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Enfermagem Obstétrica

180 horas

Samara Calixto Gomes


Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem Obstétrica" do EAD
(www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução
Com certificado
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online do autor (Artigo 29).
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Enfermagem Obstétrica
Samara Calixto Gomes

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO .............................................................................................................. 5
CICLO MENSTRUAL E A REPRODUÇÃO .................................................................. 6
GRAVIDEZ .......................................................................................................................... 7
3.1 DIAGNÓSTICO DA GRAVIDEZ .............................................................................. 7
MODIFICAÇÕES MATERNAS ..................................................................................... 10
4.1 POSTURA E DEAMBULAÇÃO ............................................................................. 10
4.2 METABOLISMO ...................................................................................................... 10
4.3 SISTEMA CARDIOVASCULAR ............................................................................ 11
4.4 SISTEMA SANGUÍNEO .......................................................................................... 11
4.5 SISTEMA URINÁRIO.............................................................................................. 12
4.6 SISTEMA RESPIRATÓRIO .................................................................................... 12
4.6 EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE ................................................................................... 12
4.8 SISTEMA DIGESTIVO ............................................................................................ 13
4.9 PELE E FÂNEROS ................................................................................................... 13
4.10 OSSOS E ARTICULAÇÕES .................................................................................. 13
4.11 SISTEMA NERVOSO ............................................................................................ 13
4.12 GANHO DE PESO .................................................................................................. 14
MODIFICAÇÕES NO APARELHO REPRODUTOR ................................................. 15
5.1 ÚTERO ...................................................................................................................... 15
5.2 COLO DO ÚTERO E VAGINA ............................................................................... 15
5.3 TROMPAS DE FALÓPIO E OVÁRIOS .................................................................. 16
ATENÇÃO NO PRÉ-NATAL .......................................................................................... 17
6.1 GRAVIDEZ DE ALTO RISCO ................................................................................ 18
IMUNIZAÇÃO DE GESTANTES................................................................................... 19
7.1 VACINA TRÍPLICE BACTERIANA ACELULAR (dTpa) .................................... 20
7.2 HEPATITE B ............................................................................................................ 21
7.3 INFLUENZA ............................................................................................................. 21
SAÚDE BUCAL DA GESTANTE ................................................................................... 22
NUTRIÇÃO DA GESTANTE .......................................................................................... 23
9.1 CONTROLE PONDERAL........................................................................................ 23
9.2 NECESSIDADES NUTRICIONAIS ........................................................................ 25
9.3 RISCO NUTRICIONAL EM GESTANTES ............................................................ 26
PRINCIPAIS DISTÚRBIOS ALIMENTARES DURANTE A GRAVIDEZ .............. 28
10.1 HIPERÊMESE......................................................................................................... 29
10.2 TRATAMENTO ...................................................................................................... 30
10.3 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM .................................................................... 31
HORMÔNIOS DO PARTO ............................................................................................. 32
11.1 GLÂNDULA HIPÓFISE ........................................................................................ 32
11.1.1 FSH ................................................................................................................... 32
11.1.2 LH ..................................................................................................................... 32
11.1.3 Prolactina .......................................................................................................... 32
11.1.4 Ocitocina ........................................................................................................... 32
11.2 OVÁRIOS ............................................................................................................... 33
11.2.1 Estrógeno .......................................................................................................... 33
11.2.2 Progesterona ..................................................................................................... 33
11.3 PLACENTA ............................................................................................................ 33
11.3.1 HCG .................................................................................................................. 33
INTERCORRÊNCIAS CLÍNICAS MAIS FREQUENTES DURANTE A
GESTAÇÃO ....................................................................................................................... 34
12.1 SÍNDROMES HEMORRÁGICAS ......................................................................... 34
12.2 ABORTAMENTO................................................................................................... 34
12.3 GRAVIDEZ ECTÓPICA ........................................................................................ 35
12.4 MOLA HIDATIFORME ......................................................................................... 35
12.5 ALTERAÇÕES NO VOLUME DO LÍQUIDO AMNIÓTICO .............................. 36
12.6 TOXEMIA GRAVÍDICA ....................................................................................... 36
12.7 DESLOCAMENTO PREMATURO DE PLACENTA (DPP) E PLACENTA
PRÉVIA (PP) ................................................................................................................... 36
12.8 AMNIORREXE PREMATURA ............................................................................. 37
O PARTO ........................................................................................................................... 38
13.1 1º PERÍODO – DILATAÇÃO ................................................................................ 39
13.2 2º PERÍODO – NASCIMENTO ............................................................................. 39
13.3 3º PERÍODO – DEQUITAÇÃO OU DELIVRAMENTO ...................................... 39
13.4 4º PERÍODO - PRIMEIRA HORA APÓS O PARTO ............................................ 40
13.5 CESARIANA .......................................................................................................... 40
13.6 DICAS ÚTEIS ......................................................................................................... 40
PUERPÉRIO ...................................................................................................................... 41
14.1 ALTERAÇÕES ANATÔMICAS E FISIOLÓGICAS NO PUERPÉRIO .............. 41
14.1 COMPLICAÇÕES PUERPERAIS: SINAIS DE ALERTA ................................... 42
AVALIAÇÃO..................................................................................................................... 43
REFERÊNCIAS................................................................................................................. 50
Unidade 1 – Apresentação

01
APRESENTAÇÃO

A atenção à mulher gestante é fundamental para a saúde materna e neonatal.

Para que esse cuidado seja humanizado e qualificado, faz-se necessário construir
um novo olhar sobre o processo saúde/doença, que compreenda a pessoa em sua totalidade
corpo/mente e considere o ambiente social, econômico, cultural e físico no qual essa
mulher vive. A morte materna obstétrica acontece por causas evitáveis em mais de 90%
dos casos. As principais causas são as infecções, doenças hipertensivas e hemorragias.
Todas essas causas são preveníveis.

Considerando essa realidade, vamos abordar no decorrer do curso, a assistência à


mulher durante a gestação.

Antes de iniciarmos os estudos sobre a gestação e seus riscos, vamos revisar


um pouco sobre o ciclo menstrual normal.

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Enfermagem Obstétrica

02
CICLO MENSTRUAL E A REPRODUÇÃO

Em cada ciclo menstrual, o corpo lúteo que é formado após a ovulação, a partir dos restos
do folículo ovariano, liberando a Progesterona, um hormônio cuja finalidade consiste em
preparar o endométrio para uma eventual recepção de um óvulo fecundado e adaptar todo o
organismo para o desenvolvimento da gestação.

Caso o óvulo liberado pelo ovário não for fecundado, o corpo lúteo se atrofia
provocando a redução significativa da produção de progesterona, a descamação do
endométrio e a consequente menstruação. Entretanto, caso o óvulo seja fecundado e o ovo
implantado no endométrio, a placenta começa a segregar o hormônio gonadotrofina
coriônica (HCG).

O HCG faz com que o corpo lúteo, ao invés de se atrofiar-se, cresça e aumente a
sua produção de progesterona, evitando a descamação do endométrio, proporcionando a
interrupção do ciclo menstrual e, consequentemente, a não produção de menstruação.

Nessa etapa, os efeitos hormonais no corpo da mulher, evidenciam-se através de


uma série de alterações funcionais e físicas, que são os sintomas e sinais de gravidez.

Para mais detalhes sobre o ciclo menstrual normal, realize estudos no curso
Atualização em Enfermagem e a Saúde da Mulher, já disponível no site Enfermagem
a Distância.

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Unidade 3 – Gravidez

03
GRAVIDEZ

A gestação é um processo fisiológico normal que representa a capacidade reprodutiva


inerente à mulher e traz ao organismo feminino uma série de mudanças físicas e
emocionais.

Essas transformações geram medo, dúvida, angústia, fantasias ou simplesmente a


curiosidade de saber o que acontece com o próprio corpo.

Uma gravidez normal, dura aproximadamente 280 dias, 40 semanas ou 9 meses.

3.1 DIAGNÓSTICO DA GRAVIDEZ


A ausência de menstruação e a presença dos sinais e sintomas em uma mulher em idade
fértil e sexualmente ativa devem conduzir a suspeita de gravidez. O diagnóstico da
gravidez inicia-se com a anamnese. É importante questionar sobre método contraceptivo
utilizado, data da última menstruação e se há possibilidade de gravidez.

Esse diagnóstico deve ocorrer precocemente para iniciar o Pré-Natal, calcular com
mais precisão a Idade Gestacional (IG) e melhorar o prognóstico da gravidez,
principalmente em gestantes com antecedentes de risco gestacional.

A exatidão é importante, pois as consequências emocionais, sociais, médicas e


legais de um diagnóstico incorreto, positivo ou negativo, podem ser extremamente sérias.

Os sinais de gravidez podem classificar-se em três tipos:

• Sinais de presunção;

• Sinais de probabilidade;

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Enfermagem Obstétrica

• Sinais de certeza.

Sinais de Presunção: aqueles que são percebidos pela mulher. Exemplos

• Amenorreia: ausência de sangramento;

• Fadiga: cansaço;

• Turgescência mamária;

• Náuseas matinais;

• Ptialismo: aumento de salivação;

• Aumento ou diminuição do apetite;

• Aversão a odores: cigarros, alimentos e perfumes;

• Polaciúria: desejo de urinar com mais frequência, comum nos três ou quatro
primeiros meses e nos meses finais da gravidez;

• Alterações das mamas: Aumento de tamanho, consistência e sensibilidade.

• Linha Nigra Aumento de pigmentação da linha alba;

• Sinal de Chadwick: aspecto arroxeado ou azul escuro na mucosa vulvar e vaginal;

• Movimentos do feto.

Sinais de Probabilidade: são alterações observadas pelo examinador, tais como:

• Sinal de Hegar (amolecimento cervical e do segmento inferior do útero), sentido ao


toque vaginal;

• Testes laboratoriais positivos (b - HCG);

• Sinal de Goodell (amolecimento do cérvix);

• Aumento do Abdômen: evidencia-se por volta do terceiro ao quinto mês de


gestação.

Sinais de certeza: são os sinais exclusivos de uma gestação, como:

Ultrassonografia obstétrica que permite observar todas as estruturas do útero


gravídico, como líquido amniótico, a placenta e o feto, além de calcular a Idade
Gestacional;

Ausculta dos batimentos cardíacos fetais (BCF);

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Unidade 3 – Gravidez

Palpação dos movimentos fetais pelo examinador, através da Manobra de Leopold.


O atraso menstrual é o achado que mais frequentemente levanta a suspeita de gestação. Em
alguns casos, já vem acompanhado de náuseas e vômitos.

Outros sinais que podem ser percebidos são aumento das mamas, aumento da
frequência urinária, aumento do peso e aumento do volume abdominal.

O teste que primeiro pode diagnosticar a gravidez é o que identifica a gonadotrofina


coriônica humana (HCH), mais precisamente a porção beta, por ser mais facilmente
encontrada e possuir uma boa especificidade.

Os níveis de HCG, na gestação normal, podem ser dosados pouco tempo após a
implantação aumenta pelo menos 66% a cada 48 horas, alcançando o pico máximo entre
50 e 75 dias de gestação. Esse tópico não faz parte dos sinais de certeza, mesmo sendo um
dos sinais mais procurados, por apresentar altas taxas de resultados falso-positivos.

Entretanto, o diagnóstico só pode ser confirmado juntamente com a presença de


batimentos cardíacos fetais, movimentos fetais ou visualização do feto. Os BCFs podem
ser ouvidos a partir de 10 a 12 semanas de gestação (com o uso do sonar) e de 17 a 19
semanas com o auxílio do estetoscópio.

Os movimentos fetais podem ser percebidos tanto pela mãe, quanto pelo médico, a
partir de 20 semanas de gestação. A identificação do feto pode ser realizada por
ultrassonografia abdominal a partir da 8ª semana de gestação, ou por via transvaginal a
partir da 6ª semana. Os mamilos e aréolas ficam maiores e mais escuros e a rede venosa
mais evidente.

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Enfermagem Obstétrica

04
MODIFICAÇÕES MATERNAS

Durante a gravidez ocorrem várias modificações no organismo materno a fim de garantir


condições ideais para o seu desenvolvimento.

4.1 POSTURA E DEAMBULAÇÃO


O centro da gravidade se adianta em razão do aumento abdominal anterior e do peso das
mamas congestas, levando a gestante a adotar uma postura inclinada para trás, como quem
carregasse um peso com as mãos na frente, levando a uma lordose na coluna vertebral. A
gestante tende a afastar mais os pés, levando a uma marcha característica semelhante ao
modo de andar dos gansos: marcha anserina.

4.2 METABOLISMO
O metabolismo glicídico materno é alterado no sentido de garantir suprimento constante de
glicose ao concepto mesmo em períodos de jejum. Há então uma redução na utilização de
glicose materna, dando preferência ao consumo de lipídios.

O metabolismo lipídico está alterado com maior catabolismo de gorduras, com


maior concentração de ácidos graxos no sangue materno, provavelmente decorrente da
ação do HPL. Isso se dá no sentindo de preservar a utilização de glicose para o feto e para
o SNC materno.

Com relação às proteínas, observa-se um aumento das proteínas totais, mas uma
diminuição da sua concentração, devido ao aumento da volemia.

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Unidade 4 – Modificações Maternas

O metabolismo hidroeletrolítico está alterado. Na gestação há retenção hídrica no


organismo materno no valor aproximado de 7,5L necessário para garantir a homeostase do
organismo materno e fetal.

4.3 SISTEMA CARDIOVASCULAR


Haverá uma diminuição da pressão arterial: de 3 a 5 mmHg na sistólica e 5 a 15mmHg na
pressão diastólica.

Quando a gravidez avança e o útero torna-se progressivamente maior este pode


comprimir a veia cava inferior, determinando diminuição do retorno venoso, que se
manifesta com bradicardia e hipotensão, esta situação é denominada de “síndrome da
hipotensão supina”, facilmente revertida apenas com a mudança de decúbito materno.

Tendência a edema de MMII (membros inferiores), varizes, hemorróidas e


lipotimia, ou seja, perda momentânea da consciência, sem que se paralisem o coração e a
respiração; desfalecimento, desmaio, delírio; vertigem.

Aumento da frequência cardíaca em torno de 20% e aumento do volume sanguíneo


em torno de 45-50%.

A pressão venosa apresenta-se aumentada três vezes mais nos membros inferiores,
devido à compressão das veias abdominais e pélvicas. Tendência a edema de membros
inferiores, hipotensão.

4.4 SISTEMA SANGUÍNEO


O grau de expansão do volume sanguíneo varia consideravelmente. Aumenta
aproximadamente 1.500 ml ou 40 a 50% além dos níveis não gravídicos. O volume começa
a aumentar durante a 10ª e a 12ª semana, atinge o pico entre a 32ª e a 34ª semana, depois
diminui ligeiramente na 40ª semana.

Esse aumento constitui um mecanismo protetor, uma vez que torna-se essencial
para o preenchimento das necessidades sanguíneas. Entretanto, o aumento do plasma
excede a produção de eritrócitos, ocasionando uma diminuição nos valores normais de
hemoglobina (12 a 16 g/dl de sangue) e do hematócrito (37 a 47%).

Esse estado de hemodiluição é chamado de anemia fisiológica. Caso o valor da


hemoglobina caia para 10g/dl ou menos, ou caso o hematócrito caia para 35% ou menos,
considera-se que a gestante esteja anêmica.

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Enfermagem Obstétrica

4.5 SISTEMA URINÁRIO


Haverá aumento do fluxo plasmático renal e da taxa de filtração glomerular. Podem
ocorrer glicosúria e proteinúria fisiológica.

O volume urinário não aumenta. A frequência urinária aumenta devido aos efeitos
mecânicos do crescimento uterino comprimindo a bexiga.

Aumenta a incidência de infecção urinária.

4.6 SISTEMA RESPIRATÓRIO


As adaptações estruturais e ventilatórias ocorrem durante a gestação para prover as
necessidades maternas e fetais. O oxigênio materno aumenta em resposta à aceleração do
metabolismo e à hipertrofia dos tecidos uterinos e mamários.

O crescimento uterino modifica a posição do diafragma e da caixa torácica,


aumentando sua circunferência como resposta à elevação diafragmática. Devido a essas
mudanças, os volumes das distintas capacidades pulmonares se veem modificados também.

Essas mudanças também se manifestam com sensação subjetiva de dispneia, sendo


isso um dos motivos frequentes de consultas médicas de urgência, entre as gestantes.

Os hormônios da gravidez também provocam mudanças nas vias aéreas,


aumentando e diminuindo as resistências das mesmas de acordo com a área. Além disso,
por causa deles, a mucosa que recobre as vias respiratórias se encontra muito
vascularizadas favorecendo episódios de epistaxe, incômodos na garganta e mudanças na
voz.

4.6 EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE


A gestante tem tendência à alcalose respiratória, por conta da hiperventilação, que pode ser
resultado de ansiedade, dor ou choque, ela elimina um excesso de CO2. Isso favorece a
estimulação do centro respiratório da gestante. Essa hiperventilação na gravidez, por um
lado pode causar vertigens ou desmaios. Em contrapartida, favorece que o futuro bebê
receba mais oxigênio.

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Unidade 4 – Modificações Maternas

4.8 SISTEMA DIGESTIVO


Há aumento do apetite e sede, que se inicia no primeiro trimestre e persiste até o fim da
gravidez. Podem estar presentes náuseas e vômitos, principalmente nos primeiros meses.
Em alguns casos, há diminuição do apetite, principalmente no primeiro trimestre. Relata-se
também o surgimento de gengivite, desaparecimento de úlceras pépticas devido à
diminuição de secreção de suco gástrico e geralmente, o aparecimento de pirose devido ao
relaxamento dos esfíncteres e da pressão aumentada devido ao volume uterino.

4.9 PELE E FÂNEROS


Aumento da pigmentação da pele; face (cloasmas gravídicos e lanugem) e pigmentação
geral (vulva, períneo, nariz e linha nigra, aréola mamária).

As estrias aparecem após o sexto mês no abdome, nas mamas, nos flancos e na
região sacral e lombar. Aumento no crescimento dos cabelos e unhas e aumento da
sudorese e do calor.

4.10 OSSOS E ARTICULAÇÕES


Pode ocorrer insuficiência de cálcio na matriz óssea por deficiência na ingestão desse
nutriente. As articulações aumentam sua motilidade, especialmente da região pélvica,
favorecendo o parto pélvico.

4.11 SISTEMA NERVOSO


A gestante apresenta muitas manifestações como distúrbios passageiros nas funções
motoras, sensitivas ou mentais, como tremores, contraturas, convulsões, hiperêmese,
parestesias, hipotonia gastrintestinal e vesical, alterações vasomotoras, etc.
Os grandes integradores das funções orgânicas, os sistemas endócrino e nervoso,
comportam-se de modo complexo, e ainda obscuro, para que, atualmente, possa ser
compreendido o papel específico de cada um.
Episódios de convulsões, por exemplo, podem ocorrer por excessiva retenção
líquida, ou hiperventilação; crises frequentes de enxaqueca são atribuídas ao
armazenamento aquoso, condições ambas triviais em reações maníacas ou hipomaníacas,
consideradas por muitos como psicogênicas podem ser causadas por alterações
bioquímicas peculiares à gravidez. A progesterona exerce ação comprovadamente
depressora sobre o sistema nervoso central, produzindo sonolência e fadiga. Durante o

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ciclo gravídico podem ocorrer sequelas de hipotensão prolongada, anóxia, uso longo de
corticosteroides, doses excessivas de vitaminas A e D, infecções ou intoxicações agudas,
eclampsia.

4.12 GANHO DE PESO


Entre 09 a 12,5kg, assim distribuídos da seguinte forma:

• Feto: 3.400g;

• Placenta: 650g;

• Útero: 900g;

• Líquido: 800-1.000g;

• Mamas: 400 a 500g;

• Volume Sanguíneo: 1.300 a 1.500g;

• Líquido extracelular: 1.500g;

• Excedente: 2.300 a 3.300g de gordura.

Também podemos relacionar esse ganho de peso com as perdas no pós-parto:

• Parto: 5 kg = feto + placenta + líquido amniótico;

• Puerpério Imediato: 2 a 2,5Kg = líquido extracelular (edema) + involução;

• Três meses após o parto, ocorrerá a perda de peso excedente, especialmente


naquelas que amamentam.

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Unidade 5 – Modificações no Aparelho Reprodutor

05
MODIFICAÇÕES NO APARELHO
REPRODUTOR

5.1 ÚTERO
Ao ficar grávida, a parte de seu corpo que é primeiramente afetada e que sofre as
mudanças mais significativas é o útero. Esse órgão aumenta cerca de 20 vezes o peso
original e 1.000 vezes a capacidade inicial.

A quantidade de tecido elástico, conjuntivo e muscular, de vasos sanguíneos e de


nervos aumenta. A forma muda de alongada para oval no segundo mês, para arredondada
no meio da gravidez e, então, volta à forma ovalada a alongada no fim (no caso de uma
gestação normal de nove meses).

O útero amolece no início da sexta semana. Ele muda de posição à medida que
aumenta de tamanho, elevando-se no abdome no quarto mês e, finalmente, chegando ao
fígado.

Fica mais contrátil (tendência de diminuir de tamanho), com contrações de Braxton


Hicks indolores e irregulares que começam no primeiro trimestre.

5.2 COLO DO ÚTERO E VAGINA


O colo do útero e a vagina têm um aumento do suprimento de sangue, o que provoca um
escurecimento aparente por volta da sexta semana.

A quantidade de tecido elástico aumenta para preparar a passagem para a dilatação


necessária durante o parto. As secreções aumentam e um tampão mucoso se forma no colo
do útero.

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5.3 TROMPAS DE FALÓPIO E OVÁRIOS


As trompas de falópio, os ovários e os ligamentos que suportam o útero se dilatam e se
alongam. Os ovários, naturalmente, param de ovular.

Após a confirmação da gravidez e para acompanhar todas as alterações causadas


pela gestação, inicia-se a consulta de Pré-Natal.

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Unidade 6 – Atenção no Pré-Natal

06
ATENÇÃO NO PRÉ-NATAL

O principal objetivo da atenção pré-natal (PN) é acolher a mulher desde o início da


gravidez, assegurando, no fim da gestação, o nascimento de uma criança saudável e a
garantia do bem-estar ao binômio mãe/filho.

Sabe-se que a adesão das mulheres ao pré-natal está relacionada com a qualidade de
assistência prestada pelo serviço e pelos profissionais de saúde, o que, em última análise,
será essencial para redução dos elevados índices de mortalidade materna e perinatal
verificados no Brasil.

A assistência pré-natal deve ser organizada para atender às reais necessidades da


população de gestantes, mediante utilização dos conhecimentos técnico-científicos
existentes e dos meios e recursos disponíveis mais adequados para cada caso.

De acordo com o Ministério da Saúde, o calendário das consultas de pré-natal deve


ser programado em função dos períodos gestacionais que determinam mais risco materno e
perinatal.

É fundamental que ele seja iniciado precocemente, ou seja, primeiro trimestre.


Assim, o número mínimo de consultas de pré-natal deverá ser de seis consultas,
preferencialmente, uma no primeiro trimestre, duas no segundo trimestre e três no último
trimestre.

Então, quais seriam os fatores que caracterizam uma gravidez de alto risco?

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6.1 GRAVIDEZ DE ALTO RISCO


Considera-se gravidez de alto risco quando existe, por vários motivos, uma probabilidade
mais elevada do que o habitual de complicações na gravidez ou de o próprio feto poder ser
afetado por alterações ou malformações congênitas.

São elas:

• Idade materna inferior a 15 anos e superior a 35 anos;

• Idade paterna superior aos 50 anos;

• Antecedentes de anomalias genéticas;

• Filho anterior com alterações cromossômicas ou malformações congênitas;

• Exposição a fatores teratógenos;

• Antecedentes de abortos espontâneos repetidos;

• Determinadas doenças crônicas na mulher, como a diabetes e a hipertensão arterial


e cardiopatias;

• Complicações da própria gravidez ou de gestações anteriores;

• Antecedentes de mortalidade perinatal;

• Antecedentes de parto prematuro, prematuridade e / ou morte intra útero;

• Retardo de crescimento intrauterino (RCIU);

• Excesso de ganho de peso durante a gestação, desnutrição ou anemia;

• Toxoplasmose, Rubéola, sífilis e HIV na gestação;

• Síndrome hemorrágica na gravidez;

• Pneumopatias na gestação;

• Nefropatias;

• Alcoolismo Crônico;

• Gemelaridade;

• Incompetência istmo cervical.

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Unidade 7 – Imunização de Gestantes

07
IMUNIZAÇÃO DE GESTANTES

A vacinação de grávidas muitas vezes pressupõe oportunidades perdidas de vacinação da


mulher, antes da concepção.

Doenças imunopreveníveis deveria ser alvo de prevenção em adolescentes e


mulheres jovens, inseridas em um programa amplo de imunização com altas coberturas.

Porém, outras vezes a vacinação de gestantes pode beneficiar o neonato através da


transferência de anticorpos via transplacentária e também via leite materno, em que pese o
potencial risco desses anticorpos interferirem na resposta vacinal do lactente.

É sempre preferível evitar a vacinação de grávidas no primeiro trimestre da


gestação, recomendação esta, para qualquer tipo de vacina, inativada ou viva.

Eventual relação temporal com abortamento e más formações torna difícil a


avaliação de causa e efeito.

Vacinas inativas são seguras, e podem ser utilizadas, quando necessário, nas
gestantes, como por exemplo: difteria, tétano, influenza, hepatite B e outras.

Vacinas que contém vírus ou bactérias vivas a princípio devem ser contraindicadas,
como por exemplo, a varicela, sarampo, rubéola, caxumba, febre amarela e outras, exceto
em situações onde o risco de adoecimento sobrepuja o risco teórico vacinal.

Mudanças na situação epidemiológica local (epidemias ou surtos), viagem para


locais endêmicos ou exposição acidental (hepatite A e B e raiva), são situações que muitas
vezes nos deparamos a fim de se recomendar medidas preventivas.

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Enfermagem Obstétrica

7.1 VACINA TRÍPLICE BACTERIANA ACELULAR (dTpa)


Indicada para prevenção de difteria, tétano e coqueluche. Recomenda-se uma dose em toda
a gestação, a partir da 20ª semana. Preferencialmente entre a 27ª e a 36ª semana. Pode
apresentar febre, dor e vermelhidão local.

Administrar uma dose de 0,5 mL por via intramuscular profunda na região deltoide.
A vacina dTpa pode ser administrada na mesma ocasião de outras vacinas, procedendo-se
as administrações com seringas diferentes em locais anatômicos diferentes.

Vale lembrar que a vacina dTpa pode ser administrada em qualquer momento
durante a gravidez, mas a vacinação mais próxima do parto, durante o terceiro
trimestre, proporciona a maior concentração de anticorpos maternos para serem
transferidos ao feto.

Todas as gestantes, independentemente do número de doses prévias de dT ou dTpa


em outras gestações, devem receber a dose de dTpa na gestação atual.

Situações e condutas para a vacinação da gestante com dTpa e dT:

• Gestantes NÃO vacinadas previamente: Administrar três doses de vacinas


contendo toxóides tetânico e diftérico com intervalo de 60 dias entre as doses.

• Administrar as duas primeiras doses de dT e a última dose de dTpa entre 27ª e,


preferencialmente até a 36ª semana de gestação.

• Gestantes vacinadas com uma dose de dT: Administrar uma dose de dT e uma
dose de dTpa, a partir da 20ª semana de gestação, com intervalo de 60 dias entre as
doses, mínimo de 30 dias.

• Gestantes previamente vacinadas com duas doses de dT: Administrar uma dose
da dTpa, a partir da 20ª semana de gestação, com intervalo de 60 dias entre as
doses, mínimo de 30 dias.

• Gestantes previamente vacinadas com três doses de dT: Administrar uma dose
de dTpa, a partir da 20ª semana de gestação, com intervalo de 60 dias entre as
doses, mínimo de 30 dias

• Gestantes vacinadas com três doses de dT e com dose de reforço há menos de


cinco anos: Administrar uma dose de dTpa, a partir da 20ª semana de gestação,
com intervalo de 60 dias entre as doses, mínimo de 30 dias.

• Gestantes vacinadas com três doses de dT e com dose de reforço há mais de


cinco anos: Administrar uma dose de dTpa, a partir da 20ª semana de gestação,
com intervalo de 60 dias entre as doses, mínimo de 30 dias.

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Unidade 7 – Imunização de Gestantes

7.2 HEPATITE B
A gravidez, em qualquer idade gestacional, não contraindica a imunização para a hepatite
B. As gestantes imunizadas para hepatite B, com esquema vacinal completo de três doses,
não necessitam de reforço vacinal.

O intervalo mínimo entre a 2ª e a 3ª dose é de dois meses desde que o intervalo de


tempo decorrido entre a 1ª e 3ª dose seja, no mínimo, de 04 meses.

Aquelas não imunizadas ou com esquema vacinal incompleto devem receber três
doses da vacina nos intervalos 0, 1 e 6 meses e ou completar o esquema já iniciado.

A dose da vacina varia de acordo com a idade: 0,5 ml até 19 anos de idade e 1,0ml
a partir desta, seguir as normas do PNI.

Para gestantes em situação de violência sexual recomenda-se a administração de


três doses da vacina se a vítima não for vacinada e ou doses adicionais se estiver com
esquema vacinal incompleto para hepatite B. Recomenda-se também dose única de
Imunoglobulina humana anti-hepatite B (IGHAHB), 0,06ml/kg, IM se a vítima for
suscetível e o agressor AgHBs positivo ou pertencente a um grupo de risco (usuário de
drogas, portador de DST/Aids, sorologia desconhecida para hepatite B, por exemplo).
Quando indicada, a IGHAHB deve ser aplicada o mais precocemente possível, até no
máximo, 14 dias após a violência sexual.

7.3 INFLUENZA
Disponível na rede pública nos meses de maior incidência de gripe. A gestante e a
puérpera, devem seguir as campanhas anuais de sua região.

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Enfermagem Obstétrica

08
SAÚDE BUCAL DA GESTANTE

O estado da saúde bucal apresentado durante a gestação tem relação com a saúde geral da
gestante e pode influenciar na saúde geral e bucal do recém-nascido.

A avaliação clínica realizada nas consultas pré-natais deve incluir a avaliação bucal
por parte dos profissionais de saúde.

Deve ser garantido, também, a avaliação e tratamento individual odontológico no


sentido do controle de placa bacteriana, além de medidas odontológicas preventivas que
garantam conforto à gestante e a continuidade do tratamento após a gravidez.

Embora as exodontias ou cirurgias não sejam contraindicadas, a possibilidade de


realização do procedimento após a gravidez deve ser avaliada. A doença periodontal, por
outro lado, também é resultante da gravidez.

A resposta do periodonto é influenciada pelas alterações na composição do biofilme


subgengival, resposta imune da gestante e a concentração de hormônios sexuais. É
importante ressaltar que a gravidez acentua a resposta gengival, modificando o quadro
clínico em usuárias que já apresentam falta de controle de placa.

Em cada período de gravidez os seguintes aspectos devem ser considerados:

1º trimestre: É o período menos adequado para tratamento odontológico devido às


principais transformações embriológicas. Nesse período, deve-se evitar principalmente,
tomadas radiográficas.

2º trimestre: É o período mais adequado para a realização de intervenções clínicas


e procedimentos odontológicos essenciais, de acordo com as indicações.

3º trimestre: É prudente evitar tratamento odontológico nesse período devido ao


risco de hipotensão postural. O desconforto na cadeira odontológica é muito frequente.
Assim, somente as urgências devem ser atendidas, observando-se os cuidados indicados
em cada período da gestação.

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Unidade 9 – Nutrição da Gestante

09
NUTRIÇÃO DA GESTANTE

A pobreza, um ambiente de privação, uma educação limitada, hábitos alimentares


estranhos ou pouco sadios e doenças crônicas exercem efeitos adversos sobre a saúde
nutricional das gestantes.

A gestante tem mais necessidades de alguns nutrientes que as mulheres não


grávidas. Essas necessidades são determinadas pelo estágio da gestação.

9.1 CONTROLE PONDERAL


O ganho de peso desejável varia entre as mulheres. Ganho de peso em relação a peso e
altura.

Os riscos crescem à medida que a mãe está fora do ideal antes da gestação. Ganho
de peso acima do esperado, pode ocorrer por gestações múltiplas, edema, hipertensão
gestacional e excesso de alimentação.

Mulheres abaixo do peso apresentam um maior risco de trabalho de parto


prematuro e dar à luz a bebes baixo peso.

Já no caso de gestantes obesas, há um maior risco de macrossomia, indicação de


parto cirúrgico, trauma de parto e mortalidade infantil; risco de hipertensão e diabetes e
defeito congênito importante.

No primeiro trimestre da gestação, a síntese dos tecidos fetais impõe relativamente


poucas demandas sobre a nutrição materna. No terceiro trimestre há um crescimento fetal
notável, quando ocorre maior parte do depósito de reservas de fontes de energia e de
minerais.

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Enfermagem Obstétrica

Por essa razão, é importante conscientizar essas gestantes de que não adianta
engordar no início da gravidez e tentar fazer dieta ao final, quando realmente haverá a
necessidade de um maior valor calórico.

Para gestantes multifetais, geralmente não há recomendações para o ganho de peso


ideal. As metas de ganho de peso para gestantes com menos de 1,57m devem ser próximas
ao mínimo de variação recomendada, para reduzir os riscos de complicações mecânicas
durante o parto.

Adolescentes com menos de 02 a 03 anos pós-menarca, são consideradas em maior


risco nutricional, pois nesse caso, há uma competição entre feto e gestante. Um método
importante de avaliação do peso é o Índice de IMC.

O ministério da saúde orienta que o ganho de peso durante a gestação, deve estar
relacionado ao IMC que mulher apresentava no período em que ela engravidou.

Observe o quadro abaixo:

Estado nutricional antes da gestação Ganho de peso total


(IMC) durante a gestação

Mães de baixo peso 12,5-18 kg

(IMC até 18,4)

Mães de peso adequado 11,5-16 kg

(IMC de 18,5 a 24,9)

Mães com sobrepeso 7-11kg

(IMC de 25 a 29,9)

Mães com obesidade 7,0kg

(IMC acima de 30)

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Unidade 9 – Nutrição da Gestante

No quadro abaixo, relacionamos os valores em kg relacionados a cada necessidade


de adaptação materna.

Ganho de Peso (10 a12,5kg)

Feto 3.400g

Placenta 650g

Útero 900g

Líquido 800-1.000g

Mamas 400 a 500g

Volume Sanguíneo 1.300 a 1.500g

Líquido extracelular 1.500g

Excedente 2.300 a 3.300g de gordura

Por essa razão não se deve aconselhar a gestante que está acima do peso a não
engordar, pois durante a gravidez o seu aumento ponderal deve estar relacionado ao total
de volume descrito acima.

E a seguir, um quadro relacionado às perdas importantes do pós-parto:

Perdas do pós-parto

Parto 5 kg = feto + placenta + líquido amniótico

Puerpério Imediato 2 a 2,5Kg = líquido extracelular (edema) +


involução

Pós-puerpério Ocorrerá a perda de peso excedente,


especialmente naquelas que amamentam.

9.2 NECESSIDADES NUTRICIONAIS


Os fatores que contribuem para o aumento das necessidades estão entre os seguintes:

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Enfermagem Obstétrica

Unidade uterina-placentária-fetal: uma mãe mal nutrida pode gerar um bebê


pequeno para a idade gestacional (PIG).

Volume e constituintes do sangue materno: Aumento aproximadamente de 33%.


O plasma cresce 50% em primíparas. Nas multíparas o aumento é maior. A produção do
número de glóbulos vermelhos é estimulada.

Metabolismo: O índice do metabolismo basal expresso em kcal/min, são


aproximadamente 20% mais altos nas gestantes do que nas não grávidas.

Energia: São preenchidas por carboidratos, gorduras e proteínas. Embora a


proteínas possa ser usada para fornecer energia, seu papel principal consiste em
proporcionar aminoácidos para a síntese de novos tecidos. Recomenda-se um aumento de
300 kcal/dia. Alguns alimentos devem ser limitados ou mesmo evitados, pelo seu potencial
tóxico. Ex: peixes, cafeína, carnes cruas, frutas e vegetais não lavados e produtos não
pasteurizados.

Proteínas: Elemento básico para o crescimento. Essencial para preencher as


demandas crescentes da gestação e para a formação do líquido amniótico. Fonte para
outros nutrientes (cálcio, ferro e vitamina B).

Líquido: Papel importante na gestação. Essencial para a troca de nutrientes e


produtos residuais por meio das membranas celulares. Ajuda a manter a temperatura do
corpo. Uma boa ingesta, constitui em um bom funcionamento do intestino.

Minerais: As necessidades de nutrientes, com exceção do ferro, podem ser


preenchidas por meio de fontes alimentícias. Suplementos são indicados sempre que a
gestante for muito pobre e de baixo peso ou onde houver a presença de fatores de risco.

Vitaminas: As vitaminas lipossolúveis – A, D, E e K – são estocadas nos tecidos


dos corpos. Ingestão de suplementos somente por prescrições médicas. As reservas de
vitaminas hidrossolúveis – Complexo B - são menores que as lipossolúveis. Boas fontes
devem ser consumidas frequentemente.

Ferro: Necessário tanto para fornecer a sua transferência adequada para o feto,
quanto para a expansão da massa de glóbulos vermelhos da mãe. Suplemento torna-se
necessário. Mortalidade materna mais frequente entre anêmicas.

Cálcio: A calcificação fetal é a razão para a maior parte da necessidade do aumento


de cálcio durante a gestação. Carência: Retardo do crescimento, dentes e ossos frágeis.

9.3 RISCO NUTRICIONAL EM GESTANTES


Além disso, alguns fatores favorecem o surgimento do risco nutricional em gestantes. O
enfermeiro deve estar atento aos principais. São eles:

• Adolescência;

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Unidade 9 – Nutrição da Gestante

• Gestações frequentes (03 em 02 anos)

• Pobreza;

• Má alimentação com resistência à mudança;

• Uso de tabaco e drogas;

• Baixo peso à época da gestação;

• Problemas com ganho de peso;

• Ganho de peso menor que 1kg/mês após o 1º trimestre;

• Ganho de peso maior que 1kg/mês após o 1º trimestre;

• Gestação múltipla;

• Valores baixos de hemoglobina e hematócrito.

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Enfermagem Obstétrica

10
PRINCIPAIS DISTÚRBIOS ALIMENTARES
DURANTE A GRAVIDEZ

Os comportamentos alimentares de controle de peso, como dietas restritas, vômitos e


exercícios excessivos, podem contribuir para danos no crescimento fetal por comprometer
a passagem dos nutrientes essenciais do sangue materno para o feto. Esses
comportamentos também podem levar à desnutrição materna.

Um dos obstáculos dos profissionais da saúde é o receio das gestantes em falar


sobre o problema, já que sentem medo do estigma ou de uma resposta pouco acolhedora.
Outro desafio é o de diferenciar os sintomas típicos da gravidez, como ganho de peso e
vômitos, aos relacionados ao transtorno alimentar.

Nem sempre, a alteração nutricional da gestante vai estar estampada. Por vezes,
devemos atentar a todas as informações. Durante a consulta de enfermagem, ela pode
referir algumas queixas que podem chamar nossa atenção para um possível risco
nutricional. São elas:

• Náuseas e vômitos;

• Constipação;

• Pirose;

• Pica e desejos por outros alimentos;

• Lombalgia

• Varizes:

• Doença Hemorroidária:

• Cefaleia:

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Unidade 10 – Principais Distúrbios Alimentares Durante a Gravidez

• Fadiga e sonolência:

• Leucorreia;

• Candidíase vaginal;

• Hiperêmese gravídica

Denomina-se pica todo desejo de consumir substâncias com pouco ou nenhum


valor nutricional da gravidez. Ex: vontade de comer terra, asfalto, gelo... dentre outras
coisas absurdas.

Baseado nesses fatos, vemos a importância de conhecer todos os tipos de distúrbios


relacionados a gestante. Sabemos que existem vários, como por exemplo, a bulimia e a
anorexia. E esses exemplos, também são comuns a outras mulheres, não apenas as
gestantes. Por essa razão, vamos revisar um dos distúrbios típicos da gravidez: hiperêmese.

10.1 HIPERÊMESE
A ocorrência de náuseas e vômitos ocasionais até cerca de 14 semanas de gestação é
chamada êmese gravídica, e pode ser considerada normal. A partir desse período, os
vômitos excessivos podem causar perda de peso e de líquido, desequilíbrios
hidroeletrolíticos e ácido-básico. A esse distúrbio, dá-se o nome de: Hiperêmese gravídica
ou simplesmente hiperêmese.

Em sua forma grave, a hiperêmese, ocorre em 0,3 a 2% das gestações, com vômitos
persistentes que obrigam ao jejum forçado e levam à perda de peso. A maior parte das
pacientes apresenta melhora a partir da segunda metade da gestação, mas em alguns casos
o quadro clínico pode persistir até o parto.

Tem maior incidência em primigestas, portadoras de molahidatiforme, diabetes


grave, anorexia nervosa, doenças gastrointestinais como úlcera péptica, gestantes menores
de 20 anos, obesidade e gestação multifetal.

Embora atinja mulheres grávidas há séculos e séculos, a sua etiologia ainda não é
tão bem explicada. Há vários fatores envolvidos, assim como o próprio enjoo da gravidez,
entre eles as mudanças hormonais. Os fatores de risco, mais comuns são:

• Gravidez multifetal;

• Casos de hiperêmese na família;

• Ter sofrido de hiperêmese numa gravidez anterior;

• Sofrer de enxaquecas ou de enjoos com frequência;

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(Artigo 29). 29
Enfermagem Obstétrica

• Doença hepática preexistente;

• Distúrbios da tiroide.

Seu quadro clínico pode ser classificado sob duas formas. Na sua forma média:

• Presença de episódios de vômitos de duas a quatro semanas de duração;

• Perda ponderal discreta;

• Pulso menor que 100bpm.

Na sua forma grave:

• Vômitos e náuseas persistentes;

• Face e olhos escavados;

• Língua saburrosa, áspera, quebradiça;

• Mucosas secas e pegajosas;

• Pele ressecada e inelástica;

• Quadro de choque hipovolêmico;

• Oligúria e densidade urinária elevada;

• Perda ponderal acentuada;

• Carências vitamínicas;

• Sintomas de psicose;

• Icterícia.

10.2 TRATAMENTO

• Suspender dieta oral por 24hs;

• Sedação Leve;

• Reposição de perdas fisiológicas diárias: 2.500ml de soro glicosado a 5% e 500ml


de soro fisiológico, com acréscimo de glicose 50%, Vit C e Complexo B por 48hs;

• Reposição de perdas anormais com soro fisiológico;

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Unidade 10 – Principais Distúrbios Alimentares Durante a Gravidez

• Reposição de perdas pré-existentes com soro fisiológico – 4.200ml

• Reposição de Potássio

• Vit B6, metoclopramida e antiácidos.

10.3 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

• Nas 1º consultas orientar sobre a existência dos enjôos matinais, e sobre a


importância de uma dieta balanceada;

• Na evidência da hiperêmese gravídica, encaminhar ao tratamento obstétrico;

• Colher exames laboratoriais e investigar através dos exames complementares as


causas ou complicações;

• Repor os líquidos com a administração de líquidos, eletrólitos, vitaminas e


proteínas por via parenteral;

• Suspender a dieta por 24 ou 48hs;

• Oferecer após o jejum uma dieta em pequena quantidade e seca, mais tarde
líquidos claros;

• Encorajar na evolução do tratamento e ressaltar as complicações da hiperêmese;

• Estabilizado o quadro, oferecer informações sobre a manutenção dos cuidados


no domicílio;

• Monitorar a ingestão e as perdas hídricas e os níveis de cetonúria;

• Oferecer um ambiente calmo e tranquilo dá apoio psicológico;

• Orientar a importância da higiene oral, após episódios de vômitos;

• Em casos de sialorréia, encorajar o uso de gomas de mascar;

• Administrar medicamentos sob prescrição médica;

• Se a sintomatologia estiver associada a problemas psicológicos, encaminhar


para acompanhamento especializado.

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Enfermagem Obstétrica

11
HORMÔNIOS DO PARTO

11.1 GLÂNDULA HIPÓFISE

11.1.1 FSH

Ovários: estimula o desenvolvimento do folículo, a secreção de estrógeno e a ovulação;

11.1.2 LH

Ovários: estimula a ovulação e o desenvolvimento do corpo amarelo;

11.1.3 Prolactina

Mamas: estimula a produção de leite (após a estimulação prévia das glândulas mamárias
por estrógeno e progesterona;

11.1.4 Ocitocina

Útero e mamas: secretado em quantidades moderadas durante a última fase da gravidez e


em grande quantidade durante o parto. Promove a contração do útero para a expulsão da
criança. Promove a ejeção do leite durante a amamentação.

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Unidade 11 – Hormônios do Parto

11.2 OVÁRIOS

11.2.1 Estrógeno

Diversos órgãos alvos: crescimento do corpo e dos órgãos sexuais; estimula o


desenvolvimento das características sexuais secundárias;

Hipófise: Inibe a produção de FSH e estimula a produção de LH;

Sistema Reprodutor: Estimula a maturação dos órgãos reprodutores e do


endométrio, preparando o útero para a gravidez.

11.2.2 Progesterona

Hipófise: Inibe a produção de LH;

Útero: Completa a regeneração da mucosa uterina, estimula a secreção das


glândulas endometriais e mantém o útero preparado para a gravidez;

Mamas: Estimula o desenvolvimento das glândulas mamárias para secreção láctea.

11.3 PLACENTA

11.3.1 HCG

Corpo Lúteo: Estimula a produção de progesterona e estrógeno; inibe a menstruação e


nova ovulação.

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(Artigo 29). 33
Enfermagem Obstétrica

12
INTERCORRÊNCIAS CLÍNICAS MAIS
FREQUENTES DURANTE A GESTAÇÃO

12.1 SÍNDROMES HEMORRÁGICAS


As mais importantes situações hemorrágicas na gravidez são:

Primeira metade: abortamento, descolamento cório-amniótico, gravidez ectópica,


neoplasia trofoblástica gestacional benigna (mola hidatiforme);

Segunda metade: placenta prévia (PP), descolamento prematuro da placenta


(DPP).

12.2 ABORTAMENTO
É a interrupção da gestação antes do início do período perinatal, definido pela OMS (CIE
10) a partir de 22 semanas completas (154 dias) de gestação, quando o peso ao nascer é
normalmente de 500g.

Costuma-se classificar o aborto como precoce quando ocorre antes de 13 semanas


da gravidez, e como tardio quando se dá entre as 13 e 22 semanas.

O diagnóstico das diferentes formas clínicas pode ser realizado através de sinais e
sintomas e dos exames complementares. O atraso menstrual, a perda sanguínea uterina e a
presença de cólicas no hipogástrio são dados clínicos a serem considerados.

O exame ultrassonográfico é definitivo para o diagnóstico de certeza entre os


principais tipos de aborto. São eles:

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Unidade 12 – Intercorrências Clínicas mais Frequentes Durante a Gestação

• Espontâneo: Acontece sem qualquer interferência externa;

• Provocado ou Induzido: Ocorre em decorrência da destruição do ovo sadio e


normalmente implantado.

Pode ser:

• Terapêutico: no caso de estupro e de risco de vida materna;

• Criminoso: não existe indicação legal.

• Aborto evitável: presença de saco embrionário íntegro e/ou concepto vivo;

• Aborto incompleto: presença de restos ovulares;

• Aborto retido: presença de concepto morto ou ausência de saco embrionário.

12.3 GRAVIDEZ ECTÓPICA


Corresponde à nidação do ovo fora da cavidade uterina. A mulher, frequentemente,
apresenta história de atraso menstrual, teste positivo para gravidez, perda sanguínea uterina
e dores no baixo ventre.

No exame físico, avaliam-se condições gerais, sinais de irritação peritoneal etc.

12.4 MOLA HIDATIFORME


É a degeneração cística das, que se apresentam sob a forma de aglomerado de vesículas
claras, semelhantes a um cacho de uvas.

• Principais sinais e sintomas

• Náuseas e vômitos frequentes;

• Aumento rápido do útero, desproporcional à idade gestacional;

• Útero de consistência mole;

• Hipertensão, edema e proteinúria antes da 24ª semana;

• Hemorragias espontâneas, indolores e sem causa aparente;

• Diminuição do volume uterino após o sangramento;

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(Artigo 29). 35
Enfermagem Obstétrica

• Eliminação de vesículas por via vaginal;

• Alteração do estado geral da gestante: emagrecimento, palidez, dispneia e


taquicardia;

• Ausência de BCF, de esqueleto e de movimentos fetais.

12.5 ALTERAÇÕES NO VOLUME DO LÍQUIDO AMNIÓTICO


É uma patologia do sistema amniótico, que se caracteriza pela alteração da quantidade
normal de líquido amniótico. Próximo ao termo, essa quantidade varia entre 500 a 1700
ml. De etiologia desconhecida, sua instalação pode ser súbita ou gradual.

12.6 TOXEMIA GRAVÍDICA


A toxemia gravídica é uma doença multissistêmica que costuma ocorrer na segunda
metade da gestação, caracterizada por hipertensão e proteinúria. Nas suas formas graves,
instala-se a convulsão, e a doença antes chamada pré-eclâmpsia, passa a ser denominada
eclampsia.

A pré-eclâmpsia é um processo dinâmico; a caracterização de “pré-eclâmpsia leve”


aplica-se apenas ao momento do diagnóstico, pois a toxemia, por natureza, é progressiva.
Para o tratamento adequado da doença, é mandatória a reavaliação frequente para
surpreender sinais graves de comprometimento. Além disso, sabe-se que a pré-eclâmpsia
pode piorar ou se apresentar pela primeira vez no pós-parto, tornando-se cenário maior
para efeitos adversos maternos.

Para maiores informações sobre A Toxemia gravídica, realize estudos no curso


Atualizações em Síndromes Hipertensivas da Gravidez, já disponível no site Enfermagem a
Distância.

12.7 DESLOCAMENTO PREMATURO DE PLACENTA (DPP) E


PLACENTA PRÉVIA (PP)
DPP é a separação precoce da placenta antes da expulsão do feto. Qualquer área de
deslocamento, seja ela parcial ou total, provoca hemorragias, que podem ser ocultas ou
exteriorizadas. PP é a inserção ou implantação da placenta no segmento inferior do útero.

Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem Obstétrica" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme
a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do
36 autor (Artigo 29).
Unidade 12 – Intercorrências Clínicas mais Frequentes Durante a Gestação

• Pode ser dos seguintes tipos

• Placenta Prévia Total: a placenta cobre completamente o orifício cervical interno;

• Placenta Prévia Parcial: a placenta cobre apenas parte do orifício cervical interno;

• Placenta Prévia Marginal (ou lateral): a placenta atinge a margem do orifício


cervical interno, portanto, sem a sua obstrução.

12.8 AMNIORREXE PREMATURA


Consiste na rotura nas membranas antes do início do trabalho de parto, situação que
aumenta a morbimortalidade materna e perinatal, advinda da possibilidade de infecção da
cavidade uterina. Essa situação aumenta com o nº de horas decorridas entre a rotura das
membranas e o parto.

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(Artigo 29). 37
Enfermagem Obstétrica

13
O PARTO

Parto é o processo fisiológico onde o produto da concepção, tendo alcançado grau


adequado de desenvolvimento, é eliminado do útero materno.

Para definir o parto normal devem ser considerados o risco da gravidez e a


evolução do trabalho de parto. É bom ter em conta que uma grávida considerada de baixo
risco no início do trabalho de parto, pode vir a ter complicações.

Por outro lado, muitas grávidas de alto risco ao final têm uma evolução sem
complicações. Sendo assim, é necessário uma avaliação rigorosa das necessidades da
parturiente e do prognóstico do parto para uma boa tomada de decisão em relação ao parto
e para uma boa assistência.

A OMS define parto normal como “aquele cujo início é espontâneo e sem risco
identificado no início do trabalho, assim permanecendo até o parto. A criança nasce
espontaneamente, em posição de vértice, entre 37 e 42 semanas completas de gestação.
Após o parto, mãe e filho estão em boas condições”.

O início do trabalho de parto às vezes é de difícil identificação. Os indícios de que a


grávida está chegando ao trabalho de parto são:

• Perda do tampão mucoso, que pode ocorrer no dia, ou dias antes do parto;

• Contrações abdominais, que normalmente ocorrem 2 a 3 contrações a cada 10 min,


durando de 30 a 45 segundos, cada. Geralmente se iniciam de forma indolor e com
frequência irregular, mas com o tempo se tornam dolorosas e regulares.

• Ruptura da bolsa - perda de líquido em grande quantidade, normalmente sem cheiro


ou cor. Nem sempre há o rompimento da bolsa antes da chegada à maternidade, a
mesma se rompe com a evolução do trabalho de parto.

• O trabalho de parto pode ser dividido em quatro períodos ou estágios bem


definidos:

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38 autor (Artigo 29).
Unidade 13 – O Parto

13.1 1º PERÍODO – DILATAÇÃO


Este período inicia-se com as contrações do útero, com frequência e intensidade que
aumentam com o avanço do processo. O tempo médio do parto na sua fase ativa é de cerca
de um centímetro por hora, até completar os 10 centímetros.

Neste período a saúde fetal é acompanhada pela ausculta do coração fetal, no pré-
parto. O suporte emocional a gestante neste período é fundamental, reduzindo a dor,
facilitando o parto normal.

13.2 2º PERÍODO – NASCIMENTO


Com a dilatação completa o bebê estará passando pelo canal vaginal. A pressão da cabeça
do bebê sobre a vagina irá dar a sensação de evacuação eminente.

O período de expulsão pode durar de alguns minutos até 20 ou 30 minutos


dependendo da situação.

A respiração da gestante neste período é de extrema importância, respirando entre


as contrações, e respirando 3 vezes e mantendo o pulmão cheio para fazer a força
necessária para o nascimento do bebê.

A episiotomia é realizada somente quando necessário, é feita anestesia local e


cortada para a passagem do bebê, que é aspirado e colocado no colo da mãe, onde é
cortado o cordão umbilical, secado, aquecido e colocado para mamar. Este é um momento
inesquecível da vida de um casal.

13.3 3º PERÍODO – DEQUITAÇÃO OU DELIVRAMENTO


Com uma sensação semelhante ao nascimento, porém em escala bem inferior, ocorre à
saída da placenta, que pode demorar até 30 min.

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(Artigo 29). 39
Enfermagem Obstétrica

13.4 4º PERÍODO - PRIMEIRA HORA APÓS O PARTO


Nesta primeira hora depois do parto observa-se principalmente a contração uterina e o
sangramento vaginal. A paciente para a recuperação e permanece lá por 4 a 6 horas, sendo
depois levada para o quarto.

Alívio para as contrações.

Quando o trabalho de parto começa a incomodar a grávida precisa de posições


variadas que tragam alívio e conforto.

Observar a presença do globo de segurança de Pinard; Observar sangramento


vaginal e controlar os sinais vitais de 15 em 15 minutos, principalmente a pressão arterial.

13.5 CESARIANA
A cesariana ou parto cesáreo, é um procedimento cirúrgico originalmente desenvolvido
para salvar a vida da mãe e/ou da criança, quando ocorrem complicações durante a
gravidez ou o parto normal.

É, portanto, um recurso utilizável quando surge algum tipo de risco para a mãe, o
bebê ou ambos, durante a evolução da gravidez e/ou do parto. Como todo procedimento
cirúrgico, a cesárea não é isenta de riscos.

A escolha de qualquer intervenção médica, em termos éticos, deve basear-se no


balanço entre riscos e benefícios. No Brasil e em outros países, no entanto, a cesárea tem
sido abusivamente utilizada, sem benefícios para as mulheres e recém natos.

13.6 DICAS ÚTEIS


Todos os órgãos, principalmente os genitais, se recuperam das alterações ocorridas ao
longo da gravidez e do parto e nessa fase se inicia a lactação.

Recomenda-se uma visita domiciliar na primeira semana após a alta do bebê. Caso
o RN tenha sido classificado como de risco, essa visita deverá acontecer nos primeiros 3
dias após a alta. Uma vez que boa parte das situações de morbidade e mortalidade materna
e neonatal acontecem na primeira semana após o parto, o retorno da mulher e do recém-
nascido ao serviço de saúde deve acontecer logo nesse período.

Ver maiores informações sobre má formação congênita no curso de


Atualização em Embriologia.

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Unidade 14 – Puerpério

14
PUERPÉRIO

O puerpério consiste no período do ciclo gravídico-puerperal em que as modificações


locais e sistêmicas, provocadas pela gravidez e parto no organismo da mulher, retornam à
situação do estado pré-gravídico. (BRASIL, 2005)

Este período inicia-se uma a duas horas após a saída da placenta e o seu término
ocorre com o fim da amamentação.

O Puerpério pode ser dividido em:

• Imediato: 1º ao 10º dia;

• Tardio: 11º ao 42º dia;

• Remoto: a partir do 43º dia.

14.1 ALTERAÇÕES ANATÔMICAS E FISIOLÓGICAS NO


PUERPÉRIO
Sinais Vitais: Aumento da Temperatura axilar (36,8º - 37,9º) nas primeiras 24 horas e
calafrios (após 24 horas, se a mulher não estiver normotérmica, investigar uma infecção;
frequência cardíaca diminui para 50-70 bpm nos primeiros 6-8 dias pós-parto e; a pressão
arterial permanece estável; Restabelecimento do padrão respiratório; retorno das vísceras
abdominais a sua situação original; aumento do volume urinário; pode ocorrer leucocitose,
pele seca e queda de cabelo; estrias; alteração do humor com labilidade emocional.

Involução Uterina: A queda repentina do estrogênio é a principal causa. Nas


primeiras 2 horas, o fundo do útero está localizado na linha média entre a cicatriz umbilical

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(Artigo 29). 41
Enfermagem Obstétrica

e a sínfise púbica, evoluindo cerca de 1 cm ao dia e depois de 10 dias, o útero não é mais
palpável. Em casos de atonia uterina, massagear vigorosamente.

Contrações Uterinas: Liberação de ocitocina durante a amamentação estimula o


útero a contrair-se, propiciando sensações de cólicas.

Lóquios: São perdas vaginais após o parto, constituídas de secreções resultantes da


produção de exsudatos e transudatos com elementos celulares escamados e sangue, que
procedem da ferida placentária, do colo do uterino e da vagina.

14.1 COMPLICAÇÕES PUERPERAIS: SINAIS DE ALERTA

• Sangramentos vaginais de cor vermelho vivo;

• Odor fétido dos lóquios;

• Mamas doloridas com áreas hiperemiadas;

• Dor à micção;

• Temperatura elevada, acima de 38ºC, evidenciada duas vezes seguidas com


intervalos de seis horas.

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Avaliação

AVALIAÇÃO

Responda a avaliação abaixo em sua conta, no site


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ou superior a 60% para poder emitir o seu certificado.

1. Hormônio que estimula a maturação dos órgãos reprodutores e do endométrio,


preparando o útero para a gravidez:

a. Prolactina;

b. Ocitocina;

c. Progesterona;

d. Estrógeno.

2. Os sinais de gravidez podem classificar-se em três tipos. Assinale a alternativa que


define os sinais de certeza.

a. Amenorreia, Fadiga e Náuseas matinais;

b. Ultrassonografia obstétrica, Ausculta dos batimentos cardíacos fetais (BCF) e


Palpação dos movimentos fetais;

c. Sinal de Hegar, testes b-hCG positivos e sinal de Goodell

d. Ptialismo, aumento ou diminuição do apetite; aversão a odores.

3. A ocorrência de vômitos incontroláveis e persistentes durante grande parte da gestação,


podem provocar subalimentação e desidratação. Estamos falando sobre que distúrbio
alimentar?

a. Bulimia;

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b. Anoxeria;

c. Hiperêmese;

d. Compulsão alimentar.

4. São sinais de complicações puerperais:

a. Sangramentos vaginais de cor vermelho vivo; Odor fétido dos lóquios e


Temperatura elevada, acima de 38ºC, evidenciadas duas vezes seguidas com
intervalos de seis horas.

b. Ausência de sangramento e aumento da temperatura, de 0,5ºC;

c. Mamas doloridas com áreas hiperemiadas; Dor à micção e temperatura baixa,


menor que 36,5ºC;

d. Ausência de lóquios, temperatura baixa e mamas indolores.

5. São fatores de influência para uma gestação de alto risco:

a. Idade materna inferior a 15 anos e superior a 35 anos; Exposição a fatores


teratógenos e Antecedentes de abortos espontâneos repetidos;

b. Idade paterna superior aos 50 anos; idade materna superior a 20 anos e menor que
30 anos;

c. Exposição a fatores teratógenos; idade paterna menor que 40 anos e filhos a termos;

d. Antecedentes de parto prematuro, prematuridade e / ou morte intraútero; Retardo de


crescimento intrauterino (RCIU); gemelaridade e vacinação prévia.

6. De acordo com o Deslocamento Prematuro da Placenta (DPP) e Placenta Prévia(PP),


sabemos que pode ocorrer de algumas maneiras diferente. As alternativas estão
corretas, exceto:

a. Placenta prévia total;

b. Pré-eclâmpsia;

c. Placenta prévia parcial;

d. Placenta prévia marginal

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44 autor (Artigo 29).
Avaliação

7. O início do trabalho de parto às vezes é de difícil identificação. Os indícios de que a


grávida está chegando ao trabalho de parto são:

a. Perda do tampão mucoso, onde ocorre exclusivamente no dia.

b. O trabalho de parto pode ser dividido em quatro períodos ou estágios bem


definidos: Dilatação e Nascimento;

c. Embotamento afetivo; Contrações abdominais, que normalmente ocorrem 2 a 3


contrações a cada 10 min, durando de 30 a 45 segundos, cada.

d. Ruptura da bolsa - pois sempre há o rompimento da bolsa antes da chegada à


maternidade.

8. O atendimento pré-natal é o momento para o rastreamento das gestantes para possíveis


distúrbios psiquiátricos. O que pode não ser feito pelo enfermeiro?

a. Aplicar um processo educativo para essas gestantes;

b. Investigar os sintomas e a história de cada paciente;

c. Realizar avaliação dos fatores de risco;

d. Prescrever medicamentos psicotrópicos.

9. São fatores de risco psicossociais relacionados à depressão maior no puerpério:

a. Gestação não planejada;

b. Tentativa de interromper a gestação;

c. Sentimentos negativos em relação à criança;

d. Todas as alternativas acima estão corretas.

10. Em relação a vacina dTpa, assinale a opção correta:

I. Na administração da dTpa, pode ser administrada na mesma ocasião de outras


vacinas.

II. Em gestantes vacinadas com três doses de dT e com dose de reforço há menos de
cinco anos, não há necessidade de uma nova dose de dTpa.

III. Previne contra tétano e coqueluche.

IV. Indicada a partir da 20ª semana. Preferencialmente entre a 27ª e a 36ª semana.

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(Artigo 29). 45
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a. V – F – V - V

b. V – V – F - F

c. F – V – V – F

d. V – F – V - F

11. Quais dos seguintes sintomas são comuns em mulheres que desenvolvem toxemia
gravídica durante a gestação?

a. Diminuição da pressão arterial.

b. Edema leve nas extremidades.

c. Aumento moderado de peso.

d. Hipertensão arterial e presença de proteína na urina.

12. Fazem parte do diagnóstico clínico complementar da Pré-Eclâmpsia Leve, exceto:

a. Proteinúria;

b. Diabetes Mellitus;

c. Ácido úrico;

d. Uréia e Creatinina.

13. Sabe-se que a adesão das mulheres ao pré-natal está relacionada com a qualidade de
assistência prestada pelo serviço e elos profissionais de saúde, o que, em última análise,
será essencial para redução dos elevados índices de mortalidade materna e perinatal
verificados no Brasil. Qual é a importância da atenção no pré-natal para a saúde
materna e fetal?

a. O pré-natal constante não tem impacto significativo na saúde materna e fetal.

b. A atenção no pré-natal ajuda a reduzir os riscos de complicações durante a gestação


e no parto.

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46 autor (Artigo 29).
Avaliação

c. O pré-natal é útil apenas para monitorar o crescimento do feto, sem conter tantos
benefícios para a saúde da gestante.

d. A atenção no pré-natal é necessária a partir os últimos 06 meses da gravidez.

14. A maioria das gestações evolui sem problemas e a maioria das complicações pode ser
tratada. As Síndromes Hipertensivas apresentam duas etiologias completamente
diferentes. São elas:

a. Hipertensão induzida pelo puerpério; hipertensão arterial aguda preexistente à


gestação;

b. Hipertensão arterial crônica existente após a gestação; hipertensão induzida pela


gestação;

c. Hipertensão induzida pelo parto; hipertensão arterial crônica pós-parto;

d. Hipertensão induzida pela gestação; hipertensão arterial crônica preexistente à


gestação.

15. É a separação precoce da placenta antes da expulsão do feto. Qualquer área de


deslocamento, seja ela parcial ou total, provoca hemorragias, que podem ser ocultas ou
exteriorizadas. Isso é característica de:

a. DPP e PP;

b. Hepatite B;

c. Pré-eclâmpsia;

d. Hipertensão;

16. O diabetes mellitus é uma doença metabólica crônica, caracterizada por hiperglicemia.
Quando associado à gravidez pode ser classificado como:

a. Diabetes gestacional, diagnosticado durante a gravidez ou Diabetes pré-gestacional,


que seria um diabetes prévio à gravidez, podendo ser do tipo 1, tipo 2 ou outros;

b. Diabetes não gestacional, diagnosticado após a gravidez ou Diabetes pré-


gestacional, que seria um diabetes prévio à gravidez, podendo ser do tipo 1, tipo 2
ou outros;

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c. Diabetes gestacional, diagnosticado durante a gravidez ou Diabetes pré-gestacional,


que seria um diabetes prévio à gravidez, sendo exclusivamente do tipo 2;

d. Tipo 1 e tipo 2.

17. Considera-se o rastreamento positivo quando houver:

a. Presença de no mínimo 04 fatores de risco;

b. Alteração da glicemia de jejum < 65mg/dl e < 76mg/dl;

c. Presença de fator de risco e/ou glicemia de jejum < 92 mg/dl e < 126mg/dl;

d. Presença de fator de risco e/ou glicemia de jejum < 106 mg/dl e < 126mg/dl, apenas
após a 38ª semana.

18. Não é função do enfermeiro durante a assistência pré-natal da gestante com diabetes
gestacional:

a. Prescrição de hipoglicemiantes orais;

b. Orientações sobre à autoaplicação de insulina e controle de glicemias capilares;

c. Reconhecimento de sinais e sintomas de hipoglicemia;

d. Orientações sobre o autocuidado e reforço das recomendações terapêuticas.

19. A ocorrência de náuseas e vômitos ocasionais até cerca de 14 semanas de gestação é


chamada êmese gravídica, e pode ser considerada normal. A partir desse período, os
vômitos excessivos podem causar perda de peso e de líquido, desequilíbrios
hidroeletrolíticos e ácido-básico. De acordo com os riscos comuns da hiperêmese as
alternativas estão corretas, EXCETO:

a. Gravidez multifetal;

b. Perda ponderal discreta;

c. Pirose;

d. Mucosas secas e pegajosas;

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48 autor (Artigo 29).
Avaliação

20. Durante a gestação, a adoção de hábitos saudáveis desempenha um papel crucial no


desenvolvimento fetal e na saúde materna. Considerando essa perspectiva abrangente,
assinale a alternativa que aborda corretamente as práticas recomendadas para promover
uma gravidez saudável, levando em consideração fatores como nutrição, atividade
física e cuidados médicos.

a. Ignorar a ingestão de nutrientes essenciais, uma vez que o feto se desenvolve


independentemente da dieta materna.

b. Manter uma dieta rica em alimentos orgânicos e não orgânicos, pois estes também
são convenientes durante a gestação.

c. Evitar a prática de qualquer atividade física para minimizar o risco de lesões


durante a gravidez.

d. Adotar uma dieta equilibrada, rica em nutrientes como ácido fólico e ferro, praticar
atividade física leve regularmente e realizar consultas pré-natais para monitorar a
saúde materna e fetal.

21.

22.

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(Artigo 29). 49
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REFERÊNCIAS

Aproveite para estudar também as referências bibliográficas e ampliar ainda


mais o seu conhecimento.

BRASIL. Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986. Dispõe sobre a regulamentação do


exercício da enfermagem, e dá outras providências. Brasília: 1986. Disponível em:
<http://www.cofen.gov.br/lei-n-749886-de-25-de-junho-de-1986_4161.html>

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações


Programáticas Estratégicas. Área Técnica de Saúde da Mulher. Pré-natal e puerpério.
Brasília: Ministérios da Saúde, 2006. Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_pre_natal_puerperio_3ed.pdf>

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações


Programáticas Estratégicas. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher:
Princípios e Diretrizes. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2011. Disponível em: <
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_mulher_principios_diretrizes.
pdf>

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção


Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco. Brasília: Editora do Ministério da Saúde,
2013. Disponível
em:<http://dab.saude.gov.br/portaldab/biblioteca.php?conteudo=publicacoes/cab32>

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Área Técnica de Saúde da


Mulher. Gestação de alto risco: Manual técnico. Brasília: Ministério da Saúde, 2010.
Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/gestacao_alto_risco.pdf>

CAMARGOS, A. et al. Ginecologia Ambulatorial. 2 ed. Belo Horizonte: Coopmed,


2008.

FERREIRA, C.A.; REZENDE, J; MONTENEGRO, C.A.B. Obstetrícia Fundamental.


10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.

FERREIRA, J. Ginecologia e Obstetrícia para Estudantes. São Paulo: Biblioteca 24


horas, 2008.

FREITAS, F. Rotinas em Obstetrícia. 6ª ed. São Paulo: Artmed, 2011.

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50 autor (Artigo 29).
Referência

FREITAS, F; MENKE, CH; RIVOIRE, W. Rotinas em Ginecologia. 5 ed. Porto Alegre:


Artes Médicas Sul. 2008.

LOWDERMILK, D.L.; PERRY, S.E.; BOBAK, I.M. O Cuidado em Enfermagem


Materna, 5ª ed. São Paulo: Artmed, 2002.

LOWDERMILK, D.L.; PERRY, S.E.; CASHION K.; ALDEN, K.R. Saúde da mulher e
Enfermagem Obstétrica, 10ª ed. São Paulo: Artmed, 2010.

MONTENEGRO, C.A.B.; REZENDE FILHO, J. Rezende obstetrícia. 13. ed. - Rio de


Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.

NEME, B. Obstetrícia Básica. 3ª ed. São Paulo: Sarvier, 2004.

REZENDE, J. Obstetrícia. 13ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 2014.

ZUGAIB, M. FRANCISCO, R.P.V. Zugaib Obstetrícia. 3ª ed. São Paulo: Manole, 2016.

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