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Os membros superiores constituem a parte apendicular mais cranial do corpo humano, bem como de outros
bípedes. Diferentemente dos membros inferiores (MI), destinados majoritariamente à função de estabilidade e
movimentação do corpo, os membros superiores são especializados na realização de movimentos amplos ou delicados,
como manipular objetos, escrever, utilizar um instrumento musical, acariciar, golpear, etc. Estas funções são permitidas
graças as suas propriedades articulares e musculares, associadas ao componente muscular e ósseo, de modo que
juntos, formem um conjunto instável, capaz de realizar, de forma competente, todas essas funções.
Por possuírem um desenvolvimento bastante semelhante, os membros superiores e inferiores apresentam
inúmeras características em comum, bem como são dotados de funções bastante peculiares no intuito de melhor
adequar o indivíduo no meio em que este está situado. Ao passo em que perde em estabilidade, o membro superior
ganha mobilidade e habilidade de realizar movimentos complexos, bem como adaptar o formato ideal da mão para
certas circunstâncias. Estas características são proporcionadas, entre outros fatores, a partir da ligação entre os
membros e o esqueleto axial, ou seja, o cíngulo do respectivo membro determina de forma importante na instabilidade
ou estabilidade da estrutura: o cíngulo do membro inferior é composto por dois ossos do quadril unidos anteriormente
pela sínfise púbica e posteriormente pelo osso sacro, de forma que este cíngulo seja representado por um anel rígido e
completo, garantindo as devidas características ao membro inferior; já o cíngulo do membro superior, formado pelas
escápulas posteriormente e pelas clavículas anteriormente, constitui um anel incompleto (ou em forma de C), uma vez
que apenas as clavículas estão ligadas diretamente ao esqueleto axial (por meio do manúbrio do esterno), enquanto que
as escápulas navegam da parte dorsal do tórax, sem manter contato direto com o esqueleto axial, apenas por meio de
uma articulação fisiológica ou funcional (constituída apenas por músculos).
Para seu estudo topográfico, o membro superior
pode ser dividido nos seguintes segmentos:
Ombro: segmento mais proximal do membro
superior, o ombro é construído sobre a metade do
cíngulo do membro superior, intercalando a região
cervical ínfero-lateral e o tronco. Como vimos, o
cíngulo do membro superior representa um anel
ósseo incompleto uma vez que é formado
anteriormente pelas clavículas (unidas por meio do
manúbrio do esterno) e posteriormente pelas
escápulas (que não são unidas entre si).
Braço: segmento mais longo do membro superior, o
braço estende-se do ombro ao cotovelo, unindo-os.
Apresenta como arcabouço ósseo exclusivo o osso
úmero, mais longo osso do MS.
Antebraço: segundo segmento mais longo do
membro superior, o antebraço, por sua vez,
estende-se do cotovelo ao punho, unindo-os.
Mão: segmento mais curto e distal do membro
superior, apresenta como arcabouço ósseo as
estruturas que correspondem ao carpo, metacarpo e
falanges (ossos dos dedos). Apresenta regiões
particulares como o punho, palma, dorso e dedos
(incluindo o polegar).
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A relação do cíngulo superior com a parte livre do membro superior se fará, portanto, por meio de três
articulações anatômicas e uma funcional. As três articulações anatômicas identificadas são: a articulação entre a cabeça
do O. úmero e a cavidade glenoidal da escápula (articulação glenoumeral), a articulação entre a extremidade acromial
da clavícula e o acrômio da escápula (articulação acrômio-clavicular) e a articulação entre a extremidade esternal da
clavícula e a incisura clavicular do manúbrio do esterno (articulação esternoclavicular). Estas articulações conferem ao
esqueleto do MS duas importantes propriedades: (1) a transferência de forças que incidem sobre a porção livre para o
esqueleto axial, propiciando uma maior disseminação desses impactos, o que reduz a probabilidade de fraturas
localizadas e graves; (2) sustentação do peso do membro superior como um todo. A articulação funcional estabelecida
entre o corpo da escápula e os músculos que a revestem garante uma ampla mobilidade ao membro.
ESCÁPULA
A escápula é classificada como um osso plano, cujo corpo apresenta um formato triangular, repousada na face
póstero-lateral do tórax, mais especificamente entre as segunda e sétima costelas.
Posição Anatômica.
Para obter a posição anatômica deste referido osso, posiciona-se para adiante a face que apresenta uma ampla
fossa (fossa subescapular); para o plano lateral, o ângulo que apresenta uma depressão articular (cavidade glenoidal da
escápula); de forma que duas fossas de aspecto convexo, divididas entre si por uma crista óssea de aspecto rugoso (a
crista ou espinha da escápula), fiquem voltadas posteriormente.
Divisão anatômica.
Para estudo anatômico, a escápula está dividida em duas faces (costal e dorsal), três margens (superior, medial
e lateral) e três ângulos (superior, inferior e lateral).
A face costal (ou anterior) apresenta uma ampla depressão, a fossa subescapular, a qual presta inserção ao M.
Subescapular e por onde percorre o N. tóraco-dorsal (originário do fascículo posterior do plexo braquial, destinado a
inervação do M. latíssimo do dorso), de forma tal que, em momento oportuno, pode-se fazer correlações clínicas
baseadas no comprometimento desta estrutura nervosa em casos de fratura desta região. Por estar em íntimo contato
com as costelas torácicas, a face costal torna-se de fácil percepção por apresentar sulcos e impressões costais.
Na face dorsal (ou posterior) encontramos duas fossas separadas entre si por uma saliência óssea em forma de
espinha (a espinha da escápula). As fossas são denominadas de acordo com sua situação anatômica em relação à
referida espinha: a fossa supra-espinhal está localizada acima da espinha da escápula; a fossa infra-espinhal, abaixo da
mesma espinha. Estas duas fossas prestam inserção a músculos homônimos (Mm. supra-espinhal e infra-espinhal,
respectivamente), sendo que, na fossa infra-espinhal encontramos ainda a inserção de outros dois músculos, os Mm.
redondo maior e redondo menor. A espinha da escápula, na medida em que se aproxima do ângulo lateral do osso, vai
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aumentando seu volume e adquirindo um aspecto achatado, originando uma saliência articular, o acrômio da escápula,
responsável por articular a escápula à clavícula através da articulação acrômio-clavicular. O acrômio é um importante
ponto de referência óssea, principalmente utilizada como limite para traços de incisões para dissecação do membro
assim como na aplicação de injeções deltoideas (no intuito de desviar estruturas que provavelmente possam ser lesadas
se não obedecidas os critérios de segurança a partir da referência óssea estabelecida pelo acrômio). A espinha e o
acrômio prestam inserção ao M. Deltoide. O tubérculo deltoide da espinha da escápula marca o ponto medial da fixação
do M. Deltoide na espinha deste osso. A espinha e o acrômio da escápula servem ainda como alavancas para músculos
neles fixados, particularmente o M. trapézio.
Na margem superior do osso encontram-se dois acidentes anatômicos: uma incisura, a incisura da escápula, e
uma saliência em forma de bico de corvo, o processo coracoide. Pela incisura, percorre o N. supraescapular, oriundo do
tronco superior do plexo braquial e destinado a inervação dos Mm. supra-espinhal e infra-espinhal. O processo coracoide
presta inserção ao M. Peitoral Menor, ao tendão comum para o M. coracobraquial e para a porção curta do M. Bíceps
Braquial, além de prestar fixação para o ligamento córaco-clavicular (constituído pelos ligamentos trapezoide e conoide,
responsáveis por fixar a clavícula ao acrômio da escápula).
Em uma visão lateral da escápula, observa-se a presença de uma fossa particular, localizada entre a espinha e a
cabeça da escápula, constituindo a fossa espino-glenoidal, por onde percorre o componente infra-espinhal do nervo
supra-escapular, ou seja, o componente nervoso responsável por inervar apenas o M. infra-espinhal.
O ângulo superior corresponde ao ponto de encontro das margens superior e medial da escápula. O ângulo
lateral representa o mais importante dos ângulos encontrados no osso, parte mais espessa do osso que possui a cabeça
da escápula, onde se encontra uma depressão articular, a cavidade glenoidal da escápula, que se articula com a cabeça
do Úmero. A rasa constrição entre a cabeça e o corpo define o colo da escápula. Acima dessa cavidade, encontramos
uma saliência, o tubérculo supraglenoidal, que presta inserção à porção longa do M. Bíceps Braquial. Abaixo da
cavidade glenoidal encontraremos o tubérculo infraglenoidal, onde se insere a porção longa do M. Tríceps Braquial. O
ângulo inferior da escápula, local de encontro das margens lateral e medial do referido osso, serve como um dos pontos
de inserção dos Mm. Redondos Maior e Menor, assim como ao M. Subescapular.
A partir do momento em que a escápula é amplamente revestida por músculos, faz com que fraturas desse osso
raramente ocorram. Esse tipo de lesão, contudo, geralmente é causada por traumatismos graves, como
atropelamentos. A parte do osso mais sujeita a fraturas é o acrômio, por se tratar de uma região subcutânea protrusa.
Quando o corpo da escápula é comprometido (como por golpes diretos nessa região), o nervo toracodorsal geralmente
é acometido, sendo ele o responsável por inervar o M. latíssimo do dorso. Quando apresenta inervação insuficiente, o
músculo deixa de funcionar adequadamente. Uma vez que este músculo está envolvido com a adução, rotação medial
e extensão do braço, todos estes movimentos estariam comprometidos. Além disso, fraturas da escápula geralmente
são acompanhadas de fraturas nas costelas.
Fraturas na margem superior da escápula, a partir do momento em que há lesão do nervo supra-escapular (que
cruza esta margem por meio da incisura da escápula), podem trazer um comprometimento nos movimentos de
abdução e rotação lateral do mesmo, uma vez que estes movimentos são responsabilidades dos Mm. supra-espinhal e
infra-espinhal, respectivamente, os quais estariam comprometidos por esta lesão.
Compressão da fossa espino-glenoidal (como por um cisto sinovial), gera o comprometimento de apenas o
componente infra-espinhal do N. supraescapular, fazendo com que haja limitação da rotação lateral do MS acometido
(por paralisia do M. infra-espinhal), mas preservando a abdução realizada pelo M. supraespinhal (inervado pelo N.
supraescapular antes que este se divida e passe pela fossa espino-glenoidal). A correção cirúrgica para este quadro se
dar por acesso à região através do sulco deltopeitoral (local de encontro das fibras do M. deltoide e peitoral maior).
A escápula normalmente é mantida projetada contra as costelas na face posterior do tórax devido à ação do
músculo serrátil anterior. Este músculo é o principal responsável por protrair a escápula contra a parede do tórax bem
como rotacionar este osso, de forma que a cavidade glenoidal seja voltada para
cima, permitindo assim, uma maior capacidade de abdução do membro. Sua
inervação é estabelecida pelo N. torácico longo. Este, após um percurso na região
lateral do tórax (onde pode ser lesionado), parte para inervar o músculo serrátil
anterior. Uma vez paralisado (por lesões do nervo pertinente), o paciente pode
apresentar um quadro conhecido por escápula alada. Para o diagnóstico, pede-se
ao paciente para que o mesmo faça força, utilizado os dois MS, contra uma
parede. No lado comprometido, nota-se que a escápula faz projeção para fora, de
forma que o ângulo inferior e a sua margem medial fiquem notadamente retraídas
(o que lembra um aspecto de asa, dando a designação clássica ao quadro clínico).
Além disso, o paciente apresentará dificuldades de elevar o membro além dos 90º,
relatando uma incapacidade de pentear o cabelo, por exemplo.
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CLAVÍCULA
A clavícula, por apresentar comprimento predominante com relação as suas demais dimensões, é classificada
como um osso longo, muito embora não apresente canal medular, consistindo, portanto, em um osso esponjoso
(trabecular) com revestimento de osso compacto. Este osso é o real responsável por ligar o membro superior ao tronco,
por meio de duas articulações do tipo plana: a articulação acrômio-clavicular e a articulação esterno-clavicular. Este
osso, entre outras funções, serve como um verdadeiro guindaste, no qual está suspensa a escápula e o membro livre,
de modo que quase todo o peso do membro é sustentado por este único osso. Os impactos traumáticos recebidos nas
regiões mais distais do MS são, de forma gradativa, transmitidas para este osso.
O formato da clavícula lembra a forma de uma letra S, sendo dividida em três terços: um terço lateral
(extremidade acromial), um terço medial (extremidade esternal) e um terço médio.
Posição anatômica.
Para por o osso em posição anatômica de estudo, observa-se, primeiramente, a face mais rugosa do mesmo, a
qual deverá se voltar para baixo, compondo a face inferior do osso. Esta região é mais rugosa por prestar inserção a
ligamentos densos, sendo ela a região onde principalmente se localizam os seus elementos descritivos. Deve-se voltar a
extremidade mais volumosa do osso para o plano mediano; para diante, a margem do osso que apresenta a maior
convexidade do osso (sendo esta convexidade encontrada no terço medial do osso).
Divisão anatômica.
Para estudo anatômico, a clavícula apresenta uma divisão em duas faces (superior e inferior), duas margens
(anterior e posterior) e duas extremidades (esternal e acromial).
Em seu terço medial a clavícula presta inserção ao M. Esternocleidomastoideo, enquanto que em seu terço distal
se insere o M. Deltoide. Encontramos ainda o M. subclávio inserido na face inferior do osso.
Na face inferior do osso encontramos a maioria de seus elementos descritivos: na extremidade acromial,
encontramos dois elementos anatômicos que servem de fixação dos componentes do ligamento coracoclavicular: linha
trapezoide (onde se insere o ligamento trapezoide, parte lateral do ligamento córaco-clavicular) e o tubérculo conoide
(onde se insere o ligamento conoide, parte medial do ligamento córaco-clavicular); no terço médio, encontramos apenas
uma depressão longitudinal, o sulco para o M. Subclávio, que presta inserção a um músculo homônimo; na extremidade
esternal, encontramos a impressão do ligamento costoclavicular, uma área áspera e de aspecto oval que marca o local
de fixação do ligamento que une a 1ª costela á clavícula, limitando a elevação do membro superior.
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ÚMERO
O úmero forma o único arcabouço do
segmento braço do membro superior. É o
maior osso do membro superior. Como tal, é
classificado como um osso longo, uma vez
que o seu comprimento prevalece com
relação as suas demais dimensões.
Posição anatômica.
A posição anatômica do osso é obtida
ao se observar as suas extremidades. Para
cima e voltado para o plano mediano, volta-se
a extremidade do osso que apresenta uma
saliência articular em forma de esfera (a
cabeça do úmero); para trás, a face da
extremidade inferior que apresenta uma ampla
depressão articular (a fossa do olécrano).
Divisão anatômica.
Como quase todo osso longo, o úmero
é dividido para estudo anatômico em três
regiões: uma epífise proximal (mais superior e
em relação direta com a cintura escapular),
uma epífise distal (articulada aos ossos do
antebraço) e um corpo, unindo as duas
extremidades do osso. A diáfise apresenta
uma forma triangular, com três faces, sendo
elas: ântero-lateral; ântero-medial; e posterior.
Suas faces estão separadas através de três
margens: anterior, medial e lateral.
A epífise proximal apresenta, de forma proeminente, uma saliência articular de forma esférica, a cabeça do
Úmero, limitada por um estrangulamento pouco profundo, o colo anatômico do úmero. Este colo separa a cabeça do
úmero de duas outras saliências ósseas, os tubérculos maior e menor. Estes tubérculos prestam inserção aos quatro
músculos do chamado manguito rotador (Mm. supra-espinhal, infra-espinhal, redondo menor e subescapular),
responsáveis por estabilizar a articulação do ombro, uma vez que há uma grande desproporção entre a cabeça do
úmero e a cavidade glenoidal da escápula. Os tubérculos estão separados entre si por um sulco, o sulco inter-tubercular,
por onde corre o tendão da porção longa do M. Bíceps Braquial. A epífise proximal do úmero está ligada ao corpo por
uma linha imaginária que passa abaixo das referidas saliências, denominada colo cirúrgico.
O colo cirúrgico do úmero é assim denominado por ser um dos principais alvos de fraturas do osso,
principalmente se tratando de indivíduos idosos com osteoporose. A principal complicação dessa fratura envolve
estruturas vásculo-nervosas que nesta região se relacionam: o N. axilar, oriundo do fascículo posterior do plexo
braquail logo ao se formar, se relaciona diretamente com o referido colo. Lesões deste nervo, resultam em
paralisia dos Mm. Deltoide e Redondo menor, responsáveis, respectivamente, pela abdução e rotação lateral do
braço. Além disso, o N. axilar é responsável pela inervação cutânea da pele sobre a região do ombro (por meio
do N. cutâneo lateral superior do braço) e, uma vez comprometido, o paciente relataria parestesia na região
pertinente ao ombro. Além desses comprometimentos nervosos, é possível observar, em alguns casos, necrose
da cabeça do úmero, uma vez que, no colo cirúrgico do úmero, estão presentes as artérias circunflexas do
úmero, ramos da terceira porção da artéria axilar, responsáveis por irrigar a epífise proximal do referido osso.
Os tubérculos maior e menor se continuam em direção ao corpo do osso através de duas cristas, a crista do
tubérculo maior (presta inserção ao M. Peitoral Maior) e a crista do tubérculo menor (presta inserção aos Mm. Latíssimo
do Dorso e Redondo Maior).
Como já foi visto, o corpo do úmero apresenta um caráter prismático, ou seja, três faces. A face ântero-lateral
apresenta uma rugosidade em forma de V, a tuberosidade deltoidea, que presta inserção ao M. Deltoide. No terço médio
da face ântero-medial, encontra-se inserido o M. coracobraquial. Já na face posterior do úmero, encontramos uma rasa
depressão oblíqua de trajeto lateral e inferior, em forma de sulco para alojar o N. radial (oriundo do fascículo posterior do
plexo braquial) e a artéria braquial profunda, sendo denominado de sulco do N. Radial. Este sulco, por apresenta um
caráter oblíquo, propicia à face posterior do úmero um aspecto de torção, ou seja, como se o osso tivesse sido torcido,
justificando a sua antiga denominação de sulco espiral.
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Fraturas do corpo do úmero, frequentemente derivadas de um golpe direto no braço, podem levar ao
comprometimento de estruturas que se relacionam intimamente com o úmero nesta região, como é caso do N.
radial e da artéria braquial profunda. A lesão do N. radial neste nível poderá trazer prejuízos aos movimentos de
extensão do antebraço e da mão (como veremos em capítulos posteriores), o que gera um quadro de “mão
caída”.
A epífise distal é ligeiramente achatada no sentido ântero-posterior. Nela encontraremos duas superfícies
articulares, a tróclea (se articula com a incisura troclear da ulna), medialmente, e lateralmente, o capítulo (se articula com
a fóvea articular da cabeça do rádio). Também encontramos duas saliências ósseas: os epicôndilos lateral e medial (este
marca a passagem de um importante nervo para o antebraço e para a mão: o N. ulnar). Além dos acidentes anatômicos
supracitados, vamos encontrar três depressões articulares: duas anteriores, as fossas coronoidea (que se articula com o
processo coronoide da ulna) e radial (se articula com a circunferência articular do rádio) e uma posterior, a fossa do
olécrano (aloja o bico do olécrano do O. ulna). Os epicôndilos se projetam para o corpo do úmero na forma de cristas: a
crista supra-epicondilar lateral e a crista supra-epicondilar medial, a partir de seus respectivos epicôndilos.
Fraturas na extremidade distal do úmero podem estar associadas a lesões do nervo mediano, importante nervo
para o antebraço e mão, oriundo dos fascículos medial e lateral do plexo braquial. Fraturas específicas no
epicôndilo medial do úmero podem estar associadas a lesões do N. ulnar, também responsável por inervar
estruturas no antebraço e na mão. Todas essas lesões serão melhor discutidas mais adiante neste capítulo.
ULNA
Juntamente ao osso rádio, a ulna estabelece o suporte ósseo móvel e articulado do antebraço. A ulna,
principalmente, é o osso que estabiliza este segmento do MS. Ela é o osso mais longo e medial do antebraço, se unindo
com o úmero por meio da articulação do cotovelo e com o rádio e os ossos do carpo por meio da articulação do punho.
Posição anatômica.
A posição anatômica da ulna é obtida quando se posiciona a extremidade mais volumosa do osso para cima, de
forma que uma grande incisura encontrada nesta extremidade (incisura troclear) fique voltada para diante, e uma
incisura de menor dimensão (incisura radial da ulna) voltada para o plano lateral. Como um legítimo osso longo, a ulna é
dividida para o estudo anatômico em duas epífises, proximal e distal, unidas pela diáfise.
Divisão anatômica.
Na epífise proximal do osso, encontram-se duas incisuras: a incisura troclear e a incisura radial. A mais ampla e
voltada para diante, a incisura troclear, é delimitada por dois processos, o olécrano (acima, presta inserção aos Mm.
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Tríceps Braquial e Ancôneo) e o processo coronoide da Ulna (abaixo, presta inserção ao M. Braquial). A incisura troclear
articula-se com a tróclea umeral. A segunda incisura apresenta menor dimensão e está voltada para o plano lateral,
sendo denominada de incisura radial (articula-se com a circunferência articular do rádio).
O corpo do osso apresenta para estudo anatômico três faces: anterior, posterior, e medial; separadas através de
três margens, anterior, posterior e lateral. A margem lateral também conhecida com a denominação de margem
interóssea, por prestar inserção à membrana de mesmo nome, responsável por ligar esta margem à margem medial do
O. Rádio. Na face anterior do osso, é possível encontrar ainda uma região rugosa, a tuberosidade da ulna, local de
inserção do M. braquial.
A epífise distal é representada pela cabeça da ulna (mais lateral, se articula com a incisura ulnar do Rádio) e
pelo processo estiloide (mais medial, presta inserção ao ligamento lateral interno da articulação do pulso).
RÁDIO
Dentro os dois ossos que constituem o arcabouço ósseo do antebraço, o rádio é o mais lateral e mais curto. Seu
nome deriva do latim, sendo uma referência ao seu aspecto de um “raio de uma roda” (do latim, radius).
Posição anatômica.
A posição anatômica do osso é obtida voltando-se a extremidade achatada e em forma de disco do mesmo para
cima (circunferência articular da cabeça do rádio); a extremidade côncava para baixo, com saliência em forma de
processo encontrada nessa extremidade voltada para o plano lateral (processo estiloide do rádio).
Divisão anatômica.
O osso está dividido em duas epífises, proximal e distal, unidas pela diáfise.
A epífise proximal é representada pela cabeça do rádio, constituída por uma circunferência articular (articula-se
com a incisura radial da ulna, estabelecendo a articulação radioulnar proximal); e por uma depressão articular, a fóvea
articular do rádio (ou cavidade glenoidal da cabeça do rádio, articula-se com o capítulo do O. úmero). A cabeça do rádio
é separada do corpo por meio do colo do rádio, região relacionada com o N. radial (ramo profundo) no antebraço.
O corpo apresenta para estudo anatômico três faces: anterior, posterior e lateral; separadas por três margens:
anterior, posterior e medial. A face anterior apresenta uma saliência, a tuberosidade do rádio que presta inserção ao M.
Bíceps Braquial. Na face lateral, verificamos a inserção do M. pronador redondo no local designado como impressão do
M. pronador redondo. A margem medial do rádio (margem interóssea) é unida através da membrana interóssea à
margem lateral da ulna.
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A epífise distal do rádio apresenta duas faces articulares, a incisura ulnar (mais medial, pois une-se à cabeça da
ulna na articulação radioulnar distal), e a face articular carpal (inferior, articula-se com os Oo. Escafoide e Semi-lunar).
Lateralmente identificamos uma saliência óssea, o processo estiloide do rádio (presta inserção ao ligamento lateral
externo da articulação do pulso).
OSSOS DA MÃO
O carpo é formado por oito ossos curtos distribuídos igualmente em uma fileira proximal e outra distal, de forma
que esses ossos representam o assoalho de um importante canal de passagem de estruturas para a mão, o túnel do
carpo. Este é limitado superiormente pelo retináculo dos flexores, que está fixado ao escafoide e ao trapézio,
lateralmente, e ao pisiforme e hâmulo do osso hamato, medialmente. A importância do túnel do carpo advém da
passagem do nervo mediano em seu interior. Da região lateral para a medial da fileira proximal dos ossos do carpo,
encontramos, nesta ordem, os seguintes ossos:
Escafoide (do grego, skaphé = barco): pequeno
osso em forma de barco que se articula com o
rádio na sua parte proximal. Apresenta como
principal elemento descritivo o tubérculo do
escafoide. Este osso, com relação aos demais
da região, é mais comumente fraturado.
Semilunar (do latim, luna = lua): apresenta
forma de meia lua e, assim como o escafoide,
também estabelece articulação com o rádio.
Piramidal (do latim, triquetrus = três ângulos):
apresenta formato piramidal e se articula na
região proximal com o disco articular da
articulação radioulnar distal.
Pisiforme (do latim, pisum = ervilha): pequeno
osso em forma de ervilha localizado na face
palmar do piramidal.
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Inervação:
(1) N. peitoral lateral C5, C6 (cabeça clavicular)
(2) N. peitoral medial C7, C8 e T1 (cabeça esternocostal)
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A lesão do nervo torácico longo paralisa o músculo serrátil anterior do mesmo lado, provocando a chamada
“escápula alada”, uma vez que este músculo é responsável por manter a escápula justaposta às costelas e,
sendo assim, a sua paralisação provoca a retração da escápula, principalmente quando o indivíduo faz força
para empurrar algo (colando as mãos contra a parede, por exemplo). Além disso não é possível abduzir o
membro superior além da posição horizontal, porquê o serrátil anterior é incapaz de girar a cavidade glenoidal da
escápula.
4. Músculo subclávio
O músculo subclávio é um pequeno e delgado músculo situado entre a clavícula e a primeira costela que
apresenta, como uma de suas principais funções, a capacidade de amortecer os movimentos da clavícula para que esta
não lesione estruturas que transitam do pescoço a axila.
Músculo subclávio
Ponto fixo: Porção medial da primeira costela.
5. Músculo Trapézio
Este músculo representa um elo direto entre o esqueleto axial e o cíngulo do MS, cobrindo o pescoço
posteriormente e a metade superior do tronco. Sua designação é relativa a sua forma (do grego, trapezium = figura
geométrica irregular com quatro lados). Sua inervação é derivada do XI par de nervos cranianos (N. acessório).
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Músculo Trapézio
Ponto fixo: Terço medial da linha nucal superior, ligamento nucal, protuberância
occipital externa, processos espinhosos das vértebras C7-T12
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Ação: Retrai a escápula, gira a cavidade glenoidal para baixo e fixa a escápula à parede
torácica.
9. Músculo Deltoide
Por ter uma forma ligeiramente parecida com a letra grega delta (Δ), rendeu-lhe a denominação de deltoide.
Suas fibras são divididas em três grupos: semipeniforme anterior, multipeniforme média e semipeniforme posterior.
Quando as três partes se contraem, o braço é abduzido, sendo auxiliado, nos 15º de abdução, pelo músculo supra-
espinhal. As partes anterior e posterior são responsáveis pela flexão e extensão do braço, respectivamente, de forma
que são elas as responsáveis pelo balanço dos membros durante a marcha.
O músculo deltoide é o responsável por conferir o formato arredondado característico do ombro e, devido ao seu
espessamento e à intensa vascularização, é nele onde as injeções intramusculares (deltoideas) são administradas. Uma
lesão no nervo axilar atinge o músculo deltoide quase que exclusivamente, de modo que o paciente apresente atrofia do
músculo, perdendo o formato normal do ombro e deixando as saliências ósseas da região mais evidentes (como o
acrômio). O indivíduo, neste caso, apresenta o braço aduzido ao lado do corpo, tal qual um pêndulo.
Músculo Deltoide
Ponto fixo: Espinha da escápula, acrômio e terço lateral da clavícula.
Ponto móvel: Tuberosidade deltoidea, na face anterolateral do úmero.
Ação: abdução do braço, flexão do braço (porção clavicular); extensão do braço (porção
escapular).
Inervação: N. axilar (fascículo posterior do plexo braquial)
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Músculo infra-espinhal
Ponto fixo: Fossa infra-espinhal da escápula.
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Na lesão denominada como “mão de gorjeta para garçom”, provocada pela lesão da parte superior do plexo braquial
(rompimento das raízes C5 e C6 do plexo braquial ou lesão do tronco superior, formado por essas raízes), o braço do
indivíduo permanece em adução, rotacionado medialmente e o antebraço fica estendido e pronado. Esse movimento lembra
àquele que os garçons antigamente faziam para receber gorjeta de maneira discreta. A adução do braço ocorre porque
lesando o nervo axilar, formado por fibras de C5 e C6, o músculo deltoide fica paralisado e não faz abdução do braço, além
do supra-espinhal (nervo supraescapular). A rotação medial ocorre porque ao lesar os nervos: axilar e supra-escapular,
também formado por fibras de C5 e C6, os músculos rotadores laterais – redondo menor e infra-espinhal –, ficam
paralisados, impossibilitando a rotação lateral do braço. Já o antebraço fica estendido porque lesando o nervo
musculocutâneo, formado por fibras de C5 e C6, a musculatura anterior do braço, que é flexora do antebraço, fica paralisada
e a extensão do antebraço prevalece sobre a flexão. O antebraço fica pronado porque a lesão do nervo musculocutâneo
paralisa o músculo bíceps, que é o principal supinador de força do pulso.
MÚSCULOS DO BRAÇO
Os músculos do braço aqui descritos são aqueles que se localizam em um dos compartimentos musculares
apresentados por este segmento: o compartimento anterior ou flexor; e o compartimento posterior ou extensor. Essa
ressalva é importante pois há aqueles músculos conhecidos como toracoapendiculares, que mesmo se inserindo no
úmero, não participam da composição de nenhum dos compartimentos próprios do braço.
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Músculo Coracobraquial
Ponto fixo: Ponta do processo coracoide da escápula.
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Ação: Auxilia o músculo tríceps, iniciando o movimento de extensão do antebraço, já que ele está junto da
articulação do cotovelo. Além de ser o iniciador da extensão do antebraço, este músculo possui mais duas
funções: estabiliza a articulação do cotovelo por trás quando o antebraço é flexionado e, durante a
pronação do antebraço, traciona a ulna lateralmente, facilitando o giro do rádio sobre a ulna.
Inervação: N. radial (Fascículo posterior do plexo braquial)
MÚSCULOS DO ANTEBRAÇO
O antebraço – segmento médio do membro superior – apresenta músculos que cruzam a articulação do cotovelo
e do punho, agindo, deste modo, na mão ou nos dedos. Cabe a nós descrevermos os músculos deste segmento do
membro superior dividindo-os, para um estudo mais didático, em três compartimentos: anterior, lateral e posterior.
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Inervação: N. Mediano.
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Inervação: N. Mediano
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Inervação: N. Radial
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referência para aferir a pulsação da artéria radial na mão, importante pois esta aferência reflete a pulsação da própria
artéria braquial do paciente, servindo como um ótimo indicador de sinais vitais.
O fato dos dedos indicador e mínimo apresentarem músculos extensores próprios, garante maior independência
a estes dois dedos quando em relação ao M. extensor dos dedos. Este fato é provado em casos de facadas no
terço posterior mais distal do antebraço, por exemplo, quando o elemento cortante atinge apenas as fibras do M.
extensor dos dedos. Nota-se, com isso, que o indivíduo torna-se incapaz de estender os dedos médio e anular,
mas ainda consegue, de maneira limitada, estender o dedo indicador e mínimo. Não se pode explicar este fato
por lesão nervosa uma vez que todos estes músculos envolvidos são inervados pelo mesmo nervo (o N. radial) e
uma vez lesado, todos estes movimentos estariam prejudicados.
MÚSCULOS DA MÃO
Cada eminência da mão corresponde a um grupo muscular recoberto por sua respectiva fáscia. As eminências
são: a eminência tenar, onde há os músculos curtos ou pequenos do polegar; a eminência hipotenar, onde há os
músculos curtos do dedo mínimo; e uma região intermédia, a região palmar (compartimento central e inter-ósseo), onde
estão localizados os chamados músculos curtos da mão. Assim como foi feito até então, o estudo do componente
muscular da mão será dividido por tais compartimentos na forma de eminências.
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Inervação: N. ulnar.
Inervação: N. mediano
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Inervação: N. ulnar.
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Inervação: N. ulnar.
Inervação: N. ulnar.
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composta por axônios de neurônios eferentes (motores); e uma raiz dorsal (posterior), composta por axônios de
neurônios aferentes (sensitivos). Portanto, do sulco ântero-lateral da medula espinhal parte uma raiz ventral motora e do
sulco póstero-lateral da medula, chega uma raiz dorsal sensitiva, de forma tal que ambas as raízes entram na
composição de um nervo espinhal, o que significa dizer que cada nervo espinhal apresenta um caráter misto (ou seja, é
composto por axônios tanto motores quanto sensitivos). O nervo espinhal, uma vez formado, se divide em um ramo
ventral (mais calibroso, sendo este responsável direto pela formação do plexo braquial) e um ramo dorsal (menos
calibroso, destinado à inervação de estruturas do dorso). As raízes do plexo braquial (primeiro elemento que participa da
construção do plexo), nada mais são que as divisões anteriores dos nervos espinhais correspondentes aos segmentos
medulares C5, C6, C7, C8 e T1.
A questão que agora pode surgir é: como referir-se a um segmento C8 se só existem 7 vértebras cervicais? A
resposta se dá pela formação do primeiro par de nervos espinhais: este tem origem entre a primeira vértebra cervical
(atlas) e o osso occipital (do crânio), de forma que, abaixo de C1, teremos o par de nervos espinhais correspondentes ao
segmento C2; abaixo de C2, teremos o par de nervos espinhais correspondentes ao segmento medular C3; e assim por
diante, até que, abaixo de C7, teremos o par de nervos espinhais correspondentes ao segmento C8.
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Ramos terminais.
Os fascículos se bifurcam para compor os ramos terminais e principais do plexo braquial, sendo estes os
responsáveis pela inervação de um maior grupo de músculos do membro superior. São eles: nervo músculo-cutâneo,
nervo mediano, nervo ulnar, nervo axilar e nervo radial, sendo todos eles de caráter misto e multisegmentar.
O estudo dos ramos terminais, assim como dos nervos colaterais (sejam eles infra ou supra-claviculares), será
feito agora, enfatizando a origem, o trajeto e o destino de cada um deles, destacando as suas mais importantes relações
anatômicas.
RAMOS SUPRA-CLAVICULARES
São quatro os ramos que se originam na porção supra-clavicular do plexo braquial, sendo eles formados nas
raízes ou nos troncos do plexo: nervo dorsal da escápula, nervo torácico longo, nervo supraescapular e nervo para
o músculo subclávio. Além deles, alguns ramos musculares sem nome oficial originam-se das cinco raízes do plexo.
Há ainda a raiz C5 do nervo frênico, que ascende para se unir com os componentes C3 e C4 do mesmo nervo na
superfície anterior do músculo escaleno anterior.
O nervo dorsal da escápula se origina na face posterior da raiz C5 do plexo braquial, recebendo uma
contribuição frequente do segmento C4 (que por esta razão, é didaticamente descrito, por alguns autores, como parte do
plexo braquial).
Este nervo, ao se formar, perfura o músculo escaleno médio alcançando camadas mais profundas do pescoço.
Após perfurar o músculo, o nervo dorsal da escápula desce profundamente para alcançar os músculos romboides e
levantador da escápula, inervando-os.
É responsável por inervar os Mm. Romboides maior e menor e o M. Levantador da Escápula (músculos tóraco-
apendiculares posteriores).
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O nervo torácico longo brota da face posterior das raízes C5, C6 e C7 do plexo braquial, adotando um trajeto
descendente e posterior às demais raízes do plexo. Após ser formado, este nervo atravessa o canal cervicoaxilar,
percorre a face lateral da caixa torácica (onde por ser lesado), até atingir o músculo serrátil anterior (tóraco-apendicular
anterior), inervando-o.
Lesões por arma branca na região lateral do tórax, ou mesmo como resultado de uma
mastectomia ou retirada de linfonodos axilares, pode gerar danos ao nervo torácico
longo durante o seu percurso até o M. serrátil anterior. Este tipo de lesão leva a uma
paralisia deste músculo, o que ocasiona uma retração da escápula, fazendo com que a
sua margem medial mova-se lateralmente e posteriormente, afastando-se da parede
torácica posterior, conferindo-lhe a aparência de uma asa (sendo mais evidente
quando o indivíduo faz esforço contra uma parede com os membros), rendendo, a este
quadro, a designação de escápula alada.
Nervo supraescapular.
M. Supra-espinhal: [manguito rotador] abdução dos primeiros 15º do braço.
M. Infra-espinhal: [manguito rotador] rotação lateral do braço.
Fraturas na margem superior da escápula ou até mesmo aneurismas da artéria supraescapular podem gerar
danos ao nervo supra-escapular. Neste nível, o quadro clínico reflete em paralisia de ambos os músculos
inervados por este componente nervoso: os Mm. supra-espinhal e infra-espinhal, resultando em dificuldades na
abdução do braço (principalmente nos 15 primeiros graus de abdução) e rotação lateral do mesmo,
respectivamente.
A presença de um cisto sinovial na fossa espino-glenoidal da escápula gera uma compressão crônica no ramo
infra-espinhal do nervo supra-escapular, resultando perdas motoras apenas para o músculo infra-espinhal
(refletindo em dificuldades na rotação lateral do úmero). A correção se baseia na retirada ou diminuição do cisto
sinovial. O melhor acesso cirúrgico para alcançar a região se faz pelo sulco deltopeitoral.
O nervo para o M. subclávio se origina a partir do tronco superior, recebe fibras de C5, C6 e frequentemente de
C4. Ao se formar, adota um trajeto descendente, passando posteriormente à clavícula e anterior ao plexo braquial e à
artéria subclávia, até atingir o músculo subclávio, localizado entre a clavícula e a primeira costela. É responsável,
portanto, pela inervação do músculo homônimo.
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O nervo peitoral lateral é um ramo que brota da face lateral do fascículo lateral, recebendo fibras oriundas de C5,
C6 e C7. Este nervo, após breve percurso, perfura a membrana costocoracoide para alcançar as fibras profundas dos
músculos peitorais. Este nervo envia ainda um ramo comunicante para o nervo peitoral medial, contribuindo, portanto, na
inervação do M. peitoral menor.
O nervo peitoral medial é um dos três ramos colaterais do fascículo medial, recebendo fibras de C8 e T1.
Apresenta um breve trajeto entre a artéria e veia axilares, perfurando, logo em seguida, o M. peitoral menor, inervando-o,
para depois alcançar o M. peitoral maior, auxiliando, diretamente, na sua inervação (enviando fibras para a parte
esterno-costal deste músculo). Embora seja denominado por medial (em alusão a sua origem no fascículo medial), este
nervo situa-se lateralmente ao nervo peitoral lateral.
Considerado o menor nervo do plexo, o N. cutâneo medial do braço brota do fascículo medial, recebendo fibras
de C8 e T1.Tem um trajeto curto, ao longo da face medial das veia axilar, até atingir, superficialmente, a pele do lado
medial do braço. Como veremos, todos os nervos intitulados como cutâneo (seguidos de uma referência anatômica e um
segmento do membro superior), estaremos nos referindo a um nervo exclusivamente sensitivo, cujos axônios aferentes
fazem sinapses com receptores sensitivos. O nervo cutâneo medial do braço, constantemente, comunica-se com o nervo
intercostobraquial, nervo que traz aferências de dor correspondente ao coração. Por este motivo, a dor cardíaca é
geralmente refletida como uma dor no braço (esquerdo, na maioria das vezes).
É originado do fascículo medial, recebendo fibras de C8 e T1. Inicialmente, segue um trajeto semelhante ao do
nervo ulnar (com o qual é frequentemente confundido). Porém, perfura a fáscia muscular e se superficializa para entrar
no tecido celular subcutâneo, inervando a pele medial do antebraço, até a região do punho.
É um ramo lateral do fascículo posterior, recebendo fibras de C5 e, ocasionalmente, de C4. Como o fascículo
posterior é localizado próximo à fossa subescapular, este nervo adota um curto trajeto para atingir as fibras superiores
do M. subescapular, inervando-as.
Nervo toracodorsal.
M. Latíssimo do Dorso: estende, aduz e gira medialmente o úmero; é o músculo da escalada: eleva o corpo em
direção aos braços durante a escalada.
É um ramo lateral do fascículo posterior, recebendo fibras de C6, C7 e C8. Sua origem se dá entre os nervos
subescapulares superior e inferior; apresenta um trajeto ao longo da parede axilar posterior, descendo intimamente ao
longo da fossa subescapular, até atingir a parte apical do M. latíssimo do dorso.
Lesões ocasionadas com arma branca ou por atropelamentos que atinjam diretamente a parede posterior do
tórax, na região da escápula, podem gerar, além de fraturas nas costelas, uma fratura cominutiva no corpo da
escápula. Esta lesão, por muitas vezes, pode atingir o N. toracodorsal. Nestes casos, o indivíduo pode
apresentar dificuldades para realizar os movimentos produzidos pela ativação do M. latíssimo do dorso: adução,
extensão e rotação medial do braço. Devido a isso, o indivíduo é incapaz de praticar qualquer tipo de esporte
que envolva esses movimentos do braço, como a escalada ou a natação, por exemplo.
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É mais um ramo lateral do fascículo posterior, que recebe fibras apenas do segmento C6. Ao ser formado, segue
ínfero-lateralmente em direção do local em que as fibras do M. subescapular encontram as fibras do M. redondo maior,
inervando estes dois grupos de fibras.
Nervo musculocutâneo.
Função motora: Mm. Bíceps braquial, coracobraquial e braquial: flexores do antebraço.
Função sensitiva: continua no antebraço como Nervo Cutâneo Lateral do Antebraço.
Ramo terminal do fascículo lateral do plexo braquial (recebendo fibras oriundas de C5 a C7), o nervo
musculocutâneo, ao se formar, sai da axila e perfura imediatamente o M. coracobraquial para adentrar no segmento
braço. Após isso, adota um trajeto descendente, profundamente às duas cabeças do M. bíceps braquial, até alcançar a
fossa cubital. Neste ponto, o nervo musculocutâneo emerge entre os Mm. Bíceps braquial e braquial, atingindo o
antebraço na forma de nervo cutâneo lateral do antebraço.
O N. musculocutâneo é, portanto, o nervo motor exclusivo para o compartimento anterior do braço, inervando os
Mm. Bíceps braquial, coracobraquial e braquial. Em nível do antebraço, este nervo emerge para suprir, de forma
sensitiva, a pele lateral do antebraço na forma de Nervo Cutâneo Lateral do Antebraço.
Nervo mediano.
Função motora: não apresenta função motora no braço; no antebraço,
inerva a maioria: Mm. pronador redondo, flexor radial do carpo, palmar
longo, flexor superficial dos dedos, metade lateral do flexor profundo dos
dedos, flexor longo do polegar e pronador quadrado; na mão, inerva todos
os músculos da região tênar, excetuando-se apenas a cabeça profunda do
M. flexor curto do polegar e adutor do polegar: Mm. abdutor curto do
polegar, cabeça superficial do flexor curto do polegar, oponente do polegar,
além dos 1º e 2º Mm. lumbricais.
Sensibilidade: Torna-se sensitivo em quase toda região palmar (a partir da
metade lateral do dedo anular, dedo médio, indicador e polegar; além leito
ungueal das falanges distais do polegar, dedo indicador, médio e metade
do anuar).
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polegar e pronador quadrado. Na mão, inerva todos os músculos da região tênar, excetuando-se apenas a cabeça
profunda do M. flexor curto do polegar e adutor do polegar: Mm. abdutor curto do polegar, cabeça superficial do flexor
curto do polegar, oponente do polegar, além dos 1º e 2º Mm. lumbricais.
Torna-se sensitivo em quase toda região palmar (a partir da metade lateral do dedo anular, dedo médio,
indicador e polegar; além leito ungueal das falanges distais do polegar, dedo indicador, médio e metade do anelar).
O nervo origina ainda, em nível distal da fossa cubital, um ramo profundo, que é o nervo inter-ósseo anterior
que desce com a artéria interóssea anterior, entre o flexor profundo dos dedos e flexor longo do polegar, para suprir
profundamente o M. pronador quadrado.
O nervo mediano pode ser lesionado tanto em casos de fraturas da epífise distal do úmero (onde pode ser
inclusive atingido em caso de punções venosas da veia intermédia do cotovelo) ou por lesões perfuro-cortantes
no pulso (na região onde o nervo transita pelo túnel do carpo). O nervo pode ainda ser comprimido no próprio
túnel do carpo (canal de passagem dos tendões dos Mm. flexores dos dedos e do N. mediano, cujo assoalho é
formado pelos ossos do carpo e o teto é formado pelo retináculo dos Mm. flexores) por um processo
denominado síndrome do túnel do carpo, caracterizado por compressão do nervo mediano neste referido local.
Lesões do nervo mediano ainda no braço, além da paralisia dos músculos do antebraço por ele inervados,
refletem ainda prejuízos motores para a mão, similares as lesões deste nervo em nível da epífise distal do
úmero. Lesionando-se o nervo mediano, a paralisia dos músculos da região tênar origina um caso clínico
conhecido como “mão em benção” ou “mão de pregador”: a paralisia dos 1º e 2º lumbricais impede que o
indivíduo, ao cerrar o punho, flexione os dedos indicador e médio, sem conseguir estender as falanges médias e
distais dos mesmos dedos, gerando um sinal parecido com o realizado por padres e pregadores quando estes
realizam o sinal da cruz. Neste tipo de lesão, o indivíduo é incapaz ainda de opor o polegar.
Nervo ulnar.
Função motora: não inerva nenhuma estrutura no braço; no antebraço, inerva
apenas o Músculo Flexor ulnar do carpo e a metade ulnar do músculo flexor
profundo dos dedos; é importante por inervar a maioria dos músculos intrínsecos da
mão: na região tênar, inerva o M. adutor do polegar e a cabeça profunda do flexor
curto do polegar (a superficial é n. mediano). Inerva todos os músculos da região
hipotênar (Mm. flexor curto do dedo mínimo, abdutor do dedo mínimo, oponente do
dedo mínimo e palmar curto). Na região média da mão, inerva os 3º e 4º Mm.
lumbricais, interósseos palmares e dorsais.
Sensibilidade: inerva pele palmar da mão medial a linha axial (metade) do dedo
anular.
Lesões do nervo ulnar ocorrem geralmente em fraturas do epicôndilo medial, local por onde transita este
nervo. A simples compressão corriqueira deste nervo gera uma dor aguda por muitos chamados “choque
de viúva”, em alusão à nevralgia que acomete o nervo após uma súbita compressão.
A lesão do nervo ulnar traz um quadro conhecido como “mão em garra”, em que o indivíduo tenta
cerrar o punho, mas não consegue fletir os dedos mínimo, anular e nem aduzir o polegar, deixando a
mão em um formato semelhante a uma garra. As características clínicas da lesão são também
explicadas pela paralisia dos Mm. lumbricais: uma vez paralisados o 3º e 4º lumbricais, o indivíduo é
incapaz de fletir a articulação metacarpofalâgea destes dedos, bem como é incapaz de estender a
articulação interfalangeana destes mesmos dedos. A incapacidade de adução do polegar é explicada
pela paralisia do M. adutor do polegar, também inervado por este nervo.
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Nervo axilar.
Função motora: Músculo Deltoide: abdução do braço, flexão e extensão
do braço; Músculo Redondo Menor: rotação lateral do braço.
Função sensitiva: Nervo cutâneo lateral superior do braço, inervando a
pele sobre o ombro.
Nervo radial.
Função motora: inerva todos os músculos extensores do braço (tríceps braquial, ancônio e
braquial) e antebraço, inclusive o M. braquioradial que é considerado músculo de ação
flexora.
Função sensitiva: região cutânea do braço, antebraço e mão posteriormente. No braço,
inerva a região ínfero-lateral (nervo cutâneo lateral inferior do braço); no antebraço, toda
sua porção posterior (N. cutâneo posterior do antebraço); e na mão, dorso lateral à linha
axial do 3º dedo (por meio do ramo superficial do N. radial).
O nervo radial, maior ramo do fascículo posterior, recebe fibras de C5 a T1, sendo
caracterizado por ser o maior cordão nervoso do plexo braquial. Ele deixa a fossa axilar
posteriormente à artéria axilar. No braço, aprofunda-se para se situar posteriormente ao úmero,
onde corre no sulco para o nervo radial, na face posterior deste osso, juntamente à artéria braquial
profunda. Ao perfurar o septo intermuscular lateral, emerge entre os Mm. braquioradial e braquial
para entrar na fossa cubital, onde divide-se em nervo radial superficial (que segue, profundamente
ao M. braquioradial, para inervar a região cutânea, para a pele lateral do dorso da mão) e nervo
radial profundo (também chamado de N. interósseo posterior, que segue um trajeto descendente
no antebraço, se relacionando com o colo do rádio), sendo este o componente motor propriamente
dito do nervo radial.
O nervo radial inerva, pois, os músculos extensores do braço e do antebraço (tríceps
braquial e ancônio) e um flexor (o M. braquioradial). Na mão, não inerva nenhum músculo
intrínseco, mas sim, extrínsecos, ou seja, músculos do antebraço que agem na mão (como os
músculos extensores do carpo e dos dedos).
Sua função sensitiva é extensa, sendo representada pela região cutânea do braço,
antebraço e mão posteriormente. No braço, inerva a região ínfero-lateral (nervo cutâneo lateral
inferior do braço); no antebraço, toda sua porção posterior (N. cutâneo posterior do antebraço); e
na mão, dorso lateral à linha axial do 3º dedo (por meio do ramo superficial do N. radial).
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O nervo radial pode ser lesionado em casos de fraturas do corpo do úmero (teço médio do
osso). O fato de o nervo passar rente à face posterior deste osso, pode facilitar a sua lesão
por fragmentos ósseos. Lesões do nervo radial geram um quadro clínico conhecido como
“mão caída” em alusão à incapacidade de extensão do punho e dos dedos devido a
paralisia da musculatura competente, fazendo com que a flexão prevaleça. Caso a
restauração cirúrgica do nervo não seja possível, pode-se realizar transplantes de tendões
para tracionar os músculos paralisados, aliviando o sinal característico da flexão do punho. A
recuperação da extensão do punho é obtida por transferência do tendão do M. pronador
redondo para o M. extensor radial curto do carpo; a recuperação da extensão dos dedos é
feita por transferência do M. flexor ulnar do carpo para o M. extensor dos dedos; para corrigir
a perda da extensão do polegar; faz-se a transferência do tendão do M. palmar longo para o
M. extensor longo do polegar.
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ARTÉRIA SUBCLÁVIA
As artérias Subclávias são responsáveis por suprir o pescoço, o membro superior e o encéfalo. Apresenta um
trajeto inicial ascendente, posteriormente à articulação esternoclavicular de cada lado, na raiz do pescoço. Sobre a 1ª
costela, curvam-se lateralmente e passam a ter trajeto descendente em direção ao terço médio da clavícula, para
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penetrar no canal cérvico-axilar, adotando o nome de artéria axilar (passa a chamar-se artéria axilar após ultrapassar a
margem externa da 1ª costela).
A artéria subclávia está dividia em três porções em relação ao M. escaleno anterior, pelo qual passa
posteriormente. Quanto aos seus principais ramos, para interesse de estudo do membro superior, nos cabe descrever
apenas o tronco tireocervical, que se origina da primeira porção da A. subclávia, ou seja, medialmente ao músculo
escaleno anterior. Este tronco dá origem a três ramos: artéria tireoide inferior, artéria supra-escapular e artéria cervical
ascendente. A artéria supra-escapular, como já vimos, atravessa a incisura da escápula, sobre a margem superior para
suprir músculos da face posterior deste osso.
ARTÉRIA AXILAR
A artéria axilar nada mais é que a continuação da artéria subclávia quando esta passa da margem lateral da 1ª
costela, terminando em nível da margem inferior do M. redondo maior, quando esta artéria passa a receber o nome de
artéria braquial e supre estruturas do segmento braço. Durante seu trajeto, a artéria axilar se relaciona por entre os
fascículos do plexo braquial, dando as suas respectivas designações.
Esta artéria segue profundamente ao músculo peitoral menor, sendo dividida, por critérios didáticos, em três
porções de acordo com a sua relação com o músculo:
A primeira porção da artéria axilar está situada entre a margem lateral da primeira costela e a margem medial do
M. peitoral menor. Como ramo, apresenta a artéria torácica superior.
A segunda porção da artéria axilar situa-se posteriormente ás fibras do M. peitoral menor e apresenta dois
ramos: as artérias toracoacromial e torácica lateral, que suprem a articulação do ombro e a parede torácica,
respectivamente.
A terceira porção estende-se da margem lateral do M. peitoral menor até a margem inferior do M. redondo maior
e possui três ramos: A. subescapular (que se bifurca em Aa. circunflexa da escápula e toracodorsal), A.
circunflexa anterior (menos calibrosa) do úmero e A. circunflexa posterior do úmero (maior e mais calibrosa).
Estas duas últimas, muito frequentemente, se originam de um tronco comum. Elas se relacionam, assim como o
N. axilar, com o colo cirúrgico do úmero, suprindo estruturas do ombro, assim como a cabeça do úmero.
ARTÉRIA BRAQUIAL
Ao passar pelo nível marcado pela margem inferior do M. redondo maior, a artéria axilar recebe o nome de A.
braquial, principal responsável pelo suprimento arterial do braço. Esta artéria termina na região da fossa cubital, bem em
nível do colo do rádio, onde se divide em artérias radial e ulnar.
A artéria braquial adota um trajeto relativamente superficial, sendo facilmente palpável na face medial e superior
do braço, ou seja, no sulco bicipital medial. A artéria braquial acompanha, em todo seu trajeto no braço, o N. mediano, o
qual se localiza lateralmente a ela em grande parte deste percurso, mas cruza-a anteriormente de maneira gradativa.
Além dos ramos principais que serão descritos agora, a artéria braquial emite pequenos ramos musculares e a artéria
nutrícea do úmero.
Os principais ramos da artéria braquial são as artérias braquial profunda e colaterais ulnares superior e
inferior. Estes ramos estão diretamente envolvidos nas anastomoses que formão a rede arterial da articulação do
cotovelo, juntamente às artérias recorrentes, que se originam das Aa. radial e ulnar e retornam ao cotovelo para construir
anastomoses.
Artéria braquial profunda: é o maior e principal ramo da artéria braquial, que surge, na maioria das vezes, 3 cm
abaixo do início de seu trajeto braquial. Esta artéria segue posteriormente ao úmero, no sulco para o nervo radial
juntamente com este. Ela termina se dividindo em dois ramos, um ascendente (que segue para se anastomosar
com as Aa. circunflexas do úmero) e um descendente (que se bifurca nas Aa. colaterais média e radial, que
também formam a rede arterial do cotovelo).
Artéria colateral ulnar superior: origina-se da face medial da A. braquial bem no terço médio do braço e
acompanha o N. ulnar no seu trajeto posterior ao epicôndilo medial. Se anastomosa com a recorrente ulnar
posterior para formar as anastomoses do cotovelo.
Artéria colateral ulnar inferior: origina-se da face medial da A. braquial próximo à fossa cubital. Segue
medialmente e anteriormente ao epicôndilo medial para se anastomosar com a A. recorrente ulnar anterior.
Artéria ulnar.
A artéria ulnar é a mais medial das artérias do antebraço, seguindo trajeto profundo ao M. flexor ulnar do carpo,
onde sua pulsação pode ser aferida. Seus ramos, além de suprir músculos do antebraço, entram na formação da rede
arterial do cotovelo: artérias recorrentes ulnares anterior e posterior (anastomosam-se com as artérias colaterais
ulnares inferior e superior, respectivamente), artéria interóssea comum (curto ramo da A. ulnar, pois se divide em A.
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interóssea anterior, que segue junto ao nervo interósseo anterior; e A. interóssea posterior, que segue junto ao N.
radial profundo ou N. interósseo posterior) e ramos musculares da A. ulnar (sem denominações específicas).
Artéria radial.
Das artérias principais do antebraço, a A. radial é a mais lateral, podendo ter a sua pulsação aferida tanto na
região lateral do pulso quanto na tabaqueira anatômica, onde a artéria segue em seu assoalho para formar o arco
palmar profundo. Os principais ramos desta artéria são: artéria recorrente radial (que participa das anastomoses
arteriais do cotovelo, junto aos ramos originados do ramo descendente da A. braquial profunda) e ramos musculares
da artéria radial (sem denominações específicas).
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