidão) → Etiológico: agente que está causando a lesão.
→ Segundo grau - lesão na epiderme e derme Ex: Mycobacterium tuberculosis
com eritema e vesículas/bolhas → Definitivo: Nome da doença. Ex: tuberculose
→ Terceiro grau - epiderme, derme e hipoderme → Presuntivo: suspeita
(pode ter exposição de nervos e gorduras, pele
carbonizada) Como estabelecer o diagnóstico?
- Pressão localizada (de forma crônica) - → Exames macroscópico
diminuição do aporte sanguíneo - Biópsia
- Luz - radiação UV - lesões actínicas → Ablativas ou excisionais: Extirpação de toda
(exposição crônica) lesão
- Agentes químicos e biológicos patogênicos → Incisional: retira parte da lesão
- produtos tóxicos, parasitos, fungos, - Necropsia - observação de
bactérias e vírus órgãos/sistemas
- Causas mecânicas - traumas (acidentes),
obstrução (por parasitos), deslocamento → Exames microscópicos:
(devido algum acidente as vísceras podem - Citopatológico/histopatológico
se deslocar) e incisão (cirurgia) - Citoquímico/histoquímico: localiza
estruturas celulares ou moléculas usando
FATORES PREDISPONENTES - intrínsecos e atividade enzimática
extrínsecos - Imunocitoquímico/imunohistoquímico:
Fatores que predispõem o organismo a utiliza anticorpos para detectar antígenos
desenvolver alguma doença - não quer dizer que em tecido ou células
haverá uma doença mas estaremos mais - Cultura: manutenção e multiplicação in
predispostos a tal fato vitro de células vivas
- Intrínsecos - próprios do indivíduo → Citopatológico
- Punção aspirativa por agulha fina (PAAF)
- Esfoliativa: raspado, imprint, swab, escova metabólica ou funcional, acima ou abaixo do
ginecológica normal, sem comprometer a sua sobrevida.
→ Histopatológico
Tecido é cortado em pedaços pequenos e depois Estágios na resposta celular ao estresse e aos
em uma bateria de agentes para a produção de estímulos nocivos
lâminas

Descrição de lesões macroscópicas


Antes de tudo … normal ou alterado? como
sabemos se o órgão está alterado ou não

Consideramos normal aquilo que é apresentado


na maioria da população
*Não necessariamente passa pelos estágios de
→ Localização: termos anatômicos apropriados; forma cronológica (ex: consumir soda cáustica)
bilaterais ou não; simétricas ou não
→ Cor: cores básicas
→ Tamanho: centímetros
→ Volume? mililitros ou litros
→ Peso: peso do paciente também
→ Forma: oval, plano
(tomar cuidado com subjetivos)
→ Consistência: macio (lábios), firme (ponta do
nariz), duro (testa). Fluido, pastoso, sólido,
arenoso.
→ Número: quantidade de lesões presentes
similares. De 1 a 10 dezenas, centenas…
→ Extensão: indicar porcentagem ou razão do
órgão afetado. Processos que mantêm a população celular
→ Descrever conteúdo caso houver nos tecidos adultos
→ Odor
→ Distribuição
- Difusa: totalidade do órgão atingido
- Focal: lesão é única
- Multifocal: mais de um foco
- Extensa localizada: grande parte, mas não
a totalidade (informar porcentagem)
- Tempo de evolução: aguda ou crônica

Adaptação Celular
* Estimulação da proliferação - tumor
Introdução:
* Interfere nos processos adaptativos das células
↪ Alterações no meio ambiente das células
provocam ruptura da homeostase (estado de
equilíbrio) e podem resultar em dano celular.
Ciclo celular e tipos de células
● Insulto celular pode não ser um patógeno -
↪ Existem tecidos com diferentes tipos de células
estresse nocivo (ex: pegar muito peso)
↪ Células lábeis - em divisão contínua (tecido
↪ Dependendo da alteração ocorrida e do tipo
hematopoiético e de revestimento)
celular afetado poderá haver adaptação quando
↪ Células perenes - permanente sem divisão
as células estabelecem novos níveis de atividade
(neurônios e miócitos cardíacos)
↪ Células quiescentes - estáveis (fígado) ● Causa comum de sangramento menstrual
anormal
Hiperplasia ● Desequilíbrio entre estrógeno (mais) e
↪ Aumento no número de células de um órgão ou progesterona
tecido, geralmente resultando em um aumento de ● A hiperplasia patológica representa um
seu tamanho. solo fértil onde a proliferação cancerosa
↪ Apesar de a hiperplasia e a hipertrofia serem pode finalmente ocorrer. Assim, as
dois processos distintos, frequentemente ocorrem pacientes com hiperplasia do endométrio
juntos e podem ser desencadeadas pelos apresentam um risco maior de desenvolver
mesmos estímulos externos. câncer endometrial
● Ex.: o crescimento do útero ↪ Hiperplasia prostática benigna:
↪ A hiperplasia ocorre se a população celular for ● Exemplo comum de hiperplasia patológica
capaz de sintetizar DNA, permitindo, assim, que induzida por hormônios, neste caso os
ocorra a mitose; por outro lado, a hipertrofia androgênios.
envolve o aumento do volume celular sem que ● Hiperplasia patológica - displasia -
ocorra divisão celular. neoplasia (câncer)
● Restrita a órgãos com células lábeis ou Mecanismos da hiperplasia:
quiescentes (não ocorre no coração e no ↪ Produção local de fatores de crescimento
cérebro) Aumento dos receptores de fatores de
Fatores limitantes: crescimento nas células envolvidas
↪ Suprimento sangüíneo; ● A hiperplasia ocorre em locais onde as
↪ Integridade morfo-funcional; células ao redor estejam preservadas (não
↪ Inervação; ocorre em massa tumoral com integridade
↪ Capacidade proliferativa. das células comprometida)
Causas (fisiológicas ou patológicas) ↪ Ativação de determinadas vias de sinalização
1. Aumento da demanda funcional intercelular
2. Aumento do estímulo hormonal
Hiperplasia fisiológica: Hipertrofia:
↪ Hiperplasia hormonal: A qual aumenta a ↪ A hipertrofia se refere a um aumento no
capacidade funcional de um tecido quando é tamanho das células, resultando em um aumento
necessário. no tamanho do órgão. Assim o órgão hipertrofiado
● Proliferação do epitélio glandular da mama não tem nenhuma célula nova, só células maiores.
feminina e do útero na puberdade e ↪ Hipertrofia X Edema: na hipertrofia, a célula tem
durante a gravidez todos os seus componentes aumentados (núcleo,
↪ Hiperplasia compensatória: Na qual ocorre reticulos e etc) já no edema a célula está apenas
aumento da massa tecidual após dano ou cheia de líquido (água, sangue ou linfa)
ressecção parcial. ● Diferenciável microscopicamente
● Proliferação de células hepáticas residuais ↪ Células capazes de se dividir podem responder
e regeneração do fígado com hiperplasia ou hipertrofia, porém as células
● A fonte dos fatores de crescimento e/ou que não se dividem só respondem com hipertrofia
agente estimulador não está bem-definida. ↪ A hipertrofia se refere a um aumento no
● Pode ocorrer a partir de células tamanho das células, resultando em um aumento
remanescentes ou de células-tronco. no tamanho do órgão. Assim o órgão hipertrofiado
Hiperplasia patológica: não tem nenhuma célula nova, só células maiores.
↪ A maioria das formas de hiperplasia patológica (para na fase de mitose)
é causada pela estimulação excessiva das células Fatores limitantes:
alvo por hormônios ou por fatores de crescimento. ↪ Fornecimento de O2
↪ Hiperplasia endometrial: ↪ Inervação
● Exemplo de hiperplasia hormonal anormal; ↪ Integridade celular
↪ Fornecimento de nutrientes
↪ Limitado suprimento vascular para as fibras hipotrofia. Ela representa uma forma de resposta
hipertrofiadas; de adaptação e pode culminar em morte celular
↪ Diminuição da capacidade oxidativa da ↪ Quando um número suficiente de células está
mitocôndria; envolvido, o tamanho do tecido ou órgão diminui
↪ Alterações na síntese; ou se torna atrófico.
↪ Alterações do citoesqueleto ↪ Dependendo da causa, pode ser localizada ou
Mecanismo da hipertrofia muscular pelo aumento generalizada.
da carga de trabalho Causas (fisiológicas ou patológicas)
↪ Maior utilização de aminoácidos ↪ Diminuição da demanda funcional (atrofia
↪ Maior consumo de oxigênio muscular pela imobilização)
↪ Maior síntese de proteínas e lipídeos ↪ Perda da inervação
↪ Maior Conteúdo de miofibrilas, mitocôndrias e ↪ Diminuição do suprimento sanguíneo (isquemia)
REL ↪ Deficiência nutricional (nutrição inadequada)
↪ Maior síntese de DNA, bloqueio em G2 e ↪ Diminuição do estímulo hormonal (atrofia das
poliploidia gônodas na pós-menopausa)
Hipertrofia da musculatura esquelética: ↪ Envelhecimento (atrofia cerebral pela
↪ Os músculos hiperdesenvolvidos resultam de arteriosclerose)
um aumento no tamanho de cada fibra muscular ● Aterosclerose - placa que obstrui o
em resposta a um aumento na demanda. suprimento sanguíneo (arteriosclerose
↪ Assim a carga é dividida por uma massa maior causada pelo envelhecimento favorece a
de componentes celulares e cada fibra muscular é aterosclerose que é uma patologia)
poupada do trabalho excessivo, evitando, assim, ↪ Pressão (física - tumor)
ser lesionada. Atrofia fisiológica
Hipertrofia das glândulas mamárias: ↪ Comum durante as fases iniciais do
↪ A prolactina e o estrogênio causam hipertrofia desenvolvimento. Algumas estruturas
dos seios durante a amamentação. embrionárias sofrem atrofia durante o
↪ É um exemplo de hipertrofia fisiológica induzida desenvolvimento fetal. (notocorda atrofia para dar
pela estimulação hormonal. (hipertrofia + origem ao ducto tireoglosso)
hiperplasia) Mecanismo da atrofia muscular pela perda da
Evolução: inervação
↪ Regressão ↪ Menor utilização de aminoácidos
↪ Degeneração e morte celular ↪ Menor consumo de oxigênio
↪ Poliploidia em células perenes ↪ Menor síntese de proteínas
↪ Hiperplasia em células lábeis e estáveis ↪ Menor conteúdo de miofibrilas, mitocôndrias e
REL
Hipoplasia Morfologia:
↪ Alteração quantitativa da reprodução celular. ↪ Macroscopia - Coloração parda
Com diminuição da população celular em ↪ Microscopía óptica - Pigmento lipofuscina
determinado órgão ou tecido; as células (acumulada nos vacuolos autofágicos)
conservam a morfologia e a função. Porém esta é ↪ Microscopia eletrônica - Autofagia e corpos
diminuída. residuais
↪ Normalmente causa genética (patológica) * Apesar de as células atróficas apresentarem
↪ Patológica: Má formação de embrião no útero uma função reduzida, elas não estão mortas
(rim hipoplásico congênito). Mecanismo de atrofia - Sistema
↪ Fisiológica: Involução do timo em adultos ubiquitina-proteossomo

Atrofia / Hipotrofia
↪ A redução no tamanho da célula devido à perda
de substância celular é conhecida como atrofia/
induzir transformações malignas no epitélio
metaplásico.

Evolução:
↪ Regressão
↪ Progressão para degeneração e morte celular

Metaplasia
↪ É uma alteração reversível na qual um tipo de
célula adulta (epitelial ou mesenquimal) é
substituído por outro tipo de célula adulta. Isso
pode representar uma substituição de adaptação
de células que são sensíveis ao estresse por tipos
celulares mais capazes de sobreviver ao ambiente
adverso.
↪ Causas
● Irritação crônica
Metaplasia do tipo escamoso para o colunar
● Agressão mecânica repetida
↪ Esôfago de Barrett: O epitélio escamoso
● Irritação prolongada pelo calor local
esofágico é substituído por células colunares
● Irritação química prolongada
semelhantes a células intestinais sob a influência
● Inflamação crônica
de refluxo de ácido gástrico. Tumores cancerosos
Metaplasia do epitélio colunar para o
podem surgir nessas áreas.
escamoso
Mecanismo:
↪ Ocorre no trato respiratório em resposta à
↪ A metaplasia não resulta de uma alteração no
irritação crônica.
fenótipo de uma célula diferenciada; ao contrário,
↪ Na pessoa que fuma, as células epiteliais
é o resultado de uma reprogramação de células
colunares ciliadas normais da traquéia e dos
tronco que sabe-se existir nos tecidos normais ou
brônquios são geralmente substituídas,
de células mesenquimatosas indiferenciadas
focalmente ou extensamente, pelo epitélio
presentes no tecido conjuntivo
escamoso estratificado.
↪ A diferenciação de células-tronco em uma
↪ O epitélio escamoso estratificado, mais
linhagem em particular ocorre por meio de sinais
resistente, é capaz de sobreviver em
gerados por:
circunstâncias nas quais o epitélio colunar
● Citocinas
especializado, mais frágil, provavelmente teria
● Fatores de crescimento
sido destruído. Mas apesar delas sobreviverem,
● Componentes da matriz extracelular
perde-se um importante mecanismo protetor: a
Evolução:
secreção de muco desaparece.
↪ Regressão
↪ A metaplasia epitelial é uma espada de dois
↪ Progressão para neoplasia
gumes e, na maioria das vezes, representa uma
mudança indesejável. Se as influências que
Displasia
predispõem à metaplasia persistirem, elas podem
↪ Difere da metaplasia pois há o aumento do tentar atingir o estado de homeostase após passar
número de células e não apenas a modificação por uma agressão. Assim, esses processos
das células podem modificar a estrutura celular e tecidual dos
↪ Difere da hiperplasia pois as células com órgãos para que a função do mesmo seja mantida
aumento numérico são modificadas gerando o menor prejuízo possível para o corpo.
↪ Aumento da proliferação celular
↪ Perda progressiva da diferenciação celular Cite cinco exemplos de atrofia, mencionando
↪ Surgimento de atipias celulares e da arquitetura sua causa respectiva.
tecidual Atrofia muscular devido a imobilização de
↪ Lesão mais próxima da neoplasia algum membro causada pela diminuição da
↪ Causas demanda funcional; Atrofia de algum órgão
● Irritação crônica causada pela diminuição do suprimento
● Agressão mecânica repetida sanguíneo (isquemia); Atrofia das gônadas na pós
● Irritação prolongada pelo calor local menopausa causada pela diminuição do estímulo
● Irritação química prolongada hormonal; Atrofia cerebral causada pela
● Inflamação crônica aterosclerose vinculada ao envelhecimento;
Atrofia generalizada devido a uma deficiência
Progressão de alterações adaptativas no colo nutricional.
uterino
*Causa = inflamação crônica Como pode evoluir uma atrofia?
↪ Endocérvice normal (epitélio cilíndrico simples) A atrofia pode evoluir para regressão uma
- Hipertrofia - Hiperplasia de células de reserva - vez que o agente nocivo é retirado ou para
Metaplasia escamosa - Displasia - Neoplasia degeneração e morte celular caso a agente
persista e as células não sejam mais capazes de
Progressão de alterações adaptativas nos se adaptar.
brônquios
* Causas = Tabagismo e Inflamação crônica Todas as células do organismo podem se
↪ Mucosa brônquica normal (epitélio adaptar por hiperplasia? Explique.
pseudo-estratificado cilíndrico ciliado) - Hipertrofia Não, apenas as células lábeis ou
- Hiperplasia de células basais - Metaplasia quiescentes podem se adaptar por hiperplasia
escamosa - Displasia - Neoplasia pois são capazes de sintetizar DNA, permitindo,
assim, que ocorra a mitose. Dessa forma, células
cardíacas e neurônios não são capazes de se
adaptar desta maneira.

Quais são as causas e as condições para o


desenvolvimento de hipertrofia?
As causas para o desenvolvimento de
hipertrofia podem ser fisiológicas, como é o caso
da hipertrofia muscular devido ao aumento da
carga de trabalho no exercício físico, ou
patológica, quando trata-se de um agente
agressor, gerando a resposta adaptativa. Dessa
forma, a hipertrofia pode estar ligada com o
aumento da demanda funcional ou com o
Estudo Dirigido Adaptação Celular aumento do estímulo hormonal.

O que você entende por adaptação celular? Defina metaplasia e cite dois exemplos,
Adaptação celular trata-se de processos mencionando a causa respectiva.
pelos quais determinadas células passam a fim de
A metaplasia é o processo no qual um tipo
de célula (epitelial ou mesenquimal) é substituído
por outro tipo celular a fim de tornar a região mais
capaz de reagir ao ambiente que está sendo
danificado. A metaplasia que ocorre no trato
respiratório em resposta à irritação crônica (por
causa do fumo, por exemplo) é a substituição do
epitélio colunar pelo epitélio escamoso. Já no
esôfago de Barrett ocorre a substituição do
epitélio escamoso do esôfago pelo colunar
semelhante a células intestinais a fim de
responder ao refluxo de ácido gástrico.

Defina displasia e cite dois exemplos,


mencionando a causa respectiva.
A displasia trata-se da resposta adaptativa Definição:
com aumento de proliferação de células com ↪ Perante diversas formas de agressão às
características distintas ou atípicas. É a resposta células, principalmente às parenquimatosas,
mais próxima da neoplasia (câncer). Como sendo excedidos os limites da resposta adaptativa
exemplo, tem-se a displasia do colo uterino devido ao estímulo, ou quando a adaptação não é
a inflamação crônica e a displasia dos brônquios possível, segue-se uma sequência de eventos,
por causa do tabagismo. genericamente chamada de lesão celular.
↪ A lesão celular é reversível até um certo ponto,
Cite os diferentes tipos de agressores à célula dependendo da intensidade e da persistência do
e exemplifique. estímulo, bem como da susceptibilidade (células
Como agressores celulares tem-se desde perenes, lábeis e seu estado nutricional…) da
agentes patológicos, como vírus, bactérias e célula afetada e da sua capacidade em manter-se
fungos, até agentes químicos como as viável.
substâncias do tabaco e da poluição atmosférica,
além de agentes físicos como pode ser o caso de Princípios relevantes nas lesões celulares
inalar ou ingerir corpos estranhos - vidro. ↪ A resposta celular a estímulos nocivos depende
do tipo da lesão, sua duração e sua gravidade.
Lesões Reversíveis ● Pequenas doses de toxina X grandes
doses
Adaptação celular, lesão reversível e ↪ As consequências da lesão celular dependem
irreversível do tipo, estado e grau de adaptação da célula
danificada.
● Ex: célula estriada da perna pode ser
colocada em repouso absoluto para se
recuperar mas a célula muscular do
coração, não
↪ A lesão celular resulta de anormalidades
funcionais e bioquímicas em um ou mais
componentes celulares essenciais .

Locais de dano celular e bioquímico na lesão


celular.
↪ Acúmulo de água no interior das células
Aspectos morfológicos:
1. Macroscopia
● Aumento de peso e volume do órgão
● Coloração mais pálida - acúmulo de água
tende a comprimir os vasos sanguíneos
gerando uma menor circulação sanguínea
e coloração mais pálida
2. Microscopia
● Células com aumento do volume,
tumefeitas
● Citoplasma com aspecto granuloso,
acidófilo ou vacuolizado
● Vacúolos opticamente vazios (HE)
○ desidratação na preparação da
lâmina
Causas:
↪ Todas as agressões que alteram os
mecanismos de controle do equilíbrio
hidroeletrolítico das células
● Agressões diretas à membrana células
(agentes físicos, químicos e biológicos)
* Mudanças morfológicas na célula - na adaptação
● Agressões que reduzem a atividade
celular ocorre a manutenção dos componentes da
mitocondrial e a fosforilação oxidativa
célula, já na lesão reversível tem-se bolhas de
(hipóxia)
membrana, tumefação do RE e das mitocôndrias,
● Agressões que reduzem a síntese proteica
figura de mielina e liberação do conteúdo dos
e alteram a estrutura das membranas
lisossomos (enzimas digestivas)
permitindo o maior fluxo de água (agentes
tóxicos)
Degenerações intracelulares (sinonímio)
↪ As células que experimentam lesão reversível,
Degenerações por acúmulo intracelular de
apresentam alterações bioquímicas que afetam o
lipídeos
seu metabolismo e resultam em acúmulo de
substâncias no interior das células.
↪ O termo degenerações intracelulares se refere a
lesão celular reversível cuja característica
morfológica fundamental é o acúmulo de
substâncias no interior da célula.
↪ Classificação de acordo com o tipo de
substância acumulada:
● Água
● Lipídeos Lipidoses
● Glicídeos ↪ Acúmulo intracelular de outras formas de
● Proteínas lipídeos (não triglicerídeos)
↪ Evolução e consequências ↪ Classificação de acordo com o depósitos de
1. Controle ou fim da agressão: regressão da colesterol e seus ésteres
lesão reversível e retorno ao estado normal
2. Persistência da agressão: progressão para I. Lipidoses locais:
lesão irreversível e morte celular ● Aterosclerose:
↪ Doença causada pelo acúmulo de lipídeos nas
Degeneração hidrópica artérias que podem ser fabricados pelo próprio
organismo ou adquiridos através dos alimentos. ● Doença de Gaucher
Começa quando os monócitos migram da corrente ↪ Deficiência da enzima b glicosidase.
sanguínea e depositam-se nas paredes arteriais, ↪ Acúmulo de glicosil-ceramido (ou cerasina) em
passando então a acumular gorduras dentre elas células do sistema reticuloendotelial (SER): polpa
(principalmente o colesterol) e formando as placas vermelha do baço, fígado e medula óssea.
ateroscleróticas ou ateroma ↪ As células de Gaucher (macrófagos muito
↪ As artérias afetadas perdem elasticidade e à aumentados) podem ser vistos em aspirados de
medida que essas placas de gordura crescem, a medula óssea.
tendência é a luz estreitar-se. Eventualmente ↪ Há hepatoesplenomegalia. Em adultos, o
essas placas até podem romper havendo o sistema nervoso central é normal. Em crianças,
contato das substâncias no interior da placa com que têm uma forma mais grave, há severo retardo
o sangue, favorecendo a formação do trombo. mental.
↪ Placa mole, placa dura, placa complicada e ● Doença de Tay-Sachs
placa calcificada ↪ Idiotia amaurótica familial infantil ou
↪ Micrografia: é possível observar cristais de gangliosidose GM2
colesterol (branco - xilol na produção da lâmina) ↪ Nesta doença autossômica recessiva, a
↪ X arteriosclerose - envelhecimento da artéria deficiência de hexosaminidase A leva a acúmulo
● Xantomas de gangliosídeo GM2 em neurônios de todo o
↪ É uma acumulação subcutânea de lipídios em SNC, inclusive os da retina.
forma de nódulos ou placas amarelados. ↪ As células ficam abaladas e vão degenerando
↪ Têm uma quantidade variável de colágeno, progressivamente. Na retina, a região da mácula,
macrófagos e tecido fibroso. que tem menor número de corpos celulares,
↪ Podem ser firmes, com mais colágeno, ou destaca-se ao exame do fundo de olho como área
moles, com predominância de macrófagos e mais vermelha (Sinal de Tay, ou da mácula em
tecido fibroso em geral. cereja).
↪ Observados em pacientes com ↪ A doença cursa com amaurose (cegueira)
hipercolesterolemia (consumo exacerbado de precoce e severo retardamento mental. É
colesterol) percebida já no primeiro ano de vida e leva à
↪ Micrografia: cristais de colesterol e macrófagos morte em 1 a 2 anos.
espumosos / células de Gaucher (células
arredondadas com núcleo lateralizado parecendo Esteatose
células adiposas) ↪ Lesão reversível com acúmulo de triglicerídeos
em células que normalmente não os armazenam
II. Lipidoses sistêmicas: (fígado, rins e coração)
↪ Doença de armazenamento de esfingolipídeos e Sinonímia:
seus produtos, decorrentes da falta ou deficiência ● degeneração gordurosa
de enzimas lisossômicas encarregadas da ● metamorfose gordurosa
demolição de gangliosídeos e cerebrosídeos até Aspectos morfológicos:
esfingosina e ácidos graxos. 1. Macroscopia
↪ Quando uma das enzimas falta (geralmente por ● Aumento de peso e volume do órgão
um defeito autossômico recessivo), toda a cadeia ● Consistência diminuída (órgão amolecido)
é interrompida, e há acúmulo do substrato da ● Coloração amarelada
enzima deficiente. (o que difere de uma doença 2. Microscopia
para outra é a enzima que se encontra ausente) ● Citoplasma com aspecto vacuolizado
● Doença de Niemann-Pick ● Vacúolos opticamente vazios (HE) -
↪ Deficiência de esfingomielinase. confunde-se com os vacúolos da
↪ Acúmulo de esfingomielina. degeneração hidrópica, necessidade de
↪ Há hepatoesplenomegalia (aumento do fígado e coloração específica
baço), retardamento mental severo e morte ● Vacúolos Sudan positivo - tecido fresco
precoce. sem passar pelo formal e a técnica mais
comum de preparação de lâmina Degenerações por acúmulo intracelular de
(criostato) glicídeos
Metabolismo normal dos lipídeos nos hepatócitos ↪ Depósito anormal de glicídeos nas células,
como resultado de agressão, ou por deficiência
metabólica de origem genética que favorece o
acúmulo de glicogênio ou de mucopolissacarídeos
● Deficiência enzimática nas vias de quebra
do glicogênio - aporte
↪ Classificação de acordo com a causa e o
mecanismo:

I. Glicogenoses
↪ Doença de Von Gierke ou tipo I
● deficiência de glicose-6-fosfatase,
● acúmulo de glicogênio,
● afeta fígado e rins,
● mortalidade 50%.
● Micrografia: glicogênio marcado com PAS
↪ Doença de Pompe ou tipo II
● deficiência de α-1,4-glicosidase,
● acúmulo de glicogênio,
↪ Os agentes lesivos causam esteatose por ● distribuição generalizada (músculos
interferirem nos diferentes passos do metabolismo estriados, coração),
lipídico, como: ● mortal.
- Aumento da síntese de lipídeos
- Produção de AG a partir do excesso de acetil II. Mucopolissacaridoses
coA (que não encontra condições de rápida ↪ Síndrome de Hürler ou gargoilismo deficiência
oxidação no ciclo de krebs) de α-L-iduronidase, acúmulo de dermatan-sulfato
- Diminuição na utilização de TGD (carência de em fibroblastos, características anatomo-clínicas:
ATP) grave retardamento mental, deformidades
- Diminuição na formação de lipoproteínas esqueléticas, opacificação da córnea, morte antes
- Distúrbios no deslocamento das vesículas dos 10 anos.
(atrapalha a saída do lipídio do órgão) ↪ Suspeita clínica: alta dosagem de GAG na urina
Causas mais comuns:
↪ Ingestão abusiva de etanol III. Infiltração glicogênica
● O metabolismo do álcool produz acetil coa ↪ Causa: Diabetes
em excesso que acaba sendo usado para
síntese de AG no hepatócito. Além disso, o
metabolismo de muito etanol consome
NAD inibindo ciclo de Krebs e levando ao
acúmulo de acetil coa - AG - triglicerídeos
● O acetaldeído, oriundo da degradação do
etanol é danoso às membranas do retículo
endoplasmático e isso também causa
lesão dentro das células favorecendo a
esteatose
↪ Órgãos mais afetados: Rins, fígado
↪ Estados de hipóxia,
↪ Macroscopia: sem grandes alterações
↪ Desnutrição protéico - calórica,
↪ Microscopia:
↪ Agentes tóxicos (CCl4)
● citoplasma com aspecto vacuolizado
● vacúolos opticamente vazios (HE)
● vacúolos com conteúdo PAS positivo - Acúmulo de lipídio = Vacúolo vazio +
↪ Glicogênio acumulado nas Alças de Henle, citoplasma das células ao redor mais
células hepáticas e células β das ilhotas de rosado/escuro
Langerhans. - Acúmulo de proteína = Vacúolo vazio mas
com corpúsculos hialinos dentro (roxos)
Degenerações por acúmulo intracelular de
proteínas Estudo Dirigido Lesão Reversível
↪ Lesão reversível com acúmulo intracelular de
proteínas de origem endógena ou exógena Baseado no aspecto morfológico, quais são as
↪ Nomenclatura diversas denominações do edema
● degeneração hialina intracelular?
● infiltração hialina O edema intracelular pode ser denominado
↪ Aspectos morfológicos degeneração hidrópica (acúmulo de água),
1. Macroscopia degeneração por acúmulo de lipídio, degeneração
● sem grandes alterações por acúmulo de glicídeos e degeneração por
2. Microscopia acúmulo de proteínas.
● citoplasma com aspecto homogêneo e
vítreo O que significa degeneração gordurosa?
● coloração acidófila Como podem ser classificadas?
↪ Classificação de acordo com a causa e o Degeneração gordurosa trata-se do
mecanismo acúmulo intracelular de lipídeos que não sejam
● por absorção de proteínas exógenas triglicerídeos. Podem ser classificadas em
seguida de coagulação intracelular, na lipidoses locais (aterosclerose e xantomas),
glomerulonefrite crônica lipidoses sistêmicas (Doença de Niemann-Pick,
● por coagulação das próprias proteínas Doença de Gaucher e Doença de Tay-Sachs) e
celulares em estados tóxico-infecciosos, esteatoses.
intoxicações e infecções viróticas
↪ Exemplos por coagulação das próprias Explique o que são as glicogenoses. Cite um
proteínas celulares exemplo.
● Corpúsculo hialino de Mallory, em As glicogenoses são um tipo de
hepatócitos, no alcoolismo crônico e na degeneração intracelular causada pelo acúmulo
hepatite virótica de glicídeos, onde há deficiência enzimática nas
● Corpúsculo de Councilman-Rocha Lima, vias de quebra do glicogênio, causando acúmulo
em hepatócitos, na febre amarela do mesmo. Um exemplo é a Doença de Von
● Degeneração de Zenker, em músculos Gierke caracterizada pela deficiência na enzima
esqueléticos, na febre tifóide, difteria e glicose-6-fosfatase.
leptospirose
● Degeneração de Margarinos-Torres, em Quais são as degenerações intracelulares que
músculo cardíaco, na febre tifóide, difteria se manifestam microscopicamente com a
e leptospirose vacuolização citoplasmática das células
● Corpúsculo de Russell, em plasmócitos, parenquimatosas?
nas inflamações agudas (salmonelose) e As degenerações causadas por acúmulo
crônicas (osteomielite) de água, lipídeo e proteína se manifestam
microscopicamente com vacuolização
*Prática: citoplasmática. O acúmulo de lipídeos pode ser
- Degeneração hidrópica = Vacúolo vazio + diferenciado através da marcação de Sudan.
citoplasma granuloso das células ao redor
(mais claro) Defina esteatose e explique dois possíveis
mecanismos de instalação desta patologia.
A esteatose caracteriza-se como uma ● O processo de desintegração das células
lesão reversível de acúmulo de triglicerídeos em mortas é realizado pelas próprias enzimas
células que normalmente não os armazenam, lisossômicas da célula afetada.
como por exemplo, fígado, rins e coração. Os 2. Heterólise
possíveis mecanismos de instalação podem ser: ● O processo de desintegração das células
produção de AG a partir do excesso de acetil coA, mortas é realizado pelas enzimas
que ao não encontrar condições de rápida lisossômicas dos leucócitos
oxidação no ciclo de krebs, se acumula; ou polimorfonucleares que chegam ao tecido
diminuição na utilização de TGD devido a carência morto, e pelas enzimas do sangue.
de ATP.
Morfologia da célula morta:
↪ Microscopia eletrônica
Lesões Irreversíveis 1. Alterações citoplasmáticas
● defeitos na membrana celular . aumento
Morte celular: da eosinofilia (ou acidofilia)
↪ Células que sofreram lesões irreversíveis ● rompimento dos lisossomas
invariavelmente sofreram alterações morfológicas ● lise do RE
que são reconhecidas como morte celular. ● figuras mielínicas (massa espiralada
↪ Existem dois tipos de morte celular, necrose e composta por fosfolipídios derivados da
apoptose, que diferem quanto a sua morfologia, membrana)
mecanismos e papéis que desempenham nas ● tumefação mitocondrial
doenças e fisiologia. ● grandes densidades na matriz mitocondrial
2. Alterações nucleares
Necrose: ● Cariólise: Basofilia da cromatina diminuída,
↪ As células que experimentam lesão irreversível, alteração que reflete a atividade da DNase
apresentam um conjunto de alterações (fragmenta o núcleo)
morfológicas em decorrência da desorganização ● Picnose: Encolhimento do núcleo e
progressiva da estrutura da célula, a qual ocorre aumento da basofilia. O DNA
pela ação de enzimas após a morte celular. aparentemente se condensa em uma
↪ O termo necrose indica a morte celular no massa basofílica, sólida, encolhida.
organismo vivo, seguida de fenômenos de lise ou ● Cariorréxis: O núcleo picnótico ou
desintegração total do tecido afetado. parcialmente picnótico sofre fragmentação.
Com o passar do tempo (1 ou 2 dias) o
núcleo da célula necrótica desaparece
totalmente.

↪ A aparência morfológica da necrose resulta da


desnaturação das proteínas intracelulares e da ↪ Microscopia óptica:
digestão enzimática da célula. 1. Alterações nucleares (picnose, cariorrexe e
1. Autólise cariólise)
2. Alterações citoplasmáticas (acidofilia)
característico da morte por hipóxia das células de
todos os tecidos, exceto o cérebro.
↪ Causa
● anóxia e agentes coagulantes
↪ Macroscopia
● área necrosada bem delimitada, mais
consistente e pálida
↪ Microscopia
● alterações nucleares características
* Citoplasma com coloração mais escura ● citoplasma gelificado, opaco, acidófilo
* Grande acúmulo de células inflamatórias ● arcabouço celular preservado (início)

Evolução:
↪ Eliminação (absorção ou drenagem)
↪ Reparo (regeneração - fígado ou cicatrização -
SN)
↪ Encistamento (tuberculose)
● Calcificação (distrófica)

Classificação:
↪ De acordo com a causa, o órgão atingido e o
aspecto morfológico
↪ Isquemia (diminuição de fluxo sanguíneo para
um tecido) é a causa mais comum
↪ Alterações que caracterizam a lesão como
irreversível:
● Intensa tumefação de mitocôndria
● Lise extensa da membrana plasmática
● Tumefação (ruptura) de lisossomos

Necrose de coagulação ou necrose isquêmica


↪ Implica a preservação do contorno básico da *Lesão em forma de cuia: vértice apontado para
célula por pelo menos alguns dias. Os tecidos área de interrupção (micro trombo) e a base
afetados apresentam uma textura firme. apontando para a superfície
↪ Presumivelmente, a lesão ou o aumento *Alo hiperêmico: alo avermelhado ao redor da
subseqüente da acidose intracelular desnatura lesão indicando resposta inflamatória
não somente as proteínas estruturais, mas
também as enzimas, bloqueando, assim, a Necrose de liqüefação
proteólise celular. ↪ É característica de infecções bacterianas focais
↪ O infarto do miocárdio é um ótimo exemplo em ou, ocasionalmente, fúngicas, pois os
que células acidófilas, coaguladas, sem núcleo microorganismos estimulam o acúmulo de células
podem persistir por semanas. inflamatórias.
↪ Finalmente, as células necrosadas são ● Quanto mais células inflamatórias, mais
removidas por fragmentação e fagocitose dos digestão o tecido vai sofrer - liberação de
restos celulares por leucócitos removedores e enzimas - heterólise
pela ação de enzimas lisossômicas proteolíticas ↪ Importante: Por razões desconhecidas, a morte
trazidas pelos leucócitos que migram para a de células do sistema nervoso central por hipóxia
região. geralmente leva à necrose de liquefação.
↪ O processo de necrose de coagulação, com ● Composição lipídica do encéfalo
preservação da arquitetura geral do tecido, é
↪ Independente da patogenia, a liquefação digere aparentemente compostos por células coaguladas
completamente as células mortas. O resultado fragmentadas, e fragmentos granulares amorfos
final é a transformação do tecido em uma massa cercados por uma borda inflamatória distinta
viscosa. chamada de reação granulomatosa.
↪ Se o processo foi iniciado por uma inflamação ↪ Importante: Ao contrário da necrose de
aguda, o material geralmente é amarelo cremoso coagulação, a arquitetura tecidual está
devido a presença de leucócitos mortos, sendo completamente destruída.
chamado de pus. ↪ Causa
↪ Causa ● Tuberculose (99%) e outras inflamações
● anóxia no tecido nervoso por fungo
● inflamações purulentas ↪ Macroscopia
↪ Macroscopia ● área necrosada tem consistência pastosa
● área necrosada tem consistência mole, ou friável e seca, sem brilho, cor
semifluida ou liqüefeita esbranquiçada ou amarelada
↪ Microscopia ↪ Microscopia
● dissolução total do tecido alterações nucleares características
● leucócitos polimorfonucleares massa homogênea, acidófila, sem
degenerados preservação do arcabouço celular

Necrose gangrenosa
↪ Apesar desta necrose não ser um padrão
distinto de morte celular (subtipo da necrose
isquêmica), o termo ainda é comumente utilizado
na clínica cirúrgica.
↪ É geralmente usado em relação a um membro,
especialmente a região inferior da perna, que
perdeu seu suprimento sanguíneo e desenvolveu
necrose de coagulação.
↪ Quando há uma infecção bacteriana
concomitante, a necrose de coagulação é Esteatonecrose ou necrose do tecido adiposo
modificada pela ação de liquefação das bactérias ↪ A necrose gordurosa é um termo bem aceito no
e dos leucócitos que são atraídos para a região meio médico, mas na realidade não identifica um
(conhecida como gangrena úmida). padrão específico de necrose.
↪ Na realidade ela descreve áreas de destruição
Necrose caseosa de gordura que ocorre tipicamente como resultado
↪ Ao exame microscópico, o foco necrótico se da liberação de lipases pancreáticas ativadas no
parece com fragmentos granulosos amorfos, parênquima pancreático e na cavidade peritoneal.
↪ Histologicamente, a necrose se apresenta com
focos de adipócitos necrosados de contornos
sombreados, com depósitos basofílicos de cálcio,
cercados por uma reação inflamatória.
↪ Causa
● ação de lipases (pancreatite aguda)
● traumatismo
↪ Macroscopia
● área necrosada esbranquiçada com
manchas em “pingo de vela”
↪ Microscopia
● dissolução do tecido
● depósito de material basófilo (marcação de
cálcio)

Apoptose fisiológica
↪ É um fenômeno normal que funciona para
eliminar as células que não são mais necessárias
e para manter, nos tecidos, um número constante
das várias populações celulares
↪ A destruição programada de células durante a
embriogênese (implantação, organogênese e
metamorfose)
↪ A involução dependente de hormônios nos
adultos (colapso endometrial durante o ciclo
menstrual)
↪ A eliminação celular em populações celulares
em proliferação (epitélio da cripta intestinal para
manter um número constante)
↪ Na resposta inflamatória aguda (neutrófilos) e
na resposta imunológica (linfócitos)
● Depois de terem prestado sua função no
local, sofrem apoptose
↪ Eliminação de linfócitos auto-reativos
potencialmente danosos (antes ou depois de
* Adipócitos sombreados por cálcio (presença terem completado seu amadurecimento)
também de cristais) -arroxeado ● Doença autoimune
* Ruptura das membranas do adipócito
Apoptose patológica
Apoptose ↪ Elimina células que estão alteradas sob o
↪ É a via de morte celular que é induzida por um aspecto genético ou lesadas de tal modo que não
programa intracelular altamente regulado, no qual podem ser reparadas, sem iniciar uma reação
as células destinadas a morrer ativam enzimas acentuada no hospedeiro, mantendo assim, a
que degradam o seu DNA nuclear e as proteínas lesão tão contida quanto possível.
citoplasmáticas. ↪ Morte celular produzida por vários estímulos
↪ A célula morta é eliminada rapidamente, antes nocivos (ex.: se a lesão ao DNA por radiação, não
que o seu conteúdo possa extravasar e, dessa puder ser reparada, a célula ativa a via da
forma, esse tipo de morte celular não desencadeia apoptose. Pode ser melhor do que arriscar
uma reação inflamatória pelo hospedeiro. mutações e translocações no DNA)
↪ A lesão celular em várias doenças viróticas
(hepatite B, na qual a perda das células infectadas
ocorre por apoptose)
↪ A atrofia patológica dos órgãos
parenquimatosos após obstrução ductal (pâncreas
e rins)
↪ A morte celular nos tumores (durante a
regressão, mas que também ocorre em tumores
em crescimento)
↪ Estímulos nocivos que causam aumento na
permeabilidade mitocondrial.

Morfologia
↪ Encolhimento celular *Acúmulo de cromatina periférica
↪ Condensação da cromatina
↪ Formação de bolhas citoplasmáticas e corpos Características bioquímicas da apoptose
apoptóticos 1. Degradação de proteínas
↪ Fagocitose das células apoptóticas ou corpos ↪ A hidrólise de proteínas ativa as caspases que
celulares, geralmente pelos macrófagos. estão presentes em células normais como
↪ Histologicamente, nos tecidos corados por HE a pré-enzimas inativas e precisam ser ativadas para
apoptose envolve células isoladas ou pequenos induzir câncer. As caspases ativadas clivam
aglomerados de células. proteínas celulares vitais, destruindo a estrutura
↪ A célula apoptótica se apresenta como uma celular e o citoesqueleto, além de ativar as
massa arredondada ou ovalada com citoplasma DNAses, que degradam o DNA nuclear.
intensamente eosinofílico e densos fragmentos de 2. Decomposição do DNA
cromatina nuclear. ↪ Os fragmentos podem ser visualizados pela
eletroforese, ajudando na identificação da
apoptose
↪ Decomposição do DNA em grandes pedaços de
50 a 300 quilobases
↪ A identificação da apoptose é importante pois
se a taxa de apoptose estiver alta é um bom sinal
em tumores cancerígenos (maior do que a taxa de
proliferação)
3. Reconhecimento fagocitário
↪ Como o encolhimento celular e a formação de ↪ Corpos apoptóticos expressam fosfatidilserina
corpos apoptóticos ocorre rapidamente e os na camada mais externa
fragmentos são rapidamente fagocitados, a ↪ Isso faz com que a célula seja identificada, pois
apoptose em um tecido pode ser considerável se liga a corantes especiais como a Anexina V
antes de se tornar aparente nas secções ↪ Também permite o reconhecimento pelos
histológicas. macrófagos, resultando na rápida fagocitose.
↪ Além disso, a apoptose – em contraste com a
necrose – não estimula a inflamação, tornando Mecanismos de apoptose
sua detecção histológica mais difícil. ↪ A cascata de eventos moleculares pode ser
ativada pela via extrínseca ou intrínseca e a partir
dela ocorre a ativação de caspases
● Os macrófagos liberam substâncias que
identificam células apoptóticas e as
opsonizam
● Este processo é tão eficiente que as
células apoptóticas desaparecem sem
deixar vestígios e sem causar inflamação.

↪ A via extrínseca (Morte iniciada por Receptor)


● Ativação de receptores de morte celular
presentes na superfície das células
● TNF tipo 1 / Fas - Pré-caspase 8 -
Caspase 8 ativa - Fase efetora da
apoptose
● FLIP ptn: inibe a caspase 8 ativa de chegar
na fase efetora (Alguns vírus e células

Bloco 2
normais possuem este inibidor)
↪ A via intrínseca (Mitocondrial)
● Sem a participação dos receptores de
morte
● A essência da via intrínseca é o equilíbrio Inflamação
entre as moléculas pró-apoptóticas e
protetoras que regulam a permeabilidade Conceito:
mitocondrial e a liberação de indutores da ↪ É uma resposta protetora direcionada para
morte que normalmente estão presos eliminar a causa inicial da lesão bem como as
dentro das mitocôndrias. células e tecidos necróticos que resultam do
● Aumento da permeabilidade mitocondrial + insulto inicial, sendo caracterizada como:
Liberação de moléculas próapoptóticas no ● reação local
citoplasma ● reação complexa (envolve vários tipos
● Bcl-2 (família de 20 ptns que regulam a celulares)
apoptose (Bcl-2 e Bcl-x)) ● reação do tecido conjuntivo vascularizado
● Células expostas ao estresse - a ● reação benéfica (infecção) ou maléfica
permeabilidade da membrana mitocondrial (crônica - artrite reumatóide)
aumenta, liberando ptns ativadoras de
caspases (citocromo c) - Diminuição de Causas:
Bcl-2 e Bcl-x - Aumentando Bak/bax/bim ↪ Todos os agentes que têm a capacidade de
(membros próapoptóticos) irritar as células (tirar a célula do estado de
↪ A Fase Efetora homeostase)
● Família das caspases (10 membros) ● agentes físicos (lesões térmicas)
○ Caspases iniciadoras: 8 e 9 ● agentes químicos
○ Caspases efetoras: 3 e 6 ● agentes biológicos (infecções de bactérias)
● Clivam proteínas do citoesqueleto e da ● produtos da necrose
matriz nuclear, rompendo assim o ● produtos da reação imune
citoesqueleto e levando à destruição do
núcleo. Fenômenos inflamatórios:
↪ Remoção de células mortas ↪ Irritativos; Vasculares; Exsudativos; Alterativos
● Marcadores da superfície celular facilitam (degenerativo-necróticos); Produtivos (reparativos)
o reconhecimento por células fagocitárias
Classificação: Fase Irritativa
↪ De acordo com o tempo de duração e a ↪ A agressão determina modificações nas células
morfologia diretamente atingidas, desencadeando fenômenos
↪ Aguda - Curta duração (minutos até semanas); irritativos ,os quais levam a liberação (ex.:
fenômenos vasculares e exsudativos. histamina), síntese (ex.: prostaglandinas) e/ou
↪ Crônica - Longa duração (meses até anos); ativação (ex.: complemento) de uma ou mais
fenômenos produtivos substâncias químicas que são responsáveis pelo
desencadeamento dos fenômenos subsequentes.
● Atração de células para o local com
Inflamação Aguda liberação de agentes químicos, síntese de
outros e ativação de cascatas
Conceito ↪ Participantes da inflamação
↪ É uma resposta rápida à lesão ou a micróbios e ● Células do tecido conjuntivo: Mastócitos,
outras substâncias estranhas, que é designada a fibroblastos e macrófagos;
levar leucócitos e proteínas plasmáticas para os ● Leucócitos; •Plaquetas; •Fatores da
locais da lesão. coagulação; •Fibras elásticas e colágenas;
↪ Processo inflamatório de curta duração, que se •Proteoglicanos.
caracteriza pela predominância dos fenômenos
vasculares e exsudativos, embora também
ocorram os outros

Sinais cardinais:
↪ Manifestações externas que resultam das
alterações vasculares e do recrutamento de
células inflamatórias para o local
I. Calor: Hiperemia arterial com aumento da
temperatura local (o contato com a gente
etiológico faz com que haja a liberação de
histamina que promove uma vasodilatação
que aumenta a movimentação das células Fase Vascular
no local - cinética) ↪ Fenômenos vasculares ativados:
II. Rugor: Vermelhidão – exsudação de vasoconstrição transitória; vasodilatação; abertura
células sanguíneas (hemácias e dos esfíncteres pré-capilares; hiperemia ativa
leucócitos) ● Permite a cinética aumentada entre as
III. Tumor: Se instala devido aos sinais células (calor e rugor)
anteriores, acúmulo de líquido e células ↪ Pode permitir modificações da hemodinâmica
IV. Dor: Compressão das fibras nervosas capilar: hemoconcentração e estase sanguínea
locais devido ao acúmulo de líquidos e de ● O fluxo sanguíneo deixa de ser rápido e
células, agressão direta às fibras nervosas torna-se lento, permitindo a concentração
e ação farmacológica sobre as fibras de hemácias estagnadas (sangue viscoso
nervosas. e sangue mais lento - formação estase e
V. Perda da função: Decorrente do tumor trombo)
(principalmente em articulações, ● A medicação anti inflamatória atua
impedindo a movimentação) e da própria impedindo que esse fluxo se torne lento
dor dificultando as atividades locais.
↪ Exemplos: Gastrite e esofagite / Dermatite *Logo no início da vasodilatação, quando se inicia
(candidíase) a fase de fluxo mais lento, os leucócitos deixam a
região central da corrente sanguínea e começam
Fisiopatologia a se deslocar na margem do fluxo.
Fase Exsudativa
↪ Fenômenos exsudativos ativados:
● Modificações da permeabilidade vascular
(iniciados na fase anterior)
● Aumento da pressão hidrostática - saída
de líquido dos capilares para os tecidos
↪ Exsudação de líquidos e proteínas plasmáticas -
Formação do edema inflamatório (exsudato -
tumor)
● Exsudação de leucócitos
● PMN neutrófilos
● Monócitos / macrófagos
Diferença entre exsudato e transudato:
↪ Exsudato: Fluido inflamatório extravascular que
possui alta concentração de proteínas, fragmentos
celulares e gravidade específica maior que 1020
● Coloração amarelada e turva
↪ Transudato: Fluido com pequeno valor proteico
e com gravidade específica menor que 1012
↪ Principais leucócitos na inflamação aguda
● Saída do fluido de ultrafiltrado de plasma
● Neutrófilos - fase aguda (2 dias);
● Comum em edemas que não são
inflamatórios (pessoas que retém líquido)
Os PMN maduros medem
● Não tem presença de calor nem de rugor
10-20µm de diâmetro e têm
núcleo segmentado, com 3
* Mas o quê pode promover um aumento na
a 5 lóbulos. No citoplasma
permeabilidade vascular nas vênulas, que permita
contém grânulos de 2 tipos:
a saída do plasma/exsudato, para que o edema
azurófilos (lisossomos) – 10
no interstício se instale?
a 20%; e os específicos
● Mecanismos de extravasamento vascular e
(lisozima e lactoferrina)
formação do edema inflamatório
● Os mecanismos podem agir ao mesmo
● Macrófagos - fase
tempo
aguda até a avançada.
As características e
propriedades dos
macrófagos variam com
sua localização e seu
estado funcional. Os
ativados, aumentam o
tamanho, o n° de
grânulos, de REG, a
capacidade de fagocitar,
de digerir, etc.
imediata na parede do órgão, a partir da qual se
iniciam os fenômenos vasculares e
exsudativos. (não apresenta calor, vermelhidão e
tumor)
↪ Outras vezes degenerações ou necroses
aparecem no transcorrer do processo inflamatório,
em decorrência de trombose na microcirculação,
da atividade de produtos das células do exsudato
ou de fenômenos imunitários (após a fase
exsudativa)

* Importante para identificar em qual patamar a


Decréscimo da resposta inflamatória:
inflamação encontra-se
↪ Diminuição da irritação → Menor produção de
mediadores (histamina) → Diminuição dos
↪ Eventos leucocitários (ainda fazem parte da
fenômenos vasculares e exsudativos
fase esxudativa)
↪ Durante o desenvolvimento da resposta
● Exsudação de leucócitos para o interstício
inflamatória, há também a produção de
○ marginação
mediadores antiinflamatórios, que aumentam a
○ aderência ao endotélio (seletinas,
medida que o processo progride.
integrinas)
○ transmigração por diapedese
● Migração em direção ao foco inflamatório
(quimiotaxia)
● Atividade fagocitária
○ reconhecimento facilitado por
opsoninas (Fc, C3) e mecanismos
microbicidas

* O exsudato desaparece devido a fagocitose de


macrófagos seguido pela sua apoptose

Fenômenos Alterativos
*(degenerativo-necróticos)
↪ Os fenômenos alterativos da inflamação são
produzidos por ação direta ou indireta do agente * Possibilidades de evolução da inflamação aguda
inflamatório e podem aparecer no início ou no ● Resolução do quadro com estabelecimento
decurso da inflamação. da normalidade, evolução para cura por
fibrose ou evolução para inflamação
↪ Na agressão pela soda cáustica sobre a crônica
mucosa do esôfago, por exemplo, surge necrose
● Abscesso (deposição de restos celulares, ● Ex.: Laringe de pacientes com difteria -
proteínas e líquido rosa - pus) obstrução da glote
* Fibrose - linhas, deposição de fibrina
inicialmente e colágeno depois 4. Inflamação Necrosante
↪ Acompanham-se de necrose extensa da área
Classificação: inflamada.
● Ex.: Enterocolite necrosante de
1. Inflamações Exsudativas recém-nascido
* Toda inflamação passa pela fase de exsudação
mas nessa, essa fase é mais predominante 5. Inflamação Purulenta
↪ Inflamação Serosa: Ocorrendo sobretudo em ↪ Também denominada de supurativa, esse tipo
serosas predomina a exsudação de líquido de inflamação é composta pelo pus, líquido de
amarelo-citrino, com composição semelhante à do densidade, cor e cheiro variáveis, constituído por
soro do sangue. soro, exsudato e células mortas - principalmente
● Ex: Bolha de queimadura - Corte neutrófilos e macrófagos.
transversal de bolha cutânea mostrando a ● Causadas frequentemente por bactérias.
epiderme separada da derme por uma ↪ Pode se apresentar sob várias formas como
coleção focal de derrame seroso pústula, abscesso, furúnculo, fleimão e
↪ Inflamação Fibrinosa: predomínio de exsudato carbúnculo.
fibrinoso que origina, aliado à presença de tecido ↪ Pústula: Inflamação aguda purulenta,
necrótico, placas esbranquiçadas principalmente circunscrita, da pele ou mucosas, em que o pus
sobre as mucosas e as serosas. formado se acumula entre o epitélio e o conjuntivo
● Mais graves, com maior permeabilidade subjacente, formando uma pequena elevação,
nas membranas o que permite a saída do geralmente de cor amarelada.
fibrinogênio (molécula maior) ↪ Abscesso: Inflamação purulenta, circunscrita,
● Ex: Pericardite fibrinosa - Depósitos de caracterizada por coleção de pus em uma
fibrina no pericárdio. Uma rede rósea de cavidade neoformada, escavada nos tecidos pela
exsudado de fibrina cobre a superfície propria inflamação e circundada por uma
pericárdica membrana ou cápsula de tecido inflamado.
↪ Serofibrinosa: Depósito de exsudato líquido e (aspecto líquido)
depósitos de fibrina. ↪ Furúnculo: É um abscesso da derme e às vezes
↪ Serofibrino-hemorrágica: Depósito de exsudato do subcutâneo, geralmente causado por
líquido e depósitos de fibrina somados à estafilococos que penetram nos folículos pilosos e
hemorragia. nas glândulas sebáceas. (textura pastosa)
↪ Fleimão: É a inflamação purulenta difusa na
2. Inflamações Catarrais qual o pus se "espalhada" no tecido conjuntivo,
↪ Presente em mucosas, há exsudação líquida e mas sem formar a membrana piogênica.
de leucócitos na superfície das mucosas, com ↪ Carbúnculo: É um fleimão pútrido, contendo
descamação do epitélio e secreção de muco, que, uma crosta negra. (carbunbulun = carvão
juntos, formam o catarro. pequeno).
● Ex.: Faringites e laringites

3. Inflamação Pseudo-membranosa
↪ Geralmente de origem bacteriana, na qual o
agente produz toxinas que determinam necrose Inflamação Crônica
do epitélio, iniciando o fenômeno de exsudação
de células e fibrina. Conceito:
↪ A fibrina forma uma camada espessa sobre a ↪ Processo inflamatório de longa duração,
mucosa, semelhante a uma membrana, evoluindo por mais de seis meses e caracterizado
esbranquiçada. pela predominância dos fenômenos produtivos e
reparativos, embora também ocorram os outros ● monócitos que amadurecem em
(exsudativos e vasculares) macrófagos
↪ Critérios de entendimento: ↪ Proliferação de fibroblastos (deposição de
● Cronológico: de longo prazo sem a colágeno e fibrose) e de células endoteliais
presença dos sinais cardinais (dor, tumor, originando novos vasos (angiogênese)
calor e rubor)
● Biológico: menor quantidade de Células na inflamação crônica
fenômenos exsudativos plasmáticos 1. Eosinófilos
○ sem presença de neutrófilos, ↪ Os eosinófilos possuem grânulos que contém
predominância de fibroblastos proteína básica principal, altamente catiônica que
linfócitos e macrófagos é tóxica para os parasitas, mas também causa lise
das células epiteliais dos mamíferos.
Causas: ↪ Eles podem ser benéficos no controle das
↪ Persistência do estímulo inflamatório infecções parasitárias, mas podem contribuir para
↪ Inflamações recorrentes (colescistite, o dano tecidual das reações imunológicas.
pielonefrite) ↪ O recrutamento de eosinófilos envolve o
↪ Infecções persistentes (doença de Chagas, extravasamento do
tuberculose, sífilis) sangue e sua
● Os patógenos possuem uma baixa migração para os
toxicidade, o que provoca uma tecidos e uma das
hipersensibilidade tardia (reação quimiocinas
imunológica) responsáveis por isto
↪ Doenças auto-imunes (artrite reumatóide, lupus é a eotaxina.
eritematoso)
↪ Persistência de agressores inertes, não *Célula de óculos
digeríveis (silicose) escuros

Características: 2. Mastócitos
↪ Infiltrado de células mononucleares ↪ Os mastócitos estão amplamente distribuídos
(macrófagos e linfócitos) no tecido conjuntivo e participam tanto da reação
↪ Destruição tecidual inflamatória aguda quanto
● Os produtos dos macrófagos ativados da crônica. Atuam na
eliminam agentes nocivos como os inflamação crônica
microorganismos e iniciam o processo de produzindo citocinas que
reparação, além de serem responsáveis contribuem para a fibrose.
por boa parte da lesão tecidual na ↪ A quantidade de grânulos
inflamação crônica. é tão grande que o
● A destruição tecidual é uma das principais citoplasma fica muito
características da inflamação crônica marcado
↪ Angiogênese (formação de novos vasos)
↪ Fibrose (deposição de cicatriz)
3. Linfócitos
Fisiopatologia: ↪ Os linfócitos são mobilizados em reações
imunológicas e até em reações não imunológicas.
Modificações do exsudato Usam moléculas de adesão de quimiocinas para
↪ Diminui a exsudação de PMN migrarem para os locais de inflamação. As
↪ Aumenta a exsudação de MN citocinas dos macrófagos ativados (TNF, IL-1) e
● linfócitos T e linfócitos B quimiocinas, promovem o recrutamento
● plasmócitos contribuem para deposição de leucocitário, preparando o terreno para a
anticorpos
persistência da resposta inflamatória.
↪ Possui um tamanho menor e aparece na lâmina
como um pontinho pois possui muito núcleo para
pouco citoplasma

4. Macrófago
↪ É a célula dominante na IC.
↪ São um dos componentes do sistema
fagocitário mononuclear.
↪ Os macrófagos
tissulares estão
difusamente
espalhados no tecido
conjuntivo ou
localizados em órgãos
como o fígado,
pulmões, etc * Os macrófagos ativados secretam uma
variedade de produtos biologicamente ativos, que
Interação linfócito-macrófago: se não forem controlados, resultam na lesão
tecidual e fibrose características da IC

Modificações dos macrófagos


↪ Ativação: promovem de forma mais potente a
fagocitose
↪ Transformação: ficam mais parecidos com
células epitelióides (alongadas)

↪ São os principais leucócitos na inflamação


crônica
↪ Na inflamação crônica ocorre o acúmulo de
macrófago devido a mecanismos como:
● Expressão de moléculas de adesão e
fatores quimiotáticos
● Proliferação local de macrofagos
↪ Os macrófagos apresentam antígenos para as
células t (linfócitos) e produzem moléculas ligadas ↪ Fusão: formam células gigantes multinucleadas
a membrana e citocinas que estimulam as que se juntam ao redor do agente infeccioso (ação
respostas dos linfócitos, que uma vez ativados, potencializada)
produzem citocinas (interferon gama) que vão 1. de Langhans com núcleos na periferia
ativar os macrófagos.
● Por isso são as células mais presentes na
IC

2. de corpo estranho com núcleos dispostos


ao acaso
Classificação:

1. Inespecífica
↪ Por fenômenos de autoimunidade ou por
persistência de agente que desencadeia resposta
imune humoral.
* Diferentes morfologicamente mas não ↪ Exsudato celular difuso (sem presença de
funcionalmente (importante para o diagnóstico) granuloma), com predomínio de mononucleares
(macrófagos e linfócitos), embora outros tipos
Granuloma: possam ser encontrados (plasmócitos e
↪ Um granuloma é um foco de inflamação crônica eosinófilos).
consistindo de agregados microscópicos de ↪ Fenômenos alternativos, com PMN nas áreas
macrófagos transformados em células de necrose, e fenômenos produtivos, com tecido
semelhantes a células epiteliais cercadas por um de granulação e fibrose
colar de leucócitos mononucleares, especialmente ↪ É um processo inflamatório de longa duração
linfócitos e ocasionalmente, plasmócitos. (meses ou anos), com predomínio de leucócitos
↪ Às vezes o centro do granuloma sofre necrose mononucleares, como os linfócitos, plasmócitos e
com características de necrose caseosa. macrófagos na sede da lesão.
● Como a estrutura é avascular, a tendência ↪ Freqüentemente os leucócitos são
é sofrer uma necrose isquêmica acompanhados da proliferação de fibroblastos
↪ O granuloma também pode ser formado em formando tecido conjuntivo fibroso sob a forma de
reação à substâncias estranhas, inertes, de cicatrizes em substituição ao tecido
tamanho suficientemente grande para impedir sua parenquimatoso destruído.
fagocitose por um macrófago isolado, sendo
necessária a formação de processo
granulomatoso em torno dessas substâncias. l ↪
Ex.: Granulomas em fios de sutura, e granulomas
que circundam uma farpa de madeira no tecido
subcutâneo.
● São chamados Processo Inflamatório
granulomatoso tipo corpo estranho

* Granuloma epitelióide ou imunogênico X


Granuloma de corpo estranho ou não
imunogênico
* O patógeno estaria no centro de ambos
* Quanto mais espesso o anel de fibrose, mais
tempo o granuloma está depositado no local
↪ Por persistência de agentes particulados,
inertes (silicose)
↪ Agregados celulares de macrófagos
organizados em nódulos frouxos e menores do
que os imunogênicos, os macrógafos se
transformam em células epitelióides ou se
fusionam em células gigantes multinucleadas
de corpo estranho

2. Granulomatosa ou específica

2.1 Imunogênica ou epitelióide


↪ Por persistência de agente que desencadeia
resposta imune celular (TBC, lepra, sífilis,
esquistossomose).
↪ Agregados celulares de macrófagos
organizados em nódulos avasculares, os
macrófagos se transformam em células
epitelióides ou se fusionam em células gigantes
multinucleadas de Langhans. Necrose frequente
(TBC – caseosa). Outros tipos celulares podem Reparo: Cicatrização e Regeneração
estar presentes (TBC – anel de linfócitos).
Conceito

Regeneração:
↪ Substituição do tecido morto ou lesado por
células parenquimatosas do mesmo tipo,
restituindo-se a estrutura morfológica e
funcional
↪ Resulta na restituição de tecidos perdidos
↪ Exemplos:
● Crescimento de membro amputado em
anfíbios (regeneração fidedigna)
● Crescimento do fígado após hepatectomia
parcial
● Crescimento do rim após nefrectomia
unilateral
↪ Pode ocorrer no sistema hematopoiético, nos
epitélios cutâneos ou no trato gastrointestinal
● Possuem alta atividade proliferativa
↪ Observação: O conceito de regeneração em
humanos é diferente do original pois em tecidos
com capacidade regenerativa (como o fígado) não
ocorre a regeneração de fato da parte perdida, e
2.2 Não imunogênica ou de corpo estranho sim o crescimento compensatório das que
sobraram, resultando em uma regeneração
‘modificada’

Cicatrização:
↪ Substituição do tecido morto ou lesado por
tecido conjuntivo vascularizado que resulta
finalmente em cicatriz fibrosa, sem restituição da
estrutura morfológica e funcional.
↪ Pode ser uma resposta tecidual a um ferimento
* Importante para saber que tipo de resposta uma
(pele), aos processos inflamatórios nos órgãos
lesão terá
internos ou à necrose celular em órgãos
* Um fígado que perdeu um lobo só será
incapazes de regeneração (coração e cérebro)
regenerado (crescimento compensatório) caso
↪ A cicatrização pode evoluir para a regeneração
seja um órgão saudável. Se a MEC do órgão
ou para deposição do tecido fibroso (pontual ou
estiver danificada, ocorrerá uma cicatrização.
difusa - fibrose)
↪ Exemplos:
● Ferimentos podem cicatrizar por
regeneração epitelial
● Ferimentos cutâneos incisionais e
excisionais que danificam a derme,
cicatrizam através da formação de uma
cicatriz de colágeno
● A cicatrização também ocorre no miocárdio
após infarto, pois o tecido original não é
reconstituído, sendo substituído por
colágeno
● Pericardite constritiva
● Úlceras estomacais
● Úlceras estomacais
● Cirrose hepática

* Fibroblastos - principais células

Mecanismos de regeneração tecidual:


↪ Os processos que são referidos como
regeneração em órgãos de mamíferos, na maioria,
são realmente processos de crescimento
compensatório que envolve a hipertrofia celular e
hiperplasia
↪ Progressão da preparação e o ciclo celular na seqüestram água que dá sustentação aos tecidos
replicação do hepatócito durante a regeneração moles, seus minerais dão rigidez aos tecidos
do fígado esqueléticos. Também é um reservatório de
fatores de crescimento.

Matriz Extracelular (MEC) e Interações da Matriz


Celular
↪ Colágeno: A ptn mais abundante do mundo
animal, proporciona a estrutura extracelular a
todos os organismos multicelulares.
● A força elástica do colágeno é derivada de
suas cadeias cruzadas, que são o
resultado de ligações covalentes
catalisadas pela enzima lisil-oxidase.
● Este processo é dependente de vitamina
C, e por essa razão crianças com
deficiência de ascorbato, possuem
deformidades esqueléticas e sangram
facilmente por causa da fragilidade da
membrana basal da parece vascular, e
apresentam cicatrização deficiente.
● Defeitos genéticos nos c o l á g e n o s c a
u s a m d o e n ç a s c o m o a
osteogênese imperfeita e a síndrome de
Ehlerdanlos (SED)
↪ Elastina, fibrina e fibras elásticas: Vasos
sanguíneos, pele, útero e pulmão. Conferem a
habilidade de retornar a conformação original.
Reparo por tecido conjuntivo: ↪ Proteínas de adesão celular: Imunoglobulinas
↪ O reparo ocorre pela reposição das células (interações célula célula), caderinas (Ca+),
não-regeneráveis por tecido conjuntivo, ou por Integrinas (adesão celular) e selectinas.
uma combinação de regeneração de algumas ↪ Proteoglicanas e ácido hialurônico:
células e formação de cicatriz. Proteoglicanas (sulfato de heparan, condroitina –
↪ Consiste em quatro processos sequenciais: regulam a estrutura e a permeabilidade do tec.
1. formação de novos vasos sanguíneos Conjuntivo) ; Ac. Hialurônico ( Confere ao tec.
(angiogênese); Conjuntivo habilidade para resistir compressões
2. migração e proliferação de fibroblastos; (cartilagem nas articulações)
3. deposição de MEC (formação de cicatriz);
4. maturação e reorganização do tecido Reparação por Cicatrização, Formação de
fibroso (remodelação). Cicatriz e Fibrose
↪ O recrutamento e a estimulação dos fibroblastos ↪ A cicatrização é uma resposta fibroproliferativa
(síntese de colágeno e deposição de MEC) são que “remenda” em vez de restaurar um tecido. É
conduzidos por muitos fatores de crescimento: um fenômeno complexo, porém ordenado, que
PDGF, FGF-Gama, e TGF - b e t a (tem origem no envolve um número de processos:
endotélio ativado e em células inflamatórias). ↪ Indução de um processo inflamatório em
resposta à lesão inicial, com remoção de tecido
Componentes principais da MEC danificado ou morto é o que dá início o processo
↪ A MEC é secretada localmente e agrupa-se de cicatrização que se sucede com:
numa rede de espaços em torno das células. A 1. Proliferação e migração de células
MEC tem muitas funções: Suas proteínas teciduais parenquimatosas e conjuntivas;
2. Angiogênese e tecido de granulação; 1. Emigração e proliferação de fibroblastos
3. Síntese de proteínas da MEC e deposição no local da lesão
de colágeno; 2. Deposição da MEC
4. Remodelação tecidual; 3. Remodelação tecidual
5. Contração da ferida; (Aquisição de
resistência da ferida)

Tecido de granulação:
* Não confundir com granuloma
↪ É o indicador da cicatrização.
↪ O termo deriva de sua aparência macroscópica
rósea, lisa, granular na superfície das feridas,
porém são seus aspectos histológicos que são
característicos:
● A formação de pequenos novos vasos
sanguíneos e a proliferação de fibroblastos
↪ O tecido de granulação evolui para uma cicatriz
* A cicatrização fetal ocorre sem a formação de
composta por fibroblastos fusiformes, colágeno
cicatriz
denso e fragmentos de tecido elástico

Cicatrização da ferida cutânea


* Resposta fibroproliferativa mediada por fatores
de crescimento e citocinas
↪ Primeira intenção
● Ferimentos com margens opostas
● Mais rápida, leva a formação de cicatrizes
menores
● Ex: Cicatrização de uma incisão cirúrgica
limpa, não infectada e aproximada por
sutura (cesariana)
↪ Segunda intenção
● Ferimentos com margens separada,
Angiogênese feridas maiores e lesões abertas
↪ Permitem a passagem de proteínas e células ● Mais demorada, leva a formação de
vermelhas para o espaço extravascular cicatrizes maiores
● Acompanha-se de retração do tecido (o
colágeno excessivo repuxa a ferida,
formando uma depressão no local)
● Ocorre em feridas extensas, infartos,
abscessos, granulomas

* B - via mais comum

Formação da cicatriz:
○ Ferida na face tende a cicatrizar
mais rápido devido à alta
vascularização

Complicações na cicatrização da ferida cutânea

↪ Formação inadequada do tecido de granulação


pode promover:
● Deiscência: rompimento de uma ferida
Quanto tempo leva para que uma ferida cutânea ● Ulceração da ferida
consiga sua resistência máxima, e quais ↪ Formação excessiva dos componentes do
substâncias contribuem para esta força? processo de reparação
↪ Quando as suturas são removidas normalmente ● Cicatriz hipertrófica: a deposição excessiva
ao final de uma semana, 10% da resistência da de material de cicatriz sobre o limite onde
ferida é adquirida. Após 4 semanas, a resistência a lesão foi feita
sobe para 30 % e depois do 3º mês alcança cerca ● Quelóide: cresce e excede o limite da
de 70-80% de resistência (não volta a ter 100%). lesão
O colágeno e as fibras colágenas diferenciadas ● Granulação exuberante
são as substâncias que contribuem para essa ● Contração
forma. ↪ Cicatriz hipertrófica (CH) X Quelóide
↪ Fatores sistêmicos que influenciam a ● O aspecto microscópico é semelhante: as
cicatrização da ferida fibras colágenas são irregulares, grossas e
● Nutrição: deficiência de vitamina C inibe a formam feixes distribuídos ao acaso,
síntese de colágeno (retarda a contendo capilares e fibroblastos em maior
cicatrização) quantidade do que uma cicatriz
● Condição metabólica do indivíduo convencional.
(diabetes)
● Condição circulatória pode ocasionar uma Fibrose:
oferta de sangue inadequada - atrapalha a ↪ As fibroses decorrentes de Cicatrização após
chegada das células lesão traumática ou inflamação ficam restritas a
● Condição hormonal - o uso de mesma área.
glicocorticóides pode inibir a síntese de ↪ Fibroses por agressões sistematizadas tendem
colágeno a ser difusas e a comprometer todo o órgão, não
↪ Fatores locais que influenciam a cicatrização da representando somente a substituição de partes
ferida perdidas, mas também produção excessiva de
● Infecção MEC em regiões menos afetadas da lesão.
● Fatores mecânicos (movimentação ↪ Mecanismos gerais de fibrose
exacerbada causando a separação das ● Inflamação - liberação (citocinas, fatores
margens) de crescimento ...)
● Presença de corpos estranhos ● Citocinas (IL-1, TNF- alfa, IL-6...) +
● Tamanho, localização e tipo de ferida quimiocinas (CCL2, CCL4) = proliferação e
deslocamento de miofibroblastos
↪ Exemplos:
● Fibroses hepáticas ( cirrose, etilismo
crônico, hepatite alcoólica)
● Fibrose cardíaca (cicatrizes formadas em
áreas de inflamação).
● Na hipertrofia cardíaca, o aumento da
quantidade de fibras colágenas no estroma
é maior que a hipertrofia das miocélulas.

Resumo:
● Má absorção de nutrientes
● Eventos multifatoriais
● Qualidade de vida e redução na sobrevida

Desnutrição hospitalar:
↪ Patologia presente no ambiente hospitalar que
aumenta a utilização de recursos e do custo
↪ 48,1% dos pacientes internados apresentavam
algum grau de desnutrição
↪ Maior risco: maiores de 60 anos, com infecção,
câncer e tempo de internação prolongado

Alterações da desnutrição em crianças:


↪ Diminuição das proteínas séricas e alterações
enzimáticas
↪ Lesões de pele, cabelo, unhas, coloração das
mucosas e fraqueza
↪ Atraso do crescimento físico e desenvolvimento
cognitivo
↪ Diminuição da massa muscular

Bloco 3 ↪ Redução do sistema imunológico (episódios


frequentes de infecções, falta de apetite e má
absorção)
↪ Infiltração gordurosa do fígado, com ou sem
Desnutrição
hepatomegalia
↪ Deficiências nutricionais:
Introdução:
● Alterações do metabolismo
↪ Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
● Há adaptações com o objetivo de manter a
↪ Objetivo 2: fome zero e agricultura sustentável
vida
● 2.1 - acabar com a fome
○ Manter a glicemia
● 2.2 - acabar com todas as formas de
● Redução do crescimento
desnutrição
● Atraso na capacidade intelectual e baixo
↪ 2015: 6,1 milhões de crianças sofriam de
rendimento escolar
desnutrição crônica
↪ POF: mais de 10 milhões de brasileiros vivem
Cortisol
em situação de insegurança alimentar grave
↪ Diminuição da 5-desiodinase → Diminuição de
● o total de pessoas com alimentação em
proteínas carreadoras → menos T3 livre →
quantidade suficiente no Brasil é o mais
diminuição da taxa metabólica de repouso →
baixo dos últimos 15 anos
AUMENTO dos níveis de cortisol
↪ Doenças observadas no Brasil:
↪ Essa situação:
● doenças de carência por deficiência de
● favorece a neoglicogênese
nutrientes
● favorece a liberação de ácidos graxos do
● doenças relacionadas ao excesso de peso
tecido adiposo
● doenças crônicas não transmissíveis
● inibe os hormônios GH e IGF-1
(crescimento - menor estatura)
Definição:
↪ A desnutrição é caracterizada pela ingestão
Kwashiorkor
insuficiente de energia e nutrientes, que resulta da
↪ Quadro de má nutrição (proteínas)
complexa interação entre a alimentação,
↪ Papel fisiológico das proteínas:
condições socioeconômicas e estado de saúde
que compromete o estado nutricional
↪ Nessa doença a criança não adquire os 9
aminoácidos essenciais através da alimentação
(não são produzidos pelo corpo), característico de
uma alimentação à base de carboidratos
↪ Edema: a falta de proteína na corrente
↪ Kwashiorkor: “Mal do filho mais velho” -
sanguínea (menor concentração) favorece a
desmame precoce das crianças
passagem da água do capilar para o tecido (mais
● a mãe engravida novamente e para de
concentrado)
amamentar o filho anterior
● Menor ação da pressão hidrostática - saída
● sofre carência proteica - maior ingestão de
da água da corrente sanguínea para o
carboidratos
tecido
↪ Resulta em edema (abdominal), catabolismo de
● Menor ação da pressão oncótica - mantém
tecido muscular, fraqueza, perda de vigor,
a água do plasma no capilar
alterações neurológicas, infecções secundárias,
retardo de crescimento infantil e alterações em
Marasmo
cabelo.
↪ Quadro de subnutrição (mais grave)
● Despigmentação da pele e cabelo, palidez
↪ Causada principalmente pela redução severa do
e anemia
consumo de calorias
● Atrofia das vilosidades intestinais
↪ Caracterizada pelo catabolismo adiposo e
● Menor produção de suco gástrico,
muscular, letargia, fraqueza generalizada e perda
pancreático e bile
de peso
● Menor absorção de gorduras e glicose
↪ A criança torna-se extremamente magra (em
média 60% abaixo da média para a idade)
↪ Apresenta face com expressão envelhecida,
baixa estatura, pele enrugada e costelas
proeminentes
↪ Apresenta baixa atividade motora e sempre está
acometida por doenças diarreicas e desidratação,
parasitoses intestinais, anemia, hipotermia e
hipoglicemia, tende a ser uma criança irritada,
triste, frustrada, chorosa...
↪ Pode evoluir para a morte

Deficiências de vitaminas (hipovitaminoses):


↪ Grande parte das vitaminas funciona como
coenzima ou cofator enzimático, mas algumas
funcionam como hormônios
↪ A carência de vitaminas provoca estados ● Evitar funções sociais, familiares e amigos;
clínicos bem estabelecidos pode ficar isolado e retirado.

Transtornos alimentares:
↪ Patologias mentais que abrangem sintomas Obesidade
físicos e psíquicos
↪ A etiologia é complexa e multifatorial Estudos:
● predisposição genética e sociocultural ↪ Obesidade e excesso de peso evoluíram na
● vulnerabilidade biológica e psicológica população (homens e mulheres)
● questões familiares de padrões de vínculos ↪ Doenças associadas:
disfuncionais ● Diabetes mellitus
↪ Influência de processos emotivos e psíquicos na ● Doenças cardiovasculares
origem da anorexia ● Cânceres
↪ Infância: é marcada pela dificuldade de se ↪ Incapacidade funcional, redução da qualidade
alimentar e pela perda de peso ou ganho de vida, redução da expectativa de vida e
inapropriado, com início antes dos seis anos de aumento da mortalidade
idade. Relação da obesidade com COVID-19
↪ Adolescência: é marcada por uma restrição ↪ O estudo analisou a obesidade como fator de
dietética progressiva, eliminando o consumo de risco independente para mortalidade em pacientes
alimentos que podem trazer ganho de peso hospitalizados com menos de 50 anos de idade
↪ Exemplos: ↪ Relacionaram com mortalidade, entubação e
1. Pica: ingestão persistente de substâncias ventilação mecânica
não nutritivas, não alimentares, durante um ↪ Menos de 50 anos: IMC maior que 40kg/m2
período mínimo de um mês associado à mortalidade; essa associação
2. Transtorno de ruminação: regurgitação também foi observada para o grupo que nunca
repetida de alimento durante um período fumou (19,2% de mortalidade com obesidade
mínimo de um mês. O alimento regurgitado grave vs. 7,8% de mortalidade sem obesidade
pode ser remastigado, novamente grave)
deglutido ou cuspido ↪ Acima de 50 anos: doença arterial coronariana,
3. Anorexia nervosa: restrição da ingesta insuficiência cardíaca congestiva, hipertensão,
calórica em relação às necessidades, diabetes mellitus, hiperlipidemia e doença renal
levando a um peso corporal significamente crônica foram associados com o aumento da
baixo mortalidade.
4. Bulimia nervosa: episódios recorrentes de ↪ Intubação e ventilação mecânica foi
compulsão alimentar independentemente de outros fatores associado
↪ Sinais e sintomas comuns de TA: com IMC maior que 40
● Restrição alimentar crônica apesar de
estar perigosamente abaixo do peso Definição:
● Flutuações de peso constantes ↪ Obesidade é o excesso de gordura corporal, em
● Obsessão com calorias e conteúdos quantidade que determine prejuízos à saúde
gordurosos de comida ↪ Obesidade é o distúrbio do metabolismo
● Engajar-se em padrões alimentares energético onde ocorre armazenamento excessivo
ritualísticos, como cortar alimentos em de energia sob a forma de triglicerídeos no tecido
pedacinhos, comer sozinho e/ou esconder adiposo, causado por doenças genéticas,
alimentos endócrino-metabólicas, alterações nutricionais,
● Fixação contínua com comida, receitas ou que podem atuar isoladamente ou em conjunto,
culinároa; o indivíduo pode cozinhar ou seja, consiste no excessivo acúmulo de
refeições complexas para outros, mas gordura sobre a forma de tecido adiposo.
abster-se de participar ↪ Diagnóstico:
● Depressão ou estágio letárgico ● IMC (não distingue massa corporal)
● Pregas cutâneas ● Regulação do apetite e balanço energético
● Bioimpedância ● Sensibilidade à insulina e metabolismo
● Circunferências lipídico
↪ Etiologia complexa e multifatorial ● Angiogênese
● Genes (até 40%) ● Pressão sanguínea
● Fatores emocionais ● Inflamação e resposta imune
● Ambiente
● Estilo de vida Classificação:
↪ Quanto a localização - distribuição de gordura
Obesidade infantil 1. Andróide: mais comum nos homens, a
↪ Adipocina: Menor desenvolvimento gordura localiza-se principalmente no
neuropsicomotor e cognitivo em função do abdômen. Este tipo de obesidade
excesso de adipocinas abdominal acarreta maiores riscos à saúde
● Atraso no desenvolvimento neurológico até mesmo em um indivíduo com peso
● Doenças mentais e infectocontagiosas normal, por estar mais relacionada às
● Maior chance de obesidade futura doenças cardiovasculares.
2. Ginóide: mais comum entre as mulheres
Tecido adiposo onde a gordura fica concentrada nas coxas
↪ Funções: e nas nádegas
● Proteção mecânica contra choques e
traumatismos externos
● Adequado deslizamento entre vísceras e
feixes musculares
● Manutenção da temperatura corporal
● Alta capacidade de armazenas energia
● Secreta substâncias com efeitos biológicos
(adipocinas)
↪ Principal reservatório energético do organismos:
● Depósitos celulares
● Adipócitos - células especializadas no
armazenamento de lipídios na forma de ↪ Quanto à celularidade (adipócitos)
triglicerídeos em seu citoplasma, sem que 1. Hiperplásica: aumento do número de
seja nocivo para sua função células; principalmente durante a lactância
● Sintetizam ácidos graxos (lipogênese) e adolescência; pode ocorrer na fase
● Realizam lipólise para liberação de ácidos adulta quando o conteúdo de gordura das
graxos células existentes tiver alcançado sua
● Órgão endócrino capacidade
2. Hipertrófica: aumento do tamanho das
células já existentes; ocorre em qualquer
período, desde que haja espaço
disponível; os adipócitos podem se
expandir até 1000 vezes somente pela
hipertrofia

↪ Adipocinas:
↪ Hormônio catabólico (redução do consumo
alimentar e aumento do gasto energético
Concentração diminuída em situação de restrição
calórica e jejum
↪ A privação alimentar leva a uma hiperatividade
do eixo hipotálamo-hipofisário-adrenal, diminuição
do metabolismo basal e de hormônios tireoidianos

Ações do cérebro:
↪ Leptina - principal adipocina
↪ “Cérebro metabólico” - foram identificados
circuitos neuronais no hipotálamo e no cérebro
posterior e, em manos escala, no “cérebro
emocional e cognitivo”
↪ Os neurônios cerebrais (neuropeptídeos) são ↪ Regulada por diversos hormônios e fatores
afetados por substâncias secretadas por células ↪ Concentração influenciada por massa total e
endócrinas especializadas tecido adiposo
● Leptina (adipócitos) ↪ Importante lipostato (mensurador de depósitos
● Insulina (pâncreas) lipídicos do organismo)
● Peptídeo YY (similar ao glucagon) ● Informa ao cérebro o tamanho das
● Oximodulina (produzido no intestino) reservas de gordura
● Grelina (estômago e intestino delgado) ↪ Circula ligada a proteínas ou livre: relação
↪ O cérebro também responde a flutuações de elevada em pessoa com obesidade ou resistência/
metabólitos circulantes: glicose, ácidos graxos e deficiência no sistema de transporte e receptores
aminoácidos de leptina
↪ Hipotálamo - órgão central ↪ A obesidade não é um problema pela ausência
● Vários sinais centrais e periféricos são de leptina e sim pela hiperlipidemia (resistência)
integrados para afetar a expressão do ● A leptina não alcança os receptores do
complexo comportamento alimentar e das hipotálamo
funções neuroendócrinas da homeostase ● Quanto menor a sensibilidade à insulina,
energética maior os níveis de leptina
● Núcleo arqueado II. POMC
↪ Pró-hormônio (hipófise, pele, sistema
Modulação do apetite imunológico e no SNC)
↪ Células do trato gastrointestinal secretam ↪ Precursor da melanocortina
peptídeos que juntamente com outros sinal ↪ Peptídeos derivados do POMC tem ação
regulam o processo digestivo e atuam no SNC, através da ligação com receptores MC1R e
interferindo nas sensações de fome e saciedade MC5R, nos tecidos periféricos e no SNC
↪ Moduladores (neuropeptídeos): sensíveis a ↪ Os receptores envolvidos na regulação do peso
leptina, insulina, grelina e glicocorticóides corporal são MC3R (modula gasto energético -
aumenta lipólise) e MC4R (modula ingestão
Neuropéptidos anorexígenos: alimentar)
I. Leptina (do grego magro) III. Transcritos relacionados a cocaína e
↪ Sintetizada principalmente no tecido adiposo anfetamina (CART)
branco (epitélio gástrico, placenta, tecido adiposo ↪ Peptídeo regulado pela leptina
marrom)
↪ Encontrado em altos níveis no núcleo arqueado ● Reduz secreções gástricas, motilidade
e núcleo paraventricular intestinal e esvaziamento gástrico
↪ Inibe a liberação de insulina no pâncreas ● Indivíduos obesos apresentam menor nível
↪ Associado às ações dos reguladores do apetite, circulante de GLP1
a leptina e o NPY

Neuropéptidos Orexígenos:
I. Neuropeptide Y (NPY)
↪ Mais potente orexígeno do SNC (estimulador de
apetite)
↪ Hiperfagia, hipotermia, hiperinsulinemia e ↪ Grelina:
diminuição do gasto energético ● Orexígeno
↪ A expressão de seus receptores é modulada ● Produzida principalmente no estômago
por mudanças no balanço energético mas também pode ser no intestino,
↪ Expressão pode ser induzida por jejum, placenta, hipófise e hipotálamo
hiperfagia e obesidade ● Responsável pelo aumento da secreção do
II. Proteína relacionada ao agouti (AGRP) hormônio do crescimento (GH)
↪ Encontrada principalmente no núcleo arqueado ● Diretamente envolvida na regulação a
e produzida na pele curto prazo do balanço energético
↪ Similar à agouti ● Funciona como um “inibidor de refeição”
↪ Apresenta ação prolongada (maior em jejum prolongado)
↪ Antagonista de receptores MC3R e MC4R ● Privação de sono pode alterar a ingestão
(antagoniza os efeitos anorexígenos do alfa MSH) alimentar pela diminuição da leptina e
↪ Neurônios que secretam NPY e AgRP são: aumento da grelina (aumento da fome)
inibidos pela leptina e ativados pela grelina
Alterações circulatórias e
Neuropeptídios anorexígenos e orexígenos distúrbios hemodinâmicos
gastrointestinais * congestão, hiperemia, edema, trombose,
↪ Transmitidos principalmente pelo nervo vago hemorragia e infarto e choque
↪ Colecistoquinina (CCK)
● Anorexígeno Introdução:
● Produzido na célula I do duodeno e jejuno ↪ A homeostase do líquido abrange a integridade
● Secretado em resposta principalmente de da parede do vaso, a pressão intravascular e a
lipídios e proteínas osmolaridade
● Liberado após as refeições ↪ A saúde das células depende de uma circulação
● Estimula secreção de insulina (receptor contínua para distribuir oxigênio e nutrientes e
CCK2) remover os dejetos
↪ Peptídeo YY ↪ O bem estar tecidual também requer o equilíbrio
● Anorexígeno líquido normal e sua maior permeabilidade pode
● Produzido na célula L do intestino delgado resultar em lesão (mesmo com o aporte
e grosso sanguíneo intacto)
● Peptídeo membro da família do NPY ↪ Vasos sanguíneos
● Indivíduos obesos apresentam baixos 1. As artérias conduzem o sangue aos
níveis plasmáticos de PYY e relativa tecidos
deficiência em sua secreção pós-prandial 2. As veias retornam o sangue ao coração
↪ Peptídeo similar ao glucagon - GLP1 3. A microcirculação realiza trocas gasosas e
● Peptídeo secretado pelas células L de nutrientes
localizadas no íleo distal e cólon ↪ Vasos linfáticos: reabsorvem o excesso de
● Secretado após a refeição líquido do interstício
● Receptores no TGI, pâncreas e SNC
Edema ● Dilatação venosa (varizes), oclusão
venosa (trombose), compressão venosa
Definição: (por tumor ou abscesso)
↪ Acúmulo de líquido no interstício e/ou cavidades ● Pessoas que trabalham muito tempo
do organismo sentadas
↪ Um dos sinais logísticos da inflamação aguda
(edema exsudativo) Mecanismo 2: Diminuição da pressão oncótica ou
coloidosmótica do sangue por hipoproteinemia
Mecanismos de formação e causas do edema ↪ A diminuição da pressão oncótica resulta em
↪ Em situações normais, a formação e drenagem uma menor pressão hidrostática no lado venoso
do líquido intersticial acontece através das Forças (diminuição do retorno venoso - vasos linfáticos
de Starlling, responsáveis por regular a não conseguem drenar o excesso - edema
movimentação de líquidos entre os vasos e o transudativo)
interstício ↪ Pode ser causado por:
↪ As Forças de Starlling compreendem: ● Perda de proteínas plasmáticas
1. Pressão hidrostática (exercida pelos (glomerulopatias, gastroenteropatias,
líquidos) ferimentos e queimaduras extensas)
2. Pressão coloidosmótica (exercida pela ● Déficit na síntese de proteínas plasmáticas
concentração de proteínas) (hepatopatias, síndromes de má absorção,
desnutrição)
● Crianças com Kachocor

Mecanismo 3: Bloqueio da drenagem linfática


↪ Os 15% de líquido que seria absorvido passa a
formar o edema transudativo
↪ Pode ser causado por:
● Cirurgia (retirada de linfonodos)
● Invasão neoplásica de linfonodos e/ou de
vasos linfáticos
● Inflamação de linfonodos com destruição
seguida de cicatrização (filariose,
linfogranuloma venéreo)

Mecanismo 4: Aumento da permeabilidade


* A maioria do líquido vai para o retorno venoso vascular
(85%) enquanto que uma parte é drenada pelos ↪ Os polimorfonucleares agem nas células
vasos linfáticos (15%) endoteliais aumento o espaçamento entre elas,
↪ Assim, qualquer alteração que influencie essas promovendo a saída de líquido e proteínas e
forças pode gerar um edema formando um edema exsudativo
↪ Pode ser causado por:
Mecanismo 1: Aumento da pressão hidrostática ● Reação inflamatória
do sangue por dificuldade do retorno venoso ● Reação alérgica
↪ Como o retorno venoso não está absorvendo ● Substâncias químicas tóxicas
adequadamente e os vasos linfáticos não
conseguem drenar o excesso de líquido, ocorre a Classificação:
formação do edema transudativo ↪ Quanto à extensão:
↪ Pode ser causado por: I. Localizado:
● Insuficiência cardíaca congestiva ● Membros inferiores - trabalho sentado
● Edema pulmonar - pode ser causado por
aumento da pressão capilar, diminuição da
pressão oncótica intravascular ou cirúrgica da vesícula, suco pancreático em casos
agressão aos capilares de pancreatite aguda, urina pela perfuração das
● Edema cerebral - o cérebro não possui vias urinárias ou plasma sanguíneo devido a
drenagem linfática e o espaço é delimitado problema no fígado
e rígido, edema de muito risco que gera o ↪ Hidrartrose: aumento de líquido sinovial no
aumento da pressão intracerebral interior de articulações
II. Sistêmico:
● Aumento de líquido intersticial em muitos Alterações:
ou todos os órgãos; ↪ Macroscopia:
● Mais evidente no subcutâneo; ● Aumento do volume do órgão, perda da
● Causada principalmente por redução da consistência e da elasticidade, mais úmido
pressão oncótica e insuficiência cardíaca e mais brilhante
↪ Quanto à composição do líquido acumulado ● Aumento do conteúdo líquido, límpido ou
I. Transudato: turvo, nas cavidades do corpo
● Líquido com baixo conteúdo de proteínas e ● Sinal de cacifo - depressão em forma de
com densidade ≤ 1.020g/dl; dedo se mantém após a retirada
● Sua presença indica que a permeabilidade ↪ Microscopia:
vascular permanece preservada, ● Afastamento dos elementos do tecido
permitindo a passagem de água, mas não conjuntivo (células, fibras) aparecendo
de proteínas; espaços claros e/ou material acidófilo
● Macroscopicamente é claro e seroso ● Alargamento dos espaços perivasculares
(transparente) nos parênquimas
II. Exsudato
● Líquido rico em proteínas e com densidade Evolução e Consequências
> 1.020g/dl; ↪ Dependendo da causa, são reversíveis
● Sua presença é sinal de processo ↪ Consequências variam dependendo do local e
inflamatório, em que há liberação de da intensidade
mediadores químicos que aumentam a ● Degenerações nos parênquimas pela
permeabilidade vascular, permitindo a hipóxia
saída de água e proteínas; ● Transtornos da função do órgão pela
● Macroscopicamente é turvo compressão e/ ou obstrução mecânica

Exemplos de edemas: Hiperemia


↪ Nomenclatura dos edemas nas cavidades do
corpo Definição:
● Prefixo hidro seguido do local do edema ↪ Aumento da quantidade de sangue dentro de
↪ Hidrocefalia: acúmulo de líquor ao redor do vasos sanguíneos em um órgão ou região
cérebro corporal
● Pode ser localizado na forma de abscesso ↪ Classificada de acordo com o mecanismo de
ou generalizado como na encefalite formação:
↪ Hidrotórax: ocorre por insuficiência ventricular ● Hiperemia ativa
esquerda e renal, síndrome de angústia ● Hiperemia passiva (sinônimo de
respiratória aguda e infecções pulmonares congestão)
Hidropericárdio: ocorre por insuficiência cardíaca
congestiva, nefropatias e hipoproteinemia Hiperemia Ativa
● O acúmulo normalmente é lento e não ↪ Provocada por dilatação arteriolar com aumento
costuma perturbar o enchimento diastólico do fluxo sanguíneo local;
↪ Hidroperitônio ou ascite: o edema pode ser ↪ Causas
composto por: linfa em caso de obstrução das vias ● Estímulo neurogênico (origem simpática) -
linfáticas, bile em complicações da retirada aceleração de batimento cardíaco,
dilatação da passagem dos brônquios e ↪ As hiperemias, dependendo da causa, são
diminuição da motilidade do intestino; reversíveis;
● Ação de substâncias vasoativas ↪ As consequências variam dependendo da
(histamina, serotonina..) - caso de intensidade e da duração;
inflamação aguda ↪ Hiperemia ativa pode evoluir para edema
↪ Hiperemia ativa fisiológica: quando há maior agudo, hipotensão e choque;
necessidade de irrigação ↪ Hiperemia passiva pode evoluir para infarto
● Músculos esqueléticos durante o exercício; agudo, hemorragia, degenerações, edema,
● Trato gastrintestinal durante a digestão; necrose e fibrose local
● Encéfalo durante trabalho mental;
● Na face frente a emoções; Hemorragia
● Na pele em ambientes quentes para
dispersão do calor corporal; Definição:
↪ Hiperemia ativa patológica ↪ Saída de sangue do espaço vascular (vasos
● Inflamações agudas; sanguíneos ou coração) para o compartimento
● Reações alérgicas. extravascular (cavidades ou interstício) ou para o
↪ Macroscopia: exterior do corpo
● Cor vermelho vivo/claro (rubor)
● Aumento do volume (tumor) Classificação e nomenclatura:
● Temperatura elevada (calor)
↪ Microscopia: Quanto à localização
● Capilares dilatados e cheios de hemácias ↪ Internas
● Hemartrose - sangue nas articulações
Hiperemia Passiva ou Congestão ● Hemopericárdio - sangue na cavidade
↪ Decorre da redução do retorno venoso (apenas pericárdica
patológica) ● Hemoperitônio - sangue na cavidade
↪ Pode ser: peritoneal
● Localizada: trombose; varizes; compressão ● Hemotórax - sangue na cavidade pleural
venosa (síndrome do desfiladeiro torácico - ↪ Externas
dor na nuca). ● Epistaxe - hemorragia das fossas nasais
● Sistêmica: insuficiência cardíaca ● Hematêmese - vômito de sangue
congestiva. ● Hematúria - sangue na urina
↪ Macroscopia: ● Hemoptise - expectoração de sangue
● Cor vermelho escuro (cianótico) pela ● Menorragia - hemorragia prolongada do
presença de hemoglobina desoxigenada útero
● Aumento do volume (tumor) ● Melena - sangue nas fezes
● Mais úmido ● Otorragia - sangramento pelo ouvido
● Exemplo: fígado em noz moscada causado
por insuficiência cardíaca direita que leva Quanto ao mecanismo de formação e causas
ao aumento da pressão sanguínea na veia ↪ Por rexe:
cava inferior e sobrecarga das veias ● Ocorre por ruptura da parede vascular ou
hepáticas e centrolobulares (dilatação, do coração com saída de sangue em jato
sangue chega de forma mais lenta aos ● Causas: traumatismos; enfraquecimento
hepatócitos) da parede vascular (por lesões e/ou
↪ Microscopia: aneurismas); aumento da pressão
● Capilares, vênulas e veias dilatadas e sanguínea (hipertensão)
cheias de hemácias ↪ Por diabrose:
● Ocorre por digestão ou erosão dos vasos
Evolução e Consequências ● Causas: tuberculose; úlcera péptica;
neoplasias malignas.
↪ Por diapedese: ● Anemia devido a sangramento crônico e
● Se manifesta sem grande solução de repetitivo com perda de ferro (metrorragia
continuidade da parede do vaso; uterina),
● As hemácias saem das vênulas ou ● Asfixia devido a encharcamento dos
capilares uma a uma entre as células alvéolos com sangue (traumatismo);
endoteliais, com afrouxamento da ● Morte súbita por hemorragia intracraniana
membrana basal. (aneurisma) ou tamponamento cardíaco
● Anóxia, inflamações; embolia gordurosa, (traumatismo).
púrpuras, coagulopatias.

Quanto à morfologia:
↪ Petéquia: mancha puntiforme
↪ Sufusão: reunião de petéquias formando
mancha difusa, plana e irregular em órgãos
internos
↪ Equimose: reunião de petéquias formando
mancha difusa, plana e irregular, na pele Trombose
↪ Hematoma: formação de cavidade com coleção
de sangue coagulado em qualquer local do corpo Aspectos referentes à circulação sanguínea
● Deve haver o acúmulo de sangue líquido ↪ A circulação do sangue exerce 3 forças sobre
no local para ser classificado como os vasos sanguíneos
hematoma ● Tensão intersticial
● Pressão intraluminal
Alterações: ● Forças longitudinais externas
↪ Macroscopia: (hiperextensão do vaso)
● Diferentes colorações na pele (vermelho, ↪ Fluxo sanguíneo: segue o fluxo laminar com os
amarelo, esverdeado…) elementos sanguíneos localizados no centro e o
↪ Microscopia: plasma na periferia do vaso
● Hemácias extravasadas sofrem lise ou ↪ Forças de cisalhamento
fagocitose com metabolização da ↪ Forças ultrapassando a resistência da parede
hemoglobina e formação de bilirrubina - podem contribuir para dilatações ou rupturas
biliverdina ferro - hemossiderina vasculares
○ Acúmulo de hemossiderina
● No início observa-se hemácias íntegras ou
destruídas no interstício;
● No período tardio observa-se a
hemossiderina
○ Reação de Perls ou Azul da
Prússia identifica Fe contido na
hemossiderina

Evolução e Consequências Hemostasia


↪ Dependem da quantidade de sangue perdida, ↪ Processo fisiológico envolvido com a fluidez do
velocidade da perda e local afetado sangue e com o controle do sangramento quando
↪ As principais evoluções: ocorre lesão vascular
● Choque hipovolêmico devido a perda ● Em algumas situações o sangue precisa
rápida de grande quantidade de sangue manter-se em estado fluido
(traumatismo); ● Em outras, soluções de continuidade na
parede vascular devem ser fechadas por
uma massa solidificada de sangue para
evitar seu extravasamento
↪ Depende de:
I. Parede vascular - componentes com função
hemostática
● Endotélio: atividade antitrombótica e
trombolítica
○ NO e PGI2 - impedem a agregação
plaquetária
○ Integridade - impede ligação das
plaquetas com o fator de von
Willebrand e com o colágeno
○ Produzem ativadores de
plasminogênio - formação de
plasmina
● Moléculas da coagulação:
○ Tromboplastina - lesão endotelial -
via extrínseca
○ Fator de von Willebrand (presente
na região subendotelial e ativador
da agregação plaquetária)
○ Colágeno, fibronectina, laminina -
via intrínseca
○ Trombina (formada na cascata de
coagulação, agrega plaquetas e
ativa o sistema fibrinolítico) Definição trombose:
II. Plaquetas: ↪ Processo patológico caracterizado pela
● Adesão: aderência das plaquetas à região solidificação do sangue no interior dos vasos
subendotelial; sanguíneos ou do coração, no indivíduo vivo
● Secreção: liberação de grânulos com ● Trombo: massa sólida formada pela
substâncias pró-coagulantes: ADP, coagulação do sangue (nomenclatura não
secreção e agregação; TXA2, agregação. utilizada em indivíduos mortos)
● Agregação: estimulada por ADP, TXA2 e ● Coágulo: massa não estruturada de
trombina; inibida por NO e PGI2 (epitélio sangue formada fora dos vasos ou do
íntegro) coração no indivíduo vivo ou dentro deles
III. Sistema de coagulação no indivíduo morto
● Transformação de fibrinogênio em fibrina
● Sistema de Fibrinólise: uma vez ativada a
cascata de coagulação, os sistemas
anticoagulantes também são ativados
(evitar a coagulação exagerada)
Mecanismo de formação e causas de ● Principais causas: aneurisma;
trombose: aterosclerose; valvopatias cardíacas

Hipercoagulabilidade:
↪ Pode ser provocada por:
1. Aumento do número ou alterações
funcionais das plaquetas
2. Alterações dos fatores pró ou
anticoagulantes
a. Congênitas: fator V de leiden que é
resistente à inativação pela
proteína C; defeitos em proteína C,
proteína S, antitrombina III ou
Lesão endotelial: sistema fibrinolítico são menos
↪ Endotélio íntegro: manutenção da fluidez do comuns
sangue pois impede a ligação das plaquetas com b. Adquiridas: neoplasias malignas;
o fator de von Willebrand e com o colágeno reação de fase aguda;
presentes na submucosa; NO e PGI2 impedem a anticoncepcionais orais; tabagismo;
agregação plaquetária traumatismo; queimaduras;
↪ Em caso de lesão: formação de trombo com gestação; pacientes acamados
ativação da via extrínseca, ativação da via (tromboplastina e redução do fluxo)
intrínseca e redução dos fatores anticoagulantes.
↪ Causas de lesão: placas ateromatosas, Classificação trombose:
agressão direta por bactérias e fungos, leucócitos ↪ Trombo brancos: mais comuns em artérias e
durante inflamações agudas, traumatismos ou formados principalmente por plaquetas e fibrina
invasão por neoplasias malignas ↪ Trombos vermelhos: mais comum em veias e
formados principalmente por hemácias e fibrina
Alterações do fluxo sanguíneo: ↪ Trombos mistos: são os mais comuns, ocorrem
↪ Duas situações favorecem a formação do em arteríolas, vênulas e veias e contém
trombo componentes dos trombos brancos e vermelhos
I. Retardamento do fluxo: ↪ Trombos murais/parietais: ficam aderidos à
● Favorece a agregação plaquetária parede vascular, comuns em cavidades cardíacas
● Favorece hipóxia endotelial - lesão e na aorta (grande calibre e fluxo rápido)
● Aumento da permanência dos fatores de ↪ Trombos oclusivos: ocluem a passagem,
coagulação ativados no local artérias menores e veias
● Importantes na gênese de trombos
venosos Evolução trombose:
● Principais causas: insuficiência cardíaca; ↪ A interação entre sistema de coagulação e
aumento da viscosidade do sangue sistema fibrinolítico determina a evolução e
(aumento hematócrito, de plaquetas); consequências da trombose
pacientes acamados; varizes (quanto ↪ Crescimento - quando o processo de
maior o diâmetro, menor é a velocidade); coagulação predomina sobre o fibrinolítico
compressão das veias pélvicas ↪ Lise ou resolução - quando o processo
(neoplasias, gravidez) fibrinolítico predomina sobre ao sistema de
II. Turbulência do fluxo: coagulação (com possível restabelecimento da
● Modifica o fluxo laminar, permitindo o integridade vascular)
contato das plaquetas com a superfície ↪ Organização - equilíbrio entre coagulação e
dos vasos fibrinólise, tamanho do trombo permanece
● Desencadeia lesão endotelial constante
↪ Necrose - devido a falta de irrigação sanguínea
↪ Calcificação - formação de tecido conjuntivo e consequentemente obstruir o fluxo sanguíneo
cicatricial sobre a área de trombose causando sobrecarga ventricular direita e morte
↪ Infecção - colonização do trombo por bactérias súbita no quadro conhecido como corpo monar.
ou fungos Caso sejam de médio volume, os êmbolos podem
↪ Embolização - fragmentação e transporte do ser até assintomático porque as artérias
trombo para várias partes do organismo brônquicas são capazes de evitar a necrose da
área de obstrução vascular, causando no máximo
Consequências trombose: um infarto pulmonar, que pode resultar em
↪ Dependem do local, da natureza do trombo, da hemorragia pulmonar (dificilmente vai levar ao
vulnerabilidade do tecido à isquemia e à hipóxia, infarto pulmonar devido ao fluxo sanguíneo duplo
do estado geral do sistema cardiovascular e do na área da circulação brônquica). Caso os
tipo anatômico da rede vascular do tecido êmbolos sejam de pequeno volume, se forem
↪ Hiperemia passiva e edema múltiplos e disseminados, podem ocluir a
↪ Atrofia - na região posterior ao trombo pois fica circulação pulmonar causando hipertensão
sem irrigação/oxigenação pulmonar e sobrecarga ventricular direita e
↪ Embolia levando, por exemplo, a um quadro de hiperemia
↪ Infarto passiva.

Embolia Classificação:
↪ Embolia de líquido amniótico: é a entrada de
Definição: líquido amniótico na circulação materna antes ou
↪ Existência de um corpo sólido, líquido ou no decorrer do parto
gasoso (êmbolo) transportado pelo sangue e ↪ Embolia gasosa: ocorre quando há presença de
capaz de obstruir um vaso, parcial ou bolhas de gás obstruindo vasos sanguíneos
completamente ↪ Embolia tumoral: é a presença de células
● 90% dos êmbolos se originam de trombos neoplásicas na circulação, normalmente é
↪ Tromboembolia: assintomática e tem importância clínica devido à
● Êmbolos originados de trombos venosos formação de metástases
ou do lado direito são levados aos pulmões ↪ Embolia gordurosa: é a presença de gotículas
● Êmbolos originados de trombos arteriais de lipídios na circulação sanguínea por fraturas de
ou do lado esquerdo se alojam ossos longos ou traumatismos e queimaduras em
principalmente em cérebro, intestino, rins, áreas de tecido adiposo
baço e membros inferiores
Evolução:
* A tromboembolia pulmonar origina-se de ↪ Êmbolos trombóticos: lise ou incorporação
trombos formados nas veias íleo femorais ↪ Êmbolos gordurosos: fagocitose ou lise
profundas ou ainda nas veias profundas da ↪ Êmbolos : dissolução ou eliminação
panturrilha. Acometem principalmente indivíduos
acamados ou após cirurgias e fraturas (fêmur tem Consequências:
conteúdo gorduroso que pode correr a circulação ↪ Dependem do tamanho do êmbolo, do número
e se alojar nos pulmões). Também pode se destes, dos vasos atingidos, da circulação do
originar de trombose da válvula tricúspide. As órgão e da eficiência do sistema circulatório
consequências vão depender do tamanho e do (infarto)
número de elos que são produzidos. 95% das
trombo embolias pulmonares são originadas de Infarto
trombos venosos acima do nível do joelho que são
carregados através de canais progressivamente Definição:
maiores passa através do lado direito do coração ↪ Consiste em uma área circunscrita de necrose
para a vasculatura pulmonar. Esses êmbolos, causada por isquemia prolongada devido a
quando grandes, podem obstruir artérias pulmonar distúrbios da circulação arterial ou venosa
● Embolia pulmonar maciça
Classificação de acordo com a morfologia e ● Grande infarto miocárdio
etipatogênese: ● Sepse microbiana
I. Infarto branco ou anêmico ● Hemorragia grave
↪ Ocorre quando há obstrução arterial em órgãos ● Trauma extensivo ou queimaduras
sólidos com sistema de irrigação único desprovido ↪ Sem levar em conta a patologia de base, o
de anastomoses choque dá origem a hipoperfusão sistêmica
↪ Comum no coração, baço e rins causada pela redução do débito cardíaco ou no
↪ Morfologia: área em forma de cunha com ápice volume sanguíneo circulante efetivo
no ponto de obstrução vascular e base voltada ↪ É uma disfunção que se não for corrigida leva à
para a superfície do órgão morte (falência múltipla dos órgãos)
● No início a região pálida e suas margens ↪ As alterações celulares são mais evidentes nos
são pouco definidas seguintes órgãos:
● Com o passar do tempo, adquire coloração ● Cérebro - encefalopatia isquêmica
branco-amarelada e torna-se bem ● Coração - necrose de coagulação focal
delimitada, podendo haver halo-hiperêmico ● Rins - lesão isquêmica tubular extensiva
ao redor ● Trato gastrointestinal - hemorragias e
● Posteriormente forma-se uma cicatriz que necrose
configura uma depressão no local
II. Infarto vermelho ou hemorrágico Classificação:
↪ Ocorre quando há oclusão arterial ou venosa ↪ Choque cardiogênico: resulta da falência da
em órgãos com irrigação dupla ou única com bomba cardíaca que pode ser causada por danos
anastomoses ao miocárdio intrínseco (infarto), arritmias
↪ Comum no fígado, pulmão e intestino ventriculares ou obstrução ao fluxo externo
↪ Morfologia: área apresenta cor vermelha devido (embolia)
a intensa hemorragia que se forma na área de ↪ Choque hipovolêmico: resulta da perda
necrose sanguínea ou do volume plasmático, podendo ser
● Área em forma de cunha com vértice causado por hemorragias ou perda líquida por
voltado para o vaso ocluído, cor queimaduras graves
vermelho-escura, mal delimitada pela ↪ Choque séptico: causado por infecção
infiltração hemorrágica sobreposta ao halo microbiana extensa (principalmente gram
hemorrágico (inflamação) negativa)
● Consistência dura ↪ Choque neurogênico: causado por acidente
● Faz saliência na superfície anestésico ou lesão da medula espinhal
(mergulho em águas rasas - acúmulo de sangue
Evolução: as mesmas das necroses periférico)
↪ Choque anafilático: causado em reações de
Consequências: hipersensibilidade associado com vasodilatação
↪ Dependem da extensão do infarto, do órgão sistêmica e aumento da permeabilidade vascular
afetado e do grau de desvio funcional (hipotensão - hipoperfusão tecidual total - anóxia
↪ Dor precordial (miocárdio) e dor lombar (renal) celular)
↪ Alta mortalidade (miocárdio, cerebral, pulmonar
e intestinal) Fases:
↪ Baixa mortalidade (renal e esplênico) ↪ O estímulo lógico forma a captação de sangue
para os órgãos (ex: equipe médica perguntando
Choque informações ao paciente para que o mesmo
mantenha-se lúcido)
Definição: ↪ Não-progressiva: a perfusão dos órgãos vitais é
↪ O choque é a via final comum a um número de mantida
eventos clínicos potencialmente letais
↪ Estágio progressivo: hipoperfusão tecidual e ● Podem ser absorvidos pela corrente
início da piora circulatória sanguínea a partir do grande leito capilar
↪ Estágio irreversível: lesões celular e tecidual alveolar
graves, a sobrevivência não é mais possível ↪ Mortes atribuídas ao hábito de fumar:
● Câncer de pulmão;
Consequências: ● Doença cardíaca isquêmica;
↪ Com exceção da perda neuronal e dos miócitos, ● DPOC
todas estas lesões podem voltar ao normal se o
paciente sobreviver Abuso de Álcool:
↪ No entanto, a maioria dos pacientes sucumbe ↪ O brasil é o quinto país em mortes pelo
devido ao choque grave antes que os tecidos consumo de álcool nas américas
possam recuperar-se ↪ Consumo de álcool no brasil cai, mas ainda
supera a média mundial
Patologia Ambiental e Ocupacional ↪ Fígado: Degeneração hepática gordurosa,
hepatite alcoólica e cirrose;
Exposições pessoais comuns ↪ Sistema nervoso: Síndrome de Wernicke e
Síndrome de Korsakoff;
Uso do Tabaco: ↪ Sistema cardiovascular: Cardiomiopatia;
↪ Causa mais comum exógena de cânceres de ↪ Trato gastrointestinal: Gastrite aguda;
pulmão ↪ Músculos esqueléticos: lesão, com fraqueza
● É causa de morte humana mais evitável muscular, dor e degradação da mioglobina;
● 440.000 mortes prematuras por ano; ↪ Sistema reprodutor: Atrofia testicular e à
● Perda econômica anual de 157 bilhões de diminuição da fertilidade, em ambos os sexos;
dólares; ↪ Síndrome alcoólica fetal: Defeitos no
↪ Câncer de pulmão, doenças cardiovasculares e crescimento e desenvolvimento.
doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), ↪ Câncer da cavidade oral, faringe, esôfago,
respondem pela maioria das mortes relacionadas fígado e mama são os principais relacionados ao
ao hábito de fumar. uso do álcool conjuntamente ao tabaco
↪ Componentes:
● Partículas: composta basicamente pelo Abuso de drogas:
alcatrão, parte de partículas total sem água ↪ O abuso de drogas, a dependência e a
ou nicotina overdose constituem sérios problemas de saúde
● Nicotina: substância alcaloide, líquida e pública;
amarela que constitui o princípio ativo do ↪ 8% a 23% de adolescentes usam maconha e
cigarro (extraída da planta do tabaco) 2% usam cocaína;
● Gasosa: composta pelo monóxido de ↪ 7,5%, entre 15 e 54 anos, tinham história de
carbono que possui alta afinidade com a dependência de drogas.
hemoglobina, prejudica a liberação de ↪ Fatores de risco:
oxigênio (muito tóxico) ● História familiar
○ Metais pesados da fumaça: ● Sexo masculino
arsênio, níquel, cádmio e cromo ● Desordens psiquiátricas
● Mais de 4400 constituintes, incluindo 43 ● Pressão dos companheiros
carcinógenos conhecidos! ● Fácil acesso à drogas
● A fumaça mais tóxica, fumante passivo, ● Abuso de etanol
não passa pelo filtro do cigarro ↪ Principais drogas:
↪ Os agentes da fumaça do cigarro inalados : ● Sedativos hipnóticos (etanol e barbitúricos
● Podem atuar diretamente nas membranas – Diazepam)
mucosas ● Estimulantes Psicomotores (cocaína,
● Podem ser engolidos com a saliva crack)
● Narcóticos Opióides (drogas para aliviar a ↪ Fertilizantes - Pesticidas - Câncer de mama,
dor: ópio, morfina, heroína) anormalidades na reprodução e deficiências
● Canabinóides e Alucinógenos (LSD, cognitivas
maconha, cactos, cogumelos) ↪ Efeitos dos pesticidas agrícolas na saúde
↪ Drogas Terapêuticas
● Contraceptivos orais
● Terapia de Reposição Hormonal
● Aspirina
● Acetaminofen

Poluição do ar externo
↪ Maiores fontes de poluentes do ar ambiental:
● Queima de combustíveis fósseis (veículos
e usinas)
● Reações fotoquímicas (O3 na atmosfera) Lesões por radiação:
● Usinas de energia (Dióxido de enxofre) ↪ Radiação ionizantes X ultravioleta
● Incineradores de lixo da indústria (vapores
de mercúrio)
● Incineradores de siderúrgicas (aerossóis
ácidos)
↪ Principais alvos: pulmões e crianças
↪ Efeitos na saúde de Poluentes Atmosféricos
Ambientais

Lesões térmicas:

Classificação:
↪ Queimaduras de 1º grau: são dolorosas e de
espessura parcial, que produzem necrose celular
limitada à epiderme e resolvem-se sem a
formação de cicatriz
↪ Queimaduras de 2º grau: são dolorosas e de
↪ Poluição aérea em ambiente fechado:
espessura parcial, que envolvem toda a epiderme,
formam bolhas na epiderme e resolvem-se sem
cicatrização
↪ Queimaduras de 3º grau: são indolores, de
espessura completa, com necrose extensiva da
epiderme e estruturas anexas e, geralmente,
resolvem-se com cicatrização extensa complicada
pela formação de quelóide
↪ Queimaduras de 4º grau: carbonização dos
tecidos (queima de todas as estruturas incluindo
tendões e ossos)

Percentual de queimados:
↪ Varia de acordo com a área afetada e a faixa
etária
Risco na agricultura:
↪ Pés de imersão: lesão causada pelo frio quando
o pé é mantido em ambiente molhado e gelado
por vários dias

Força mecânica:
*De acordo com o tipo de ação mecânica as
injúrias podem ser:
↪ Abrasão ou escoriação: processo erosivo ou de
desgaste acometendo a pele ou superfícies
mucosas proveniente do impacto e/ou
atrito/fricção de partículas ou fragmentos
↪ Laceração: processo resultante da ação
Gravidade se correlaciona com a área corporal tangencial do instrumento, que pela força de
atingida: arrasto ou de tração, acaba por provocar
↪ Baixa: menos de 15% da superfície corporal esgarçamento ou dilacerações da pele até o
atingida tecido subcutâneo (ex: vergalhão rasgando o
↪ Média: entre 15 e 40% da pele coberta cara)
↪ Alta: mais de 40% do corpo queimado ↪ Incisão: provocada por objetos cortantes, como
↪ Uma regra prática para avaliar a extensão das navalhas, lâminas de bisturi, facas, vidros, folhas
queimaduras pequenas ou localizadas é de papel e linhas com pó de vidro, que pela ação
compará-las com a superfície da palma da mão do de deslizamento resulta em rompimento cutâneo
acidentado, que corresponde a aproximadamente com bordas regulares
1% da superfície corporal ↪ Contusão: resultante de um golpe assestado
por objeto rombudo (com borda arredondada), em
Hipertermia: que o agente contundente força a epiderme de
↪ Definida como temperatura do corpo acima de encontro a derme e esta de encontro ao osso. (a
37,2ºC epiderme é arrancada e as fibras da derme
↪ Intermação: é caracterizada pela temperatura deslocadas)
corporal maior que 41ºC com associação de ↪ Equimose: consiste em mancha de coloração
depressão do SNC e hipoidrose (perspiração variável, produzida pela ruptura de capilares,
diminuída) ocasionando derramamento de sangue nos
↪ Hipertermia maligna: é uma patologia com tecidos superficiais ou profundos, em geral
defeito na liberação dos canais de cálcio do produzida por instrumento contundente (cassetete
retículo sarcoplasmático dos músculos que produz de guarda, cabo de vassoura…)
contrações musculares massivas e temperaturas ↪ Hematoma: consiste em derramamento de
extremamente elevadas após a indução da sangue causado pelo rompimento de vasos nos
anestesia por halotano ou succinilcolina tecidos superficiais ou profundos, formando
cavidade repleta de sangue, em geral produzido
Hipotermia: por instrumento contundente
↪ Temperatura corpórea anormalmente baixa ↪ Fratura: entende-se como “osso quebrado”
↪ Geladura ou congelamento parcial: é uma lesão pode ser parcial ou completa, direta ou indireta,
causada pelo frio em que partes da pele exposta ou não, o tipo depende do mecanismo de
congelam, mas não são lesadas de modo ação mecânica de produção da mesma e o
permanente instrumento utilizado
↪ Congelamento: é um lesão causada pelo frio em ↪ Luxação: ocorre deslocamento permanente das
que uma ou mais partes do corpo são lesadas de superfícies articulares, em que a cápsula articular
forma permanente sofre ruptura em seus pontos fracos e produz
↪ Frieiras (perniose ou eritema pérnio): são derramamento de líquido sinovial, acarretando
sensações dolorosas de frio ou queimação em perda de contato entre duas superfícies articulares
partes do corpo que foram congeladas
↪ Entorse: estiramento da cápsula de uma ↪ Neoplasia significa literalmente o processo de
articulação ou sem ruptura ligamentar que ocorre um “ novo crescimento”, e um novo crescimento é
quando a amplitude dos movimentos articulares é chamado de NEOPLASMA.
ultrapassada por forças externas ↪ Oncologia (-grego, oncos=tumor), é o estudo de
↪ Ruptura visceral: rompimento de órgãos tumores ou neoplasmas.
internos, podendo ocorrer em dois tempos, com ↪ O oncologista britânico Willis foi quem mais se
intervalo de tempo variável entre trauma mecânico aproximou, na era pré-molecular:
e hemorragia ● “Um neoplasma é uma massa anormal de
↪ Avulsão: arrancamento dos tecidos, total ou tecido, cujo crescimento ultrapassa e não é
parcialmente separados do organismo (dente) coordenado com os tecidos normais e
↪ Esmagamento: provocado por compressões persiste na mesma maneira excessiva
violentas de grandes massas (desabamentos, depois da interrupção dos estímulos que
acidentes de trânsito, com prisão entre ferragens) deram origem à mudança”
ou por ondas de pressão/descompressão ↪ Já nos tempos modernos: Uma neoplasia pode
alternadas. Neste trauma mecânico há destruição ser definida como um distúrbio do crescimento
extensa dos tecidos com compressão e distorção celular que é desencadeado por uma série de
de todos os planos anatômicos de um segmento, mutações adquiridas que afetam uma única célula
as partes moles são extensamente laceradas, os e sua progênie clonal.
ossos apresentam fraturas cominutivas e há perda ↪ Sinonímia:
sanguínea relevante ● Tumor - pode ser usado para neoplasia
↪ Puntiforme contundente: causada por benigna ou maligna;
instrumento pontiagudo como prego, vergalhão, ● Blastoma - tumor maligno relacionado a
agulha e furador, originando orifícios circulares na células precursoras;
pele, com diâmetros pequenos, bordos nítidos e ● Câncer - tumores malignos (Cancerologia
sangramento inexistente ou pequeno e Oncologia)
↪ Perfuro contundente: enquadram-se as lesões
resultantes do trauma mecânico ocasionado por
armas de fogo. As características das feridas de
entrada e de saída do projétil variam de acordo
com o tipo de arma de fogo, o calibre, tipo de
munição, velocidade do projétil, trajeto do projétil e
distância do disparo
↪ Perfuro incisas: provocadas por instrumentos
pérfuro-cortantes, como punhal e faca.
Caracteristicamente apresenta profundidade maior
que largura, hemorragias internas, eventual sinal
de torção do instrumento e a lesão pode ser mais
profunda que o instrumento
↪ Corto contusas: lesões mistas, com algumas
das características dos ferimentos incisos, mas
produzido pelo mecanismo de contusão.
Caracteristicamente as lesões apresentam bordas Epidemiologia:
irregulares, margens que não se coaptam, ↪ A análise epidemiológica se constitui um
sangramento pequeno, não apresentam pontes de instrumento valioso de estudo da carcinogênese
tecido no fundo da lesão e não apresentam cauda ↪ Fatores que influenciam o aparecimento de
de escoriação neoplasmas malignos: Ambiente particular,
Hereditariedade e Influências culturais
Neoplasias ● Fatores de risco: obesidade, exposição
solar e uso de tabaco
Conceito: ↪ Estado unidos:
● A maioria dos carcinomas ocorrem mais ● Gastrite por Helicobacter pylori
tardiamente > 55 anos. ● Hepatite viral
● Câncer de próstata: É a principal causa de 2. Condições Pré-cancerosas
morte de homens entre 60 e 79 anos ● Ceratose cutânea solar
↪ Brasil: ● Leucoplasia da cavidade oral, vulva e
● Tumores na infância: Neuroblastoma, pênis
tumor de Wilms, retinoblastoma, leucemias ● Hiperplasia
agudas e rabdomiossarcomas.
● Câncer de mama: É a principal causa de Classificação dos tumores:
morte de mulheres entre 40 e 79 anos
↪ Incidência e mortalidade do câncer por
localização e sexo

Comportamento clínico:
↪ Tumores ocupacionais:
1. Benignos: Não penetram os tecidos adjacentes
nem se disseminam para locais distantes.
Permanecem como crescimento excessivo
localizado na área em que surgem. Como regra,
os tumores benignos são mais diferenciados que
os malignos.
● Na lâmina, a arquitetura do tecido pode ser
identificada
● Não comprometem a vida do paciente
2. Malignos: Ou cânceres, têm a propriedade de
invadir tecidos contíguos e metastatizar para
locais distantes, onde subpopulações de células
malignas estabelecem residência, crescem
novamente e mais uma vez invadem tecidos.
● Indiferenciáveis (sem diferenciação) e
anaplásico (arquitetura do tecido
destruída)
Influências ambientais e predisposições ● Comprometem a vida do paciente -
hereditárias Caquexia (emagrecimento excessivo pela
↪ Predisposição genética ao câncer nutrição da massa tumoral)
● Síndromes Autossômicas Dominantes do ↪ Juntamente com o desenvolvimento de
Câncer Hereditário: Retinoblastoma da metástases, a invasividade (capacidade de invadir
infância outros tecidos) é a característica mais segura que
● Síndromes do Reparo Defeituoso do DNA: distingue os tumores malignos de benignos.
Xeroderma pigmentoso (recessiva) ↪ Diferenciação e Anaplasia: O termo
● Cânceres familiares: Carcinomas de cólon, diferenciação refere-se à extensão com que as
mama, ovário e cérebro. células do parênquima neoplásico assemelham-se
↪ Condições predisponentes não-hereditárias às células parenquimatosas normais
1.Inflamação crônica e Câncer correspondentes, tanto morfológica quanto
funcionalmente; a falta de diferenciação é
chamada de anaplasia.

↪ A palavra “blastoma” pode ser usada como


sinônimo de neoplasia, e indica que o tumor
reproduz estruturas com características
embrionárias (neuroblastoma).
↪ Teratomas, são tumores benignos ou malignos
originados de células toti ou multipotentes que se
formam nas gônadas e, menos frequentemente
Nomenclatura: em outras sedes, sobretudo em correspondência
↪ Apesar das células parenquimatosas com a linha mediana do corpo.
representarem a “vanguarda” proliferativa dos ↪ Os tumores mistos são aqueles nos quais há
neoplasmas e assim determinarem seu proliferação de mais de um tecido. Ex.:
comportamento e consequências patológicas; o adenocantoma (epitélio glandular com áreas de
crescimento e evolução dos neoplasmas são diferenciação para epitélio escamoso).
criticamente dependentes de seu estroma, pelo ↪ Adenoma: Neoplasma epitelial que forma
fornecimento de aporte sanguíneo e estrutura. padrões glandulares.
● Células neoplásicas em proliferação que ↪ Neoplasmas epiteliais benignos produzindo
constituem o parênquima + Estroma de projeções digitiformes ou verrucosas visíveis
sustentação formado por tecido conjuntivo micro ou macroscópicamente de superfícies
e vasos sanguíneos = Componentes dos epiteliais, são chamados de papilomas.
tumores benignos e malignos ↪ Lesões que formam grandes massas císticas,
↪ Nome da célula, do tecido ou órgão + Sufixos como no ovário, são chamadas de
“oma ” ou “sarcoma/ carcinoma” = Nome do tumor cistoadenomas.
● Exemplo: Hemangioma (tumor que ↪ Neoplasma com projeção macroscopicamente
reproduz vasos sanguíneos) visível acima de uma superfície mucosa e se
projeta, por exemplo, na luz gástrica, é chamado
de pólipo.

Características do crescimento
↪ Nomenclatura dos principais tumores benignos ↪ Forma de crescimento
e malignos ● expansiva em neo benigna - cápsula ou
pseudo cápsula (massa circunscrita)
● infiltrativa em neo maligna - invasão, Taxa de crescimento:
metástase e recidiva ↪ A taxa de crescimento de um tumor é
↪ Taxa de crescimento determinada por três fatores importantes:
● lenta em neo benigna - boa vascularização 1. O tempo de duplicação das células
● rápida em neo maligna - vascularização tumorais
deficiente, necrose isquêmica e 2. A fração das células tumorais que se
hemorragia (angiogênese imperfeita - encontra em divisão celular (quimioterapia
sangramento) funciona melhor em tumores com fração
maior)
Biologia do Crescimento 3. A taxa com que as células são eliminadas
e perdidas na lesão crescente
Crescimento tumoral: ↪ O período latente antes do qual um tumor se
↪ Apesar das exceções, quanto mais rápido for o torna clinicamente detectável é imprevisível (> 90
crescimento do tumor, e quão mais anaplásico, dias até anos)
menor é a probabilidade de haver uma atividade ↪ O tempo de duplicação médio para situações
funcional especializada. As células nos tumores letais como o câncer de pulmão e de cólon, é
benignos são quase sempre bem diferenciadas e cerca de 2 a 3 meses
lembram suas células de origem; as células no ↪ A faixa de valores do tempo de duplicação é
câncer são relativamente diferenciadas, mas extremamente ampla variando de menos de 1
alguma perda de diferenciação está sempre mês para alguns tumores da infância, até mais de
presente. 1 ano para certos tumores das glândulas
↪ Quando um tumor sólido é clinicamente salivares.
detectável, ele já completou uma porção
importante do seu ciclo vital
↪ A evolução clonal: Novos subclones surgem a
partir dos descendentes da célula transformada
original, e com o crescimento progressivo da
massa do tumor são enriquecidos por variantes
mais aptos a escapar das defesas do hospedeiro
e provavelmente são mais agressivos.

Invasão e Metástases
↪ O crescimento dos tumores malignos é
acompanhado por infiltração, invasão e destruição
do tecido adjacente. São mal demarcados e não
apresentam um plano de clivagem definido.
↪ Exames histológicos quase sempre mostram
filas de células que penetram na margem
infiltrando as estruturas adjacentes – início de
metástases.
● Não é bem delimitado havendo
necessidade da remoção cirúrgica de uma
grande área para garantir que não reste
* Quando um tumor é clinicamente detectável, células neoplásicas
significa que ele já alcançou ¾ do seu prazo de ↪ História natural de tumores malignos:
vida transformação → crescimento → Invasão local →
* Células variantes com características Metástases
patológicas diferentes - tratamento não é em um ● Transformação: A essência da
alvo “único” transformação neoplásica é um transtorno
do crescimento e da diferenciação celular
(conseqüente a alterações intrínsecas e ↪ Disseminação vascular
hereditárias; ou por exposições ● Agrupação homotípica entre células
ambientais), do genoma da célula afetada, neoplásicas
as quais correspondem a mutações que ● Agrupação heterotípica entre células
afetam a expressão dos oncogenes. neoplásicas e elementos figurados do
● Cinética do crescimento tumoral sangue
(Duplicação celular e Pool proliferativo):
Toda a população de células dentro de um
tumor surge de uma célula isolada que
sofreu uma alteração genética, e a partir
daí os tumores são considerados clonais.
Carcinogênese: Um tumor é a
manifestação culminante de um conjunto
de pequenos erros a nível celular e
molecular.
↪ O crescimento dos tumores malignos é
acompanhado por uma infiltração, invasão e
destruição progressivas do tecido adjacente. Eles
não identificam limites anatômicos normais, o que
dificulta sua ressecção cirúrgica.
↪ As metástases são implantes tumorais
separados do tumor primário. Ela caracteriza de Base molecular do câncer
modo inequívoco um tumor como sendo maligno, ↪ Princípios fundamentais:
porque os tumores benignos não metastatizam. ● A lesão genética não-letal encontra-se no
Com poucas exceções, todos os tumores centro da carcinogênese.
malignos podem metastatizar. ● Um tumor é formado pela expansão clonal
● Exceções de tumores malignos que não de uma única célula precursora que
metastatizam: gliomas e carcinomas incorreu em lesão genética.
basocelulares da pele ↪ Genes normais reguladores são os principais
↪ Em geral, quanto mais agressivo, de alvos da lesão genética
crescimento mais rápido e maior o tumor primário, ● Protooncogenes reguladores do
maior é a probabilidade de que vai metastatizar ou crescimento
já metastatizou. No entanto, existem exceções. ● Inibidores do crescimento dos supressores
do tumor
Mecanismos de invasão e metástases ● Reguladores da morte celular programada
↪ Etapas: ● Reparadores do DNA
1. Separação - de uma célula tumoral da ↪ Protooncogenes: reguladores fisiológicos da
massa tumoral de base proliferação celular e da diferenciação
2. Invasão ↪ Oncogenes: promovem crescimento celular na
3. Disseminação - a diminuição da caderina E ausência de sinais mitogênicos normais
favorece as metástases a distância ● Produtos: oncoproteínas, não dependem
4. Colonização de outros fatores de crescimento nem de
↪ A disseminação dos tumores pode ocorrer sinais internos
através de uma das três vias: ↪ Alterações fundamentais na fisiologia celular
1. Implante direto nas cavidades corporais ou que juntas determinam o fenótipo maligno
nas superfícies - normalmente na cavidade ● Auto-suficiência nos sinais de crescimento;
peritoneal; ● Insensibilidade aos sinais inibidores do
2. Disseminação linfática - via mais comum crescimento;
de disseminação inicial; ● Evasão da apoptose;
3. Disseminação hematogênica. ● Defeitos no reparo do DNA;
● Potencial infinito de replicação;
● Angiogênese mantida;
● Capacidade de invadir e metastatizar.

Estágio clínico das neoplasias


↪ Sistema geral TNM: varia segundo cada forma
de câncer específico
● T = tamanho do tumor
● N = número de linfonodos com metástase
Genes supressores do tumor
● M = número de metástases em órgãos
* Nome equivocado pois a função dos genes é
distante
regular o crescimento celular e não suprimir
↪ Exemplo Carcinoma do colo uterino:
tumores
● Estágio 0 = Ca in situ
↪ O crescimento celular deve ser controlado por
● Estágio I = Ca restrito ao colo uterino
diversos sinais externos para manter um estado
● Estágio II = Ca compromete vagina e/ou
estável. A falta de inibição do crescimento é uma
paramétricos e/ou corpo uterino
das alterações fundamentais no processo da
● Estágio III = Ca compromete a parede
carcinogênese. As proteínas que vem frear a
pélvica
proliferação celular são os produtos dos genes
● Estágio IV = Ca compromete bexiga e/ou
supressores do tumor
reto

Resumos:

↪ Em contrapartida, a sobrevida celular é


condicionada por genes que promovem e inibem a
apoptose, como o myc (desencadeia a
proliferação) e o BCL-2 (impede a morte celular)

Carcinogênese química e neoplasias humanas

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