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HISTOLOGIA 2016
Arlindo Ugulino Netto.

TECIDO CARTILAGINOSO

A cartilagem possui uma matriz firme flexível resistente às tensões mecânicas e secreta a matriz à qual se torna
presa. A cartilagem está envolvida na formação óssea endocondral (servindo de molde para os ossos) e formação óssea
intra-membranosa (formação de ossos chatos a partir de membranas pré-existentes).

CARACTERÍSTICAS GERAIS
 Tecido conjuntivo especializado, sendo um pouco mais rígido que o TCPD e mais flexível.
 Consistência rígida.
 Superfície ligeiramente elástica e muito lisa.
 Não possui vasos sanguíneos, linfáticos e nervos.
 Tem metabolismo baixo.

FUNÇÕES
 Suporte de tecidos moles;
 Reveste superfícies articulares;
 É essencial para formação e crescimento dos ossos longos;
 Facilita o deslizamento dos ossos nas articulações: reveste extremidades ósseas nas articulações protegendo-as
de maiores atritos;
 Forma o molde inicial de muitos ossos durante o desenvolvimento embrionário.

CONDROBLASTOS
São células situadas no pericôndrio semelhantes a fibroblastos, e estão próximas à cartilagem, podendo
facilmente multiplicar-se por mitose. Originam os condrócitos: os condroblastos criam lacunas e formam os condrócitos.

CONDRÓCITOS
Os condrócitos, in vivo, ocupam toda a lacuna; nos preparados histológicos aparecem retraídos. Suas principais
características são:
 Os periféricos são achatados e os centrais mais arredondados;
 Têm núcleo grande, nucléolo proeminente, citoplasma pouco corado, muitas mitocôndrias, RER e Complexo de
Golgi desenvolvido;
 Secretam colágeno, principalmente o tipo II, proteoglicanas e glicoproteínas;
 Vivem sob baixas tensões de oxigênio, degradando a glicose por mecanismo anaeróbio;
 Os nutrientes chegam do sangue por difusão, através da água de solvatação e pelo bombeamento promovido
pelas forças de compressão.
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OBS : Os condrócitos são como condroblastos inativos. Porém, alguns raros, ainda têm capacidade de produzir
substâncias.
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OBS : Na cartilagem, dentro de uma lacuna, pode haver vários (de 1 a 8) condrócitos (grupos isogênicos), que se
originam, por mitose, de um mesmo condroblasto.

COMPOSIÇÃO DA MATRIZ
É composta por proteoglicanas (condroitina 4 e 6
sulfatada e queratana sulfatada): até 200 moléculas de
proteoglicanas podem estabelecer ligações não covalentes com
01 molécula de ácido hialurônico.
Compostos de agrecana preenchem o interstício entre
os feixes de fibras colágenas.
As cadeias laterais de GAGs das PGs formam pontes
eletrostáticas com o colágeno. A glicoproteína de adesão
condronectina conecta os condrócitos à MEC.

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OBS : O ácido hialurônico liga-se as proteoglicanas, fixando as fibras colágenas, dando à cartilagem a sua
resistência característica. A condronectina vai fixar as fibras colágenas às células da cartilagem.
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OBS : A consistência firme da cartilagem se deve às ligações eletrostáticas entre as GAGs sulfatadas e o colágeno, e à
grande quantidade de moléculas de água presas às GAGs (água de solvatação).

CARTILAGEM
A cartilagem não tem vasos sanguíneos, linfáticos ou nervos. Suas células recebem nutrientes do tecido
conjuntivo vascularizado que o envolve. A matriz extracelular é composta por glicosaminoglicanos, proteoglicanos, fibras
de colágeno e fibras elásticas, dando à cartilagem função amortecedora, além disso, cobre a superfície articular dos
ossos, possibilitando o deslizamento sem fricção.

PERICÔNDRIO
O pericôndrio é uma bainha de tecido conjuntivo que cobre a maior parte da cartilagem. É composta por uma
camada fibrosa externa e uma camada celular interna que secreta matriz extracelular. Ela é vascularizada,
fornecendo nutrientes para a cartilagem. Suas funções são de servir como fonte de novos condrócitos para o
crescimento, além da nutrição da cartilagem.
 Externa: fibrosa (colágeno tipo I), com fibroblastos e vasos sanguíneos;
 Interna: celular (células condrogênicas).

TIPOS DE CARTILAGEM

CARTILAGEM HIALINA
A cartilagem hialina é a mais abundante no corpo e é composta principalmente por fibras de colágeno tipo II.
Podem ser encontrados na superfície articular dos ossos, anéis dos brônquios e traqueia, nariz e laringe. Esta cartilagem
constitui o molde de muitos ossos durante o desenvolvimento embrionário (forma o primeiro esqueleto do embrião).

HISTOGÊNESE E CRESCIMENTO DA CARTILAGEM HIALINA


A cartilagem hialina é originada de células mesenquimatosas que se reúnem para formar massas densas
denominadas centro de formadoras de cartilagem. Essas células se diferenciam em condroblastos e estes passam a
secretar matriz extracelular em torno de si. Essa matriz envolve os condroblastos aprisionando-os em lacunas. Os
condroblastos aprisionados nas lacunas são chamados de condrócitos, que são capazes de se dividir, formando grupos
de duas a quatro células denominados grupos isógenos. As células de um grupo isógeno separam-se umas das outras
em lacunas individuais promovendo o crescimento intersticial.
As células mesenquimatosas presentes na periferia da cartilagem diferenciam-se em fibroblastos. Estes por sua
vez secretam um tecido conjuntivo denso não modelado dando origem ao pericôndrio (camada fibrosa externa formada
por fibras colágenas tipo I e a camada interna celular – células condrogênicas). As células condrogênicas do pericôndrio
dão origem aos condroblastos, e começam a sintetizar a matriz, caracterizando o crescimento por aposição.
 Crescimento Intersticial: o crescimento intersticial ocorre somente na fase inicial da formação da cartilagem
hialina e nas placas epifisárias dos ossos longos, com orientação paralela ao eixo maior do osso, tornando o
osso mais longo.

 Crescimento aposicional: o crescimento aposicional estabelece o crescimento de todo o resto da cartilagem do


corpo em um processo controlado que pode continuar durante toda a vida da cartilagem.

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CÉLULAS DA CARTILAGEM HIALINA


 Células Condrogênicas: são células fusiformes originadas de células mesenquimatosas e podem se diferenciar
em condroblastos e células osteoprogenitoras.
 Condroblastos: são originadas de duas fontes: as células condrogênicas da camada celular interna do
pericôndrio (crescimento aposicinal) e as células mesenquimatosas (crescimento intersticial).
 Condrócitos: são condroblastos envolvidos pela matriz extracelular. A matriz extracelular em torno dos
condrócitos é pobre em colágeno e rica em condroitino-sulfato, que contribui para a basofilia, metacromasia
(capacidade de mudar a cor do corante) e reação PAS+ (para determinar a presença de muco) dessa região
(Matriz Territorial); A Matriz Interterritorial é mais rica em colágeno II e pobre em proteoglicanas.

M ATRIZ DA CARTILAGEM HIALINA


É formada por fibras de colágeno tipo II, proteoglicanos e fluidos extracelular. A matriz extracelular é dividida em
duas regiões: matriz terterritorial (em torno de cada célula da lacuna, onde há presença de substâncias que se coram
mais densamente), rica em colágeno e pobre em proteoglicanos; e a matriz interterritorial (envolve a matriz territorial,
que se coram mais claras), pobre em colágeno tipo II e rica em proteoglicanos.
OBS: A calcificação é um processo normal e integral da formação endocondral do osso. Ocorre com a degeneração da
cartilagem hialina quando os condrócitos se hipertrofiam e morrem. Assim, a matriz começa a calcificar-se. Esse
processo está envolvido também no envelhecimento causando uma menor mobilidade e dor nas articulações. A
regeneração da cartilagem é pobre, exceto em crianças. Nelas, as células condrogenicas penetram na lesão e forma a
nova cartilagem. Quando a lesão é grande, as células formam um tecido conjuntivo denso, afim de reparar a lesão.

SUPERFÍCIE ARTICULAR
 Membrana Sinovial:
 Macrófagos (Células A)
 Fibroblastos (Células B)

 Líquido Sinovial:
 Ácido hialurônico
 Glicoproteínas (lubricina)
 Exsudato plasmático

CARTILAGEM ELÁSTICA
A cartilagem elástica assemelha-se a cartilagem hialina exceto por possuir fibras elásticas na matriz e no
pericôndrio. Está presente no pavilhão da orelha, tuba auditiva interna e externa, epiglote e laringe.
A camada fibrosa externa do pericôndrio é formada por fibras elásticas. As fibras elásticas estão interpostas por
fibras de colágeno tipo II, o que lhe dá uma maior flexibilidade.

FIBROCARTILAGEM
Ao contrário da cartilagem hialina e elástica, ela não possui pericôndrio e sua matriz possui fibras de colágeno tipo
I. Ela está presente nos discos intervertebrais, na sínfise púbica, nos discos articulares e ligadas aos ossos.
A fibrocartilagem está associada à cartilagem hialina e ao tecido conjuntivo denso que se assemelha. Ela não
possui grandes quantidades de matriz, mas poucas fibras de colágeno tipo I.
Um exemplo clássico da incidência de fibrocartilagem são discos intervertebrais. Neles, a fibrocartilagem está
interposta entre as coberturas da cartilagem hialina, da superfície articular das vértebras sucessivas. Cada disco contém
um centro gelatinoso chamado núcleo pulposo (composto por células da notocorda emersas em uma matriz rica em
acido hialurônico). Grande parte do núcleo pulposo está envolvida pelo anel fibroso, o qual dá resistência contra forças
de tração enquanto o núcleo resiste a forças de compressão.
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OBS : O disco intervertebral rompido significa o rompimento do anel fibroso através do qual o núcleo pulposo faz
extrusão. Esta condição ocorre principalmente na região lombar das costas, quadro conhecido como hérnia de disco,

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causando dor grave e intensa na região dorsal e inferior devido ao deslocamento do núcleo, o qual passa a comprimir os
nervos espinhais inferiores.

HISTOGÊNESE DAS CÉLULAS CARTILAGINOSAS EM GERAL


 Origem Mesenquimatosa (células-tronco): As
cartilagens são inicialmente formadas no embrião a
partir de células do mesênquima, que sofrem ação de
hormônios diferenciantes. Com isso, essas células
mesenquimáticas retraem seus prolongamentos e
tornam-se arredondadas.
 Maturação: As células multiplicam-se e formam
aglomerados de células com citoplasma basófilo,
semelhantes aos condroblastos, mas ainda com
pouca matriz.
 Formação de Condroblastos e da Matriz: inicia-se
a síntese de matriz, afastando os condroblastos uns
dos outros e aprisionando-os em lacunas dentro da
matriz.
 Diferenciação: As células aprisionadas passam a se chamar condrócitos que ainda se dividem, formando
grupos de 2 ou mais células (grupos isógenos).

MECANISMOS DE REGULAÇÃO

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OBS :
 Mulher: na puberdade, a mulher produz muito estradiol, inibindo praticamente a produção de matriz
extracelular.
 Homem: produz testosterona, que estimula mais a síntese de matriz.
 Bebês e Infantes: diz-se que é saudável tomar banhos de Sol para que haja uma maior absorção de
vitamina D no tecido cartilaginoso e ósseo.

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