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Especializados: Tecidos
Cartilaginoso e Ósseo
Marcela Santos Procópio
Tecidos Conjuntivos
Especializados: Tecidos
Cartilaginoso e Ósseo
Introdução
Após estudarmos as características do tecido conjuntivo propriamente dito, vimos
que existem também os tecidos conjuntivos especializados. Então, neste conteúdo
iremos abordar as características cito-histológicas de dois tecidos conjuntivos
especializados: o tecido cartilaginoso e o tecido ósseo.
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Objetivos da Aprendizagem
Ao final deste conteúdo, esperamos que você seja capaz de:
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Características estruturais e funcionais da
Cartilagem Hialina
O tecido cartilaginoso, assim como os demais tipos de tecido conjuntivo, contém
células espaçadas que sintetizam e secretam grande quantidade de matriz extracelular.
As principais células desse tecido são os condroblastos e os condrócitos (GARTNER;
HIATT, 2014; JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2017).
1. Condroblastos:
2. Condrócito:
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condrócitos ocupam um espaço na matriz cartilaginosa denominada lacuna.
Possuem citoplasma com grânulos de glicogênio, gotículas lipídicas grandes e
um maquinário de síntese proteica bem desenvolvido, apesar de apresentarem
menor atividade de síntese proteica quando comparado aos condroblastos
(GARTNER; HIATT, 2014; JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2017).
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Figura 1 – Esquema do tecido cartilaginoso envolvido por pericôndrio.
Fonte: Adaptada de Junqueira e Carneiro (2017, p. 128).
Saiba mais
Os condrossarcomas são tumores cartilaginosos malignos que
apresentam crescimento lento, e, portanto, são percebidos quanto
o paciente possui cerca de 40 a 50 anos, sendo encontrados
na pelve, ossos longos e costelas. Para saber mais sobre os
condrossarcomas, acesse o link e leia o artigo “Condrossarcoma
do septo nasal - Uma neoplasia rara”.
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dessas localizações, a cartilagem hialina também é encontrada nas fossas nasais,
anéis da traqueia e dos brônquios, na extremidade das costelas e nas superfícies
articulares dos ossos longos (ROSS; PAWLINA, 2016; JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2017)
(Figura 2).
Saiba mais
Quer aprender mais sobre as proteoglicanas e as interações
dessas proteínas com a matriz extracelular? Então, acesse o link e
leia o artigo “Interações em processos fisiológicos: a importância
da dinâmica entre matriz extracelular e proteoglicanos”
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glicosaminoglicanos, dentre eles o condroitim-4-sulfato, o condroitim-6-sulfato e o
sulfato de queratina (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2017).
Curiosidade
A artrose, também chamada de osteoartrite é caracterizada pelo
processo de degeneração da cartilagem hialina que recobrem as
epífises dos ossos longos nas articulações. Para aprender mais
sobre a artrose, acesse o link e leia o artigo “Exercícios físicos e
osteoartrose: uma revisão sistemática”.
A presença das fibrilas elásticas confere maior elasticidade a esse tipo de cartilagem,
sendo encontrada na cartilagem cuneiforme da laringe, na epiglote (Figura 3) e na
orelha externa e interna.
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Figura 3 – Micrografia de luz da cartilagem elástica da epiglote.
Fonte: Abrahamsohn e Freitas ([2020]).
A cartilagem elástica, assim como a cartilagem hialina (com exceção das cartilagens
articulares), apresenta pericôndrio e cresce principalmente por aposição.
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Figura 4 – Micrografia de luz da cartilagem fibrosa do disco intervertebral.
Fonte: Adaptada de Gartner e Hiatt (2014, p. 100).
Curiosidade
Alterações nos discos intervertebrais podem causar dores devido
à compressão do nervo ciático. Para entender mais sobre essas
possíveis alterações, acesse o link e assista ao vídeo “Ciência USP
Responde: Ciático, quem é você?”.
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Principais tipos celulares do tecido ósseo e
constituição da matriz óssea
o tecido ósseo é um tipo especializado de tecido conjuntivo, formado por células e
predominância de matriz extracelular calcificada, a matriz óssea.
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Osteoblasto:
Osteócitos:
Osteclastos:
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A parte inorgânica da matriz óssea, que corresponde a aproximadamente 50% do peso
seco, é formada principalmente por íons fosfato e o cálcio, que formam os cristais do
mineral hidroxiapatita (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2017).
Saiba mais
Várias mulheres aderem à reposição hormonal após a menopausa
devido ao aumento da incidência da osteoporose, que ocorre
devido à queda da produção de estrógenos de maneira natural.
Para entender mais sobre o assunto, acesse o link e leia o
artigo “A influência da deficiência estrogênica no processo de
remodelação e reparação óssea”.
A superfície externa dos ossos é revestida por uma camada de tecido conjuntivo
denso rica em fibroblastos, denominada periósteo. À medida que o periósteo se
aproxima da medula do osso, passa apresentar estrutura mais celularizada contendo
células osteoprogenitoras, que irão se diferenciar em osteoblastos. Com isso, os
ossos crescem por um mecanismo de aposição (ROSS; PAWLINA, 2016; JUNQUEIRA;
CARNEIRO, 2017).
A superfície interna dos ossos é recoberta por uma camada composta de células
osteogênicas, recebendo a denominação de endósteo. Tanto o periósteo quanto o
endósteo possui função de nutrição do tecido ósseo, devido à presença de capilares
sanguíneos nessas estruturas (ROSS; PAWLINA, 2016; JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2017).
Curiosidade
Gostaria de observar a estrutura do periósteo com maior
detalhamento histológico? Então, acesse o link e leia o texto: “7-22
Tecido ósseo”.
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Características estruturais e funcionais dos
diferentes tipos de tecido ósseo
quando pegamos um fragmento de osso longo e o cerramos para observar sua
estrutura interna, podemos observar duas regiões distintas: o tecido ósseo
compacto e o tecido ósseo esponjoso. Nos ossos longos, as epífises são formadas
predominantemente por tecido ósseo esponjoso, encoberto por uma fina camada
de tecido ósseo compacto. Contudo, na diáfise, ocorre predomínio de tecido ósseo
compacto e entre as trabéculas do tecido ósseo esponjoso, estaria localizada a
medula óssea (ROSS; PAWLINA, 2016; JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2017).
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Curiosidade
Os ossos também podem ser classificados de acordo com a sua
forma, podendo ser longos, curtos, chatos, dentre outros. Para
aprender mais sobre essa classificação, acesse o link e consulte o
site “Anatomia, Papel e Caneta”.
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1. Ossificação intramembranosa:
2. Ossificação endocondral:
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Fonte: Adaptada de Junqueira e Carneiro (2017, p. 135).
Após a ossificação dos ossos longos, somente restará uma região constituída por
cartilagem hialina, localizada entre as epífises e as diáfises, denominada disco
epifisário. A proliferação das cartilagens nessa região é responsável pelo crescimento
dos ossos longos e é controlada pelo hormônio do crescimento e do IGF-1.
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Saiba mais
A melatonina é um hormônio produzido pela glândula pineal,
que estimula a síntese de IGF-1 pelo organismo, afetando
indiretamente a osteogênese. Para entender mais sobre o papel
desse hormônio, acesse o link e leia o artigo experimental
“Influência da melatonina sobre o desenvolvimento corporal e
ósseo de ratos”.
Curiosidade
Vamos aprender um pouco mais sobre o metabolismo do sódio
e as funções do paratormônio e calcitonina? E qual o papel da
vitamina D? Para isso, acesse o link e assista ao vídeo “Metabolismo
de cálcio”.
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Conclusão
Ao longo desse conteúdo aprendemos sobre os aspectos cito-histológicos de dois
tecidos conjuntivos especializados: o tecido cartilaginoso e o tecido ósseo.
Aprendemos também, que o tecido ósseo possui em sua constituição três tipos
celulares, sendo eles os osteoblastos, os osteócitos e os osteoclastos. Essas células
são responsáveis pela síntese, manutenção e remodelamento do tecido ósseo. Além
disso, a matriz extracelular desse tecido apresenta a especificidade de ser calcificada,
devido a deposição de cristais de hidroxiapatita. Essa característica confere dureza
ao tecido.
Adicionalmente, vimos que o tecido ósseo se desenvolve por meio de dois processos:
a ossificação endocondral e a ossificação intramembranosa, de modo que o
crescimento dos ossos longos, que promove o crescimento do indivíduo, ocorre por
ossificação endocondral.
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ABRAHAMSOHN, P.; FREITAS, V. 7-22 Tecido ósseo. Histologia Interativa Online,
Departamento de Biologia Celular e do Desenvolvimento, Instituto de Ciências
Biomédicas da Universidade de São Paulo, [2020]. Disponível em: http://mol.icb.usp.
br/index.php/7-22-tecido-osseo/. Acesso em: 9 maio 2020.
CIÊNCIA USP responde: ciático, quem é você? [S. I.: s. n.], 2017. 1 vídeo
(7min23s). Publicado pelo Canal USP. Disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=mVLzeuPttMA. Acesso em: 30 abr. 2020.
CLASSIFICAÇÃO dos ossos. Anatomia papel e caneta, [2016]. Disponível em: https://
www.anatomia-papel-e-caneta.com/classificacao-dos-ossos/. Acesso em: 9 maio
2020.
JUNQUEIRA, L. C. U.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto, atlas. 13. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
METABOLISMO de cálcio. [S. I.: s. n.], 2019. 1 vídeo (12min17s). Publicado pelo canal
Prof. Felipe Barros. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=173ZxTuwwwI.
Acesso em: 9 maio 2020.
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MOHTASHAM, N. et al. A comparative study of osteopontin and MMP-2
proteinexpression in peripheral and central giant cellgranuloma of the jaw. Brazilian
Journal of Otorhinolaryngology, v. 85, n. 2, p. 150-156, 2019. Disponível em: https://
www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1808869417302136?via%3Dihub.
Acesso em: 30 abr. 2020.
ROSS, M. H.; PAWLINA, W. Atlas de histologia descritiva. 7. ed. Porto Alegre: Porto
Artmed, 2016.
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