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SISTEMA RESPIRATORIO
HISTOLOGIA DA TRAQUEIA
Órgão ímpar, oco, estende-se a partir da extremidade inferior da laringe no nível da vértebra C VI e
termina no nível do ângulo esternal ou do disco entre as vértebras T IV e T V na bifurcação da traquéia, onde
se divide nos brônquios principais direito e esquerdo.
Mucosa
Na camada mucosa há duas coisas importantes:
As células da superfície interna traqueal são banhadas por um muco, o qual é produzido pelas células
caliciformes (células claras na superfície apical do epitélio). Esse muco prende partículas sólidas e
microrganismos evitando que estes entrem em contato com os pulmões.
Submucosa
1) Tecido conectivo denso + ácinos mistos (ácido mucoso com meia lua serosa)
Cartilaginosa:
1) Cartilagem hialina com formato de ferradura + músculo liso
Adventícia
1) Tecido conectivo frouxo + vasos sanguíneos + nervos
Os brônquios tem origem na bifurcação da traqueia a nível do ângulo esternal. Podemos dividi-los em brônquios
extrapulmonares e intrapulmonares. Os brônquios extrapulmonares entram nos pulmões através do hilo
pulmonar dando origem aos brônquios intrapulmonares.
Brônquios extrapulmonares
São parecidos a traqueia em muitos aspectos. Algumas diferenças entre eles:
HISTOLOGIA DO PULMÃO
São órgãos pares, maciços, localizados na caixa torácica. Estão constituídos internamente por brônquios,
bronquíolos, sacos alveolares e alvéolos.
Brônquios intrapulmonares
Os brônquios intrapulmonares não vão soltos dentro do pulmão, mas sim, dentro de tabiques de tecido
conectivo denso não modelado (TCDNM) junto com os vasos sanguíneos.
A histologia dos brônquios intrapulmonares se assemelha muito com os extrapulmonares. Uma vez que os
brônquios intrapulmonares ingressam pelo hilo, eles vão se dicotomizando várias vezes dando origem a arvore
bronquial.
Os brônquios intrapulmonares são os brônquios principais direito e esquerdo (ou brônquios primários), que uma
vez dentro do pulmão darão origem aos brônquios lobares superior, médio e inferior no pulmão direito e
brônquios lobares superior e inferior no pulmão esquerdo (brônquios secundários). Os brônquios lobares
continuam a se dividir dicotomicamente dando origem aos brônquios segmentares (ou terciários), que são dez
do lado direito e oito do lado esquerdo.
Note que, podemos dizer que é um brônquio pela presença das cartilagens em placa rodeando o conduto.
Logo ao lado, temos um bronquíolo, que não possui cartilagem e nem tecido glandular.
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Bronquíolos
Além dos brônquios segmentares terciários, há 20 a 25 gerações de bronquíolos condutores ramificados que
terminam como bronquíolos terminais, os menores bronquíolos condutores. A parede dos bronquíolos não tem
cartilagem. Os bronquíolos condutores transportam ar, mas não têm glândulas nem alvéolos. Cada bronquíolo
terminal dá origem a diversas gerações de bronquíolos respiratórios, caracterizados por bolsas (alvéolos) de
paredes finas e dispersos, que se originam dos seus lumens.
Os BRONQUÍOLOS são mais pequenos que os brônquios, e eles NÃO TEM CARTILAGEM, NÃO TEM
ÁCINOS E NEM TECIDO LINFÓIDE ASSOCIADO. Essas características são muito importantes na hora de
fazer um diagnóstico diferencial entre brônquio e bronquíolo.
Características São os mais grandes, vem na Vêm depois dos bronquíolos São os últimos, eles vêm logo
sequência dos brônquios condutores. depois dos bronquíolos
segmentares terminais e desembocam no
saco alveolar.
O bronquíolo respiratório é um tubo curto, às vezes ramificado, com estrutura semelhante à do bronquíolo
terminal. Porém, uma grande diferença entre ambos é a existência de várias descontinuidades na parede do
bronquíolo respiratório, pelas quais o seu lúmen se comunica diretamente com os alvéolos pulmonares
À medida que o bronquíolo respiratório se prolonga, aumenta o número de descontinuidades de sua parede
acompanhadas de alvéolos que se abrem no seu lúmen. Quando a parede passa a ser constituída quase só de
saídas de alvéolos, o tubo passa a ser considerado um DUCTO ALVEOLAR. Os ductos alveolares são revestidos
por epitélio simples cúbico, mas um epitélio simples pavimentoso pode ser observado em suas extremidades.
Alvéolos
1) Epitélio: pavimentoso simples
Os alvéolos são formados unicamente por uma camada de tecido epitelial e sua respectiva lâmina basal (tecido
epitelial é avascular). Nesse epitélio temos duas células principais: os PNEUMÓCITOS TIPO I – fazem parte
da barreira de hematose ou hemato-gasosa – e os PNEUMÓCITOS TIPO II – fabricam o fator surfactante -,
são células mais altas. Nos alvéolos temos também os macrófagos alveolares que fagocitam agentes estranhos.
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Barreira de hematose:
1) Pneumócito tipo I
2) Membrana basal do pneumócito tipo I
3) Membrana basal do capilar
4) Endotélio capilar
5) Membrana plasmática do GV.
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SISTEMA DIGESTÓRIO
HISTOLOGIA DO FÍGADO
O fígado é o segundo maior órgão do corpo (o maior é a pele) e a maior glândula, pesando cerca de 1,5
kg. Está localizado na cavidade abdominal abaixo do diafragma (hipocôndrio direito).
É o órgão no qual os nutrientes absorvidos no sistema digestório são processados e armazenados para
serem utilizados por outros órgãos; portanto, é uma interface entre o sistema digestório e o sangue. Grande
parte do sangue transportado para o fígado chega pela veia porta (70 a 80%), e menor porcentagem é suprida
pela artéria hepática.
Todos os nutrientes absorvidos pelo intestino chegam ao fígado pela veia porta, exceto os lipídios
complexos (quilomícrons), que chegam pela artéria hepática. A posição do fígado no sistema circulatório é ideal
para captar, transformar e acumular metabólitos, e para a neutralização e eliminação de substâncias tóxicas. A
eliminação ocorre na bile, uma secreção exócrina do fígado, importante para a digestão de lipídios. O fígado
também exerce função muito importante na produção de proteínas plasmáticas, como a albumina e outras
proteínas carreadoras.
O fígado é um órgão incomum, por receber sangue de duas fontes diferentes: 80% derivam da veia porta, que
transporta o sangue pouco oxigenado e rico em nutrientes proveniente das vísceras abdominais, enquanto os
20% restantes derivam da artéria hepática, que fornece sangue rico em oxigênio.
Estroma
1) Tecido conectivo denso não modelado (TCDNM) que forma a CÁPSULA EXTERNA do fígado (de Glisson).
Essa cápsula se continua até o interior do órgão emitindo trabéculas por onde transcorrem vasos
sanguíneos, vasos linfáticos, ductos biliares e nervos intra-hepáticos. Essas trabéculas dividem o fígado em
lóbulos hepáticos.
O fígado é revestido por uma cápsula delgada de tecido conjuntivo que se torna mais espessa no hilo,
por onde a veia porta e a artéria hepática penetram o fígado e por onde saem os ductos hepáticos direito e
esquerdo, bem como os linfáticos. Esses vasos e ductos são circundados por tecido conjuntivo ao longo de toda
a sua extensão até o término (ou origem), nos ESPAÇOS PORTA entre os lóbulos hepáticos. Neste ponto,
forma-se uma delicada rede de fibras reticulares que suporta os hepatócitos (células do fígado) e as células
endoteliais dos capilares sinusoides.
Parênquima
1) O parênquima hepático está conformado pelos HEPATÓCITOS, os quais se dispõem em cordões (de Remak).
Entre os cordões de hepatócitos temos aos CAPILARES SINUSOIDES (vasos irregularmente dilatados
compostos por uma camada descontínua de células endoteliais fenestradas). As células endoteliais são
separadas dos hepatócitos adjacentes por uma lâmina basal descontínua e um espaço subendotelial
conhecido como ESPAÇO DE DISSE.
Além das células endoteliais, os sinusoides contêm macrófagos conhecidos como células de Kupffer.
Essas células são encontradas na superfície luminal das células endoteliais, e suas principais funções são:
metabolizar hemácias velhas, digerir hemoglobina, secretar proteínas relacionadas com processos imunológicos
e destruir bactérias que eventualmente penetrem o sangue portal a partir do intestino grosso. Células de
Kupffer constituem cerca de 15% da população celular no fígado. Muitas estão localizadas na região periférica
do lóbulo hepático, onde são muito ativas na fagocitose.
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Vários processos importantes acontecem no retículo endoplasmático liso (REL), que está distribuído
difusamente pelo citoplasma do hepatócito. Essa organela é responsável pelos processos de oxidação, metilação
e conjugação requeridos para a inativação ou destoxificação de várias substâncias antes de sua excreção pelo
organismo.
Um dos principais processos que acontecem no REL é a conjugação da bilirrubina tóxica e hidrofóbica
(insolúvel em água) com o glucuronato pela enzima glucuronil-transferase, para formar o glucuronato de
bilirrubina, não tóxico e solúvel em água. Esse conjugado é excretado na bile pelos hepatócitos. A bilirrubina
resulta principalmente da quebra da hemoglobina e é formada pelo sistema mononuclear fagocitário (que inclui
as células de Kupffer dos capilares sinusoides), sendo transportada para os hepatócitos. Quando bilirrubina ou
glucuronato de bilirrubina não são excretados, podem ocorrer várias doenças caracterizadas por icterícia.
O hepatócito frequentemente contém glicogênio. Esse polissacarídio aparece ao microscópio
eletrônico na forma de agregados elétron-densos no citosol, frequentemente associados ao retículo
endoplasmático liso.
A veia porta contém sangue proveniente do sistema digestório, do pâncreas e do baço; a artéria
hepática contém sangue proveniente do tronco celíaco da aorta abdominal. O ducto, revestido por epitélio
cúbico, transporta bile sintetizada pelos hepatócitos, a qual desemboca no ducto hepático. Um ou mais
linfáticos transportam linfa, a qual, eventualmente, entra na circulação sanguínea. Todas essas estruturas
estão envolvidas em uma bainha de tecido conjuntivo.
Na periferia do lóbulo, há tecido conjuntivo, no qual se encontra o espaço porta, que contém a tríade
portal (arteríola, vênula e ducto biliar). Há também vasos linfáticos e nervos (não representados).
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À medida que a veia central progride ao longo do lóbulo, ela recebe mais e mais sinusoides, aumentando
gradualmente em diâmetro. Ao final, ela deixa o lóbulo em sua base, fundindo-se com a VEIA SUBLOBULAR,
de diâmetro maior. As veias sublobulares gradualmente convergem e se fundem, formando duas ou mais
grandes VEIAS HEPÁTICAS, que desembocam na veia cava inferior. (Junqueira)
Trajeto Da Bile:
Sempre que dois hepatócitos se encontram, eles delimitam um espaço tubular entre si conhecido como
CANALÍCULO BILIAR. Os canalículos, que constituem a primeira porção do sistema de ductos biliares, são
espaços tubulares com cerca de 1 a 2 mm de diâmetro. Eles são delimitados apenas pela membrana plasmática
de dois hepatócitos e contêm poucos microvilos em seu interior. As membranas celulares próximas desse
canalículo estão unidas firmemente por junções de oclusão.
Os canalículos biliares formam uma rede complexa que se anastomosa progressivamente ao longo das placas do
lóbulo hepático, terminando na região do espaço porta. Sendo assim, a bile flui progressivamente na direção
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contrária do sangue, do centro do lóbulo para a sua periferia, onde a bile adentra os DÚCTULOS BILIARES
(canais de Hering), constituídos por células cuboidais. Após uma curta distância, esses canais terminam nos
DUCTOS BILIARES/BILÍFEROS localizados no espaço porta. Ductos biliares são formados por epitélio
cuboide ou colunar e contêm uma bainha distinta de tecido conjuntivo. Esses ductos gradualmente aumentam e
se fundem, formando o DUCTO HEPÁTICO, que, em seguida, deixa o fígado.
1) Rama da artéria hepática: epitélio pavimentoso simples, parede muscular mais grossa
2) Rama da veia porta: epitélio pavimentoso simples, parede muscular mais fina, pode ter sangue no
interior.
3) Ducto biliar: epitélio cúbico simples
Mucosa
1) Epitélio: cilíndrico simples com microvilosidades (borda em escova) e células caliciformes
2) Lâmina própria: tecido conectivo frouxo + GALT (do inglês gastrointestinal-associated lymphoid tissue)
+ Glândulas de Lieberkünh (glândulas tubulares retas)
3) Muscular da mucosa: 2 camadas de musculo liso, uma circular interna e outra longitudinal externa
(difíceis de distinguir no MO), também chamado de músculo de Brucke (músculo motor das vilosidades).
Esse musculo adentra na microvilosidade.
Submucosa
1) TCDNM
2) Vasos sanguíneos e nervos
3) Glândulas (no duodeno tem uma grande quantidade de glândulas mucosas, chamadas de glândulas de
Brunner)
4) Tecido linfático
5) Plexo submucoso de Meissner
Podemos distinguir em que porção do intestino delgado estamos somente olhando para a submucosa, reparem no
quadro comparativo:
Muscular externa
1) Capa circular interna
2) Capa longitudinal externa
Serosa
1) TCF
2) Vasos sanguíneos e nervos
3) Tecido adiposo
4) Mesotélio: epitélio pavimentoso simples.
O intestino grosso está bem adaptado para exercer suas funções: absorção de água, fermentação,
formação da massa fecal e produção de muco. A absorção de água é passiva, seguindo o transporte ativo de
sódio pela superfície basal das células epiteliais.
Mucosa
1) Epitélio: cilíndrico simples com células caliciformes abundantes
2) Lâmina própria: tecido conectivo frouxo + GALT (do inglês gastrointestinal-associated lymphoid tissue)
+ Glândulas de Lieberkünh (glândulas tubulares retas) – no intestino grosso essas glândulas são maiores
e de um recorrido mais reto.
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3) Muscular da mucosa: 2 camadas de musculo liso, uma circular interna e outra longitudinal externa
(difíceis de distinguir no MO).
Submucosa
A submucosa de intestino grosso não forma pregas.
1) TCDNM
2) Vasos sanguíneos e nervos
3) Tecido linfático
4) Plexo submucoso de Meissner
5) Tecido adiposo
Muscular externa
1) Capa circular interna
2) Capa longitudinal externa descontínua – em teoria essa capa longitudinal externa descontínua forma
três bandas longitudinais planas que correspondem as famosas tênias do colón que são visíveis no MO.
Serosa ou adventícia
1) TCF
2) Vasos sanguíneos e nervos
3) Tecido adiposo
4) Mesotélio: epitélio pavimentoso simples. (presente somente na serosa)
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Células do intestino
É formado principalmente por CÉLULAS ABSORTIVAS (enterócitos) e CÉLULAS CALICIFORMES e se
continua com o epitélio das criptas, que por sua vez contêm algumas células absortivas, células caliciformes,
CÉLULAS ENTEROENDÓCRINAS, CÉLULAS DE PANETH e CÉLULAS-TRONCO.
1) Células absortivas ou enterócitos são células colunares altas, cada uma com um núcleo oval em sua porção
basal e citoplasma debilmente acidófilo. No ápice de cada célula, a membrana plasmática se projeta para o
lúmen (microvilosidade), criando a borda em escova, responsável pela absorção de substancias. Além da
função absorvente, também secretam enzimas que intervêm na digestão, como as enteroquinases, lactases,
lipases, etc.
2) Células caliciformes estão distribuídas entre as células absortivas. Elas são menos abundantes no duodeno e
aumentam em número em direção ao íleo. Sua função é a produção de muco.
3) Células de Paneth, localizadas na porção basal das criptas intestinais, são células exócrinas com grandes
grânulos de secreção eosinofílicos em seu citoplasma apical. Esses grânulos contêm lisozima e defensina,
enzimas que podem permeabilizar e digerir a parede de bactérias.
4) Células-tronco estão localizadas no terço basal da cripta, entre as células de Paneth. Células redondas,
pequenas, com uma intensa atividade mitótica, possuem função regeneradora.
5) Células enteroendócrinas secretam uma série de hormônios que regulam de maneira parácrina a função
digestória.
6) Células M (microfold) são células epiteliais especializadas que recobrem folículos linfoides das placas de
Peyer, localizadas no íleo. Essas células são caracterizadas por numerosas invaginações basais que contêm
muitos linfócitos e células apresentadoras de antígenos, como os macrófagos.
Células M podem captar antígenos por endocitose e transportá-los para os macrófagos e células
linfoides subjacentes, as quais migram então para outros compartimentos do sistema linfoide (nódulos), onde
respostas imunológicas contra esses antígenos são iniciadas. Células M representam, portanto, um elo
importante na defesa imunológica intestinal. A lâmina basal sob as células M é descontínua, facilitando o
trânsito de células entre o tecido conjuntivo e as células M
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