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180 horas Atualização em Enfermagem

e a Saúde da Mulher
Samara Calixto Gomes
Com certificado
online

Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Enfermagem e a Saúde


da Mulher" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É
proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem
autorização prévia expressa do autor (Artigo 29).
180 horas
Atualização em Enfermagem
e a Saúde da Mulher

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO .............................................................................................................. 7
SAÚDE DA MULHER ........................................................................................................ 8
QUADRO DE CONCEITOS ............................................................................................ 10
PUBERDADE .................................................................................................................... 11
SISTEMA REPRODUTOR FEMININO ........................................................................ 13
5.1 HORMÔNIOS FEMININOS .................................................................................... 13
5.2 HORMÔNIOS SEXUAIS FEMININOS .................................................................. 13
5.2.1 Funções do Estrogênio........................................................................................ 14
5.2.2 Funções da Progesterona .................................................................................... 14
CICLO MENSTRUAL...................................................................................................... 15
6.1 CICLO MENSTRUAL NORMAL: .......................................................................... 16
6.2 COMPONENTES FUNCIONAIS DO CICLO MENSTRUAL ............................... 16
6.3 FASES DO CICLO OVARIANO ............................................................................. 16
6.3.1 Fase Folicular ..................................................................................................... 16
6.3.2 Ovulação ............................................................................................................. 17
6.3.3 Fase Lútea ........................................................................................................... 17
6.4 FASES DO CICLO UTERINO ................................................................................. 17
AVALIAÇÃO PRÉ-CONCEPCIONAL ......................................................................... 19
PLANEJAMENTO REPRODUTIVO ............................................................................. 21
MÉTODOS ANTICONCEPCIONAIS ............................................................................ 22
9.1 VOCÊ SABE DIFERENCIAR O PLANEJAMENTO FAMILIAR DO CONTROLE
DE NATALIDADE? ....................................................................................................... 23
9.1.1 Planejamento Familiar ........................................................................................ 23
9.1.2 Controle de Natalidade ....................................................................................... 23
MÉTODOS CONTRACEPTIVOS .................................................................................. 24
10.1 MÉTODOS NATURAIS OU COMPORTAMENTAIS ......................................... 25
10.1 1 Temperatura Basal ............................................................................................ 25
10.1.2 Tabela de Ogino-Knauss (Tabelinha) ............................................................... 25
10.1.3 Método de Billings ou do Muco Cervical ........................................................ 26
10.1.4 Lactação-Amenorreia ....................................................................................... 26
10.2 MÉTODOS DE BARREIRA .................................................................................. 27
10.2.1 Preservativo ...................................................................................................... 27
10.2.1 Diafragma ......................................................................................................... 27
10.2.2 Espermicidas..................................................................................................... 27
10.3 Métodos Hormonais ................................................................................................ 28
10.3.1 Pílula ................................................................................................................. 28
10.3.2 Pílula do Dia Seguinte ...................................................................................... 28
10.4 MÉTODOS MECÂNICOS ..................................................................................... 29
10.4.1 DIU - Dispositivo Intra Uterino........................................................................ 29
DIAGNÓSTICO DA GRAVIDEZ ................................................................................... 30
PRE-NATAL ...................................................................................................................... 32
PREVENÇÃO DO CÂNCER GENITAL E DE MAMA ............................................... 33
ASSISTÊNCIA A MULHER NO CLIMATÉRIO ......................................................... 35
14.1 SAÚDE BUCAL NO CLIMATÉRIO ..................................................................... 37
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER ............................................................................. 38
INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 41
A MAMA ............................................................................................................................ 43
O CÂNCER ........................................................................................................................ 45
3.1 ESTADIAMENTO .................................................................................................... 46
3.1.1 Tamanho do Tumor (T) ...................................................................................... 47
3.1.2 Linfonodos Regionais (N) .................................................................................. 47
3.1.3 Metástases (M) ................................................................................................... 48
SINTOMAS DO CÂNCER DE MAMA .......................................................................... 49
PREVENÇÃO .................................................................................................................... 50
DIAGNÓSTICO ................................................................................................................ 51
TRATAMENTO ................................................................................................................ 52
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO CUIDADO A MULHER COM CÂNCER DE
MAMA ................................................................................................................................ 53
8.1 TÉCNICA PARA REALIZAÇÃO DO AUTOEXAME DAS MAMAS ................. 54
8.1 1 Inspeção Estática em frente ao Espelho ............................................................. 54
8.1.2 Durante o Banho ................................................................................................. 55
8.1.3 Deitada ................................................................................................................ 55
INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 57
O ÚTERO ........................................................................................................................... 59
2.1 COLO DO ÚTERO ................................................................................................... 60
PAPILOMA VIRUS HUMANO ...................................................................................... 62
TIPOS DE HPV ................................................................................................................. 63
HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA ........................................................................... 64
MODOS DE TRANSMISSÃO ......................................................................................... 66
FORMAS DE APRESENTAÇÃO DA INFECÇÃO ...................................................... 67
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS ...................................................................................... 68
PERÍODO DE INCUBAÇÃO .......................................................................................... 70
PREVENÇÃO .................................................................................................................... 72
10.1 EXAME CITOPATOLÓGICO ............................................................................... 72
10.2 VACINA .................................................................................................................. 73
DIAGNÓSTICO ................................................................................................................ 75
TRATAMENTO ................................................................................................................ 77
O HPV E O CÂNCER DE COLO UTERINO ................................................................ 78
HPV E SITUÇÕES ESPECIAIS ...................................................................................... 80
14.1 GESTANTES .......................................................................................................... 80
14.2PÓS-MENOPAUSA ................................................................................................. 80
14.3HISTERECTOMIZADAS........................................................................................ 81
14.4 MULHERES SEM HISTÓRIA DE ATIVIDADE SEXUAL................................. 81
14.5 IMUNOSSUPRIMIDAS ......................................................................................... 81
PROMOÇÃO DA SAÚDE ................................................................................................ 83
AVALIAÇÃO..................................................................................................................... 84
REFERÊNCIAS................................................................................................................. 89
Enfermagem e a Saúde da Mulher
Unidade 1 – Apresentação

01
APRESENTAÇÃO

A manutenção da boa saúde da mulher exige uma série de cuidados e atitudes preventivas.

Cada mulher tem uma história e um corpo diferente das outras mulheres e que devem
ser analisadas cuidadosamente com a supervisão de um médico, para garantir uma vida
saudável e sem surpresas.

Neste curso, faremos uma revisão sobre os principais pontos que prejudicam a saúde
da mulher. Ao realizar o curso, o enfermeiro será capaz de prestar assistência sistematizada
e integral à mulher nas diversas fases do ciclo vital.

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Atualização em Enfermagem e a Saúde da Mulher

02
SAÚDE DA MULHER

De acordo com o Ministério da Saúde, as mulheres compõem a maioria da população


brasileira e são as principais usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS).

Além de buscarem os serviços de saúde para o seu próprio atendimento, acompanham


crianças e outros familiares, como pessoas idosas, com deficiência, vizinhos e amigos.
Também são também cuidadoras, não só das crianças ou outros membros da família, mas
também de pessoas da vizinhança e da comunidade.

A situação de saúde de um indivíduo envolve diversos aspectos da vida, como a re-


lação com o meio ambiente, o lazer, a alimentação e as condições de trabalho, moradia e
renda. No caso das mulheres, os problemas são agravados pela discriminação nas relações
de trabalho e a sobrecarga com as responsabilidades com o trabalho doméstico.

Mulheres vivem mais do que os homens. Entretanto, adoecem com mais frequência.
E essa vulnerabilidade está mais relacionada com a situação de discriminação na sociedade
do que com fatores biológicos.

Existem vários conceitos sobre saúde da mulher. Conceitos mais restritos abordam
apenas aspectos da biologia e anatomia do corpo feminino e outros mais amplos que
interagem com dimensões dos direitos humanos e questões relacionadas à cidadania.

No primeiro, o corpo da mulher é visto apenas na sua função reprodutiva e a


maternidade torna-se seu principal atributo, limitando a saúde da mulher à saúde materna ou
à ausência de enfermidade associada ao processo de reprodução biológica. Nesse caso estão
excluídos os direitos sexuais e as questões de gênero.

Com o novo conceito de saúde, essa realidade começa a mudar. Além do aspecto
reprodutivo, as desigualdades sociais se revelam no processo de adoecer e morrer das
populações.

O relatório sobre a situação da População Mundial (2014) demonstra que o número


de mulheres que vivem em situação de pobreza é superior ao de homens, que as mulheres

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Unidade 2 – Saúde da Mulher

trabalham durante mais horas do que os homens e que, pelo menos, metade do seu tempo é
gasto em atividades não remuneradas, o que diminui o seu acesso aos bens sociais, inclusive
aos serviços de saúde, o que implica num forte impacto em suas condições.

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Atualização em Enfermagem e a Saúde da Mulher

03
QUADRO DE CONCEITOS

Antes de nos aprofundarmos nos estudos de saúde da mulher, vamos conhecer alguns termos
sobre o tema:

Amenorreia: Ausência de menstruação.

Climatério: é a fase da vida em que ocorre a transição do período reprodutivo ou


fértil para o não reprodutivo, devido à diminuição dos hormônios sexuais produzidos pelos
ovários.

Menacme: Período reprodutivo da mulher. Inicia-se após a puberdade.

Menarca: Primeira menstruação.

Menopausa: é a última menstruação da mulher. É o evento marcante do climatério.


Geralmente ocorre dos 45 aos 55 anos e só pode ser diagnosticada após 12 meses de
amenorreia.

Menstruação: Sangramento genital de origem intrauterina, periódico e temporário


na mulher e que se manifesta aproximadamente em cada mês. Inicia-se com a menarca e
termina com a menopausa.

Perimenopausa: É o período no qual surgem as irregularidades menstruais, os


distúrbios neurovegetativos e alterações psicoemocionais. Ela inicia-se em torno de 5 anos
antes da menopausa e acaba 12 meses após.

Telarca: Desenvolvimento do tecido e botão mamário.

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Unidade 4 – Puberdade

04
PUBERDADE

Na infância nosso corpo ainda não está totalmente formado. Na adolescência, acontece a
transição da infância para a fase adulta, que chamamos de Puberdade.

A Puberdade é um momento de transformações físicas e biológicas e de oscilações


emocionais ocasionadas pelas alterações hormonais que o corpo sofre.

O corpo está voltado nessa fase para a produção dos hormônios sexuais que são
diferentes para meninos e meninas. Os meninos produzem a testosterona e as meninas o
estrógeno.

Nessa fase o crescimento se acelera, os órgãos sexuais ganham forma e a fertilidade


se inicia. É um processo difícil tanto para o adolescente, que vai viver essas transformações,
como para os que o rodeiam que terão de se adaptar às alterações de humor e às crises
existenciais vividas por ele.

Apesar de tudo isso essas transformações são necessárias para a manutenção da


espécie humana, pois todo esse processo tem como objetivo de adaptar tanto a mulher quanto
o homem para a capacidade de reprodução.

No corpo masculino a puberdade ocorre geralmente entre a faixa etária dos 12 aos 14
anos de idade, e para o biótipo feminino esse marco caracteriza-se a partir da primeira
menstruação, também denominada de menarca, conferindo maturidade por volta dos 10 aos
13 anos de idade.

Além da menarca, outros acontecimentos caracterizam essa fase. São eles:

 O desenvolvimento da genitália;

 Crescimento dos seios (telarca);

 Aparecimento de pelos pubianos na genitália e nas axilas;

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 Definição das formas do corpo acarretada pelo acúmulo de tecido adiposo em


determinadas partes (quadris, coxas);

 Surgimento de erupções na pele (acne).

 Diminuição no crescimento ósseo;

 Expansão óssea da cintura pélvica (bacia);

 Aumento do desejo sexual.

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Unidade 5 – Sistema Reprodutor Feminino

05
SISTEMA REPRODUTOR FEMININO

A Pituitária, também conhecia como Hipófise anterior, não secreta praticamente nenhum
hormônio gonadotrópico até a idade de 10 a 14 anos.

A partir da Puberdade, começa a secretar dois hormônios gonadotrópicos.


Inicialmente, secreta principalmente o hormônio folículo-estimulante (FSH), que inicia a
vida sexual na menina em crescimento. Em seguida, secreta o hormônio luteinizante (LH),
que auxilia no controle do ciclo menstrual.

5.1 HORMÔNIOS FEMININOS


Hormônio Folículo-Estimulante: Causa a proliferação das células foliculares ovarianas e
estimula a secreção de estrógeno, levando as cavidades foliculares a desenvolverem-se e
crescerem.

Hormônio Luteinizante: Aumenta ainda mais a secreção das células foliculares,


estimulando a ovulação.

5.2 HORMÔNIOS SEXUAIS FEMININOS


Os dois hormônios ovarianos, o estrogênio e a progesterona, são responsáveis pelo
desenvolvimento sexual da mulher e pelo ciclo menstrual. Esses hormônios, como os
hormônios adrenocorticais e o hormônio masculino testosterona, são compostos esteroides,
formados, principalmente, de um lipídio, o colesterol.

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Os estrogênios são vários hormônios diferentes chamados estradiol, estriol e estrona,


mas que têm funções idênticas e estruturas químicas muito semelhantes. Por esse motivo,
são considerados juntos, como um único hormônio.

5.2.1 Funções do Estrogênio

O estrogênio induz as células de vários locais do organismo, a proliferarem-se, ou seja,


aumentar em número. A musculatura lisa do útero, por exemplo, aumenta tanto que o órgão,
após a puberdade, chega a duplicar ou, mesmo, a triplicar de tamanho.

Todas as características que distinguem a mulher do homem, que foram citadas


anteriormente, são devido ao estrogênio e a razão básica do desenvolvimento dessas
características é o estímulo à proliferação dos elementos celulares em certas regiões do
corpo.

O estrogênio também estimula o crescimento de todos os ossos logo após a


puberdade, mas promove rápida calcificação óssea, fazendo com que as partes dos ossos que
crescem se "extingam" dentro de poucos anos, de forma que o crescimento estaciona.

Nessa fase, a mulher cresce mais rapidamente que o homem até os primeiros anos da
puberdade. O estrogênio tem, outrossim, efeitos muito importantes no revestimento interno
do útero, o endométrio, no ciclo menstrual.

5.2.2 Funções da Progesterona

A progesterona tem pouco a ver com o desenvolvimento dos caracteres sexuais femininos.
Está principalmente relacionada com a preparação do útero para a aceitação do embrião e à
preparação das mamas para a secreção láctea.

Esse hormônio também aumenta o grau da atividade secretória das glândulas


mamárias e, também, das células que revestem a parede uterina, acentuando o espessamento
do endométrio e fazendo com que ele seja intensamente invadido por vasos sanguíneos.

Determina, ainda, o surgimento de numerosas glândulas produtoras de glicogênio. E


durante a gestação, uma de suas mais importantes funções é a de inibir as contrações do útero
e impedir a expulsão do embrião implantado ou do feto em desenvolvimento.

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Unidade 6 – Ciclo Menstrual

06
CICLO MENSTRUAL

O Ciclo Menstrual representa mudanças fisiológicas recorrentes relacionadas ao sistema


reprodutivo, que ocorrem em mulheres em idade reprodutiva. Esse ciclo fica sob o controle
do sistema hormonal e é necessário para a reprodução.

Em outras palavras, é o conjunto de eventos endócrinos interdependentes do eixo


hipotálamo - hipófise - ovário e as modificações fisiológicas no organismo que são
consequentes a estes eventos, e visam à preparação para a ovulação e para uma futura
gravidez.

Esse ciclo pode ser dividido em várias fases, e a duração de cada fase difere de mulher
para mulher e de ciclo para ciclo. A menstruação inicia-se na metade da puberdade,
geralmente entre os 11 e 12 anos, ainda que possa acontecer dentro do intervalo dos 10 até
os 18 anos.

A partir da menarca, a mulher continua menstruando até os 49 ou 50 anos, podendo


estender-se até os 55 anos, até menopausa, que será discutida mais adiante.

Um ciclo menstrual normalmente varia de 20 a 36 dias, sendo que a maioria das


mulheres tem um ciclo de 28 dias. Normalmente dura de 4 a 6 dias, podendo em algumas
mulheres variar de 2 a 8 dias.

Cada mulher reage de forma distinta quando está menstruada, podendo ocorrer
alguns destes sintomas:

 Aumento do desejo sexual;

 Dores no abdome (cólicas);

 Dores nas pernas;

 Dores de cabeça (enxaqueca);

 Mau humor/ irritação/depressão;

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 Dores nos seios.

Esses sintomas são chamados de “síndrome pré-menstrual”.

6.1 CICLO MENSTRUAL NORMAL:

 Duração do Ciclo Menstrual Normal: 21 a 35 dias;

 Duração do Fluxo Menstrual: 2 a 6 dias;

 Perda Sanguínea: 20 a 60 ml;

 Fases do Ciclo Ovariano: Folicular e Lútea;

 Fases do Ciclo Uterino: Proliferativa, Secretora e Menstrual.

6.2 COMPONENTES FUNCIONAIS DO CICLO MENSTRUAL


Como já foi dito, o ciclo menstrual é uma interação entre o hipotálamo, a hipófise e os
ovários, onde os principais hormônios, responsáveis pela ação desse ciclo, é o Hormônio
liberador de gonadotrofina (GnRH), um dos hormônios-hipotalâmicos.

6.3 FASES DO CICLO OVARIANO

6.3.1 Fase Folicular

Período em que o folículo dominante é selecionado e desenvolvido até se tornar um folículo


maduro. Durante essa fase, o revestimento do útero fica mais espesso, estimulado ao
aumentar gradualmente as quantidades de estrogênio. Ao longo desse processo, o FSH e o
estrogênio aumentam a quantidade de receptores para FSH.

Os folículos no ovário começam a desenvolver-se sob a influência de hormônios e


depois de vários dias um folículo (ou ocasionalmente dois) fica dominante. Os folículos não
dominantes atrofiam e morrem. Então, o folículo dominante libera um ovo em um evento
chamado ovulação.

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Unidade 6 – Ciclo Menstrual

6.3.2 Ovulação

A ovulação ocorre aproximadamente 32 a 36 horas após o início da elevação dos níveis de


estradiol. Se o ovo não for fertilizado por espermatozoide em até 1 dia após a ovulação ele
morrerá e será absorvido pelo corpo da mulher.

6.3.3 Fase Lútea

Compreende o período da ovulação até o aparecimento da menstruação.

Depois da ovulação, durante a fase luteal, os restos do folículo dominante no ovário


transformam-se em corpo lúteo, o qual tem como função principal produzir grandes
quantidades de Progesterona. Sob a influência da progesterona, o endométrio (revestimento
do útero) muda para se preparar a uma possível implantação do embrião.

Se a implantação do embrião não ocorrer dentro de aproximadamente duas semanas,


o corpo lúteo morrerá causando queda brusca nos níveis de progesterona e estrogênio. Essa
queda nos níveis hormonais faz com que o útero elimine seu revestimento em um processo
chamado menstruação.

6.4 FASES DO CICLO UTERINO


O útero é um órgão musculado revestido internamente por uma mucosa muito vascularizada,
o Endométrio. Esta mucosa uterina sofre transformações ao longo do ciclo, com a função de
criar condições adequadas para que o óvulo fecundado se aloje no endométrio, e aí se
desenvolva o embrião e, posteriormente, o feto ao longo dos 9 meses. As transformações
que ocorrem no endométrio podem ser agrupadas em três fases:

Fase Menstrual: Ocorre do 1º ao 5º dia. Caracteriza-se por uma ruptura irregular do


endométrio. Isso acontece quando não há fecundação, sendo essa parede uterina, destruída
cerca de 4/5 mm da sua espessura. Esses fragmentos de tecido e sangue proveniente dos
vasos que irrigam a parede do útero são libertados constituindo a menstruação.

A menstruação é uma hemorragia e marca o início de todo o ciclo sexual feminino.


Lembrando que, o 1º dia de sangramento é o 1º dia do Ciclo Menstrual.

Fase Proliferativa: Ocorre do 6º ao 14º dia. Logo após a menstruação a mucosa


uterina é reconstituída, em que os vasos sanguíneos e tecidos são reconstituídos, passando
de 1 a 5 mm de espessura.

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Atualização em Enfermagem e a Saúde da Mulher

Fase Secretora: Ocorre do 15º ao 28º dia. Caracteriza-se pela atuação da


progesterona produzida pelo corpo lúteo em contraposição à ação estrogênica. O endométrio
enriquece-se de glândulas e vasos sanguíneos.

As glândulas produzem um muco que é particularmente abundante na ovulação.


Deste modo, o útero está pronto para receber e alojar nesta camada um embrião. Caso não
tenha ocorrido uma fecundação esta camada degenera, iniciando-se assim um novo ciclo
com a fase menstrual.

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Unidade 7 – Avaliação Pré-Concepcional

07
AVALIAÇÃO PRÉ-CONCEPCIONAL

Consideramos Avaliação pré-concepcional, a consulta que o casal realiza antes de uma


gravidez, com o objetivo de identificar fatores de risco ou doenças que possam alterar a
evolução normal de uma futura gestação.

É um instrumento importante para a redução dos índices de morbidade e mortalidade


materna e infantil.

Sabemos que a maioria das gestações não é inicialmente planejada, embora possam
ser desejadas. Esse não planejamento deve-se à falta de orientação ou de oportunidade para
a aquisição de um método Anticoncepcional, e isso ocorre comumente com adolescentes.

As atividades a serem desenvolvidas na avaliação pré-concepcional devem incluir


anamnese e exame físico, com exame ginecológico completo, além de alguns exames
laboratoriais.

É recomendada a realização do Exame Clínico das Mamas (ECM) em qualquer idade


e do exame preventivo do câncer do colo do útero uma vez ao ano e, após dois exames
normais, a cada três anos, principalmente na faixa etária de risco (25 a 59 anos). Podem ser
instituídas ações específicas quanto aos hábitos e estilo de vida, tais como:

 Alimentação adequada;

 Riscos do tabagismo e do uso rotineiro de bebidas alcoólicas e outras drogas;

 Orientações quanto ao uso de medicamentos e, quando necessário, realizar


substituição para drogas com menores efeitos sobre o feto;

 Avaliação das condições de trabalho, com orientação sobre os riscos nos casos de
exposição a tóxicos ambientais;

 Administração preventiva de ácido fólico para a prevenção de defeitos congênitos do


tubo neural;

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 Orientação para registro sistemático do ciclo menstrual;

 Estímulo para que o intervalo entre as gestações seja de, no mínimo, 2 anos.

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Unidade 8 – Planejamento Familiar

08
PLANEJAMENTO REPRODUTIVO

A regulamentação do planejamento reprodutivo no Brasil, por meio da Lei n.º 9.263/96, foi
conquista importante para mulheres e homens no que diz respeito à afirmação dos direitos
reprodutivos.

Conforme consta na referida Lei, o planejamento reprodutivo é entendido “como o


conjunto de ações de regulação da fecundidade que garanta direitos iguais de constituição,
limitação, ou aumento da prole pela mulher, pelo homem, ou pelo casal” (art. 2º).

A atenção em planejamento familiar contribui para a redução da morbimortalidade


materna e infantil, pois:

 Diminui o número de gestações não desejadas e de abortamentos provocados;

 Diminui o número de cesáreas realizadas para fazer a ligadura tubária;

 Diminui o número de ligaduras tubárias por falta de opção e de acesso a outros


métodos anticoncepcionais;

 Aumenta o intervalo entre as gestações, contribuindo para diminuir a frequência de


bebês de baixo peso e para que os bebês sejam adequadamente amamentados;

 Possibilita a prevenção e/ou postergação de gravidez em mulheres adolescentes ou


com patologias crônicas, tais como diabetes, cardiopatias, hipertensão, portadoras do
HIV, entre outras.

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09
MÉTODOS ANTICONCEPCIONAIS

O planejamento de uma gestação é fundamental, principalmente para adolescentes e adultos


jovens sexualmente ativos, que devem ser orientados precocemente, uma vez que a idade
para início das relações sexuais está diminuindo cada vez mais, enquanto estão aumentando
o número de adolescentes grávidas.

No Brasil, evitar filhos é uma tarefa assumida, quase exclusivamente, pelas mulheres.
Os homens geralmente associam a diminuição de sua potência sexual ao uso de algum
método para evitar filhos.

Como o governo não tinha um programa que garantisse meios para a mulher e/ou o
homem evitar filhos, algumas organizações não governamentais iniciaram esta atividade em
nosso país, inicialmente distribuindo pílulas e em seguida oferecendo a laqueadura das
trompas, que é irreversível.

Em 1984 o Ministério da Saúde elaborou o Programa de Assistência Integral à Saúde


da Mulher (PAISM), que recomenda aos serviços de saúde a implantação da atividade de
Planejamento Familiar oferecendo todos os meios de evitar ou de ter filhos garantindo que
o casal possa fazer uma opção livre e consciente, escolhendo o método que melhor responde
às suas necessidades.

Portanto, Planejamento Familiar (PF) é a atividade que visa ofertar informações e


meios, para que as pessoas possam decidir livre, consciente e responsavelmente a respeito
do número e da época de terem seus filhos. Sua maior importância é o controle de Natalidade
de um país.

Fator importante na origem de problemas sociais. É um direito humano básico,


inserido na Constituição Federal. Atividade de saúde regulamentada pela Lei do
Planejamento Familiar, a Lei 9.263de 12 de janeiro de 1996, que diz:

Artigo 1º - O planejamento familiar é direito de todo cidadão.

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Unidade 9 – Métodos Anticoncepcionais

Artigo 2º - Entende-se planejamento familiar como o conjunto de ações de regulação


da fecundidade que garanta direitos iguais de constituição, limitação ou aumento da prole.

Artigo 4º: O planejamento familiar orienta-se por ações preventivas e educativas e


pela garantia de acesso igualitário a informação, meios, métodos e técnicas disponíveis para
a regulação da fecundidade.

Artigo 9º: Para o exercício do direito ao planejamento familiar, serão oferecidos


todos os métodos e técnicas de concepção e contracepção cientificamente aceitos e que não
coloquem em risco a vida e a saúde das pessoas, garantida a liberdade de opção.

Artigo 12º: É vedada a indução ou instigação, individual ou coletiva à prática de


esterilização cirúrgica.

Artigo 13º: É vedada a exigência de atestado de esterilização ou teste de gravidez


para quaisquer fins.

Em alguns países, onde não é o caso do Brasil, existe o Controle de Natalidade.

9.1 VOCÊ SABE DIFERENCIAR O PLANEJAMENTO FAMILIAR DO


CONTROLE DE NATALIDADE?

9.1.1 Planejamento Familiar

É o direito à informação, à assistência especializada e acesso aos recursos que permitam


optar livre e conscientemente por ter ou não filhos, o número, o espaçamento entre eles e a
escolha do método anticoncepcional mais adequado, sem coação.

9.1.2 Controle de Natalidade

É uma ação governamental com a preocupação de estipular metas para crescimento “ideal”
da população, quer dizer, onde o governo determina quantos filhos o casal deve ter.

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Atualização em Enfermagem e a Saúde da Mulher

10
MÉTODOS CONTRACEPTIVOS

Entende-se por Métodos Contraceptivos são as formas utilizadas por mulheres, homens e
casais para evitar ou promover uma gravidez. Alguns métodos servem somente para evitar
filhos, outros sevem para ajudar a mulher a engravidar.

Os métodos contraceptivos podem ser divididos didaticamente em:

 Naturais ou Comportamentais;

 Lactação-amenorreia

 De Barreira;

 Mecânicos;

 Métodos Hormonais

 Cirúrgicos.

A escolha do método contraceptivo deve ser sempre personalizada levando-se em


conta fatores como idade, números de filhos, compreensão e tolerância ao método, desejo
de procriação futura e a presença de doenças crônicas que possam agravar-se com o uso de
determinado método. Como todos os métodos têm suas limitações, é importante que
saibamos quais são elas, para que eventualmente possamos optar por um dos métodos.

Todavia, na orientação sobre os métodos anticoncepcionais deve ser destacada a


necessidade da dupla proteção que seria a contracepção e prevenção as DST e HIV/AIDS,
mostrando a importância dos métodos de barreira, como os preservativos masculinos ou
femininos.

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Unidade 10 – Métodos Contraceptivos

10.1 MÉTODOS NATURAIS OU COMPORTAMENTAIS


São aqueles em que o casal ou a pessoa pode utilizar para evitar ou obter uma gravidez,
identificando o período fértil da mulher. Os métodos naturais mais utilizados:

10.1 1 Temperatura Basal

Esse método é baseado na alteração térmica que o corpo apresenta quando ocorre a ovulação.

A temperatura se eleva devido ao aumento hormonal (progesterona). Por ocasião da


ovulação acontece uma ligeira queda na temperatura corpórea e após há uma elevação de
aproximadamente 0,5 °C em relação às medidas basais (as da primeira fase do ciclo).

Esta permanecerá elevada até a próxima menstruação. O 4º dia após a elevação da


temperatura é considerado o provável fim do período fértil. Observe que nos 14 dias após a
ovulação a temperatura é superior.

10.1.2 Tabela de Ogino-Knauss (Tabelinha)

A tabelinha é um método que ajuda a mulher a descobrir a época do mês em que ela pode
ficar grávida. Esta época chama-se período fértil. É importante ter um calendário para marcar
a cada mês o início do ciclo menstrual. Consiste em suspender as relações sexuais no período
fértil da mulher. Esse método é baseado na premissa de que os ciclos menstruais são
relativamente constantes e por isso o período fértil do mês subsequente pode ser estimado
pelo ciclo anterior.

Para Ciclos Regulares: o Período Fértil acontece 14 dias antes da próxima


menstruação.

Para Ciclos Irregulares: a mulher deve anotar pelo menos os 6 últimos ciclos e a
partir daí estimar o início de período fértil subtraindo 18 dias do comprimento do ciclo mais
curto, e estimar o fim do período fértil subtraindo 11 dias do ciclo mais longo.

Exemplo: Uma mulher que anotou seus ciclos menstruais durante 6 meses, e teve
um ciclo que chegou até 33 dias, e outro, mais curto de 26 dias, deverá:

 Subtrair 18 dias do ciclo mais curto de 26 dias (26 - 18 = 8);

 Subtrair 11 dias do ciclo mais longo de 33 dias (33 - 11 = 22), então, esta mulher
deverá fazer abstinência a partir do 8º dia até o 22º dia do ciclo.

O índice de falha deste método é muito grande, aproximadamente 40 por 100


mulheres/ano.

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Atualização em Enfermagem e a Saúde da Mulher

10.1.3 Método de Billings ou do Muco Cervical

Assim como no método da tabelinha, este também é um método de abstinência. Para detectar
o seu período fértil, neste método, a mulher precisa observar e reconhecer o tipo de secreção
presente no colo do útero. A mulher deve ser orientada a respeito das mudanças que o
estrogênio provoca no muco cervical na metade do ciclo. O muco cervical aumenta em
quantidade, fica filante e transparente no período ovulatório, lembrando o aspecto de clara
de ovo. O papel do muco cervical é proteger os espermatozoides do meio ácido vaginal e
também capacitar os espermatozoides para poder haver fertilização.

O método é limitado, pois sua eficácia como contraceptivo é pequena. Para sua
utilização é necessário treinamento e disciplina, além do que várias doenças (tais como os
corrimentos) interferem na qualidade do muco. A mulher deve examinar o muco
diariamente, colocando o dedo na vagina e, em seguida, observando que tipo de secreção
está presente.

O aspecto do muco é mais importante do que a quantidade. O que interessa é se ele


é pastoso, líquido, elástico, ou se não aparece. No início, é bom se examinar 2 ou 3 vezes ao
dia. Depois, com a prática, uma vez só por dia é suficiente. Recomenda-se que o exame seja
feito sempre na mesma hora. Anotar as diferenças do muco durante todo o mês. Isto ajudará
a memorizar quais são os dias férteis.

10.1.4 Lactação-Amenorreia

A secreção irregular de GnRH interfere na liberação do hormônio folículo estimulante (FSH)


e do hormônio luteinizante (LH)

Principais requisitos:

 Aleitamento exclusivo

 Seis primeiros meses pós-parto

 Ausência de menstruação

 Intervalo entre as mamadas não superior a 5 horas

 Risco de gravidez: 2%

 Permite o espaçamento das gestações

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Unidade 10 – Métodos Contraceptivos

10.2 MÉTODOS DE BARREIRA


São aqueles que evitam a gravidez através do impedimento da ascensão dos espermatozoides
ao útero. São métodos que colocam obstáculos mecânicos ou químicos à penetração dos
espermatozoides no canal cervical. Atualmente, com a crescente incidência das DSTs, houve
uma revalorização do uso dos métodos de barreira (preservativos).

10.2.1 Preservativo

Também chamado de camisinha, camisa de vênus, condom. Existe na versão masculina e


Feminina.

Masculino: é o método de barreira mais difundido no mundo. Consiste em um


envoltório de látex ou membrana que recobre o pênis durante o ato sexual e retém o esperma
por ocasião da ejaculação. Oferece proteção contra DST.

Feminino: é um contraceptivo de barreira vaginal de poliuretano. Adequadamente


posicionado recobre a cérvice uterina, paredes vaginais e parte da vulva. Devido à grande
área genital tanto feminina quanto masculina recoberta, oferece proteção efetiva contra a
transmissão de doenças sexualmente transmissíveis. É mais resistente e durável que o
preservativo masculino, com a vantagem de poder ser inserido fora do intercurso sexual,
ficando seu uso sob controle feminino.

10.2.1 Diafragma

O diafragma é um método vaginal de anticoncepção, que consiste em um capuz macio de


borracha côncavo com borda flexível, que cobre o colo uterino. É colocado na vagina antes
da relação sexual. Deve ser utilizado com geleia ou creme espermicida.

10.2.2 Espermicidas

Eles matam os espermatozoides. Espermaticidas são produtos para serem colocados na


vagina antes da relação sexual. Os espermaticidas podem ser usados sozinhos, porém são
mais seguros quando usados junto com outros métodos (camisinha, diafragma, tabela).

Existem vários tipos: cremes, geleia, tabletes ou óvulos.

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Atualização em Enfermagem e a Saúde da Mulher

10.3 Métodos Hormonais


Os anticoncepcionais hormonais são esteroides utilizados isoladamente ou em associação
com progesterona com a finalidade básica de impedir a concepção. A anticoncepção
hormonal é um dos métodos mais empregados em todo o mundo desde 1960, tendo sofrido
uma extraordinária evolução em termos de quantidade e qualidade dos hormônios utilizados.
São classificados de acordo com a via de utilização em: oral, injetável, subcutâneo e vaginal.

10.3.1 Pílula

Também chamados de anticoncepcionais orais hormonais combinados (AOCS). As pílulas


anticoncepcionais são comprimidos, feitos com substâncias químicas semelhantes aos
hormônios encontrados no corpo da mulher. Elas impedem a ovulação, evitando, assim, a
gravidez. Existem diferentes tipos de pílulas, as mais usadas vêm em cartelas com 21
comprimidos. A pílula só faz efeito se tomada corretamente.

Uso correto:

Para começar a usar a pílula a mulher deve tomar o primeiro comprimido no 1º dia
da menstruação. Continuar tomando 1 comprimido por dia, de preferência na mesma hora
até terminar os 21 comprimidos da cartela. Começar nova cartela 7 dias após a tomada do
último comprimido, independente do dia da menstruação.

Se a mulher esquecer de tomar 1 comprimido, deve tomá-lo assim que se lembrar,


além de tomar o comprimido do dia na hora de sempre. E continuar a cartela.

Se a mulher esquecer de tomar 2 ou mais comprimidos seguidos: Parar de tomar


esta cartela; Só iniciar outra cartela no primeiro dia da menstruação; Se não menstruar,
procurar o serviço médico.

Em qualquer caso de esquecimento, o casal deve usar outro método para garantir
maior segurança neste mês. Em caso de diarreia ou vômito por mais de 2 dias, interromper
o uso da pílula.

10.3.2 Pílula do Dia Seguinte

A anticoncepção de emergência é um uso alternativo de contracepção hormonal oral (tomado


antes de 72 horas após o coito) evitando-se a gestação após uma relação sexual desprotegida.

Este método só deve ser usado nos casos de emergência, ou seja, nos casos em que
os outros métodos anticoncepcionais não tenham sido adotados ou tenham falhado de
alguma forma, como esquecimento, ruptura da camisinha, desalojamento do diafragma,
falha na tabelinha ou no coito interrompido, esquecimento da tomada da pílula por dois ou
mais dias em um ciclo ou em caso de estupro.

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Unidade 10 – Métodos Contraceptivos

Este contraceptivo contém o levonorgestrel, que é um tipo de progesterona. O


levonorgestrel previne a gravidez inibindo a ovulação, fertilização e implantação do
blastocisto. Um tablete original contém dois comprimidos.

O primeiro comprimido deve ser tomado no máximo 72 horas após a ocorrência de


uma relação sexual desprotegida (nunca após esse prazo). O segundo deve ser tomado 12
horas após o primeiro. Se ocorrer vômito, a dose deve ser repetida. Nem sempre surte
resultados e pode ter efeitos colaterais intensos. Os sintomas mais comuns são náusea, dores
abdominais, fadiga, dor de cabeça, distúrbio no ciclo menstrual, tontura, fragilidade dos
seios, e, em casos menos comuns, diarreia, vômito e acnes.

Índice de falha:

 Se usada até 24 horas da relação - 5 %.

 Entre 25 e 48 horas - 15 %.

 Entre 49 e 72 horas - 42 %.

Efeitos Colaterais: vômito e diarreia. Alteração no ciclo menstrual, dor de cabeça,


náuseas e sensibilidade nos seios.

10.4 MÉTODOS MECÂNICOS

10.4.1 DIU - Dispositivo Intra Uterino

Os DIUs são artefatos de polietileno, aos quais podem ser adicionados cobre ou hormônios,
que são inseridos na cavidade uterina exercendo sua função contraceptiva. Atuam impedindo
a fecundação, tornando difícil a passagem do espermatozoide pelo trato reprodutivo
feminino.

Os problemas mais frequentes durante o uso do DIU são a expulsão do dispositivo,


dor pélvica, dismenorreia (sangramentos irregulares nos meses iniciais) e aumento do risco
de infecção (infecções agudas sem melhora ou infecções persistentes implicam na remoção
do DIU). Deve ser colocado pelo médico e é necessário um controle semestral e sempre que
aparecerem leucorréias.

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Atualização em Enfermagem e a Saúde da Mulher

11
DIAGNÓSTICO DA GRAVIDEZ

O diagnóstico de gravidez é realizado através da anamnese, exame físico e testes


laboratoriais.

Na presença da amenorreia ou atraso menstrual, deve-se, antes de tudo, suspeitar da


possibilidade de uma gestação.

Mulheres com atraso menstrual que não ultrapassa 16 semanas, a confirmação do


diagnóstico da gravidez pode ser feita pelo profissional de saúde da unidade básica, por meio
de um teste imunológico para gravidez (TIG), de acordo com os procedimentos
especificados no fluxograma a seguir. Para as mulheres com atraso menstrual maior que 16
semanas ou que já saibam da gravidez, o teste laboratorial é dispensável.

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Unidade 11 – Diagnóstico da Gravidez

Atraso irregular menstrual,


náuseas e aumento do volume
abdominal

Avaliar:
-Ciclo menstrual;
- DUM;
-Atividade sexual.

Atraso menstrual em mulheres


maiores de 10 anos com
atividade sexual

Solicitar teste imunológico de


gravidez

Após a confirmação da gravidez em consulta médica ou de enfermagem, dá-se início


ao acompanhamento da gestante, com seu cadastramento no SISPRENATAL.

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Atualização em Enfermagem e a Saúde da Mulher

12
PRE-NATAL

Os procedimentos e as condutas que se seguem devem ser realizados sistematicamente e


avaliados em toda consulta de pré-natal. As condutas e os achados diagnósticos sempre
devem ser anotados na ficha perinatal e no cartão da gestante.

Nesse momento, a gestante deverá receber as orientações necessárias referentes ao


acompanhamento pré-natal – sequência de consultas, visitas domiciliares e reuniões
educativas. Deverão ser fornecidos:

 O cartão da gestante, com a identificação preenchida, o número do SISPRENATAL,


o hospital de referência para o parto e as orientações sobre este;

 O calendário de vacinas e suas orientações;

 A solicitação dos exames de rotina;

 As orientações sobre a participação nas atividades educativas – reuniões e visitas


domiciliares.

Maiores informações sobre esse tópico serão abordadas no curso Enfermagem


Obstétrica.

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Unidade 13 – Prevenção do Câncer Genital e de Mama

13
PREVENÇÃO DO CÂNCER GENITAL E DE
MAMA

De acordo com o Ministério da Saúde, no ano de 2018 foram estimados mais de 59.700
casos novos de câncer na população brasileira.

Embora as ações de prevenção de câncer cérvicouterino e de mama tenham


aumentado nos últimos anos, elas têm sido insuficientes para reduzir a tendência à
mortalidade das mulheres por esses cânceres.

Em algumas regiões do país, o diagnóstico tardio está relacionado a fatores como a


dificuldade de acesso da população feminina aos serviços e ações de saúde e a baixa
capacitação dos profissionais envolvidos na atenção oncológica, principalmente em
municípios de pequeno e médio portes.

Existe, ainda, a dificuldade dos gestores municipais e estaduais em definir um fluxo


assistencial que permita o manejo e o encaminhamento adequado dos casos suspeitos para
investigação em outros níveis do sistema.

Embora as ações de prevenção de câncer cérvicouterino e de mama tenham


aumentado nos últimos anos, elas têm sido insuficientes para reduzir a tendência à
mortalidade das mulheres por esses cânceres.

A prevenção do câncer não é condição que se planeje ou que se organize de maneira


isolada, desvinculada do contexto social. Ela envolve políticas públicas, ações profissionais
e a participação da população. Articuladas, essas ações resultarão em benefícios para as
usuárias do sistema de saúde.

A prevenção do câncer cérvicouterino está baseada no rastreamento da população


feminina que apresenta probabilidade de ter lesões pre-cancerosas detectáveis pelos exames
de detecção precoce, no diagnóstico exato do grau da lesão e no tratamento.

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Atualização em Enfermagem e a Saúde da Mulher

Desse modo, a cobertura da população feminina em relação à prevenção é um


elemento primordial no controle dos cânceres de mama e cérvico uterino.

Maiores informações sobre esse tópico serão abordados no curso HPV e Câncer
de Colo de Útero.

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Unidade 14 – Assistência a Mulher no Climatério

14
ASSISTÊNCIA A MULHER NO
CLIMATÉRIO

O Climatério é o período de transição entre as fases reprodutiva e não reprodutiva da mulher.


Iniciam-se por volta dos 40 anos, podendo estender-se até os 55 anos ou mais. Durante esses
anos, acontece a última menstruação, definida como menopausa.

O climatério pode causar sintomas em torno de 20 a 25% das mulheres. Quando


presentes são consequentes à insuficiência ovariana progressiva. É importante considerar
que hoje, diferentemente de épocas passadas, o fim da fase “reprodutiva” não coincide com
o da fase “produtiva” da mulher que, com expectativa de vida de quase 80 anos, pode viver
metade de sua vida após a menopausa.

A mulher vivencia mudanças de diversas naturezas ao longo da vida: menarca,


iniciação da vida sexual, gravidez e menopausa que exigem adaptações físicas, psicológicas
e emocionais. Portanto, é comum ela reviver antigos conflitos nessa fase.

Para a mulher cujos filhos estão começando a abandonar o “ninho”, o climatério pode
representar uma chance de refazer seus planos de vida. Por outro lado, o metabolismo sofre
algumas alterações, especialmente relacionadas às funções do sistema endócrino e
diminuição da atividade ovariana.

Assim, o evento menopausa pode ser vivenciado, por algumas mulheres, como a
paralisação do próprio fluxo vital, pois os seus órgãos genitais, assim como o restante do
organismo, mostra, gradualmente, sinais de envelhecimento.

É frequente encontrá-las insatisfeitas, ansiosas e desmotivadas, com queixas de que


tudo está errado, sem saberem definir bem a causa. Muitas têm a sensação de que a vida está
um caos, de que tudo foge ao seu controle como se fosse ocorrer uma “tragédia iminente”.

É nesse contexto socioemocional que devemos desenvolver estratégias no sentido de


motivar essas usuárias para as mudanças no estilo de vida, em especial o desenvolvimento
de hábitos saudáveis e a busca de novos objetivos e afetos que motivem o seu viver.

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Atualização em Enfermagem e a Saúde da Mulher

As ansiedades e inseguranças femininas podem ser acolhidas pelos profissionais de


saúde, além da detecção precoce das principais doenças que acometem as mulheres e que
são características dessa fase.

Outro aspecto a ser considerado é a discriminação geracional que ocorre na nossa


sociedade, como se fosse algo natural. Seus efeitos na mídia promovem discriminação mais
intensa e evidente para as mulheres. Embora seja um evento fisiológico, o climatério pode
cursar com intensas manifestações sintomáticas que acometem de maneira variada, em torno
de 75% das mulheres.

Os sintomas resultam da falência ovariana e são expressos por instabilidade


vasomotora, modificações atróficas e distúrbios emocionais.

Inicialmente, torna-se necessário fazer algumas distinções conceituais entre


climatério, menopausa e perimenopausa, que são tratados como se fossem sinônimos. A
promoção da saúde às mulheres nessa faixa etária ainda é um aspecto muito negligenciado
na formação e atuação dos profissionais de saúde.

Atividades de educação em saúde deve ajudá-las a compreender as mudanças físicas


que estão ocorrendo e a desenvolver atitudes mais positivas em relação à saúde, tais como:

 O autocuidado em geral pode influenciar na melhora da autoestima e da insegurança


frente às mudanças que acompanham essa fase. Aquisição de hábitos saudáveis;

 Cuidados com a limpeza e a hidratação da pele e cabelos, automassagem, técnicas de


meditação e relaxamento e outras tantas formas que proporcionam o bem-estar físico
e psicoemocional;

 Atenção em relação ao uso excessivo de medicamentos como: diuréticos que podem


provocar espoliação de minerais – magnésio, sódio e potássio; antiácidos, que
diminuem a acidez gástrica, alterando a digestão e absorção de nutrientes;
antibióticos, que alteram a flora bacteriana normal, propiciando má-absorção;
laxantes, que aumentam a perda de nutrientes e podem levar à dependência; e
sedativos e neurolépticos, que diminuem a atividade cerebral;

 Apoio às iniciativas da mulher na melhoria da qualidade das relações, valorizando a


experiência e o autoconhecimento adquiridos durante a vida;

 Estímulo à prática do sexo seguro em todas as relações sexuais. O número de


mulheres portadoras do HIV nessa faixa etária tem sido crescente;

 Estímulo ao “reaquecimento” da relação ou a reativação da libido por diversas


formas, segundo o desejo e os valores das mulheres.

A avaliação clínica da mulher no climatério envolve uma equipe multidisciplinar e


deve ser voltada para o seu estado de saúde atual e pregresso.

Além da promoção da saúde, a atenção precisa abranger prevenção de doenças e a


assistência aos sintomas climatéricos que ocorrem concomitantes às doenças sistêmicas
(BRASIL, 2008g). Estas se manifestam em queixas como: dores articulares ou musculares,

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Unidade 14 – Assistência a Mulher no Climatério

ganho de peso gradativo, depressão ou sintomas de hipotireoidismo muitas vezes ainda não
diagnosticado.

Da mesma forma que nem todas as mulheres apresentam os sintomas climatéricos, é


preciso estar atento às doenças que se tornam mais comuns com o avançar da idade, como
diabetes mellitus e hipertensão arterial. Na avaliação do estado de saúde, a escuta qualificada
é um componente fundamental do acolhimento para facilitar o diagnóstico e
acompanhamento adequados.

Para isso, deve-se realizar sempre a anamnese e o exame físico completos, incluindo
o ginecológico, ressaltando-se a importância do exame das mamas e da vulva. Deverão ser
solicitados, também, alguns exames complementares rotineiramente. São eles:

 Mamografia de rastreamento, para pacientes assintomáticas entre 50 e 69 anos;

 Dosagem de colesterol total e fracionado;

 Dosagem de triglicérides;

 Dosagem da glicemia de jejum;

 Dosagem de TSH, uma vez que as disfunções tireoidianas assintomáticas são


frequentes nessa faixa etária.

14.1 SAÚDE BUCAL NO CLIMATÉRIO


Um aspecto importante da educação em saúde é que as mulheres precisam estar cientes dos
potenciais problemas de saúde sistêmicos e localizados que ocorrem com o avançar da idade
e sobre a importância da higiene bucal diária, principalmente à medida que as condições
debilitantes sistêmicas se agravam.

Dificuldade relacionada à alimentação, fala e queixas de dor podem ser sinais e


sintomas importantes de que alguma alteração bucal está ocorrendo.

Por isso, as mulheres nessa faixa etária devem ter acesso à reabilitação bucal por
meio de restaurações diretas e a todos os tipos de próteses que são importantes no
restabelecimento da função (mastigação, fonação e deglutição) e da estética dos dentes, as
quais influenciam o bem-estar e a autoestima.

Atenção especial deve ser dada ao uso inadequado de prótese total ou parcial, seja
por má-adaptação, por estar quebrada ou frouxa. Deve ser verificado, ainda, se há dentes
fraturados e restos radiculares, que devem ser diagnosticados precocemente e removidos
para que esses fatores traumáticos não se tornem uma lesão que possa evoluir para
malignização.

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Atualização em Enfermagem e a Saúde da Mulher

15
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Embora a Lei 11.340/2006 de 07/08/2006 venha sendo utilizada na defesa de mulheres em


situação de violência, ela ainda é pouco conhecida pelos profissionais de saúde,
principalmente por enfermeiros.

Existe, ainda, uma dificuldade de compreender as raízes desse tipo de violência, pois
elas se situam nas próprias relações entre homens e mulheres.

A violência surge como uma característica perversa ao anular a relação entre dois
sujeitos: um deles se vê transformado em objeto. É importante realçar que as mulheres
também podem ser violentas com seus parceiros, outras mulheres e crianças, porém isto
ocorre com menos frequência.

Outro aspecto a ser considerado é a violência causada pela própria privação dos bens
materiais e sociais que a população assistida pela equipe de Saúde da Família sofre
cotidianamente. Na sua maioria, além de possuírem baixa renda e baixa escolaridade, se
veem frustradas em seus direitos básicos.

Como você já deve ter observado a violência contra a mulher é um problema bastante
complexo e difícil de ser abordado. Seu enfrentamento requer a implementação de políticas
públicas intersetoriais que tenham a perspectiva de gênero em seus fundamentos.

Em 1998, a área técnica de saúde da mulher e a coordenação nacional de DST/AIDS


do Ministério da Saúde estabeleceram um protocolo para abordagem e conduta frente aos
agravos resultantes da violência sexual contra a mulher. Esse protocolo foi publicado nas
normas técnicas de Prevenção e Tratamento dos Agravos Resultantes da Violência Sexual
contra Mulheres e Adolescentes.

A rede básica de saúde constitui-se em uma instância de enfrentamento da violência


contra as mulheres, por seu papel fundamental na detecção de casos e na problematização
desse problema com as mulheres.

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Unidade 15 – Violência Contra a Mulher

Este tem sido um desafio enfrentado pelos profissionais que atuam na equipe de
Saúde da Família porque implica mudanças profundas nos paradigmas que sustentam as suas
práticas.

Assim, é necessária a capacitação dos serviços de saúde para o acolhimento,


identificação, tratamento e encaminhamento adequado das vítimas, para que todas as
unidades com serviços de ginecologia-obstetrícia prestem atendimento imediato a esses
casos.

O ideal é que o atendimento a essas mulheres possa ser realizado por uma equipe
multidisciplinar sensibilizada e treinada para lidar com essa questão. Segundo recomendação
do Ministério da Saúde, é importante dispor de recursos laboratoriais para realização dos
seguintes exames:

A anticoncepção de emergência deve ser proposta, em casos de estupro, até 72 horas


após a sua ocorrência. Ela será desnecessária se a mulher estiver usando método
anticoncepcional de alta eficácia, como anticoncepcional oral, injetável ou dispositivo
intrauterino (DIU).

Sabe-se que 16% das mulheres que sofrem violência sexual contraem algum tipo de
doença sexualmente transmissível (DST) e que uma em cada 1.000 é infectada pelo HIV.
Por isto, a prevenção de DST/AIDS também deve ser realizada:

 Para sífilis: penicilina benzatina 2.400.000 U IM;

 Outras doenças sexualmente transmissíveis: azitromicina 1g VO dose única


associada à cefixima 400 mg VO, dose única;

 Vacinação anti-hepatite B também é preconizada;

 Quimioprofilaxia para o HIV.

É importante acentuar que a mulher que vive sob ameaça física e de morte deve ser
preparada para sair dessa situação com muito cuidado, pois qualquer motivo pode justificar,
para a mente perversa do agressor, justificativa para seu extermínio.

O apoio emocional para que a mulher recupere a sua autoestima e construa seu plano
de fuga, caso seja esse o seu desejo, deve ser um objetivo da equipe de saúde.

Ela deve ser orientada a evitar o confronto com o seu agressor, pois se a agressão
física e psicológica existe é porque ela se encontra em condição realmente vulnerável.

Muitas vezes, as mulheres que recebem o estereótipo de “poliqueixosas” vivenciaram


situações de violência. Suas queixas geralmente são vagas e de sintomas crônicos que não
são esclarecidos em exame clínico e laboratorial.

Um quadro de psicossomatização pode estar refletindo dores e traumas vivenciados,


traduzidos por meio de queixas físicas, mentais ou sociais.

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Enfermagem e Câncer de Mama
Unidade 1 – Introdução

01
INTRODUÇÃO

Culturalmente, a mama tem um papel significativo na imagem corporal da mulher, pois é


um símbolo importante de feminilidade compondo a estética feminina e sua sexualidade,
além de exercer a função fisiológica da amamentação e de símbolo da maternidade.

O câncer de mama é o segundo tipo mais frequente de câncer no mundo, e o mais


comum entre as mulheres. Nos homens, a incidência é pequena, não representa nem 1% dos
casos.

No Brasil, o câncer de mama é o mais frequente em incidência e mortalidade no sexo


feminino, apresentando curva ascendente a partir dos 25 anos de idade e concentrando a
maioria dos casos entre os 45 e 50 anos. Representa, aproximadamente, 20% do total de
casos diagnosticados e 15%, em média, das mortes por câncer. É mais comum em mulheres
de classe social elevada e entre aquelas que vivem nas grandes cidades do que naquelas que
vivem no campo.

A cada ano, cerca de 22% das novas ocorrências de câncer em mulheres são de mama.
As estatísticas indicam o aumento da frequência tanto nos países desenvolvidos como em
desenvolvimento.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), nas décadas de 60 e 70 registrou-


se um aumento de 10 vezes nas taxas de incidência, ajustadas por idade, nos Registros de
Câncer de Base Populacional de diversos países.

Ele é seguido pelo câncer de colo de útero, o segundo que mais aparece na população
feminina, e que constitui a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. São
responsáveis por faz 4,8 mil vítimas fatais e apresenta 59.700 novos casos no ano de 2018 e
16.927 mortes, sendo 16.724 em mulheres e 203 em homens, no ano de 2017 (INCA, 2020).

Os dois tipos de câncer, contudo, têm chances altíssimas de cura caso descobertos
em estágios iniciais. Para a mama, a cura fica em torno de 90% se o tumor for diagnosticado
precocemente.

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Atualização em Enfernagem e a Saúde da Mulher

Embora o prognóstico para o câncer de mama esteja mudando devido a avanços no


diagnóstico e tratamento, as respostas das mulheres à possível doença incluem o medo da
desfiguração, perda da atividade sexual e medo da morte.

Frente às limitações práticas para a implementação de estratégias efetivas para a


prevenção do câncer de mama junto à população, as intervenções, do ponto de vista da Saúde
Pública, passam a ser direcionados a sua detecção precoce, com a garantia de recursos
diagnósticos adequados e tratamento oportuno.

O controle do câncer em nosso país representa, atualmente, um dos grandes desafios


que a saúde pública enfrenta.

Inicialmente, vamos entender como ele acontece.

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Unidade 2 – A Mama

02
A MAMA

A mama é formada por glândulas mamárias, que produzem leite após o parto e que são
denominados lóbulos. Os lóbulos encontram-se conectados entre si por tubos e ductos
mamários que conduzem o leite para alimentar o bebê.

As glândulas (lóbulos) e ductos estão imersos em tecidos adiposo e conjuntivo, que


junto com o tecido linfático formam o seio. O músculo peitoral que se encontram entre as
costelas e a mama atuam como sustentação e finalmente a pele recobre a estrutura mamaria.
O sistema linfático é constituído de vasos que conduzem a linfa, que é um liquido incolor
contendo glóbulos brancos, e em sua maioria formada por linfócitos. Estas células
reconhecem qualquer substância estranha no organismo e liberam substancias que destroem
o agente agressor.

As mamas femininas são estruturas glandulares pares situados na parede anterior e


superior do tórax, que derivam de glândulas sudoríparas modificadas, ou seja, sem cápsula
nem bainha especial. Apresentam como principal função, a produção de leite.

Desenvolve-se no embrião na região anterior do tórax, entre a segunda e sexta


costela, na chamada “linha do leite”, que se estende da axila à região inguinal, onde podem
persistir formando as chamadas mamas acessórias na idade adulta.

É constituída por um conjunto de 15 a 20 unidades funcionais conhecidas como lobos


mamários, representados por 20 ductos terminais que se exteriorizam pelo mamilo.
Apresentam a forma cônica ou pendular, variando de acordo com as características
biológicas corporais e com a idade da pessoa.

Além do tecido glandular, é composto por tecido adiposo, tecido conjuntivo, vasos
sanguíneos, vasos linfáticos e fibras nervosas.

O principal suprimento sanguíneo vem das artérias mamárias internas, equivalente a


60% e 30% da mamária externa ou torácica lateral. O restante do suprimento é derivado de
pequenos ramos das artérias intercostais, artéria toracodorsal, subescapular e toracoacromial.

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Atualização em Enfernagem e a Saúde da Mulher

A drenagem linfática da mama ocorre preferencialmente para a axila, e o restante


drena para a cadeia mamária interna (3%).

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Unidade 3 – O Câncer

03
O CÂNCER

O câncer caracteriza-se pelo aumento progressivo do número de células anormais,


provenientes de um determinado tecido normal. Estas células anormais podem chegar
acorrente sanguínea, invadir outros tecidos e disseminar-se em outros órgãos, causando a
metástase.

Esta malignidade celular altera o ácido desoxirribonucleico (DNA) e geralmente é


causada pela ação de agentes físicos e biológicos considerados cancerígenos.

O câncer é uma massa anormal de células ou tecidos com crescimento exagerado


iniciado por um estímulo e continua crescendo mesmo depois que cessa o estimulo. O
processo de conversão de uma célula normal a um estado maligno chama-se carcinogenesis
e o agente que promove e induz esse processo denomina-se carcinogênico.

Os fatores que predispõe a malignidade podem ser características genéticas ou fatores


ambientais. Algumas pessoas são mais sensíveis a fatores ambientais que outras.

O desenvolvimento do câncer humano prolonga-se durante muitos anos. O tecido do


tumor e as características celulares têm um longo e progressivo período de latência.

Após uma população de células novas surgirem ela passa por estágios até evoluir de
uma célula normal para uma célula pré-neoplásica, pré-maligna para maligna.

O processo de carcinogênese é lento, podendo levar vários anos para que uma célula
cancerosa se prolifere e dê origem a um tumor visível.

O câncer de mama é a doença em que as células normais da mama começam a se


modificar, multiplicando-se sem controle e deixando de morrer, formando uma massa de
células chamada de tumor.

No interior da mama, uma rede de lobos, formados por pequenos lóbulos, abriga as
glândulas produtoras de leite. Pequenos ductos as ligam aos lóbulos e lobos para levarem o
leite ao mamilo, localizado no centro da aréola. Perto de 90% dos tumores de mama ocorrem
nos ductos ou lobos.

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Atualização em Enfernagem e a Saúde da Mulher

O câncer de mama mais comum se chama Carcinoma Ductal. Ele pode ser in situ,
quando não passa das primeiras camadas de célula destes ductos, ou invasor, quando invade
os tecidos em volta. Os cânceres que começam nos lóbulos da mama são chamados de
Carcinoma Lobular e são menos comuns que o primeiro. Este tipo de câncer muito
frequentemente acomete as duas mamas. O Carcinoma Inflamatório de mama é um câncer
mais raro e normalmente se apresenta de forma agressiva, comprometendo toda a mama,
deixando-a vermelha, inchada e quente.

O tumor de mama pode ser induzido pelo hormônio estrogênio. Esse hormônio liga-
se a um receptor que é uma estrutura proteica do citoplasma da célula dos órgãos alvo, como
por exemplo, o cérebro, ossos, coração, útero, mama, que são sensíveis ao estrogênio e que
permite ao hormônio penetrar na célula.

Quando o hormônio estrogênio chega aos receptores da mama, o potencial para o


crescimento de células cancerosas aumenta, sendo que os estrogênios afetam as células
epiteliais que formam os sacos alveolares e os ductos lactíferos da mama.

Após o diagnóstico citológico ou histológico do câncer de mama, deve ser


determinado o estágio clínico da doença, também denominado estadiamento.

Recomenda-se que, quando houver múltiplos tumores, o maior deles será


considerado para definição dos parâmetros e quando houver tumores sincrônicos bilaterais
a classificação de cada um deles será isolada.

3.1 ESTADIAMENTO
O Estadiamento do câncer de mama recomendado pela União Internacional Contra o Câncer
(IUCC) é o sistema tumor-nódulos-metástases (TNM). Onde (T)significa dimensão do
tumor, (N) extensão de linfonodos e (M) significa a presença ou não de metástase. Este

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Unidade 3 – O Câncer

sistema é baseado no fato que os tumores seguem um curso biológico comum, permite o
estadiamento clínico pré-operatório e o estadiamento patológico pós-operatório.

A seguir sintetizamos as classificações conforme o tamanho do tumor (T),


comprometimento nodal (N) e metástases (M), além de agrupar, por estádios, as diversas
combinações possíveis.

3.1.1 Tamanho do Tumor (T)

 Tx- tumor não pode ser avaliado

 Tis - carcinoma in situ

 T1 - tumor com até 2 cm em sua maior dimensão

o T1 mic - carcinoma microinvasor (até 1 mm)

o T1a - tumor com até 0,5 cm em sua maior dimensão

o T1b - tumor com mais de 0,5 e até 1 cm em sua maior dimensão

o T1c - tumor com mais de 1 cm. E até 2 cm em sua maior dimensão

 T2 - tumor com mais de 2 e até 5 cm em sua maior dimensão

 T3 - tumor com mais de 5 cm. Em sua maior dimensão

 T4 - qualquer T com extensão para pele ou parede torácica

o T4a extensão para a parede torácica

o T4b edema, ulceração da pele da mama, nódulos cutâneos satélites na mesma


mama.

o T4c associação do T4a e T4b

o T4d carcinoma inflamatório

Observações:

a. O comprometimento do músculo grande peitoral não caracteriza T4.

b. Presença de retração da pele ou papila não interfere no estadiamento.

3.1.2 Linfonodos Regionais (N)

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Atualização em Enfernagem e a Saúde da Mulher

 Nx- Os linfonodos regionais não podem ser avaliados

 N0 - Ausência de metástase

 N1 –Linfonodo(s) homolateral (is) móvel (is) comprometido(s)

 N2 - Metástase para linfonodo(s) axilar (es) homolateral(is), fixos uns aos outros ou
fixos a estruturas vizinhas ou metástase clinicamente aparente somente para
linfonodo(s) da cadeia mamária interna homolateral

o N2a - Metástase para linfonodo(s) axilar(es) homolateral(is) fixo(s) uns aos


outros ou fixos à estruturas vizinhas

o N2b - Metástase clinicamente aparente somente para linfonodo(s) da cadeia


mamária interna homolateral, sem evidência clínica de metástase axilar.

o N3 - Metástase para linfonodos infraclaviculares homolaterais com ou sem


comprometimento dos linfonodos axilares, ou para linfonodos da mamária
interna homolateral clinicamente aparente na presença de evidência clínica
de metástase paralinfonodos axilares homolaterais, ou metástase para
linfonodos supraclaviculares homolaterais com ou sem comprometimento
dos linfonodos axilares ou da mamária interna;

 N3a - Metástase para linfonodos infraclaviculares homolaterais;

 N3b - Metástase para linfonodos da mamária interna homolateral e


para linfonodos axilares;

 N3c - Metástase para linfonodos supraclaviculares homolaterais.

Observação: Clinicamente aparente é definido como detectado por estudos de


imagem (exceto linfocintilografia), pelo exame clínico ou pelo diagnóstico patológico
macroscópico.

3.1.3 Metástases (M)

 Mx metástase à distância não pode ser avaliada

 M0 ausência de metástase à distância

 M1 presença de metástase à distância.

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Unidade 3 – O Câncer

04
SINTOMAS DO CÂNCER DE MAMA

Em geral, o primeiro sinal da doença costuma ser a presença de um nódulo único, não
doloroso e endurecido na mama.

Outros sintomas, porém, devem ser considerados, como a deformidade e/ou aumento
da mama, a retração da pele ou do mamilo, os gânglios axilares aumentados, vermelhidão,
edema, dor e a presença de líquido nos mamilos.

O câncer de mama normalmente é indolor. A mulher pode sentir um nódulo que


anteriormente ela não existia. Também pode notar deformidades nas suas mamas, ou as
mamas podem estar assimétricas. Ou ainda pode notar uma retração na pele ou um líquido
sanguinolento pelo mamilo. Nos casos mais adiantados pode aparecer uma ulceração na pele
com odor muito desagradável.

No caso de carcinoma inflamatório a mama pode aumentar rapidamente de volume,


ficando quente e vermelha.

Na maioria dos casos, a mulher é a responsável pela primeira suspeita de um câncer.


É fundamental que ela conheça as suas mamas e saiba quando alguma coisa anormal está
acontecendo. As mamas se modificam ao longo do ciclo menstrual e ao longo da vida.
Porém, alterações agudas e sintomas como os relacionados acima devem fazer a mulher
procurar um serviço de saúde.

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Atualização em Enfernagem e a Saúde da Mulher

05
PREVENÇÃO

Embora tenham sido identificados alguns fatores ambientais ou comportamentais associados


a um risco aumentado de desenvolver o câncer de mama, estudos epidemiológicos não
fornecem evidências conclusivas que justifiquem a recomendação de estratégias específicas
de prevenção.

O câncer de mama afeta a saúde e a autoestima das mulheres. Raro na faixa dos 20
anos torna-se frequente acima dos 35 e, a partir daí, a taxa de incidência aumenta rápida e
progressivamente. A menarca precoce, a menopausa tardia, a primeira gravidez após os 30
anos e a nuliparidade também constituem fatores de risco.

História familiar é ainda um importante fator de risco, especialmente se um ou mais


parentes de primeiro grau foram acometidas da doença antes dos 50 anos.

São considerados fatores de risco, tanto para homens, quanto para mulheres, histórico
familiar, obesidade, sedentarismo e antecedente de patologias mamárias. Além disso,
ginecomastia ou crescimento de mamas nos homens, doença testicular, doença hepática,
fratura óssea acima de 45 anos e a síndrome de Klinefelter podem também ser perigosos.

Não há consenso de que a quimioprofilaxia deva ser recomendada às mulheres


assintomáticas, independente de pertencerem a grupos com risco elevado para o
desenvolvimento do câncer de mama.

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Unidade 5 – Prevenção

06
DIAGNÓSTICO

A mamografia é um Rx das mamas. Este exame também é feito para detecção precoce do
câncer quando a mulher faz o exame mesmo sem ter nenhum sintoma. Caso a mama seja
muito densa, também poderá ser solicitada uma ecografia das mamas.

Se a mamografia mostra uma lesão suspeita, o médico indicará uma biópsia que pode
ser feita por agulha fina ou por agulha grossa.

Geralmente, esta biópsia é feita com a ajuda de uma ecografia para localizar bem o
nódulo que será coletado o material, se o nódulo não for facilmente palpável. Após a coleta,
o material é encaminhado a um exame anatomopatológico que definirá se esta lesão pode
ser um câncer ou não.

O exame clínico e outros exames de imagem e laboratoriais também auxiliam a


estabelecer o diagnóstico.

Apesar de a maioria dos nódulos de mama ter características benignas, para


afastar qualquer erro de diagnóstico, deve ser solicitada uma biópsia para definir se a lesão
é maligna ou não e seu estadiamento, que é a análise das características e da extensão do
tumor.

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Atualização em Enfernagem e a Saúde da Mulher

07
TRATAMENTO

Existem vários tipos de tratamento para o câncer de mama. São vários os fatores que definem
o que é mais adequado em cada caso.

As formas de tratamento variam conforme o tipo e o estadiamento do câncer. Os mais


indicados são:

 Quimioterapia -uso de medicamentos para matar as células malignas;

 Radioterapia – radiação;

 Hormonoterapia - medicação que bloqueia a ação dos hormônios femininos; e

 Cirurgia - que pode incluir a remoção do tumor ou mastectomia, que é a retirada


completa da mama.

O tratamento pode, ainda, incluir a combinação de dois ou mais recursos terapêuticos.

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Unidade 8 – Atuação do Enfermeiro no Cuidado a Mulher com Câncer de Mama

08
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO
CUIDADO A MULHER COM CÂNCER DE
MAMA

O enfermeiro atua em todo o processo saúde/doença, com ações educativas que são ações
prioritárias da sua atuação.

Realiza palestras, vídeos, promove grupos de reflexão, onde deve ser incentivado o
autoexame das mamas periodicamente, para a prevenção e detecção precoce da doença,
juntamente com a consulta de enfermagem.

Estas ações proporcionam o contato direto com o cliente garantindo a oportunidade


de expressar-se, exteriorizar seus medos e ansiedades, pois é essencial o enfermeiro imprimir
no cuidado a capacidade de interagir com a cliente exercitando o diálogo, dando voz a essa
cliente de modo a identificar suas ações e reações diante do impacto do possível diagnóstico
positivo da doença.

Deve ter a intenção de elaborar planos de intervenções que atendam às necessidades


da cliente visando o apoio emocional, para vencer seus obstáculos referentes ao processo da
doença.

Durante consultas de exame preventivo de câncer de colo de útero e câncer de


mamas, comuns em postos de saúde e em unidades de saúde da mulher, o enfermeiro tem a
oportunidade de oferecer instruções de como realizar o autoexame das mamas, e esclarecer
a significância de um diagnóstico precoce.

A enfermagem também tem papel fundamental no cuidado pré-operatório por meio


da visita, dando orientações quanto uma série de exames pré-operatórios solicitados pela
equipe médica, prestar informações com linguagem acessível ao seu entendimento clareza
nas exposições, e ainda outro fator muito importante é a inserção da mulher no processo
decisório que a envolve e no tipo de procedimento que será adotado.

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Atualização em Enfernagem e a Saúde da Mulher

8.1 TÉCNICA PARA REALIZAÇÃO DO AUTOEXAME DAS MAMAS


O autoexame das mamas (AEM) é o exame efetuado pela própria mulher. Deve ser realizado
mensalmente, de preferência de 7 a 10 dias após o início da menstruação. Para as mulheres
que não menstruam mais, o autoexame deve ser feito em um mesmo dia de cada mês, a
escolha da cliente.

Esse procedimento permite à mulher participar do controle de sua saúde,


identificando precocemente alterações nas mamas.

Etapas do AEM:

8.1 1 Inspeção Estática em frente ao Espelho

A mulher deverá estar em pé, com os braços estendidos ao longo do tronco, desnuda. Deverá
estabelecer comparações em relação à:

 Tamanho,

 Posição,

 Cor da pele;

 Retrações, ou

 Qualquer outra alteração.

A mulher deverá levantar os braços sobre a cabeça e, em


seguida, verificar se há projeção de massa tumoral.

Finalmente, a mulher deverá colocar as mãos nos quadris,


pressionando-os, para que seja salientado o contorno das mamas. Esse
procedimento pode sugerir presença de processo neoplásico.

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Unidade 8 – Atuação do Enfermeiro no Cuidado a Mulher com Câncer de Mama

8.1.2 Durante o Banho

Com a pele molhada ou ensaboada, eleve o braço direito e deslizar os dedos


da mão esquerda suavemente sobre a mama direita estendendo até a axila.
Fazer o mesmo na mama esquerda.

8.1.3 Deitada

Coloque um travesseiro debaixo do lado esquerdo do corpo e a mão


esquerda sob a cabeça. Com os dedos da mão direita, apalpar a parte
interna da mama. Inverter a posição para o lado direito e apalpe da
mesma forma a mama direita.

Com o braço esquerdo posicionado ao lado do corpo, apalpar


a parte externa da mama esquerda com os dedos da mão direita.

Algumas observações devem ser importantes para as mulheres:

 As mamas nem sempre são simétricas;

 O exame ginecológico de rotina é extremamente importante, o AEM não o substitui;

 Nem sempre a presença de nódulo mamário indica neoplasia maligna;

 É a própria mulher que geralmente descobre a sua patologia mamária.

Durante as consultas o enfermeiro deve orientar as mulheres com as seguintes


recomendações:

 Procurar um serviço de saúde para submeter-se ao exame das mamas a cada 2 ou 3


anos, se está entre 20 e 40 anos; acima dos 40 anos, realizar o exame anualmente;

 Não se esquecer de que a mamografia deve ser realizada todos os anos;

Atenção: Embora menos comum, o câncer de mama também pode atingir os homens.
Portanto, especialmente depois dos 50 anos, eles não podem desconsiderar sinais da doença
como nódulo não doloroso abaixo da aréola, retração de tecidos, ulceração e presença de
líquido nos mamilos.

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HPV e o Câncer de Colo de Útero
Unidade 1 – Introdução

01
INTRODUÇÃO

As Infecções Sexualmente transmissíveis (IST) estão entre os problemas de saúde pública


mais comuns em todo mundo. Dentre elas está a infecção causada pelo Papiloma Vírus
Humano (HPV), que está associada ao carcinoma de colo uterino, de pênis e de ânus.

Estudos demonstraram que o HPV é o agente causal de tumores benignos como


papilomas, verrugas comuns e condilomas. Com o avanço das técnicas de detecção
molecular, o genoma de HPV tem sido identificado em células neoplásicas malignas. Assim,
o HPV passou a ser associado a cânceres, principalmente com o carcinoma cervical. As
evidências de associação destes vírus com neoplasias, somadas a estudos epidemiológicos
publicados ultimamente, permitiu estabelecer uma relação etiológica entre alguns tipos de
HPV e o carcinoma cervical.

Um dos descobrimentos mais importantes da investigação etiológica do câncer nos


últimos 25 anos é a relação causal entre a infecção pelo vírus HPV e o câncer de colo de
útero.

Atualmente, está amplamente estabelecido que o HPV seja o causador de cerca de


99% dos casos de câncer de colo de útero e de uma fração variável de câncer de vagina,
vulva, pênis e ânus. Outros fatores que contribuem para a etiologia deste tumor são o
tabagismo, baixa ingesta de vitaminas, multiplicidade de parceiros sexuais, iniciação sexual
precoce e uso de contraceptivos orais.

Com o surgimento da microscopia eletrônica, a partir de 1949, na Universidade de


Yale, estabeleceu-se, que, a etiologia das partículas virais tanto as encontradas nas lesões
papilomatosas quanto às das lesões condilomatosas, eram as mesmas, derivadas do papiloma
vírus humano.

A verdadeira confirmação de que o HPV era um agente de transmissão sexual, foi no


ano de 1954. Nesta época, as esposas dos soldados, os quais haviam voltado da guerra da
Coréia, passaram a desenvolver lesões cutâneas num período de quatro a seis semanas,
mesmo período em que eles também apresentavam lesões penianas. Foi quando evidenciou
a presença de lesões cutâneas após a exposição ao agente.

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Atualização em Enfernagem e a Saúde da Mulher

Ao longo da história do papiloma vírus humano, não se esclareceu muito sobre sua
verdadeira etiologia, porém, tornou-se evidente sua transmissão por via sexual no século
XX. E mesmo com tantas descobertas foi somente nos anos setenta, a partir da biologia
molecular que se pôde pesquisar melhor o vírus.

As ISTs são um problema de saúde pública não só no Brasil, mas em todo o mundo,
todavia, só adquiriu maior importância após epidemia da Síndrome de Imunodeficiência
Adquirida (Aids), isto porque estudos comprovam que úlceras genitais aumentam em até 18
vezes a maior possibilidade da infecção pelo vírus da Aids.

Segundo o Ministério da Saúde, estudos de prevalência mostram que as mulheres


apresentam cinco vezes mais frequência de lesões precursoras de câncer de colo uterino
quando estas mesmas têm histórias de IST, e este fator aumenta mais quando apresentam
infecções por HPV, mostrando maior probabilidade de serem mais propensas a desenvolver
câncer do colo do útero.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, em 2008, ocorreram 1.384.155


casos novos de câncer da mama em todo o mundo, o que torna o tipo de câncer mais
comum entre as mulheres. Nesse mesmo ano, foram registrados cerca de 530 mil casos
novos de câncer do colo do útero. No Brasil, em 2018, foram estimados 16.370 casos
novos de câncer de útero e 6.385 mortes em 2017.

A incidência do câncer do colo do útero manifesta-se a partir da faixa etária de 20 a


29 anos, aumentando seu risco rapidamente até atingir o pico etário entre 50 e 60 anos.

Uma provável explicação para as altas taxas de incidência em países em


desenvolvimento seria a inexistência ou a pouca eficiência dos programas de rastreamento.
No Brasil, a estratégia de rastreamento recomendada pelo Ministério da Saúde é o exame
citopatológico prioritariamente em mulheres de 25 a 64 anos. Faz-se necessário, portanto,
garantir a organização, a integralidade e a qualidade dos programas de rastreamento, bem
como o seguimento das pacientes.

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Unidade 2 – O Útero

02
O ÚTERO

O útero é um órgão fibromuscular, ímpar, oco, em forma de pera invertida, localizado no


plano sagital mediano da cavidade pélvica. Recebe as tubas uterinas na região mais abaulada
e continua-se, inferiormente, com a vagina, com a qual forma usualmente um ângulo de 90
graus.

A figura abaixo, demonstra as relações anatômicas do útero.

Possui parede relativamente espessa e composta por três camadas. Externamente


existe uma serosa, constituída por mesotélio e tecido conjuntivo ou, dependendo da porção
do órgão, uma adventícia, formada por tecido conjuntivo sem revestimento de mesotélio. As
outras duas camadas uterinas são o miométrio, espessa camada de músculo liso, e o
endométrio ou mucosa uterina.

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Atualização em Enfernagem e a Saúde da Mulher

O miométrio é a parede mais espessa do útero, sendo composta por pacotes de fibras
musculares lisas separadas por tecido conjuntivo, divididos em quatro camadas não muito
bem definidas. A primeira e a quarta camada são compostas, basicamente, de fibras dispostas
longitudinalmente; as camadas intermediárias contêm os grandes vasos sanguíneos que
irrigam o órgão.

Durante o período gestacional, o miométrio passa por um grande crescimento devido


à hiperplasia e hipertrofia das fibras musculares. Durante essa fase, muitas dessas células
musculares lisas adquirem características ultraestruturas de células secretoras de proteínas e
sintetizam ativamente colágeno, cuja quantidade aumenta significativamente no útero.

Após a gravidez, há degeneração de algumas células musculares lisas, diminuição do


tamanho de outras e degradação enzimática de colágeno. O útero reduz seu tamanho para as
dimensões aproximadas de antes da gravidez.

O endométrio consiste em um epitélio e uma lâmina própria que contém glândulas


tubulares simples que às vezes se ramificam nas porções mais profundas, próximo ao
miométrio. As células que revestem a cavidade uterina se organizam em um epitélio colunar
simples, formado de células ciliadas e células secretoras. Pode ser dividido em duas
camadas:

 Camada basal: mais profunda adjacente ao miométrio, constituída por tecido


conjuntivo e pela porção inicial das glândulas uterinas.

 Camada funcional: formada pelo restante do tecido conjuntivo da lâmina própria,


pela porção final e desembocadura das glândulas e também pelo epitélio superficial.

Enquanto a camada funcional sofre grandes mudanças durante o período menstrual,


a basal permanece quase inalterada.

Os vasos sanguíneos que irrigam o endométrio são muito importantes para o


fenômeno cíclico de perda de parte do endométrio durante a menstruação.

O útero pode variar de forma, tamanho, localização e estrutura, de acordo com a


idade, a paridade, o estado gravídico e a estimulação hormonal.

Suas dimensões, na mulher adulta, variam de tal modo que o comprimento pode
oscilar de 6 a 9 cm e a profundidade ou espessura, entre 2 a 3 cm.

O peso do útero varia de 25 a 90 g. Durante o período menstrual em nulíparas, as


dimensões do útero são menores e nas multíparas, podem ser maiores. Após a menopausa
ocorre redução de dimensões, principalmente do corpo do útero.

2.1 COLO DO ÚTERO


O colo do útero é a porção inferior do útero onde se encontra a abertura do órgão,
localizando-se no fundo da vagina. O colo do útero separa os órgãos internos e externos da

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Unidade 2 – O Útero

genitália feminina estando mais exposto ao risco de doenças e alterações relacionadas ao ato
sexual.

O colo uterino apresenta formato cilíndrico e possui uma abertura central conhecida
como canal cervical que liga o interior do útero à cavidade vaginal – local no qual ocorre a
eliminação do fluxo menstrual e a entrada do esperma. É através do colo uterino que se dá a
passagem do feto durante o parto vaginal.

Mas o que é o HPV e quais os principais cuidados que devemos ter para evitar a
contaminação?

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03
PAPILOMA VÍRUS HUMANO

O HPV é um vírus DNA que possui mais de 100 tipos identificados atualmente. Sua família
é conhecida como Papovavírus e atualmente é denominada como Papovaviridae, uma
abreviação de seus gêneros.

São constituídos por genoma de DNA circular de dupla hélice que infectam alguns
animais, dentre eles, répteis, pássaros e mamíferos, incluindo o ser humano. Eles infectam
as células dos epitélios cutâneo e mucoso produzindo lesões e neoplasias.

Papiloma vírus são vírus de DNA espécie - específicos. Muitos mamíferos diferentes
abrigam este vírus que infecta as células do epitélio basal (pele e mucosas). O genoma do
HPV foi sequenciado e consiste de aproximadamente 8.000 pares de base circulares de DNA,
com 8 open reading frames (ORFs) que codifica proteínas estruturais necessárias à
replicação e ao revestimento viral.

Esses vírus acometem pele e mucosas. A infecção pode ser assintomática, causar
verrugas não genitais, verrugas genitais (condilomas) ou estar associada a várias neoplasias
benignas e malignas.

Os HPVs infectam os tecidos epiteliais e são caracterizados pelos epitélios de atuação


e segundo o potencial de oncogenicidade, ou seja, sua capacidade de causar neoplasia.

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Unidade 4 – Tipos de HPV

04
TIPOS DE HPV

O HPV é o principal agente promotor das Neoplasias Intraepiteliais Cervicais (NICs) e


câncer cervical. Dentre os vários subgrupos do HPV existem alguns que oferecem maiores
riscos de desenvolvimento de neoplasias em várias regiões do corpo.

Segundo o epitélio de atuação:

Cutâneos: são epidermotrópicos e infectam principalmente a pele das mãos e dos


pés e se manifestam formando verrugas.

Mucosos: infectam o revestimento da boca, garganta, trato respiratório e epitélio


ano-genital, manifestando-se através de condilomas planos e acuminados.

A caracterização do potencial de oncogenicidade é uma subdivisão dos tipos de


HPVs de mucosas.

Segundo o potencial de oncogenicidade:

Baixo risco oncogênico: HPVs tipo 6, 11, 40, 42, 43, 44, 54, 61, 72, 81, e CP6108)
estão associados às infecções benignas do trato ano-genital como condiloma acuminado
plano e lesões intraepiteliais de baixo grau – NIC I. Estão presentes na maioria das infecções
clinicamente aparentes. Os tipos 6 e 11 causam a maioria das verrugas genitais visíveis na
vulva, vagina, colo uterino, pênis, bolsa escrotal, uretra e ânus.

Alto risco oncogênico: (16,18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58, 59, 66, 68, 70, 73
e 82), sendo os tipos HPV 16 e 18, relacionados com aproximadamente 70% dos casos de
câncer cervical invasivo e mais de 90 % das lesões intraepiteliais graves NIC II, NIC III e
aos carcinomas de colo de útero, de vulva, vagina, pênis (raro) e de ânus.

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05
HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA

A necessidade da presença do HPV para infecção do Câncer de útero foi comprovada ao


longo das décadas de 10 e 1980. Um estudo de Walboomers e colaboradores, realizado em
22 países localizados nos cinco continentes, demonstrou prevalência de HPV nos carcinomas
cervicais uterinos de 99,7%.

Aproximadamente 100 tipos de HPVs foram identificados e tiveram seu genoma


mapeado, 40 tipos podem infectar o trato genital inferior e 12 a 18 tipos são considerados
oncogênicos para o colo uterino.

A infecção pelo HPV é muito comum, até 80% das mulheres sexualmente ativas irão
adquiri-la ao longo de suas vidas. Aproximadamente 291 milhões de mulheres são
portadoras do HPV, sendo que 32% estão infectadas pelos tipos 16, 18 ou ambos.

A comparação desse dado com a incidência anual mundial de aproximadamente 530


mil casos de câncer do colo do útero, indica que o câncer é um desfecho raro, mesmo na
presença da infecção pelo HPV.

Na maioria das vezes a infecção cervical pelo HPV é transitória e regride


espontaneamente, entre seis meses a dois anos após a exposição. No pequeno número de
casos nos quais a infecção persiste e, especialmente, é causada por um tipo viral oncogênico,
pode ocorrer o desenvolvimento de lesões precursoras, cuja identificação e tratamento
adequado possibilita a prevenção da progressão para o carcinoma cervical invasivo.

Além de aspectos relacionados à própria infecção pelo HPV (tipo e carga viral,
infecção única ou múltipla), outros fatores ligados à imunidade, à genética e ao
comportamento sexual, também influenciam os mecanismos ainda incertos que determinam
a regressão ou a persistência da infecção e também a progressão para lesões precursoras ou
câncer.

A idade também interferentes se processo, sendo que a maioria das infecções por
HPV em mulheres com menos de 30 anos regride espontaneamente, ao passo que acima
dessa idade a persistência é mais frequente.

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Unidade 5 – História Natural da Doença

O tabagismo aumenta o risco para o desenvolvimento do câncer do colo do útero,


proporcionalmente ao número de cigarros fumados por dia e ao início em idade precoce.

Vários estudos analisaram a história natural do câncer do colo do útero e suas lesões
precursoras, e importantes revisões e metanálises foram realizadas, mas a interpretação dos
seus dados deve considerar a possibilidade de viés de seleção e de aferição.

Apesar dessas limitações, os estudos sobre história natural indicam que as lesões
intraepiteliais escamosas de baixo grau (do inglês Low-Grade Squamous Intraepithelial
Lesions – LSIL) simplesmente refletem a manifestação citológica da infecção pelo HPV e
não representam lesões verdadeiramente precursoras do câncer do colo do útero, regredindo
espontaneamente na maior parte dos casos. Em contrapartida, as lesões intraepiteliais
escamosas de alto grau (do inglês High-Grade Squamous Intraepithelial Lesions – HSIL)
apresentam efetivamente potencial para progressão, tornando sua detecção o objetivo
primordial da prevenção secundária do câncer do colo do útero.

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06
MODOS DE TRANSMISSÃO

A transmissão do HPV se dá principalmente pelo ato sexual, através da fricção dos órgãos
genitais. Ele se aloja na superfície do epitélio escamoso do colo uterino devido à
microtraumas causados neste local pela relação sexual.

Quando atinge o epitélio pavimentoso, o vírus perde seu invólucro proteico e o


genoma viral atinge o núcleo da célula, onde se estabelece a forma epissomal provocando
uma resposta celular local e sistêmica que induz à produção de anticorpos das Células de
Langerhans ativando os linfócitos T.

Esta é a primeira linha de defesa humana, porém a resposta humoral não é suficiente
para acabar com o processo infeccioso, pois dependerá também do estado imunológico de
cada pessoa, e sua resposta celular efetiva.

Há poucos estudos relacionados à transmissão por vias não sexuais, tais como
fômites, mas há indícios sobre esse tipo de transmissão, porém o índice de casos é mínimo.

Já a transmissão vertical tem merecido destaque na literatura, pois essa via de


transmissão é particularmente importante na infecção do recém-nascido por HPV. A
contaminação materno-fetal se dá por meio do líquido amniótico ou durante o trabalho de
parto.

Apenas 20% dos indivíduos infectados têm algum tipo de lesão visível, podendo
transmitir a infecção silenciosamente. Fato esse que contribui para o agravamento na relação
conjugal, levando a desconfiança do parceiro que atribui infidelidade por parte da mulher.

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Unidade 7 – Formas de Apresentação da Infecção

07
FORMAS DE APRESENTAÇÃO DA
INFECÇÃO

As infecções por HPV podem ser sintomáticas quando a forma clinica é evidenciável, ou
seja, com observação a olho nu ou assintomáticas.

As lesões podem aparecer na forma de verrugas genitais e serem chamadas de


diversas maneiras, desde condilomas ou mais popularmente como crista de galo, figueira,
cavalo de crista ou jacaré de crista.

Surgem em regiões como vulva, períneo, colo, vagina e região perianal na mulher. E
no homem há possibilidade de aparecer na glande e sulco bálano-prepucial. Menos
frequentemente podem estar presentes em áreas extragenitais como conjuntivas, mucoso-
nasal, oral e laríngea.

Quando assintomáticas podem ser classificadas de duas maneiras, subclínicas ou


latentes.

Na Forma Subclínica são evidenciáveis apenas sob técnicas de magnificação


(lentes) e após aplicação de reagentes como o ácido acético. As lesões são localizadas
principalmente na cavidade oral, vulva, vagina, colo uterino, pênis e região anal.

Na Forma Latente é evidenciável apenas através de técnicas de hibridação do DNA


em indivíduos com tecidos clínicos e histológicamente normais; Mesmo no aspecto
histopatológico não existem sinais da atividade viral. É a forma mais frequente da infecção;
Caracteriza-se pela presença de DNA viral em áreas sem quaisquer evidências clínicas e
subclínicas. Não está relacionada de maneira direta com oncogenicidade enquanto não
evoluir para a Forma subclínica.

As lesões condilomatosas podem apresentar diversas formas no local de alteração,


podendo ser únicas ou múltiplas, restritas ou difusas e de tamanhos variável. Dependendo
do tamanho e localização, podem ser dolorosas, friáveis e/ou pruriginosas, de crescimento
exofítico, papilar, frondoso ou róseo.

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Atualização em Enfernagem e a Saúde da Mulher

08
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

As manifestações clínicas dependem da localização das lesões e do tipo de HPV. Presença


de verrugas comuns nas mãos e dos pés que são evidenciadas por pápulas exofíticas e
hiperceratóticas da cor da pele ou castanhas. Em crianças as verrugas planas são mais
comuns e ocorrem na face, no pescoço, no tórax e nas superfícies flexoras dos antebraços e
das pernas.

As lesões podem ser múltiplas, localizadas ou difusas, de tamanho variável, ou ainda


lesão única; caracterizadas por pápulas circunscritas, hiperquerotósicas, ásperas e indolores
com tamanho variável; o condiloma gigante é raro.

O condiloma acuminado pode manifestar-se na vulva, vagina, períneo, colo do útero,


uretra, pênis, bolsa escrotal e região anal. Presença de verrugas na genitália feminina, mais
frequentes na região vulvar, apresentando-se como tumorações múltiplas, amolecidas, de
superfície irregular e espiculadas.

Acometem principalmente, o introito vaginal, grandes e pequenos lábios e a região


da fúrcula. As verrugas são menos frequentes nas paredes vaginais, onde se apresentam na
coloração avermelhada e sangrantes ao contato, causando ardor e sangramento durante a
relação sexual.

O condiloma acuminado pode se desenvolver no colo uterino, apesar de raro, e


quando ocorre é acompanhado de condilomas de outras áreas do trato genital inferior.

Em ambos os sexos, as verrugas externas sugerem a existência de lesões internas,


porém as lesões internas podem ocorrer sem verrugas externas principalmente nas mulheres;
Foram detectados HPVs em lesões da cavidade oral e nasal, na conjuntiva, seios paranasais,
laringe, mucosa traqueobrônquica e esôfago.

A prática do sexo oral e a variedade de parceiros contribuíram para elevar a


transmissão do HPV na mucosa oral. A língua é o lugar mais frequente dessas lesões.

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Unidade 8 – Manifestações Clínicas

Dentre as lesões bucais possivelmente associadas a esses vírus o condiloma, a


papiloma e a verruga na cavidade oral são as manifestações orais de maior frequência,
causadas principalmente pelo HPV 6 e 11.Alguns tipos de HPV foram associados com lesões
orais malignas.

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09
PERÍODO DE INCUBAÇÃO

O reservatório do vírus é o homem. O período de incubação do vírus varia de três semanas


a oito meses, com média de três meses. Entretanto, as lesões podem permanecer anos na
forma subclínica.

O período de transmissibilidade é desconhecido, entretanto ocorre transmissão


enquanto houver lesão viável.

Não é conhecido o tempo que o HPV pode permanecer quiescente e que fatores são
responsáveis pelo desenvolvimento das lesões, pode permanecer por muitos anos no estado
latente.

A recidiva das lesões está provavelmente relacionada à ativação de “reservatórios”


do vírus do que à reinfecção pelo parceiro sexual. Por esta razão, não é possível estabelecer
o intervalo mínimo entre a contaminação e o desenvolvimento de lesões no período de
incubação, variando de semanas a décadas.

O principal fator de risco para o desenvolvimento de lesões intraepiteliais de alto


grau e do câncer do colo do útero é a infecção pelo papilomavírus humano (HPV).

Apesar de ser considerada uma condição necessária, a infecção pelo HPV por si só
não representa uma causa suficiente para o surgimento dessa neoplasia. Além de aspectos
relacionados à própria infecção pelo HPV (tipo e carga viral, infecção única ou múltipla),
outros fatores ligados à imunidade, à genética e ao comportamento sexual parecem
influenciar os mecanismos ainda incertos que determinam a regressão ou a persistência da
infecção e também a progressão para lesões precursoras ou câncer.

A idade também interfere nesse processo, sendo que a maioria das infecções por HPV
em mulheres com menos de 30 anos regride espontaneamente, ao passo que, acima dessa
idade, a persistência é mais frequente.

O tabagismo eleva o risco para o desenvolvimento do câncer do colo do útero. Esse


risco é proporcional ao número de cigarros fumados por dia e aumenta sobretudo quando o

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Unidade 9 – Período de Incubação

ato de fumar é iniciado em idade precoce. Existem hoje 13 tipos de HPV reconhecidos como
oncogênicos pela Agência Internacional para Pesquisa sobre o Câncer (IARC). Desses, os
mais comuns são o HPV16 e o HPV18.

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Atualização em Enfernagem e a Saúde da Mulher

10
PREVENÇÃO

A prevenção das DSTs em geral, é o meio mais importante de evitar tais transtornos, e
existem inúmeras maneiras de evitar tais doenças. No caso do HPV deve-se considerar o
relevante fator de que não existe tratamento que realmente cure.

Os meios de prevenção mais comuns são os usos de preservativos, os quais diminuem


o índice de contaminação pelo HPV, mas, não os impede. Valendo ressaltar que, a
abstinência de qualquer prática sexual, é o meio mais seguro de prevenção.

Outra maneira eficaz que tem mostrado resultados positivos atualmente para o
controle do câncer do colo do útero é o rastreamento através do exame Papanicolau ou
simplesmente exame preventivo ou de prevenção. É fundamental que os serviços de saúde
orientem sobre a importância do exame preventivo, pois a sua realização periódica permite
reduzir em 70% a mortalidade por câncer uterino na população de risco.

10.1 EXAME CITOPATOLÓGICO


Exame citopatológico ou papanicolau como é mais conhecido, deve ser feito anualmente.
Outras formas de identificação da doença são os exames, imunoistoquímico, microscopia
eletrônica e o reconhecimento do tipo de DNA.

Nesse exame ginecológico preventivo do câncer de colo de útero, são coletadas


células do colo uterino (colpocitologia) com a finalidade de detectar células cancerosas ou
anormais, além de identificar condições não cancerosas como infecções ou inflamações.

Toda mulher deve fazer o exame preventivo de câncer de colo do útero (Papanicolau)
a partir da primeira relação sexual. Ele deve ser feito anualmente ou com menor frequência,
a critério do médico.

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Unidade 10 – Prevenção

Entretanto vale ressaltar que o exame citopatológico não detecta exatamente a


infecção pelo HPV e nem mesmo o seu tipo, mas ajuda muito no diagnóstico precoce de um
câncer cervical, pois a citologia ajuda a diferir prováveis células do vírus. Quando
diagnosticados NIC II ou NIC III, há uma recomendação de exames específicos para o vírus
HPV como a colposcopia e a histopatologia.

Se o seu exame acusou:

 Negativo para câncer: Se esse for o seu primeiro resultado negativo, você deverá
fazer novo exame preventivo daqui a um ano. Se você já tem um resultado negativo
no ano anterior, deverá fazer o próximo exame preventivo daqui a três anos;

 Infecção pelo HPV ou lesão de baixo grau: Você deverá repetir o exame daqui a seis
meses;

 Lesão de alto grau: O médico decidirá a melhor conduta. Você vai precisar fazer
outros exames, como a colposcopia;

 Amostra insatisfatória: A quantidade coletada de material não foi suficiente para


fazer o exame. Você deve repetir o exame logo que for possível.

Em todos as situações, é importante seguir as recomendações médicas.

10.2 VACINA
A descoberta de que as verrugas genitais e o câncer cervical estão relacionados com a
etiologia do HPV levou ao desenvolvimento de vacinas que podem prevenir o câncer de colo
do útero. A vacinação preventiva deve ser dada antes da infecção pelo HPV, a fim de ajudar
o sistema imune a reconhecer e evitar a infecção viral antes da entrada do vírus na célula, ou
antes, que a doença se estabeleça.

O conhecimento da biologia viral é essencial para o desenvolvimento destas vacinas


que contém o vírus atenuado, gerando anticorpos neutralizantes dirigidos às proteínas L1 e
L2 do capsídeo, a qual tem papel importante na entrada do vírus na célula.

Estas vacinas, que tem efeito profilático sobre o HPV, são constituídas pelo vírus
recombinante monoinfeccioso, como a partícula L1 do capsídeo, induzindo à ativação do
sistema imune pela fagocitose das partículas e formação de anticorpo contra o tipo específico
de partícula do capsídeo viral recombinante.

Logo, a vacina bivalente induz à formação de anticorpo contra HPV 16 e 18


(responsáveis por 70% dos casos de câncer cervical), enquanto que a quadrivalente leva à
produção de anticorpo anti- HPV 6, 11, 16 e 18, responsáveis por 90% dos casos de câncer
cervical.

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Atualização em Enfernagem e a Saúde da Mulher

Desta forma, supõe-se que a vacina quadrivalente evite lesões de colo de útero
classificadas como NIC II, NIC III, câncer de colo de útero e verrugas genitais, sendo que
este último não é evitado pela vacina bivalente.

Atualmente já existem meios de vacinação como método de prevenção, sendo a


Gardasil a primeira vacina aprovada no Brasil. É recomendada na faixa etária de 9 a 26 anos
de idade em três doses e sua duração é em torno de cinco anos e meio. Protege contra quatro
tipos de HPV (6, 11, 16 e 18), causadores de verrugas e câncer cervical.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), já aprovou a segunda vacina


contra HPV no Brasil, com nome comercial de Cervarix recomendada na idade de 10 a 25
anos. Ela também é quadrivalente, aplicada em três doses, porém não será disponível no
sistema público assim como a Gardasil.

O programa nacional de imunizações (PNI), introduziu no calendário básico, na data


de 10 de março de 2014 a vacina quadrivalente contra HPV que confere proteção contra
HPV de baixo risco (HPV 6 e 11) e de alto risco (HPV 16 e 18).

Essa vacina previne infecções pelos tipos virais presentes na vacina e,


consequentemente, o câncer do colo do útero e reduz a carga da doença. Tem maior
evidência de proteção e indicação para pessoas que nunca tiveram contato com o vírus.

A vacina HPV é destinada exclusivamente à utilização preventiva e não tem efeito


demonstrado ainda nas infeções pré-existentes ou na doença clínica estabelecida. Portanto,
a vacina não tem uso terapêutico no tratamento do câncer do colo do útero, de lesões
displásicas cervicais, vulvares e vaginais de alto grau ou de verrugas genitais. A população
alvo da vacinação com a vacina HPV e composta por adolescentes do sexo feminino.

Em 2017, o Ministério da Saúde estendeu a faixa etária de meninas para 9 a 14 anos


e meninos de 11 a 14 anos.

Nas Unidades Básicas de Saúde, a vacinação das adolescentes ocorrerá sem


necessidade de autorização ou acompanhamento dos pais ou responsáveis.

Para maiores informações, realize estudos nos cursos de ATUALIZAÇÃO DO


CALENDÁRIO DE VACINAS PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES e
IMUNIZAÇÃO – CONCEITOS E TÉCNICAS DE VACINAS.

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Unidade 11 – Diagnóstico

11
DIAGNÓSTICO

O diagnóstico da infecção pelo HPV é clínico, epidemiológico e laboratorial, observando-se


suas formas de apresentação.

Geralmente a infecção não apresenta sintomas e o único sinal é a presença de


verrugas, pápulas em algum lugar da pele ou mucosa. Na maioria das vezes, o homem
permanece assintomático (80%) e as lesões são subclínicas comportando-se apenas como
um portador do HPV.

A infecção pelo HPV na forma clínica é realizada a anamnese onde a paciente pode
relatar a presença de verrugas ou mesmo contar sua história com ou sem presença de fatores
de risco. Durante o exame físico, a infecção pode ser evidenciada a olhos nus, nas regiões
perianal e genitália externa. As lesões são localizadas em áreas úmidas, especialmente
expostas ao atrito sexual, aumentam com o passar do tempo com crescimento em forma de
“couve-flor”.

A infecção do HPV na forma sub-clínica é baseado em alterações citológicas e/ ou


histopatológicas. Através de peniscopia, colpocitologia, colposcopia com biópsia, e
histopatologia, apesar de produzirem resultados discordantes no diagnóstico de infecção por
HPV, representam eficientes métodos complementares.

As lesões oriundas de infecção pelo HPV provocam, geralmente, alterações


morfológicas características, nas quais células superficiais, intermediárias e endocervicais
apresentam alterações na forma e tamanho do núcleo, hipercromatismo, cromatina granulosa
e grosseira, detectáveis em citologia de raspados cérvico-vaginais e biópsia. Portanto é de
grande importância os exames rotineiros de detecção de câncer por meio de esfregaços
corados – Papanicolau, que permite a visualização das alterações citomorfológicas
relacionadas ao HPV.

O diagnóstico do HPV pode ser confirmado por biópsia. O diagnóstico definitivo é


realizado pela detecção da presença do DNA viral por meio de testes de hibridização
molecular (hibridização in situ, reação em cadeia de polimerase [PCR], captura híbrida).

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Atualização em Enfernagem e a Saúde da Mulher

Além do teste de Papanicolau, tradicionalmente usado há mais de 30 anos, novas


tecnologias têm-se juntado ao arsenal diagnóstico disponível para a detecção precoce desse
tipo de neoplasia, entre as quais incluem a citologia em meio líquido e os testes para detecção
do HPV por captura híbrida.

A citologia em meio líquido é um método segundo o qual as células cervicais são


imersas em líquido conservante antes da fixação da lâmina, o que evita o ressecamento do
material e reduz a quantidade de artefatos, produzindo menor taxa de exames insatisfatórios.

O prognóstico no câncer de colo uterino depende muito da extensão da doença no


momento do diagnóstico, estando sua mortalidade fortemente associada ao diagnóstico
tardio e em fases avançadas.

As pacientes que são tratadas, quando o tumor está restrito ao cérvix, podem esperar
uma taxa de sobrevida de 85% ou uma melhor sobrevida em cinco anos. Ao contrário, os
tumores que se disseminaram além do cérvix para o tecido parametrial e paredes pélvicas
laterais estão associados com sobrevida em cinco anos de 70% e 50%, respectivamente.

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Unidade 12 – Tratamento

12
TRATAMENTO

No tratamento da infecção pelo HPV, os resultados obtidos com as diferentes condutas


terapêuticas são parciais, uma vez que, na maioria das vezes, não possibilitam a erradicação
do vírus.

No momento, não dispomos de medicamentos de ação sistêmica capazes de interferir


na replicação viral. Parece haver consenso de que o tratamento da infecção pelo HPV
restringe-se à destruição ou à excisão das lesões observadas. Assim mesmo, para conseguir
esse feito, as dificuldades não são pequenas.

As decisões relacionadas ao início do tratamento da infecção pelo HPV devem ser


tomadas considerando-se que as modalidades terapêuticas hoje disponíveis, não são
totalmente eficazes e algumas produzem significativos efeitos colaterais. O tratamento pode
ser dispendioso. Algumas lesões regridem espontaneamente.

O objetivo do tratamento da infecção pelo HPV consiste na remoção das lesões


condilomatosas visíveis e subclínicas, visto que não é possível a erradicação do vírus HPV.
Mesmo com o tratamento adequado são frequentes recidivas. A escolha do método
terapêutico depende do número e da topografia das lesões e da associação ou não com
neoplasia intraepitelial.

No tratamento são utilizados as seguintes substâncias e métodos terapêuticos:

 Substâncias: Podofilina, Ácido tricloroacético (ATA), Podofilotoxina, Imiquimo de


Interferon.

 Métodos: Eletrocauterização, Crioterapia, Vaporização à laser e Exérese cirúrgica.

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Atualização em Enfernagem e a Saúde da Mulher

13
O HPV E O CÂNCER DE COLO UTERINO

Historicamente, a associação do vírus HPV com o câncer de colo de útero começou no final
da década de 40 quando médico grego Geórgios Papanicolaou introduziu o exame
Papanicolau.

Estudos ao longo dos anos confirmaram a presença do DNA do Papiloma Vírus


Humano em quase 100% dos epitélios dos carcinomas invasivos de colo de útero, levando à
tese mundialmente aceita de que a infecção pelo vírus HPV é "causa necessária para o
desenvolvimento do carcinoma invasivo". Casos do câncer sem a presença do vírus HPV
são raros e supõe-se, nestas situações, que o carcinoma não foi originado pela infecção viral
ou possa ter ocorrido falha na detecção do HPV.

Estudos consistentes possibilitaram o aprofundamento do conhecimento da resposta


imunológica ao vírus, proporcionando o desenvolvimento de vacinas com baixas doses de
antígenos e altamente imunogênicas. Porém, a vacina atuará como um meio de prevenção
ao câncer de colo de útero somente para as mulheres que previamente tiverem acesso a ela
antes do início da vida sexual. Fora deste contexto, o combate ao câncer cervical deve ser
feito por meio da detecção de lesões precursoras e seu devido tratamento e seguimento
clínico.

Este tipo de câncer é o segundo mais comum entre as mulheres e apesar dos avanços
nos conhecimentos sobre o HPV, as taxas de morbimortalidade por câncer de colo uterino
continuam altas em países em desenvolvimento, por ser uma patologia de evolução lenta,
sem manifestação clínica no seu início e por se tratar de uma infecção de transmissão sexual.

Faz-se necessária a detecção precoce da infecção pelo HPV, pois milhares de


mulheres já foram expostas a esse vírus e necessitam de acompanhamento adequado para
que a infecção não progrida para o câncer.

Para o enfrentamento do câncer, são necessárias ações que incluam: educação em


saúde em todos os níveis da sociedade; promoção e prevenção orientadas a indivíduos e
grupos (não esquecendo da ênfase em ambientes de trabalho e nas escolas); geração de
opinião pública; apoio e estímulo à formulação de leis que permitam monitorar a ocorrência

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Unidade 13 – O HPV e o Câncer de Colo Uterino

de casos. Para que essas ações sejam bem-sucedidas, será necessário ter como base as
propostas em informações oportunas e de qualidade (consolidadas, atualizadas e
representativas) e análises epidemiológicas a partir dos sistemas de informação e vigilância
disponíveis.

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Atualização em Enfernagem e a Saúde da Mulher

14
HPV E SITUÇÕES ESPECIAIS

14.1 GESTANTES
Gestantes têm o mesmo risco que não gestantes de apresentarem câncer do colo do útero ou
seus precursores. O achado destas lesões durante o ciclo grávido puerperal reflete a
oportunidade do rastreio durante o pré-natal.

Apesar de a junção escamocolunar no ciclo gravídico puerperal encontrar-se


exteriorizada na ectocérvice na maioria das vezes, o que dispensaria a coleta endocervical, a
coleta de espécime endocervical não parece aumentar o risco sobre a gestação quando
utilizada uma técnica adequada.

Recomendação: o rastreamento em gestantes deve seguir as recomendações de


periodicidade e faixa etária como para as demais mulheres, sendo que a procura ao serviço
de saúde para realização de pré-natal deve sempre ser considerada uma oportunidade para o
rastreio (A).

14.2PÓS-MENOPAUSA
Mulheres na pós-menopausa, sem história de diagnóstico ou tratamento de lesões
precursoras do câncer do colo uterino, apresentam baixo risco para desenvolvimento de
câncer.

O rastreamento citológico em mulheres na menopausa pode levar a resultados falso-


positivos causados pela atrofia secundária ao hipoestrogenismo, gerando ansiedade na
paciente e procedimentos diagnósticos desnecessários.

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Unidade 14 – HPV e Situações Especiais

Mulheres no climatério devem ser rastreadas de acordo com as orientações para as


demais mulheres; e, em casos de amostras com atrofia ou ASC-US, deve-se proceder à
estrogenização local ou sistêmica.

É fato que o diagnóstico de casos novos de câncer do colo uterino está associado, em
todas as faixas etárias, com a ausência ou irregularidade do rastreamento. O seguimento de
mulheres na pós-menopausa deve levar em conta seu histórico de exames.

Recomendação: mulheres na pós-menopausa devem ser rastreadas de acordo com as


orientações para as demais mulheres (A). Caso necessário, proceder à estrogenização prévia
à realização da coleta, conforme sugerido adiante (vide Exame citopatológico normal –
Resultado indicando atrofia com inflamação) (B).

14.3HISTERECTOMIZADAS
O rastreamento realizado em mulheres sem colo do útero devido à histerectomia por
condições benignas apresenta menos de um exame citopatológico alterado por mil exames
realizados.

Recomendação: mulheres submetidas à histerectomia total por lesões benignas, sem


história prévia de diagnóstico ou tratamento de lesões cervicais de alto grau, podem ser
excluídas do rastreamento, desde que apresentem exames anteriores normais (D). Em casos
de histerectomia por lesão precursora ou câncer do colo do útero, a mulher deverá ser
acompanhada de acordo com a lesão tratada (A).

14.4 MULHERES SEM HISTÓRIA DE ATIVIDADE SEXUAL


Considerando os conhecimentos atuais em relação ao papel do HPV na carcinogênese do
câncer do colo uterino e que a infecção viral ocorre por transmissão sexual, o risco de uma
mulher que não tenha iniciado atividade sexual desenvolver essa neoplasia é desprezível.

Recomendação: não há indicação para rastreamento do câncer do colo do útero e


seus precursores nesse grupo de mulheres (D).

14.5 IMUNOSSUPRIMIDAS
Alguns fatores de risco diretamente relacionados à resposta imunológica têm sido associados
à maior chance de desenvolvimento de NIC. Mulheres infectadas pelo vírus da

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Atualização em Enfernagem e a Saúde da Mulher

imunodeficiência humana (HIV), mulheres imunossuprimidas por transplante de órgãos


sólidos, em tratamentos de câncer e usuárias crônicas de corticosteroides constituem os
principais exemplos deste grupo.

A prevalência da infecção pelo HPV e a persistência viral, assim como a infecção


múltipla (por mais de um tipo de HPV), são mais frequentes nesse grupo de mulheres. Em
mulheres infectadas pelo HIV, o desaparecimento do HPV parece ser dependente da
contagem de células CD4+ e lesões precursoras tendem a progredir mais rapidamente e a
recorrer mais frequentemente do que em mulheres não infectadas pelo HIV.

Entretanto, mulheres infectadas pelo HIV imunocompetentes, tratadas


adequadamente com terapia antirretroviral de alta atividade (HAART), apresentam história
natural semelhante às demais mulheres.

Existem questionamentos quanto à eficácia do exame citopatológico em mulheres


infectadas pelo HIV, pela maior prevalência de citologias com atipias de significado
indeterminado e maior frequência de infecções associadas. Para minimizar os resultados
falso-negativos, alguns autores preconizam a complementação colposcópica.

É consenso que, pelas características mencionadas, as mulheres infectadas pelo HIV


devem ser submetidas ao rastreio citológico de forma mais frequente.

Diretrizes americanas recomendam a coleta anual da citologia após duas citologias


semestrais normais e, em mulheres com CD4 abaixo de 200 células/mm3, realizar citologia
e encaminhar para colposcopia a cada seis meses.

Também, considerando a maior frequência de lesões multicêntricas, é recomendado


cuidadoso exame da vulva, incluindo região perianal e da vagina. No caso de a citologia
mostrar inflamação acentuada ou alterações celulares escamosas reativas, realizar nova
coleta citológica em três meses, após tratamento adequado.

Recomendação: o exame citopatológico deve ser realizado neste grupo após o início
da atividade sexual com intervalos semestrais no primeiro ano e, se normais, manter
seguimento anual enquanto se mantiver o fator de imunossupressão (B). Mulheres HIV
positivas com CD4abaixo de 200 células/mm³ devem ter priorizada a correção dos níveis de
CD4 e, enquanto isso, devem ter o rastreamento citológico a cada seis meses (B).

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Unidade 15 – Promoção da Saúde

15
PROMOÇÃO DA SAÚDE

A atuação de uma equipe multiprofissional e principalmente o enfermeiro, podem realizar


ações que atuem sobre os determinantes sociais do processo saúde-doença e promovam
qualidade de vida são fundamentais para a melhoria da saúde da população e o controle das
doenças e dos agravos.

Para o controle do câncer do colo do útero, a melhoria do acesso aos serviços de


saúde e à informação são questões centrais. Isso demanda mudanças nos serviços de saúde,
com ampliação da cobertura e mudanças dos processos de trabalho, e também articulação
intersetorial, com setores do setor público e sociedade civil organizada.

O amplo acesso da população a informações claras, consistentes e culturalmente


apropriadas a cada região deve ser uma iniciativa dos serviços de saúde em todos os níveis
do atendimento.

O controle do tabagismo pode ajudar a minimizar o risco de câncer do colo do útero


e é também uma das prioridades da Política Nacional de Promoção da Saúde.

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Atualização em Enfernagem e a Saúde da Mulher

AVALIAÇÃO

Responda a avaliação abaixo em sua conta, no site


www.enfermagemadistancia.com.br. Você precisa atingir um aproveitamento igual ou
superior a 60% para poder emitir o seu certificado.

1. Quais as Fases do Ciclo Ovariano:

a. Fase Folicular; Ovulação e Fase Lútea.

b. Menstrual, Folicular e Lútea;

c. Secretora, Ovulação e Lútea;

d. Proliferativa, Lútea e Folicular.

2. Quais são as fases do ciclo uterino:

a. Menstrual e Secretora;

b. Menstrual, Proliferativa e Secretora;

c. Secretora e Menstrual;

d. Hemorrágica e Proliferativa.

3. A Lei n.º 9.263/96 regulamenta o:

a. Planejamento Reprodutivo;

b. Ciclo Menstrual;

c. Controle de Natalidade;

d. Climatério

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Avaliação

4. “Ação governamental com a preocupação de estipular metas para crescimento ‘ideal’


da população, quer dizer, onde o governo determina quantos filhos o casal deve ter.”
Essa afirmativa é o conceito de:

a. Planejamento Familiar

b. Ciclo Menstrual;

c. Controle de Natalidade;

d. Climatério

5. São Métodos Contraceptivos de Barreiras:

a. Temperatura basal; Tabela de Ogino-Knauss (Tabelinha);

b. Pílulas e espermicida;

c. Lactação-amenorreia;

d. Preservativo e Diafragma.

6. A mamografia é um Rx das mamas. Este exame também é feito para:

a. Detecção precoce do câncer mesmo sem ter nenhum sintoma;

b. Detecção tardia do câncer mesmo sem ter nenhum sintoma e somente em idosas com
mais de 80 anos;

c. Detecção precoce do câncer, apenas na presença sintomas;

d. Detecção tardia do câncer, apenas na presença sintomas;

Durante a consulta de enfermagem, o enfermeiro terá a oportunidade de capacitar à


mulher a realização do autoexame das mamas (AEM). Em relação a esse exame, responda
as próximas três questões:

7. Durante a realização do exame em pé, a mulher deverá estabelecer comparações em


relação à:

a. Posição;

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b. Cor da pele;

c. Retrações;

d. Todas as alternativas acima.

8. O AEM é um procedimento permite à mulher:

a. Diminuir o tempo na consulta, realizando a técnica em casa, poderá voltar mais cedo
para casa;

b. Estabilizar o ciclo menstrual através da circulação sanguínea dos seios;

c. Bloquear o crescimento das células cancerígenas através da técnica de massagem;

d. Participar do controle de sua saúde, identificando precocemente alterações nas


mamas.

9. As formas de tratamento variam conforme o tipo e o estadiamento do câncer. Não pode


ser considerado um tipo de tratamento do Câncer de Mama:

a. Quimioterapia;

b. Insulinoterapia;

c. Radioterapia;

d. Hormonoterapia.

10. Em relação ao câncer de mama, responda:

I. Na maioria dos casos, a mulher é a responsável pela primeira suspeita de um câncer.


É fundamental que ela conheça as suas mamas e saiba quando alguma coisa anormal
está acontecendo.

II. A maior incidência em mulheres está concentrando na maioria dos casos em idades
entre 45 e 50 anos.

III. O câncer de mama é o terceiro tipo mais frequente de câncer no mundo, e o mais
comum entre as mulheres e homens.

Estão incorretas as afirmativas:

a. Apenas I;

b. Apenas II;

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Avaliação

c. Apenas III;

d. Todas estão incorretas.

11. Os HPVS são agentes infecciosos pertencentes ao grupo dos:

a. Bacilos

b. Protozoários

c. Vírus

d. Helmintos

12. Em relação à transmissão do HPV:

a. Há indícios que objetos contaminados (fômites) podem causar contaminação, porém


com risco mínimo.

b. O HPV é sexualmente transmissível.

c. Pode ocorrer contaminação de mãe para filho.

d. Todas as alternativas acima estão corretas.

13. De acordo com o potencial de oncogenicidade, assinale a alternativa incorreta:

a. Considera-se de Baixo risco lesões de médio grau com NIC I e II;

b. Ao Alto Risco estão relacionados aproximadamente 70% dos casos de câncer


cervical invasivo e mais de 90 % das lesões intraepiteliais graves NIC II, NIC III;

c. O tipo CP6108 é de Baixo Risco;

d. Os tipos 6 e 11 causam a maioria das verrugas genitais visíveis na vulva, vagina, colo
uterino, pênis, bolsa escrotal, uretra e ânus.

14. Assinale a alternativa correta:

I. Os Papilomavírus Humanos infectam apenas os seres humanos.

II. O genoma do HPV é constituído por RNA circular de dupla hélice.

III. Os HPVs infectam os tecidos epiteliais cutâneos e mucosos.

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IV. De acordo com o potencial oncogenicidade os HPVs podem ser divididos em alto
risco oncogênico e baixo risco oncogênico.

Estão corretas as afirmativas:

a. I e III

b. I e IV

c. II e III

d. III e IV

15. Sobre o período de incubação do HPV e sua transmissibilidade é correto afirmar:

a. Apesar de ser considerada uma condição necessária, a infecção pelo HPV por si só
não representa uma causa suficiente para o surgimento dessa neoplasia;

b. O homem não é um reservatório do vírus.

c. O período de transmissibilidade é conhecido e determinado.

d. O HPV é um vírus que não consegue permanecer no estado latente por muitos anos.

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Referência

REFERÊNCIAS

Aproveite para estudar também as referências bibliográficas e ampliar ainda


mais o seu conhecimento.

ANDRADE, C. J. M. As equipes de saúde da família e a violência doméstica contra a


mulher: um olhar de gênero (Tese) – Escola de Enfermagem da Universidade de São
Paulo, São Paulo, 2009.

BARBOZA, W.M.O.; COSTA, T.V.; TOLEDO NETO, J.L. Qualidade de vida em


mulheres no período de climatério e menopausa. Revista de Odontologia (ATO), Bauru,
SP.v. 14, n. 7, p. 406-417, jul., 2014.

BRASIL. Ministério da Saúde. Assistência Integral à saúde da mulher: bases de ação


programática. Brasília: Ministério da Saúde, 1984.

BRASIL. Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986. Dispõe sobre a regulamentação do


exercício da enfermagem, e dá outras providências. Brasília: 1986.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações


Programáticas Estratégicas. Área Técnica de Saúde da Mulher. Prevenção e
tratamento dos agravos resultantes da violência sexual contra mulheres e
adolescentes: norma técnica. 2 ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2005.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações


Programáticas Estratégicas. Área Técnica de Saúde da Mulher. Direitos sexuais e
direitos reprodutivos: uma prioridade do governo. Brasília: Ministério da Saúde, 2005.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Instituto Nacional de


Câncer. Coordenação de Prevenção e Vigilância. Sistema de informação do câncer do
colo do útero - SISCOLO. Rio de Janeiro: Inca, 2005.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de


Análise de Situação de Saúde. Saúde Brasil 2006: uma análise da situação de saúde no
Brasil. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.

BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Instituto Brasileiro de


Geografia e Estatística. Diretoria de Pesquisas Coordenação de População e
Indicadores Sociais Estudos e Pesquisas Informação Demográfica e Socioeconômica.
Síntese de indicadores sociais 2005. Rio de Janeiro: IBGE, 2006.

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Atualização em Enfernagem e a Saúde da Mulher

BRASIL. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Controle


dos cânceres do colo do útero e da mama. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações


Programáticas Estratégicas. Área Técnica de Saúde da Mulher. Pré-natal e puerpério:
atenção qualificada e humanizada. Brasília: Ministérios da Saúde, 2006.

BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Mamografia: da prática ao


controle. Rio de Janeiro: Inca, 2007.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 204, de 29 de janeiro de 2007. Regulamenta o


financiamento e a transferência dos recursos federais para as ações e os serviços de
saúde, na forma de blocos de financiamento, com o respectivo monitoramento e
controle. Brasília: Ministério da Saúde, 2007.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n° 779 de 31 de dezembro de 2008. Define o


Sistema de Informação do Controle do Câncer de Mama (SISMAMA), altera a tabela
de procedimentos, medicamentos e órteses, próteses e materiais especiais - OPM do
SUS. Brasília: Ministério da Saúde, 2008.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 325, de 21 de fevereiro de 2008. Estabelece


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