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Cada lobo da tireóide é formado por vários LÓBULOS separados por tecido
conjuntivo, o que torna a superfície da tireóide toda ondulada. Em cada lóbulo, há muitos
ácinos tireoidianos/FOLÍCULOS TIREOIDIANOS (unidade primária morfofuncional
endossecretora da glândula que existe em cerca de 40 a 50 em cada lóbulo e que produzem,
armazenam e secretam os HT).
Folículos: tamanho variável em função do estado funcional da glândula. Eles são constituídos
por várias células foliculares lado a lado, formando o epitélio coloidal. A parte interna do
folículo tem a parte da membrana apical com várias irregularidades, microvilosidades e zonas
especializadas voltadas ao COLÓIDE, um extrato proteínas amorfo e avascular de
glicoproteínas gelatinoso que é a MATÉRIA-PRIMA DA PRODUÇÃO DOS HT, o qual é
produzido e armazenado por essas células foliculares epiteliais cubóides.
As células foliculares apresentam membrana apical para o centro da célula
com as zonas especializadas distintas, a membrana basal externa e a
membrana basolateral que faz a ancoragem entre células vizinhas pelas
zôniulas oclusivas e aderentes. Ou seja, quase não há vias transcelulares de
colóide, precisa entrar na célula pela membrana apical e depois sair.
Quando há falta de iodo, hipotireoidismo, essa
matéria-prima coloidal fica incompleta, não
sendo secretado e ficando acumulado. O folículo aumenta e o
epitélio passa a ter caráter pavimentoso. No caso contrário de
um hipertireoidismo com a glândula hiperfuncionante, produz e
secreta muito, diminuindo o colóide e ficando com o epitélio
colunar e com o folículo pequeno.
Entre os folículos, existe o ESPAÇO
PARAFOLICULAR, onde estão localizadas as CÉLULAS
PARAFOLICULARES/CÉLULAS C, as quais são mais claras
que as foliculares. São responsáveis pela produção do
hormônio CALCITONINA ou hormônio da infância, pois age muito na pré-puberdade ao
desenvolvimento ósseo.
O colóide representa de 60 a 70% do peso da glândula, sendo que 80% desse valor
é de proteínas, sendo a principal a TIREOGLOBULINA (TG), proteína de tirosina iodada.
Células foliculares e os HT
➢ T3: triiodotironina
➢ T4: tetraiodotironina ou tiroxina
A base deles é de TIROSINA, junção de dois desses aminoácidos no radical fenólico.
O iodo é incorporado ao C3 e ao C5 do anel aromático da tirosina. Caso duas tirosinas
se juntem e o iodo fique ligado ao C3, C5 e C3´, forma-se o T3 ou 3,5,3´triiodotironina. Se o
iodo se juntar aos carbonos 3, 5, 3´e 5´, forma-se o T4 ou tiroxina, 3,5,3´,5´ tetraiodotironina.
Ou seja, o iodo é realmente importante nessas estruturas, representando mais de 50% do
peso molecular delas.
A ausência completa de secreção tireoidiana, em geral, faz com que o metabolismo
basal caia para 40% a 50% do normal, e o excesso de secreção pode aumentá-la por 60% a
100%.
A enzima 5´DESIODASE irá realizar a ação de retirada do carbono 5´do T4, a fim de
transformá-lo em T3 (forma ativa). Existem 4 formas dessa enzima:
● 5´D I: está mais presente perifericamente, estando mais no fígado, nos rins e nos
músculos estriado esquelético, mas também no tecido adiposo marrom. Finalidade de
obter a forma ativa do hormônio e ter função no tecido.
● 5´D II: mais presente no SNC (hipotálamo e hipófise), sendo que a hipófise é a
principal na conversão de T4 em T3 nessa região, com a finalidade de exercer o
feedback negativo
● 5 D III: retira o iodo do carbono 5, criando um T3 torto = RT3, reverso. Esse hormônio
não tem atividade metabólica, mas é produzido a fim de diminuir o efeito deletério do
excesso de HT, ou seja, começa a ser mais produzido quando já tem muito T3, a fim
de diminuí-lo. O RT3 é produzido e logo degradado. É eliminado com maior facilidade.
T3 = MIT + DIT; RT3 = DIT + MIT
● 5´D Tireoidiano: converte T4 em T3 dentro da tireóide, a fim de ajustar a quantidade
do hormônio funcional em situações de emergência locais.
● As enzimas 5´D e 5D são inversamente ativas, de modo que enquanto uma está ativa
a outra fica inativa e vice-versa. São reciprocamente reguladas e estão no mesmo
tecido periférico. Homeostase de controle periférico.
SÍNTESE DOS HT
- Iodo (I): principal elemento para a síntese dos HT
- Tireoglobulina (TG): glicoproteína (660 kDa), “Matriz para a biossíntese, e
reservatório do HT”. É sintetizada como outro polipeptídeo, sendo uma informação
genética no núcleo que passa por transcrição e tradução até a produção de diversas
moléculas com pesos diferentes. É possível copiar as subunidades de origem da TG
na centrifugação, sendo que os valores de sedimentação seriam:
- Subunidade menor: S12 com 300 kDa
- Se aumentar a velocidade, 2 xS12 = S17 com 600 kDa
- S17 + iodo = S19
- Molécula mais completa da TG é 2 x S19 = S27.
- Em uma subunidade S12, há 110 resíduos tirosinas. Nem todo resíduo tirosil da TG
será iodado, tanto que em S27, há 4 S12. No colóide, a cada S12, há 26 átomos de
iodo, o que é pouco em relação aos resíduos tirosil. Sabe-se que em S19 há 52
átomos de iodo e em S27/TG, há 104 átomos de iodo.
Fontes de iodo (mineral): exógeno, dieta com frutos do mar, peixes marinhos, vegetais
verde escuro e sal iodado, sobretudo. Recomenda-se 40 mg de iodo/kg de sal.
Biodisponibilidade: mais disponível em cidades litorâneas.