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Biologia 12º ano

1. Reprodução humana

 Exclusivamente sexuada;
 Ciclo de vida diplonte: gâmetas (n) + embrião e estado adulto (2n)

Espermatozoides Oócito

1.1. Sistema reprodutor masculino

 Órgãos externos:
 Escroto – Bolsa onde se localizam os testículos fora da cavidade
abdominal;
 Pénis – Órgão de copulação contendo tecido eréctil. Coberto
externamente pela glande (prepúcio) e internamente pelos tecidos
esponjoso e cavernoso.

 Vias genitais:
 Epidídimos – Conjunto de canais muito enovelados onde
amadurecem e são armazenados os espermatozoides;
 Canais deferentes – Armazenamento e transporte de
espermatozoides;
 Uretra – Transporte de espermatozoides até ao exterior. Conduz
também a urina.

 Gónadas:
 Testículos – Produção de espermatozoides e de testosterona
(hormonal sexual).

 Glândulas anexas:
 Vesículas seminais e próstata – Glândulas produtoras de líquido
seminal e líquido prostático (respetivamente) que envolvem os
espermatozoides, constituindo o esperma;
 Glândula de Cowper – Produção do líquido neutralizador e
lubrificante.
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1.2. Sistema reprodutor feminino

 Órgãos externos:
 Vulva – Composta pelos pequenos e grandes lábios, clitóris, orifício da
vagina e orifício urinário. Tem como principais funções proteger a vagina
e comunicar com o exterior.

 Vias genitais:
 Vagina – Canal de comunicação com o exterior e de receção de esperma
aquando de uma relação sexual;
 Útero – Órgão de parede muscular, onde ocorre a gestação após a
implantação do embrião no endométrio;
 Trompas de Falópio – Inicia-se por uma zona franjada (pavilhão da
trompa). Permite o transporte de gâmetas e é o local de possível
fecundação.

 Gónadas:
 Ovários – Produção de oócitos e de hormonas sexuais (estrogénios e
progesterona).

2. Gónadas

2.1. Ovários

 Medula – parte interna (composta


pelos nervos e vasos sanguíneos);
 Córtex – parte externa (folículos e
corpo amarelo).
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1.2. Testículos

3. Espermatogénese
Nos testículos, a partir da puberdade e até ao final da vida, produzem-se, por
divisões mitóticas, espermatogónias, células diploides da linha germinativa
localizadas na proximidade da parede exterior dos túbulos seminíferos. A
espermatogénese é o processo de transformação das espermatogónias em
espermatozoides:

 Fase de multiplicação: divisão por mitose – uma célula volta a dividir-se por
mitose e outra prossegue a espermatogénese;

 Fase de crescimento: aumento quase impercetível de volume, formando


espermatócitos I (2n);

 Fase de maturação: meiose do espermatócito I leva à formação de duas


células haploides, os espermatócitos II (primeira divisão). No final da
segunda divisão meiótica formam-se quatro células haploides, os
espermatídios.

 Fase de diferenciação: transformação dos espermatídios em


espermatozoides (células especializadas)

o Eliminação de grande parte do citoplasma, que é fagocitado pelas


células de Sertoli;
o Reorganização de organelos: o complexo de Golgi forma uma grande
vesícula, o acrossoma, que armazena enzimas digestivas e se adapta
ao núcleo; os centríolos dispõem-se no polo oposto ao acrossoma e
um deles origina os microtúbulos do flagelo; as mitocôndrias
dispõem-se na base do flagelo e fornecem energia (permitindo o seu
movimento).

*Nota: O processo é centrípeto (desde as paredes dos túbulos seminíferos até ao


lúmen).
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4. Oogénese
A oogénese inicia-se muito antes do nascimento e processa-se em diversas fases
até à formação dos gâmetas, já na puberdade.

 Fase de multiplicação: mitoses de células germinativas produzem oogónias


(2n). Ocorre durante alguns meses do desenvolvimento embrionário da
mulher. Grande parte das oogónias degenera.

 Fase de crescimento: aumento de volume, formando oócitos I (2n)


envolvidos por folículos primordiais/primários/secundários- muitos
degeneram.

 Fase de maturação: após o nascimento, os oócitos I iniciam a meiose, que


fica bloqueada em prófase I. A partir da puberdade, a meiose continua, mas
apenas um dos oócitos I completa a primeira divisão da meiose, formando
um oócito I envolvido pelo folículo de Graaf. Este origina então duas células
haploides com dimensões diferentes, devido à divisão desigual do
citoplasma: oócito II e primeiro glóbulo polar. Inicia-se a segunda divisão da
meiose que fica bloqueada em metáfase II, ocorrendo a ovulação.

Caso ocorra fecundação, completa-se a meiose II e formam-se duas células: o óvulo e


o segundo glóbulo polar (que degenera). Os folículos vão constituir o corpo
amarelo/lúteo.

5. Regulação Hormonal Masculina

 Hipotálamo produz GnRH (hormona gonadotrófica ou gonadoestimulante);


 GnRH, transportada pelo sangue, estimula a produção e a libertação das
gonadoestimulinas FSH (foliculoestimulina) e LH (luteoestimulina) pela
hipófise anterior;
 LH atua sobre as células de Leydig, estimulando a produção de testosterona.
FSH ativa indiretamente a espermatogénese, estimulando as células de
Sertoli que atuam como intermediárias entre a testosterona e as células da
linhas germinativa;
 A secreção de GnRH e de gonadoestimulinas é controlada pela taxa
sanguínea de testosterona, por retroação negativa.
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6. Ciclo sexual feminino

 FSH – atua nos folículos – produção de estrogénios;


 LH – atua no corpo amarelo – produção de progesterona.

6.1. Ciclo ovárico

 Fase folicular: + FSH (desenvolvimento dos folículos)


 Ovulação: pico de LH (meiose II até à metáfase II; ovulação; transformação
de células foliculares em células do corpo amarelo)
 Fase do corpo amarelo: + LH (desenvolvimento do corpo amarelo)
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6.2. Ciclo uterino

 Fase menstrual: destruição parcial do endométrio. Baixa concentração de


hormonas ováricas
 Fase proliferativa: recuperação do endométrio (proliferação de células),
devido ao aumento da raxa de estrogénios que ocorre durante a fase
folicular
 Fase secretora: desenvolvimento de glândulas. Produção mais significativa
de progesterona durante a fase luteína.

Degeneração do corpo amarelo – diminuição da concentração de hormonas –


fase menstrual.

7. Regulação hormonal feminina

 O hipotálamo produz GnRH;


 GnRH estimula, na hipófise anterior, a produção e libertação de FSH e de LH;
 FSH induz o crescimento e a maturação de folículos e a produção de
estrogénios;
 LH atua no folículo maduro, estimulando a ovulação e a transformação do
folículo em corpo amarelo, o que leva à produção de progesterona;
 A produção de GnRH e de gonadoestimulinas é controlada pela taxa
sanguínea de hormonas ováricas.

 Pico de LH? Mecanismo de feedback positivo

++ estrogénios Estimulo do complexo hipotálamo-hipófise + FSH + LH


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8. Fecundação e gestação

I. Deposição dos espermatozoides na vagina


II. Espermatozoides encontram a barreira do colo do útero que contém o muco
cervical*

 No período fértil: muco cervical mais fluido com uma malha menos
apertada;
 Fora do período fértil: muco cervical mais espesso, dificultando a
passagem dos espermatozoides.

III. Espermatozoides seguem pelo útero até ao primeiro terço das Trompas de
Falópio, onde se encontra o oócito II

*Nota: O espermatozoide através da perceção do gradiente de substâncias


químicas libertadas pelo oócito II consegue localizá-lo.

IV. Fecundação (trompas de Falópio)

 Reação acrossómica: fusão da membrana do acrossoma com a


membrana da cabeça do espermatozoide para a libertação de enzimas
digestivas;
 Fusão da membrana do espermatozoide com a do oócito II, que
desencadeia:
 Alteração da zena pelúcida;
 Término da meiose II e descondensação do DNA do pronúcleo
feminino;
 Descondensação do DNA, formação do pronúcleo masculino.
o Cariogamia (fusão de dois pronúcleos): forma-se o ovo ou zigoto

9. Desenvolvimento embrionário (até às 8 semanas)

 Ovo ou zigoto (mitoses sucessivas)


 Dia 3/4: mórula
 Dia 5: Blastocisto
 Trofoblasto – origina os anexos embrionários
 Blastocélio/cavidade do blastocisto
 Botão embrionário – origina o embrião
 Nidação: alojamento do blastocisto na parede do útero
 Dia 7/8: Gástrula

 Diferenciação das células do botão embrionário


o Ectoderme – Epiderme, sistema nervoso, órgãos dos sentidos
o Mesoderme – Sistemas urinário, reprodutor e vascular,
esqueleto, músculos
o Endoderme – Fígado, estômago, sistema respiratório,
coração, pâncreas
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 Diferenciação do trofoblasto
o Anexos embrionários – âmnio + líquido amniótico, saco
vitelino + alantóide (cordão umbilical), córion

*Nota: A placenta permite a comunicação entre a mãe e o novo ser (seja por trocas de
nutrientes como pela passagem de anticorpos), no entanto, também é permeável ao
álcool, substâncias contidas no tabaco e drogas.

10. Desenvolvimento fetal (após as 8 semanas)

 Crescimento e desenvolvimento de órgãos;


 Desenvolvimento do sistema nervoso (sorriso, primeiros reflexos,
sonhos,…).

11. Mecanismos que controlam o desenvolvimento embrionário


A hormona gonadotrofina coriónica humana (HCG) é fundamental no decorrer da
gestação. As suas funções são as seguintes:

 Manter o corpo amarelo (permite a manutenção do endométrio, inibindo a


menstruação);
 Inibe a ovulação (impossibilita uma nova gravidez).

A HCG, ao atuar no corpo amarelo, estimula a produção de progesterona (+++) e


de estrogénios, o que, por retroação negativa, vai inibir o complexo hipotálamo-
hipófise. Deste modo, são produzidas menos FSH e LH, o que, ao inibir o ciclo
ovárico, impossibilita a ovulação.

*Nota: Após 8 a 10 semanas, em função do declínio da produção de HCG (removida


na urina), o corpo amarelo degenera, mas a produção de estrogénios e de
progesterona fica assegurada pela placenta.

12. Aleitamento e parto

 Durante a gravidez:

Elevados
Inibição do Não há Não ocorre
níveis de
hipotálamo- libertação de produção de
estrogénios e
hipófise prolactina leite
progesterona

 No parto:

 Contrações (dilatação do colo do útero);


 Expulsão do bebé;
 Expulsão da placenta.
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Elevados Estimula Desencadeia


Atuam no Promovem Produção de
níveis de hipotálamo- contrações
miométrio contrações oxitocina
estrogénios hipófise uterinas

Feedback positivo

Baixa a
Estimula
Expulsão da concentração Libertação de Produção de
hipotálamo-
placenta de estrogénios e prolactina leite
hipófise
progesterona

 Após o parto:

Estimulo das
Nervos Estimula
Movimento Libertação de células Libertação do
sensitivos do hipotálamo-
de sucção oxitocina contráteis do colostro/leite
mamilo hipófise
mamilo

13. Manipulação da fertilidade: métodos contracetivos


A contraceção é o conjunto de métodos que têm como objetivo final evitar uma
gravidez.

Classificação Método Funcionamento


Natural Abstinência periódica Impede a fecundação
(observação do muco pela ausência de
cervical, avaliação diária relações sexuais
da temperatura)
Evita o contacto dos
Preservativo gâmetas e, portanto, a
fecundação. Protege
Mecânico das DST.
Dispositivo intrauterino Impede a união dos
(DIU) gâmetas ou a nidação
Não natural se já tiver havido
fecundação
Químicos Espermicida Destroem os
espermatozoides
Processos hormonais
contracetivos (pílulas Impedem a ovulação ou
combinadas e a fecundação
progestativas, adesivo,
anel vaginal, implante)

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