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ATRASO PUBERAL
(Professora Daniella Matos)
PUBERDADE
CONTROLE HORMONAL
Pausa Juvenil.
Após os 2 anos de idade segue-se a pausa juvenil, embora não se conheça o mecanismo, a hipófise da criança
é muito sensível aos esteróides, por isso quantidades mínimas de esteróides produzidas pelas gônadas são capazes de
suprimir (feedback negativo) o FSH e LH da criança. Além disso, existe um mecanismo intrínseco do SNC, mediado por
neurotransmissores como: GABA, Neuropeptídeo Y, responsável por manter a pausa juvenil por um período mais tardio.
Acredita-se ainda que a leptina desempenha um papel importante no início da puberdade, sinalizando ao
hipotálamo que a criança atingiu um peso corporal suficiente para a idade reprodutiva, iniciando assim uma secreção
aumentada de LHRH. Esses pulsos aumentados ocorre cerca de 2 anos antes dos primeiros sinais de puberdade.
Fatores de Influência.
Quanto ao início da puberdade relaciona-se com diversos fatores: genéticos, nutricionais e ambientais. Costuma
haver uma concordância na idade de menarca da mãe e irmãs. A ingestão maior de proteínas precocemente, refletindo
melhor estado nutricional, tem sido associada à idade mais precoce da menarca. Fatores ambientais podem estar
determinando o aparecimento mais precoce de puberdade, tais como poluentes e dieta com substâncias de atividade
semelhante a estrógenos e andrógenos. Apesar disso, existe uma tendência secular, em que as crianças do sexo
feminino (8-13 anos) entrem na puberdade cada vez mais cedo que os meninos (9-14 anos).
DESENVOLVIMENTO PUBERAL
O desenvolvimento puberal é classificado de acordo com a inspeção de caracteres específicos de cada sexo,
nas meninas avalia-se o crescimento das mamas e pêlos pubianos, e nos meninos, tamanho dos órgãos genitais e
distribuição dos pêlos pubianos. As figuras abaixo mostram os estágios evolutivos de cada um dos itens citados.
Mamas
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Arlindo Ugulino Netto; Yuri Leite Eloy – ENDOCRINOLOGIA– MEDICINA P7 – 2010.2
P1 – Ausência de Pêlos
P2 – Aparecimento de pêlos terminais em grandes lábios
P3 – Pequena extensão superior dos pêlos pubianos
P4 – Aumento da quantidade sem atingir raiz da coxa
P1 – Ausência de Pêlos
P2 – Aparecimento de pêlos na base do pênis
P3 – Pequena extensão superior
P4 – Aumento da quantidade sem atingir raiz da coxa
P5 – Atinge a raiz da coxa
P6 – Distribuição adulta
G1 – Genitália Infantil
G2 – Aumento do volume testicular
G3 – Aumento do Comprimento do pênis
G4 – Diferenciação da Glande
G5 – Genitália Adulta
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DEFINIÇÃO
O atraso puberal é definido como a ausência dos caracteres secundários citados anteriormente, até os 14 anos
em crianças do sexo masculino e 13 anos no sexo feminino. Além disso, ainda pode ocorrer a puberdade incompleta em
que há um intervalo maior que 2 anos entre 2 estágios consecutivos (a mudança dos estágios citados anteriormente está
em torno de 6 meses a 1 ano).
Diante de um paciente com hipogonadismo é necessário classificar em hipogonadotrófico ou hipergonadotrófico,
através da dosagem das Gonadotrofinas.
Assim, os pacientes com atraso puberal com gonadotrofinas baixas, possuem um hipogonadismo
hipogonadotrófico, sendo sugestivo de doença central, ou seja, a hipófise não responde ao feedback positivo mediado
pelas baixas concentrações de gonadotrofinas plasmáticas. Ao contrário, quando o hipogonadismo é hepergonadotrófico
(gonadotrofinas aumentadas ou normais), a doença é periférica, isto é, a hipófise secreta normalmente seus hormônios,
entretanto as gônadas não respondem aos seus estímulos.
ETIOLOGIA
HIPOGONADISMO HIPERGONADOTRÓFICO
As principais causas desse tipo de hipogonadismo são disgenesias gonadais, que podem ser classificadas nas
doenças em que há uma (1) anormalidade cromossômica como é o caso da Síndrome de Turner (45, X) e Klinefelter
(47, XXY) ou (2) com cariótipo normal (46, XY ou 46, XX) desde que haja mutações genéticas.
Os pacientes portadores deste segundo tipo além das agenesias gonadais podem apresentar mutações nos
receptores de FSH e LH, resistência completa a androgênios, ou seja, fenotipicamente é uma menina, mas com gônadas
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HIPOGONADISMO HIPOGONADOTRÓFICO
Causas Congênitas.
✔ Síndrome de Prader-Willi
✔ Síndrome de Laurence-Moon-Biedl
✔ Mutação de DAX-1
✔ Síndrome de Kallmann: dentre as causas genéticas esta é a mais comum, ocorrendo com uma maior
freqüência em homens do que em mulheres. Nesses pacientes encontra-se uma hipoplasia ou agenesia de
lobos olfatórios e anosmia. Sua herança é variável podendo ser ligada ao X, mutação do gene HAR ou HAD.
Somente em 14% dos pacientes portadores dessa síndrome foi possível visualizar a mutação do gene Kal.
✔ Histiocitose X
✔ Hidrocefalia compressiva
✔ Radioterapia
Causas Funcionais.
✔ Doenças crônicas: doenças celíaca, DII, doença pulmonar crônica, IRC, anemia falciforme
✔ Anorexia nervosa
AVALIAÇÃO CLÍNICA
Nos pacientes em que há suspeita de hipogonadismo devemos investigar as condições ao nascimento,
prematuridade e/ou hipóxias afetando o eixo HH, parto traumático e hipoglicemia. Além disso, devemos levar em
consideração o crescimento linear, estado nutricional e doenças crônicas, Prática excessiva de atividade física,
Processos intracranianos.
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No exame físico devemos levar em consideração a velocidade de crescimento, segmentos corporais, estigmas
sugestivos de doença genética e síndromes e estágio puberal (Marshal & Tanner)
TRATAMENTO
Em ambos os sexos o tratamento deve ser iniciado quando o paciente apresentar uma idade óssea entre 11 e 12
anos, sendo tanto para meninos e meninas.
Para as meninas inicia-se com estrógenos conjugados. O progestágeno, utilizado concomitantemente (12-14
dias do ciclo), só deve ser indicado caso a paciente apresentar Spotting ou doses elevadas de estrógeno por mais 6
meses. Assim o esquema mais indicado é 0,3mg de estrógeno conjugado e a cada 6 a 12 meses dobra-se a dose.
Nos meninos inicia-se a testosterona em uma dosagem de 25 a 50mg por mês, aumentando a dose de 50mg a
cada 6-12 meses, atingindo uma dose máxima de 250mg a cada 14 dias indefinidamente.