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Câncer de

endométrio
Drª Litza FERNANDES SEYFARTH
ANDRADE
•9º Lugar – tumores primários na mulher
•Aumento de incidência nas últimas décadas
•97% das neoplasias malignas de corpo uterino
•Melhor prognóstico em ginecologia oncológica
•Maior incidência após 50 anos
•6º e 7º década
•75% após a menopausa
•Raro antes dos 40 anos ( síndrome de Lynch II)
Quadro Clínico
•Sangramento pós menopausa
•Sangramento anormal pré menopausa
•Dor
•Dispareunia
•Corrimento vaginal anormal
•Alteração na micção ou alteração habito intestinal.
•Inchaço abdominal
•Alteração na citologia cervical ( células endometriais, ASG-US, ASG-H, ADENOCARCINOMA,) –
BAIXA SENSIBILIDADE
Fatores de risco
TRÍADE DO CÂNCER DE ENDOMÉTRIO
•OBESIDADE
•HAS
•DM

•Síndrome metabólica
•Idade > 50 anos
•Obesidade – RR 10X MAIOR
•Nível Sócio-econômico elevado
•Menarca precoce / Menopausa tardia
•Terapia Hormonal com estrógeno isolado
•Tamoxifeno – RR 7,5X MAIOR
•Genética
• Síndrome de Lynch II – 40-60% – menores 40 anos

•Hiperplasia endometrial
Fatores de proteção
•Progestagênios
• ISOLADO
• ACHO
• TH combinada

•Tabagismo ( inibe conversão periférica)


•Atividade física
•Multiparidade ( ação Progesterona)
Hiperplasia Endometrial
Exposição contínua ao estrógeno
•Proliferação de glândulas de tamanho irregular com aumento na relação glândula/estroma

1. Endógeno
•Tumores funcionantes de ovário produtores de estrogênios
•Insuficiência hepática
2. Exógeno - TRH
Hormônios
TH com uso isolado estrogênio
◦ Aumento do risco de hiperplasia e câncer de endométrio

TH com uso de estrogênios combinados e progestagênios


◦ Diminuição do risco

Tamoxifeno
◦ Antiestrogênico estimulante da proliferação endometrial –
◦ Maior risco de desenvolvimento de hiperplasias – ACOG, 2015

Raloxifeno
◦ Antiestrogênico não estimulante da proliferação endometrial
◦ Não influencia o risco
Grau de atipia citológica
Principal fator preditivo para progressão para câncer

HIPERPLASIA SIMPLES SEM ATIPIA 1%


HIPERPLASIA COMPLEXA SEM ATIPIA 3%
HIPERPLASIA SIMPLES COM ATIPIA 8%
HIPERPLASIA COMPLEXA COM ATIPIA 29%
HISTOPATOLOGIA
Carcinoma de endométrio tipo I
•Estímulo estrogênico
•Endométrio hiperplásico
•80% dos casos
•Baixo grau histológico
•Tipo histológico: Adenocarcinoma Endometrióide
•Lesões Precursoras – Hiperplasia endometriais
•Com fatores de risco
• Nuliparidade
• Menopausa tardia e/ou menarca precoce
• Síndrome metabólica – Obesidade/HAC/DM
• Tamoxifeno
• Ciclos anovulatórios ( SOP, hipotireoidismo, hiperprolactinemia)
Carcinoma do endométrio tipo II
•Estrogênio independentes
•Endométrio atrófico
•20% dos casos
•Alto grau histológico
•Tipo histológico
• Seroso papilífero
• Células claras
• Adenoescamoso
•Fatores de risco
• Pós-menopausa
• Menopausa tardia
• Irradiação pélvica prévia

•Mutação do P53
Endometrióide ( 80%) TIPO I
Adenocarcinoma Seroso ( 10%) TIPO II
Adenocarcinoma Mucinoso ( 5%) TIPO II
Adenocarcinoma de células claras ( <5%) TIPO II

Carcinoma de Células Escamosas ( 1%) TIPO II


Carcinoma Misto ( <1%) TIPO II
Carcinoma Indiferenciado ( < 1%) TIPO II
Nova classificação imunohistoquímica
Diagnóstico
Investigação – ULTRASSONOGRAFIA TRANSVAGINAL

ESPESSAMENTO ENDOMETRIAL SUSPEITO

HISTEROSCOPIA COM BIOPSIA


Diagnóstico histológico
PADRÃO OURO: Biopsia dirigida por histeroscopia
◦ Aspiração endometrial ambulatorial
◦ Curetagem uterina semiótica ( FN – 50%)
Exames de imagem
USGTV – ECO ENDOMETRIAL

•Até 5mm pós menopausa sem TH


•Até 7mm pós menopausa com TH
•Até 12mm em uso de Tamoxifeno
•Até 12-15mm no menacme
Exames para estadiamento oncológico
RNM
•Suspeita de invasão endometrial

TC E RNM
•Avaliação de metástases linfonodais
•Acometimento de outros órgãos
Conteúdo intracavitário,
Estenose Cervical

Massa infiltrativa em
parede miometrial
Exames complementares
Colpocitologia oncótica e Colposcopia
◦ Celulas endometriais na pós-menopausa
◦ Atipia em células glandulares – ASG – US
◦ Adenocarcinoma

Ca 125 – doença avançada – 85%


Radiografia de tórax
Cistoscopia
Colonoscopia
Estadiamento – FIGO 2009
I. Corpo do útero
•Ia – restrito ao endométrio ou invasão menor que a metade do miométrio
•Ib – invasão igual ou maior que a metade do miométrio

Ia: Tumoração difusa, porém confinada à


cavidade endometrial, distendendo-a.
Ib: Infiltração miometrial profunda,
maior que 50%.
• II – invasão do estroma cervical
•III – infiltração local ou regional
•IIIa – Invasão de serosa e/ou anexos
•IIIb – Acometimento vaginal e/ou parametrial

•IIIc– Metástase linfonodal


• IIIc1 – Linfonodos pélvicos
• IIIc2 – Linfonodos retro
•IV. Invasão de órgãos adjacentes ou à distância
•IVa – Invasão de bexiga e/ou mucosa intestinal
•IVb – Metástases à distância
• Intra-abdominais (hepático)
• Linfonodos inguinais
Preparação Cirúrgica
1 – DIAGNÓSTICO HISTOPATOLÓGICO
2- ESTADIAMENTO RADIOLÓGICO
◦ - TAMANHO DO TUMOR
◦ - INVASÃO MIOMETRIAL
◦ - ACOMETIMENTO LINFONODAL SUSPEITO (LFN > 1CM )
3- STATUS PACIENTE
4- ESCOLHA VIA DE ACESSO
Tratamento cirúrgico
PRINCIPAL FATOR PROGNÓSTICO COM IMPACTO NA SOBREVIDA LIVRE DE
DOENÇA:
• INVENTÁRIO DA CAVIDADE.
• HISTERECTOMIA TOTAL EXTRAFASCIAL
• ANEXECTOMIA BILATERAL
• LINFADENECTOMIA PELVICA *
• LINFADENECTOMIA RETROPERITONEAL *
• OMENTECTOMIA *
• LAVADO PERITONEAL * *Depende da classificação de risco
Linfonodo Sentinela
- Realizado para TODOS os estadiamentos cirúrgicos
- Injetado no colo uterino – INDOCIANINA VERDE– 3h e 9h
- Aumento na acurácia do intraoperatório em 56%
- Sensibilidade na detecção de micrometástasis – 8%
POR QUE FAZER? - CASOS IA / G 1 OU G2 / menores que 2cm ( são tumores com baixo
potencial de malignidade)
- 80 casos analisados: identificação de micrometástases em 10%
- Pacientes que seriam subestadiadas*
- O LFN sentinela se mostrou como preditor de envolvimento parametrial

Kim et al. Int J Gynecol Cancer 201


Radioterapia - RXT
25 sessões – 45Gy
Graus histológicos de alto risco
Linfonodos comprometidos
Estadio avançado

Braquiterapia - BXT Diminuir a recidiva no fundo vaginal


4 sessões – 24Gy
Linfonodos não comprometidos + outros fatores de risco

Rxt exclusiva – 15-20% recidiva pélvica


Adjuvancia

A NECESSIDADE DE ADJUVANCIA COM


RADIOTERAPIA / BRAQUITERAPIA OU
QUIMIOTERAPIA IRA DEPENDER DA CLASSIFICAÇAO
DE RISCOS TUMORAL.
Hormonioterapia
– Doença avançada metastática ou recidiva (taxa de resposta variável
– 10 a 30%)
– Medroxiprogesterona 150-200mg/dia
– Megestrol 160mg/dia

– Somente para subtipo endometrioide / baixo grau / recepetor


hormonal positivo
Recidiva:
• Radioterapia (se não foi realizada anteriormente) –Dose máxima
•Cirurgia de resgate
•Quimioterapia e Hormonioterapia
◦ –Irressecável
◦ –Doença à distância
Prognóstico
– Grau de diferenciação tumor
– Invasão miometrial
– Invasão vascular linfática
– Citologia peritoneal positiva
– Invasão istmo/cervical
– Envolvimento linfonodal
– Recidiva da doença
– Grau 3 / Seroso papilífero / Células claras
Sobrevida Global em 5 anos
• I – 80 – 90%
• II – 67-77%
• III – 30-60%
• IV – 5-20%
Seguimento
•Até 2º ano
◦ –Trimestral
◦ –CCO, exames de imagem e Ca-125
•3º ao 5º ano
◦ –Semestral
◦ –CCO, exames de imagem e Ca-125
•A partir de 6º ano
◦ –Anual
◦ –CCO, exames de imagem e Ca-125
Obrigada

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