TECIDO CARTILAGINOSO apresentam o retículo endoplasmático rugoso

(REG) bem desenvolvido para essa função. O

APRESENTAÇÃO HISTOLÓGICA E crescimento intersticial, por outro lado, é mais
ALGUNS ASPECTOS IMPORTANTES significativo nas primeiras fases da vida.

A cartilagem é composta por colágeno do tipo
II e os condrócitos são rodeados por uma matriz
que confere solidez e resistência à deformação,
além de conferir proteção a tecidos moles. A
matriz extracelular da cartilagem hialina é
corada por hematoxilina pronunciadamente –
coloração mais azulada. Claramente, as
cartilagens são aneuronais (sem nervos) e
avasculares (sem irrigação de vasos sanguíneos
nem vasos linfáticos).
ONDE ENCONTRAR: o menisco sob o fêmur apresenta
uma cartilagem fibrosa ou uma fibrocartilagem
que suporta grandes pressões. É perceptível a
presença de cartilagem também no trato
respiratório, na composição dos anéis da
traqueia e dos brônquios.
1. Na anatomia, os meniscos são cartilagens presentes na
articulação tíbio-femoral, entre os côndilos do fêmur e da
tíbia, possuem a função de redução de impacto, promoção
da adaptação entre as superfícies articulares, além da
melhor mobilidade da junta.
2. Segundo pesquisas recentes, verifica-se que o menisco
não é constituído exclusivamente por fibrocartilagem,
contendo também tecido ósseo lamelar com presença de
precursores da medula óssea, bem como osteoclastos em
atividade.
Crescimento da cartilagem:
GRUPOS ISOGÊNICOS: nos círculos vermelhos
apresentam-se geralmente como duas células,
quatro em maior quantidade mais comum,
podendo ter-se um único condrócito, ou até em
trio. O máximo são oito condrócitos em um
grupo isogênico. A maioria tem núcleo e
citoplasma distinguíveis, são encerrados em
lacunas rígidas (condroplastos) que os mantêm
unidos. O condrócito maduro tem forma
ovalada e está dentro dos grupos isogênicos, não
perdendo a capacidade proliferativa, dividindo-
se de forma limitada, de modo que não se trata
de uma boa propriedade sua: a cartilagem não se
regenera bem, comumente é substituída por
tecido ósseo e pode ser invadida pelo
pericôndrio. O pericôndrio, no caso de lesões à
cartilagem, é substituído comumente por tecido
conjuntivo, como tentativa de reparação da lesão,
tendo em vista a pouca capacidade de
proliferação. Os condroblastos produzem MEC,
são os precursores dos condrócitos e oriundos de
células condrogênicas (mesênquima):
 CRESCIMENTO APOSICIONAL – quando o
pericôndrio acrescenta mais condrócitos à sua
matriz, é o tipo de crescimento cartilaginoso
principal.

 CRESCIMENTO INTERSTICIAL – com a consistência

matricial semirrígida. Após as divisões celulares
(que é possível, apesar de não tão comum), os
condrócitos ficam muito próximos, formando os
grupos isógenos que são conjuntos de
condrócitos não tão distanciados por conta da
pouca flexibilidade circundante. Com a maior
deposição de matriz no espaço entre os
condrócito do grupo isogênico, a distância entre
eles aumenta mais, tornando-se mais rígido e
dificultando a mitose dos condrócitos (por isso
esse tipo de cartilagem perde depois sua
funcionalidade proliferativa). Os condrócitos
são responsáveis pela síntese da matriz,
incluindo as fibrilas de colágeno tipo II (não são
fibras - com a aparência delgada e pontiaguda) e
HISTOGÊNESE:
Do centro para a periferia:
Células mesenquimais (condrogênicas)  Con-
droblastos (centros de condrogênese)  Con-
drócitos (grupos isogênicos)
Células mesenquimais
Camadas do
pericôndrio
A manutenção da cartilagem hialina continua a
cargo dos condrócitos, sendo que, como são
eles que a produzem, há maior acúmulo de
MEC e proteoglicanos (proteínas com
glicosaminoglicanos) no seu entorno e a
coloração mais destacada é em virtude da
síntese recente entre os condrócitos de um
mesmo grupo isogênico, uma aparência mais
basofílica, essa região é chamada de territorial
(local de deposição da matriz territorial) – os
compostos responsáveis pela coloração são os
proteoglicanos sulfatados (condroitim-4-
sulfato, condroitim-6-sulfato e sulfato de
queratina), além de biglicanos de
hialuronano.
Outras denominações para a matriz da região
territorial são: matriz pericelular e matriz
capsular.
A matriz interterritorial é onde há menos
concentração de matriz extracelular e a
coloração é mais “frouxa”, além de SFA mais
envelhecida que a territorial, apresentando
menos proteoglicanos e mais colágeno,
compreendendo o espaço entre os grupos
isogênicos.
O espaço da interface da matriz territorial que
se invagina para a interterritorial pode ser
chamado de matriz capsular.
O crescimento cartilaginoso possui um crescimento
regulado por hormônios também:
TIROXINA/TESTOSTERONA/SOMATOMEDINA C
HEPÁTICA (+) E (HIDRO)CORTISONA/ESTRADIOL (-)
 O colágeno tipo IX une a matriz ao
condrócito e a matriz territorial tem o
tipo II (fibrilas);
 Os condrócitos recebem pouquíssima
oxigenação, de forma que metabolizam
glicose em ácido lácteo, isso limita o
crescimento da cartilagem e a excreção se
dá pela solvatação das macromoléculas;
 A condronectina é uma macromolécula
glicoproteica de união de condrócitos ao
colágeno tipo II e ao resto da MEC;
 Proteoglicanos e molécula(s) de ácido
hialurônico produzem grandes
aglomerados moleculares (uma única
longuíssima molécula de AH pode se unir a
vários proteoglicanos). As ligações
eletrostáticas entre glicosaminoglicanos
sulfatados (nos proteoglicanos) e colágeno
ajuda a conferir rigidez e adesão interna na
cartilagem;
Agrecan  proteoglicano formado por:
Proteína + Condroitim-Sulfato
PERICÔNDRIO
Camada que reveste o tecido de cartilagem
hialina e elástica. O pericôndrio é um tecido
conjuntivo propriamente dito denso não
modelado (tendo, portanto, fibras colágenas
e fibroblastos, e é semelhante àquele tecido
encapsulador de órgãos) com limites
definidos e contínuos ao conjuntivo onde a
cartilagem se insere. Por ser um conjuntivo, é
irrigado por vasos sanguíneos e linfáticos.
 Área de condrificação/condrogênica
 Na interface entre pericôndrio e
cartilagem: os condroblastos são como
células-tronco que se proliferam e depois
se diferenciam em condrócitos, têm poder
proliferativo, de forma que são adicionados
ao interior da cartilagem, caracterizando o
crescimento por aposição.
 É visível a diferenciação dos condrócitos,
de sorte que se formam “estratos de
células” que estão se diferenciando e se
ovalando, quanto à morfologia.
 À medida que os condrócitos se formam,
adquirem um aspecto globoso e com
superfície irregular, com reentrâncias para
absorver melhor os nutrientes difundidos
pelo pericôndrio.
Camada fibrosa
Região próxima à cartilagem
Na cartilagem mais próxima do pericôndrio:
mais condroblastos.
Na borda da porção cartilaginosa: mais
condrócitos maduros.
 Não está presente nas superfícies
articulares nem na composição da
fibrocartilagem.
Na porção fibrosa do pericôndrio
predominam fibroblastos achatados – são as
células pericondriais -, colágeno tipo I (em
sua superfície, face externa contínua ao
conjuntivo adjacente, ocupando o espaço
intercelular), conferindo acidofilia/eosinofilia.
Na sua porção próxima à cartilagem em si,
há predomínio celular, de condroblastos (na sua
parte mais profunda, face interna). Pode-se
falar em uma área de transição que contém
condrócitos formativos.
SOX9 – fator de transcrição, de crescimento e
de diferenciação para os condroblastos.
As glicoproteínas multiadesivas, ácido
hialurônico e os proteoglicanos compõem a
SFA da MEC, bem como há bastante
hidratação associada aos proteoglicanos,
conferindo-lhes capacidade de amortecerem
impacto.
CARTILAGEM HIALINA
O tipo mais comum de cartilagem no corpo.
Destaca-se por seu aspecto vítreo e brilhante,
em virtude de o índice de refração das fibrilas
de colágeno tipo II ser o mesmo da matriz na
qual está imerso. Os condrócitos são esféricos
e poliédricos, em locais lacunares, chamados
justamente de lacunas ou condroplastos.
Durante o processamento histológico
(conservação parcial do citoplasma) há uma
retração pela preparação, mesmo que nos
tecidos vivos toda a lacuna seja preenchida.
A matriz extracelular é constituída de fibrilas, é
muito basofílica, portanto de cor arroxeada ou
azulada/aspecto translúcido e aparência
amorfa por sua homogeneidade. O pericôndrio
reveste externamente toda a extensão
cartilaginosa.
 Localização: face anterior das costelas,
fossas nasais, na traqueia, nos brônquios,
recobrindo superfícies articulares;
 O primeiro esqueleto do embrião.
CARTILAGEM ELÁSTICA
Pode ser confundia com a cartilagem hialina
ocasionalmente, mas as suas fibras são menos
homogêneas e nem tão bem orientadas quanto
as da matriz da cartilagem hialina. A matriz
extracelular, olhando-se mais atentamente,
parece um emaranhado de fibras elásticas (com
elastina), onduladas e em maior quantidade. As
fibras de colágeno estão em quantidade
variável, isso é fundamental às propriedades não é tão organizado quanto seria no conjuntivo
desse tipo de cartilagem – elasticidade, denso modelado, pela posição e distância
flexibilidade e resiliência. Outra diferença irregular dos condrócitos.
importante na apresentação histológica é a
menor coloração, já que há muitas fibrilas de
colágeno e elas não se coram bem com H&E. A Depósito de
elastina é uma macromolécula que confere às colágeno tipo I
amostras uma coloração amarelada a fresco. Há
bons corantes que servem para ver
especificamente a cartilagem elática: o corante
Verhoeff e o de Weigert, outra opção é a
orceína.

 Um detalhe importante quanto às células é Coluna com condrócitos

que os condrócitos apresentam
eucromatina e os fibroblastos apresentam
heterocromatina, relacionando-se com o
A principal propriedade é a grande resistência
grau de atividade dessas células – o
mecânica à tensão, à pressão e à torção.
condrócito mais ativo. O tipo de
crescimento mais típico dessa cartilagem é
Localização – sujeição às forças físicas mais
por aposição, além de a cartilagem elástica
intensas como em:
ser menos sujeita a processos patológicos
degenerativos;
 Sínfise púbica;
 Localização – cartilagem cuneiforme da  Discos intervertebrais;
laringe, epiglote, pavilhão auricular, tuba  Inserção de tendões em ossos;
auditiva;  Articulação têmporo-mandibular;
 Meniscos da articulação do joelho.
 Vale ressalta que há pericôndrio no tecido
cartilaginoso elástico.  DISCOS INTERVERTEBRAIS – amortecem o
choque e mitigam o atrito interósseo, são
CARTILAGEM FIBROSA OU compostos por um anel fibroso, composto por
FIBROCARTILAGEM tecido conjuntivo denso modelado e dentro há
um núcleo pulposo que é composto por um
Apresenta características intermediárias ao de material gelatinoso bem hidratado, rico em
tecido conjuntivo denso modelado e ácido hialurônico, colágeno tipo II, o qual
cartilagem hialina. Há bastantes fibras absorve impactos, funciona como um
colágenas, com condrócitos alinhados e “acolchoado” e é mais volumoso em jovens. Ao
entremeados por esses filamentos de espessura longo do tempo, naturalmente, o núcleo
variável, mas de grande diâmetro no geral. pulposo é substituído por cartilagem fibrosa.
Os principais tipo de colágeno são os colágenos
 IMPORTANTE: HÉRNIA DE DISCO - ruptura do
tipo I (preponderantemente) e tipo II.
Ocasionalmente se faz referência à anel fibroso e problemas neurológicos por
fibrocartilagem como tecido conjuntivo denso compressão do nervo vertebral pelo conteúdo
não modelado com quantidades variadas de do disco.
cartilagem, já que são condrócitos enfileirados
entre espessas fibras de colágeno tipo I e as  Sempre está associada ao tecido
fibrilas de colágeno tipo II, contudo o arranjo conjuntivo denso.

ATENÇÃO À APRESENTAÇÃO HISTOLÓGICA: as linhas de
colágeno são espessas, é bem distinguível das
demais cartilagens, de forma que é
acidófila/eosinofílica por ter mais fibras
colágenas do tipo I.
TENDÃO (TC DENSO MODELADO) x FIBROCARTLAGEM: o tendão
é formado por tecido conjuntivo denso
modelado, logo as fibras colágenas são bem
alinhadas e abundantes. Por outro lado, o
arranjo é semelhante à fibrocartilagem, que
estão próximos ocasionalmente por estarem em
locais de maior tensão. A diferença de um para
outro é pela célula:
Fibrócitos e fibroblastos no tendão e
condrócitos na fibrocartilagem. Além de que o
denso modelado aparenta ter feixes fibrosos
mais paralelos e ser mais organizado que a
fibrocartilagem (que tem menos linearidade,
na disposição espacial).
FIBROCARTILAGEM
ARTICULAÇÕES
A cartilagem hialina apresenta uma
subclassificação chamada de cartilagem hialina
articular que, por exceção, não tem
pericôndrio. Encontra-se, por exemplo em:
 Articulação do joelho;
 Cartilagem costal.
Confere lubrificação e mitigação do atrito, o
funcionamento é análogo ao de uma mola
biomecânica por conta da solvatação dos
glicosaminoglicanos.
A cartilagem nas articulações móveis não
possui pericôndrio, logo recebem a nutrição
pelo líquido sinovial, na cavidade sinovial,
produzido pela sinóvia.
 Sobre a osteoartrite: degradação articular,
é associada à incapacidade física e a
desgastes nos sistemas de saúde. Fatores de
risco – envelhecimento e obesidade. Dor
articular, progressiva e protocinética (no
princípio), a amplitude pode se reduzir,
além de poder haver lesões ligamentares.
Presença de osteofitose – crescimento
anormal dos ossos, com partes pontiagudas
no espaço intra-articular por exposição do
tecido ósseo subcondral. Constatação pelo
RX da articulação tíbio-femoral,
visualização de deformidade articular e
queixa de movimentos limitados.
Ocorrência de inflamação (sinovite) devido
à erosão da porção cartilaginosa.
Caracteriza-se por ser uma doença
desafiante e uma comorbidade relevante.
Muitas vezes diagnosticada em casos
avançados, em que o prognóstico já não é
muito bom e exige intervenções
relacionadas à promoção de qualidade de
vida e demais cuidados mediante atividade
física.
 Tipos de articulações em resumo (e de
forma bem simples):
Diartrose ou sinoviais: com movimentação
ampla e se inclui a cartilagem articular. Na
maioria das juntas móveis, há movimentos mais
amplos. O líquido sinovial é produzido pela
sinóvia e é um meio de interposição articular
para melhorar a amplitude do movimento, onde
há a cápsula articular e a superfície articular é
revestida por cartilagem hialina sem
pericôndrio;
Anfiartrose ou cartilagíneas: articulação
semimóvel, em geral formada por cartilagem
fibrosa (como nos discos intervertebrais e na Observe as zonas do disco epifisário na imagem
sínfise púbica), de forma que o elemento de abaixo e a respectiva descrição:
interposição pode ser a fibrocartilagem (sínfise)
ou a cartilagem hialina (sincondrose);

Sinartrose ou fibrosa: articulação imóvel ou

muito pouco móvel, com tecido conjuntivo
fibroso (exemplo: suturas do crânio,
sindesmose dentoalveolar ou gonfose e
membranas interósseas).

Anquilose - perda da mobilidade articular,

podendo ser consequência da fibrose da
articulação.

OSSIFICAÇÃO E SUBSTITUIÇÃO DA
CARTILAGEM EPIFISÁRIA
No trecho de crescimento longitudinal dos
ossos, a cartilagem epifisária serve como um
molde para os ossos em desenvolvimento que a
substituirão, possui vários “estratos” de células,
em que há deposição de cálcio e ossificação
próximo à borda, onde há osteócitos,
osteoclastos e osteoblastos (osteogênese –
formação óssea endocondral). O crescimento
cessa quando as células da cartilagem não se
dividem mais por já terem sido substituídas por
osso.
No processo de ossificação no embrião, as
células cartilaginosas – condrócitos - se
degeneram por morte celular programada e são
substituídas pelas células migratórias do
mesênquima, além dos vasos sanguíneos que
começam a colonizar o trecho. Os osteoblastos
se formam desse mesênquima que circunda a
cartilagem e quando sintetizam a matriz na qual
estão inseridos passam a se chamar osteócitos,
os mantenedores da matriz óssea. O cálcio se
acumula na parte em ossificação na forma de
fosfato de cálcio (cristais de hidroxiapatita).
A) Representa-se a Zona de cartilagem em repouso do disco
epifisário, na qual não há alterações morfológicas da
cartilagem hialina.
B) Representa-se a Zona de cartilagem seriada, na qual os
condrócitos se dispõem em colunas paralelas e longitudinais
ao osso.
C) Representa-se a Zona de cartilagem hipertrófica, na qual
os condrócitos sofrem hipertrofia (aumento de volume) e
acumulam glicogênio e lipídios. Os condrócitos iniciam a
apoptose.
D) Representa-se a Zona de cartilagem calcificada, na qual
há mineralização dos tabiques de matriz cartilaginosa
(estreitados pelos condrócitos hipertrofiados), deposição de
cálcio na matriz extracelular que envolve os condrócitos
(sofrendo morte celular no momento).
E) Representa-se a Zona de ossificação, na qual as células
do mesênquima diferenciam-se em células ósseas - os
osteócitos, os osteoclastos e os osteoblastos.
ATENÇÃO: O disco epifisário, cartilagem de conjugação, cartilagem de crescimento ou fise (termo utilizado na Ortopedia e
Traumatologia) é uma estrutura constituída por cartilagem hialina localizada entre a epífise e diáfise de ossos longos. Nele, ocorre o
processo de ossificação endocondral, o qual permite o crescimento longitudinal ósseo.