M1P5 – PUBERDADE

1. DEFINIR OS TERMOS: PUBARCA, GONADARCA: aumento dos esteroides sexuais

TELARCA, MENARCA, ADRENARCA, produzidos pelos testículos e ovários.
ESPERMARCA, PEDIATRA E HEBIATRA.
Adolescência X puberdade ADRENARCA: aumento da secreção de andrógenos
suprarrenais. No sexo feminino, a gonadarca precede a
Adolescência: uma transição no desenvolvimento entre a
adrenarca.
infância e a vida adulta que envolve mudanças físicas,
cognitivas, emocionais e sociais, e assume formas variadas A Hebiatria é uma especialidade médica voltada para o
em diferentes contextos sociais, culturais e econômicos. cuidado dos adolescentes.

A adolescência não é uma categoria física ou biológica Vale ressaltar que, segundo a OMS, a adolescência
claramente definida – é uma construção social. Nas engloba as faixas etárias de 10 a 20 anos. Já o Estatuto
culturas tradicionais e pré-industriais, as crianças em da Criança e do Adolescente, considera a faixa etária de
geral entravam no mundo adulto quando amadureciam 12 a 18 anos.
fisicamente ou quando iniciavam um aprendizado
profissional. A hebiatria existe desde 1974, porém foi reconhecida
formalmente pela Associação Médica Brasileira (AMB) e
À medida que o mundo passa a ser movido pela tecnologia pela Sociedade Brasileira de Pediatria em 1998. 
e pela informação, a quantidade de treinamento
necessário para praticar ocupações mais bem- O nome hebiatria alude à Hebe, filha de Zeus e Hera, que
remuneradas aumentou. Por causa disso, o período da era conhecida como a deusa da juventude. Esta área de
adolescência se estendeu, pois os jovens adultos tendem a atuação da medicina é uma especialização da pediatria, ou
permanecer na escola por mais tempo, casar e ter filhos seja, é necessário que o médico seja pediatra para só
mais tarde e estabelecer-se em carreiras permanentes depois adquirir o título de hebiatra. Essa especialidade
posteriormente e com menos firmeza do que no passado. existe desde 1974, mas só foi reconhecida pela AMB
(Associação Médica Brasileira) em 1998.
Período que compreende as idades entre 11 e 19 ou 20
anos. O momento da mudança de assistência do pediatra para o
hebiatra pode variar bastante. Normalmente, essa
Puberdade: Processo pelo qual o indivíduo atinge a transição é marcada para as meninas a partir da pubarca
maturidade sexual e a capacidade de se reproduzir. ou da menacme. Para os meninos, entretanto, essa
mudança não é bem delimitada, e muitas vezes ocorre
TELARCA: aparecimento do broto mamário, na maioria, o
quando há suspeita de alterações de crescimento ou
primeiro sinal da puberdade feminina (8 anos), seguida do
adquirem hábitos preocupantes, como o tabagismo.
surgimento dos pelos pubianos (PUBARCA – 9,6 anos) e
axilares (10,4 anos). 2. DESCREVER O EIXO HHG E CORRELACIONAR
COM AS MUDANÇAS CORPORAIS (GRAFICO DE
A telarca pode ser assimétrica ou unilateral no início do HORMÔNIOS)
desenvolvimento puberal.
Como começa a puberdade: alterações hormonais

PUBARCA: refere-se ao primeiro aparecimento de pelos A puberdade resulta de uma cadeia de respostas
pubianos em um adolescente. É uma das mudanças físicas hormonais. Primeiro, o hipotálamo libera níveis elevados
da puberdade, e pode acontecer independentemente de de hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH). O
uma puberdade completa. Geralmente ocorre como aumento do GnRH leva, então, a uma elevação no hormônio
resultado do aumento dos níveis naturais e fisiológicos de luteinizante (LH) e no hormônio folículo-estimulante
andrógenos e em raras ocasiões pode ser causada pela (FSH). Esses hormônios exercem suas ações de formas
exposição de uma criança a um esteroide anabolizante. diferentes nos meninos e nas meninas. Nas meninas, os
MENARCA: primeiro fluxo menstrual. ESPERMARCA: é a níveis aumentados de FSH levam ao início da menstruação.
primeira ejaculação, que ocorre quando o volume Nos meninos, o LH inicia a liberação de dois hormônios
testicular está em torno de 10 a 12 ml, em média. Os adicionais: a testosterona e a androstenediona.
primeiros sêmens ejaculados costumam ser desprovidos
ou ter baixa concentração de espermatozoides. A puberdade pode ser dividida em dois estágios básicos:
ADRENARCA e GONADARCA.
A ADRENARCA ocorre entre os 6 e 8 anos. Durante esse
estágio, as glândulas adrenais secretam níveis cada vez
maiores de androgênios, principalmente
dehidroepiandrosterona (DHEA
dehydroepiandrosterone).
Os níveis aumentam de forma gradual, mas consistente, e
aos 10 anos de idade, os níveis de DHEA são 10 vezes mais
altos do que eram entre as idades de 1 e 4 anos. O DHEA
influencia o crescimento de pelos púbicos, axilares e
faciais. Ele também contribui para o crescimento mais
rápido do corpo, para a maior oleosidade na pele e
para o desenvolvimento de odores corporais.
→A voz muda devido a testosterona que faz as
cartilagens da laringe aumentarem onde estão as pregas
vocais em torno de 4mm deixando a voz menos aguda.
→O estrogênio os tecidos adiposos crescem e se
multiplicam.
→A testosterona estimula as glândulas sebáceas, que
secretam a gordura natural da pele, que se acumula nos
poros e serve de alimento para bactérias, provocando
inflamação com pus, a espinha.
→A testosterona incita os folículos capilares contribuindo
para o aparecimento de pelos.
→O estrogênio faz surgir o broto mamário.
Os hormônios sexuais ativam as glândulas sudoríparas, que
passam a produzir mais suor. Como o líquido é um alimento
rico para bactérias, elas se proliferam nas axilas e nos
pés. Daí porque essas regiões passam a exalar cheiros
desagradáveis.
O segundo estágio, a GONADARCA, é marcado pelo
amadurecimento dos órgãos sexuais, que ativa um
segundo surto de produção de DHEA.
Durante esse período, os ovários da menina aumentam sua
produção de estrogênio, que estimula o crescimento dos
órgãos genitais femininos, os seios e o desenvolvimento
dos pelos púbicos e axilares. Nos meninos, os testículos
aumentam a produção de androgênios, principalmente a
testosterona, o que leva ao crescimento dos órgãos
genitais masculinos, da massa muscular e dos pelos do
corpo.
As mudanças que anunciam a puberdade começam agora
normalmente aos 8 anos nas meninas e aos 9 anos nos
meninos, mas existe uma ampla variação etária para
diversas mudanças. O processo puberal leva normalmente
de 3 a 4 anos para ambos os sexos.
Raça e etnia também influenciam o desenvolvimento
puberal. Meninas afro-americanas e mexicano-americanas
geralmente entram na puberdade mais cedo do que
– meninas brancas e asiáticas, embora dados recentes
sugiram que a proporção de meninas brancas que entram
na puberdade cedo está aumentando. Dados recentes
sobre meninos sugerem um padrão semelhante, com os
afro-americanos se desenvolvendo mais rapidamente do
que os brancos e hispânicos.
O amadurecimento dos órgãos sexuais ativa um segundo
surto de produção de DHEA, que então se eleva aos níveis
adultos. Nesse segundo estágio, os ovários da menina
aumentam sua produção de estrogênio, que estimula o
crescimento dos órgãos genitais femininos e o
desenvolvimento dos seios e dos pelos púbicos e axilares.
Nos meninos, os testículos aumentam a produção de
androgênios, principalmente a testosterona, que estimula
o crescimento dos órgãos genitais masculinos, da massa
muscular e dos pelos do corpo.
Meninos e meninas possuem os dois tipos de hormônio,
mas as meninas têm níveis maiores de estrogênio e os
meninos de androgênios. Nas meninas, a testosterona
influencia o crescimento do clitóris bem como dos ossos e
dos pelos púbicos e axilares.
Hormônios ovarianos: São liberados pelos ovários o
estrogênio, os progestógenos e os andrógenos.
Estrogênios: três estrogênios são importantes para a
mulher, o beta-estradiol (é o mais importante é o
estradiol que além de ser secretado pelo ovário é também
liberados pela suprarrenal); a estrona (origina-se
principalmente da conversão de andrógenos em tecidos
periféricos e tem 1/12 da potência do estradiol) e o
estriol (apresenta 1/80 da potência do estradiol). Por isso
quando se refere aos estrogênios, se diz estradiol, por
ser o mais potente.
Progestógenos: o mais importante e mais presente na
circulação é a progesterona, produzida pelo ovário e pela
zona reticulada da suprarrenal. Pouca quantidade de 17-
alfa-hidroxiprogesterona é secretado junto da
progesterona.
Os caracteres sexuais primários são os órgãos
necessários para a reprodução. Nas mulheres, os órgãos
sexuais incluem os ovários, as tubas uterinas, o útero, o
clitóris e a vagina. Nos homens, eles incluem os testículos,
o pênis, o saco escrotal, as vesículas seminais e a
próstata. Durante a puberdade, esses órgãos aumentam
de tamanho e amadurecem.
Os caracteres sexuais secundários são sinais fisiológicos
do amadurecimento sexual que não envolvem diretamente
os órgãos sexuais: por exemplo, os seios das meninas e os
ombros largos dos meninos. Outros caracteres sexuais
secundários são as alterações na voz e na textura da pele,
o desenvolvimento muscular e o crescimento de pelos
púbicos, faciais, axilares e corporais.
Sinais da puberdade
Os primeiros sinais externos de puberdade normalmente
são tecido mamário e pelos púbicos nas meninas e aumento
dos testículos nos meninos.
Os mamilos de uma menina ficam maiores e salientes, as
aréolas (áreas pigmentadas em torno dos mamilos)
aumentam de tamanho, e os seios assumem primeiro uma
forma cônica e depois arredondada. Alguns meninos
adolescentes, para sua aflição, experimentam um aumento
temporário das mamas; esse desenvolvimento é normal e
geralmente não dura mais de 18 meses.
Os pelos púbicos, a princípio lisos e sedosos, acabam
ficando grossos, escuros e encaracolados. Eles aparecem
em padrões diferentes em homens e mulheres. Os meninos
adolescentes geralmente ficam felizes de ver pelos no
rosto e no peito, mas as meninas em geral ficam
desanimadas com o aparecimento mesmo de uma pequena
quantidade de pelos no rosto ou em torno dos mamilos,
embora isso, também, seja normal.
A voz torna-se mais grave, principalmente nos meninos,
em parte por causa do crescimento da laringe, e em parte
em resposta à produção de hormônios masculinos. A pele
torna-se mais grossa e oleosa, dando origem a espinhas e
cravos. A acne é mais comum nos meninos e parece estar
relacionada ao aumento nas quantidades de testosterona.
O estirão de crescimento adolescente
O estirão de crescimento adolescente – um aumento
rápido em altura, peso, musculatura e ossatura que
ocorre durante a puberdade – costuma começar, nas
meninas, entre os 9 anos e meio e os 14 anos e meio
(geralmente por volta dos 10), e nos meninos entre os 10
anos e meio e os 16 anos e meio (em geral aos 12 ou 13).
Ele dura normalmente em torno de dois anos; pouco depois
de seu término, o jovem atinge a maturidade sexual. Tanto
o hormônio de crescimento como os hormônios sexuais
(androgênios e estrogênio) contribuem para esse padrão
de crescimento normal.
Visto que o estirão de crescimento das meninas ocorre
geralmente dois anos antes que o dos meninos, as meninas
entre as idades de 11 e 13 anos tendem a ser mais altas,
mais pesadas e mais fortes do que os meninos da mesma
idade. Após seu estirão de crescimento, os meninos ficam
novamente maiores. As meninas normalmente atingem sua
altura total aos 15 anos, e os meninos, aos 17 anos.
Meninos e meninas crescem de maneira diferente, não
apenas nos ritmos de crescimento, mas também na forma
e no feitio. O menino torna-se maior de um modo geral: os
ombros ficam mais largos, as pernas mais longas em
relação ao tronco, e o antebraço mais longo em relação à
parte superior do braço e à estatura. A pelve da menina
fica mais larga para facilitar o parto, e camadas de
gordura se acumulam sob a pele, dando-lhe uma aparência
mais arredondada. Visto que cada uma dessas mudanças
segue seu próprio ritmo, por algum tempo partes do corpo
podem ficar desproporcionais.
Sinais de maturidade sexual: produção de espermatozoides e
menstruação
O amadurecimento dos órgãos reprodutores traz o início
da menstruação nas meninas e a produção de
espermatozoides nos meninos. O principal sinal de
maturidade sexual nos meninos é a produção de esperma.
A primeira ejaculação, ou ESPERMARCA, ocorre em média
aos 13 anos. O menino pode acordar e encontrar uma
mancha úmida ou ressecada no lençol – resultado de uma
polução noturna, uma ejaculação involuntária de sêmen (em
geral chamada de sonho molhado). A maioria dos
adolescentes do sexo masculino tem essas emissões, às
vezes associadas a um sonho erótico.
O principal sinal de maturidade sexual na menina é a
menstruação, uma eliminação mensal do revestimento
uterino. A primeira menstruação, denominada MENARCA,
ocorre relativamente tarde na sequência do
desenvolvimento feminino; seu tempo normal de
ocorrência pode variar dos 10 aos 16 anos e meio. A média
de idade da menarca em meninas caiu de mais de 14 anos
antes de 1900 para 12,8 anos atualmente. Em média, as
meninas negras menstruam pela primeira vez 6 meses
antes das meninas brancas. A menarca é um evento
significativo, mas o sistema reprodutor pode ainda não
estar funcionalmente maduro, pois ciclos menstruais
podem ocorrer sem óvulos, especialmente em meninas
muito jovens.
O momento de início da atividade hormonal que sinaliza o
início da puberdade parece depender, em parte, de ser
alcançada uma quantidade crítica de gordura corporal
necessária para o sucesso da reprodução.
Estudos sugerem que um acúmulo de leptina, um hormônio
associado à obesidade, pode ser a ligação entre gordura
corporal e puberdade mais precoce. Níveis aumentados de
leptina podem enviar sinais à pituitária e às glândulas
sexuais para que aumentem sua secreção de hormônios.
Isso sugere que a leptina pode desempenhar uma função
de permissão para que a puberdade possa ter início. Em
outras palavras, a leptina pode precisar estar presente
em quantidades suficientes para que a puberdade ocorra,
mas não inicia a puberdade por si só.
Outra explicação se concentra na exposição a disruptores
endócrinos, tais como aqueles encontrados em alguns
plásticos, produtos retardantes de chamas e pesticidas.
Pesquisas indicam que a exposição a essas substâncias
parece estar relacionada ao início precoce
desenvolvimento puberal.
Com relação a influências pré-natais, estudos mostram
também que a menarca mais precoce está associada com
tabagismo materno durante a gravidez.
Eixo HHG
O eixo hipotálamo-hipófise-gônadas (HHG) tem uma fase
ativa durante o desenvolvimento fetal e neonatal e, em
seguida, entra numa fase de repouso, que dura da infância
à puberdade.
A puberdade começa com a reativação do sistema HHG.
do
Os pelos pubianos desenvolvem independentemente da
ativação do eixo HHG, principalmente através do efeito
dos androgênios secretados pelas adrenais.
O cérebro do adolescente

Adolescentes tendem a praticar certos tipos de

Diversos fatores sociais também influenciam o início da
puberdade. Por exemplo, os estudos sobre influências
maternas demonstram que a menarca precoce está
associada com ser a primogênita, assim como nascer de
mãe solteira, e práticas de parentalidade materna
severas.

Os pais também desempenham um papel. Meninas com

relacionamentos ausentes, distantes ou conflituosos com
os pais tendem a ter a menarca mais cedo do que aquelas
com relacionamentos paternos apoiadores.

O tema que unifica todas essas influências é o estresse. A comportamento. Eles se interessam e são mais
hipótese é que ele seja responsável por mediar as influenciados por seus pares e relações sociais. Além
associações recém-descritas. Em outras palavras, o que disso, eles demonstram maior tendência à impulsividade e
influencia a puberdade em si não é ser a primogênita, a comportamentos de risco e têm maior probabilidade de
nascer de mãe solteira ou ter um relacionamento experimentar drogas e bebidas alcoólicas, propensão a
conflituoso com o pai, mas a presença ou ausência de altos comportamentos imprudentes e dificuldade de se
níveis de estresse. concentrar em objetivos de longo prazo. Ainda assim, eles
conseguem pensar de maneiras mais complexas e
Crianças que são expostas a altos níveis de estresse na
sofisticadas e conseguem imaginar futuros possíveis e
juventude tendem a atingir os marcos puberais mais cedo
realidades alternativas. O cérebro adolescente contribui
do que aquelas que não são.
para alguns desses comportamentos adolescentes
Crianças que são expostas a altos níveis de estresse na característicos. Os adolescentes processam informação
juventude tendem a atingir os marcos puberais mais cedo de forma diferente dos adultos.
do que aquelas que não são.
3. ESCALA DE TANNER
Fatores genéticos também são importantes. Uma
Uma vez iniciada a puberdade, a sequência resultante de
influência genética parece ser a idade na qual os próprios
mudanças somáticas e fisiológicas dá origem à
pais iniciam a puberdade. O início do desenvolvimento
classificação de Maturidade Sexual (SMR) ou estágios de
puberal materno e o paterno estão associados com o início
Tanner.
dos seus filhos.
É um método visual de classificação, utilizada diariamente
A idade da primeira menstruação de uma menina tende a
durante a descrição do exame físico de crianças e
ser semelhante à de sua mãe se a nutrição e o padrão de
adolescentes. Descreve a maturação sexual em meninos e
vida permanecerem estáveis de uma geração para a
meninas. Padroniza e simplifica a descrição do exame
seguinte. ajuda a ilustrar a importância das influências
físico e permite o diagnóstico de patologias como:
genéticas.
puberdade precoce, rapidamente progressiva ou
retardada.

SMR MENINAS
Nas meninas, o primeiro sinal visível da puberdade e o
marco da SMR 2 é o surgimento das aréolas dos seios
entre 8-12 anos de idade.
A menstruação geralmente começa 2 a 2,5 anos mais
tarde, durante a SMR 4.
As mudanças são o aumento dos ovários, útero, lábios e
clitóris e o espessamento do endométrio e da mucosa
vaginal.
SMR MENINOS
Nos meninos, o primeiro sinal visível é o aumento
testicular a partir dos 9,5 anos, que é seguido pelo
aumento peniano durante a SMR 3.
O pico de crescimento ocorre quando o volume dos
testículos atinge aproximadamente 9-10 cm3 durante a
SMR 4.
Sob a influência do LH e da testosterona, túbulos
seminíferos, epidídimo, vesículas seminais e próstata
aumentam. Normalmente o testículo esquerdo é mais
baixo que o direito.
O estadiamento do desenvolvimento pubertário masculino
e feminino é feito pelo método de J. M. Tanner para
avaliação da maturação sexual, classificada nas etapas da
puberdade.
As etapas da maturação sexual são:
estágio 1: pré-puberal;
estágio 2: 11 anos (9 a 13 anos);
estágio 3: 12 anos (10 a 14 anos);
estágio 4: 13 anos (10 a 15 anos);
estágio 5: adulto.
M1: fase de pré-adolescência. Mama infantil, com elevação
da papila;
M2: mamas em fase de botão: broto mamário. Aumento
inicial da glândula mamária, com elevação da aréola e da
papila, formando um pequeno montículo saliente. Aumenta
o diâmetro da aréola, com modificação da textura;
M3: maior aumento da mama, sem separação dos
contornos;
M4: projeção da aréola e das papilas para formar
montículo secundário por cima da mama;
M5: mamas com aspecto adulto. O contorno areolar é
novamente incorporado ao contorno da mama;
P1: fase pré-adolescência. Ausência de pelos púbicos. Pode
haver uma leve penugem semelhante à observada na
parede abdominal;
P2: presença de pelos longos, macios, ligeiramente
pigmentados ao longo dos grandes lábios;
P3: pelos mais escuros, encaracolados e grossos,
espalhando-se esparsamente pela sínfise púbica;
P4: pelos do tipo adulto, cobrindo mais densamente a
região púbica, mas ainda sem atingir a face interna das
coxas;
P5: pelos do tipo adulto, cobrindo todo o púbis e a virilha.
G1: fase pré-adolescência. Pênis, testículos e escroto de
tamanho e proporções infantis;
G2: aumento inicial do volume testicular (> 4 mL). A pele
escrotal muda de textura e torna-se avermelhada.
Aumento mínimo ou ausente do pênis;
G3: aumento do pênis em comprimento. Maior
crescimento dos testículos e do escroto;
G4: aumento do diâmetro do pênis e da glande e
crescimento dos testículos e do escroto, cuja pele
escurece;
G5: desenvolvimento completo da genitália, que assume
tamanho e forma de adulto;
5- EXPLICAR AS DIFERENÇAS DAS
NECESSIDADES NUTRICIONAIS NA
ADOLESCÊNCIA
Cinco eventos têm influência direta sobre o equilíbrio
nutritivo:
- início da transformação puberal;
- aceleração do crescimento longitudinal; - aumento da
massa corporal;
- modificação da composição corporal;
- variações individuais quanto à atividade física.
Estudos têm mostrado que nesse período ocorrem
modificações corporais importantes que resultam no
aumento da massa magra, alterações na quantidade e na
distribuição da gordura e aumento de órgãos e sistemas.
Nas idades entre 10 e 20 anos, os meninos aumentam sua
MM em média 35 kg, enquanto nas meninas o aumento é
em torno de 18 kg.
Nesse período, ocorre também aumento da Densitometria
Mineral Óssea, alcançando pico no final da adolescência,
correspondendo ao estágio 4 de Tanner, e evoluindo
gradativamente até a idade de adulto jovem.
Os requerimentos energéticos aumentam de acordo com a
velocidade de crescimento estatural, o que permite
afirmar que os incrementos de estatura refletem melhor
o período de crescimento.
Energia: As necessidades calóricas podem ser estimadas
em kcal/cm de altura, variando com a idade e o sexo, e
acrescentando os gastos extras com as atividades diárias.
O consumo máximo para o sexo feminino deve ser
estimado em torno de 2.500 kcal na época da menarca, o
que ocorre, em média, entre os 12 e 12,6 anos de idade,
diminuindo após, progressivamente, para 2.200 kcal.
Para o sexo masculino, as necessidades de ingestão
calórica aumentam com o estirão puberal até cerca de
3.400 kcal em torno dos 15- 16 anos, diminuindo depois
para 2.800 kcal, até o final do crescimento.
Pode-se também calcular as necessidades energéticas
utilizando-se as equações para taxa metabólica basal
(TMB) com acréscimo do fator de crescimento mais o de
atividade por faixa etária.
Proteínas: As necessidades proteicas geralmente
coincidem com as necessidades máximas de energia
durante o estirão puberal e podem ser estimadas em
torno de 12 a 15 % do total calórico para o sexo feminino,
e em torno de 15 a 20% para o sexo masculino.
Gorduras: Na dieta, a gordura serve como uma fonte
concentrada de energia (9 kcal/g), além de servir de
veículo para as vitaminas lipossolúveis e de graxos
essenciais, suprindo cerca de 30% das necessidades.
Durante a velocidade máxima do estirão puberal, os
adolescentes necessitam de tanta energia que, sem as
gorduras, a dieta ficaria volumosa e intragável. Por outro
lado, o exagero dos “petiscos gordurosos” associados ao
estilo de vida sedentário, tipo “beliscar alimentos na
frente da televisão”, comportamento comum dos
adolescentes de grupos sociais mais afluentes, são
responsáveis pela “epidemia” da obesidade e da
aterosclerose.
Carboidratos: São a principal fonte de energia para os
adolescentes e geralmente contribuem com 55% da
ingestão calórica diária. Além de serem agentes do “doce”
açúcar, os monossacarídeos glicose e frutose, que estão
presentes nas frutas e vegetais, diferem em seus efeitos
metabólicos, pois apesar de liberarem quase a mesma
quantidade de energia, a glicose libera mais insulina e é
metabolizada em todos os tecidos, enquanto a frutose é
metabolizada pelo fígado.
O consumo de frutose, encontrada nos xaropes de
refrigerantes, é responsável pelo aumento de peso de
muitos adolescentes. Os dissacarídeos sucrose, lactose e
maltose estão presentes na maioria das dietas
balanceadas que contêm vegetais, leite e cereais. O
polissacarídeo mais comum é o amido que, junto com as
fibras, formam os carboidratos complexos.
Os carboidratos atuam principalmente no centro da
saciedade hipotalâmica e afetam a ingestão subsequente
dos demais alimentos, pela oxidação e transformação em
calorias, no fígado.
Minerais: As necessidades da maioria dos minerais
duplicam durante a adolescência, principalmente em
relação ao cálcio, ferro e zinco. Dietas restritivas e
competições esportivas influenciam a mineralização óssea,
causando osteopenia, osteoporose, amenorreia e atraso
puberal.
Do total de cálcio corporal, 97% está contido na massa
esquelética, e essa proporção aumenta dramaticamente
durante o estirão puberal, quando o depósito diário de
cálcio é quase o dobro do incremento médio para todo o
período de crescimento, sendo maior para os rapazes.
O conteúdo de cálcio é dependente da estatura e,
portanto, um adolescente alto que está no percentil 95
pode necessitar de 36% mais cálcio que um adolescente
baixo e no percentil 5. No sexo feminino, essa diferença é
cerca de 20% entre mulheres mais altas e mais baixas.
Vitamina C: A vitamina C atua fundamentalmente como
agente redutor em várias e importantes reações de
hidroxilação no organismo. Participa da síntese de
colágeno, tendo importância no processo de cicatrização,
formação de dentes e integridade os capilares.
Vitamina A: é extremamente necessária para o
crescimento, para a diferenciação e a proliferação celular,
para a reprodução e a integridade do sistema imunológico.

O conteúdo de ferro da alimentação é também bastante Fibras: diminui a absorção de gorduras, aumenta o
variável, de 4 a 6 mg/1.000 kcal. Portanto, a adolescente peristaltismo intestinal, produz ácidos graxos de cadeia
que menstrua, o adolescente atleta ou os adolescentes que curta, que atuam no combate ao colesterol, regula o tempo
têm hábitos alimentares deficientes não conseguirão de trânsito intestinal e apresenta alto poder de
receber o total das necessidades de ferro durante o saciedade.
estirão puberal, calculados em torno de 15 a 18 mg diárias.
Lipídeos: têm função calórica essencial, exercida pelas
O zinco tem sido associado ao retardo de crescimento, gorduras saturadas e não saturadas que se encontram nos
hipogonadismo, diminuição da sensação do paladar e queda óleos, azeite, manteiga, margarina, banha, etc.
de cabelos, em adolescentes com anorexia e também em
atletas e gestantes. 5- EXPLICAR A NECESSIDADE DE REFORÇO
VACINAL NA ADOLESCÊNCIA
A necessidade de suplementação dos minerais dependerá
O calendário SBP é elaborado para crianças e
da variedade e da qualidade da dieta, principalmente
adolescentes hígidos (do nascimento até 19 anos de
durante o estirão puberal.
idade). Para aqueles com imunodeficiências ou em

Vitaminas: As necessidades vitamínicas estão todas situações epidemiológicas específicas, as recomendações

aumentadas devido ao aumento do anabolismo e do gasto
energético na puberdade. Outros fatores também
contribuem para esse aumento, como as atividades físicas,
gravidez, contracepção oral e doenças crônicas.
O aumento da necessidade das vitaminas A, C e D, e do
complexo B é progressivamente maior durante o estirão
puberal, com as diferenciações celulares e a mineralização
óssea.
A suplementação com ácido fólico, 400mcg/dia, deve ser
prescrita de rotina para adolescentes sexualmente ativas
ou grávidas e de baixo nível socioeconômico.
Adolescentes com deficiências vitamínicas são mais
frequentes quando não têm o hábito de ingestão diária de
frutas, vegetais, leite ou cereais.
podem sofrer alterações.
HPV: previne o papiloma, vírus humano que causa cânceres
e verrugas genitais. Deve-se tomar 2 doses (seis meses de
intervalo entre as doses). Meninas = 9 a 14 anos. Meninos
= 11 a 14 anos
11-14 anos = Meningocócica C (conjugada): previne
doença invasiva causada por Neisseria meningitidis do
sorogrupo C. Dose única ou reforço (a depender da
situação vacinal anterior)
10-19 anos: Hepatite B - 3 doses (a depender da
situação vacinal anterior)
Febre Amarela: 1 dose (a depender da situação vacinal
anterior)

As vitaminas hidrossolúveis, como a tiamina, a niacina e a Dupla Adulto (dT) (previne difteria e tétano): Reforço a
riboflavina, cumprem relevantes funções no metabolismo cada 10 anos
energético, sendo importante que as recomendações
Tríplice viral (previne sarampo, caxumba e rubéola) - 2
sobre sua ingestão tenham como base a ingestão
doses (de acordo com a situação vacinal anterior)
energética.

O baixo nível de vitamina D em crianças e adolescentes

pode ser decorrente de ingestão reduzida ou síntese de
vitamina D3. Alguns adolescentes, principalmente os
fumantes e que utilizam contraceptivos orais, podem
apresentar deficiência de vitamina D.
Pneumocócica 23 Valente (previne pneumonia, otite,
meningite e outras doenças causadas pelo Pneumococo) – 1
dose (a depender da situação vacinal anterior).