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TECIDOS CARTILAGINOSO
E ÓSSEO
TECIDO CARTILAGINOSO
• Articulações
2 biologia
Podem-se distinguir três tipos de cartilagem, de acordo com os tipos e quantidade de fibras proteicas
nelas presentes:
CARTILAGEM HIALINA
A cartilagem hialina é a forma mais comum do tecido cartilaginoso, e se caracteriza por apresentar
substância intercelular homogênea, com pequena quantidade de fibras colágenas. Ocorre no nariz, na
laringe, nos anéis da traqueia e brônquios, na extremidade de ossos que se articulam e no esqueleto de fetos.
Essa cartilagem no esqueleto de fetos forma um molde do esqueleto ósseo, e é posteriormente substituída
por tecido ósseo.
A cartilagem fibrosa apresenta grande quantidade de fibras colágenas, sendo muito resistente. Ocorre
em algumas articulações, amortecendo o impacto do movimento sobre o osso, como nos meniscos
articulares e discos intervertebrais.
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CARTILAGEM ELÁSTICA
A cartilagem elástica apresenta, além de fibras colágenas, grande quantidade de fibras elásticas, sendo
muito flexível. Ocorre no pavilhão auricular (orelha), na trompa de Eustáquio, no septo nasal, na epiglote e
em algumas partes da laringe.
TECIDO ÓSSEO
O tecido conjuntivo ósseo se caracteriza principalmente pelo fato de sua substância intercelular ser
mineralizada por sais de cálcio, o que confere a ele uma consistência rígida e pequena flexibilidade. É o
principal tecido de sustentação e proteção do organismo animal, através da formação dos ossos. É um
tecido irrigado e inervado, com alta atividade metabólica e capacidade de regeneração.
O tecido ósseo é formado por células e por material intercelular denominado matriz óssea. Esta é
composta por uma parte orgânica, denominada matriz osteoide, constituída de fibras colágenas e
proteoglicanas, correspondendo a cerca de 35% da mesma, e uma parte inorgânica, formada por sais,
principalmente fosfato de cálcio (também denominado apatita), mas também carbonato de cálcio e
fosfato de magnésio, correspondendo a cerca de 65% da mesma.
Para conhecer o papel da parte orgânica e da parte mineral da matriz óssea, podem-se fazer dois
experimentos bem simples:
- Colocando-se ossos em um forno, a parte orgânica é destruída, restando apenas a parte mineral.
Neste caso, o osso fica quebradiço. Pode-se concluir, então, que o papel da parte orgânica é conferir
uma moderada flexibilidade ao osso.
- Colocando-se ossos em ácido (como o ácido acético do vinagre ou ácido carbônico dos refrigerantes),
a parte mineral é dissolvida, restando apenas a parte orgânica. Neste caso, o osso fica flexível. Pode-se
concluir, então, que o papel da parte mineral é conferir rigidez ao osso.
OSTEOBLASTOS
Os osteoblastos são células jovens, bastante grandes e ramificadas, com aspecto estrelado. São as células
responsáveis pela produção da parte orgânica da substância intercelular do osso. A matriz óssea recém-
formada e ainda não mineralizada é dita matriz osteoide. Além disso, elas estão relacionadas à incorporação
de minerais a essa matriz extracelular.
A mineralização óssea induzida pelos osteoblastos se dá pela produção da enzima fosfatase alcalina,
que promove a conversão de íons de cálcio solúveis (Ca++), captados do sangue, em sais de cálcio insolúveis.
Vários fatores estimulam a ação dos osteoblastos, como a vitamina A, o hormônio calcitonina da tireoide,
os hormônios estrogênios (apenas em mulheres) e a atividade muscular.
Os osteoblastos são encontrados na periferia dos tecidos ósseos, onde promovem o crescimento dos
mesmos.
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OSTEÓCITOS
Os osteócitos são formados à medida que ocorre a calcificação da matriz osteoide. Os osteoblastos
são aprisionados no tecido calcificado e diminuem sua atividade metabólica, perdendo as ramificações e
diminuindo de tamanho para originar os osteócitos. A função dos osteócitos é manter a matriz orgânica no
osso já formado.
Quando a matriz osteoide é mineralizada, os osteoblastos ainda possuem as ramificações, que acabam
ligando as várias células entre si. Quando eles passam a osteócitos, diminuindo de tamanho e perdendo as
ramificações, os espaços antes ocupados por eles passam a constituir cavidades no tecido mineralizado com
os osteócitos no interior. Essas cavidades aonde se situam os osteócitos são ditas lacunas ou osteoplastos.
As ramificações dos osteoblastos desaparecem, mas permanecem no tecido mineralizado uma série de
canalículos correspondentes aos espaços anteriormente ocupados pelas ramificações. Esses canalículos
são invadidos por vasos sanguíneos e nervos, promovendo uma intensa irrigação e inervação ao tecido ósseo.
OSTEOCLASTOS
Os osteoclastos são células grandes, multinucleadas, originadas a partir da fusão de vários monócitos do
sangue. Esses osteoclastos ocupam lacunas no tecido ósseo denominadas lacunas de Howship.
Sua função, além de defesa, é promover a remodelação óssea, através da destruição da parte orgânica
e da reabsorção da parte mineral do osso.
A desmineralização óssea induzida pelos osteoclastos se dá pela produção da enzima fosfatase ácida,
que promove a conversão de sais de cálcio insolúveis do osso em íons de cálcio solúveis (Ca++), lançados no
sangue. Com isso, os osteoclastos promovem o aumento dos níveis sanguíneos de cálcio, promovendo a
regulação da calcemia.
A ação dos osteoclastos é estimulada por fatores como o hormônio paratormônio das paratireoides.
REMODELAÇÃO ÓSSEA
Ocorre um equilíbrio natural entre osteoblastos dente ocupe o espaço formado, e exerce tensão no
e osteoclastos, ou seja, entre a mineralização osso atrás, levando à neoformação óssea.
e a desmineralização óssea. Isso é importante
na formação de alguns ossos, como os do crânio,
que por se oco, envolve a ação dos osteoblastos Tome nota:
para formar tecido ósseo externamente e a
ação dos osteoclastos para destruir tecido ósseo
internamente, de modo a possibilitar o aumento
da cavidade craniana para que haja crescimento
do cérebro.
De modo geral, pode-se afirmar que, em áreas
ósseas sujeitas a tensão, há estímulo aos osteo-
blastos para formação óssea, e em áreas ósseas
sujeitas a pressão, há estímulo aos osteoclas-
tos para reabsorção óssea. A movimentação dos
dentes na arcada dentária por ação de aparelhos
ortodônticos se dá através desse princípio: o den-
te, ao se movimentar, exerce pressão no osso à
sua frente, levando à destruição óssea para que o
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OSTEOPOROSE
Um dos fatores responsáveis por estimular a atividade dos osteoblastos é a atividade muscular. Com
o avanço da idade, ocorre naturalmente uma diminuição da massa muscular, o que leva à consequente
diminuição da atividade dos osteoblastos; como os osteoclastos não são afetados, continuam sua atividade
de destruição da matriz orgânica do osso e de descalcificação. Assim, com a redução da matriz orgânica e
a descalcificação óssea, os ossos têm sua densidade reduzida, favorecendo a ocorrência de fraturas, numa
condição denominada de osteoporose.
Outro fator responsável por estimular a atividade dos osteoblastos é a ação dos hormônios estrógenos
em mulheres. Assim, além da osteoporose que aparece normalmente com a idade em homens e mulheres,
há também a osteoporose relacionada à menopausa em mulheres. Em mulheres em menopausa,
ocorre a parada na produção de hormônios estrógenos, com consequente diminuição da atividade dos
osteoblastos e manutenção da atividade dos osteoclastos; novamente, ocorre a redução da matriz orgânica
e a descalcificação óssea que caracterizam a osteoporose.
O uso frequente de substâncias como cafeína e nicotina, uma vez que estimulam a liberação de
adrenalina, também aumenta a probabilidade de levar um indivíduo desenvolver osteoporose.
A terapia de reposição hormonal em mulheres em menopausa pode minimizar o risco de osteoporose
pelo fornecimento de hormônios estrógenos. Entretanto, essa terapia aumenta o risco de ocorrência de
câncer de mama e doenças cardiovasculares. O uso de suplementos alimentares à base de cálcio não
previne ou curam a osteoporose, mas são úteis em controlar um de seus sintomas, que é a perda de cálcio
por parte do osso.
RAQUITISMO E OSTEOMALÁCIA
A vitamina D é necessária ao organismo para em pernas arqueadas: para fora, com o nome de
que haja a absorção intestinal do cálcio da dieta, genuvalgo (pernas em tesoura), ou para dentro,
sendo um fator essencial na disponibilização do com o nome de genuvaro (pernas arqueadas de
cálcio para que o sangue o forneça ao osso em cavaleiro). Problemas de coluna como escoliose
formação. (desvio lateral), cifose (projeção da região torácica e
Precursores da vitamina D são obtidos na dieta cervical para frente), e lordose (projeção da região
e, na pele, são ativados em vitamina D por ação lombar para trás) e peito-de-pombo (projeção das
da radiação ultravioleta do sol. Tanto a deficiência costelas para frente) também podem ocorrer. Por
nutricional dos precursores como a deficiência de fim, a má ossificação resulta também num crânio
exposição ao sol podem resultar na hipovitaminose mole e na erupção tardia, má-formação e excessiva
da vitamina D. fragilidade dos dentes de crianças raquíticas. Daí a
Em crianças, a deficiência de vitamina D importância de banhos de sol em bebês e crianças
acarreta uma doença conhecida como raquitismo. muito jovens: a ativação da vitamina D pelo
Neste caso, a matriz orgânica cartilaginosa que componente ultravioleta dos raios de sol.
precede a formação do osso é formada, mas os sais Em adultos, a deficiência de vitamina D acarreta
de cálcio e fósforo não são depositados por não uma doença conhecida como osteomalácia.
estarem presentes. Os ossos não crescem, pois, Como nos adultos os ossos já pararam de crescer,
de maneira adequada, resultando em deficiências a carência manifesta-se como desmineralização
de crescimento e alterações na estrutura normal acentuada na coluna, pélvis e pernas, por falta
dos ossos. Além disto, a falta de rigidez nos ossos de cálcio para repor as perdas ósseas. A pressão
pela sua desmineralização faz com que os ossos da gravidade nos ossos mais moles provoca
dos membros inferiores curvem-se ante o peso compressão das vértebras afetadas, curvamento
do próprio corpo, aparecendo típicas formações dos ossos longos e deformidade na pélvis.
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TIPOS DE OSSIFICAÇÃO
A ossificação é o processo de formação do osso. Ela pode ocorrer de duas maneiras básicas, denominadas
ossificação endocondral ou ossificação intramembranosa, de acordo com o tipo de osso a ser formado
no esqueleto.
Ossificação endocondral
Em ossos longos, como o fêmur, podem-se o osso cresce devido ao crescimento do tecido
observar anatomicamente três regiões, duas cartilaginoso, e não do tecido ósseo em si.
epífises, porções dilatadas terminais, e uma Por volta dos 20 anos de idade, ocorre a
diáfise, porção cilíndrica intermediária. Entre a chamada soldadura das epífises, correspondente
diáfise e a epífise, há uma estrutura denominada à ossificação completa do disco epifisial. A partir
disco epifisial, formada de cartilagem hialina, que daí, não havendo mais tecido cartilaginoso,
corresponde ao centro de crescimento ósseo em para o crescimento ósseo em comprimento.
comprimento. Consequentemente, para o crescimento do
A glândula hipófise libera o hormônio do indivíduo em altura. Observe também que a parada
crescimento (GH ou somatotrofina), que estimula no crescimento em altura não é determinada pela
o fígado a liberar o hormônio somatomedina, parada na produção de hormônio do crescimento,
que por sua vez estimula o crescimento das que é produzido por toda vida do indivíduo, e sim
cartilagens. A cartilagem do disco epifisial vai pela parada no crescimento ósseo promovido pela
crescendo, promovendo o crescimento do osso, soldadura das epífises.
e posteriormente se ossifica. Observe então que
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Ossificação intramembranosa
Em ossos longos, histologicamente, pode-se observar no centro um espaço denominado espaço medu-
lar, onde se situa a maior parte da medula óssea vermelha. Revestindo internamente o osso, há uma camada
de tecido conjuntivo denominada endósteo, e revestindo externamente o osso, outra camada de tecido
conjuntivo, denominada periósteo.
O periósteo é um tecido conjuntivo frouxo que reveste o osso e funciona como centro de crescimento
ósseo em espessura. As células mesenquimais indiferenciadas do periósteo diferenciam-se em osteoblastos
e começam a depositar matriz tecido ósseo sobre o osso já formado, resultando em crescimento ósseo em
espessura.
O periósteo está presente em todos os tipos de osso, promovendo seu crescimento em espessura. Esse
crescimento em espessura pode acontecer durante toda a vida dependendo dos estímulos e de fatores
metabólicos, não sendo limitado como no crescimento em comprimento.
Esquema mostrando o processo de reparação de fratura por formação de novo tecido ósseo a partir do periósteo e do endósteo.
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ESTRUTURA ÓSSEA
Histologicamente falando, entretanto, pode-se distinguir dois tipos de tecidos ósseos: esponjoso ou
reticulado e compacto ou denso. A composição tecidual é a mesma, estando a diferença na disposição
de seus elementos e na presença de espaços nos ossos, chamados de espaços medulares. Esses tecidos se
encontram lado a lado no mesmo osso.
O tecido ósseo esponjoso apresenta grande quantidade de espaços medulares, estando normalmente
no centro dos ossos. Nos ossos longos, esses espaços abrigam a medula óssea vermelha, responsável pela
síntese de elementos figurados do sangue.
Esquema da estrutura da diáfise dos Fotomicrografia óptica Estrutura de osso longo evidenciando,
ossos longos, mostrando os sistemas de um canal de Havers. anatomicamente, epífises e diáfise, e,
circunferenciais externo e os sistemas histologicamente, tecido ósseo compacto
de Havers. e tecido ósseo esponjoso. Internamente
a ele, ocorre a cavidade medular, onde se
encontra, no osso jovem, medula óssea
vermelha produtora de sangue, e no osso
adulto, medula óssea amarela de tecido
adiposo para reserva.
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ESQUELETO HUMANO
CABEÇA
Tome nota:
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TRONCO
O tronco é formado pela coluna vertebral, pelas costelas e pelos ossos esterno, constituindo o eixo corpo-
ral onde se articulam os membros.
A coluna vertebral ou espinha dorsal é formada por 33 ossos denominadas vértebras, dotadas de um ca-
nal interno chamado forame vertebral, por onde passa a medula espinhal. As vértebras são separadas por
discos de cartilagem fibrosa, os discos intervertebrais, com papel de amortecimento de impacto entre elas.
Existem cinco conjuntos de vértebras:
- vértebras cervicais, localizadas no pescoço, sendo em número de sete; a primeira delas se chama atlas
e se liga ao crânio;
- vértebras torácicas, localizadas no tórax e ligadas às costelas, sendo em número de doze;
- vértebras lombares, de maior tamanho, para sustentar o peso corporal, sendo em número de cinco;
- vértebras sacrais, formadoras da parte posterior da bacia, sendo em número de cinco e estando fusio-
nadas no adulto para formar o osso sacro;
- vértebras coccigeanas, ao final da coluna, sendo em número de quatro e estando fusionadas no adulto
para formar o osso cóccix; o cóccix é evolutivamente descrito como um órgão vestigial derivado da cauda
dos cordados mais antigos.
Devido à fusão dos ossos do sacro e do cóccix, os adultos apresentam sete vértebras a menos que as
crianças, ou seja, 26 ao invés de 33.
Como já dito, as vértebras torácicas estão associadas às costelas, formadoras da caixa torácica, com pa-
pel de proteção dos pulmões, do coração e dos grandes vasos associados ao coração.
Existem 12 pares de costelas, sendo as mesmas unidas posteriormente pelas vértebras. Os sete primeiros
pares estão unidos anteriormente, através de cartilagens, pelo osso esterno; os três pares seguintes estão
unidos anteriormente, através de cartilagens, às vértebras localizadas acima; e os dois últimos pares termi-
nam em pontos livres, sendo denominadas costelas flutuantes ou falsas.
Cerca de 8% das pessoas apresentam 13 pares de costelas, como também ocorre em chimpanzés e gorilas.
A interpretação evolutiva é de que o ancestral comum entre homens, chimpanzés e gorilas, apresentava
esses 13 pares de costelas, tendo o número sendo mantido nos macacos e se reduzido na maioria dos
humanos.
MEMBROS
Cada um dos membros superiores se divide em três partes: braço, antebraço e mão. O osso do braço é
denominado úmero, se articulando pelo cotovelo com os dois ossos do antebraço, que são denominados
ulna e rádio (estando esse último voltado para o lado do dedo polegar). Os ossos da mão são os carpos, no
pulso, os metacarpos, na palma da mão, e as falanges, nos dedos.
Conectando o braço ao tórax, existe a cintura escapular, constituída pela clavícula, na parte superior do
peito (“ossos da saboneteira”), e pela escápula, na parte superior das costas (anteriormente denominada
omoplata, “osso da asa”).
Cada um dos membros inferiores se divide em quatro partes: coxa, perna, tornozelo e pé. O osso da coxa
é denominado fêmur, se articulando pelo joelho, constituído pelo osso patela (anteriormente denominado
rótula), com os dois ossos da perna, que são denominados tíbia e fíbula (sendo este último antigamente
denominado perônio e estando voltado para o lado de fora do corpo, sendo mais delgado). Os ossos do
tornozelo são os tarsos, e os ossos do pé são os metatarsos, na planta do pé, e as falanges, nos dedos.
Conectando a coxa ao tórax, existe a cintura pélvica ou pelve, comumente chamada de bacia, sendo
constituída pelo osso sacro e dois ossos ilíacos, cada um deles resultante da fusão de três ossos, o ílio, o
ísquio e o púbis.
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Mulheres apresentam pelve mais larga que o homem, para lhes facilitar a passagem da criança por
ocasião do parto.
ARTICULAÇÕES
Os ossos se conectam entre si por juntas ósseas, também denominadas junturas ou articulações.
Existem várias modalidades de articulação, sendo descritas a seguir.
Tome nota:
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TECIDO MUSCULAR
O tecido muscular é responsável pelos movimentos
corporais, sendo constituído por células alongadas e
altamente diferenciadas, caracterizadas pela presença
de grande quantidade de filamentos citoplasmáticos
proteicos responsáveis pela contração. Estas células são
chamadas fibras musculares ou miócitos.
O tecido muscular não é responsável apenas pelo
movimento de membros relacionados à locomoção
ou apreensão de objetos. Ele vai movimentar vísceras,
promover contração de ductos de glândulas, bem como
promover qualquer outra forma de movimento no
organismo animal.
Origem embrionária
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Tome nota:
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4 B I O LO G I A
A unidade contrátil da fibra muscular estriada esquelética é o sarcômeros ou miômeros, que aparece
devido à organização das miofibrilas, que também é responsável pela estriação deste tipo de tecido
muscular. Estas miofibrilas (os sarcômeros são regiões das miofibrilas) são formadas por miofilamentos,
isto é, filamentos de proteínas contráteis como a miosina e a actina.
Existem dois tipos de miofilamentos no sarcômeros, os miofilamentos espessos e os miofilamentos
finos ou delgados.
- Os miofilamentos espessos são formados pela miosina e são fixos no sarcômero. A miosina possui
em sua estrutura uma projeção lateral denominada cabeça ou ponte cruzada, dotada de atividade
ATPásica, isto é, capaz de quebrar ATP para fornecer energia para a contração muscular.
- Os miofilamentos delgados podem mover-se no sarcômero e são formados por três proteínas
diferentes, a actina (proteína globular , que forma a base da miofibrila leve, através de várias proteínas
em fila, como um colar de contas), a troponina (proteína globular de natureza reguladora, que se
dispõe em intervalos regulares ao lado das actinas e onde se liga o cálcio no processo de contração)
e a tropomiosina (proteína fibrosa que se dispõe ao longo da cadeia de actinas, obstruindo o sítio de
ligação entre actina e miosina na actina).
Tome nota:
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Diagrama ilustrando a estrutura e a posição dos filamentos finos e grossos do sarcômero, com sua estrutura molecular mostrada à direita.
Tome nota:
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6 B I O LO G I A
O sarcômero está disposto de tal maneira que podem ser diferenciadas algumas regiões. A faixa A,
ou anisotrópica, é formada por miofilamentos espessos e delgados intercalados. No meio da faixa A há
uma região contendo apenas miofilamentos espessos, a zona H. No meio da zona H, ocorre uma linha M
(ou banda M) com proteínas que ajudam a manter o posicionamento dos miofilamentos de miosina no
sarcômero. A faixa I, ou isotrópica, é formada por miofilamentos delgados apenas. No meio da faixa I há
uma estrutura proteica, denominada linha Z, que corresponde ao limite entre dois sarcômeros adjacentes.
A contração muscular é proporcionada pela contração dos sarcômeros, onde as duas linhas Z do sarcômero
se aproximam devido à superposição de miofilamentos delgados e espessos, causada pelo deslizamento
dos miofilamentos delgados sobre os espessos. Esta superposição de miofilamentos é a responsável pelo
aumento no diâmetro da fibra durante sua contração longitudinal. O músculo contraído fica mais espesso.
O processo de contração muscular inicia-se com a chegada do impulso nervoso numa região especial da
fibra muscular, denominada placa motora. Este impulso nervoso provoca a abertura de canais de cálcio e
o influxo destes íons para o sarcoplasma (citoplasma da fibra muscular). Estes íons são liberados a partir de
vesículas do retículo sarcoplasmático (retículo endoplasmático da fibra muscular), denominadas cisternas.
Os íons de cálcio vão se ligar a pontos especiais dos miofilamentos delgados, no nível da molécula de
troponina, o que desloca a tropomiosina, que deixa de cobrir o sítio de ligação entre actina e miosina na
actina, permitindo a interação das cabeças ou pontes cruzadas dos miofilamentos espessos com estes
miofilamentos delgados.
Esta interação tem dois efeitos: a quebra de ATP para fornecimento de energia e o dobramento das pontes
cruzadas devido a esta energia liberada. Quando as pontes cruzadas dobram, por elas estarem ligadas aos
miofilamentos delgados, os miofilamentos delgados são arrastados para a região central do sarcômero,
aproximando as duas linhas Z e promovendo a contração do sarcômero.
Desenho esquemático mostrando a estrutura do filamento fino do músculo. Em cima, seus componentes isolados e, embaixo, montados.
Observe que cada molécula de tropomiosina ocupa o sulco que corresponde a sete moléculas de actina. Para cada molécula de
tropomiosina existe uma de troponina composta de três polipeptídios globosos. Quando o músculo é estimulado, a molécula de troponina
altera a sua forma, afundando a tropomiosina e liberando na actina os centros de atividade que se combinam com a cabeça da miosina.
Por isso a troponina é chamada de gatilho da contração muscular.
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A contração muscular se inicia pela contaminação de Ca++ com a subunidade TnC de troponina, o que expõe o local da actina (área
tracejada) que se combina com a miosina. Na etapa seguinte, a cabeça da miosina liga-se à actina e o ATP se decompõe em ADP e
energia, produzindo o movimento da cabeça da miosina. Em consequência desta modificação da miosina, o filamento fino desliza sobre
o filamento grosso. Este processo, que se repete muitas vezes durante um ciclo de contração, leva a uma sobreposição completa dos
filamentos de actina e miosina e, concomitantemente, ao encurtamento da fibra muscular.
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TÚBULOS T E TRÍADE
Para melhorar a condução nervosa na fibra muscular e a liberação do cálcio a partir das cisternas, a
membrana plasmática forma invaginações para o interior celular denominadas túbulos T. Estes túbulos
T inserem-se entre duas cisternas do retículo sarcoplasmático, aumentando a eficiência da liberação do
cálcio, proporcionando uma rápida e uniforme contração da fibra muscular. Cada conjunto formado por
cisterna, túbulo T e cisterna é denominado tríade.
MÚSCULOS
Cada fibra muscular é envolvida por uma camada de tecido conjuntivo denominada endomísio. As fibras
musculares organizam-se em feixes ou fascículos musculares. Cada feixe é envolvido por uma camada
de tecido conjuntivo denominada perimísio. Por fim, todos os feixes musculares são envolvidos por uma
membrana de tecido conjuntivo denso não modelado que, no caso dos músculos estriados esqueléticos,
continua-se com o tecido conjuntivo dos tendões, formando uma só unidade. Esta membrana de tecido
conjuntivo que envolve o músculo como um todo é o epimísio.
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O músculo dispõe de fontes de energia para alimentar suas mitocôndrias e garantir um suprimento de
energia. Este é representado principalmente pelo acúmulo de glicogênio.
Inicialmente, o músculo consome a glicose aerobicamente através da respiração aeróbica. Para garantir
o suprimento de oxigênio ao músculo, durante atividade muscular aumenta o fluxo sanguíneo para a área
através da dilatação dos vasos. Isso explica porque após uma atividade física os músculos estão dilatados. A
mioglobina na musculatura retém este oxigênio.
Entretanto, o suprimento de oxigênio pode se mostrar insuficiente. A partir daí a glicose vai ser consumida
anaerobicamente por fermentação láctica. Neste processo, ácido láctico é produzido. O ácido láctico
liberado se acumula no músculo e é irritante às terminações nervosas, promovendo dor nos músculos, a
fadiga muscular. Dentro de cerca de 24 a 48 h, o ácido láctico é recolhido pela corrente sanguínea e enviado
ao fígado, onde é reconvertido em glicose.
Se falta glicose, o músculo dispõe ainda de uma saída, a fosfocreatina. Esta acumula grupos fosfato
para fornecer ao ADP transformando-o em ATP e liberando creatina. Isto mantém a atividade muscular por
algum tempo ainda. Quando o organismo estiver em repouso, a fosfocreatina será regenerada.
Existem vários mecanismos de produção de energia para a atividade muscular. De maneira geral, na
sequência em que são utilizados, pode-se citar:
- Primeiro utiliza-se o ATP já armazenado na musculatura. Este ATP está em quantidades muito
pequenas, uma vez que o ATP é relativamente muito pesado para ser armazenado. Assim, este ATP
manterá a atividade muscular por períodos muito curtos, de 3 a 4 segundos de duração.
- Em segundo, se utiliza o sistema creatina-fosfato. A creatina-fosfato armazena ligações fosfato de
alta energia que serão transferidas para o ADP, regenerando o ATP muscular:
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10 biologia
As primeiras três etapas de consumo de energia são anaeróbicas, e são utilizadas em atividades mus-
culares de força e explosão, que demandam muita energia, mas por curtos períodos de tempo. Atividades
esportivas como corridas de velocidade, salto e levantamento de peso, são atividades anaeróbicas.
A última etapa é aeróbica, e é utilizada em atividades físicas de resistência, em que se exige uma
atividade não em intensidade máxima, mas por períodos prolongados de tempo. Atividades físicas como
corridas de fundo (como maratonas) e natação são predominantemente aeróbicas.
A maioria dos esportes, no entanto, combina as duas formas de utilização de energia.
- As atividades musculares de resistência são realizadas por músculos chamados de fibras lentas,
escuras ou tipo I. Estas, por realizarem atividades aeróbicas, têm muitas mitocôndrias e muita
mioglobina, o que justifica a cor escura.
- As atividades musculares de explosão são realizadas por músculos chamados de fibras rápidas,
claras ou tipo II. Estas, por realizarem atividades anaeróbicas, têm poucas mitocôndrias e pouca
mioglobina, o que justifica a cor clara.
De imediato, a atividade física leva a algumas modificações para aumentar a capacidade de fornecimen-
to de O2 à musculatura, para manter a atividade respiração aeróbica, o que garante um maior suprimento
de energia, bem como evita a fadiga muscular. Essas modificações imediatas são:
- taquipneia, de modo que o aumento do ritmo respiratório aumenta a captação de oxigênio pelos
pulmões e, consequentemente, pelo sangue; a rápida respiração também possibilita a eliminação
de vapor d’água pela respiração, de modo a eliminar calor corporal;
- taquicardia, de modo que o aumento do ritmo cardíaco aumenta a velocidade de bombeamento
de sangue e, consequentemente, de oxigênio à musculatura;
- aumento da força de contração com consequente aumento do débito cardíaco, quantidade
de sangue bombeado a cada momento, de modo a aumentar o fluxo de sangue e oxigênio para os
músculos.
- vasodilatação da musculatura, de modo a aumentar o fluxo de sangue e oxigênio para os músculos.
Tome nota:
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Qualquer pessoa passa por essas alterações quando faz um determinado esforço físico. Entretanto, a
questão fala de treinamento. Por que um atleta tem um rendimento maior em atividades físicas? Por que
ele cansa menos? A resposta é bem simples: o treinamento leva a uma série de alterações na fisiologia do
indivíduo de maneira que ele consegue maximizar o aproveitamento de oxigênio e reduzir a fermentação
láctica (e por consequência a fadiga muscular).
Algumas dessas modificações adquiridas às custas de treinamento são:
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TECIDO NERVOSO
Origem embrionária
• Impulso nervoso O tecido nervoso é completamente originado a partir
do ectoderme do tubo neural.
• Nervos
Os neurônios são as células mais diferenciadas O organismo é incapaz de formar novos neurô-
do organismo humano. São tão diferenciadas que nios depois de adulto porque, como já dito, estas
acabam sendo incapazes de realizar divisão celu- células são excepcionalmente diferenciadas. Este
lar. Além disso, nenhuma outra célula no organis- alto grau de diferenciação dos neurônios se dá
mo adulto é capaz de se diferenciar em neurônios. pelo fato deles serem especializados em receber
Por isso, pode-se dizer que o tecido nervoso é in- estímulos e transmitirem-nos sob a forma de im-
capaz de regeneração. Observe que uma célula pulsos elétricos, para que seja produzida uma res-
nervosa, quando danificada, pode se regenerar posta adequada.
e voltar a funcionar. Mas uma vez que uma célu- Alguns poucos novos neurônios podem ser pro-
la nervosa tenha morrido, o tecido não tem como duzidos no adulto em algumas áreas do sistema
regenerar esta célula perdida. Pode-se inclusive nervoso central, como o hipocampo relacionado à
dizer que o tecido nervoso não tem capacidade de consolidação da memória. Esses novos neurônios
regeneração tecidual, apesar de o neurônio ter ca- são produzidos pela diferenciação de células da
pacidade de regeneração celular. glia denominadas astrócitos, mas em quantidade
Quando o tecido nervoso é danificado e bastante limitada. Podemos nos referir a essa ca-
perde neurônios, o espaço antes ocupado pelos pacidade de produção de novas células nervosas
neurônios agora mortos é preenchido por células utilizando termo plasticidade para o tecido nervo-
da glia denominadas astrócitos. Fala-se não em so.
regeneração, mas em cicatrização.
ESTRUTURA DO NEURÔNIO
Os neurônios são células de uma aparência bem possa voltar à sua atividade e também recuperar a
característica, dotados de três partes basicamente: ação neuronal, através de intensa síntese proteica.
o corpo celular, os dendritos e o axônio. Esse fenômeno é conhecido como cromatólise.
O corpo celular, também chamado de centro Nas extremidades do corpo celular encontram-se
trófico ou pericário, apresenta um núcleo cen- projeções citoplasmáticas que apresentam grande
tral bem evidente, além de ergastoplasma e com- número de ramificações e são denominadas
plexo de Golgi bem desenvolvidos que, junto com dendritos (do grego dendrós, ‘árvore’). São os
uma série de ribossomos livres ou polirribosso- dendritos as principais estruturas responsáveis pela
mos, sugerem uma intensa atividade de síntese recepção do impulso nervoso. Sua composição é
proteica. Tal atividade se dá para manter os neurô- praticamente idêntica à do citoplasma, mas não
nios e promover pequenos reparos na estrutura possuem complexo de Golgi.
da célula nervosa. Além disso, os neurônios estão Além dos dendritos, os neurônios possuem uma
constantemente produzindo neurotransmissores, outra projeção, bem mais longa e única, denomi-
substâncias químicas relacionadas à condução do nada axônio (do grego axon, ‘eixo’). O axônio pos-
estímulo nervoso de um neurônio para outro. sui em sua parte final, denominada telodendro,
O retículo endoplasmático rugoso dos neurô- uma série de ramificações, análogas aos dendritos,
nios apresenta-se intensamente corado na pre- responsáveis pela transmissão do impulso ner-
sença de substâncias básicas, como manchas no voso. Os axônios podem apresentar ramificações
citoplasma, o que lhe deu o nome de substância perpendiculares a seu eixo, denominados ramos
basófila ou tigroide de Nissl, ou simplesmente, colaterais, que aprecem mais frequentemente nos
corpúsculo de Nissl. Quando o neurônio é danifi- neurônios do sistema nervoso central (SNC). O axô-
cado, o corpúsculo de Nissl se desfaz, até que ele nio apresenta neurônios em abundância.
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pr o f e s s o r l a n d i m 3
Tome nota:
Dendritos ⏩ Corpo Celular ⏩ Axônio
- neurônios sensoriais ou aferentes, que são aqueles que transmitem impulsos nervosos no sentido
órgão-SNC, trazendo informações sobre o meio ambiente ou sobre o estado dos diversos órgãos para
que o sistema nervoso possa analisá-las;
- neurônios motores ou eferentes, que são aqueles que transmitem impulsos nervosos no sentido
SNC-órgão, levando ordens aos órgãos efetores para que eles ofereçam resposta adequada de acordo
com os estímulos captados pelo sistema sensorial.
Não há neurônios mistos, ou seja, simultaneamente sensoriais e motores. Com os nervos, a situação é
diferente, pois existem nervos sensoriais, nervos motores e nervos mistos.
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4 B I O LO G I A
- multipolares, com muitos dendritos e um único axônio, sendo os mais comumente encontrados.
- bipolares, com um único dendrito e um único axônio, estando relacionados a estruturas sensitivas
do corpo humano e encontrados na retina, na mucosa olfativa e na cóclea.
- pseudounipolares, com um único dendrito bem alongado e um único axônio, saindo do mesmo
ponto; na verdade, trata-se de uma mesma ramificação que se bifurca em dendrito e axônio, de modo
que a vantagem deste tipo de neurônio é que o impulso nervoso não precisa passar pelo corpo celu-
lar, indo diretamente do dendrito para o axônio, acelerando a transmissão do impulso nervoso nos
gânglios espinhais e relacionados a atos reflexos.
IMPULSO NERVOSO
A base para a condução do impulso nervoso é o potencial de repouso de membrana, cuja origem está
relacionada à bomba de sódio e potássio, processo promovido pela proteína de membrana Na+K+ATPase.
A concentração de íons sódio (Na+) no meio extracelular é maior que a concentração de sódio no meio
intracelular. A concentração de íons potássio (K+) no meio intracelular é maior que a concentração de íons
potássio no meio extracelular. É bom deixar claro que a concentração de sódio é maior que a concen-
tração de potássio seja lá onde for, ou seja, tanto no meio intracelular como no meio extracelular.
Esta diferença de concentração deve ser mantida, uma vez que alterações nas concentrações iônicas en-
tre os meios intra e extracelular geram forças osmóticas que podem promover entrada ou saída de água na
célula. Assim, estas concentrações constantes estão relacionadas a um equilíbrio osmótico da célula. Além
disso, a concentração de potássio no meio intracelular deve ser mantida alta, pois o potássio é importante
cofator enzimático nas reações dos processos de respiração aeróbica e síntese proteica.
A tendência natural, entretanto, é que esta diferença de concentração desapareça pela difusão de potás-
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PR O FE S S O R L A N D I M 5
sio para o exterior da célula. A membrana normalmente é muito pouco permeável ao sódio, e este quase
não se movimenta.
A bomba de sódio e potássio reposiciona, por transporte ativo, os íons que se moveram por difusão.
Assim, a bomba promove transporte de sódio para o meio exterior e de potássio para o meio interior.
Como as concentrações de sódio são maiores que as de potássio, a difusão de sódio é maior que a de
potássio, tendo que ser também maior o transporte ativo de sódio. Desta maneira, para cada ATP consumido
pela bomba, três íons sódio são transportados para fora e apenas dois íons potássio são transportados
para dentro, podendo-se afirmar que a bomba é assimétrica.
A cada ATP consumido pela bomba, pois, saem três cargas positivas (3 Na+) e só entram duas cargas
positivas (2 K+), havendo sempre um déficit de uma carga positiva entre o meio externo e o meio interno.
Além disso, deve-se ter em mente de que praticamente apenas potássio sai e sódio quase não entra, fazendo
com que cargas positivas estejam então constantemente saindo.
O resultado é que o meio externo acaba por ficar positivo em relação ao meio interno, que fica negati-
vo. Esta diferença de potencial é calculada em aproximadamente -90 a -65 mV, e é chamada potencial ou
polaridade de membrana de repouso.
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6 biologia
Período Refratário
Enquanto há despolarização, inversão de polaridade e repolarização,
a membrana neuronal não pode transmitir outro impulso nervoso.
Isso ocorre porque os canais de sódio do neurônio entram num estado
chamado inativo, no qual eles não podem ser abertos, não havendo a
possibilidade de geração de um novo impulso nervoso. Este período
em que não pode haver um novo impulso é de cerca de 0,0004 a 0,004
segundos, e é dito período refratário. Isto equivale a dizer que, se
dois estímulos atuarem sobre a membrana do neurônio num espaço
de tempo menor que o período refratário, apenas o primeiro será
transmitido.
Despolarização e polarização
da membrana na condução
do impulso nervoso.
Tome nota:
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Limiar de Excitação e Lei do Tudo ou Nada a abertura do canal de sódio vizinho, não importa
Para que haja a abertura de um outro canal de se ele é pouco ou muito maior que o estímulo
sódio, além daquele que foi aberto com o estímulo mínimo: ele será transportado do mesmo jeito.
inicial, ou seja, para que haja a propagação do Assim, considerando que o estímulo mínimo
impulso nervoso ao longo da fibra nervosa, é para abrir o canal de sódio vizinho e permitir a
necessário que a entrada de sódio seja suficiente propagação do impulso nervoso seja, por exemplo,
para promover uma inversão de polaridade de +70 mV, estímulos que elevem o potencial até
mínima para abrir os próximos canais de sódio. Esta +70 mV serão conduzidos exatamente da mesma
inversão de polaridade mínima capaz de permitir maneira que estímulos que elevem o potencial até
a transmissão do impulso nervoso é denominada +120 mV.
limiar de excitação. Em outras palavras, estímulos abaixo do mínimo
Quanto maior a entrada de sódio pelos canais não são convertidos em impulsos nervosos e
de sódio, maior a despolarização e a inversão de propagados. Estímulos acima do mínimo, não
polaridade da membrana. Assim, um determinado importando sua intensidade, são convertidos
estímulo fraco, por exemplo, levaria à polaridade em impulsos nervosos e propagados da mesma
da membrana de -90 mV (potencial de repouso) a maneira. Isto é conhecido como lei do tudo ou
-20 mV apenas. Um médio, de -90 mV a 0 mV. Um nada.
forte, de -90 mV a +70 mV. Um muito forte, de -90 Se estímulos fortes e muito fortes excitam as fi-
mV a +120 mV. bras nervosas da mesma maneira, como o cérebro
Ou seja, um estímulo que eleve o potencial de percebe a diferença entre um estímulo fraco e de
membrana apenas até – 20 mV, não é suficiente para um estímulo forte? Duas coisas: quanto mais forte
abrir o canal de sódio vizinho e consequentemente o estímulo, maior o número de fibras excitadas,
não irá gerar um impulso nervoso a ser propagado, o que é dito somação espacial, e maior o tempo
e este estímulo não será, pois, percebido. de propagação do mesmo, o que é dito somação
Em compensação, no momento em que o temporal. Assim, o cérebro consegue distinguir a
estímulo é suficientemente intenso para promover intensidade do estímulo inicial.
A mielina ou esfingomielina é um lipídio de cor branca com propriedades de isolante elétrico, encon-
trado na membrana plasmática de certas células de apoio aos neurônios, como os oligodendrócitos no
sistema nervoso central (SNC) e as células de Schwann no sistema nervoso periférico (SNP). A membrana
plasmática destas células se alonga e começa a envolver o axônio do neurônio, formando várias camadas
concêntricas de membranas sem citoplasma entre elas, que se denomina de bainha de mielina.
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8 biologia
A sinapse é uma região de contiguidade entre dois neurônios adjacentes. É através da sinapse que o
impulso nervoso passa de um neurônio para o seguinte. Entretanto, é importante que se compreenda
que na sinapse não há contato entre dois neurônios, de modo que se prefere usar o termo contiguidade e
não continuidade, e sim um espaço entre eles denominado fenda sináptica. O neurônio anterior à fenda
sináptica é dito neurônio ou fibra pré-sináptica, e o posterior é dito neurônio ou fibra pós-sináptica.
Quando o impulso nervoso chega até a porção final do axônio, conhecida como telodendro, ele provoca
a liberação de vesículas existentes em dilatações na região terminal do telodendro, denominadas botões
sinápticos ou botões terminais. A chegada do impulso nervoso nesta área provoca a entrada de íons cálcio
nos botões sinápticos e esses íons ativam os microfilamentos contráteis (semelhantes aos existentes nas
células musculares) que promovem a exocitose do conteúdo das vesículas. Este conteúdo corresponde a
substâncias conhecidas como neurotransmissores.
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Sinapse.
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10 biologia
A sinapse elétrica é mais rápida, pois é o impulso elétrico que passa de uma célula a outra como se
propagasse na mesma célula. Entretanto, não possui a versatilidade da sinapse química, desempenhado
sempre um mesmo efeito.
NERVOS
Cada axônio, como já visto, é envolvido por uma camada de mielina, formando a bainha de mielina nas
fibras mielinizadas. Cada axônio é envolto ainda por uma camada conjuntiva, que é o endoneuro. Os axônios
se juntam em feixes, e cada feixe é também delimitado por outra camada de tecido conjuntivo denso não
modelado, que recebe o nome de perineuro. Os feixes de axônio são agrupados paralelamente e, da mesma
forma que foi visto antes, também há uma camada de tecido conjuntivo envolvente, o epineuro. O conjunto
de axônios e as várias camadas de tecido conjuntivo é dito nervo.
Tome nota:
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Astrócitos
Os astrócitos são as maiores dentre as célu-
las da glia, apresentando muitas ramificações
semelhantes a dendritos, o que confere às mesmas
um aspecto estrelado. Possuem algumas de suas
ramificações ligando vasos sanguíneos e neurô-
nios, com objetivo de promover a nutrição dos
neurônios. Estes prolongamentos são chamados
pés vasculares dos astrócitos. Participam também
do processo de cicatrização do tecido nervoso.
Como novos neurônios não podem ser formados
no indivíduo adulto, o espaço deixado por neurô-
nios mortos é preenchido por astrócitos. Os astróci-
tos da substância branca do SNC são ditos astróci-
tos fibrosos e os da substância cinzenta do SNC são
ditos astrócitos protoplasmáticos.
Oligodendrócitos
Os oligodendrócitos são células satélite (jun-
to aos astrócitos protoplasmáticos), atuando,
portanto, na proteção e nutrição dos neurônios.
Apresentam poucas ramificações. Nos axônios do
SNC eles são responsáveis pela formação da bainha
de mielina.
Micróglias
As micróglias são as menores células da glia.
São bastante ramificadas e possuem função de
defesa, sendo células de alto poder de fagocitose.
Também são responsáveis pela remoção de restos
de neurônios mortos. As micróglias originam-se
a partir dos monócitos sanguíneos, sendo, pois,
um tipo de macrófago e fazendo parte do sistema
mononuclear fagocítico.
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