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INTRODUÇÃO
Espécie Posição
Bovinos Pendular
Pequenos ruminantes Pendular
Equinos Horizontal, na região inguinal
Suínos Perineal
Cão Perineal
Gato Perineal
TABELA 1: Localização testicular nas diferentes espécies.
2. DEGENERAÇÃO TESTICULAR
Qualquer alteração no desenvolvimento, anatomia e/ou fisiologia testicular
pode gerar patologias reprodutivas no macho, e dentre tais patologias, a
degeneração testicular configura como um destaque, sendo considerada a
causa mais frequente de redução da fertilidade em mamíferos domésticos
(AHMAD & NOAKES, 1995). A degeneração geralmente está associada a
atrofia testicular, se for leve pode ser detectada apenas microscopicamente,
mas quando é grave e crônica, o testículo apresenta-se pequeno e firme
(McGAVIN & ZACHARY, 2013). Macroscopicamente, os testículos
degenerados são tumefeitos, de coloração pálida e em casos iniciais podem
estar discretamente diminuídos de tamanho (GOIOZO, 2008). Já nos casos
mais avançados apresentam-se significativamente diminuídos, firmes e
resistentes ao corte, em razão da proliferação de tecido conjuntivo (CAMP,
1997; ACLAND, 1998; NASCIMENTO & SANTOS, 2003)
2.1 Etiopatogenia
A degeneração pode ser uni ou bilateral, dependendo de a causa ser sistêmica
ou local. Hipoplasia e degeneração também estão correlacionadas, sendo
difíceis de distinguir em animais jovens, caso sejam utilizados apenas
características morfológicas (McGAVIN & ZACHARY, 2013). O aspecto
morfológico é de fundamental importância na diferenciação entre hipoplasia e
degeneração, pois na degeneração há maior número de espermatogônias com
citoplasma vacuolizado e, apesar de existir o espessamento e hialinação da
membrana basal, na degeneração estas possuem um contorno irregular
(BLANCHARD, 1991; LADDS, 1993; ACLAND, 1998; NASCIMENTO &
SANTOS, 2003). Rao Veearamachaneni et al. (1995) acrescentam que animais
com degeneração testicular severa apresentam atrofia das células de Leydig. A
inflamação também pode estar sobreposta à degeneração quando há
obstrução, levando a uma pressão retrógada, à ruptura dos túbulos seminíferos
e à formação de granulomas espermáticos (McGAVIN & ZACHARY, 2013).
São inúmeras as causas, porém o produto final de várias delas é a apoptose
elevada de células germinativas. Histologicamente, a degeneração testicular
caracteriza-se por perda do epitélio de túbulos seminíferos, com proliferação de
tecido conjuntivo fibroso, podendo ocorrer calcificação nos produtos da estase
tubular (JUBB & KENNEDY, 1963; NASCIMENTO & SANTOS, 2003).
2.1.3 Medicamentos
Sabe-se que alguns medicamentos de ação sistêmica causam efeitos
tóxicos em animais, como, por exemplo, a dexametasona que, quando em uso
contínuo, pode levar à interferência na secreção gástrica, retardo na
cicatrização, atrofia, fraqueza muscular e imunossupressão (WANKE &
GOBELLO, 2006), além de comprometer a fertilidade no macho (BUENO et al.,
1999). Destaca-se também a ivermectina, que pode atuar negativamente na
fisiologia do aparelho reprodutor (WEISS et al., 2016). Weiss et al. (2016)
relataram a ocorrência de degeneração testicular em um cão induzido pelo uso
prolongado da doramectina em alta dosagem em decorrência do tratamento
semanal da sarna demodécica (0,6mg/kg SC por 8 semanas). Nesse cão, à
palpação dos testículos, constatou-se consistência flácida e perímetro escrotal
de 17,5cm, o ejaculado obtido por meio da estimulação manual apresentou-se
diluído com aspecto aquoso, e pela análise microscópica, observou-se um
quadro de azoospermia.
2.2 Consequências
Dependendo da extensão da lesão, pode ser observada baixa
concentração espermática no ejaculado, com elevado percentual de alterações
morfológicas, podendo ocorrer azoospermia nos casos mais graves
(NASCIMENTO & SANTOS, 2003).
A reversão do quadro testicular e espermático em alguns casos é possível
quando da remoção da injúria testicular, principalmente em sua fase inicial,
com restauração da função espermática, porém esta é lenta quando
comparada com a fase degenerativa (NASCIMENTO & SANTOS, 2003). É
consenso entre pesquisadores que animais com degeneração testicular severa
apresentam oligospermia ou azospermia, dependendo da gravidade, aumento
no número de anormalidades espermáticas, especialmente de cabeça e peça
intermediária (GOIOZO, 2008).
2.3 Diagnóstico
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
4 . REFERÊNCIAS
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