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Reprodutor
Masculino
SUMÁRIO
1. Introdução...........................................................................................................3
2. Embriologia.........................................................................................................3
3. Histofisiologia.....................................................................................................6
Testículos ...................................................................................................................... 7
Espermatogênese....................................................................................................... 14
Espermiogênese.......................................................................................................... 16
Fatores que influenciam a espermatogênese........................................................... 18
4. Ductos genitais..................................................................................................20
Ductos intratesticulares.............................................................................................. 20
Ductos genitais extratesticulares............................................................................... 21
5. Glândulas acessórias.........................................................................................24
6. Pênis.................................................................................................................27
Referências....................................................................................................................... 34
1. INTRODUÇÃO
Para melhor compreensão do tema, precisamos estabelecer as correlações
necessárias entre as bases embrionárias e histológicas sobre as quais esse seg‑
mento da nossa fisiologia se sustenta; afinal, todas as atividades pertinentes a ela
traduzem o modo como a embriologia e a histologia se processaram no curso do
desenvolvimento.
O sistema reprodutor masculino evoluiu para uma gametogênese contínua, que
perdura por toda a vida, associado à inseminação interna com uma alta densidade
de espermatozoides. Isso traduz, em perspectiva evolutiva, a importância da perpe‑
tuação da espécie e da necessidade de um aparato anatomofisiológico que possa
fazer frente a essa tarefa tão importante.
A componente endócrina é essencial para dar condições ao funcionamento pleno
ao sistema reprodutor. Em um homem adulto, as funções básicas dos hormônios go‑
nadais são descritas abaixo:
FUNÇÕES DO SISTEMA
REPRODUTOR MASCULINO
Manter o trato
Manter a gametogênese Manter as características
reprodutor masculino e a
(espermatogênese) sexuais secundárias e a libido
produção de sêmen
2. EMBRIOLOGIA
Sabemos que o desenvolvimento do sistema genital está estreitamente integrado
aos órgãos urinários primitivos em machos e fêmeas. E o que reforça isso? O fato
de que eles compartilham estruturas tubulares comuns que permitem tanto a urese
(produção de urina) quanto o transporte de gametas.
Além das estruturas néfricas, o mesoderma intermediário em ambos os lados da
parede dorsal do corpo dá origem a uma crista gonadal.
Por volta da 6ª semana, as células germinativas que migram a partir do saco vi‑
telino começam a chegar ao mesênquima da parede dorsal do corpo. A chegada de
Componentes
Glândulas
Ducto deferente
bulbouretrais
Ducto ejaculatório
Uretra
Testículos
São órgãos pareados e que, diferentemente dos ovários, se encontram fora da
cavidade abdominal, no escroto. Esta localização mantém a temperatura testicular
cerca de 2 graus mais baixa do que a temperatura corporal, o que é crucial para um
desenvolvimento ótimo do espermatozoide.
Exercem uma função dupla, que é produzir hormônios sexuais masculinos e
espermatozoides. A testosterona é o principal hormônio produzido nos testículos,
e seu metabólito, a dihidrotestosterona, é muito importante para a fisiologia do
homem.
A testosterona tem um papel essencial para a espermatogênese, para a diferen‑
ciação sexual durante o desenvolvimento embrionário e fetal e para o controle da
secreção de gonadotrofinas. Ela possui diversas funções e age em muitos órgãos e
tecidos do corpo, como demonstrado na imagem a seguir:
Durante a embriogênese, os testículos se desenvolvem retroperitonealmente na
parede posterior da cavidade abdominal. À medida que eles descem para o escroto,
levam junto com eles uma porção do peritônio.
Túbulos seminíferos
Os túbulos seminíferos são constituídos por um espesso epitélio seminífero en‑
volvido por um delgado tecido conjuntivo, a túnica própria. Os túbulos seminíferos
são túbulos ocos, altamente contorcidos, com 30 a 70 cm de comprimento e 150 a
250 μm de diâmetro, que estão circundados por extensos leitos capilares. Cerca de
1.000 túbulos seminíferos estão presentes nos dois testículos, com um comprimen‑
to total de quase 0,5 km de túbulos, dedicados à produção de espermatozoides.
Células de Sertoli
As células de Sertoli são conhecidas como as verdadeiras células epiteliais do
epitélio seminífero e se estendem da lâmina basal ao lúmen. São células cilíndricas
altas, cujas membranas plasmáticas laterais possuem complexas invaginações, as
quais tornam impossível a distinção de seus limites celulares laterais quando visuali‑
zadas ao microscópio óptico.
Suas membranas plasmáticas apicais também são muito pregueadas e se proje‑
tam para os lúmens dos túbulos seminíferos. Estas células têm um núcleo oval, pou‑
co corado, e localizado no citoplasma basal, com um grande nucléolo centralmente
posicionado.
O citoplasma apresenta inclusões, denominadas cristaloides de Charcot-Böttcher,
cuja composição e função são desconhecidas. Eletromicrografias revelam que o ci‑
toplasma das células de Sertoli está repleto de túbulos e vesículas de retículo endo-
plasmático liso (REL), porém a quantidade de retículo endoplasmático granular (RE)
é limitada.
Esta célula também apresenta numerosas mitocôndrias, um aparelho de Golgi
bem desenvolvido e numerosas vesículas que pertencem ao complexo endolisosso‑
mal. Os elementos do citoesqueleto das células de Sertoli também são abundantes,
indicando que uma das funções desta célula é fornecer suporte estrutural para os
gametas em desenvolvimento.
Vasos
Produção de
sanguíneos e
espermatozoides
linfáticos
Tecido
Produção de
conjuntivo
hormônios
frouxo
Espermatogênese
Fases
Espermatogônias Espermatogônias
Espermatogônias do tipo B
do tipo A escuras do tipo A pálidas
Espermatócitos
Espermátides: DNA duplicado:
secundários:
23 cromossomos (haploide) 46 cromossomos
23 cromossomos (diploide)
Espermiogênese
Espermiogênese é o nome da fase final de produção de espermatozoides. Durante
esse processo, as espermátides se transformam em espermatozoides, células alta‑
mente especializadas para transferir o DNA masculino ao ovócito. Nenhuma divisão
celular ocorre durante esta transformação.
Hormônios
Os fatores de natureza endócrina constituem os mais importantes no controle da
espermatogênese, a qual depende da ação dos hormônios FSH e LH da hipófise so‑
bre as células do testículo. O FSH age nas células de Sertoli, promovendo a síntese e
a secreção de proteína ligante de andrógeno (ABP).
O LH age nas células intersticiais, estimulando a produção de testosterona. A tes‑
tosterona se difunde das células intersticiais para o interior do túbulo seminífero e se
combina com a proteína ligante de andrógeno. Dessa maneira, se mantém uma alta
concentração de testosterona no túbulo seminífero, condição muito importante para
estimular a espermatogênese.
Temperatura
A temperatura é muito importante para o controle da espermatogênese, que só
acontece a temperaturas abaixo de 37ºC. A temperatura dos testículos é de aproxi‑
madamente 35ºC e é controlada por meio de vários mecanismos.
Um rico plexo venoso, o plexo pampiniforme, envolve as artérias dos testículos e
forma um sistema contracorrente de troca de calor, que é importante para manter a
temperatura testicular. Outros fatores são a evaporação de suor da pele da bolsa es-
crotal, que contribui para a perda de calor e a contração de músculos cremastéricos
do cordão espermático que tracionam os testículos em direção aos canais inguinais,
nos quais a sua temperatura pode ser aumentada.
Outros fatores
Desnutrição, alcoolismo e várias substâncias levam a alterações nas espermato‑
gônias, causando diminuição na produção de espermatozoides. Irradiações e sais
de cádmio são bastante tóxicos para as células da linhagem espermatogênica, cau‑
sando a morte dessas células e esterilidade nos indivíduos acometidos.
Espermatogênese
apenas se T<37°C
Alcoolismo
Inibição à Radiações
espermatogênese
Desnutrição
Ductos intratesticulares
Os ductos genitais intratesticulares seguem os túbulos seminíferos e conduzem
espermatozoides e fluidos, sendo eles: os túbulos retos, rede testicular e ductos
eferentes. A maioria dos túbulos seminíferos tem forma de alça, cujas extremidades
continuam nos túbulos retos. Nesses túbulos, faltam as células da linhagem esper‑
matogênica e há um segmento inicial formado somente por células de Sertoli segui‑
do por um segmento principal revestido por um epitélio de células cuboides apoiado
em uma envoltura de tecido conjuntivo denso.
Ductos
intratesticulares
Uretra
Ducto deferente
Revestimento
Ducto Tecidos de sustentação Função
epitelial
Conduz os espermato‑
Rede testicular Epitélio simples cúbico Tecido conjuntivo vascularizado zoides dos túbulos retos
para os ductos eferentes
5. GLÂNDULAS ACESSÓRIAS
As glândulas genitais acessórias são as vesículas seminais, a próstata e as glân-
dulas bulbouretrais, sendo as produtoras de secreções essenciais para a função re‑
produtiva do homem.
As vesículas seminais consistem em dois tubos muito tortuosos cuja mucosa se
mostra pregueada e forrada com epitélio cuboide ou pseudoestratificado colunar.
As células epiteliais são ricas em grânulos de secreção, semelhantes aos encontra‑
dos em células que sintetizam proteínas. A lâmina própria é rica em fibras elásticas e
é envolvida por uma espessa camada de músculo liso.
As vesículas seminais não são reservatórios para espermatozoides. São glân‑
dulas que produzem uma secreção que contêm substâncias importantes para os
espermatozoides, como frutose, citrato, inositol, prostaglandinas e várias proteí-
nas. Os carboidratos produzidos pelas glândulas acessórias do sistema reprodutor
masculino e o líquido seminal constituem fonte energética para a motilidade dos
espermatozoides.
Inervação peniana
Nervos esplâncnicos
Nervo pudendo Nervo ilioinguinal
pélvicos
Fornecem inervação
Fornece informações parassimpática envolvida Inerva a pele da
sensoriais e simpáticas na função erétil através raiz peniana
do plexo prostático
Impulsos parassimpáticos
Direcionamento do fluxo
Ativação da guanilil ciclase sanguíneo para as artérias
helicinas do tecido erétil
↑ GMPc Ereção
↓ [Ca++] intracelular
Relaxamento do músculo
liso dos ramos vasculares
Produção e mistura
Armazenamento e
Maturação do espermatozoide
emissão Ereção e ejaculação
espermática com
de espermatozoides
o conteúdo seminal
O espermatozoide é
armazenado na cauda
Durante a emissão, a
do epidídimo e no
contração do ducto
ducto deferente por
deferente coincide
vários meses, sem
com a contração das
que haja perda de
capas musculares
viabilidade. A principal
de duas glândulas
O espermatozoide função do ducto
sexuais acessórias, as
permanece cerca deferente, além de
vesículas seminais e a
de 1 mês no proporcionar um local
próstata. Neste ponto,
epidídimo, onde de armazenamento,
o espermatozoide é
sofre maturação. O é a de propelir o
misturado com todos
epitélio do epidídimo espermatozoide para
os componentes do A emissão e a
é secretório e a uretra masculina
sêmen. As vesículas ejaculação ocorrem
adiciona diversos durante o ato sexual.
seminais secretam durante o coito
componentes ao O ducto deferente
aproximadamente em resposta a um
fluido seminal. Os possui uma camada
60% do volume. Estas arco reflexo que
espermatozoides que muscular bastante
glândulas são a fonte envolve estimulação
penetram na cabeça espessa, a qual é
primária de frutose, um sensorial do
do epidídimo são ricamente inervada
nutriente fundamental pênis, seguida
pouco móveis, mas por nervos simpáticos.
para o espermatozoide. de estimulação
são muito móveis Normalmente, em
As secreções alcalinas motora simpática
unidirecionalmente resposta à estimulação
da próstata, que do músculo liso
no momento em tátil repetitiva do pênis
compõem cerca do trato masculino
que deixam a cauda durante o coito, a
de 30% do volume, e estimulação
do epidídimo. A camada muscular do
possuem grandes motora somática
função do epidídimo ducto deferente recebe
quantidades de citrato, da musculatura
é dependente surtos de estimulação
zinco, espermina e associada à base do
dos complexos simpática que
fosfatase ácida. Uma pênis.
testosterona-ABP causam contrações
terceira glândula
luminais que são peristálticas. O
acessória, a glândula
provenientes dos esvaziamento
bulbouretral, se esvazia
túbulos seminíferos do conteúdo do
na uretra peniana em
e da testosterona do ducto deferente na
resposta à excitação
sangue. uretra prostática é
sexual antes da
denominado emissão.
emissão e ejaculação.
A emissão precede
Esta secreção é rica
imediatamente a
em muco, o que
ejaculação, a qual é a
lubrifica, limpa e
propulsão do sêmen
tampona a uretra.
para fora da uretra
masculina.
FLUXOGRAMA – MAPA RESUMO DO SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO
Células de Leydig Lóbulos testiculares Secreção de fluido Zona periférica Zona de transição Zona central
viscoso
Sanar
Rua Alceu Amoroso Lima, 172, 3º andar, Salvador-BA, 41820-770