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VITALISMO

▪ O organismo humano é constituído de um corpo físico, de seu


componente psíquico, onde residem os aspectos intelectuais e
emocionais.

▪ Todo organismo interage permanentemente com os elementos


constitutivos de suas partes com o meio que vive (fatores externos).

▪ O ser humano, portanto, só pode ser compreendido em sua totalidade se


forem considerados, além dos aspectos orgânicos, as suas relações com o
ambiente que o cerca: o homem é um ser bio-psico-social.

▪ Saúde: harmonização entre as partes com o meio exterior;


▪ Doença: desarmonização.
▪ Tudo o que se considera doença são condições secundárias de alguma
causa anterior.

▪ Condições básicas dos fatores externos:


Fatores que nada influem: refratariedade orgânica;
Fatores construtivos: benefícios.
Fatores nocivos (noxas): agridem; mecanismos de neutralização.

▪ Elementos fisiológicos para a capacidade de resposta:


Estrutura funcional geneticamente estabelecida;
Disponibilidade de energia;
Comando inteligente proporcionado pela energia vital.

▪ Diante da ação de um agente qualquer – faixas:


Homeostática: livra-se automaticamente e sem qualquer distúrbio
do agente ou do que foi introduzido no organismo
pelo agente.
Patológica reversível: manifestam-se diversos distúrbios em
intensidade variável. O organismo pode
defender-se.
Patológica irreversível: o organismo é incapaz de defender-se
adequadamente.

▪ Força vital: princípio imponderável, responsável pela manutenção da


vida:
Saúde: a doença é resultante de um desequilíbrio na força vital.
O medicamento homeopático age sobre a força vital do doente,
reequilibrando-a, para promover o retorno ao seu melhor estado
de saúde (faixa homeostática).
Classificação geral das doenças segundo Hahnemann: Doenças agudas e
doenças crônicas.

§ 72: “(...) As moléstias a que está sujeito o homem dividem-se em


duas categorias. Umas são processos mórbidos súbitos
manifestações das alterações da força vital anormalmente
perturbada, que tem a tendência de completar seu curso de modo
mais ou menos rápido, mas sempre em um tempo moderado; são
as chamadas doenças agudas. Outras são doenças de caráter tal
que, com início insignificante, muitas vezes imperceptível, afetam
dinamicamente o organismo vivo, cada uma de seu modo
peculiar, fazendo-o desviar, pouco a pouco do estado normal de
saúde. Nestas, a energia vital automática (... princípio vital), cuja
função é preservar a saúde, só opõe no começo e no decorrer de
seu curso, resistência imperfeita, inadequada e inútil, sendo por si
incapaz de extingui-la (...), até que por fim o organismo seja
destruído. A essas doenças dá-se o nome de crônicas. Provêm de
um contágio dinâmico (miasma crônico).”

▪ Miasmas crônicos:
Psora: alternância de sintomas; pele doentia; tendência às
parasitoses dérmicas; prurido cutâneo; labilidade do
sistema termorregulador, cansaço mental, fadiga;
supressões.
Sicose: desconfiança, segredo, mentiras; idéias obsessivas;
agressividade; estado depressivo; sensibilidade à umidade;
derrames; formação de concreções; proliferações tissulares
benignas.
Sifilinismo:
Cancerinismo
Tuberculinismo.
A CONCEPÇÃO HOMEOPÁTICA DO PROCESSO SAÚDE-DOENÇA

● O Vitalismo é uma doutrina filosófica, segundo a qual os seres vivos


possuem uma força particular que os mantêm atuantes (princípio ou força
vital), distinta das propriedades físico-químicas do corpo.

● É a força vital que mantém o organismo em harmonia. Sem ela o organismo


não age, não sente e desintegra-se, sendo a força vital responsável pela
integração dos diversos níveis dinâmicos da realidade humana (físico,
emocional e mental).

● A homeopatia define a saúde como um estado de equilíbrio dinâmico que


abrange as realidades física e psicomental do indivíduo em suas interações
com o ambiente natural e social. A doença reflete, mediante os sintomas, o
esforço da energia vital na tentativa de restabelecer a saúde.

● O ser humano apresenta três níveis dinâmicos identificáveis: o físico, o


emocional e o mental. Sobre eles age a força vital, mantendo-os equilibrados.

● Em homeopatia é necessário fazer distinção entre os três níveis hierárquicos


constitucionais do ser humano:

Mental: o mais importante;


Emocional: menos importante que o mental e mais que o físico;
Físico: de menor importância.

● Cada nível também apresenta sua hierarquia. Baseado nela, quando um


órgão nobre é atingido por uma doença, a força vital transfere o problema
para um nível mais periférico para minimizar a agressão, ocorrendo com
mais freqüência em doenças crônicas.

● A supressão decorre da ação medicamentosa paliativa, que acarretara a


inibição ou remoção dos sintomas antes da cura do problema original (que
pode, geralmente, estar situado em níveis constitucionais mais importantes),
fazendo com que futuramente ocorra o seu retorno ou o retorno de outros
problemas ainda mais graves.

● Metástases mórbidas são perturbações causadas pela supressão, que ao


eliminar os sintomas (cura incompleta) faz uma reversão da ação mórbida a
níveis mais profundos e perigosos.

● É necessária a correta classificação da doença para garantir o resultado do


tratamento. Por exemplo:

- Doenças agudas:

Acidentais (traumáticas)
Doenças epidêmicas
Doenças infecciosas específicas
Estados agudos periódicos (recidivantes)

- Doenças crônicas:

Provocadas por abusos;


Provocadas por hábitos de vida insalubres;
De origem miasmática.

● Miasma ou Diátese Crônica representa a predisposição, congênita ou


adquirida, que os tecidos têm de reagir de modo especial a certos estímulos,
como expressão da susceptibilidade individual, ou seja, miasma é o estado
crônico patológico que evolui dentro de dados padrões reativos,
caracterizado por elevada predisposição a determinadas doenças.

● Os miasmas constituem etapas fisiopatológicas do mesmo problema inicial,


que progride em decorrência da persistência de estresses externos e internos.
● Psora: instala-se quando o organismo esgota suas possibilidades defensivas,
procurando alivio por meio de fenômenos episódicos e alternantes de
descarga de toxinas. O estado reacional refere-se a alergias e manifestações
cutâneas, serosas e mucosas.
● Sicose: instala-se quando o organismo altera a quantidade ou a qualidade
das eliminações ou bloqueia as toxinas em órgãos ou regiões circunscritas,
originando neoformações. O estado reacional relaciona-se com as
excrescências verrucosas (verugas, condilomas).
● Sífilis: instala-se quando o organismo tenta livrar-se das toxinas ou
adaptar-se ao estresse persistente, sacrificando o proprio tecido. O estado
reacional está relacionado com a tendência à destruição dos tecidos (úlceras,
fístulas, furúnculos).
● SEMIOLOGIA HOMEOPÁTICA

“Sintomas são tudo aquilo que distingue o homem de si mesmo quando não
está doente”. Carrol Dunham.

A semiologia homeopática pode ser dividida em:

1. Semiologia elementar: estudo das palavras e elementos dos sintomas


homeopáticos:
1.1 Palavras: Bloco semiológico mais elementar; muitas delas expressam idéias
temáticas que podem ser usadas para encontrar o medicamento para o
paciente:

1.1.1 Lexicon (Dicionário: aproximadamente 490.000 sintomas nas


MMPs e mais de 130.000 rubricas nos repertórios). Cada
palavra tem um sentido básico (denotação) ao que se associam
(conotação) elementos contextuais lógicos, emotivos,
combinatórios, evocativos e associativos, que acrescentam as
nuances interpretativas.

1.1.2 Glossário:
1.1.3 Thesaurus e
1.1.4 Simbolismo.
1.2

2. Semiologia dinâmica: estudo das relações dinâmicas entre os sintomas;

3. Semiologia miasmática: referencial da teoria miasmática;

4. Semiologia aplicada: valorização dos sintomas para a seleção do


medicamento;

5. Semiologia evolutiva: parâmetros de observação e avaliação do processo


de cura.

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