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ANA PAULA – XXII

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GINECOLOGIA – ATD1

embriologia genital
Prof. Claudio Marcellini

• GÔNADAS:
- ovários
• VIAS GENITAIS:
- tubas uterinas
- útero
- vagina
- vulva ou pudendo feminino

SUPERIOR → tubas uterinas (ovidutos)


corpo uterino
INFERIOR → colo uterino (cérvix)
vagina
vulva
O trato genital feminino superior e inferior é separado pelo óstio interno. Essa estrutura é
importante porque a vagina possui muitos microrganismos, enquanto o trato superior não possui.
O colo do útero possui uma série de mecanismos que não permitem que esses microrganismos
ascendam da vagina para a cavidade do útero e para as tubas uterinas, já que existe essa
comunicação.
• MECANISMOS DO COLO DO ÚTERO:
- pregas palmadas → impedem mecanicamente
- muco → apresenta enzimas
Durante a vida sexual ativa se adquire infecções que podem causar uma cervicite muito
purulenta, como a gonorreia ou clamídia. Tem um momento no ciclo menstrual em que o
mecanismo de proteção contra a ascensão se perde → na fase menstrual.
Portanto, durante a fase menstrual a infecção pode ascender à cavidade uterina, podendo
causar uma endometrite, salpingite (infecção das tubas) e, posteriormente, uma peritonite.
Logo após o termino da menstruação, na fase proliferativa, essa mulher pode passar a
apresentar sintomas.
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6% dos lactentes com malformações


20% dos óbitos perinatais
10% das malformações são genitais e urinárias → 70% causa desconhecida; 20% genética
hereditária e 10% de fatores ambientais.

I – GENÉTICO OU CROMOSSÔMICO:
As vezes em uma situação de duvida é necessário fazer o cariótipo.

X e Y são os cromossomos sexuais.


No braço curto do cromossomo Y tem um gene chamado SRY. Esse gene produz uma proteína
chamada fator determinante testicular. Portanto, as células que possuem esse gene vão formar
o testículo como gônada.
O testículo produz duas substâncias:
- testosterona (células de Leydig) → faz com que se desenvolva as vias seminíferas (epidídimo,
ducto deferente, ducto ejaculatório).
- fator de inibição mulleriana (células de Sertoli) → impede o desenvolvimento do ducto de
Muller
Na ausência do testículo:
Não produzir o fator de inibição mulleriano, desenvolvendo via genital feminina, e não
desenvolve a via seminífera, porque não vai ter testosterona.
OBS: pode ter um cariótipo XY, mas com o SRY deletado, translocado ou alterado, dessa forma o
homem pode ter fenótipo feminino e azoospermia (como na Síndrome de Klinefelter).
Se tiver testículo e produzir testosterona, o fenótipo será masculino. Portanto, quem determina o
fenótipo é a testosterona. Contudo, se apresentar um defeito no receptor de testosterona, vai
apresentar fenótipo feminino. Assim como ter um defeito na enzima que transforma a
testosterona na sua forma ativa, a hidrotestosterona.
II – GONADAL E DUCTAL:
As gônadas são determinadas pela presença ou não da testosterona, que por sua vez depende
do gene SRY.
III – SOMÁTICO OU FENOTÍPICO
IV – CIVIL
V – PSICOSOCIAL
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Quando o ovário está se formando células


germinativas (oogônias) colonizam a gônada
em formação. Essas células germinativas
acabam sendo envolvidas por uma camada de
células chamadas de células da granulosa, o
que forma o folículo.
Na vida intrauterina a mulher apresenta
aproximadamente 7 mi de células germinativas.
Quando nasce, apresenta de 1 a 2 milhões.
Já na puberdade tem de 300 a 400 mil células
germinativas.
Portanto, há um processo de redução da
quantidade de células germinativas.
Durante a vida a mulher:
Ovula 12 meses por ano durante 30 anos →
utiliza 360 óvulos.
Portanto, de 300 mil oócitos, a mulher utiliza
apenas cerca de 360.
De início, as células germinativas são diploides (XX ou XY). Quando começa a proliferação das
células da granulosa forma uma cavidade chamada de antro, até chegar no folículo maduro,
chegando ao meio do ciclo, onde ocorre a primeira divisão meiótica. Portanto, quando ovula, o
ovulo é haploide (22X). Sofre uma segunda divisão meiótica quando ocorre a fecundação.
Portanto, a mulher dá origem a apenas um óvulo.
Esse óvulo é fecundado e passa a ser chamado de zigoto ou ovo.

A fecundação do óvulo ocorre na ampola da tuba uterina. O zigoto é transportado até o útero,
conforme caminha pela tuba até chegar na cavidade uterina vai sofrendo uma transformação.
Essa célula que era única vai se dividindo e formando a mórula.
Depois da mórula, quando chega na cavidade uterina, forma uma massa celular em uma
extremidade e uma cavidade, passando a ser chamada de blastocisto.
O blastocisto se implanta no endométrio gravídico, que se chama decídua. Começando o
desenvolvimento embrionário.
CAMADAS DA MASSA CELULAR INTERNA:
- epiblasto
- hipoblasto
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Essas duas lâminas vão formar os 3 folhetos embrionários: mesoderma, endoderma e ectoderma.
Na imagem C tem-se o embrião dentro da cavidade amniótica.
O mesoderma intermediário forma a crista urogenital, que dará origem ao sistema excretor do
embrião e à gônada. No interior da crista urogenital há células germinativas. Portanto, a crista
urogenital é formada pelo mesoderma intermediário.

A crista urogenital dará origem à gônada e ao sistema excretor.


O sistema excretor do embrião passa por 3 fases distintas:
- pronefro (não é funcionante e dura uma semana)
- mesonefro
- metanefro (dará origem ao rim definitivo)
O embrião tem o desenvolvimento, portanto, de 3 sistemas excretores.
O desenvolvimento do sistema urinário, das glândulas suprarrenais, do sistema genital e dos
canais inguinais ocorrem concomitantemente.

• DESENVOLVIMENTO DAS GÔNADAS:


De início as gônadas são indiferenciadas e são formadas na crista urogenital que é de origem
mesodérmica.
Para dentro dessa crista urogenital começam a migrar células germinativas. Algumas dessas
células germinativas são XX, outras são XY.
Essa fase indiferenciada está em torno da 4/5ª semana embrionária (a semana embrionária é
contada a partir da fecundação).
As células germinativas que possuem XY determinam o desenvolvimento do testículo.

As células germinativas estão migrando para a crista urogenital. Essa crista vai formar duas:
mediana e lateral.
A mediana vai dar origem à gônada, enquanto a crista lateral vai dar origem ao rim
intermediário (mesonefro).
O mesonefro precisa levar essa excreta até a cloaca para ser exteriorizada, o que é feito por
meio do ducto mesonéfrico (ducto de Wolff).
A cloaca recebe as excretas do digestório e do mesonefro.
Posteriormente, ainda na fase indiferenciada, vai aparecer um segundo ducto a partir de uma
invaginação da crista genital. Assim, a mulher vai apresentar 2 ductos → mesonéfrico e
paramesonéfrico (de Wolff e Muller).
O ducto mesonéfrico se degenera e desaparece, assim como o mesonefro, nas mulheres. Em
homens, o ducto mesonéfrico forma a via seminífera.
O mesonefro dará origem ao metanefro que é o rim definitivo.
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O ducto paramesonéfrico tem seu desenvolvimento impedido nos homens por causa da
presença do fator de inibição mulleriano. Enquanto se desenvolve nas mulheres e forma o ducto
mulleriano.

TESTÍCULO:

A partir da superfície da gônada começam a aparecer cordões


medulares. Esses cordões vão dar origem aos túbulos seminíferos e a
rede testicular.
O ducto mesonéfrico (de Wolff) vai dar origem ao ducto deferente.
Enquanto o ducto de Muller regride por causa da influência do fator
de inibição mulleriano.
Essa gônada começou a se desenvolver por causa da influência do
gene SRY, passando a produzir testosterona e fator de inibição
mulleriano. A testosterona desenvolveu o ducto mesonefrico,
enquanto o fator de inibição mulleriano fez o paramesonéfrico
regredir.

OVÁRIO:
O desenvolvimento do ovário começa semelhante ao desenvolvimento
do testículo.
Primeiro apareceram os cordões medulares que desaparecem e ficaram
apenas resquícios.
Surgiram posteriormente uma segunda ordem de cordões: os cordões
corticais.
Os cordões corticais envolvem as células germinativas → folículos
primários.
Como a testosterona está baixa, o ducto mesonéfrico não se desenvolve.
Por outro lado, como não há fator de inibição mulleriana, vai ter
desenvolvimento do ducto de muller.

Na 7ª semana a cloaca sofre uma diferenciação promovida pelo


septo urorretal, sendo dividida em 2 partes (anterior e posterior). A
parte anterior dá origem ao seio urogenital (origina uretra, bexiga
e vagina) e a posterior dá origem ao canal anorretal.
O septo urorretal encosta na pele e forma o períneo entre a
vagina e o ânus.

Ao mesmo tempo em que o mesonefro está regredindo, o


metanefro está se desenvolvendo.
O septo urorretal vai dividir a cloaca em uma parte anterior e outra
posterior.
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Na nona semana o ducto de Wolff está se degenerando, enquanto


o ducto de muller está indo na direção ao seio urogenital, o que vai
dar origem ao útero, tuba uterina e parte da vagina.
Nessa fase já tem o rim definitivo.
Com 12 semanas já está tudo diferenciado.

RESTOS EMBRIONÁRIOS:
Há restos embrionários do ducto de Wolff que são importantes
porque podem formar cistos, como epóoforo, paraooforo e cisto
de Gartner.

ANOMALIAS:
O ducto paramesonefro vem dos
dois lados e se unem na linha
mediana. Podem aparecer
algumas anormalidades quando
essa fusão não ocorre
corretamente, podendo formar um
útero duplo, útero bicorno,
unicorno (anomalia de
desenvolvimento).
Quando a mulher apresenta um
útero unicorno pode também
apresentar uma agenesia renal
associada.
• DIVISÃO DA CLOACA E FORMAÇÃO DO SEIO UROGENITAL:
A cloaca é dividida pelo septo urorretal, formando o seio urogenital na parte anterior e o canal
anorretal na posterior.
O ducto paramesonéfrico, que ainda não regrediu, encosta no seio urogenital (origem
endodérmica), formando um abaulamento dentro do seio, esse abaulamento se chama
tubérculo de muller.
Quando encosta, o seio endodérmico reage e empurra o ducto de muller de volta, o que forma
a lâmina epiteliovaginal.
Assim, a maior parte da vagina é de origem mulleriana, o terço inferior da vagina e o hímen são
de origem do seio urogenital.
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Hoje acredita-se que a maior parte da vagina tem origem do seio urogenital, diferente
da primeira teoria descrita acima:
Parte superior da vagina → origem do ducto mulleriano
Dois terços inferiores da vagina → origem do seio urogenital
Portanto, do ducto mulleriano se origina a tuba, útero e terço superior da vagina.

• DESENVOLVIMENTO DA GENITÁLIA EXTERNA:


A genitália externa, assim como a interna, apresenta
uma fase indiferenciada e bipotencial, constituindo-se de
tubérculo genital, seio urogenital e dobras labioescrotais.
Acima da membrana cloacal surge o tubérculo genital (dará
origem ao clitóris na mulher e a glande do pênis no homem) e
as pregas/eminências labioescrotais (darão origem aos lábios
maiores na mulher e ao escroto no homem); ao redor na
membrana cloacal surgem as pregas uretrais (darão origem
aos lábios menores na mulher e a face ventral do pênis no
homem).
A masculinização da genitália indiferenciada é induzida pela
testosterona.
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propedêutica ginecológica
Prof. Maria Silvia

- anamnese
- exame físico geral
- exame físico específico/ginecológico

• QUEIXA E DURAÇÃO
• HPMA/ISDA:
Caracterizar muito bem a queixa do paciente.
Se for dor → intensidade da dor (0-10), quanto limita o dia a dia da pessoa
Fatores de melhora e piora
Sintomas associados
Tratamentos e exames anteriores
• ANTECEDENTES PESSOAIS:
DM ou HAS → não podem utilizar anticoncepcional combinado (opta-se por métodos de
barreira) – anti-hipertensivo associado a anticoncepcional aumenta o risco de tromboembolismo
Uso de medicações → a interação medicamentosa (ex: no caso de tomar anticoncepcional e
antibiótico, deve-se dar um intervalo entre os dois comprimidos, não ingerir os dois ao mesmo
tempo, para que não diminua a eficácia) – o ideal é que o anticoncepcional não seja tomado
junto com outros remédios
Antecedentes cirúrgicos
Hábitos pessoais (tabagismo) – o cigarro associado ao anticoncepcional aumenta o risco de
AVC tanto isquêmico como hemorrágico
• ANTECEDENTES FAMILIARES:
• Neoplasias malignas → para fazer rastreamento de câncer de mama (perguntar grau de
parentesco e a idade em que ocorreu)
• DM/HAS
• Osteoporose
• Doenças infecto contagiosas (se a mãe teve hepatite, por exemplo)
• ANTECEDENTES GINECOLÓGICOS:
• Menarca (idade da primeira menstruação)
• Menopausa (ultima menstruação depois que a mulher fica um ano sem menstruar) → antes
de ficar um ano inteiro sem menstruar, o ciclo começa a ficar muito irregular. Essa
irregularidade é chamada de período de climatério, que tem a menopausa como evento
A menopausa é um evento, não é um período. O período que envolve a menopausa é o
climatério.
Os sangramentos que ocorrem após a menopausa devem ser investigados.
• Dispareunia (dor na relação) → tem dois tipos (de penetração e de profundidade)
• Sinusiorragia (sangramento durante a relação sexual) → pode ser devido a um câncer de
colo do útero
• Cauterizações → pandemia de HPV
• DST
• Cirurgias
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Um ciclo menstrual normal varia de 25 - 32 dias de intervalo.


Só pode considerar um ciclo irregular se não se encontrar nesse intervalo por 3 meses
consecutivos.

• ANTECEDENTES OBSTÉTRICOS:
• Gestações/paridade (_G_P_A)
• Tipos de partos
Múltiplos partos normais estão associados a algumas condições
• Idade do 1º e último parto (mulheres que tiveram filho tardiamente tem risco maior para
câncer de mama, enquanto jovens tem maior risco de terem câncer de colo de útero)
A glândula mamária completa sua maturidade após a gestação, portanto, quanto mais tempo
a mulher demora a engravidar, mais tempo o epitélio mamário imaturo fica exposto à influencias
oncogênicas. Aquela que engravida mais nova tem seu epitélio mamário se desenvolvendo
mais cedo.
• RN termo/prematuro/natimorto
• Complicações

No pronto socorro é fundamental avaliar o estado físico geral → BEG/REG/MEG


Exame de mamas, exame de abdome e exame ginecológico.
• EXAME DE MAMA:
- inspeção estática e dinâmica → olhar a mama
A mama é englobada por 2 fáscias (profunda e superficial), entre elas há fibras de Cooper.
Quando tem um tumor, esse tumor pode comprimir essas fibras durante o movimento.
- palpação (sempre palpar os linfonodos axilares e supraclaviculares)
- expressão (palpar os mamilos)
Sempre procurar um abaulamento que pode ser nódulo, pele com aspecto em casca de laranja
(pode ser carcinoma inflamatório), retração de mamilo (tipo de câncer que cresce atrás do
mamilo e causa retração do mesmo), secreção sanguinolenta.

Consistências possíveis de câncer de mama:


- cístico
- endurecida
- fibroelástica
Sempre localizar a alteração sentida clinicamente (pode dividir em 4 quadrantes ou em horas).
• EXAME DOS ÓRGÃOS GENITAIS EXTERNOS:
- inspeção e palpação
- pilosidade
- formações labiais/simetria
- meato uretral/glândulas
- hímen/períneo
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- prova de esforço (quando a queixa de incontinência urinária ou avaliar prolapso de vagina,


bexiga ou reto) → Manobra de Valsalva
Tem exames específicos para avaliar o grau de incontinência urinária.
As glândulas podem obstruir e formar cistos, mas é muito raro apresentar câncer.
• EXAME DOS ÓRGÃOS GENITAIS INTERNOS:
- vagina, útero, anexos, ligamentos
- exame especular:
Sempre antes do exame de toque.
Avaliar vagina, colo uterino e fundo de saco.
Junção escamocolunar → onde se inicia o câncer do colo do útero.
- toque vaginal:
Na ginecologia costuma ser unidigital.
Na obstetrícia deve ser bidigital.
A avaliação deve ser acima da sínfise púbica.
- toque retal → somente nos casos de câncer de colo uterino

A colpocitologia ficou conhecida como Papa Nicolau, mas o Papa Nicolau na verdade é o
nome da coloração.
Pelo Ministério da Saúde a citologia deve começar a ser feita a partir dos 25 anos em mulheres
não virgens.
Conduta do ministério da saúde: fazer 2 vezes (dois anos seguidos), se as duas vierem negativo
passa-se a fazer de 3 em 3 anos.
Contudo, após 1 ano da primeira relação sexual é comum ser feito anualmente.
Colpocitologia: tem o objetivo de avaliar células atípicas para pesquisa de câncer de colo de
útero. Portanto, quando se quer descobrir qual o fungo ou bactéria que está presente em uma
secreção, o que deve ser pedido é exame a fresco ou cultura específica.
• CANDIDIASE:
Exame a fresco → pegar a secreção, colocar em uma lâmina e pingar soro fisiológico e colocar
no microscópio.
Corado pelo gram.
• VAGINOSE BACTERIANA (Gardnerella):
Secreção acinzentada com microbolhas. O útero pode ficar um
pouco avermelhado.
Odor fétido muito forte.
Na citologia vem com “clue cells”, que é a célula de útero normal
com a bactéria presente.

• TRICOMONÍASE:
Secreção macrobolhosa, conteúdo não tão cinza.
O colo do útero fica com uma colpite difusa (aspecto de framboesa).
Na citologia ou na coloração por gram pode-se identificar o tricomonas
flagelado.
• COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA:
A coleta deve ser adequada.
Pode coletar o material e colocar em uma lâmina ou na citologia líquida.
A citologia líquida tem suas vantagens, primeiro porque todo o material coletado consegue ser
avaliado, enquanto na lâmina a avaliação ocorre apenas do conteúdo que foi colocado na
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mesma. além disso, é possível fazer outras pesquisas desse mesmo conteúdo, como pesquisa
genética, clamídia, HPV. Contudo, é um exame bem mais caro.
MÉTODO: ir com a escovinha até o colo do útero, girar 360º para pegar todo a junção
escamocolunar do colo do útero.

Quando não tem ectopia (exteriorização do epitélio colunar), a junção escamocolunar se


localiza dentro do útero. Por isso que as vezes pode ter um câncer dentro do colo do útero que
não aparece no exame. Assim, deve-se ficar atento ao colo de útero sem ectopia, pois nessa
situação o exame deve ser feito mais a fundo.

Para cada classificação é uma conduta que deve ser gravada.


• negativo (células normais)
• inflamatório
• atipias escamosas (célula com núcleo diferente do normal) → depende de qual célula
está atípica e o grau dessa atipia
Atipia escamosa → ASC-US (atipias de significado indeterminado)
ASC-H (não se descarta lesão de alto grau)
Atipia glandular → ASG-US/AGC
• lesões intraepiteiais de baixo grau (NIC I) → até esse grau, as lesões podem regredir
• lesões intraepiteliais de alto grau (NIC II e III) → deve ser feita a retirada dessa lesão
(colposcopia)
• carcinoma espinocelular in situ/invasivo
• adenocarcinoma endocervicais/endometriais

• COLPOSCOPIA:
Avaliar o colo e vagina com aumento (no colposcópio).
Teste de Schiller: solução com o iodo. Uma célula pobre
em glicogênio é corada pelo iodo (epitélio pavimentoso
bem epitelizado, ou seja, normal).
NORMAL → iodo positivo, teste de Schiller negativo
Quando se tem uma lesão nesse epitélio, ao passar a
solução e a região não se corar, indica teste de Schiller
positivo. Essa área suspeita é direcionada à biopsia.
OBJETIVO: direcionar o local a ser feito a biópsia.
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OBS: o epitélio colunar também não se cora com o iodo. Apenas o epitélio
escamoso. Nessa foto ao lado está normal, por exemplo, apenas o epitélio colunar
que não está corada.
A área deve ser biopsiada para avaliar, mas não é sinônimo de câncer de colo de
útero, há outras causas.
A biopsia deve ser feita no local mais suspeito, caso contrário, vai se chegar a um
subdiagnóstico.
• VULVOSCOPIA – teste de Collins (azul de toluidina 1% e ácido acético 1%):
Passa esse azul de toluidina na vulva e retira esse azul com ácido acético, a área em que estiver
mais corada é onde deve direcionar a biópsia.
Portanto, tanto o teste de Collins quanto o de Schiller servem para avaliar a integridade do
epitélio e direcionar a biópsia. O primeiro da vulva e o segundo no colo de útero e vagina.

mede-se quantos cm tem do fundo do útero até o colo

Toda vez que se está a frente de um sangramento que não se conhece a causa, deve-se
investigar e avaliar o endométrio.
Sangramentos após a menopausa devem ser investigados.
A histeroscopia é o padrão ouro de biópsia de endométrio → câmera de vídeo para avaliar
dentro da cavidade uterina.
Também pode ser feito por aspiração (AMIU) ou biopsias ambulatoriais.
Além disso, quando não há os testes acima pode ser feito uma curetagem.

Quando se tem alguma alteração nos órgãos internos, como miomas, alterações no ovário,
endometriose etc.
Podem ser tanto para meio de diagnóstico como para cirurgia.

Exame muito utilizado para ver se as trompas estão pérvias ou não (muito utilizado em
laboratórios para teste de infertilidade).
Se injeta um contraste dentro do útero e posteriormente é feito um raio-X, se esse contraste
chega até a trompa indica que o exame está normal, se para no útero indica que a tuba está
obstruída, podendo indicar a causa de infertilidade.
Alguns subtipos da clamídia causa uma endometrite, podendo causar obstrução das trompas.
Além disso, também é possível observar malformações uterinas, como útero bicorno ou
arqueado. Essa alteração não consegue ser bem identificada no USG.
No primeiro raio-x o contraste passou, já no segundo não.
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não é exame de rastreamento (nem de mama, nem de ovário, nem de


endométrio)
• MAMAS:
Deve ser pedido quando a paciente tem alguma clínica (ao palpar sentiu algum nódulo ou
abaulamento) ou se teve alguma alteração na mamografia que não pode ser visualizada
corretamente.
• PÉLVICA:
Somente se a paciente possui alguma clínica (irregularidade menstrual, dor, algum achado no
exame de toque).
Se quiser fazer um USG para ver se o útero é normal tudo bem, mas não tem necessidade de
ficar realizando todo ano se não há indicação para tal.

Diminui a taxa de mortalidade pelo câncer de mama.


DE ACORDO COM O MINISTÉRIO DA SAÚDE: acima dos 50 anos, feito a cada 2 anos, até os 60
anos.
Mas no Brasil, a maioria dos casos de câncer ocorrem antes dos 50 anos, então esse protocolo é
falho, o que não é levado em consideração.
A mamografia deve ser feita anualmente a partir dos 40 anos e fazer anualmente.
Duas incidências em cada mama, uma craniocaudal e outra médio-lateral.
• BI-RADS:

1 E 2: RISCO MUITO BAIXO PARA CÂNCER


4 E 5: DEVEM SER ENCAMINHADOS PARA ESTUDO ANATOMO-PATOLÓGICO
6: FEZ TRATAMENTO E AINDA NÃO OPEROU (já foi biopsiado previamente)

Parte escura na mamografia: gordura


Parte mais clara: tecido ou nódulos
Também podem ser observados linfonodos

Também não é um exame a ser feito sem indicação, como USG.


Paciente fica em um campo magnético após tomar um contraste
para medir o quanto aquela área está captando ou não esse
contraste. Quanto mais rápido capta esse contraste indica
neovascularização e toda área de neovascularização é suspeita para
câncer.
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• INDICAÇÕES:
EM MAMA → paciente de risco para câncer de mama
paciente jovem que tem câncer de mama (avaliar extensão e se há outros focos)
ressonância pré-operatória para ver o quanto o câncer está acometendo a mama

PELVE → suspeitas de endometriose (USG simples não consegue identificar focos de


endometriose simples, apenas USG com preparo de intestino)

Ajuda na conduta cirúrgica, o quanto precisa ser operado no caso de câncer de mama.
Não deve ser feito como rastreamento, mesmo para câncer de mama → apenas em pacientes
de alto risco muito jovens que tem a mama muito densa (2 exames por ano, uma mamografia e
uma ressonância magnética).

Quando é visto mais de um foco de nódulo na RM, essa paciente não é mais candidata a um
procedimento cirúrgico. Portanto, a RM é importante para auxiliar na conduta cirúrgica. Além
disso, também tem um custo maior em comparação ao USG e a mamografia.
A RM também pode visualizar as malformações uterinas.
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endocrinologia reprodutiva
• Tireoide:
No hipotálamo é produzido uma substância
• Neurotransmissores (ex: adrenalina e TRH. Essa substancia hipotalâmica chega na
noradrenalina) hipófise. Na hipófise tem uma célula
• Neurohormônios → são hormônios chamada tireotrófo, que vai produzir os
produzidos pelo neurônio hormônios TSH.
• Hormônios (secreção endócrina) → O TSH produzido na hipófise vai agir na
produzido em glândulas tireoide, produzindo T3 e T4. À medida que
• Comunicação parácrina/autocrina/ aumenta a produção de T3 e T4, é enviado
intracrina a informação ao hipotálamo e hipófise que
• Receptores de membrana e intracelular não é mais necessário produzir TRH e TSH
(lipofílicos/esteroides) (feedback negativo).
Em uma doença autoimune da tireoide,
Os hormônios são lançados na corrente como tireoidite de Hashimoto, a produção
sanguínea e vão atuar em órgãos distantes. de T3 e T4 sofre uma queda. Com isso, o TRH
Mas nem sempre a ação é só a distância, e TSH aumentam.
muitas vezes uma célula vizinha da célula O TRH além de estimular o TSH também
secretora pode influenciar sua função, a isso estimula outra célula da hipófise que libera
se dá o nome de comunicação parácrina. prolactina, por isso que a prolactina também
Além disso, a própria célula secretora pode sobe. Com essa grande liberação de
regular sua própria secreção (autócrina). prolactina a paciente vai apresentar
Não adianta produzir o hormônio e não ter o galactorreia e para de menstruar (entra em
receptor de membrana específico no órgão amenorreia).
efetor. Em uma situação que não se sabe da
Exemplo: síndrome de Morris (tem tireoidite de Hashimoto e a paciente
testosterona, mas não tem fenótipo aparece no consultório com galactorreia e
masculino porque não tem amenorreia → os possíveis diagnósticos
pensados são uso de
ansiolíticos/antidepressivos, tireoidismo ou
tumor de hipófise.
• Pinel/epífise: é uma glândula que se • Paratireoides:
encontra no diencéfalo (área entre os A paratireoide produz paratormônios.
hemisférios cerebrais). Paciente na pós-menopausa é pedido
Apresenta algumas estruturas, como os densitometria óssea que demonstra que ela
talamos (órgãos que regulam a aferência tem perda de massa óssea, o que pode
sensitiva) e o hipotálamo e a glândula epífise ocorrer pela queda de estrogênio, mas pode
ou pinel (produz a melatonina – via neural ter um diagnostico diferencial pelo
que comunica a retina com a pineal). hiperparatireodismo.
A melatonina bloqueia algumas glândulas • Timo:
que tem a ver com os eventos reprodutivos Glândula que se encontra na infância e
(relação com o desenvolvimento puberal). desaparece no adulto.
A hipófise também tem relação com o ciclo Alguns acreditam que a regressão do timo
menstural tem relação com a puberdade.
• Órgão subcomissural • Coração (hormônio natriurético)
• Hipófise • Supra-renais:
• Hipófise faríngea Produzem adrenalina e noradrenalina na
medular.
Cortisol, aldosterona e esteroides sexuais
(androgênios) no córtex.
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Paciente com 60 anos que começa a ser • CIRCULAÇÃO PORTAL HIPOTALAMO-


uma alopecia, desenvolver barba, hipertrofia HIPOFISARIA:
de clitóris e muscular, indica que essa
paciente está produzindo testosterona, que
é produzido ou no ovário ou na supra-renais.
Portanto, a supra-renal está relacionado
com o hiperandrogenismo, virilização.
• Placenta
• Pâncreas
• Gônadas
• Estômago
• Intestino
• Rins
A hipófise se encontra no osso esfenoide, na
sela túrcica.
A hipófise é um prolongamento do SNC para
dentro da sela túrcica. Dessa forma, dentro
• HIPOTÁLAMO:
da hipófise vai ser encontrado tecido
nervoso (neurohipófise). Enquanto a parte
anterior da hipófise é de origem epitelial, se
originou da faringe (adenohipofise).
Nos núcleos hipotalâmicos são formados
neurônios que vão se depositar na
neurohipófise, como a ocitocina e a
vasopressina (hormônio anti-diurético).
Porém, a adenohipófise não tem
Local de integração de informações com
comunicação com o SNC. Portanto, os
origem no meio ambiente, SN supra-
hormônios do hipotálamo têm que chegar
hipotalâmico e sistemas orgânicos.
na adenohipofise por meio da circulação,
O hipotálamo tem várias funções, uma delas
pelo sistema porta hipofisário.
é a endócrina, além da neurovegetativa.
No hipotálamo tem aglomerados de corpos
celulares (núcleos) que produzem neuro-
hormônios. Além da função endócrina, o
Os neurohormônios são produzidos no
hipotálamo tem um centro de regulação
hipotálamo e vão até a hipófise através do
térmica, influenciando na vasodilatação e
sistema porta hipofisário.
sudorese quando o indivíduo está com calor,
Na hipófise vão ter varias células produzindo
por exemplo.
diferentes hormônios.
Além disso, também é responsável pela
Esses neurohormônios do hipotálamo
fome, sede, desejo sexual, saciedade.
estimulam ou inibem a liberação de
hormônios hipofisários.
Puérpera vê o bebê, escuta o choro e sente
• FATORES DE LIBERAÇÃO:
o cheiro → a retina, a orelha e o olfato se
- GnRH → age no gonadotrofos para liberar
comunicam com o hipotálamo → liberação
gonadotrofinas (TSH e LH)
de ocitocina → vai na mama → contrai os
- TRH → fator que estimula a liberação do TSH
ductos lactíferos promovendo ejeção do
e prolactina
leite.
- CRH → age na hipófise liberando ACTH
- GHRH → libera hormônio do crescimento
• FATRES DE INIBIÇÃO:
- PIF (dopamina) → inibe a prolactina
Ex: tumor de hipófise produtor de prolactina
e o paciente tem um quadro de galactorreia
ANA PAULA – XXII
17
GINECOLOGIA – ATD1

e amenorreia, pode ser dado a essa assim porque o GnRH é liberado em


paciente uma droga dopaminérgica. frequências e amplitudes diferentes.
Obs: a célula que produz prolactina é De acordo com a frequência e amplitude
estimulada pelo TRH e é inibida pola pode liberar um hormônio ou o outro.
dopamina. O FSH e o LH são liberados no sangue e vão
- somatostanina → inibe o hormônio do para o ovário, onde tem folículos primordiais.
crescimento O FSH vai atuar sobre o folículo fazendo o
desenvolvimento folicular, pega o folículo
primordial até desenvolver o folículo maduro,
que se rompe e faz a mulher ovular.
É um núcleo do hipotálamo que produz FSH → desenvolvimento folicular.
GnRH, mas está sobre influencia de outros No meio no mês o folículo está maduro e
fatores. precisa de outro hormônio para ser rompido,
O controle desse núcleo é feito por outros esse hormônio é o LH.
neurotransmissores. Posteriormente, o LH torna o folículo
O GnRH leva a síntese, armazenamento, luteinizado, formando o corpo
ativação e secreção das gonadotrofinas. lúteo/amarelo.
LH → rompe o folículo já maduro e formação
do corpo lúteo.
O ovário começa a produzir hormônios, os
estrogênios (estradiol e estrona) e
progesterona. Os hormônios ovarianos são
responsáveis pelo preparo do endométrio
para a gravidez (prepara para a nidação).
Estrogênio → prolifera a endométrio
Progesterona → torna o endométrio secretor
O órgão efetor do ovário é o endométrio.
A produção de hormônios ovarianos faz um
feedback negativo e inibe a secreção de LH
e FSH porque o folículo já está maduro.
Um pouco antes do folículo romper, o
estrogênio está em grande quantidade, o
que libera LH (em uma quantidade pequena
de estrogênio, inibe o LH, mas quando em
grande quantidade, faz um
feedbackpositivo).

Gráfico que mostra a frequência e


amplitude de pulso. Mesmo neurohormônio
que pode estimular a liberação de dois
hormônios diferentes.

O GnRh é um neuro-hormônio e é um
polipeptídio com 10 aminoácidos. Tem a
capacidade de aumentar a secreção e
reserva de FSH e LH. Portanto, é um fator de
liberação para 2 hormônios diferentes, o FSH
e o LH. A liberação de FSH no ciclo menstrual
não é igual à liberação de LH, isso funciona
ANA PAULA – XXII
18
GINECOLOGIA – ATD1

O CRH é secretado pelo hipotálamo (fator


de liberação da corticotrofina), vai estimular
Antagonista: substância parecida com o a adenohipofise a produzir ACTH, que vai
GnRH, ocupa o seu receptor e impede que o agir na córtex da suprarrenal e vai estimular
GnRH se acople ao seu receptor. a produção de cortisol, que vai agir com
Portanto, na prática medica pode-se utilizar feedback negativo inibindo o CRH no
uma substância parecida com o GnRH, mas hipotálamo e o ACTH na hipófise.
que tenha função antagonista.
O objetivo é inibir o LH e FSH, não produzindo
esses hormônios.
Pode ser utilizado para tratar a puberdade
precoce, mioma uterino, câncer de mama e
endometriose.
Ex: menina de 6 anos que chega ao
consultório com pelos, desenvolvimento
mamário e menstruando, ou seja,
puberdade precoce. Se essa menina
produzir estrogênios vai interromper o
crescimento dessa criança, nesse caso se
utiliza o antagonista de GnRH.

✓ FSH (hormônio folículo estimulante) –


produzido pelo gonadotrofo
✓ LH (hormônio luteinizante) - produzido
pelo gonadotrofo
✓ PRL (prolactina) → produzido pelo
lactotrofo
✓ ACTH (hormônio corticotrofo)
✓ Hormônio tireotrófico
✓ GH – Hormônio do crescimento
✓ MSH – Hormônio melanócito estimulante
O GHRH é liberado pela hipoglicemia, age
na hipófise e libera o hormônio do
crescimento. O hormônio do crescimento vai
pegar o glicogênio e formar glicose, quando
a glicose é formada começa a aumentar a
concentração de glicose. Esse aumento de
glicose vai fazer um feedback negativo na
área hipotalâmica. Portanto, o hormônio do
crescimento é estimulado pela hipoglicemia.
Em situações de hiperglicemia, começa a
estimular um hormônio de inibição que atua
sobre o hormônio do crescimento e o inibe.
O sono diminui a glicemia. Dessa forma, o
GHRH quebra o glicogênio e forma glicose,
dessa forma, quando dorme, cresce.
O exercício causa uma hipoglicemia, o
hormônio do crescimento é liberado,
também ajuda a crescer.
ANA PAULA – XXII
19
GINECOLOGIA – ATD1

Os núcleos hipotalâmicos supraoptico e


paraventricular levando a ocitocina e
vasopressina até a neurohipófise onde
é acumalada.
A neurohipófise não produz hormônios,
apenas armazena.

Pressão osmótica alta → os osmorreceptores identificam que o


indivíduo precisa aumentar a secreção de hormônio antidiurético
para reter água
O hormônio antidiurético age no rim retendo água (aumenta a
permeabilidade do ducto coletor), diminui a perda por
transpiração das glândulas sudoríparas e leva à vasoconstrição.
Quando está diluído, inibe a liberação dos hormônios
antidiuréticos, assim, estimula a formação de urina, causa
vasodilatação e perda sudorípara.
ANA PAULA – XXII
20
GINECOLOGIA – ATD1

A ocitocina age no útero. Portanto, no final da gravidez o útero é distendido, e essa distensão
uterina libera ocitocina. Células neurosecretoras do hipotálamo secretam ocitocina em resposta
à distensão uterina. Além disso, agem das glândulas mamarias estimulando a ejeção do leite.
Situação clínica: mãe durante a gravidez produz grande quantidade de prolactina, mas não
tem leite. E isso ocorre porque o receptor de prolactina está bloqueado pelo estrogênio da
placenta. Quando ocorre a dequitação (saída da placenta), cai o estrogênio e libera o receptor
de prolactina. A mãe, após 2-3 dias do parto passa a produzir leite.
O problema é quando se tem muita produção de leite, fazendo com que a mama fique cheia
de leite. Pode ser dado um remédio de ocitocina para ajudar na ejeção do leite.
• OCITOCINA:
- no final da gravidez aumentam os receptores de ocitocina
- liberação de ocitocina durante a relação sexual, masturbação
- papel no organismo (contração da musculatura)
- sucção
- ver, ouvir ou sentir cheiro do RN
INIBIÇÃO → estresse, medo, vergonha, distração

Ciclo menstrual de 28 dias, no começo do ciclo tem-se um folículo primário que vai crescendo,
pré-antral, antral e folículo maduro (no meio do ciclo).
O folículo maduro rompe e forma o corpo lúteo.

Começo do ciclo tem FSH alto para estimular


o desenvolvimento do folículo. Conforme o
folículo vai se desenvolvendo, inicia a
secreção de estradiol. Como consequência,
o FSH começa a cair. Porém, mesmo com a
queda do FSH o folículo não para de crescer
porque o folículo aumenta o número de
receptores para o FSH.
Quando o folículo está maduro causa um
pico de estrogênio. O LH está baixo e
começa a subir até formar um pico. Esse
pico ocorre porque o estrógeno está muito
alto, o que promove esse pico de LH
(feedback positivo). Posteriormente, o LH cai.
A progesterona, que é produzida pelo corpo lúteo, no início do ciclo está muito baixa. Um pouco
antes de ovular essa progesterona começa a subir, isso porque o folículo está sendo luteinizado
pelo pico de LH. Esse aumento nos níveis de progesterona causa um pico de FSH.
O LH forma o corpo lúteo, que produz progesterona em grande quantidade e estrógeno, o que
vai inibir o LH e FSH.
Quando o LH cai, o corpo lúteo regride. Com isso, para de produzir progesterona e estrógeno, é
nesse momento que o endométrio descama e a mulher menstrua.

Beta-HCG, produzido pela placenta, é um hormônio igual ao LH. Portanto, se a mulher


engravidar, produz beta-HCG. Assim, o corpo lúteo se mantém até a décima semana de
gravidez. Quer se manter para manter o endométrio e evitar o abortamento. Se a produção de
beta-HCG for baixa pode causar um abortamento hormonal.
ANA PAULA – XXII
21
GINECOLOGIA – ATD1

Atleta de alta performance entra em O ovário possui uma função


amenorreia porque quer economizar gametogenética e uma função endócrina
hemácias. (produz esteroides).
Para parar de menstruar tem que inibir o Esteroides são substancias derivadas do
GnRH. colesterol.
O atleta produz grande quantidade de • FUNÇÃO ENDÓCRINA:
opioides endógenos, o que inibe o GnRH. - esteroides
O atleta é bem humorado porque esses - peptídeos (activina, inibina e folistatina)
opioides agem sobre os centros nervosos - fatores de crescimento
comportamentais. • ESTEROIDES:
- estradiol
- estrona
- progesterona
Estrógeno bloqueia o FSH, mas além disso, há - androstenediona
muitos outros fatores capazes de aumentar - testosterona
ou diminuir a secreção de FSH. Os androgênios na mulher são importantes
• AUMENTAM: para aumentar a libido, pois não adianta
- IGFs ovular e não ter libido.
- fator de transformação beta • PEPTÍDEOS:
- activina - inibina
- FGF (fibroblastos) - activina
• DIMINUEM: • FATORES DE CRESCIMENTO:
- inibina A e B - GnSAF
- EGF (epidérmico)
- TGFa
- IGF
Precisa saber que a inibina atua como se
fosse o estrogênio inibindo o FSH e activina
aumenta o FSH.
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD1

✓ Fase folicular
✓ Ovulação
✓ Fase lútea

O folículo primordial é uma célula


germinativa envolta pelas células da
granulosa. Estão no início da meiose.
Folículo é uma célula germinativa com Quando tem FSH, o folículo começa a
camada da granulosa. Em volta das células crescer, formando o primário, pré-antral,
da granulosa tem uma outra camada de antral e maduro.
cédulas, as células da teca. E alguns não formam, são vários folículos que
Tem um vaso sanguíneo chegando no regridem, formando apenas um folículo
folículo, se aproximando da teca, que é a maduro.
parte mais externa do folículo. Esse vaso O folículo maduro se rompe e forma o corpo
sanguíneo leva substrato para a produção lúteo por ação do LH.
dos hormônios esteroides, o que nesse caso é Quem mantém o corpo lúteo e impede que
o colesterol. ele regrida, forma a placenta que secreta
O sangue chega na teca e leva o colesterol beta-HCG e impede que o corpo lúteo
(LDL). A célula da teca pega o colesterol e regrida.
forma androgênios (testosterona e
androstenediona). Enquanto isso, na
membrana celular está agindo o LH, para
jogar o colesterol para dentro da célula da ✓ Fase descamativa ou menstrual
teca. ✓ Fase proliferativa
A célula da teca joga os androgênios para ✓ Fase secretora
dentro das células da granuloma. A enzima
aromatase transformar a testosterona em
estradiol e a androstenediona em estrona.
Além do FSH fazer o desenvolvimento
folicular também estimula a aromatização.
Se tiver LH alto → forma androgênios.
Se o FSH tiver baixo → não faz a
aromatização.
Nessa forma, vai produzir muitos
androgênios.
ANA PAULA – XXII
23
GINECOLOGIA – ATD1

Os esteroides são responsáveis pelo


desenvolvimento do endométrio.
O endométrio prolifera, as arteríolas basais se
tornam espiraladas.

No meio no ciclo o muco da mulher é


cristalino e lembra clara de ovo, formando
fios.
O muco se prepara para que o
espermatozoide tenha uma passagem. O
muco forma como se fossem canais para o
espermatozoide percorrer.
Na segunda fase o muco fica amarelado e
espesso, manchando a calcinha de
amarelo.

Na primeira fase do ciclo a citologia será


diferente da segunda fase.

Os ductos mamários também sofrem


alteração. Na segunda fase do ciclo o
epitélio ductal está mais proliferado.
Portanto, o maior risco para câncer de
mama é o estrógeno combinado com a
progesterona.

A temperatura corporal da mulher aumenta


durante a segunda fase do ciclo.
Cerca de 1,5ºC.
ANA PAULA – XXII
24
GINECOLOGIA – ATD1

sangramentos uterinos anormais


Dr. Guilherme Karam

É uma condição extremamente prevalente • MENSTRUAÇÃO:


nos prontos-socorros e ambulatórios médicos. É um sangramento clínico que se repete a
cada 25 a 35 dias, com duração de 2 a 7
dias, que leva a uma perda sanguínea de 20
a 80 ml por dia.
O volume sanguíneo de cada menstruação
é muito difícil de ser mensurado.
• MENORRAGIA:
Excessiva quantidade de fluxo menstrual
É uma condição que ocorre depois da (>80ml), normalmente de origem disfuncional
menarca (primeira menstruação) e antes da (hormonal).
menopausa. Se fosse depois da menopausa Termo que diz respeito apenas sobre o fluxo.
seria sangramento pós-menopausa. • METRORRAGIA:
Portanto, é um sangramento anormal dentro Perdas sanguíneas irregulares, fora do
do período menacme. período menstrual, normalmente de origem
• CAUSAS: orgânica.
- relacionadas à gravidez • POLIMENORREIA:
- orgânicas (ginecológica ou não Ciclos com intervalos menores que 25 dias.
ginecológica) Ciclo curto.
- hormonal (hemorragia disfuncional) • OLIGOMENORREIA:
Para falar que é hormonal tem que excluir Ciclos com intervalos maiores que 35 dias.
gravidez e as causas orgânicas. Ciclo mais longo (a primeira fase é mais
✓ 20% das consultas ginecológicas longa, porque a segunda fase é sempre 14
✓ 30% das mulheres tem menorragia dias).
anualmente (50% com anemia ferropriva) • AMENORREIA:
✓ 25% das cirurgias ginecológicas Ausência de menstruação (>3 meses).
✓ 2/3 das histerectomias Menos de 3 meses não pode ser definido
✓ Queda na qualidade de vida como amenorreia, deve ser referido como
▪ Uso excessivo de absorventes atraso menstrual.
▪ Cólicas (contrações uterinas para
eliminar o conteúdo de dentro,
principalmente quando tem
coágulos)
▪ Absenteísmo no trabalho ou escola
▪ Predisposição à vulvovaginites
(quando a condição se cronifica e
tem-se alteração de flora)
▪ Odor vaginal
ANA PAULA – XXII
25
GINECOLOGIA – ATD1

Pólipo tem muitos tecidos conectivos,


Perguntar qual a frequência da fibroblastos, por isso que tem aspecto
menstruação, quantos dias dura o fibroso/solido.
sangramento, se o ciclo mantém uma É benigno, mas causa muito sangramento.
regularidade, se o ciclo é curto ou longe,
sobre o volume (quantos absorventes usa).

o ECTRÓPIOS (MÁCULA RUBRA):


Mácula rubra: ectrópio, área
celular de dentro do colo
que se exteriorizou e formou
uma área de transição
Uso de medicações hormonais não se celular.
chama o sangramento da pausa de Essa mácula pode ter um
menstruação, pois não é algo hormonal, é sangramento espontâneo
apenas um sangramento por detrimento por não estar acostumada com aquele
hormonal, não é fisiológico, por isso que não ambiente. Portanto, pode ser a causa do
pode ser chamada de menstruação. sangramento.
Spotting: sangramento na vigência da pílula o NEOPLASIAS:
fora do período programado, quando não
O diagnóstico de carcinoma
está dentro da pausa (escape). É todo
pode ser feito a partir das
sangramento diante do uso de um método
queixas de sangramento.
contraceptivo com ou sem pausa durante o
uso desse método. Pode traduzir várias
coisas, desde uma dose insuficiente,
absorção insuficiente por uma condição
gastrointestinal, uso concomitante com uma • ÚTERO:
outra medicação, esquecimento. o MIOMATOSE UTERINA:
É uma das patologias mais comuns, mais
frequentes.
Prevalência em 20% das mulheres até os 30
• Origem orgânica anos e 40% aos 50 anos.
• Origem disfuncional 20 a 50% necessitam de tratamento e na
• Relacionada à gravidez maioria das vezes vão precisar de uma
A primeira coisa a ser feito é se certificar que histerectomia.
o sangramento é cervical/uterino.
Sempre que houver sangramento uterino
fazer o exame físico, porque na maioria das
vezes a causa do sangramento pode ser
descoberta apenas com o exame especular.

• CANAL CERVICAL:
o PÓLIPOS:
Pode ocorrer em várias mucosas do O que mais sangra é o mioma submucoso,
organismo, em epitélios secretores. depois o intramural.
ANA PAULA – XXII
26
GINECOLOGIA – ATD1

O subseroso praticamente não sangra. Infiltração do endométrio no miométrio.


O pediculado também não sangra, mas Maior espessamento da musculatura,
pode torcer, infartar e causar dor. assimetria entre as paredes.
A nova classificação de miomas da FIGO • ENDOMÉTRIO:
classifica os miomas de 1 a 8 (é preciso saber o PÓLIPOS
essa classificação). o ENDOMETRITE:
Classificação da miomatose uterina (FIGO): Fazer investigação desse endométrio com
histeroscopia, realizar biópsia para
caracterizar a endometrite.
O tratamento é feito com antibiótico.
o HIPERPLASIA:
Crescimento irregular desenfreado das
células. Pode ser atípico ou não, portanto, é
uma lesão pré-neoplásica.
o NEOPLASIA
• OUTRAS CAUSAS:
o CORPO ESTRANHO:
Pode esquecer algo dentro da cavidade, o
que leva a uma inflamação e pode causar
sangramento.
o DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA:
Doença causada pela clamídia e gonococo
principalmente.
Também pode cursar com endometrite.
o TUMOR OVARIANO:
Principalmente os tumores produtores de
2 – 5 → grande que abaúla tanto a serosa
estrogênio.
quanto a mucosa.
o DOENÇA SISTÊMICA:
Ex: discrasia sanguínea (pesquisar quando
não se acha outra causa para o
sangramento).
o COAGULOPATIAS
o ESTADOS DEBILITANTES:
Privação de alimentos, estresse muito
grande. Também por desregulação
SS: subseroso
hormonal.
IM: intramuscular
o ESTADOS PSICOGÊNICOS (bulimia)
SM: submucoso
o OBESIDADE EXTREMA
o ADENOMIOSE:
↑ gordura periférica → aromatase →
proliferação aumentada de endométrio →
É a endometriose da sangramento de difícil controle.
musculatura uterina, ou
seja, invasão de
glândulas na musculatura
uterina por glândulas e • ABORTAMENTO:
células que vão formar Muitas mulheres nem sabem que estão
ilhotas no meio do grávidas porque não tiveram atraso
músculo. menstrual, por isso que beta-HCG faz parte
Causa uma hipertrofia do do diagnóstico de sangramento uterino
miométrio fazendo com anormal.
que o útero se torne maior, geralmente com
desproporção entre os dois lados, deixando
também o útero com um aspecto mais
glóbulo.
ANA PAULA – XXII
27
GINECOLOGIA – ATD1

Sempre que houver chance dessa mulher Todo sangramento uterino disfuncional é de
com SUA estar grávida, solicitar o beta-HCG. origem hormonal, portanto, o tratamento
• GESTAÇÃO ECTÓPICA: com hormônios deve ser o suficiente. Dessa
Após o beta-HCG apresentar resultado forma, caso esse sangramento não responda
positivo. à hormônios deve-se revisar as possíveis
Diagnóstico por USG. causas, pois não deve ser disfuncional.
• DOENÇA TROFOBLÁSTICA Pode ter causa iatrogênica: hormônios
GESTACIONAL (MOLA HIDATIFORME): exógenos, uso de anticoagulantes,
Material gestacional anômalo. Se anabolizantes, digitálicos, fenitoína etc.
caracteriza pela eliminação de vesículas • TIPOS DE CAUSAS:
semelhante a sagu junto com o sangue. ✓ Ovulatório (15%)
Pode evoluir com coriocarcinoma. ✓ Anovulatório (80%)
Beta-HCG positivo também.
Confirma-se com o USG.

Após excluir as causas orgânicas e


relacionadas à gravidez começa a se
investigar sangramento disfuncional.
Será proveniente da descamação ou da
reepitelização irregular do endométrio.
Mais frequentes nos extremos da vida
menstrual (próximos da menarca e
menopausa) → por causa do evento
chamado ANOVULAÇÃO.
ANOVULAÇÃO
Significa que a moça mais jovem ainda está
com seu eixo HHO ainda imaturo, a
comunicação ainda não é o suficiente para
conseguir formar o folículo maduro. Se não
ovula, não tem formação de corpo lúteo. Se A segunda fase do ciclo tem 14 dias (não
não tem formação de corpo lúteo não tem muda os 14 dias da ovulação).
produção de progesterona. O evento da ovulação faz com que
O endométrio sobre ação estrogênica e sem aumente a progesterona, se não engravida
progesterona não sofre aquela ação a progesterona decresce. Se engravidou a
progestagênica ou decidualizante (efeito progesterona sobe.
atrófico), ou seja, o endométrio não se torna
secretor e não vai ter sua descamação
regular, vai sangrar, mas não vai ser da
maneira fisiológica. • SANGRAMENTO DA OVULAÇÃO:
Vai sangrar mais e por mais tempo. É a dor do meio do ciclo, que vem
acompanhado por muita dor.
Está relacionada aos transtornos dos
Síndrome de Mittelschemerz é um
hormônios ovarianos (estrogênio e
sangramento que se dá pelo pico de
progesterona).
estrogênio (sangramento do meio do ciclo).
Quando não ovula, não forma progesterona,
• POLIMENORREIA:
o que pode causar um ciclo bagunçado.
É um diagnóstico diferencial.
Sem a progesterona corre o risco de causar
A mulher menstrua demais, o que leva a
um sangramento uterino anormal.
pensar que tem um sangramento anormal,
Alterações do eixo HHO.
ANA PAULA – XXII
28
GINECOLOGIA – ATD1

mas na verdade é apenas o ciclo dela que é • FISIOLÓGICAS:


muito curto. Por imaturidade do eixo ou perda de
Geralmente encurtamento da fase folicular, folículos no final da vida reprodutiva.
temperatura basal identifica (faz um gráfico • SÍNDROME DOS OVÁRIOS
medindo a temperatura no mesmo horário). POLICÍSTICOS
As vezes essas mulheres vão fazer o método • ANOVULAÇÃO CRÔNICA
da tabelinha e pode acabar engravidando, NORMOGONADOTROFICA
porque tem um ciclo muito curto, • HIPERPROLACTINEMIA
menstruando e ovulando ao mesmo tempo. • HIPERANDROGENISMO
• DESCAMAÇÃO IRREGULAR: • OBESIDADE, DISTÚRBIOS DA TIREOIDE
Pode acontece porque, embora na teórica • DIETAS EXAGERADAS; ESTRESSE;
devesse descamar tudo na menstruação, EXERCÍCIOS EM EXCESSO
podem ficar pequenas ilhotas no útero,
descamando posteriormente (quando inicia
o segundo ciclo e essa mulher volta a
secretar hormônios). 1. De onde vem o sangramento?
Normalmente é bem pontual. Quando a 2. Qual é a idade da mulher (a idade pode
mulher faz uso de anticoncepcional oral determinar a patologia)
deve fazer uma pausa para deixar descamar 3. A paciente é sexualmente ativa? Pode
completamente e posteriormente pode estar grávida?
retornar. 4. Como é o eu ciclo menstrual normal?
• SANGRAMENTO PRÉ-MENSTRUAL: Existem sinais de ovulação?
Sinal que vem antes da menstruação. 5. Qual é a natureza do sangramento
É mais comum nas mulheres >35 anos, e anormal (frequência, duração, volume,
pode ocorrer por endometriose ou relação com coito)? Quando ele ocorre?
insuficiência do corpo lúteo (as vezes o 6. Existem sintomas associados?
corpo lúteo já não produz mais a 7. A paciente está usando medicações ou
quantidade de progesterona que produzia tem doenças associadas?
antes, passando a descamar antes do 8. Existe história pessoal ou familiar de
tempo). desordem de sangramento?
• HIPERMENORREIA: descartar causas
orgânicas.
Aumento do fluxo ao longo do ciclo.
• PERSISTÊNCIA DO CORPO LÚTEO
(SÍNDROME DE HALBAN):
Forma um cisto que causa sangramento
e dor.
Atraso do sangramento, perdas
irregulares e dor, diagnóstico diferencial
com ectópica ciclo acaba.

É uma regra para memorizar as principais


Contínuo estado de não oposição da causas de sangramento uterino (principais
progesterona à proliferação endometrial causas).
estrogênica.
Oligo-hipermenorréia: poucos ciclos no mês
e muito sangramento.
Risco de câncer de endométrio. É fundamental para confirmar a origem
Logo após menarca e na peri-menopausa. uterina do sangramento.
ANA PAULA – XXII
29
GINECOLOGIA – ATD1

Objetiva afastar as causas orgânicas do o uma das missões do tratamento é fazer a


sangramento (mas a normalidade não exclui mulher retornar ao padrão de ciclos
a possibilidade de ser uma causa orgânica) menstruais normais
A vigência do sangramento permite o prevenir a recorrência dos sangramentos
quantificá-lo. o prevenir as consequências da
anovulação a longo prazo → prevenção
à longo prazo (corrigir a progesterona)
• FASE AGUDA:
• LABORATORIAIS: o Estrogênio alta dose:
o beta-HCG Endovenoso, mas não tem mais porque
o hemograma (anemias ou infecções) perdeu o interesse econômico da
o coagulograma fabricação da medicação.
o função tireoidiana (a tireoide pode estar Mas era um método que resolvia o
relacionada) sangramento na mesma hora.
o hormônios para avaliar o ciclo hormonal Hoje em dia, como alternativa a esse
dessa mulher (prolactina, androgênios, tratamento é utilizado contraceptivos orais
FSH e LH) combinados em alta dose (3 comprimidos
• ECOGRAFIA TRANSVAGINAL: por dia durante uma semana, depois vai
É o exame mais importante na ginecologia. reduzindo).
Excluir ou diagnosticar patologia uterina e o Curetagem uterina: bastante eficaz, mas
ovariana. não trata a causa
• HISTEROSCOPIA: o Tamponamento uterino: sonda de foley
Possibilita obter histologia endometrial. (sonda vesical dentro do colo, insufla
Em casos de pólipos, endometrite. para parar o sangramento)
Propedêutica mais avançada. Tamponamento mecânico.
• CURETAGEM UTERINA: o Histerectomia: sangramento agudo com
Pode ser diagnóstica e terapêutica. falhas dos outros métodos (última
Procedimento utilizado para curetagem de opção).
prova (obtém material para analise). Na urgência, em risco de morte, pode ser
É uma opção de emergência (quando o utilizada.
sangramento não para). o Progestágenos em alta dose:
• RESSONÂNCIA MAGNÉTICA: medroxiprogesterona ou noretindrona (1-
Ajuda a elucidar a etiologia de forma de 2x/dia)
mais precisa nas causas orgânicas. O uso de progestágenos de alta dose pode
É o melhor exame para avaliar o trato ser feito, mas apenas em pacientes que não
ginecológico. estão mais na fase aguda, precisa fazer o
controle do sangramento primeiramente.
A tomografia é solicitada na GO apenas Depois de controlar o sangramento o
para fazer diagnóstico diferencial com progestágeno vai fazer o efeito
doenças do TGI. decidualizante e atrofiar bem o endométrio
dessa mulher.
o Agentes antifibrinolíticos:
Muito utilizados na prática.
• OBJETIVOS: Uso de ácido trenexâmico ou ácido
o estabilizar e ou manter a estabilidade aminocapróico.
hemodinâmica nos casos de É um agregador plaquetário, portanto
sangramento uterino muito importante corrige o sangramento aumentando a
o corrigir a anemia aguda ou crônica coagulação, sem aumentar o risco de
(avalia todas as questões, dependo dos tromboembolismo.
níveis hematimetricos) Na urgência a paciente vai receber duas
medicações endovenosas: anti-inflamatórios
e ácido trenexâmico.
ANA PAULA – XXII
30
GINECOLOGIA – ATD1

• FASE CRÔNICA:
o Anti-inflamatórios não-esteroidais (AINE):
A função do anti-inflamatório é reduzir a
síntese de prostaglandina.
Reduz síntese de prostaglandina →
vasoconstrição → redução do sangramento;
reduz cólica menstrual.
o Anticoncepcional oral combinado (ACO):
Corrige o sangramento, pois regula o eixo
HHO.
Pacientes sem desejo reprodutivo; diversos
perfis (depende da fase da menacme); uso
contínuo.
o Progestagênios isolados:
Uso em pacientes na perimenopausa, pois já
é uma anovuladora por falta de folículo.
Pode introduzir na segunda fase do ciclo ou
utilizar de forma contínua.
o Análogo de GNRH:
Corrigir anemia; falha de outros
medicamentos; uso limitado pelos efeitos
adversos (osteopenia).
o Sistema uterino liberador de
levonorgestrel: SIU – Mirena
É um DIU hormonal que libera a medicação
diretamente no endométrio, por isso que é
mais eficaz.

• Histerectomia:
Definitiva; falha dos outros tratamentos; sem
efeitos adversos, alta satisfação.
Vaginal, vídeo-laparoscópica e abdominal
(laparotômica).
• Ablação endometrial/polipectomia:
Para mulheres de idade que não
conseguem parar o sangramento
Via histeroscópica (ressectoscópio)
Remove todo o endométrio (faz uma
ablação), remove até chegar na camada
muscular.
É eficaz, mas não tanto quanto a
histerectomia.
Não é definitiva; menor satisfação; melhor
relação custo benefício
• Miomectomia:
Reservada para pacientes com desejo
reprodutivo, que querem preservar o útero.
Vídeolaparoscopica e histeroscopica.
Retirada apenas do mioma.
ANA PAULA – XXII
31
GINECOLOGIA – ATD1
Dr. Luis Roberto Fernandes

contraceptivos hormonais
orais
Hoje no mercado, o máximo de estradiol
que pode se ter na pílula é 50 mcg, por
PRIMEIRA PÍLULA: ENOVID causa dos riscos tromboembolíticos.
Mestranol (tipo de estrogênio) → 150 mcg ALTA DOSE: > 50 mcg
Noretinodrel (progesterona) → 9,85 mg BAIXA DOSE: 35, 30 e 20 mcg
Recebeu o nome de “a pílula”. ULTRA BAIXA DOSE: 15 mcg
• AVANÇOS: REDUÇÃO DA DOSE: para reduzir os riscos de
✓ Redução das dosagens hormonais tromboembolismo venoso.
✓ Estrogênios naturais • PROBLEMAS NA REDUÇÃO DA DOSE:
✓ Progestagênios mais seletivos ✓ Hemorragia intermediária
✓ Novos esquemas de administração ✓ Risco de gravidez (se houver
✓ Novas formas de administração esquecimento é muito mais fácil de
reativar o eixo HHO, o que vai permitir a
gravidez).
Nas adolescentes, a ultra baixa dose para
• SEQUENCIAL: nos primeiros começar não é o ideal, porque por ter muito
comprimidos só estrogênio, nos risco de spottings a adolescente pode desistir
sequenciais combinado do método e ter maior risco de engravidar.
• COMBINADAS: Nos primeiros meses a pílula de ultra baixa
- monofásicas (em todo o comprimido eu dose tem grande chance de spottings.
tenho a mesma quantidade de estrogênio e
progestagênio)
- bifásicas
- trifásicas
• PÍLULA MENSAL Hoje ainda, na grande maioria das pílulas,
• MINIPÍLULA tem-se progestagênio derivados da 19 nor
• MINIÍLULA ANOVULATÓRIA testosterona, porque têm um maior controle
do eixo HHO.
• DERIVADOS DA 19 NOR TESTOSTERONA:
GONANA →
Progestagênio é o mais importante no - Noretisterona
sentido de contracepção. O estrogênio foi - Linestrenol
acrescido apenas para potencializar a - Dienogeste
função anticoncepcional e regular o ciclo. ESTRANA →
O primeiro estrogênio criado continha - Levonorgestrel
mestranol, que não é mais utilizado. - Desogestrel
A maioria das pílulas hoje contém Etinil- - Gestodene
estradiol. - Norgestimato
A partir de 2011 passaram a incrementar • DERIVADOS DA 17 ALFA OH-
estrogênios naturais, mas não são tão PROGESTERONA:
eficientes como o sintético, precisando de PREGNANA →
uma maior dose. - Ácido medroxiprogesterona
2011: valerato de estradiol - Acido ciproterona (importante porque é o
}
estrogênios naturais
progestagênio que tem maior ação anti-
2014: estradiol
androgênica, por isso é uma boa ideia para
ANA PAULA – XXII
32
GINECOLOGIA – ATD1

mulheres com problemas manifestações Do ponto de vista do estrogênio: etinil


androgênicas, como acne e pelos) estradiol ou estrogênios naturais
- Megesterol Qual progestagênio escolher para a pílula?
- Clormadinona Vai depender da paciente (condições).
• DERIVADO DA ESPIRONOLACTONA: Paciente que retém líquido: dar pílula com
Drospirenona (ação natriurética) maior efeito anti mineralo corticoide
Corresponde a uma dieta sem sal. (drospirenona).
Do ponto de vista do mercado, é uma pílula Paciente com SOP, acne, oleosidade:
que vende bastante, porque tem um escolher aco com maior atividade anti-
marketing de que não engorda. androgênica (acetato ciproterona ou
drospirenona).
DROSPIRENONA
Hipertensa leva: escolher aco com ação
3 mg = 25 mg espironolactona
natriurética (drospirenona).
O efeito natriurético é semelhante à uma dieta
Paciente sem acesso financeiro: pílula com
com restrição leve de sal, porque bloqueia o
levo norgestrel (é mais barato).
receptor mineralocorticoide.
Também tem uma ação antiandrogênica, mas
não tão eficaz como o acetato de
ciproterona.
Serve para avaliar a eficácia de qualquer
método contraceptivo.
Mostra o número de falhas (gravidez) em 100
casais utilizando o método durante um ano.
Relação entre afinidade do receptor de Exemplo: índice de Pearl 5 indica que a
progesterona e receptor de androgênio. cada 100 casais, 5 engravidaram utilizando
Levnorgestrel, que é um dos primeiros tal método.
derivados da 19 nor testosterona, é o mais • ÍNDICE DE PEARL TEÓRICO: casal
androgênico, porque tem baixa afinidade utilizando aquele método de maneira
ao receptor de testosterona. Enquanto os correta.
mais recentes, tem maior afinidade. • ÍNDICE DE PEARL USO: falhas por uso
Índice de incorreto
Progestagênio
seletividade Existem métodos em que índice teórico e de
Desogestrel 40 uso são praticamente iguais.
Gestodene 26
Noretisterona 5
Levonorgestrel 8,8
• CENTRAL:
Impede o pico de LH, ou seja, é um método
anovulatório.
• PERIFÉRICO:
✓ Interfere o muco, tornando-o hostil para a
penetração do espermatozoide.
✓ Atrofia o endométrio (por isso que as
mulheres que tomam pílula menstruam
menos)
✓ Motilidade tubária
+ : efeito
(+): insignificante doses terapêuticas
- : sem efeito
ANA PAULA – XXII
33
GINECOLOGIA – ATD1

o Aumentam número, adesividade e


agregação plaquetária
Ação dos progestagênios e estrogênios. • PREOCUPAÇÃO:
• ESTROGÊNIO: Carga genética do indivíduo, porque
É benéfico no metabolismo lipídico, porque existem doenças que são trombogênicas:
altera a composição intrínseca do HDL ✓ Fator V de Leiden
(aumenta sua síntese e diminui o ✓ Deficiência proteína S ou C
catabolismo). Por isso que mulheres tem ✓ Protombina 20210
menor risco de doenças caronarianas em Os exames para detectar essa carga
relação ao homem. genética são caros, por isso que não é
• PROGESTAGÊNIO: pedido com frequência. Deve-se procurar
Depende da sua androgenicidade. histórico na anamnese (histórico pessoal ou
familiar).
Estrogênio Progestagênios
HDL ↑ ↓
LDL ↓ ↓
Risco CV ↓ ↑ Estrogênio retém sódio e o progestagênio
elimina, principalmente aqueles com ação
anti-mineralocorticoide.

• PROGESTAGÊNIOS:
Pode causar resistência periférica a insulina,
porque diminui os receptores. Hoje em dia os efeitos são mínimos porque as
DM → DM descompensado é uma doses são baixas.
contraindicação absoluta do uso de • EFEITOS COLATERAIS DO ESTROGÊNIO:
anticoncepcional. Quando ao paciente ✓ Cefaleia
com DM compensada, sempre que der para ✓ Náuseas
optar por outros métodos, evitar pílula (optar ✓ Vômitos
por método não hormonal). ✓ Tonturas
✓ Irritabilidade
✓ Ganho de peso
✓ Ingurgitação venosa
O estrogênio aumenta a síntese de substrato ✓ Mastalgia
de renina e angiotensinogênio. E os ✓ Cloasma
progestagênios não interferem. • EFEITOS COLATERAIS DO
A drospirenona tem ação anti- PROGESTAGÊNIO:
mineralocorticoides. ✓ Fadiga
Em pacientes com hipertensão leve, podem ✓ Depressão
usar a pílula, mas dar preferencia à uma ✓ Alteração libido → o etinil estradiol
baixa dose de estrogênio com uma pílula aumenta a quantidade da globulina
com drospirenona. transportadora de esteroides, portanto,
tem mais androgênio ligado à globulina
do que livre.
✓ Hipo-amenorreia
Os estrogênios tem uma ação ✓ Acne
trombogênica: ✓ Apetite
o Aumentam os fatores II, V, VII, IX, X, XII ✓ Hirsutismo
o Diminuem a antitrombina III ✓ Seborreia
o Aumentam tromboxane A2 ✓ Queda de cabelo
o Diminuem prostaciclina
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD1

✓ Diminui os sintomas climatéricos:


Pode-se utilizar em idades mais avançadas
✓ Neoplasia hormônio dependente (ex: para diminuir os sintomas climatéricos.
câncer de mama) ✓ Osteoporose
✓ Presença ou história de trombose venosa
ou arterial
✓ Enxaqueca com sintomas focais Podem diminuir a eficácia da pílula.
✓ Sangramento uterino sem diagnóstico • INDUÇÃO CITOCROMO:
✓ Gravidez São drogas que ativam o citocromo P450,
✓ Hipertensão arterial grave aumentando o metabolismo hepática dos
✓ DM com alteração vascular esteroides.
✓ Tabagistas acima de 35 anos Exemplos: fenitoína, fenobarbital, ritonavir,
✓ Hepatopatia aguda ou crônica griseofulvina, carbamazepina, topiramato,
✓ Tumores hepáticos benignos ou malignos Hypericum perfuratum.
✓ Predisposição hereditária ou adquirida • INTERFERÊNCIA NA CIRCULAÇÃO
para trombose venosa ou arterial: ENTERO-HEPÁTICA:
• Fator V de Leiden Penicilina e tetraciclina.
• Resistência à proteína C Portanto, quando for utilizar um desses
• Deficiência de antitrombina III métodos, é preciso utilizar um método de
• Deficiência de proteína C barreira associado até 4 semanas após a
• Deficiência de proteína S interrupção da droga.
• Anticorpos antifosfolípides

São pílulas que contêm o estrogênio natural.


Mulheres que tem mais de 35 anos e fuma A quantidade não é mcg, é em mg, tem
tem contraindicação absoluta de uso da que ser maior dosagem devido à menor
pílula, porque tem risco aumentado para eficácia.
fenômenos tromboembólicos. • QLAIRA ®:
Valerato de estradiol 2mg
Dienogeste 3 mg
• STEZZA ®:
✓ Controle do ciclo menstrual Estradiol 2 mg
✓ Diminui o fluxo do ciclo menstruais Acetato de nomegestrol 2,5 mg
(melhora os níveis hematimétricos)
✓ Diminui a cólica menstruação
✓ Cisto funcional de ovário → cisto que
surge por estimulo do FSH. Portanto, se São pílulas só de progesterona.
toma aco inibe o eixo e regride o cisto A mais utilizada hoje é a pílula anovulatória
(se não regredir depois de usar aco é de progestagênio (75 mcg de 3-ceto-
porque não é um cisto funcional) desogestrel).
✓ Doença inflamatória pélvica → O mecanismo de ação é que inibe o eixo
porque o progestagênio age no muco HHO, atua no muco cervical e no
impedindo a ascensão de endométrio. Tomada de maneira continua.
espermatozoides e microrganismos. Alta eficácia (índice de Pearl o,14).
✓ Perfil lipoproteico Contudo, não tem ciclicidade, pode ter
✓ Proteção contra câncer: amenorreia ou sangramentos frequentes.
Contra o câncer epitelial do ovário e contra Usada muito em pacientes que estão
o câncer de endométrio, pela ação da amamentando, porque não podem usar
progesterona sobre o estrogênio. estrogênio, porque diminui a quantidade e
ANA PAULA – XXII
35
GINECOLOGIA – ATD1

qualidade do leite, além de aumentar os


riscos tromboembólicos.
Esquema continuo, em que não tem
interrupção da pílula.
Hoje sabe-se que não existe interferência
• INÍCIO: sempre no primeiro dia do com o metabolismo lipídico etc.
ciclo menstrual O problema é a ocorrência de spottings,
• INTERVALO: depende porque o endométrio cai atrofiando cada
3 semanas com parada de uma semana. vez mais, o endométrio atrófico pode
As de ultra baixa dose são usadas com sangrar um pouquinho.
pausa de apenas 4 dias. Caso isso ocorrer, fazer uma pausa de 7 dias
• PROBLEMA: esquecimento e retornar a cartela posteriormente.
É muito maior o risco de gravidez se • VANTAGENS:
esquecer a pílula na primeira semana, ✓ Melhora cefaléia
porque demora 7 dias para inibir o eixo HHO. ✓ Melhora dismenorreia
Atraso menor que 12 horas não interfere na ✓ Melhora produtividade
eficácia. ✓ Diminui abstenseismo
Se esquecer de tomar um comprimido na ✓ Menor perda sanguínea
primeira semana, deve-se tomar o ✓ Menor foliculogenese
comprimido esquecido, mas fazer uma ✓ Menor proliferação endometrial
contracepção adicional (de barreira) ✓ Custo absorventes
naquele mês até terminar a cartela. ✓ Maior eficácia
Se for esquecido após 2 semanas, tomar o
comprimido esquecido e terminar a cartela.
Na terceira semana pode terminar ou não a
cartela, intervalo de 7 dias, inicia nova
cartela.
• PÍLULAS COM ULTRA BAIXA DOSE (15
mcg):
Apresentam maior eficácia no esquema de
24 comprimidos com 4 dias de intervalo.

• DURANTE A PAUSA:
✓ Aumenta a síntese de prostaglandinas (o
que vai aumentar os sintomas
relacionados à menstruação)
✓ Crescimento folicular
✓ Esquecimento do reinício
✓ Eficácia menor quando está controlando
o sangramento ou tratando
endometriose
• SINTOMAS DO INTERVALO SEM PÍLULA:
✓ Cefaleia
✓ Dismenorreia
✓ Edema
✓ Menorragia
✓ Labilidade emocional
✓ Mastalgia
ANA PAULA – XXII
36
GINECOLOGIA – ATD1
Dr. Luis Roberto Fernandes

contraceptivos hormonais
não orais
✓ Sem padrão de sangramento
✓ Efeitos colaterais (poucos)
✓ Evita o metabolismo de primeira • CONTRAINDICAÇÕES:
passagem hepática (sobrecarga As mesmas contraindicações das pílulas.
hepática) → diferente da pílula que vai • INSTRUÇÕES GERAIS:
para o intestino é absorvida, vai para o ✓ Cuidados na aplicação (não pode
fígado, é metabolizada e posteriormente massagear o local da aplicação)
vai para a corrente circulatória. ✓ Uma dose mensal
✓ Evita interferência da absorção ✓ Margem de eficácia de 3 dias para mais
gastrointestinal ou menos
✓ Possibilidade de uso de método de ✓ Índice de Pearl de 0,1 a 0,3 (muito eficaz)
liberação hormonal controlada,
mantendo níveis séricos constantes (o
que permite uma menor dose)
✓ Baixo índice de efeitos colaterais • DROGA:
✓ Evita a necessidade de tomar a pílula Acetato de medroxiprogesterona de
diariamente depósito.
É só de progestagênio
• DOSE:
150 mg/IM/cada 3 meses
✓ Injetáveis (mensais ou trimestrais) • MECANISMO DE AÇÃO:
✓ Implantes ✓ Anovulação
✓ Anel vaginal ✓ Muco cervical
✓ Transdérmicos ✓ Atrofia de endométrio
✓ DIU • EFICÁCIA:
Índice de Pearl = 0,3
• VANTAGENS:
✓ Eficácia
Associação de estrogênio e progestagênio. ✓ Seguro
• MECANISMO DE AÇÃO: ✓ Fácil utilização
✓ Impede o pico de LH, ✓ Ação prolongada
consequentemente, impede a ✓ Reversível
anovulação. ✓ Privacidade
✓ Muco cervical • DESVANTAGENS:
✓ Endométrio ✓ Não aceitação da via
✓ Mobilidade tubária ✓ Padrão de sangramento
• VANTAGENS: ✓ Efeitos colaterais
✓ Aceitabilidade ✓ Ganho de peso
✓ Estrogênio natural
✓ Preservação do sangramento
✓ Comodidade (por ser apenas 1
aplicação mensal) Implanon® → é o único no mercado
✓ Evita sobrecarga hepática Bastão com 4 cm de comprimento com 2
✓ Aplicação simples mm de diâmetro.
• DESVANTAGENS: 68mg etonogestrel (apenas progestogênio),
✓ Não aceitação da via (injeção) misturado com um polímero.
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD1

• LIBERAÇÃO: Utiliza-se igual a pílula, 3 semanas utilizando,


60 a 70 mcg/dia semana 5 e 6 tiro por 7 dias, no 8º recoloco. Mas já tem
35 a 45 mcg/dia final primeiro ano estudos mostrando o uso contínuo do anel.
25 a 30 mcg/dia final terceiro ano A vagina é recoberta com uma extensa
Doses bem baixas por dia, dura 3 anos) área de epitélio, o que permite rápida
• VANTAGENS: absorção das substâncias. Além disso, é
✓ Eficácia prolongada extremamente vascularizada, absorve e já
✓ Não contém estrogênios vai direto para a corrente circulatória, sem
✓ Amenorreia precisar passar pelo fígado.
✓ Hipo-oligomereria (aquelas que • INERVAÇÃO DA VAGINA:
menstruam, menstruam em pequenas É improvável que as mulheres sintam a
quantidades) presença de um corpo estranho na parte
✓ Diminui risco de câncer superior da vagina, pois nesta região não há
✓ Diminui DIP (doença inflamatória pélvica) sensibilidade táctil.
✓ Endometriose • NÍVEIS SÉRICOS:
• DESVANTAGENS:
✓ Alterações no ciclo menstrual
✓ Peso
✓ Custo alto
✓ Densidade mineral óssea
✓ Método de aplicação/retirada
• LOCAL DE APLICAÇÃO:
Os níveis séricos da pílula sobem quando
Sulco bicipitalis, entre o bíceps e o tríceps do
toma, depois vai caindo até tomar a pílula
braço não dominante. do próximo dia (essa grande variabilidade
causa muitos efeitos colaterais).
NuvaRing ® tem níveis séricos constante.
• EFICÁCIA:
Todo novo método a base de progesterona O índice de Pearl é de 0,65 (muito seguro).
é estudado pela OMS em um período de 90 • ASPECTOS DE SEGURANÇA:
dias. ✓ Produz efeitos mínimos no metabolismo
Amenorreia → sem sangramento lipídico
Sangramento infrequente → 1 ou 2 episódios ✓ Não produz efeitos clinicamente
Sangramento frequente → 6 ou mais relevantes no metabolismo de
Sangramento prolongado → mais de 14 dias. carboidratos
• RESULTADOS DO IMPLANON: ✓ Produz mínimos efeitos sobre o sistema de
A grande maioria das mulheres não coagulação
menstruam ou menstruam em pequena ✓ Não produz efeitos sobre a pressão
quantidade, contudo 8% das mulheres arterial
apresentam sangramento frequente ou ✓ Não produz efeitos desfavoráveis no
prolongado, o que causa altas taxas de cérvice uterino ou na vagina
abandono do método. • EXPULSÃO DO ANEL: rara, apenas 2,6%
Quando ocorrer, se ficar menos de 3h fora →
recolar que terá a mesma eficácia (não vai
5,4 cm de diâmetro. diminuir os níveis séricos)
NuvaRing ® Mais de 3 horas → recolocar anel + utilizar
Estrogênio e progestagênio (2,7 mg de barreira por 7 dias (pode mudar o dia da
etinilestradiol + 11,7 mg de etonogestrel). menstruação).
Vai liberando o hormônio gradativamente, • ESQUECIMENTO DA RETIRADA:
com baixas doses diárias. Até 1 semana depois → mesma eficácia
Mais de 1 semana → possibilidade de
gravidez
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD1

• CONTRAINDICAÇÕES: mesmas
relacionadas às pílulas. O QUE PRECISA SABER DESSA AULA
• ARMAZENAMENTO: A grande vantagem desses métodos é a
Geladeira (2 a 8ºC) não primeira passagem hepática, a
Temperatura ambiente dura 4 meses. absorção vai direto para a corrente
Anotação no cartucho qual a data que saiu circulatória, por isso pode-se utilizar doses
da geladeira. mais baixas, o que garante menos efeitos
colaterais.
Possibilidades:
o injetáveis mensais (P+E)
É um método combinado. o injetáveis trimestrais (P)
Etinilestradiol (0,60 mg) + nortelfestromina (6 o implanton (P)
mg). o anel vaginal (P+E)
EVRA ® → nome do mercado. o transdérmico (P+E)
• POSOLOGIA:
Insere-se no primeiro dia da menstruação.
Um adesivo por semana, por três semanas,
fazer pausa de 7 dias.
• LOCAIS DE APLICAÇÃO:
Pele integra, seca e sem pelos.
Pode ser na nádega, dorso, abdome, face
externa do braço.
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD1

contracepção de urgência
✓ Relação sexual não planejada e
desprotegida
✓ Uso inadequado de métodos
contraceptivos
✓ Falha contraceptiva presumida
(rompeu o preservativo)
✓ Violência sexual

2,5% seis dias pré-ovulação.


A de progestagênio é a mais utilizada.
17,3% pré-ovulatório imediato.
Quanto mais rápida acontecer o intercurso
Decréscimo até 0,5% quarto dia após
sexual, melhor.
ovulação.
Yuzpe é a pílula combinada.
30% período pré-ovulatório.
Quanto mais perto do intercurso sexual,
maior a eficácia.
Nas primeiras 24h → 95% de eficácia
25 – 48h → 85%
FERTILIZAÇÃO: ocorre na ampola da tuba No terceiro dia já cai para 58%.
uterina 72 horas após intercurso sexual • EFEITOS COLATERAIS:
OVO-TRANSPORTE: 3 dias ✓ Náuseas
IMPLANTAÇÃO: 6 dias após ✓ Vômitos
✓ Tonturas
✓ Cefaléia
A pílula de levonorgestrel apresenta menos
✓ Contraceptivo hormonal oral: efeitos colaterais e é mais eficaz.
combinado ou progestagênio. • ATRASO DA MENSTRUAÇÃO SEGUINTE:
✓ DIU A maioria das mulheres vão apresentar um
✓ Danazol atraso de menstruação.
✓ Mifepristone

Caso não tenha pílula, pode inserir um DIU


✓ Interferência na ovulação até o quinto dia.
✓ Interferir no transporte do ovo (cai na Tanto o DIU de cobre, quanto o DIU
cavidade e o endométrio não está hormonal.
preparado ainda)
✓ Interferir no corpo lúteo
✓ Histologia endometrial
Depende do momento em que esse método São métodos alternativos e excepcionais,
é utilizado (quando). mas que devem ter ampla divulgação entre
os profissionais de saúde para diminuir a
incidência de gravidez indesejada.
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD1
Dra. Maria Silvia

amenorréias
Cada mulher tem seu padrão de
menstruação, seu próprio ciclo, as vezes não
Queixa de ausência de menstruação (é um tem irregularidade menstrual (entre 25 e 32
sintoma). dias é normal).
Pode estar associada a várias patologias ou A fase lútea é sempre fixa (ovulou → 14 dias
ser algo pontual. depois vai menstruar). O que pode variar é a
Pode ser pontual ou repetitivo. primeira fase do ciclo.
• INCIDÊNCIA: Quando tem uma insuficiência lútea pode
Gravidez, 95% das mulheres que chegam acontecer um escape (fica um sangramento
com queixa de amenorreia estão gravidez. pré-menstrual).
5% não estão relacionadas à gravidez. O novo ciclo se inicia no primeiro dia da
última menstruação.
Alguma alteração no ciclo menstrual, pode
evoluir com quadro de amenorreia.
Neutrotransmissores

Hipotálamo – GnRH pulsátil
↓ ✓ Amenorreia primária
hipófise – FSH/LH ✓ Amenorreia secundária

Ovários (estradiol
(E2)/progesterona/andrógenos)
↓ • DEFINIÇÃO:
Útero Menina que nunca menstruou.
Até 14 anos não tem nenhuns caracteres
Análogos do GnRH podem ser utilizados para secundários (mamas, pelos pubianos).
bloquear o eixo. Com 14 anos tem broto mamário, mamilo,
Na ausência da gravidez, o útero descama, espera até os 16 anos para ver se é apenas
mas qualquer alteração em qualquer uma um atraso de desenvolvimento (perguntar
dessas fases pode acarretar em uma do desenvolvimento da mãe e avó, pois tem
alteração menstrual, incluindo uma influência familiar).
amenorreia. Entre 14 e 16 anos com desenvolvimento dos
Uma prolactina muito alta, por exemplo, caracteres sexuais considera-se menarca
pode inibir o GnRH. atrasada.
A saída da menstruação também pode ser • CAUSAS DE AMENORREIA PRIMÁRIA:
obstruída. Agenesia mullerina → alguma malformação
uterina no momento da fusão dos ductos de
Muller na embriogênese (síndrome de Mayer-
Rokitanky-Kuster-Hauser).
Disgenesias gonadais
Pseudo-hermafroditismo
Alterações centrais

É a ausência de menstruação por 2 a 3


ciclos consecutivos.
ANA PAULA – XXII
41
GINECOLOGIA – ATD1

Intervalos menores correspondem a um


desvio esporádico de ciclo normal (atraso
menstrual). CAUSAS NEURAIS
NO MÍNIMO 2 ciclos sem menstruar é Qualquer alteração que vai afetar a
amenorreia. liberação cíclica de GnRH.
CAUSAS ORGÂNICAS:
✓ Puberdade tardia
✓ Lesões orgânicas
✓ Amenorreia fisiológica (gravidez) ✓ Cromossomopatias: S. Laurence-
✓ Amenorreia patológica Moon-Biedl (retardo mental,
obesidade, polidactilia), S. Kallmann
(amenorreia e anosmia)
✓ Tumores do SNC, encefalite, AVC
Gravidez: no começo da gravidez pode ter ✓ Cirurgias, radioterapia
um sangramento por causa da CAUSAS FUNCIONAIS:
decidualização do endométrio no 24º dia ✓ Retardamento mental
(sinal de implantação placentário), mas não ✓ Pseudociese (neurotransmissores
é menstruação. situados no sistema límbico) →
Perguntar a data da última menstruação gravidez psicológica
normal. ✓ Anorexia nervosa → muito comum em
Após um abortamento, o ciclo pode voltar adolescentes (longos períodos de
ao normal entre 30 a 40 dias. O beta HCG amenorreia)
inibe o ciclo do GnRH para que a mulher ✓ Alterações súbitas no peso corpóreo
não ovule, mas depois do aborto o beta ✓ Exercícios exagerados/stress →
HCG demora um pouco para diminuir, essa interfere nos neurotransmissores (antes
liberação de GnRH pode demorar um pouco do GnRH)
para voltar ao normal (tem que esperar o ✓ Medicamentosas
beta-HCG cair). (metoclopramida/antipsicóticos): há
Tem que ficar atenta porque o beta HCG vai medicações que aumentam muito a
diminuir, vai ovular e posteriormente prolactina e acabam fazendo a
menstruar (cuidado para não engravidar paciente entrar em amenorreia
nesse período).
Amamentação: algumas mulheres podem SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS
ovular mesmo amamentando. (SOP)
Principalmente quando a bebê começa a Síndrome metabólica, resistência insulínica
introduzir outros alimentos. que leva a uma anovulação. Não tem
Pode engravidar mesmo sem menstruar progesterona e fica longos períodos sem
(porque primeiro ovula para depois menstruar, e quando menstrua pode ser não
menstruar). por ovulação e sim porque o endométrio
fica muito atrofiado.
OBS: irregularidade na menstruação é Produção aumentada de testosterona:
apenas quando a menstruação fica irregular hirsutismo, acne, virilização, obesidade,
por no mínimo 3 meses. acantose.
É uma alteração em que se tem uma
inversão: o critério de diagnóstico para a
SOP não tem a ver com dosagem hormonal.
Tem que ter 2/3 para diagnóstico:
- hiperandrogenismo
- anovulação
- ovário aumentado de tamanho
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GINECOLOGIA – ATD1

Pacientes com maior risco de câncer de FSH. Quadro grave, mas pouco
endométrio. comum.
✓ Infecção bacteriana ou viral (podem
CAUSAS HIPOFISÁRIAS levar a uma falência ovariana)
✓ Tumores hipofisários (ação hormonal ✓ Doenças auto imunes → produzem
ou compressiva) anticorpos que atingem a circulação
✓ Síndrome de Sheehan → quadros de ovariana, entrando em falência
sangramento muito importante no precocemente
parto faz com que a hipófise tenha ✓ Tumores funcionantes
uma necrose no parto. Assim, após o ✓ Cirurgias, RXT, quimioterapia
parto a mulher tem uma baixa de (ciclofosfamida) → cirurgia para a
todos os hormônios secretados pela endometriose era muito feita, o que
hipófise, tem que repor via oral. poderia causar um dano ao ovário,
Perda sanguínea acentuada → todos os fazendo com que as mulheres
vasos menores se contraem para preservar o entrassem em menopausa precoce
cérebro. pelo excesso de cauterização.
Agalactia, amenorréia, atrofia das mamas, Ciclofosfamida: antes do tratamento
perda de peso, intolerância ao frio. quimioterápico, recomenda-se a mulheres
Às vezes, quando a necrose é pequena, as jovens que façam congelamento de óvulos.
funções podem retornar. ✓ Síndrome de Turner: ausência de um
✓ Síndrome da sela vazia → a sela cromossomo X (45X, mosaico
túrcica permite uma herniação do 45X/46XX).
espaço subaracnoide. Assim, a Baixa estatura, pescoço alado, baixa
hipófise não consegue se desenvolver. implantação dos pelos na nuca, útero
✓ Iatrogênicas rudimentar, ovários em fita, malformação
torácica.
CAUSAS OVARIANAS
✓ Esgotamento folicular → mulher nasce CAUSAS UTERINAS E CANALICULARES
com um número certo de folículos ✓ Perfil hormonal normal e cariótipo
para a vida toda, amadurecem normal
durante a puberdade, e todos os ✓ Atresia uterina/cervical/vagina
meses liberamos vários óvulos e só um ✓ Aderência intrauterina → após
vai ovular. curetagem o útero pode ficar com
Quando os óvulos acabam, o ovário entra cicatrizes e formar aderências
em falência e a mulher entra na ✓ Tuberculose genital → forma fibrose
menopausa. ✓ Metrose de receptividade → esgota os
Após os 40 anos é normal/fisiológica receptores de estrogênio e
(precoce é antes dos 40 anos). progesterona no endométrio (pode
No Brasil a média é entre 48 e 50 anos. ocorrer quando a mulher toma aco
✓ Estradiol E2/Estrona/Estriol → queda durante muitos tempos, assim, o
desses hormônios pela falência endométrio fica muito atrófico e com
ovariana. poucos receptores) → amenorreia pós
O FSH e o LH ficam altos para tentar estimular pílula é reversível
o ovário, enquanto o estrogênio estará ✓ Estenose do colo
baixo. ✓ Setpo vaginal transverso
São 3 estrogênios circulantes. ✓ Hímen imperfurado (já faz parte do
✓ Cromossomopatias exame clínico do RN perceber se o
✓ Menopausa precoce ânus está perfurado e o hímen). Se
✓ Síndrome de savage → ovário tem não descobrir o quadro, vai
alteração nos receptores para o LH e menstruar, acumular e formar um
abdome agudo
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD1

✓ Sídrome de Asherman (aderências


uterinas) → curetagem que causa
uma aderência e a fibrose não deixa ✓ Afastar gravidez → pedir beta HCG
a menstruação exteriorizar ✓ Uso de medicamentos (perguntar)
Diagnóstico pela histerossalpigografia ✓ Avaliar galactorreia (pode ser tumor)/
(contraste), ver falhas de enchimento hirsutismo
(fibrose intrauterina). Também pode ser ✓ Evidências de distúrbios
observada pela histeroscopia (ver fibrose). psíquicos/stress → bulimia, anorexia, se
é atleta
✓ Avaliar sinais de cromossomopatia
(crescimento e desenvolvimento) →
sempre que for amenorreia primária
deve pedir cariótipo)
Padrão ouro de avaliação do endométrio é
a histeroscopia.
✓ Ovulação silenciosa: problema no
endométrio.
o Cariótipo (em casos de amenorreia
Pode ser congênito ou por ACH causando
primária)
bloqueio dos receptores de estrogênio.
o Beta-HCG/ prolactina/ FSH /estradiol/
✓ Síndrome de Rokitansky: ausência ou
TSH/T4
atresia de vagina e útero com ovários
TRH estimula o TSH, esse TSH estimula a
normais (pela mal fusão dos ductos de
tireoide a produzir o T3 e T4, quando tem
muller)
níveis adequados de T3 e T4 tem feedback
Fenótipo e cariótipo normais (46 XX).
negativo para a produção de TSH e
O tratamento é: molde para neovagina,
prolactina. Por isso que em casos de tumor
porque a pessoa quer ter relação, mas tem
de hipófise estimula a liberação de TSH e
dispareunia. Em alguns casos o tratamento
também de prolactina
pode ser cirúrgico.
o Teste de progesterona
Diagnóstico diferencial com síndrome de
oral/progesterona e estrógeno:
Morris (mais raro). Já a de Rokitanksy não é
O teste do progestogênio é feito a partir da
tão infrequente.
administração de progestógenos, que são
Síndrome de Morris: é um embrião do sexo
hormônios que impedem a produção dos
masculino (46 XY), que tem uma ausência de
hormônios sexuais estrógeno e progesterona,
receptores para a testosterona, acabam
por sete dias. Após o período de
nascendo como meninas. Ficam crianças
administração é verificado se houve
meninas (podem ter hernia inguinal, pelos
sangramento ou não e, assim, o
testículos criptorquídicos). Conduta é esperar
ginecologista é capaz de avaliar a saúde da
a pessoa ficar adulta, retirar esse testículo
mulher.
(que tem tendencia maior para o câncer),
o Ultrassom/RM pélvica e SNC
recebem hormônio feminino e seguem a
o Histerossalpigografia/histeroscopia
vida como mulheres).
o Hormônios andrógenos: apenas
✓ Criptomenorréia:
quando houver sinais de
O endométrio descama, mas não exterioriza,
androginismo. Nos casos de virilização.
a causa mais comum é o hímen
Testosterona livre, S-DHEA, 17-OH
imperfurado, mas pode ser por septo vaginal
progesterona (pode estar aumentada
transverso também.
quando se tem uma hiperplasia de
suprarrenal).

• Anamnese
• Exame clínico
• Exames complementares
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD1

• DISFUNÇÕES OVARIANAS:
✓ terapia hormonal (E+P) – avaliar risco /
30 UI/ml normal benefício
30 – 100 UI/ml aumento fisiológico (não ✓ anovulação (indução de ovulação)
precisa investigar tumor de hipófise) ✓ cirúrgico em caso de tumores
Acima de 100 UI/ml tumoral ✓ hiperandrogênicos: acetato de
Na SOP pode estar um pouco aumentada ciproterona
também. ✓ S. Savage: altas doses de gonadotrofinas
• PROLACTINA NORMAL E FSH E LH para ver o ovário volta a funcional
NORMAL: • DISFUNÇÕES UTERINAS E
Causa ovariana. CANALICULARES:
Menopausa precoce ✓ S. de Asherman/metrose de
Síndrome de ovários resistentes receptividade: histeroscopia com
Cromossomopatias (cariótipo) debridamento e DIU de cobre
• TESTE DE PROGESTERONA ORAL: ✓ Cirúrgico em casos de criptomenorreia,
Administrar 10mg de acetato de malformações e estenose
medroxiprogesterona VO por 10 dias.
+ → sangramento após 2 a 10 dias indica
níveis adequados de estrógenos caso clínico
Amenorréia neural, hipofisária ou ovariana. Paciente ML, 18 anos, procurou o
- → pode indicar problema na produção de ambulatório de ginecologia com queixa de
estrogênio → FAZER TESTE DE PROGESTERONA nunca ter menstruado. Negava início de
E ESTRÓGENO. atividade sexual ou outras queixas
• TESTE DE PROGESTERONA E ginecológicas relevantes. Na anamnese
ESTRÓGENO: refere desenvolvimento neuropsicomotor
Administrar estrógenos conjugados por 21 normal e doenças próprias da infância. A
dias sendo nos 10 últimos dias associados a telarca iniciou aos 11 anos e a pubarca aos
progesterona. 12 anos.
Em caso de sangramento, trata-se de O exame físico geral encontra-se normal; os
amenorréria neural/Hipofisária/ovariana órgãos genitais externos com pilificação
Em caso negativo, trata-se de amenorréia normal o intróito vaginal de aparência
uterina/Canalicular. encurtada. Não houve progressão de um
cotonete na tentativa de introduzi-lo na
vagina.
Exames laboratoriais hormonais dentro da
✓ descartar gravidez normalidade e cariótipo também normal. Ao
✓ diagnosticar ovários policísticas ultrassom, os ovários apresentam-se de
✓ ausência ou malformação do útero volume normal e útero com volume 5 cm3.
✓ tumores de ovário • COMENTÁRIOS:
✓ hematometria É um quadro de amenorreia primária, mas a
parte hormonal é normal (o que já era de se
esperar, porque essa paciente já
apresentava telarca e pubarca).
• PARA MULHERES QUE QUEREM Como os hormônios estão normais, podia
ENGRAVIDAR: descartar a hipótese de alterações
amenorreia psicogênica → psicoterapia hormonais ou centrais.
hipotálamo hipofisárias → O tamanho do útero está diminuído (5 cm3,
- cirúrgico (macroadenomas/ sendo que o normal é de 30 a 90 cm3).
craneopfraingiomas)
- medicamentoso (bromoergocriptina ou
cabergolina nas hiperprolactinemias)
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD1

• HIPÓTESE DIAGNÓSTICA: COMENTÁRIO DA PRIMEIRA QUESTÃO: sem


Síndrome de Rokitansky. menstruar, não está gravida e está com
Dados para isso: saída de secreção láctea.
- tamanho do útero Prolactina alta → inibe o eixo. A prolactina
- teste do cotonete atua no GnRH.
- ausência de déficit neurológico Hipotireoidismo → TSH muito alto.
- cariótipo normal
Diagnóstico diferencial entre Morris e 2. Paciente de 24 anos apresentando
Rokitansky → ver pelos (na S. de Morris, como amenorréia 6 meses após um parto que
não tem nenhum receptor de androgênio, complicou com sangramento abundante e
não vai ter muitos pelos) múltiplas transfusões sanguíneas. Seu recém-
• DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS: nascido evoluiu para óbito após 2 dias. Qual
- cromossomopatias (mais comum → Turner) diagnóstico provável?
- síndrome de Morris (embrião masculino sem a. Amenorréia por isquemia da neurohipófise
receptor de testosterona) b. Síndrome de Sheehan
• MALFORMAÇÕES MAIS COMUNS c. Hiperprolactinemia
ASSOCIADAS A ESSE QUADRO: d. Hipertireoidismo
Malformação uterina podem ser e. Síndrome de Morris
acompanhadas de malformações renais.
Em uma porcentagem menor também 3. Uma mulher de 30 anos 2G 1PN 1A vai ao
pode-se ter alteração óssea. ginecologista com quadro de amenorréia
• TRATAMENTO: secundária há 8 meses. Antes do
Nesse momento não tem muita coisa a ser abortamento com curetagem seu ciclo era
feita, apenas explicar a malformação e regular. Após avaliação foi diagnosticada
orientar a procurar medico para fazer uma com síndrome de Asherman. Qual das
neovagina a partir do momento em que for alternativas caracteriza o mecanismo dessa
iniciar sua vida sexual. síndrome?
• PODE TER FILHOS? a. Hiperplasia endometrial
Não, por causa da atresia do útero. b. Necrose hipofisária
Barriga solidária → retira um óvulo dessa c. Sinéquias intrauterinas
mulher e outra mulher gera para essa d. Cicatrizes miometriais
paciente. e. Falência ovariana
Se quiser gerar um filho → transplante de
útero. 4. Uma jovem de 19 anos vem apresentando
ciclos irregulares com intervalos
progressivamente maiores sendo que está há
Questões 8 meses em amenorréia. Em seus exames
hormonais, a prolactina encontra-se no valor
1. Paciente com 32 anos apresenta cefaléia, de 120 UI/ml. Qual provável diagnóstico?
amenorréia há 8 meses e galactorréia. Seus a. Microadenoma de hipófise
exames laboratoriais apresentam beta HCG b. Hipotiroidismo
negativo, TSH normal, prolactina elevada. c. Craneofaringioma
Qual alternativa representa manifestação d. Sinéquias uterinas
clínica relacionada com o caso? e. Síndrome de Mayer Rokitansky
a. Diabete insípido
b. Amenorréia devida à inibição das
pulsações do GnRh
c. Cefaléia devida a mal formação cerebral
d. Distúrbio nos ductos mamários
e. Hipotiroidismo primário
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD1

5. Paciente de 50 anos, vem apresentando 6. Paciente com 32 anos, história de


irregularidade menstrual há 2 anos, com hipotireoidismo em uso de levotiroxina 50
ciclos de intervalo longo, a cada 45 a 60 mg/dia, IG 0P IA há 3 anos com curetagem,
dias. No momento está em amenorréia há 5 está apresentando amenorréia secundária
meses e refere ondas de calor noturnas. Qual há 6 meses acompanhada de insônia e
a hipótese diagnóstica e quais exames ondas de calor de fraca intensidade. As suas
necessários? dosagens hormonais resultaram: FSH 45, LH
a. Hipotiroidismo; dosar TSH, FSH 40, TSH 1,25 e estradiol 2,5 mUI/dl. Foi
b. Síndrome climatérica; dosar FSH e estradiol submetida a teste de progesterona oral que
c. Menopausa; dosar FSH e LH resultou negativo. Qual é o provável
d. Hiperprolactinemia; prolactina e TSH diagnóstico?
e. Síndrome climatérica; não solicitar a. falência ovariana precoce
dosagem hormonal b. Síndrome de Asherman
COMENTÁRIOS DA QUESTÃO 5: c. SOP
Menopausa é apenas 12 meses após a d. Hipotiroidismo descompensado
amenorreia. Mas não tem necessidade de e. Síndrome de Sheehan
pedir exames hormonais, porque o COMENTÁRIOS DA QUESTÃO 6:
diagnóstico nessa idade é clínico (50 anos é TSH normal é até 4,5 (portanto o
normal ter síndrome climatérica). Não tem hipotireoidismo dela está compensado).
porque pedir exames, porque não se tem Curetagem, mas não é síndrome de
dúvidas do diagnóstico. Asherman porque ela demorou para parar
de menstruar.
Além disso, a paciente apresentou ondas de
calor e insônia.
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD1

infecções ginecológicas
✓ Pregueado mucoso (pregas circulares por
toda a vagina) → quando se aproxima
✓ Cervicites (infecções do epitélio do colo do útero, deixam de ser
cilíndrico) justapostas, formando os formices/fundo
✓ Vulvovagintes (da vulva e da vagina) de saco vaginal
✓ Ulceras genitais (doenças venéreas) • COLO DO UTERO:
A cavidade peritoneal da mulher tem uma ✓ Muco endocervical (forma um tampão e
característica diferente do homem, porque impede a ascensão)
tem contato direito com o sistema externo, ✓ Substâncias bactericidas
sendo necessário todo um sistema de defesa ✓ Integridade anatômica
contra infecções para impedir que os
microrganismos ascendam para a cavidade.
No canal vaginal existe uma flora de
lactobacilos chamados de bacilos de • TIPO I:
Doderline, que fazem com que o glicogênio 90 a 95% de Doderline
forme ácido láctico, que diminui o pH 5 a 10% de outras bactérias
vaginal (uma das proteções contra Ausência ou raros polimorfonucleares
infecções). • TIPO II:
Certas situações podem alterar esse meio 50% de bacilos de Doderline
vaginal, como o hiperestrogenismo, por 50% de outras bactérias
exemplo, que causa uma atrofia do epitélio Maior quantidade de polimorfonucleares
vaginal, formando menos ácido láctico e • TIPO III: disbiose
alterando o pH da vagina, por uma simples Ausência de Doderline
mudança do meio vaginal. 100% de outras bactérias
Polimorfonucleares em grande quantidade

Existem duas formas de laudar o


• NA VULVA: Papanicolau, uma das formas é em classes
✓ Epitélio estratificado queratinizado (classe I, II, III, IV, V). Mas o papa não tem a
✓ Pelos pubianos abundantes finalidade de detectar a flora vaginal, e sim
✓ Coarctação dos lábios menores (barreira detectar se há alterações no colo do útero,
mecânica) mas acaba identificando a flora.
✓ Substâncias, como o ácido undecilênico Além de poder ser laudado pelos tipos, pode
(bactericida) ser também pela classificação de Bethesda.
Quando realiza uma episiotomia é uma OBS: a maioria das mulheres que possuem
região muito próxima do ânus, portanto, se vida sexual ativa possuem uma flora vaginal
esperaria uma infecção pós operatória pela um pouco alterada.
proximidade entre os dois sistemas, mas é A flora vaginal do tipo III pode levar a
muito raro ter infecção, pois a vulva possui sintomas, principalmente odor vaginal.
muitos mecanismos de proteção. • DESEQUILÍBRIO DA FLORA VAGINAL:
• VAGINA: Aumento exagerado de bactérias
✓ Acidez normal (pH de 4 a 4,5) anaeróbicas (Gardnerrella vaginallis,
✓ Flora de lactobacilos de Doderline Bacterioides sp etc).
(transformam o glicogênio em ácido São bactérias que já existiam no meio
láctico) vaginal, mas aumentam em quantidade.
✓ Peroxido de hidrogênio Além disso, juntamente, tem ausência ou
✓ Assoalho pélvico diminuição acentuada dos lactobacilos.
✓ Justaposição
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD1

Contudo, uma quantidade exagerada de • Gravidez ectópica (diminui a luz da


lactobacilos pode causar uma vaginose tuba e impede que o zigoto chegue
citolítica. na cavidade uterina)
Portanto, tanto o exagero, quanto a • Dor pélvica crônica (aderências
ausência de lactobacilos pode levar a um pélvicas)
quadro de disbiose). Se houver sinais de cervicites, pedir
bacterioscopia ou papanicolau em meio
líquido para pesquisa desses microrganismos.
• TRATAMENTO DAS CERVICITES:
O epitélio da vulva é epitélio glandular. ✓ Azitromicina 1g VO dose única (mais
Alguns microrganismos têm trofismo para usada)
epitélio glandular, como gonococo, Neisseria ✓ Doxicilina 100mg VO 12/12h por 7 dias
gonorrhoeae, Chlamydia trachomatis, ✓ Eritromicina 500mg VO 6/6h por 7 dias
Mycoplasma hominis, Trichomonas vaginalis, ✓ Ofloxacin 400 mg VO dose única
Herpes simplex. ✓ Ciprofloxacina 500 mg VO dose única
Epitélio glandular na uretra, nas glândulas de ✓ Cefixima 400 mg VO dose única
Skene e glândulas de Bartholin. ✓ Ceftriaxona 250 mg IM dose única
As glândulas formam um pentágono, muito ✓ Tianfenicol 2,5g VO dose única
comum para essas infecções. ✓ Deve tratar o parceiro também.
• CLASSIFICAÇÃO:
✓ Gonocócicas
✓ Não gonocócicas
Hoje em dia é comum se fazer exame para Manifestações inflamatórias e/ou infecciosa
Chlamydia e Gonococo juntamente com o do trato genital feminino inferior, ou seja,
Papanicolau (citologia em meio líquido). vulva, vagina e epitélio escamoso do colo
Essa citologia tem essa vantagem, de uterino (ectocervicite).
pesquisar essas infecções • IMPORTÂNCIA:
concomitantemente. ✓ Pode interferir nas tarefas cotidianas
✓ Pode interferir nas relações sexuais → ex:
vaginose bacteriana causa odor fétido
durante as relações sexuais
✓ Transmissão do HIV (relações com um
portador do vírus + vulvovaginite leva a
soluções de continuidade, que pode
facilitar a transmissão do HIV)
CHLAMYDIA GONOCOCO ✓ Infertilidade (por comprometimento das
tubas uterinas)
• Assintomática (na maioria das vezes) ✓ Carcinoma do colo (tipo viral → HPV)
• Sintomas leves (corrimento • TIPOS:
mucopurulento, dispareunia, disúria) ✓ Infecciosas (a maioria das vulvovaginites.
A disuria pode ocorrer por causa do ✓ Não infecciosas
pentágono blenorrágico, pode acometer a • NÃO INFECCIOSAS:
uretra também. ✓ Alérgicas (perfume, corantes de roupas
• Complicações → microrganismo intimas, absorventes diários, gel
ascender e acometer as tubas uterinas e espermicida)
o peritônio pélvico ✓ Agentes químicos
• Bartolinite (abcesso da glândula de ✓ Agentes físicos (radioterapia)
Bartholin). ✓ Trauma
• Muco cervical purulento e friável ✓ Corpos estranhos (OB, preservativos)
• Doença inflamatória pélvica:
• Esterilidade
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GINECOLOGIA – ATD1

✓ Atrofia senil → pós menopausa, atrofia do


epitélio vaginal (altera o pH e causa
odor) Vaginose bacteriana
✓ Diabetes mellitus → pode levar a uma Tricomoníase
vulvite Candidíase
• VULVOVAGINITES INFECCIOSAS:
✓ Infecções sépticas
✓ Doenças venéreas
✓ Vaginose bacteriana 45% das mulheres (quase metade dos casos
✓ Fúngicas de vulvovaginites).
✓ Protozoários É uma disbiose (alteração do meio vaginal)
✓ Helmintos (muito raro) Flora vaginal do tipo III (predomínio menor ou
✓ Virais (Herpes genital) ausência de lactobacilos e maior de
✓ Dermatozoonoses (raro também) bactérias anaeróbicas)
Infecção polimicrobiana (não é uma
o Strepto
infecção por um agente único)
o Treponema pallidum (sífilis)
• FATORES DE RISCO:
o Hemophilus ducrey
✓ Sexo oral
o Bacilo de Donovan
✓ Duchas vaginais
o Bacilo de Koch
✓ Tabagismo
o Gonococo
✓ Questão socioeconômica
o Chlamydia tracomatis
✓ Sexo na menstruação
o Fúngicas
✓ Relação sexual em idade precoce
o Papilomavirus
✓ Múltiplos ou novos parceiros
o Herpesvirus
✓ Atividade sexual com outras mulheres
o Oxiurus
✓ DIU (aumento do muco cervical, que é
o Larvas de mosca
alcalino, pode alterar a flora)
Quanto mais frequentes as relações sexuais,
• QUADRO CLÍNICO:
maior a chance de alteração da flora
✓ Corrimento
vaginal.
✓ Sintomas locais (ardência, dor local)
• ETIOLOGIA: é uma infecção
✓ Prurido
polimicrobiana
✓ Ardor
✓ Gardnerella vaginalis
✓ Sangramento
✓ Ureaplasma urealyticum
✓ Odor
✓ Mobiluncus sp
• PROPEDÊUTICA:
✓ Mycoplasma hominis
✓ Anamnese → qual é a queixa dessa
✓ Prevotela sp
paciente (odor, prurido)
• QUADRO CLÍNICO:
✓ Exame clínico → acerta em 50% dos
O preventivo não é feito na paciente com
casos (pode caracterizar algumas
vaginose, primeiro trata a situação, depois
vulvovaginites), mas nem sempre é o
retorna para colher o material.
suficiente
✓ Corrimento branco-acinzentado (não se
✓ pH vaginal
queixa de odor, ardor)
✓ Exame à fresco → material da vagina em
✓ Assintomáticas
lâmina com SF
✓ Dor nas relações (pouco frequente)
✓ Bacterioscopia
✓ Odor na menstruação e pós coito
✓ Teste das aminas
✓ Relações inflamatórias incomuns
✓ Cultura
✓ Complicações infecciosas no ciclo
gravídico-puerperal e pós operatório →
deve tratar (não é muito comum, porque
o pH vaginal da grávida é muito ácido,
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GINECOLOGIA – ATD1

muito ácido láctico, o que dificulta o ingerido com bebidas alcoólicas, náuseas e
crescimento do bactérias anaeróbicas) vômitos.
As bactérias anaeróbicas produzem algumas Alternativas ao antibiótico:
substâncias que estão em meio líquido do - Yakult na vagina (lactobacilos) → mas não
conteúdo vaginal. Quando a paciente tem funcionou porque os lactobacilos presentes
relação, o sêmen alcalino ou o sangue da na vagina e no Yakult são diferentes.
menstruação alcaliniza o meio vaginal, e - substâncias acidificantes (ácido acético) →
essas substâncias produzidas pelas bactérias ninguém usa mais
anaeróbicas volatilizam, causando o odor. - probióticos → muito utilizado hoje, altera
• TESTE DAS AMINAS: tanto a flora do TGI, quanto do trato vaginal
KOH 10% → alcaliniza o meio vaginal,
volatilizando os conteúdos bacterianos. NÃO precisa tratar o parceiro, porque
Portanto, se visualizar um conteúdo que não é uma DST, é apenas uma
parece vaginose, realizar o teste das aminas mudança do meio vaginal.
para confirmar o diagnóstico.
• CRITÉRIOS DE AMSEL:
1. conteúdo vaginal → branco-acinzentado É difícil de ser vista hoje (7 a 35%).
em pequena quantidade • ETIOLOGIA:
2. pH acima de 4,5 Trichomonas vaginalis (protozoário)
3. teste das aminas/Wiff positivo (KOH 10%) – É uma DST (DEVE tratar o parceiro).
teste da baforada Pode levar a uma doença inflamatória
4. células epiteliais da vagina recobertas pélvica aguda → para ter uma doença
por bactérias (clue cells ou células guia) – inflamatória pélvica é preciso ter Clamydia
pode fazer um exame a fresco (com SF) ou Gonorreia no colo do útero.
ou coloração com Gram para visualizar O tricomonas é um protozario flagelado, e
essas células essas duas bactérias grudam nele, sendo
Se tiver 3/4 → diagnostico confirmado. vetor que leva bactérias para dentro da
• CRITÉRIO DE NUGENT: cavidade uterina. Além disso, o
Por pontuações. espermatozoide também pode ser vetor.

• QUADRO CLÍNICO:
Vai dando pontuações para cada ✓ Corrimento abundante, amarelo-
alteração. esverdeado e bolhoso
• TRATAMENTO: ✓ Odor desagradável (não tanto quanto
Antibióticos para bactéria anaeróbica, o na vaginose) → pode dar teste das
mais comum é o metronidazol (500mg 2x por aminas fracamente positivo
dia por 7 dias). ✓ Ardor, prurido
Secnidazol é dose única. ✓ Disuria e dispareunia
Embora a dose única seja mais cômodo, o ✓ Hipertemia (só em associação com
melhor método para tratar é por 7 dias, doença inflamatória pélvica aguda,
porque a resposta por dose única é mais causando febre e dor pélvica)
baixa. ✓ Dor em baixo ventre
O metronidazol causa um efeito antabuse, ✓ Colo em framboesa (erosão do epitélio
gosto ruim/metálico na boca e não pode ser do colo do útero e da vagina) →
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD1

normalmente o colo do útero e a vagina • ETIOLOGIA:


são de coloração rósea, nesse caso, nos Cândida albicans (80 a 90%)
pontos de erosão do epitélio começa a Cândida tropicalis
ficar um pontilhado vermelho Torulopsis glabrata
• TESTE DE SCHILLER: Encontra esporos, hifas, micélios no exame a
Pincelar o colo do útero com uma fresco e na bacterioscopia.
substância iodada chamada lugol. O iodo se • NÃO COMPLICADA:
fixa ao glicogênio. o Episódios isolados
O colo normal é revestido por um epitélio o Sintomas leves a moderados
plano estratificado, que se cora pelo iodo o Achados de C. albicans
(coloração castanha), pela presença de o Não grávida
glicogênio (o iodo se fixa no glicogênio). o Não diabética
Quando esse epitélio sofre erosões, os locais • COMPLICADA:
dessas erosões não serão corados pelo iodo, o Mais de 4 recorrências
porque não conseguirá se fixar → COLPITE o Sintomas ou achados graves
TIGRÓIDE (pontos não corados em que o o Cândida não albicans
iodo não se fixou). o Deficiência imunológica associada
• DIAGNÓSTICO: o Gravidez, diabetes, outras infecções
✓ Exame a fresco (soro fisiológico e olhar na vulvovaginais associadas
lâmina) • QUADRO CLÍNICO:
✓ Bacterioscopia (coloração por gram, ✓ Corrimento branco (parece coalhada)
giensa, Papanicolau) ✓ Prurido
✓ Cultura – meio de Diamond (raro) ✓ Ardor
✓ Colpocitologia oncótica (pode ser visto ✓ Edema
clue cells ou o próprio trichomonas) ✓ Disuria (pode ser por fissuras na vulva)
• TRATAMENTO: ✓ Dispareunia
Igual ao da vaginose, só que na vaginose ✓ Fissuras
era preverivel tratar por 7 dias, enquanto na • FATORES PREDISPONENTES:
tricomoníase pode ser em dose única. ✓ DM
✓ Metronidazol 2g VO dose única ✓ Contraceptivos hormonais (o estrogênio)
✓ Tinidazol 2g VO dose única ✓ Gestação (pH ácido)
✓ Metronidazol 500 mg VO 12/12h por 7 dias ✓ DIU
✓ Secnidazol 2g VO dose única ✓ Antibióticos
✓ Metronidazol gel 0,75% 2x/dia por 5 dias ✓ Corticosteroides e quimioterápicos
Lembrar de tratar o parceiro. ✓ Alimentação
✓ Sistema imunológico e reações alérgicas
✓ Doenças crônicas
✓ Neoplasias
Prevalente em 24% das mulheres. ✓ AIDS
É candidose o correto, e não candidíase, ✓ Obesidade
porque a cândida não é uma infecção e sim • DIAGNÓSTICO:
uma reação alérgica. O fungo libera ✓ Exame a fresco
antígenos, e o organismo libera antígeno- ✓ Bacterioscopia
anticorpo (é uma reação alérgica, portanto, ✓ pH < 4,5 (meio ácido)
e não uma agressão pela cândida). ✓ Cultura
75% das mulheres sofrem um episodio ✓ Teste das aminas é negativo
durante a vida. ✓ Meio de Sabouraud-Nickerson
Esse fungo também pode estar presente no ✓ Antifunfigrama (para ver qual droga atua
trato gastrointestinal, por isso que tem que sob aquele fungo)
ser tratado por via oral e vaginal (para evitar
reinfecção).
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD1

• TRATAMENTO SISTÊMICO: ✓ Terconazol


✓ Cetoconazol ✓ Iconazol
✓ Fluconazol ✓ Isoconazol
✓ Itraconazol (mais na forma não albicans) ✓ Tioconazol
• TRATAMENTO TÓPICO: ✓ Butaconzol
✓ Nistatina ✓ Ácido bórico
✓ Miconazol

doenças benignas da mama


• Iatrogênicas:
• Biópsia de broto mamário
O câncer de mama é o segundo mais • Radioterapia torácica na infância
incidente e o primeiro em número de mortes • Deformidades traumáticas:
no Brasil. queimadura
É preciso saber diferenciar as alterações
benignas das malignas.

Antigamente era chamada de displasia,


hoje em dia não se utiliza mais.
É uma condição caracterizada por dor e/ou
nódulos que incidem no menacme no
O tecido mamário sai da pelve do embrião, período pré menstrual e regridem após a
percorre a linha mamária até chegar no menopausa.
tórax. Portanto, é muito comum ter tecido 60 a 70% das mulheres.
mamário em toda essa região. • FISIOPATOLOGIA:
• Agenesia (amastia/amazia) – falta do Durante o ciclo, o próprio estrogênio e
desenvolvimento progesterona tem ação na mama de forma
• Assimetria → quando for muito proliferativa, podendo levar a uma saída de
evidente deve ser encaminhada para secreção, formação de nódulos.
tratamento estético (após os 18 anos) Além disso, a progesterona pode ter ação
• Polimastia (mama acessória) → pró dilatadora na mama no período pré
sempre é removido por cirurgia menstrual, causando um edema e dor.
• Inversão da papila → se sempre teve Esses sintomas regridem após a
a papila invertida é normal, agora se menstruação.
inverteu quando mais velha, deve-se • OUTROS FATORES ASSOCIADOS:
investigar (pode ser tumor) PROLACTINA → pode acarretar alteração no
• Hipo/hipermastia ritmo de secreção
• Politelia (1 a 2%) – presença de tecido ↓ ácidos graxos essenciais ou excesso de
mamário na linha mamária (papilas metilxantinas → mais irritabilidade
acessórias) (aumentam os sintomas pré menstruais)
• FATORES AGRAVANTES:
✓ Estilo de vida da mulher moderna →
mulher engravida mais tarde hoje em dia
(mama ainda é imatura)
✓ Menarca precoce/menopausa tardia
✓ Nuliparidade/oligoparidade
Quando a menina está desenvolvendo o
✓ Primiparidade tardia
broto mamário pode ter alguma
✓ Amamentação curta ou ausente
intercorrência.
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD1

• CONDUTA DE CISTOS MAMÁRIOS


• QUADRO CLÍNICO: PALPÁVEL:
Mastalgia clínica (dor que acompanha o Toda vez que a alteração da mama for
período menstrual, após a ovulação, por ter palpável, a conduta será diferente daquela
mais progesterona circulando) alteração que não é palpável.
Fluxo papilar (saída de secreção pela
papila)
Cistos
Espessamento (mama fica mais densa, não
chega a formar um nódulo) → ficar atento a
esses espessamentos persistentes após a
menstruação por 3 ciclos (pode ser um
tumor)
Toda vez que tiver uma suspeita clínica,
principalmente em mulheres após os 30 anos,
Realizar uma punção aspirativa com agulha
realizar biopsia (desses espessamentos que
fina (PAAF) → vai com uma agulha fininha e
persistem).
retira o líquido, se for amarelado, não tem
importância (não precisa fazer citologia).
Reavaliar essa paciente em 30 dias, se não
tiver a presença de nódulo significa que foi
São muito frequentes (33 a 55 anos). resolvido. Se recidir, realizar biópsia.
Na grande maioria das vezes é Se o conteúdo da punção for hemorrágico,
assintomático. envia o conteúdo para citologia.
CISTO: crescimento súbito (de um ciclo para Se o cisto tem conteúdo sólido dentro dele
o outro aparece um nódulo) e doloroso, de indica um cisto complexo, tem que ser
consistência amolecida ou fibroelástica removido por cirurgia.
(tensão). • CONDUTA DE CISTOS NÃO PALPÁVEIS:
Normalmente regridem espontaneamente
de um ciclo para o outro.

Se é indolor que apareceu apenas no USG


não precisa tomar conduta nenhuma,
principalmente se for nova. Não tem
necessidade de realizar USG todo ano.
Se o cisto for complexo, com sólido dentro
dele, tem que ser avaliado pela biopsia.

Os próprios hormônios levam a formação


desses cistos.
Normalmente os macrocistos são os de 4 cm
(nódulos palpáveis). O primeiro cisto é simples, o segundo é
complexo.
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD1

Queixa muito comum na maioria das Saída de secreção líquida pelo mamilo fora
mulheres, muito associada ao ciclo do ciclo gravídico puerperal.
menstrual. 95% é alterações benignas, mas os 5%
Condição auto limitada. devem ser investigados.
Se a dor for um sintoma isolado, risco de • CLASSIFICAÇÕES:
0,02% de câncer. Funcionais
• CÍCLICA: condição muito comum Orgânicos
Relacionado ao estimulo do estrogênio e Pseudofluxos
progesterona no tecido mamário no período • FUNCIONAIS:
menstrual. Stress
• ACÍCLICA: Auto expressão (cancerofobia)/estimulo
✓ Mastites sexual
✓ Traumas Hiperprolactinemias (galactorreia) → alguns
✓ Cistos mamários medicamentos podem causar um aumento
Tem que ver a causa quando essa mastalgia de prolactina
é acíclica. • ORGÂNICAS:
Algumas mulheres têm dor na coluna. Não neoplásicas (ectasia ductal e mastite
Síndrome de Tietze: comprometimento das subareolar)
articulações esternocostais. Neoplasias (papilomas/carcinomas)
Doença de Mondor: é uma flebite (a rede • PSEUDO FLUXOS:
de circulação venosa superficial da mama é Mamilos invertidos, eczemas, traumas,
muito extensa, podendo ter trombose dessas herpes, abcessos dos tubérculos
veias).
• DIAGNÓSTICO/MASTALGIA:
Só pelo exame clínico já se consegue fazer o
diagnóstico. Neoplasia epitelial benigna de baixo risco
Não tem necessidade de realizar exame de para malignidade.
rastreamento nos casos de mastalgia sem Secreção sanguinolenta espontânea,
alterações no exame físico. unilateral, uniductal (água de rocha ou
Conforme a queixa clínica (se puder ser sanguinolento).
suspeito) pode fazer exame. Toda secreção que é espontânea deve-se
• TRATAMENTO: ficar mais atento.
Quando a queixa é muito persistente, pode- Para diferenciar de carcinoma papilífero tem
se recomendar o uso de qualquer anti- que retirar todo o ducto para enviar para a
inflamatório. biopsia (antes disso não tem como
Os anticoncepcionais evitam essa situação. diferenciar).
Evitar sutiãs de armação, porque estimulam Sempre que for realizar o exame, fazer a
os receptores. digitopressão (comprimir toda a aureola até
Em casos muito intensos, tem mulheres que descobrir o ponto do gatilho, onde é o
precisam de tratamento mais específico, ducto).
como inibidores de prolactina. • DIAGNÓSTICO:
O tamoxifeno é um medicamento utilizado Sempre clínico, por digitopresssão. Não se faz
nos casos de câncer de mama porque é um citologia desse fluxo (muito falso negativo e
modulador seletivo do receptor de muito falso positivo).
estrógeno (pode ser utilizado em casos de Pedir USG e mamografia (para mulheres com
dor extrema). mais de 35 anos).
A vitamina E melhora os sintomas também. Carcinomas: fluxo papilar transparente tipo
“água de rocha” ou hemorrágico (sempre
suspeito, deve investigar).
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD1

• TRATAMENTO:
Cirúrgico, remover por complexo esse cisto
comprometido. Lactacionais: gestacionais e lactacionais
• NÃO LACTACIONAIS:
ESPECÍFICAS:
✓ Tuberculose
✓ Leutica
✓ Micóticas
✓ Lupicas
✓ Sarcoidose
Os papilomas múltiplos tem um risco maior ✓ Parasitarias
para carcinomas. ✓ Virais
✓ Doença de Mondor
✓ Esteatonecrose
INESPECÍFICAS:
✓ Mastite periareolar recidivantes (em
fumantes, oblitera o ducto, formam
um abscesso que tendem a sair pela
pele)
✓ Mastite da ectasia ductal
• MASTITE PERIAREOLAR RECIDIVANTE:
O cigarro causa uma metaplasia no ducto,
que oblitera a luz do ducto, causando
dilatação por estase.
Forma um abscesso nesse ducto que sai pela
pele na forma de fístula (caminho não
OBS: secreção bilateral também não tem anatômico entre duas estruturas).
importância.

Há medicações que podem aumentar a


prolactina, o que leva a uma galactorreia
associada a longos períodos sem menstruar
Doenças sistêmicas (hipotireoidismo,
insuficiência renal crônica, Tb, sarcoidose)

Infecção por múltiplas bactérias,


principalmente bactérias anaeróbicas e S.,
aureus.
QUADRO CLÍNICO:
Paciente fumante vem com dor,
Os antipsicóticos podem causar uma descamação e hiperemia, com uma ou mais
gigantomastia até mesmo em homens. fistulas.
Não tem problema nenhum, não medicar, DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL:
porque se diminuir a prolactina vai reduzir o Nunca se pode descartar o câncer (sempre
efeito da medicação também. realizar uma pequena biópsia).
TRATAMENTO:
Inicialmente o tratamento é clínico sempre
por 7 a 10 dias.
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD1

O uso é sempre com 2 tipos diferentes de • PAAF/CORE: indicada para casos de


antibiótico. risco de câncer, dificuldade em
Cefalexina com metonidazol. seguimento posterior, palpáveis.
Se não funcionar → clindamicina com • MAMOGRAFIA: indicada a partir dos
cloranfenicol. 40 anos (textura radiológica do FA é
Ir trocando de antibióticos conforme as semelhante ao tecido). Pedir
recidivas. mamografia se o nódulo for
Drenagem dos abcessos volumosos. endurecido (mesmo se a paciente for
Em casos de recidiva, a paciente toma jovem).
antibiótico de forma profilática Se o BI-RADS é 3, fazer acompanhamento de
(metronidazol) + parar de furar. 6 em 6 meses por 2 anos.
TRÊS INVESTIGAÇÕES: TRATAMENTO:
1º antibiograma (para saber qual a bactéria) Cirúrgico → mas a indicação depende do
2º exame para descartar tuberculose tamanho, se está deformando a mama,
3º anátomo-patológico para descartar idade, risco de câncer, cancerofobia.
carcinoma. A cirurgia deixa cicatriz radiológica
• MASTITE DE ECTASIA DUCTAL: (distorções), assim, deve-se ter critérios na
Mastite muito parecida com a outra, mas em indicação.
mulheres não fumantes. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL:
Ocorre por dilatação do ducto. ✓ Nódulos dominantes
Que pode ser resolvido com um antibiótico ✓ Cistos
único que pode nem formar fistula. ✓ Câncer
✓ Tumor Phyllodes (filóides)

É uma neoformação tecidual que vai


crescendo e empurrando as estruturas das
mamas (diferentes do carcinoma).
• FIBROADENOMA (FA):
É a neoplasia benigna mais frequente na
mama.
Geralmente surgem antes dos 30 anos, mas
podem surgir em qualquer fase.
Tem relação com os estímulos hormonais.
Nódulos são bem delimitados, 2 a 4 cm,
crescimento lento, característica clínica
fibroelástica. O câncer de mama antes dos 50 anos é
São móveis e ovalados. mais raro.
Sempre indolor, exceto na gravidez. Abaixo dos 35 é mais raro ainda.
Bilaterais (10 a 15%), múltiplos (10%) A partir dos 35 deve-se ficar atento.
Malignidade é rara (0,1 a 0,3%). Portanto, se surgir nódulos palpáveis em
Não existe indicação para retirada (recidiva mulheres acima de 35 anos devem ser
seria alta), apenas controlar. investigados por biopsia (acima de 2 cm).
DIAGNÓSTICO: Se a mulher tem menos de 35 anos,
• Clínico (pelas características: categoria 3 no USG, seguimento de 6 em 6
crescimento lento, inelástico, indolor). meses por 2 anos.
• USG → nódulo circunscrito, Nódulos grandes, mesmo na mulher jovem,
hipoecóico, margens bem realizar biopsia.
delimitadas, largura maior que a NÓDULO PALPÁVEL → pode pedir biópsia.
altura (BI-RADS 3). Se não for palpável e a mulher for jovem →
seguimento com exame de imagem.
ANA PAULA – XXII
57
GINECOLOGIA – ATD1

DIANGÓSTICO: A agulha vai até onde está o nódulo e retira


Exame de imagem → nódulo bem todo.
delimitado, homogêneo por dentro É mais cara e dolorosa.

Questões
CASO 1:
Paciente de 30 anos, com queixa de nódulo
de mama há 6 meses de crescimento lento.
Em seus antecedentes refere avó com
câncer de mama aos 75 anos. No momento
• TUMOR PHYLLODES: em uso de ACHO combinado, nuligesta, sem
Raro (0,3 a 0,9%) outras comorbidades.
Da 4 a 5ª década. Ao exame, mamas de médio volume, palpa-
Alta taxa de recidiva local se nódulo fibroelástico, móvel, bem
Em 80% dos casos é benigno, porém com delimitado, de 2 cm em mama esquerda. A
alta taxa de recidiva. palpação de linfonodos foi negativa.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: Qual é a hipótese diagnóstica?
Fibroadenoma juvenil (também de A história fala a favor de um nódulo, porque
crescimento rápido, mulheres jovens, não é fibroelástico e de crescimento lento, além
apresenta recidivas locais) de ser indolor.
Carcinoma Hipótese → fibroadenoma.
Fibroadenomas Não é câncer porque a palpação de um
TRATAMENTO: câncer seria com nódulo bem endurecido.
Cirúrgico (sempre retirar com margem de Quais exames a serem solicitados?
segurança) É uma paciente de 30 anos, pedir apenas
Os malignos são raros, mas muito agressivos. USG.
Qual a melhor conduta?
Se o USG der BI-RADS 3 seguimento de 6 em
6 meses por 2 anos.
Como orientá-la quanto ao risco de câncer?
85% dos canceres de mama são aleatórios,
Nódulos sólidos, o ideal é pedir uma biópsia, como só a vó teve câncer com mais de 75
quando for cistos, pedir punção com agulha anos, não se enquadra nos 15% de câncer
fina. ligado à história familiar.
• PAAF (PUNÇÃO ASPIRATIVA COM
AGULHA FINA): CASO 2:
Dirigida ou não por USG Paciente com 42 anos procurou PA com
Citologia. história de trauma na mama D há três dias
• BIÓPSIA COM AGULHA GROSSA (BAG após briga conjugal. Em uso de AINH desde
OU CORE BIOPSY): então, mas está apresentando piora
Dirigida por US ou MG (esterotaxia) progressiva associada a vermelhidão, dor
Histologia – anátomo patológico intensa, calafrios e sudorese.
Retira um fragmento (pedaço do nódulo). Ao exame físico nota-se abaulamento com
• BIÓPSIA COM AGULHA GROSSA A hiperemia no quadrante súpero lateral da
VÁCUO (MAMOTOMIA): mama direita.
Dirigida por US OU MG (esterotaxia) A palpação esse abaulamento corresponde
Histologia – anátomo patológico a um espessamento dolorido. Sem linfonodos
Remoção completa em tumores pequenos palpáveis.
(1,5 cm).
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD1

Trouxe mamografia de 6 meses com 4. O abcesso subareolar recidivante está


resultado BI-RADS 2 por calcificações relacionado com:
benignas bilaterais. I. Staphylococcus aureus e Anaeróbios
Qual a hipótese diagnóstica? II. Alcoolismo
A hipótese diagnóstica é de mastite pós III. Tabagismo
trauma → bateu, as bactérias da própria IV. Fibroadenoma
pele infectaram. Está correto apenas o contido em:
Qual é a melhor conduta? a. I, II e III
Antibióticos. b. I e III
Se não fuma → pensar em uma mastite c. II e IV
casual (1 antibiótico só). d. I, III e IV
O melhor antibiótico nesse caso é e. I
cefalosporina.
Do que suspeitar se o quadro não melhorar
em até 72 horas?
Se ainda estiver vermelho e com sinais
flogísticos, indica que ainda está
infeccionado, o que indica a presença de
um abcesso, onde o antibiótico não
consegue penetrar para fazer efeito.
Qual conduta frente essa nova situação?
Tem que drenar esse abcesso (dar um tempo
de antibiótico primeiro, se não resolver, tem
que drenar o abcesso).
Antes de drenar realizar USG para confirmar
que é um abcesso (o USG vai identificar uma
coleção de líquido mais espesso).
Internar a paciente, anestesiar e realizar uma
drenagem.

3. A etiologia mais frequente de fluxo papilar


sanguinolento, unilateral, em paciente de 45
anos é:
a. Fibroadenoma
b. Papiloma intraductal
c. Carcinoma de mama
d. Alterações funcionais benignas da mama
e. Ectasia ductal

COMENTÁRIO:
Tanto o papiloma quanto o carcinoma
papilífero podem causar fluxo papilar
sanguinolento, mas o mais frequente é
papiloma intraductal (85% dos casos).
As alterações funcionais benignas as vezes
podem dar um fluxo, mas seria bilateral e
não seria sanguinolento e nem espontâneo.
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD1

doença inflamatória pélvica


aguda

Ascensão de microrganismos que estão no Neisseria gonorrhoeae (39%)


trata genital inferior, que vão levar a uma Clamidia trachomatis (24%)
infecção a nível de endométrio, tubas, Inicialmente esses dois são os agentes
ovários, peritônio pélvico e todas as suas etiológicos primários, posteriormente se torna
estruturas contíguas. multibacteriana, pode ter a presença de
Orifício interno do colo do útero é o anaeróbios, aeróbios e outros.
delimitador anatômico.
Tudo que não atinge o óstio NÃO é DIPA, é
cervicite, vaginite etc. Tudo que ascendem o
orifício interno do colo do útero, passa a ser Diplococo gram-negativo que tem
uma DIPA. predileção por pH alcalino e epitélio
Moléstias relacionadas ao ciclo gravídico e cilíndrico → canal cervical possui o muco
manipulação cirúrgica não podem ser alcalino e o epitélio cilíndrico
definidas como DIPA também. Associação com a Clamídia em 40% dos
casos.

• INCIDÊNCIA:
MS Brasil: 10% das mulheres em idade Bacilo gram negativo intracelular.
reprodutiva vão apresentar DIPA Exclusivo de seres humanos.
• SEQUELAS: 15 imunotipos:
• Esterilidade A, B, C: tracoma
• Gravidez ectópica L1, L2, L3: linfogranuloma venéreo
• Dor pélvica D, E .... K: infecções genitais
70% das infecções pélvicas por clamídia são
assintomáticas.

✓ Idade → doença de mulheres jovens


(vida sexual ativa)
✓ Estado civil → mais comum em solteiras É importante sabermos sobre a etiologia
(promiscuidade sexual) multibacteriana.
✓ Nível socioeconômico ANAERÓBIOS AERÓBIOS ESPECIAIS
✓ Promiscuidade sexual Peptoestreptococo Estreptococo Actinomyces
✓ História prévia de DST Peptococo Estafilococo Mycoplasma
✓ Manipulação do trato genital → Clostridium B. Pneumococo Ureaplasma
difteróides E. coli Fungos
cauterizações, introduções de DIU
Veillonella Salmonella
✓ Método contraceptivo → DIU aumenta a Pseudomonas
chance G. vaginalis
Pílulas hormonais orais são capazes de N.
prevenir DSTs porque os progestágenos gonorrhoeae
C. trachomatis
alteram o muco para torna-lo impermeável
a espermatozoides e microrganismos.
✓ Imunossupressão
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD1

Raramente pode ocorrer disseminação


linfática desses microrganismos, levando a
o pH vaginal extremamente ácido (3,8 a uma parametrite.
4,2) • PERI-HEPATITE (SÍNDROME DE FITZ-
o integridade anatômica HUGH-CURTIS):
o muco cervical (a maioria das infecções Microrganismos ascendem pela goteira
surgem após a menstruação da mulher) parieto-cólica e levam a infecção ao fígado,
o peritônio feminino/masculino levando a um processo inflamatório da
cápsula de Glisson (peri-hepatite)
Os principais microrganismos responsáveis
por isso são: N. gonorrhoeae e Clamidia.
Paciente chega em posição antálgica com
a mão sobre Hipocôndrio Direito, pode-se
✓ Manipulação uterina confundir o diagnóstico com patologias de
✓ Alterações hormonais vesícula e fígado, mas na verdade é uma
✓ Menstruação retrograda DIP.
✓ Estado imunitário da mulher
✓ Virulência do microrganismo

Imagem laparoscópica de uma sequela de


Esses microrganismos tem a característica de
DIPA, que é essa ardência na cápsula
disseminação, tendo o espermatozoide e
hepática (cápsula de Glisson).
tricomonas como vetores.
Aderência conhecida como cordas de
Em uma vaginose ou endocervicite, os
violino.
microrganismos podem ascender ao
endométrio, causando uma endometrite.
Caso ascenda ainda mais, alcançando as
tubas e ovário, causa uma salpingite ou
ooforite. É extremamente variável.
Ascendendo mais ainda e alcançando o • Ausência de sintomas
peritônio pélvico, causa a pelviperitonite. • Dor (depende do estadiamento)
• Dispareunia (não é de introdução, o
que seria típico de infecções do trato
baixo, é uma dispareunia profunda)
• Tenesmo (dor na evacuação)
• Sangramento uterino anormal
• Hipertermia (febrícula até febre
elevada, e se tiver abcesso pode ter
febre intermitente)
• Sintomas associados (mal estar,
vômitos, inapetências)
• Síndrome de Fitz-Hugh-Curtis
(paciente em posição antálgica
Piosalpinge: acumulo de pus na tuba
colocando a mão sobre o
Hidrosalpinge: normalmente, como uma
hipocôndrio direito)
defesa natural, o organismo obstrui as
fimbrias tubarias tentando manter aquela
infecção no interior da tuba. No interior
dessa tuba obstruída tem líquido.
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD1

• CLÍNICO:
Sinais vitais: taquicardia, temperatura pode
estar aumentada ESTÁGIO I: endometrite e salpingite sem
Exame do exame: dor à palpação profunda, peritonite (o microrganismo não caiu na
dor à descompressão brusca (abdome cavidade peritoneal)
agudo inflamatório) ESTÁDIO II: endometrite e salpingite com
Exame ginecológico: peritonite
Especular: pode ter secreção saindo do óstio ESTÁDIO III: abcesso tubo-ovariano ou
(essa secreção pode ser sanguinolenta e pélvico
algumas vezes de odor fétido) ESTÁDIO IV: rotura de abcesso tubo-ovariano
Toque: no toque bimanual pode encontrar (alta mortalidade, porque os microrganismos
tuba dolorosa. Se tiver hidrossalpinge ou invadem toda a cavidade)
abcesso tubo-ovariano vai ser possível sentir
uma massa.
• LABORATORIAL:
Hemograma: serie vermelha normal + • APARELHO GENITAL:
leucocitose com desvio à esquerda • Cisto de ovário complicado
VHS, PCR • Mioma
Agente etiológico • Gravidez ectópica (história de beta-HCG
• IMAGEM: positivo + atraso menstrual)
Ultrassonografia (no início é pouco positiva, é • APARELHO DIGESTIVO:
possível ver no USG apenas em casos mais • Apendicite
avançados) • Diverticulite
Vídeolaparoscopia (padrão ouro) • APARELHO URINÁRIO:
• Infecções do trato urinário
• APARELHO ÓSSEO MUSCULAR
ARTICULAR
• CRITÉRIOS MAIORES/MÍNIMOS:
1. Dor na região do hipogástrio
2. Abdome doloroso à palpação
3. Mobilização dolorosa do útero ao toque • OBJETIVOS:
4. Dor nos anexos uterinos (tuba e ovário) • microbiológico (atuar diretamente contra
• CRITÉRIOS MENORES/ADICIONAIS: os microrganismos)
1. Hipertermia • alivio dos sintomas
2. Hemograma com leucocitose (desvio à • prevenção das complicações
esquerda) • medidas gerais
3. VSH/PCR elevados • TRATAMENTO CLÍNICO:
4. Tumor anexial ao USG Ambulatório ou hospital.
5. Identificação do agente etiológico • INDICAÇÕES PARA INTERNAR:
• CRITÉRIOS DEFINITIVOS: • Diagnóstico duvidoso
1. Evidencia histológica de endometrite • Falta de resposta ao tratamento
(retirada de um fragmento do ambulatorial
endométrio para avaliação anátomo- • Náuseas ou vômitos (porque remédio via
patologico) oral não irá funcionar)
2. USG com suspeita de abcesso pélvico • Condições socio-econômicas (se não
3. Vídeo-laparoscopia tiver condições financeiras de comprar o
três critérios maiores + um critério menor medicamente)
OU • Estádio > I da doença (se tiver peritonite
presença de critério definitivo tem que internar)
ANA PAULA – XXII
62
GINECOLOGIA – ATD1

Portanto, a partir do estádio II é preciso OBS: a histerossalpingografia pode ser feita


internar. para confirmar se a paciente está infértil
• TRATAMENTO CIRÚRGICO:
Indicações:
• Falha do tratamento clínico
• Aumento ou persistência da massa É preciso saber quais são os fatores de risco e
pélvica valorizar as queixas das pacientes (história de
• Ruptura abcesso tubo-ovariano dor em região pélvica).
• Abcesso fundo saco Douglas Diagnóstico preciso e terapêutica imediata
• Desejo reprodutivo (jovens, nulíparas → para conseguir prevenir as complicações.
maior facilidade de indicar a
videolaparoscopia)
Abordagem: Questões
• Colpotomia
• Laparotomia
1 – Em relação à doença inflamatória
• Vídeo-laparoscopia (padrão ouro)
pélvica, analise as assertivas abaixo:
I – Deve-se à ascensão de microrganismos
do endocérvice, levando à infecção
polimicrobiana do trato genital superior,
Quanto maior o estadiamento, mais eu devo sendo o gonococo e a clamídia os agentes
me preocupar com o microrganismo. Tanto mais comuns.
que no estádio I, usa-se apenas azitromicina. II – Na presença de abscesso tubo-ovariano,
Ao passar os estádios, deve-se associar o tratamento cirúrgico está indicado.
diferentes antibióticos. III – O tratamento do parceiro é obrigatório,
independentemente da gravidade do
quadro que o paciente apresentar.
IV – Dor pélvica crônica, gestação ectópica
• Desaparecimento da febre (por mais e infertilidade são complicações tardias
de 24h permite trocar o tratamento associadas e essa patologia.
endovenoso pelo oral) Quais estão corretas:
• Redução da dor abdominal a) Apenas I e II.
• Mobilização de útero e anexos não b) Apenas II e III.
dolorosos c) Apenas I, III, IV.
• Melhora laboratorial (cai o PCR, d) Apenas II, III e IV.
melhora o hemograma) e) I, II, III e IV.
Sempre que for dar alta para a paciente:
receitar Doxiciclina (100 mg de 12/12h por 14 2 – As repercussões clínicas e econômicas
dias) para a paciente e o parceiro sexual da Doença Inflamatória Pélvica impõem a
mobilização para um diagnóstico precoce e
um tratamento eficaz. São critérios
elaborados para o diagnóstico da DIP,
• IMEDIATAS: exceto:
Morte por sepse (no estádio IV em que tem a) Videolaparoscopia com evidência de
ruptura do abcesso) DIP
• TARDIAS: b) Evidências histopatológicas de
✓ Aderência entre os órgãos endometrite
✓ Infertilidade: c) Presença de dor à mobilização do
• 1 episódio 11% de chance colo uterino.
• 2 episódios 23% de chance d) Presença de abscesso tubo-ovariano
• 3 episódios 54% em estudo de imagem
✓ Gravidez ectópica (10x mais chance)
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GINECOLOGIA – ATD1

COMENTÁRIO: c) Tratamento ambulatorial, prescrever


A videolaparoscopia é padrão ouro, B ceftriaxona 500mg VO a cada 12
também é, enquanto C pode estar presente horas por 14 dias e fazer reavaliação
em outras situações (apesar de fazer parte na UBS em 3 dias.
do diagnóstico, as outras definem d) Internação, prescrever azitromicina 1g
diagnóstico definitivo). VO e metronidazol 500 mg IV a cada
12 horas por 7 dias e realizar USG
3 – Mulher, 18 anos de idade, queixa-se de transvaginal.
corrimento cinza de odor fétido há 7 dias, dor COMENTÁRIO:
em hipogástrio e febre há 2 dias. É usuária de Estádio II para cima é para internar o
DIU de cobre há 6 meses. Qual o provável paciente.
agente etiológico responsável pelo quadro e
qual a melhor conduta? 5 – Aline é comissária de bordo, tem 28 anos
a) Candida glabrata, antifúngico, e foi atendida na emergência porque sente
manutenção do DIU. dor pélvica de curta evolução (começou
b) Clamydia trachomatis, ontem). Sua utlima menstruação terminou há
antibioticoterapia, manutenção do 3 dias, é nuligesta, tem ciclos menstruais
DIU. regulares e usa como método contraceptivo
c) Actinomyces isrealli, antiparasitário, a tabelinha. Chegou ontem de viagem ao
retirada imediata do DIU. exterior, onde iniciou relacionamento com
d) Mycoplasma hominis, novo parceiro há 3 meses. Juntamente com
antibioticoterapia, retirada do DIU. a dor pélvica, Aline refere disuria e
e) Vaginose bacteriana, antiparasitário, polaciuria. Percebeu, no pré- menstruo,
retirada do DIU. corrimento branco sem odor e sem prurido
COMENTÁRIO: que não tinha anteriormente. Desde ontem
Quando uma paciente tem diagnostico de está com sensação de abdome estufado e
DIPA e é portadora de DIU, a conduta é a não evacua. Talvez por isso que refere
retirada do DIU e o tratamento antibiótico. sensação de mal-estar geral e febre (não
aferida). Assinale a alternativa correta:
4 – Uma mulher de 22 anos retorna 4 dias a) Aparentemente, poderia ser um
após o diagnóstico de DIPA, em UBS. Fez uso quadro de prenhez ectópica, e neste
de azitromicina (1g) e queixa-se de piora da caso a 1ª conduta seria a punção do
dor no baixo-ventre. Relata mal-estar geral e fórnice vaginal posterior, para obter o
episódio de febre não aferida e, ao exame material acumulado no fundo de
físico, apresenta regular estado geral, FR = 14 saco retrouterino.
irpm, FC = 100 bpm, PA = 110X70mmHg e b) Pode ser um quadro de cistite, pois é
T=37,8ºC. O abdome revela dor à palpação comum em mulheres com quadro de
profunda da fossa ilíaca esquerda e coito repetitivo o advento da
descompressão brusca duvidosa. Ao exame chamada “cistite da lua de mel”, será
ginecológico, observam-se secreção fundamental avaliar os marcadores
purulenta endocervical, dor à palpação dos inflamatórios (PCR e VHS)
anexos e mobilização uterina. A conduta é: c) Caso a paciente apresente sinais de
a) Tratamento ambulatorial, prescrever peritonite, por exemplo, a
ceftriaxona 500 mg IM dose única e descompressão brusca dolorosa na
doxiciclina 100 mg VO a cada 12 região pélvica, está definido o
horas por 14 dias e solicitar diagnóstico de apendicite, e é
agendamento de USG transvaginal mandatório que se faça
b) Internação, prescrever cefoxitina 2g apendicectomia
IV a cada 6 horas e doxiciclina 100 d) Um aspecto muito relevante para o
mg VO a cada 12 horas por 14 dias e diagnóstico será a presença de dor
realizar USG transvaginal na tração lateral do colo uterino
através do toque vaginal, bem como
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GINECOLOGIA – ATD1

percepção do empastamento e dor 9 – Em relação à DIP, analise as assertivas


anexial uterina. abaixo:
I – Uma grande parcela das DIPs é silenciosa
6 – São sequelas de DIPA: ou apresenta sintomas vagos como
a) Hidrossalpinge, miomatose e sangramento irregular
obstrução tubária II – A clamídia está implicada nos casos de
b) Hiperplasia endometrial, infertilidade e DIP assintomática, causando dano tubário e
ascite infertilidade.
c) Cisto ovariano, obstrução tubaria e III – Na ausência de outro diagnóstico, a DIP
infertilidade deve ser tratada inclusive quando há baixa
d) Dor pélvica crônica, infertilidade e suspeita clínica, devido ao seu potencial de
hidrossalpinge sequelas para a mulher.
Quais estão corretas?
7 – Uma paciente foi submetida a a) Apenas I
laparoscopia por doença inflamatória b) Apenas II
pélvica, tendo o achado sido salpingite c) Apenas III
aguda e com oclusão tubária e d) Apenas I e II
comprometimento tubo-ovariano e com e) I, II e III
presença de abscesso tubo-ovariano
integro. De acordo com esse quadro, 10 – Paciente de 30 anos de idade
assinale a alternativa que corresponde ao apresentou febre e dor pélvica que se
estadiamento segundo a classificação de exacerbava com a movimentação e
Gainesville: atividade sexual. Foi tratada como DIP.
a) I Portanto, ela poderá desenvolver
b) II complicações como:
c) III a) Recidivas e hipermenorragia
d) IV b) Constipação e dor pélvica crônica
c) Prenhez ectópica e umvaginismo
8 – Com relação às DIPs agudas e crônicas, * d) Abscesso tubo-ovariano e esterilidade
pode-se afirmar que:
a) Os tratamentos devem incluir 11 – A peri-hepatite, também conhecida
antibióticos de espectro restrito aos como Síndrome de Fitz-Hugh-Curtis é
gram negativos, flora mais comum causada pelos seguintes microrganismos:

☒ b) A gravidez ectópica deve ser um dos


diagnósticos diferenciais de doenças
a) Peptococo
b) Gonococo
inflamatórias pélvica c) Clamídia =
c) A doença inflamatória produz baixo d) B e C estão corretas
risco de infertilidade, sendo uma e) A e B estão corretas
causa rara no casal infértil
d) Não é fator de risco a ausência do 12 – Quanto à realização de
uso de métodos de barreira videolaparoscopia na DIP, podemos afirmar:
nu é considerada o
e) A histeroscopia a) Está indicada em todos os casos
padrão ouro para diagnóstico, que b) Confirma diagnóstico o
também pode ser terapêutico. c) Está formalmente contra-indicada na
fase aguda
d) Melhora o prognóstico reprodutivo
futuro ✓
e) B e D estão corretas
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD1

13 – Assinale a afirmação correta sobre a COMENTÁRIO:


salpingite aguda: II – não, manipulação cirúrgica é exclusão
a) Incide na faixa etária de 40 a 50 anos de diagnóstico de DIPA.
b) O uso do DIU não predispõe ao seu
aparecimento 16 – São considerados fatores para internar
c) Os contraceptivos hormonais orais uma paciente com quadro de DIPA, exceto:
diminuem sua incidência a) Duvida diagnóstica
d) Não se relaciona com promiscuidade b) Presença de náuseas e vômitos
sexual c) Falha no tratamento via oral
e) Não é considerada uma DIP d) Estádio II da doença
COMENTÁRIO: e) Estádio I da doença
Porque a progesterona da pílula atua no COMENTÁRIO:
muco cervical e o torna impermeável a O estádio I é o único que não precisa
espermatozoides e microrganismos. internar, do II em diante precisa.

14 – Leia com atenção as assertivas abaixo e 17 – Assinale a alternativa que apresenta os


responsa quais estão corretas: agentes que são considerados como
I – Os contraceptivos hormonais orais agentes primários na doença inflamatória
a
diminuem a incidência de DIP pélvica.
II – A laparoscopia está contra-indicada na a) Gardnerella vaginalis e Mobiluncus

±
fase aguda da doença inflamatória pélvica b) Microplasma e Gardnerella
III – Em uma portadora de DIP estádio II, o c) Clamídia e gonococo
melhor parâmetro para a passagem da d) HIV e trichomonas
terapêutica antimicrobiana endovenosa e) Bacteroides e Clostridium
para a oral é a ausência de hipertermia.
a) Apenas I está correta
b) Apenas II está correta
c) Apenas III está correta
d) I e II estão corretas
e) I e III estão corretas

15 – Leia com atenção as assertivas abaixo e


responda quais estão corretas:
I – Apendicite aguda e infecção do trato
urinário são considerados diagnósticos
diferenciais para DIPA
II – Uma paciente submetida a cirurgia de
ooforoplastia por cisto benigno de ovário,
desenvolve um quadro com cerca de 48h da
cirurgia de dor abdominal, dor a mobilização
do colo e região anexial, febre e
hemograma infeccioso. O diagnóstico mais
provável é DIPA
III – Os espermatozoides e trichomonas
podem ser vetores para agentes etiológicos
da DIPA.
a) Apenas I está correta
b) Apenas II está correta
c) Apenas III está correta
d) I e II estão corretas
e) I e III estão corretas
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GINECOLOGIA – ATD1

câncer de mama
Nódulo de crescimento lento e indolor:
fibroadenoma
Se for mais endurecido: câncer de mama. • Gênero: 99% em mulheres; 1% homens;
O que vai fazer o diagnóstico diferencial • Idade
mesmo é a biopsia com agulha grossa
• Raça e etnia (um pouco mais
(mamotomia).
frequente em algumas mulheres
judias, negras tem maior taxa de
mortalidade)
• Ca de mama prévio (risco de 0,5% a
o 2° mais frequente entre as mulheres
1% ao ano) – por fator genético (risco)
(tirando o de pele).
• História familiar:
o No BR: taxa de mortalidade é elevada (o
• 15% dos cânceres de mama têm história
diagnóstico precoce ainda não é
familiar
acessível, as políticas de rastreamento
• risco alto quando antes dos 50 anos,
são falhas).
bilaterais
o Estimativa de casos novos (2020): 66.280
• Alterações genéticas hereditárias:
casos novos (bastante casos).
• 3-5% do total
• Mutações nos genes BRCA1 (50-70%) e
BRCA2 (15-20%)
A mutação genética, na maioria das vezes,
é desconhecida.
Geralmente em uma paciente jovem com
câncer de mama, deveriam ser submetidas
a um estudo genético, e posteriormente, a
família deveria realizar o exame também,
para investigar o fator genético. Porque em
pacientes jovens com câncer tem maior
chance de ser por fator genético.
• Doenças benignas associadas a
• CARCINOMAS IN SITU: atipias (RR 8 a 9):
• Ductal Quando faz biopsia e vê células anormais.
• Comedocarcinoma Célula que não é normal, mas também não
• Papilífero é um câncer.
• CARCINOMAS INFILTRATIVOS: • Fatores endócrinos alterando o tempo
• Ductal (mais frequente) - CINE de manifestação:
• Lobular • Menarca precoce/menopausa tardia
• Mucinoso • Uso de anticoncepcionais
• Tubular • Uso de hormônios na menopausa
• Medular • Nuliparidade/idade da primeira gestação
• Inflamatório (fator de proteção ao câncer de mama
• Papilífero porque o lóbulo mamário só se torna
Todo câncer de mama passa por uma maduro após a gravidez)
classificação imuno-histoquimica. Por isso que o ideal é engravidar antes dos
30 anos, para amadurecer a mama e
proteger do câncer.
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD1

• Papel da amamentação: O alcoolismo aumenta o risco do câncer de


Também diminui o risco de câncer de mama, porque tem diminuição da enzima
mama, porque influencia na diferenciação SHBV, tem maior quantidade de hormônio
dos lóbulos mamários. livre.
Mas não amamentar não aumenta o risco Em relação ao tabagismo tem bastante
de câncer de mama. controvérsia, porque a nicotina tem ação
• Hormônios exógenos: metabólica, provocando um
O uso de hormônios exógenos aumenta o hiperestrogenismo, mas também tem ação
risco de câncer de mama, porque tem ação direta no DNA da célula.
de proliferação do tecido mamário. • FATOR EPIGÉTICO PARA O CÂNCER:
Uso de anticoncepcionais por mais de 10 Fator externo influenciando no DNA da
anos aumenta o risco, mas não aumenta a célula, como obesidade pós menopausa,
mortalidade do câncer de mama. uso de hormônios, tabagismo.
As vezes é ideal conversar com mulheres • MODELOS MATEMÁTICOS: para
mais velhas que tomam anticoncepcional calcular o risco de câncer de mama
para utilizar outros métodos, para diminuir a conforme seu histórico familiar
carga hormonal. • GAIL
• Radiações ionizantes (13-30 anos) • CLAUS (familiaridade e risco até 80 anos).
Todas mulheres submetidas a radioterapia
por linfoma apresentam risco.
• Obesidade após menopausa:
sobrepeso após a menopausa
A maior fonte de estrogênio na pré
menopausa é o ovário, e na pós menopausa
é a conversão periférica, colesterol que se
transforma em estrogênio.
Combater a obesidade na pós menopausa
aumenta o risco cardiovascular e o risco de
✓ Idade (pior < 35) → quanto mais jovem,
vários tipos de câncer.
mais agressivo é o tumor
✓ Extensão clínica, mamográfica e
cirúrgica (margens);
✓ Estado linfonodal axilar (prognóstico piora
com mais de 3 linfonodos
comprometidos);
✓ Multifocal/multicêntrico;
✓ Estados hormonais (gravidez piora,
menopausa sem TH tem prognóstico
melhor) → mulher gravida com câncer
de mama tem pior prognóstico (porque
além de fazer o diagnóstico mais tardio,
a ação hormonal da gravidez faz o tumor
crescer mais rápido)
Pacientes com mutação genética, deve-se
✓ Histopatologia e grau nuclear;
evitar receitar anticoncepcional, mudar a
✓ Invasões de pele, músculo, vascular;
conduta.
✓ Ca 15-3 (não detecta Ca de mama) →
E as de risco menor não interfere tanto, não
marcador tumoral que não é pedido,
muda a conduta.
porque não tem valor como diagnóstico
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD1

e nem de controle (mas muitos clínicos


que pedem). Quando retirada o fragmento, esse câncer
Marcador tumoral não deve ser solicitado vai passar por dois estudos:
como rastreamento, apenas quando tem 1 – anátomo-patológico → in situ ou
indicação para ser pedido (não tem valor de infiltrativo (e suas subclassificações)
rastreamento ou diagnóstico). 2 – estudo imuno-histoquímico (para
Pode ser usado para rastreamento para classificar em um dos 4 tipos, luminal, HER 2+
metástases, mas não tem necessidade, ou basal)
porque exames de imagem também
auxiliam. Portanto, o tratamento não é baseado
apenas no estudo anato-patologico do
tumor, também vai depender do tratamento
imuno-histoquimico.
Imuno-histoquímica: identificar antígenos
celulares específicos;
• RECEPTORES HORMONAIS (ESTRÓGENO
E PROGESTERONA): ✓ Nódulo endurecido, irregular, indolor
Prognóstico melhor na presença; ✓ Crescimento pode ser lento ou rápido
Respondem bem aos SERM (depende)
(antiestrogênicos). ✓ Fluxo papilar espontâneo, unilateral →
• GENE HER-2: gene de membrana investigar quando é um fluxo
(multiplicação celular) sanguinolento ou água de rocha e
Responde bem aos anticorpos monoclonais. unilateral (na maioria das vezes é
Tem uma medicação que atuam muito bem benigno).
especificamente nesse receptor. ✓ Retração da pele → realizar manobras no
É um antígeno de parede presente em exame físico para ver se a pele retrai (se
alguns tumores. retrair indica que algo está comprimindo
• ÍNDICE MITÓTICO: os ligamentos de Cooper)
Antígeno Ki 67. ✓ Achado mamográficos
✓ Mastalgia raramente como sintoma
isolado → isoladamente, a dor na mama
não tem nenhuma relação direta com o
Classificação realizada conforme a câncer de mama. A mastalgia tem várias
expressão do conjunto de genes dentro do causas extramamárias, mas o câncer de
tumor. mama não vem precedido de dor.
Análise de receptores desse câncer.
• Luminal A
• Luminal B
• HER 2+ • CLÍNICO:
• Basal → simile (triplo negativo). Auto exame (não é utilizado para substituir os
Os luminais têm receptor hormonal exames de imagem, como mamografia) →
(estrógeno e progesterona), portanto, não é porque o autoexame está normal que
respondem bem aos tratamentos. Os não exclui a necessidade de mamografia
Palpação das mamas e linfonodos.
luminais são mais agressivos.
• MAMOGRAFIA:
Alteraram tanto o tratamento quanto o
É o exame de eleição para o rastreamento
prognóstico.
de câncer de mama.
Triplo negativo é o tumor mais agressivo e o
USG e RM são complementares à
luminal A é menos agressivo. mamografia (e tem as indicações precisas
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GINECOLOGIA – ATD1

para esses exames), não podem substituir a • CARACTERÍSTICA NO USG DO CÂNCER:


mamografia. Nódulo mal definido, irregular, altura maior
• BIÓPSIA: do que a largura, sombra acústica posterior,
É sempre o estudo anátomo-patologico que redondo.
faz diagnóstico de câncer de mama. • BI-RADS:
O USG também é submetido à classificação.

Aspecto branco, bem infiltrativo,


característica endurecida.
Caráter bem infiltrativo, várias espiculas que
podem invadir a pele e causar retração de Pode observar espiculas que vão até
pele. próximo da pele.
Quanto melhor o ultrassom, melhor para o
cirurgião (saber até onde precisa retirar na
cirurgia).
• PELO MINISÉRIO DA SAÚDE: Portanto, o exame de imagem não é só
Feita a partir dos 50 anos, a cada 2 anos. importante para a biópsia, também é
• COLÉGIO BRASILEIRO DE RADIOLOGIA: importante para a abordagem cirúrgica.
Como tem uma alta incidência de câncer
abaixo de 50 anos, começa a fazer a partir
dos 40 anos a mamografia, porque a mama
fica com mais gordura (menos densa, com Não pode ser pedida de forma
menos glândula). indiscriminada, tem critérios. Além de não ser
Antes dos 30 a mama é muito densa um exame confortável.
(dificuldade de ver nódulos pequenos). • INDICAÇÕES:
• PARENTE DE 1º GRAU ACOMETIDA: • Pacientes de alto risco, com mama
Paciente que tem parente de primeiro grau densa.
(mãe, irmã, filha) com câncer, começa a • Quando a paciente já tem câncer de
fazer mamografia aos 30 anos (10 anos mama, mas apresenta uma mama
antes). densa.
• NÓDULO SUSPEITO AO EXAME FÍSICO: • Para avaliar próteses
Toda vez que palpar um nódulo suspeito, • Quando a paciente tem um câncer
com retração de pele, a paciente tem que oculto (que não se sabe onde é) – faz a
fazer a mamografia também ressonância para saber se é um câncer
(independentemente da idade) de mama ou não.
• BI-RADS:
É um sistema de laudo que, conforme a
classificação, tem uma conduta e risco para
câncer.

• INDICAÇÕES:
• Nódulo palpável
• Nódulo na mamografia
• Mamas muito densas
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GINECOLOGIA – ATD1

Classifica os exames de imagem de mama. Se for não palpável e de categoria 4 → fazer


CORE se é vista no USG ou biopsia a vácuo
(mamotomia) se é vista na mamografia.
Nódulos com mais de 2 cm nas mulheres
com mais de 35 anos devem ser
submetidos a uma biopsia para descartar
câncer.
PRIMEIRA IMAGEM: câncer na mamografia
(bem espiculado)
SEGUNDA IMAGEM: ultrassom (altura maior
do que a largura)
TERCEIRA IMAGEM: RM (diferentes focos) ✓ Baseia-se na classificação TNM (tamanho
do tumor, presença ou não de linfonodos
acometidos e presença de metástase).
✓ Emprega-se propedêutica clínica e
• BIÓPSIA INCISIONAL: imagens
Nos casos de câncer de mama, quando se ✓ Após cirurgias pode-se fazer novo
tem nódulos muito grandes. estadiamento
Retira parte da pele com a mama. ✓ Estádios de 0 a 4
• BIÓPSIA EXCISIONAL: O estadiamento de câncer de mama é
Em casos de lesões não palpáveis as vezes muito complexo.
tem que retirar toda a lesão para mandar Quanto mais precoce o diagnóstico, maior a
para a análise, porque não consegue retirar taxa de sobrevida das mulheres.
fragmento.
• Agulhamento
• Roll
• PAAF (punção aspirativa com agulha
fina):
Bom para cistos (de componente líquido).
• BIÓPSIAS PERCUTÂNEAS COM AGULHA
GROSSA:
• Core biopsy Em ordem dos locais mais acometidos:
• Biópsia a vácuo (mamotomia) 1º. Ossos (mais comum)
2º. Pulmão/pleura
3º. Fígado
4º. Ovário
5º. Cérebro

• LOCAL:
• Cirurgia
• Radioterapia
• SISTÊMICO:
• Quimioterapia
Toda vez que estiver sob uma lesão suspeita
• Endocrinoterapia (hormonioterapia)
e palpável → SEMPRE fazer biópsia de
fragmento.
Quando não for palpável e categoria 3 →
realizar exame de 6 em 6 meses para
acompanhamento. Antigamente, quando começou a se
diagnosticar o câncer de mama, não a
imaginavam como uma doença sistêmica.
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GINECOLOGIA – ATD1

Então, o tratamento local era muito radical,


se retirava todas as duas mamas, peitoral
maior e menor, se esvaziava toda a axila. Retira apenas o fragmento com o
Dessa forma, após a cirurgia a paciente tumor/setor/quadrante da mama.
podia apresentar muitas comorbidades, Tem taxa de recidiva local baixa (3,8%).
como linfedema (mãos inchadas). Pesquisas de linfonodo sentinela, que não
Com o evoluir do conhecimento do câncer depende do tamanho do tumor (Snoll/azul
de mama, sabe-se hoje que o tratamento patente).
sistêmico é ainda mais importante do que o Fazer exame de congelamento das bordas
tratamento local. da lesão sempre antes de terminar a cirurgia,
Retira-se toda a mama na cirurgia radical e para se certificar que não ficou nenhum
faz reconstrução com prótese ou retalho. fragmento de tumor.
• HALSTED:
Mastectomia com retirada do músculos
peitorais e linfadenectomia.
É a mais radical de todas.
A paciente apresenta muitas sequelas pós
operatórias.
• PATEY:
Mastectomia radical modificada
preservando o músculo peitoral maior.
• AUCHINCLOSS-MADDEN: Injeta substância radioativa no tumor e existe
Preserva os dois peitorais. uma caneta que capta essa radiação
• RECONSTRUÇÃO APÓS MASTECTOMIA: emitida para ver onde está o nódulo e o
Retalhos miocutâneos, próteses ou linfonodo acometido (emite sinal sonoro e
expansores. digital).
Para localização de nódulos não palpáveis e
abordagem do linfonodo sentinela.

Polpa a pele, mas


tira toda a glândula
e coloca uma O linfonodo sentinela é o primeiro linfonodo,
prótese. o que vai receber toda a linfa da mama.
A cirurgia da mama Injeta corante azul patente. E posteriormente
é independente do é visto o ducto corado pelo corante (faz
tratamento da axila. biopsia somente desse infonodo).
A axila também está
sendo operada
cada vez menos, primeiramente é feita uma
biopsia do linfonodo, se não tiver acometido, É tratamento local também, assim como a
não é retirado. cirurgia.
A reconstrução pode ser feita por retalhos É indicada após a cirurgia e quimioterapia.
também. Também pode ser feita radioterapia
Pode ser feita reconstrução com expansor intraoperatória (protocolos específicos).
quando não é possível fazer com retalhos (é
uma prótese murcha que possui uma válvula
para promover espaço para a futura
prótese). É um tratamento sistêmico, porque o câncer
de mama é uma doença sistêmica e
agressiva.
✓ Neoadjuvante (feita antes da cirurgia)
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD1

✓ Adjuvante (após a cirurgia) • CARCINOMA DE PAGET:


✓ Paliativa (apenas para melhorar a Eczema de mamilo que a paciente trata
qualidade de vida quando está tão com corticoide.
avançado que não é mais possível Clinicamente é difícil de fazer diagnóstico
operar) diferencial com dermatite.
Se não melhorar por mais de 14 dias tem que
ser biopsiado também.
Quando as pacientes tem um tumor que • CARCINOMA DUCTAL IN SITU:
possui receptor para estrogênio e Tumor que acomete uma área extensa, mas
progesterona (luminal), é feito está restrita ao ducto.
endocrinoterapia. As vezes é preciso fazer uma mastectomia
✓ Tamoxifeno 20 mg/dia por 5 anos (cirurgia radical, mesmo tendo um
✓ Inibidores da aromatase (pós carcinoma restrito ao ducto).
menopausa) • CARCINOMA DE MAMA NO HOMEM:
✓ Análogos de GnRH (nas jovens) → O câncer de mama no homem tem alta
porque é preciso inibir a saída do relação com fator genético, portanto,
GnRH para bloquear o funcionamento homem com câncer na família deve ligar o
do ovário alerta de risco genético.
✓ Ooforectomia (retirada do ovário em Geralmente o diagnóstico de câncer de
mulheres que não tem desejo mama no homem é tardio, porque o homem
reprodutivo) nunca imagina que vai ser carcinoma de
mama.

• COMPORTAMENTAIS:
• Dieta (pobre em gorduras sintéticas) Questões
• Atividade física e controle de peso
• Amamentação Paciente com 59 anos, foi ao consultório
• Critério no uso de hormônios (em para exames de rotina. Em seu histórico
mulheres de alto risco para prevenção) pessoal somente HAS controlada.
• MEDICAMENTOS: Antecedentes ginecológicos apresentou
• Tamoxifeno menarca aos 12 anos e menopausa aos 48
• Raloxifeno anos, é 2G 2P 0 A. Nega antecedente
• CIRÚRGICOS: familiar para câncer.
• Adenomastectomia Exame físico apresentava-se normal.
Nos exames complementares, somente a
• Ooforectomia
mamografia apresentou alteração: nódulo
irregular, hiperdenso, com 1,5 cm, associado
a calcificações suspeitas categoria BI-RADS
4. O ultrassom das mamas não evidenciou o
✓ Carcinoma ductal in situ
nódulo.
✓ Carcinoma de Paget
Qual a hipótese diagnóstica?
✓ Carcinoma inflamatório
Câncer de mama (nódulo irregular,
✓ Carcinoma de mama e gravidez
hiperdenso, calcificações) → Bi-RADS
✓ Carcinoma de mama no homem
Qual o melhor exame a ser solicitado para
✓ Sarcomas
confirmar essa hipótese?
• MASTITE X CARCINOMA:
Biópsia com agulha grossa a vácuo
Há carcinomas que se assemelham muito a
(mamotomia).
uma mastite. Portanto, no caso de mastites
Tem dois tipos de biópsia com agulha grossa:
que não curam com o uso de diferentes
- CORE BIOPSY
antibióticos atentar-se (mais de 14 dias),
fazer biopsia.
ANA PAULA – XXII
73
GINECOLOGIA – ATD1

- Vácuo(quando a imagem aparece na e) Doença de Paget e ectasia ductal


mamografia e não no USG) COMENTÁRIO:
Qual a importância da classificação de BI- A causa mais comum de eczema é Doença
RADS? de Paget (câncer que a célula migra pelo
Para saber qual a conduta com a paciente ducto e vai até a papila, produzindo
de acordo com o risco. descamação e necrose da papila).
Qual é o principal fator de risco para câncer
de mama dessa paciente? Em relação à radioterapia no câncer de
O fato de ser mulher e a idade (mais de 50 mama, a alternativa errada é:
anos). a) complementar ao tratamento cirúrgico
conservador
Uma mulher de 40 anos ao ser encaminhada b) tratamento primário no carcinoma
para sua primeira mamografia de inflamatório
rastreamento questiona sobre a radiação e o c) tumor comprometendo pele (T4b)
risco acumulativo de câncer de mama. d) tumores maiores que 5 cm
Qual das alternativas descreve melhor esse e) a radioterapia não melhora a sobrevida
risco? de pacientes com câncer de mama
a. Aumento do risco de câncer de tireóide COMENTÁRIO:
b. Não há aumento do risco As indicações de radioterapia para mama
c. Aumento do risco do câncer de pulmão Toda vez que faz uma terapia conservadora
d. Aumento do risco do câncer de pele (tira apenas o tumor e deixa a mama)
e. A mamografia deve ser realizada a cada Nos casos de mastectomia não precisa fazer
dois anos pelo risco da radiação radioterapia, por exemplo.
COMENTÁRIO: o nível de radiação da O carcinoma inflamatório (que atinge a
mamografia é muito baixo, até mesmo pele) na maioria das vezes nem se faz
gestante pode realizar o exame. cirurgia, apenas radioterapia.
O Ministério da Saúde recomenda fazer de 2 Para tumores grandes e tumores que
em 2 anos apenas por causa do custo do comprometem a pele também devem ser
exame. tratados com radioterapia.
Por fim, a radioterapia impacta sim na
Paciente de 38 anos queixa-se de sobrevida, se não, não seria feito.
vermelhidão e sensibilidade na mama direita
que não apresentou melhora após 10 dias de O rastreamento do câncer de mama deve
tratamento com anti-inflamatórios e ser realizado de rotina nas mulheres
antibioticoterapia. seguindo alguns critérios:
Qual melhor conduta diagnóstica a seguir? a) nas mulheres de baixo risco deve ser
a. Trocar antibioticoterapia realizado o ultrassom a cada 2 anos a partir
b. Realizar biópsia de mama dos 40 anos
c. Associar tamoxifeno 20 mg b) nas mulheres de baixo risco deve ser
d. Realizar ultrassom realizada a mamografia a cada 2 anos a
e. Realizar drenagem cirúrgica por se tratar partir dos 50 anos
de um abscesso c) nas mulheres de alto risco deve ser
COMENTÁRIO: dentro dessas hipóteses, a realizado o ultrassom anual a partir dos 30
correta é realizar uma biópsia. anos
d) todas os protocolos indicam o rastreio a
Ao ser examinada, paciente apresenta partir dos 50 anos
eczema focal no mamilo à esquerda. e) a ressonância magnética pode substituir
Quais as causas mais comuns? quando a paciente se recusa a fazer a
a) Doença de Paget e eczema de contato mamografia
b) Fibroadenoma e tumor filóides COMENTÁRIO:
c) Doença de paget e papiloma intraductal A e C → erradas porque o USG não é feito
d) Carcinoma lobular e cisto de mama para rastreamento
ANA PAULA – XXII
74
GINECOLOGIA – ATD1

D → colocar no prontuário que a paciente se


negou a fazer mamografia (mesmo assim
solicitar toda consulta)

Para o tratamento cirúrgico do câncer de


mama de uma paciente com diagnóstico de
carcinoma ductal invasivo de 3 cm em QSL à
esquerda, linfonodos clinicamente negativos,
foi indicado ressecção de setor de mama
com exame de congelação das margens e
biópsia de linfonodo sentinela.
Com relação a essa técnica, podemos
afirmar que:
a) está indicada nos tumores menores que 3
cm
b) a biópsia do linfonodo sentinela possui
taxa de falso negativo < 5 %
c) substitui o esvaziamento axilar quando os
linfonodos são palpáveis
d) 30% das pacientes podem evoluir com
linfedema de membro superior
e) o linfonodo sentinela é identificado no
ultrassom das mamas
COMENTÁRIO:
Linfonodo sentinela → retira apenas o
primeiro linfonodo, se ele não tiver
comprometido não precisa retirar o restante.
Toda a drenagem linfática da mama vai até
o mamilo e depois vai para a axila. Portanto,
se retira apenas um linfonodo (o primeiro) e
ele não apresentar tumor, pode assegurar
que o restante também não tem.
A – atualmente é feita em qualquer
tamanho
B – é seguro de que se ela vem negativo,
não precisa fazer esvaziamento de axila
C – quando o linfonodo é suspeito tem que
retirar
D – não, essa taxa está muito alta (se fosse
assim nunca seria retirado)
E – Corante azul patente ou Roll
ANA PAULA – XXII
1
GINECOLOGIA – ATD2

abordagem do casal infértil


• REGRAS BÁSICAS:
• Sempre precisa ter a presença do casal
• ESTERILIDADE: o fato de não conseguir (porque em aproximadamente 40% dos
engravidar. Casal que nunca conseguiu casos, a infertilidade vem do homem)
uma gravidez. • Orientações básicas sobre a condição do
• INFERTILIDADE: incapacidade de o casal processo
levar uma gravidez a termo. • Não interromper a investigação no
• primária (nunca teve um filho antes) primeiro achado positivo
• secundária (quando já teve um filho e • Tratamento concomitante todos os
depois apresentou o problema) achados anormais

12 meses é conceito em que é normal ✓ Ovariano


aguardar uma gravidez espontânea. ✓ Fator uterino (cervical/corporal)
Mas deve-se levar em consideração a idade ✓ Fator tubo-peritoneal
da paciente, quando mais de 35 anos, não ✓ Imunológico
se espera os 12 meses para começar a ✓ Psicológico
investigar. ✓ Masculino
✓ ESCA: esterilidade sem causa aparente

• PESQUISA BÁSICA GERAL:


• Anamnese:
- Antecedentes familiares
- Antecedentes pessoais
- Antecedentes menstruais
- Antecedentes obstétricos (ex: curetagem)
- Vida sexual: a frequência sexual
• Exame físico geral
• Exame ginecológico
• Exame subsidiários
• PESQUISA BÁSICA ESPECÍFICA:
Exames especiais para identificar o
problema.
ANA PAULA – XXII
2
GINECOLOGIA – ATD2

O objetivo é saber a mulher está ovulando. ESCORE CERVICAL:


É o fator mais importante na dificuldade de À medida em que se
um casal engravidar. chega no pico máximo
O diagnóstico da ovulação vai se basear no do estrogênio (no meio
aumento da secreção de progesterona (na do ciclo), o muco se
segunda fase do ciclo) ou se baseia no altera e fica abundando,
crescimento do folículo que será visto por para proteger os
meio do USG. espermatozoides do pH
• DIAGNÓSTICO: ácido vaginal (para
✓ Anamnese permitir a penetração
✓ Curva temperatura basal dos espermatozoides).
✓ Escore cervical Quando a mulher ovula, e aparece a
✓ Citologia hormonal seriada progesterona, o muco perde sua filância,
✓ Biopsia endométrio abundancia e cristalinidade (que tinha
✓ Dosagens hormonais ficado com esse aspecto por causa do
✓ Ultrassonografia estrogênio).
✓ Laparoscopia Portanto, muco abundante, filante e
cristalino não indica ovulação, indica uma
ANAMNESE: boa funcionalidade estrogênica.
- ciclo eumenorreico
- dor ovulatória → ciclo regular e refere que
no meio do ciclo (14º dia) tem desconforto,
com dor ovulatória durante a ruptura do
folículo
- dismenorreia (a progesterona sensibiliza as
fibras endometriais por causa das
prostaglandinas)
São 3 sinais clínicos que se deve pensar que
esta mulher está ovulando. O escore cervical, baseia-se em 4
parâmetros: volume do muco, filância
CURVA DA TEMPERATURA BASAL: (capacidade de formar fios), cristalização e
Quando aparece a progesterona, ela atua abertura cervical. Quanto mais pontuação,
no centro térmico do diencéfalo fazendo maior a atividade estrogênica, e
com que tenha uma mudança da desaparece após a ovulação.
temperatura de 0,3 a 0,6ºC.
O procedimento consiste em a mulher medir CITOLOGIA HORMONAL SERIADA:
todo dia durante a manhã a temperatura O Papanicolau verificou que as células
basal, após a ovulação, a temperatura vai vaginais descamavam diferentemente em
aumentar, e essa aumento deve durar pelo diferentes fases do ciclo.
menos 10 dias, se durar menos indica Atividade estrogênica máxima (ao redor do
insuficiência do corpo lúteo. 14º dia): descavam mais células superficiais,
Hoje em dia não é tão utilizado porque que são células grandes com núcleo
necessita um controle rigoroso da mulher. picnótico e citoplasma acidófilo.
Ação progesterona: descamavam células
da camada basal ou intermediária (células
menores, com citoplasma basófilo e núcleo
grande).
Ou seja, é para ir vendo as características
histológicas de cada fase do ciclo, mas hoje
não se utiliza mais porque a mulher tem que
ANA PAULA – XXII
3
GINECOLOGIA – ATD2

ir até o consultório 4 vezes no mês para a RUPTURA FOLICULAR:


realização desse exame. • Desaparecimento do folíguclo
• Redução do diametrico
BIÓPSIA DO ENDOMÉTRIO: • Aumento ecogenicidade
O endométrio, na fase inicial do ciclo, pela • Líquido no espaço retro-uterino
ação do estrógeno, o endométrio está
proliferando. Se essa mulher ovular, e VIDEOLAPAROSCOPIA:
secretar progesterona, esse endométrio Não é indicado para diagnóstico de
passará a ser secretor. ovulação, mas pode ser encontrado ao
Se a biópsia indicar endométrio secretor, acaso.
indica que essa mulher ovulou e,
consequentemente, que produziu corpo • DIAGNÓSTICO DA RESERVA
lúteo. OVARIANA:
Classificação de Noyles → datou o ✓ Contagem dos folículos
endométrio se acordo com o ciclo. Se essa ✓ Dosagem do FSH
classificação for alterada (não compatível ✓ Dosagem do hormônio anti mulleriano
com a data real) pode indicar insuficiência (HAM)
do corpo lúteo.
Na fase estrogênica, o endométrio é CONTAGEM DOS FOLÍCULOS ANTRAIS:
proliferativo, e na fase de progesterona, o USG entre o 3 e 5º dia do ciclo e faz a
endométrio é secretor. contagem de todos os folículos.
Essa biópsia é feita com a cureta de Novack Quando estão abaixo de 8, indica baixa
a nível ambulatorial. reserva ovariana.
ABAIXO DE 8 FOLÍCULOS → ↓ RESERVA

Cureta de Novack Dosagem do FSH:


Realizada entre 3 e 5º dia do ciclo.
Valores maiores que 25 Mui/ml → baixa
reserva ovariana.
DOSAGEM DA PROGESTERONA:
É o exame mais pedido (22 – 24º dia do DOSAGEM DO HORMÔNIO ANTI MULLERIANO
ciclo). (HAM):
Pode ser feito com duas coletas ou uma São produzidos nas células da granulosa.
dosagem isolada. Valores menores que 0,5 ng/ml → baixa
Dosagem isolada > 5 ng/ml indica que reserva ovariana.
ovulou
Duas coletas (19 e 23º), se a soma for > 10
ng/ml indica que essa mulher ovulou
Pode ser do colo do útero ou do corpo do
ULTRASSONOGRAFIA:
útero.
Dá o diagnóstico da ovulação e orienta o
• AVALIAÇÃO CERVICAL:
momento da fertilização assistida.
✓ Especular
O folículo vai crescendo e quando está na
✓ Colposcopia
eminencia para ovular, fica muito grande.
✓ Bacterioscopia
USG transvaginal seriada para o diagnóstico
✓ Escore cervical
da ovulação.
• AVALIAÇÃO CORPORAL:
OVULAÇÃO EMINENTE:
✓ Histerografia
Cúmulos oophorus
✓ Histeroscopia → exame muito tranquilo

Hipervascularização
de ser realizado (nível ambulatorial)

Edema teca/granulosa
✓ Histerosonografia

Invaginação granulosa
✓ Biopsia do endométrio

ANA PAULA – XXII
4
GINECOLOGIA – ATD2

CAUSAS NÃO IMUNOLÓGICAS DE TESTE PÓS-


COITO ALTERADO:
Avalia as tubas e o peritônio. • Período não adequado
• MEIOS DE AVALIAÇÃO: • Deposição do sêmen
✓ Videolaparoscopia (padrão ouro) • Doenças cervicais
✓ Histerosalpingografia Caso não tenha nenhum desses três fatores e
✓ Tuboscopia sejam encontrados espermatozoides mortos
• HISTEROSALPINGOGRAFIA: no canal cervical, tem que pensar em
fatores imunológicos.

O sistema límbico pode alterar o eixo


hipotálamo-hipófise-ovário, alterando a
ovulação.
Psicoterapia → Gravidez

O fator masculino isolado ou em conjunto


chega a 40% das causas de infertilidade.
Injeta contraste hidrossolúvel na cavidade No nosso meio, a causa mais frequente de
uterina por meio do canal cervical (esse espermatozoides mortos é a varicocele.
contraste tem que passar pela tuba). ESPERMOGRAMA
Sempre é feito após a menstruação. VOLUME 1,5 a 6 ml
pH 7a8
CONCENTRAÇÃO > 20 milhões
MOTILIDADE > 25% progressiva e
• HISTÓRIA: direcional
✓ Trauma testicular > 50% rápida e
✓ Vasectomia direcional
lenta ou não direcional
✓ Cirurgia trato genital
MORFOLOGIA >30% normais
✓ Anticorpos anti-espermatozoide
VITALIDADE > 50%
• TESTE PÓS COITO (SIMMS-HUHNER):
LEUCÓCITOS < 1 milhão/ml
Investiga anticorpos anti-espermatozoides.
AGLUTINAÇÃO < 10%
Após a relação sexual no período pré-
ovulatório, em que o muco está em boas
condições, colher duas lâminas, uma do
fundo de saco e outra do canal cervical.
Após ter investigado todas as causas acima
A lâmina do fundo de saco vai encontrar
e não ter encontrado nada de anormal.
apenas espermatozoides mortos (acidez
Opções de tratamento: começa a induzir a
vaginal). Mas se encontrar espermatozoides
ovulação, programa o coito, inseminação
mortos no canal cervical, deve-se pensar em
intrauterina homóloga ou FIV.
alterações (fator imunológico ou infeccioso).
É importante dar atenção a esse casal, há
Caso esse seja o problema, partir para a FIV.
casos de separação apenas pelo fato de
haver ausência de gravidez.
ANA PAULA – XXII
5
GINECOLOGIA – ATD2

d) Anovulação crônica; indução com citrato


de clomifeno.
Posso fazer todos esses exames dentro de um COMENTÁRIOS:
mês: O FSH > 25 mUI/mL indica falência ovariana
(já elimina alternativa C e D).
Não pode ser A porque essa mulher não tem
folículo, não ovula, portanto, ela só pode
engravidar através de oócitos de doadoras.

2 - Paciente infértil com antecedente de


CTB: curva da temperatura basal (todos os doença inflamatória pélvica realizou
dias do mês) laparoscopia com diagnóstico de
CHS: citologia hormonal seriada hidrossalpinge bilateral. Assinale a
EC: escore cervical alternativa que apresenta o tratamento da
HSG: histerossalpingografia (antes da infertilidade:
ovulação) a) Salpingoplastia + inseminação
22º dia do ciclo → dosagem de intrauterina.
progesterona, biópsia de endométrio ou até b) Salpingectomia + fertilização in vitro.
mesmo uma videolaparoscopia. c) Antibioticoterapia prolongada.
d) Salpingoplastia + indução de ovulação
com coito programado.
e) Salpingoplastia + Antibioticoterapia +
Ovulatório 27% coito programado.
Masculino 25% COMENTÁRIOS:
Canalicular (tubo-peritoneal) 22% É necessário retirar as tubas e,
ESCA 17% posteriormente realizar a fertilização in vitro.
Endometriose 5% É necessário retirar as tubas porque o líquido
Outras 4% que está dentro dessas não permitiria a
Em níveis socioeconômicos mais baixos, o fertilização.
fator canalicular pode ser mais incidente do
que o fator ovulatório, por causa da 3 – Uma mulher, 32 anos, casada há 6 anos,
incidência das DSTs (relacionado à refere relações sexuais frequentes e
promiscuidade sexual). desprotegidas, há 2 anos, sem engravidar.
Menstruações regulares e muito dolorosas.
Exame ginecológico e ultrassonografia
Questões pélvica: normais. Espermograma do
parceiro: normal; capacitação espermática:
6 milhões de espermatozóides/ml, 100% de
1 - Mulher, 32a, com esterilidade primária há
grau A. Como o casal deseja ter filhos, a
3 anos, em amenorreia há 1 ano. Dosagens
conduta é:
hormonais: FSH= 70mUI/mL, LH= 55mUI/mL,
a) Fertilização in vitro
PRL= 18ng/mL; cariótipo= normal; biópsia
b) Inseminação intra-uterina
ovariana= ausência de folículos;
c) Laparoscopia
espermograma do parceiro= normal.
d) Indução da ovulação
O DIAGNÓSTICO E O TRATAMENTO SÃO:
COMENTÁRIOS:
a) Falência ovariana prematura;
USG, exame ginecológico e espermograma
inseminação intra-uterina.
normal.
b) Falência ovariana prematura;
Como ela tem menstruações muito dolorosas
transferência de oócitos de doadora.
é preciso investigar os fatores tubo-
c) Anovulação crônica; indução com
peritoneais, para isso, o padrão ouro é a
gonadotrofinas.
laparoscopia.
ANA PAULA – XXII
6
GINECOLOGIA – ATD2

4 – Paciente de 37 anos, G2P1, tenta b) Concentração espermática de 20


engravidar há 18 meses; a conduta inicial milhões/mL indica reserva ovariana
para o casal é, EXCETO: adequada.
a) Histeroscopia c) Hormônio anti-mulleriano em altos
b) Videolaparoscopia níveis indica reserva ovariana
c) Espermograma adequada.
d) FSH de 3. Dia d) Progesterona reduzida no 21º dia do
COMENTÁRIOS: ciclo indica que a paciente
Histeroscopia é o exame mais simples para provavelmente ovulou.
avaliar a cavidade, feita a nível e) A dosagem de FSH no 3º dia do ciclo
ambulatorialmente. Como é um exame é mais confiável para estimar a
simples, feito a nível ambulatorial, pode-se reserva ovariana que a contagem de
iniciar a pesquisa com ele. folículos antrais.
COMENTÁRIOS:
5 – Paciente de 23 anos, casada há 3 anos, É um casal jovem (menos de 35 anos), que
parou anticoncepcional hormonal há 6 tem relações normais, e não conseguem
meses, não conseguindo engravidar desde engravidar há 2 anos, portanto, já é
então. Foi submetida à histerossalpingografia considerado infertilidade.
com o seguinte achado. Conduta: Letra A: não (histerossalpingografia é da
cavidade
Letra B: acima de 20 milhões é considerado
normal.
Letra C: O HAM quando em altos níveis, tem
uma indicação, de que a formação (na
célula da granulosa) está adequada.É um
dos exames para investigar a reserva
a) Expectante.
ovariana.
b) Laparoscopia.
c) Histeroscopia.
7 – Uma mulher G1 P1 de 32 anos apresenta
d) Fertilização in vitro.
amenorreia faz 12 meses. O teste de
COMENTÁRIOS:
gravidez é negativo. Níveis de TSH, prolactina
Letra A, porque tem apenas 6 meses
e perfil androgênico são normais. O nível de
tentando engravidar, ainda não é
FSH é elevado a 48 UI/L e, LH de 39 UI/L. Qual
considerado infertilidade, porque é uma
das alternativas a seguir é a complicação
mulher jovem, que tem um pequeno achado
mais provável para esse paciente?
uterino, mas faz pouco tempo que estão
a) Ela tem risco significativa de câncer
tentando engravidar.
endometrial
b) Ela tem risco significativa de câncer
6 – Após a suspensão de métodos
de ovário
contraceptivos, um casal jovem se
c) Ela tem risco aumentado de
apresentou em consultório, relatando
osteoporose
relações sexuais regulares há dois anos, sem
d) Ela tem risco aumentado para
conseguir engravidar. Foram solicitados
gestações múltiplas
alguns exames para investigação de
COMENTÁRIOS:
infertilidade conjugal. Considerando essa
32 anos, com falência ovariana. Por isso, vai
situação hipotética, assinale a alternativa
ter risco aumentado de osteoporose. A
correta:
deficiência de estrogênio aumenta a
a) A histerossalpingografia e
atividade do osteoclasto e diminui a
histeroscopia têm a mesma acurácia
atividade do osteoblasto.
para detectar alterações
Toda mulher que ovula menos, tem menor
endometriais.
risco de ter câncer de ovário.
ANA PAULA – XXII
7
GINECOLOGIA – ATD2

O risco de câncer de endométrio também COMENTÁRIOS:


está menor porque essa mulher não vai ter HAM baixa, FSH alto e contagem de folículos
produção de estrogênio. antrais baixo.

8 – Devido à intensa carreira profissional, a 11 – Paciente, de 29 anos, G0, apresenta


paciente EMG deseja gestar após o término tentativa de gestação com parceiro único
do doutorado. Hoje, com 35 anos de idade, há 2 anos. Refere ciclos menstruais regulares
foi solicitada na consulta a dosagem de com intervalo de 28 dias e fluxo de 5 dias,
HAM. O HAM é produzido pelo (a)? mas nega galactorreia e sinais de
a) Corpo lúteo hiperandrogenism ou sintomatologia
b) Hipófise posterior climatérica. O marido não tem
c) Folículo pré-antral comorbidades, e não tem filhos de outro
d) Hipófise anterior relacionamento. A capacitação espermática
foi normal. Qual é a conduta mais adequada
9 – Paciente de 23 anos de idade fez uso de para a paciente?
citrato de clomifeno, 150 mg por dia, durante a) Avaliar a permeabilidade tubária por
5 dias, devido a quadro de anovulação, está meio da videolaparoscopia e indicar
no 24º dia do ciclo menstrual com queixa de inseminação intraútero
dor abdominal, náuseas, vômitos, aumento b) Prescrever gonadotrofinas para
do volume abdominal e diminuição da estimulação ovariana e realizar FIV
diurese. Qual a hipótese diagnóstica? c) Realizar histerossalpingografia para
a) Abdome agudo inflamatório definição da abordagem terapêutica
b) Abcesso tubo ovariano d) Realizar abordagem cirúrgica por
c) Endometriose pélvica videolaparoscopia e conduta
d) Síndrome do hiperestímulo ovariano expectante por 6 meses
COMENTÁRIOS: e) Injeção intracitoplasmática do
Citrato de clomifeno: droga para induzir a espermatozoide (ICSI), devido ao fator
ovulação. masculino
O hiperestímulo ovariano é algo grave, que é COMENTÁRIOS: preciso começar a
difícil de ocorrer pelo uso de citrato de investigação com exames menos invasivos,
clomifeno, há um aumento do volume para avaliar as questões básicas. Só após o
ovariano. diagnóstico pode-se tomar uma conduta.
Por isso que não se faz indução da ovulação
sem auxilio de uma clínica de reprodução 12 – Um casal procura o ginecologista com o
humana. desejo de engravidar. A mulher é portadora
de síndrome de Turner e está medicada com
10 – Paciente de 36 anos, parou de usar anticoncepcional hormonal oral combinado
contraceptivo há nove meses pelo desejo de e menstruando regularmente. O marido é
gestação. Apresentou três ciclos menstruais saudável, com espermograma normal.
após a interrupção do método contraceptivo Quanto à orientação a ser dada ao casal,
e encontra-se em amenorreia secundária há assinale a alternativa correta:
6 meses. Tem beta HCG plasmático a) Suspender o anticoncepcional e
qualitativo menor que 1 Mui/ml, hormônio aguardar gravidez espontânea
antimulleriano de 0,2 Mui/l, FSH de 45 mUI/ml b) Propor FIV após suspensão do
e contagem de folículos antrais de 1. Qual a anticoncepcional, estímulo da
hipótese diagnóstica? ovulação e coleta de óvulos
a) Falência ovariana prematura c) Propor adoção pelo risco genético de
b) Síndrome de ovários policísticos a síndrome se repetir em eventual
c) Agenesia gonadal gravidez
d) Síndrome de Mayer-Rokitansky-Kuster- d) Pode-se obter gravidez com doação
Hauser de óvulo, fertilização com
espermatozoide do marido e
ANA PAULA – XXII
8
GINECOLOGIA – ATD2

transferência intrauterina para o útero ovariana, avaliação uterina e


da paciente avaliação do fator masculino.
COMENTÁRIOS: d) O casal não é considerado infértil
Turner: X0 (está tomando anticoncepcional porque tem apenas 1 ano de
para reposição hormonal). atividade sexual sem método
A – nunca vai acontecer contraceptivo.
B – essa mulher não consegue ovular COMENTÁRIOS:
(disgenesia gonadal) A – há 5 anos atrás, algo pode ter
acontecido nesses 5 anos.
14 – Um casal que mantém vida sexual ativa B – na segunda (entre 22 e 24º dia)
e sem contracepção há mais de 1 ano D – a partir de um ano já pode ser
procurou o médico com diagnóstico de considerado infertilidade.
infertilidade. Na avaliação desse casal, é
correto afirmar que: 16 – Um casal se apresenta em consultório
a) A dosagem do LH ao redor do 14º dia relatando relações regulares há dois anos,
do ciclo estimula recrutamento sem conseguir engravidar. São solicitados
folicular alguns exames para investigação de
b) Mulheres eumenorreicas e normais infertilidade conjugal. Assinale a alternativa
ovulam somente em 50% dos ciclos INCORRETA:
c) A concentração espermática deve a) Progesterona elevada colhida no 21º
ser maior do que 30 milhões/mL dia do ciclo menstrual indica
d) Não existe indicação para solicitar adequada capacidade ovulatoria
histerossalpingografia, podendo ser b) FSH reduzido colhido no 3º dia do
substituída pela ultrassonografia 3D ciclo indica reserva ovariana
e) A relação LH-FSH indica o equilíbrio diminuída
funcional do eixo e permite avaliar a c) Histerossalpingografia avalia a
quantidade de gonadotrofina para presença de pólipos endometriais e
induzir a ovulação. permeabilidade tubária
d) A presença de miomas subserosos
15 – Um casal jovem, ela com 26 anos e ele pouco contribui para a infertilidade
com 27, procura o médico com desejo de conjugal
gravidez. Referem que há 1 ano ela parou de e) A contagem espermática de 30
usar método contraceptivo e têm vida sexual milhões e adequada mobilidade não
normal, mas não conseguiram engravidar. devem ser a causa de infertilidade
Ela tem ciclos regulares de 28 dias, com ALTERNATIVAS CORRETAS: B e C (a questão
duração e fluxo normais. Nega antecedentes seria anulada)
cirúrgicos, ginecológicos e obstétricos. Ele, COMENTÁRIOS:
por sua vez, não apresenta nenhum A histerossalpingografia mostra uma imagem
antecedente cirúrgico, nenhuma doença ou negativa, mas não especifica se é um
uso de medicações. Refere que engravidou pólipo, um mioma etc.
uma namorada há 5 anos, que provocou um Um FSH elevado indica reserva ovariana
abortamento. Assinale a alternativa correta: diminuída.
a) O homem não precisa fazer nenhum
exame, pois não é infertil 17 – Paciente de 39 anos, em união estável
b) Para confirmar se ela tem ciclos há 6 anos, refere três anos sem uso de
ovulatórios, solicitaríamos uma métodos anticoncepcionais e não conseguiu
dosagem da progesterona na 1ª fase gravidez. Possui história de gravidez tubária
do ciclo menstrual esquerda há 10 anos, tendo sido submetida
c) Na propedêutica básica desse casal, à salpingectomia. O parceiro realizou
devem-se solicitar provas de função espermograma que identificou obstrução
tubária, avaliação da função tubária direita, na porção ampular. Tuba
esquerda ausente. Qual é o tratamento mais
ANA PAULA – XXII
9
GINECOLOGIA – ATD2

eficaz que pode ser oferecido ao casal anos, não apresenta alterações ao exame
portador de infertilidade? físico e possui um filho de 6 anos de seu
a) Indução da ovulação e coito casamento anterior. Em relação à
programado propedêutica da infertilidade conjugal nesse
b) Indução da ovulação e inseminação caso, é CORRETO afirmar:
intrauterina a) O espermograma é dispensável, visto
c) Inseminação intrauterina em ciclo sem que o marido possui comprovação de
estimulo ovulatório fertilidade (um filho do casamento
d) FIV anterior).
e) Videolaparoscopia para b) Em vista do declínio da função
desobstrução tubária ovariana observado com o aumento
COMENTÁRIOS: da idade, o casal deve ser
E não pode ser feita porque o marido possui imediatamente encaminhado para a
oligospermia, portanto, uma desobstrução fertilização in vitro.
tubária não iria resolver o problema do casal. c) A videolaparoscopia, o teste do
clomifeno e dosagens de estradiol e
18 – Paciente de 33 anos, nuligesta, com progesterona são exames
quadro de infertilidade conjugal há 2 anos. A fundamentais na propedêutica inicial
propedêutica revelou presença de mioma do casal acima
submucoso de 3 cm. O marido tem 41 anos e d) Dosagem de FSH no 3º dia do ciclo
dois filhos de relacionamento anterior. menstrual, histerossalpingografia,
A conduta adequada é: ultrassonografia endovaginal e
a) Miomectomia histeroscopica e espermograma são os exames que
solicitar espermograma devem ser realizados na avaliação
b) Tratamento com análogos do GnRH inicial do casal.
por 6 meses COMENTÁRIOS:
c) Miomectomia laparoscópica e A – o filho do casamento anterior tem 6 anos,
realização do teste pós-coito portanto, pode ter acontecido algo entre
d) Videolaparoscopia com esses anos
cromotubagem e miomectomia B – não, primeiro deve-se investigar, para
COMENTÁRIOS: depois escolher a conduta.
Espermograma porque não se sabe há C – esses exames não são utilizados na
quanto tempo o marido teve esses 2 filhos. abordagem inicial (primeiro são feitos
O análogo pode diminuir esse mioma, mas exames menos invasivos).
ao parar o medicamento, o mioma irá D - primeiro é feito uma investigação não
retornar ao tamanho inicial. invasiva desse casal, posteriormente, escolhe
a conduta mais adequada de acordo com
19 – A avaliação da reserva ovariana deve o resultado dos exames e o diagnóstico.
ser feita através da dosagem de:
a) Estadiol na fase periovulatória
b) Progesterona na fase lutea media
c) FSH no 3º dia do ciclo menstrual
d) Prolactina na fase folicular

20 – Um casal está tentando engravidar há


cerca de 2 anos. A esposa tem 36 anos,
ciclos menstruais regulares e exame
ginecológico normal. Há história de
apendicite na adolescência e ausência de
passado mórbido relevante. O marido tem 41
ANA PAULA – XXII
10
GINECOLOGIA – ATD2

v endometriose
• Idade da menstruação (quanto mais
tarde menstrua, menos chance)
Endometriose é conceituada como a • Sedentarismo
presença de tecido semelhante ao • Idade
endométrio (estroma e/ou glândula) em • IMC (mulheres mais magras tem mais
localização ectópica. risco)
Tecido endometrial é o que reveste o útero Recentemente, foi publicado um paper que
internamente. Esse tecido é formado por deixa os fatores de risco bem claros,
glândulas, mais superficiais (que fazem a sofrendo influencia desde o estado
secreção), e estroma, que nutre essas embriológico.
células.
É um tecido bem típico, de fácil
reconhecimento.
Há diversas teorias que tentam explicar a
ENDOMETRIOSE PROFUNDA: infiltra fisiopatologia da endometriose.
mais do que 5 mm (0,5 cm).

7 – 10% da população feminina.


Quando observa apenas mulheres em idade
reprodutiva, acomete de 10 – 15% das
mulheres.
Com o advento da laparoscopia, ficou claro
que muitas mulheres apresentavam a
doença e eram assintomáticas. Portanto, a
laparoscopia ajudou a estabelecer a
epidemiologia da endometriose.
• TEORIA DE HALBAN:
É uma doença que se deve ficar atento ao
Fala sobre a disseminação hematológica ou
diagnóstico, a endometriose sempre deve
linfática, que justificaria uma endometriose à
estar como suspeita na anamnese de uma
distância (como endometriose de pleura ou
mulher.
pulmonar, em locais que não tem contato
40 – 50% são mulheres inférteis.
com o sistema reprodutivo).
49% das adolescentes com dor pélvica
Potencialidade das células se disseminarem
crônica.
pelas
• SAMPSON:
É a teoria mais aceita.
De acordo com essa teoria, o refluxo
• Genética (parentes de primeiro grau menstrual é o principal fator de influência.
com endometriose) Todas as mulheres tem um certo grau de
• Estilo de vida refluxo, exceto as que tem uma intervenção,
Portanto, é uma doença que possui como laqueadura ou DIP (que obstrui as
influencia genética, mas é determinada tubas).
mesmo pelos fatores ambientais.
• Tabagismo
• Número de filhos (quanto mais filhos,
menos tendencia a ter endometriose)
ANA PAULA – XXII
11
GINECOLOGIA – ATD2

Mas ela por si só não justifica alguns outros


tipos de endometriose, como os casos de
endometriose à distância. Além disso, se O endométrio de uma mulher com
todas as mulheres possuem refluxo menstrual, endometriose é diferente do endométrio de
por que apenas 15% vai manifestar a uma mulher que não tem endometriose.
doença? Um exemplo, é que esse endométrio
• TEORIA DA METAPLASIA CELÔMICA: anormal (com endometriose) tem uma
Fala que qualquer célula do corpo pode diminuição da sua apoptose. Isso explica os
regredir sua fase de diferenciação, ser mecanismos de maior persistência das
indiferenciada de novo, e se modifica em células na cavidade endometrial.
outro tipo de tecido. Portanto, em uma endométrio normal, as
• TEORIA IMUNOLÓGICA: células sobreviveriam cerca de 30 anos,
Correlaciona a endometriose com outras contudo, quando não sofrem apoptose,
doenças de caráter imunológico. duram mais e sofrem mais influência
Porque começaram a entender que a hormonal.
mulher que possui endometriose, possui EXPLICAÇÃO PARA ↓ APOPTOSE:
também outras doenças de caráter Fatores pró-apoptóticos ↓
imunológico ou mental. Exemplo: p52 e Bax
Envolve diversas citocinas que se mostram
alteradas, como TNF, IL, fator de crescimento Fatores anti-apoptóticos ↑
endotelial vascular etc. Exemplo: Bcl-2
Além disso, tem relação com o fluido
peritoneal a atividade de células
magocitárias (os macrófagos limpam todo o
Quando o ambiente está muito oxidante,
refluxo menstrual após a menstruação).
com muita liberação das partículas ROS, o
que contribui para a inflamação do
HOJE: se justifica a endometriose pela
organismo, e com isso, modula a doença.
união da teoria de Sampson com a
Foram identificadas algumas substâncias
teoria imunológica. que são nocivas, como oxido nítrico, metais
Hoje, entende-se a endometriose como uma pesados, poluentes atmosféricos e poluentes
doença sistêmica, mas ainda falta muito ingeridos através dos alimentos. E isso vai
conhecimento para conhecer a doença na agravar, porque vai aumentar a inflamação,
sua totalidade. traduzindo em lesões mais complexas.
• ASPECTOS GENÉTICOS: Lesões maiores/mais profundas têm maior
Também já foram estudados, a partir de expressão da aromatase (P450) → transforma
gêmeos homozigóticos. o colesterol em estrogênio, o que faz com
Prevalência da doença nos familiares de 1º que a doença se torne autosuficiente,
grau de 6 a 9 vezes mais do que a mesmo não tendo o estímulo hormonal
população geral. ovariano.
Portanto, a participação do gene, hoje, tem
ficado mais clara na doença. Mas deve-se
lembrar que tem extrema influência dos
fatores ambientais.

DOENÇA EPIGENÉTICA: são alterações


genéticas induzidas também por questões
hormonais, imunológicas, provavelmente
oriundos de fatores externos.

Ocorre, provavelmente, por um desequilíbrio


alélico.
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD2

Lâmina de intestino, as fibras musculares são


as mais rosadas. E pode-se ver o tecido A endometriose ovariana é uma variante
endometrial infiltrando o tecido muscular. morfológica distinta. Infiltra um folículo, por
As células no círculo são as células exemplo, e vai recobrindo
glandulares. toda a parte interna desse
É uma endometriose bem diferenciada, folículo, e faz com que
porque parece muito com um tecido de um esse folículo fique cheio de
endométrio tópico. sangue durante os ciclos.

Esse último é um
exemplo clássico de
bloqueio posterior, um
exemplo de alça de
retosigmoide infiltrada,
aderida à porção
posterior do útero.

Nessa segunda imagem, tem-se uma


endometriose de cicatriz de cesárea. Ao
redor da área de endometriose tem-se um
tecido fibroso denso e uma área de estroma
e as glândulas (mas são glândulas mais
dilatadas, sem formato, com hemorragia no
seu interior).
Esses são os cistos que se formam na lesão
em estágios mais avançados da doença.

Recebe esse nome diferente porque é uma


doença que não precisa sair da cavidade
uterina. O útero começa a ser infiltrado de
dentro para fora.
A adenomiose é uma causa de
sangramento uterino anormal (além de
cursar com dor, cursa com SUA).
É de difícil diagnóstico no início da doença.
Há 3 tipos morfológicos distintos. ASPECTOS:
Na radiologia vai ser possível ver formação
de estrias, heterogenicidade do tecido
Essa primeira lesão é miometrial, com formação de glândulas,
uma lesão clássica áreas de sangramento, cistos hemáticos,
chamada de chama de irregularidade entre a espessura da parede
pólvora. Esse preto, na anterior e posterior do útero, formato bojudo
verdade, é sangue. São do útero (imagem C).
células glandulares com A macroscopia vai apresentar um grande
sangue no seu interior. infiltrado dentro da musculatura formando
áreas císticas.
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD2

OBS: na ginecologia, associa-se muito o


sangramento uterino anormal a miomas,
principalmente submucosos. Enquanto
associa-se a dor à endometriose. E a
adenomiose fica no meio do caminho, por
isso que o diagnóstico é difícil (porque a
alteração radiológica pode ser sútil até
mesmo na ressonância magnética, que seria
o padrão ouro para diagnóstico de
adenomiose). Provoca uma distorção da cavidade.
ADENOMIOSE → DOR + SANGRAMENTO Quando abre esse conteúdo pode ser
Mais de 60% das peças oriundas de achocolatado ou mais denso.
histerectomia vem com um diagnóstico Kissing ovaries: ovários se tocando. Quando
anátomo-patológico de adenomiose (as se depara com essa situação, já tem 40 –
vezes indicado por um sangramento uterino 60% de chance de já ter o intestino
anormal sem causa definitiva ou por acometido pela endometriose.
miomatose). E a maioria não tinha o É uma das únicas lesões possíveis de serem
diagnóstico prévio de adenomiose. identificados por meio de USG simples.
Os fatores de risco e a fisiopatologia da
adenomiose e endometriose são os mesmos.

Vai formando nódulos e entra nos espaços


mais importantes da pelve feminina.
A endometriose profunda infiltrativa pega
30% das mulheres com endometriose, e na
maioria das vezes, é uma endometriose
A primeira lesão é LESÃO PIGMENTAR intestinal, que é a mais grave.
VERMELHA, é o início da endometriose.
Presença de fatores angiogênicos, com o
aumento da vascularização (VGF).
No meio é a lesão chama de pólvora. DOR + INFTERILIDADE
A terceira, é a lesão da fibrose, estágio mais Do ponto de vista prático, se identifica uma
avançado da doença, em que o organismo paciente com endometriose pela dor ou
já respondeu formando um tecido cicatricial. infertilidade (isolados ou associados).
Esse tecido cicatricial pode comprimir
nervinhos periféricos dentro da cavidade e
causar dor.


ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD2

✓ Dor em baixo ventre (dismenorreia) ✓ VEGF-A


✓ Dor pélvica crônica acíclica (que ✓ Fibras nervosas
pode piorar durante o ciclo) ✓ Proteínas do citoesqueleto (CALD1 e
✓ Dispareunia profunda CK19)
✓ Prisão de ventre ou diarreia no Mas nenhum desses exames se mostrou
período menstrual efetivo na pratica, que se mostrou efetivo ao
✓ Dor para evacuar e sangramento nas diagnóstico.
fezes Portanto, na prática clínica não se utiliza
nenhum desses exames.

EXAMES BIOFÍSICOS
✓ Ultrassom com preparo intestinal:
Melhora a condição do
colón, retirando fezes e
gases, porque os
elementos sólidos e
gasosos bloqueiam as
ondas acústicas do USG.
Lembrando que no USG,
as ondas são propagadas pelo líquido.
É padrão ouro para diagnóstico de
• Inspeção geral endometriose.
• Palpação abdominal (para ver Portanto, quando faz o preparo intestinal,
sensibilidade, paciente pode ter melhora a qualidade do exame. Mas o que
sensibilidade aumentada) faz o diagnóstico é o profissional
• Especular (em casos mais graves pode-se capacidade. Caso não tenha um profissional
ver a lesão infiltrando e invadindo o fórnix capacitado, é melhor realizar uma
da vagina). ressonância magnética.
• Toque vaginal (bimanual) → palpar os ✓ Ressonância magnética
ligamentos
• Toque retal

EXAMES BIOQUÍMICOS
✓ CA 125: EXAMES AUXILIARES
CA 125 é um marcador tumoral que é ✓ Enema opaco com duplo constraste →
aumentado nas pacientes com exame com raio contrastado de raio-X
endometriose, mas também é aumentado em que se pode avaliar a espessura da
em outras etiologias, por isso pode ser um parede intestinal
exame muito traiçoeiro (mais aumentado na ✓ Urografia → quando a endometriose
endometriose ovariana). causa obstrução de ureter, pode ajudar
Sensibilidade: baixa a localizar o ponto de obstrução e auxiliar
Especificidade: baixa. na cirurgia.
Mas há casos em que a paciente tem
endometriose, mas tem o CA 125 baixo.
Portanto, não pode ser usado como
diagnóstico.
✓ Leptina
✓ Interleucinas (IL-6)
✓ Glicodeina
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD2

OUTROS EXAMES AUXILIARES


✓ Eco-colonoscopia (USG transretal)
✓ Histeroscopia É possível classificar a endometriose de
✓ Cistoscopia diversas formas, mas a mais utilizada é a
✓ Colonoscopia ASRM-r, que fala mais a respeito sobre
✓ Broncoscopia (no caso de uma infertilidade, dando escores de acordo com
endometriose pulmonar). os achados na laparoscopia.
• CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM A
HISTOLOGIA:
✓ Endometriose superficial < 5 mm
✓ Endometriose profunda > 5 mm
• 1 º HISTÓRIA CLÍNICA: • CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO À
Dismenorreia INFILTRAÇÃO:
Dipareunia ✓ Infiltração
Dor pélvica crônica ✓ Retração
Infertilidade ✓ Adenomiose externa
Sangramento anormal • TOPOGRÁFICA:
Dor evacuatória ou sangramento fezes ✓ Endometriose peritoneal
Dor miccional ou sangramento urina ✓ Endometriose ovariana
Distensão abdominal/constipação/diarreia ✓ Endometriose infiltrativa
catemenial • CLASSIFICAÇÃO ASRM-r:
• 2º EXAME FÍSICO: Avaliação que dá escores e depois classifica
Lesões pele mucosas arroxeadas em 4 estádios de acordo com os achados
Tumores anexiais na laparoscopia.
Diminuição mobilidade órgãos Escore com pontuação por tipo de lesão e
Dor/aumento da sensibilidade à palpação localização.
Espessamentos ligamentares Pouco valor na correlação com sintomas e
Nódulos em fórnice vaginal endometriose infiltrativa.
Toque doloroso Avalia o aspecto de infertilidade.
• 3º EXAMES AUXILIARES: Mais utilizado nos estudos.
USG transvaginal com preparo intestinal para I – mínima
mapeamento da endometriose II – leve
RM de pelve com gel vaginal III – moderada
Exames contrastados IV – severa
Exames endoscópicos • CLASSIFICAÇÃO ENZIAN:
• 4º LAPAROSCOPIA: Tem sido utilizada ultimamente.
Lesões pigmentares (vermelha, chama-de- É um grupo alemão.
pólvora, brancas) Melhor traduz a extensão da doença do
Falhas peritoneais e pockets ponto de vista cirúrgica, mas ainda não é
Aderências velamentos e fibróticas muito utilizada, mesmo sendo a mais
Cistos ovarianos promissora das classificações.
Cistos peritoneais
Dilatação/tortuosidade tubárias
• 5º ANÁTOMO-PATOLÓGICO:
Estroma e/ou glândulas endometriais
Fibrose adjacente
Hipermioplasia muscular adjacente
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GINECOLOGIA – ATD2

radical local → ligamentos uterossacros,


septo retovaginal, bexiga, intestino,
O tratamento é baseado na principal queixa diafragma
da paciente. ✓ Tratamento dos anexos → tubas e ovários
PARA TRATAR A DOR DA ENDOMETRIOSE ✓ Remoção das aderências
A dor da endometriose tem uma ✓ Reconstrução da anatomia
peculiaridade, é uma dor em resposta a ✓ Preservação da fertilidade (mas reduz a
uma inflamação. Portanto, quanto mais reserva ovariana)
inflamada a pelve, maior a dor dessa
paciente.
• MÉTODOS HORMONAIS: para inibir os
hormônios ovarianos. Quando precisa remover alguns órgãos,
✓ ACO → uso contínuo, porque a pausa como uma histerectomia total ou
causa dor anexectomia.
✓ Progestagenos → atrofia o endométrio Quando já tem lesões abordadas
(hoje estão sendo mais utilizados do que previamente sem melhora clínica.
os estrogênios)
✓ Implantes
✓ Depósito
✓ SIU
✓ Análogo GnRH (até 6 meses, utilizados
pré-cirurgias) – reduz a taxa de recidiva
✓ SERM
✓ Danazol
✓ Gestrinona (implantes “chips da beleza”,
não é implanon, e não é reconhecido
como tratamento para endometriose)
• ANTIINFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAL
• ANALGÉSICO
• ANTIDEPRESSIVOS
• ANTICONVULSIVANTES
• ISRS

TRATAMENTO DA INFERTILIDADE
• Estimulação ovariana
• Coito programado
• Fertilização in vitro → é recomendado
para pacientes que tem condições
financeiras e endometrioses menores
do que 4 mm.
Mas quando a paciente não tem
condição socioeconômica a única
opção acaba sendo cirurgia.

Visa a conservação dos órgãos.


✓ Cauterização de implantes superficiais
✓ Tratamento dos implantes profundos
(endometriose infiltrativa) com excisão
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GINECOLOGIA – ATD2

v Síndrome dos ovários policísticos v


ambiguidade sexual, dependendo da fase
de desenvolvimento da genitália externa.
• CAUSAS SUPRA-RENAIS:
• Hiperplasia suprarrenal congênita:
Na suprarrenal, o colesterol entra e forma 3
classes de hormônios (corticoesteroides,
mineralocorticoides e esteroides sexuais
androgênicos). No caso da HSRC tem uma
deficiência enzimática (congênita) em que
Essa síndrome tem uma outra definição é
o colesterol não consegue formar cortisol (a
anovulação crônica hiperandrogênica, que
enzima 21-hidroxilase), o que faz com que se
seria o nome mais adequado, porque indica
acumule um produto intermediário entre o
o que está acontecendo do ponto de vista
colesterol e o cortisol (17-
clínico.
hidroxiprogesterona).
Se essa paciente tem uma anovulação
A falta do cortisol faz com que o ACTH
crônica, essa paciente será infértil. Das
aumente, para tentar aumentar a produção
causas de infertilidade, é uma das mais
do cortisol, o que causa uma hiperplasia da
comuns (30 – 40% dos casos de infertilidade
glândula.
na mulher).
Quando não forma cortisol, o metabolismo
A mulher apresentará uma oligomenorreia
se desvia para a formação das outras classes
(ciclos com intervalos maior do que 35 dias)
de hormônios (mineralocorticoides e
associado a um hiperandrogenismo
esteroides sexuais).
(aumento da pelificação e acne).
Quando acumula mineralocorticoides pode
Está relacionado à uma retroalimentação
ter distúrbios hidroeletrolíticos, e quando
inadequada no eixo HHO.
acumula esteroides sexuais, apresenta
hiperandrogenismo.
Pode ocorrer na gestação, em que o bebê
vai nascer com ambiguidade genital, e com
distúrbios hidroeletrolíticos, é uma forma
• CAUSAS OVARIANAS: clássica.
• Síndrome do ovário policístico É o principal diagnóstico diferencial com a
• Hiperplasia da teca e do estroma → SOP.
teoria das duas células (o colesterol • Síndrome de Cushing
entrava na célula da teca e era • Hiperprolactinemia
transformado em androgênios, portanto, • CAUSAS IATROGÊNICAS:
se tem uma hiperplasia das células da • Metiltestosterona:
teca, tem um hiperandrogenismo) Durante a menopausa, muitas mulheres
• HAIR-AN → hiperandrogenismo, podem apresentar distúrbios da libido e
insulinoresistencia e acantose nigricans. serem medicadas com testosterona por VO
• Neoplasias ovarianas produtoras de ou transdérmica para melhorar sua resposta
androgênios sexual, o que pode causar distúrbios
• DURANTE A GRAVIDEZ: androgênicos.
• Cistos luteinicos da teca • Danazol:
• Luteoma da gravidez Já foi usado em tratamento para
Os dois são cistos funcionais que produzem endometriose.
androgênios durante a gravidez. Se ocorrer • HIRSUTISMO IDIOPÁTICO:
isso a gestante estiver gerando um bebê do É quando não se descobre a causa, está
sexo feminino, pode ocorrer um grau de ligada a uma hiperatividade da 5-alfa-
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GINECOLOGIA – ATD2

redutase, o que aumentaria a produção de hiperandrogenismo) apresentam ovário


di-hidrotestosterona. policístico.
• HIPOTIROIDISMO
• ACROMEGALIA
✓ Espessamento da albugínea
✓ Múltiplos pequenos folículos atrésicos
subcapsulares
Conjunto de alterações morfofuncionais dos ✓ Hiperplasia da teca e do estroma
ovários com repercussões no ciclo menstrual
(oligomenorreicos) e na capacidade
reprodutiva da mulher.
Alteração morfológica: o ovário fica cheio
de cistos
Alteração funcional: alteração no
hiperandrogenismo

• NICHD – 1990:
Se tiver hiperandrogenismo clínico OU
laboratorial associado a um distúrbio
menstrual, na exclusão de outras doenças,
garante o diagnóstico. Pensava-se que o espessamento da
Não levam em conta se o ovário vai ou não albugínea levava a uma dificuldade para
se apresentar com cistos. romper, por isso que a pessoa não ovulava.
• ROTTERDAM CONSENSUS – 2003: Por isso, começaram a fazer uma ressecção
É o que mais se aplica. em cunha desse ovário. Assim, as pacientes
Presença de pelo menos 2/3 critérios. começaram a melhorar, retornar o ciclo
1. Oli/anovulação menstrual.
2. Sinais clínicos ou laboratoriais de Contudo, na verdade, só resolvia o
hiperandrogenismo problema, porque quando retirava uma
3. Ovário aumentado de volume ao USG parte do ovário, os folículos diminuíam o
(volume maior que 10 cm ou mais de 12 ambiente hiperandrogênico.
folículos)
Exclusão de outras doenças.
• ANDROGEN EXCESS AND PCOS
SOCIETY – 2006: ✓ 4 a 10% das mulheres em idade
• Hiperandrogenismo reprodutiva;
• Disfunção ovariana ✓ Uma das causas mais comuns de
• Exclusão de outras doenças. infertilidade;
✓ 30 a 40% das pacientes com infertilidade;
✓ 90% das pacientes com ciclos irregulares.

✓ 23% de aspecto policístico dos ovários ao


USG sem anovulação ou
hiperandrogenismo → portanto, mulheres Poligênica e multifatorial
normais podem ter aspecto policístico no ✓ Genética
ovário. ✓ Hipotálamo-hipófise
✓ 75% das mulheres com anovulação ✓ Ovários (problema na enzima de
crônica (alteração do ciclo menstrual + aromatização)
✓ Supra-renais
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD2

✓ Insulino-resistência (principal) A insulina aumentada, vi agir também


✓ Obesidade aumentando a produção de androgênios
O fator etiopatogênico mais importante é a na célula da teca.
insulino-resistencia. Também vai agir à nível hepático reduzindo
a síntese dos transportadores de androgênios
e do fator de crescimento (SHBG e IGBP-1), o
que vai promover um aumento de
50 a 70% das mulheres com SOP tem IR. androgênios livres.
10 a 25% da população geral têm IR (indica
que é bastante comum na população).
• CAUSAS:
• Origem hereditária SECREÇÃO INAPROPRIADA DE
• Insulina atua nos receptores de insulina, GONADOTROFINAS
nos receptores de IGF-1 ou receptores Produção excessiva de LH e ↓ produção de
híbridos (contém a combinação das FSH (não se sabe o motivo).
subunidades alfa e beta nos receptores O LH, na célula da teca, promove a
de insulina e IGF-1) transformação de colesterol em
• HIPERINSULINEMIA: androgênios. Se ele está aumentado,
• ↑ produção de andrógenos ovarianos aumenta a produção de androgênios.
• ↑ IGF-1 e IGF2 no fígado Se o FSH diminui, vai diminuir a aromatização.
• ↓ SHBG e IGFBP-1: ação mais ampla da Dessa forma, vai ter um acúmulo de
testosterona livre e IGF-1 androgênios.
• Insulina e IGFs agem nos ovários Essa mulher passa a ter uma produção
aumentando a atividade da 17- constate de LH (alta) e uma produção
hidroxilase (a 17-hidroxilase aumenta os tônica/constante e baixo de FSH.
androgênios) Não ovulam porque não tem o pico de LH.
• ↑ atividade da 17-hidroxilase: ↑
androstenediona, testosterona e seu
precursor 17-OH progesterona.

SHBG é uma globulina transportadora dos


androgênios sexuais, se essa globulina
diminui, a fração livre dos androgênios
aumenta.
IGFBP é uma globulina que transporta o fator
de crescimento, quando diminuída, leva a
um aumento da IGF livre.

EXEMPLO PRÁTICO DISSO:


✓ ↑LH estimula a síntese de andrógenos
Tomar pílula anticoncepcional oral reduz
ovarianos (células da teca)
acne e oleosidade. ✓ células dos ovários das mulheres com
Isso porque as pílulas aumentam o SHBG, SOP são mais eficientes em converter
assim, a fração livre dos androgênicos os precursores de andrógenos
diminui.
✓ em testosterona que células normais.
↑atividade das enzimas do citocromo
P450c-17(17hidroxilase e 17,20 liase).
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD2

✓ 15% a 40% eumenorreicas principalmente


pelos critérios de Rotterdam → pode ter
Durante o desenvolvimento puberal, o ciclos normais mas ter ovário policístico e
primeiro que aparece na mulher é o broto hiperandrogenismo.
mamário (telarca), posteriormente os pelos
pubianos e axilares (pubarca).
Quando entra na puberdade começa a ter
um funcionando dos ovários e da
suprarrenal. O ovário leva à telarca, e a
suprarrenal à pubarca.
Telarca → pubarca → estirão de crescimento
Portanto, o certo é que o ovário comece a
funcionar antes. Mas em algumas meninas, a
suprarrenal pode começar antes, o que leva
a uma pubarca antes da telarca.
Pode ser encontrado em até 25% dos casos.

• Clínico
• Laboratorial Score para calcular o hirsutismo.
• Ultrassonográfico Dá uma pontuação para cada grau de
hirsutismo que for encontrado.
É importante para acompanhar o grau de
evolução de acordo com o tratamento (se
✓ Hiperandrogenismo (70%) teve melhora clínica ou não com o avançar
✓ Oligomenorreia ou amenorreia (80%) do tratamento).
✓ Infertilidade
✓ Obesidade (35 a 60%)
✓ Síndrome HAIR-AN (50 a 75%)

✓ Hiperplasia e câncer endometrial RR=3 →


como ela não ovula, o endométrio está
somente sob o estímulo de estrogênio,
sem progesterona
✓ Câncer de mama RR=3
✓ Dislipidemias
✓ Doença cardiovascular RR=7,4
✓ Diabetes mellitus
✓ Abortamentos → ovula mal
✓ Pré-eclampsia e diabetes gestacional Score até 8 → normal
Socre > 8 → hirsutismo

✓ 65% a 85% dos casos


✓ Oligomenorréia (ciclos com mais de 35
dias)
✓ Amenorréia (3 ou mais ciclos
consecutivos ou 6 meses sem menstruar)
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD2

• Testosterona total (as vezes pode estar


normal, mas a fração livre está
Algumas vezes ocorre um quadro de aumentada)
hirsutismo acentuado, esse quadro é • SDHEA > 700 ug/dL (30 a 70% das hirsutas)
acentuado é chamado de virilização. → é quase exclusivamente de produção
✓ Hirsutismo acentuado adrenal (para descartar causa adrenal)
✓ Calvice padrão masculino • 17-hidroxi progesterona (para descartar
✓ Aprofundamento da voz hiperplasia suprarrenal congênita)
✓ Hipertrofia muscular • USG para descartar tumor ovariano
✓ Aumento do clitóris • LH/FSH > 2 (40 a 60%, mais comum em
✓ Hipoplasia mamaria magras)
Sempre que estiver diante dessa situação, • Teste do ACTH
deve-se pensar em tumor de ovário ou da
suprarrenal. OBS: paciente com hirsutismo dosa-se a
testosterona (mesmo que a clínica esteja
óbvia), porque quando a testosterona estiver
muito alta, pode indicar tumor.
Não é obrigatoriamente pelo ovário
policístico, e vai diminuindo com a idade.

Fácies de lua cheia, estrias abdominais


púrpuras, gordura de distribuição central,
• RISCO DEFINIDO: perda de força mm proximais, hematomas,
• Diabetes Mellitus giba
• Dislipidemia ✓ Cortisol livre na urina de 24 horas
• Hiperplasia ou câncer de endométrio ✓ Teste de supressão com dexametasona
(ação estrogênica continua sobre o
endométrio sem oposição
progestagênica)
• RISCO AUMENTADO:
• HAS
• Cardiovascular Exames para ver se a causa é por insulino-
• Diabete gestacional resistência, porque mesmo sendo a maioria
• Câncer de ovário dos casos, pode não ser.
• Glicose/insulina < 4,5 → índice HOMA,
indica se a paciente tem ou não
insulino-resistência
✓ Tireoideopatias • Insulina de jejum > 15 mcU/ml
✓ Hiperprolactinemia (depende do índice de massa
✓ Hiperplasia adrenal congênita forma corpórea)
não clássica • TOTG (2/2 anos)
✓ Tumores de ovário • HOMA IR
✓ Tumores de adrenal • Perfil lipídico (2/2 anos)
✓ Síndrome de Cushing • SHBG (androgênios e insulina)
✓ Hirsutismo idiopático
Exemplo:
Paciente com glicose 80 e insulina 20.
Não é diabética, mas apresenta insulino-
• TSH (para excluir hipotireoidismo) resistência, porque:
• Prolactina (para excluir 80/20 = 4
hiperprolactinemia) 4 < 4,5 (índice HOMA).
ANA PAULA – XXII
22
GINECOLOGIA – ATD2

• FATORES DE RISCO: • Mudanças de hábitos:


• Peso ao nascimento (> 4 kg) É importante porque 50% são obesas.
• Adrenarca prematura (antes da telarca) Redução de 5% do peso corpóreo já é
• Precocidade sexual atípica (pelos antes importante para que essa mulher retorne a
da telarca) ovular.
• Obesidade com ancantosis nigricans • Aumenta a SHBG
• Aumenta
• Orientação dietética
• Exercícios
• QUEIXAS DAS PACIENTES: • Tratamento cosmético
• Disfunções menstruais • Psicoterapia
• Hiperandrogenismo
• Infertilidade
• Obesidade
• Prevenção do câncer endometrial ✓ Dermatologista
• Risco de DM tipo 2 ✓ Nutricionista
• Risco de doença cardiovascular ✓ Eletricista
O tratamento vai visar o principal foco do ✓ Endocrinologista
problema. ✓ Ginecologista
• DISFUNÇÃO MENSTRUAL:
• Anticoncepcionais hormonais
• Progestagênios (10 dias todo mês -
espera menstruar, e após 15º dia, dar 10 Mulher de menstrua regularmente e
dias de progesterona) apresenta um hiperandrogenismo brando.
• Metformina → corrige a insulinemia Preocupar-se mesmo assim com a
• HIPERANDROGENISMO: dislipidemia e diabetes (dosar colesterol e
• Anticoncepcionais hormonais (pílulas anti- glicemia a cada 2 anos).
androgenicas)
• Progestagênios (para bloquear o LH)
• Antiandrogenicos (acetato de
ciproterona, espironolactona, finasterida, Para bloquear o LH.
flutamida, cimetidina) O ovário é o local de produção de
• Metformina andrógenos (mas não é necessariamente a
• Tratamento cosmético causa).
• INFERTILIDADE: • CONTRACEPTIVOS HORMONAIS ORAIS:
• Indutores da ovulação (o mais utilizado é Para bloquear a produção androgênica dos
o citrato de clomifeno) ovários → pílula (para bloquear o eixo HHO,
• Pode associar à metformina aumentar os níveis de SHGG).
• Gonadotrofinas (FSH e LH) → mas é Para inibir a 5-alfa-redutase → ciproterona e
perigoso drosperinona são as melhores opções.
• Eletrocauterização do estroma ovariano • ACETATO DE CIPROTERONA:
(para diminuir o ambiente androgênico) Contudo, em casos de hirsutismo, apenas
• OBESIDADE: pílula não resolveria o problema, é
• Dieta necessário associar com uma droga de
• Exercício físico acetato de ciproterona 50 mg.
• Drogas antiobesidade OBS: não pode engravidar tomando essa
• A obesidade leva a um droga, porque inibe os androgênios, assim,
hiperestrogenismo, porque a célula se for menino o bebê, não iria desenvolver o
adiposa tem aromatose. testículo.
ANA PAULA – XXII
23
GINECOLOGIA – ATD2

• ESCOLHA DA PÍLULA: • DRILLING LAPAROSCOPICO:


É importante escolher uma pílula anti- Tesoura laparoscópica para cauterizar o
androgênica. interior do ovariano, para não fazer cicatrizes
Cuidado com as pílulas androgênicas. no ovário, o que poderia dificultar a
gravidez.
Também é chamado de perfuro-
cauterização-ovariana.

Pílula ou progesterona continua ou


progesterona 14 dias no mês.

As pacientes com SOP tem maior risco para


Síndrome Metabólica.

Pode-se dar pílula associado a


espironolactona (50 a 100 mg/2x ao dia/12
meses).
ESPIRONOLACTONA: • TRATAMENTO:
Síntese ovariana e adrenal • Metformina
Compete pelo receptor androgênico • Glitazonas
Inibe a 5-alfa-redutase • Estatinas
Reduz a resistência à insulina
Inibidores da ECA e anti-inflamatórios.

Metformina – 1500 a 2000 mg/dia


Roziglitazona/troglitazona – 400 mg/dia

• CITRATO DE CLOMIFENO:
Indutor de ovulação mais utilizado.
50 mg do 3 ao 7º dia do ciclo.
Pode ser associado a uma metformina (se a
causa for insulino-resistência) ou a um
corticoide (se a causa for adrenal).
• GONADOTROFINAS:
Se não resolver com o indutor de ovulação,
encaminhar para especialista em
reprodução humana para induzir a gravidez
com gonadotrofinas (perigo de morte por
síndrome do hiperestimulo).
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD2

v Puberdade precoce v

NÃO confundir puberdade com menarca


(primeira menstruação).
A puberdade já começa com a telarca e
pubarca.

Esse é um tema que faz esbarrar, muitas


vezes, na pediatria, porque vamos ver
meninas jovens entrando na vida menstrual.
E também na endocrinologia. PRECOCE: antes dos 8 anos
Portanto, engloba essas 3 grandes áreas: TARDIA: após os 13 anos
✓ Pediatria Além dos caracteres sexuais secundários vai
✓ Ginecologia ter uma maturação do sistema reprodutor,
✓ Endocrinologia no sentido de ser capaz de reproduzir,
Mas é o ginecologista que fica responsável apresenta também um crescimento ósseo.
por essa discussão dentro da medicina, mas No final da puberdade, tem-se uma mulher
as vezes precisa de uma com seus caracteres sexuais secundários já
multidisciplinaridade. definidos.

O fator que desencadeia todo o estimulo de


feedback positivo para o eixo HHO é a
secreção pulsátil de GnRH.
Cada vez mais, nos últimos anos, tem-se
observado essa manifestação mais
precocemente, mas ainda não se tem uma
resposta do porque isso vem ocorrendo.
O período chamado puberdade é uma
transição da pré-adolescência para a
adolescência, não tem um tempo
determinado, mas é o período mais Fatores determinantes para a puberdade
perceptível das transições. acontecer.
Climatério é o período que vem após a • FATORES ESTIMULADORES:
menopausa (após 1 ano sem menstruar). • Estado nutricional
• Condições de saúde
• Esporte
• Meio ambiente (principalmente algumas
substancias derivadas de petróleo)
• Substancia endógenas (leptina,
Puberdade normal é aquela que se inicia
neuropeptídeo Y, GABA, endorfinas,
entre 8 e 13 anos, na presença de
caracteres sexuais secundários
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD2

interleucinas, fatores de crescimento, Classifica de acordo com o aparecimento


prostaglandinas, inibina B, aromatase) dos pelos pubianos e desenvolvimento dos
• Peso corporal crítico (desnutrição etc) brotos mamários.
• FATORES INIBIDORES: Marshall classifica os pelos pubianos, e
• Desnutrição Tanner das mamas.
• Doença crônica
• Epífise (pineal)
• Timo

• 8 – 10 anos:
Desenvolvimento folicular irregular (secreção
falha de estrogênio)
Telarca (1º dos eventos)
Desenvolvimento da pelve óssea
Estirão de crescimento
• 10 – 11 anos: Quando tem a manifestação da puberdade
Pubarca (região pubiana e axilar) antes dos 8 anos.
Alterações morfológicas vulvares • CENTRAL/VERDADEIRA:
Desenvolvimento do corpo uterino Precocidade do sistema HHO.
• 11 – 14 anos: Ou seja, todos os estímulos ocorrem pela
Estágio final do desenvolvimento mamário secreção pulsátil de GnRH de forma
Pelos axilares precoce.
Menarca • PERIFÉRICA OU PSEUDOPUBERDADE:
Ciclo anovulatório → embora já tenha Produção autônoma de estrogênio pelo
ovulação e já consiga engravidar, como o ovário ou de androgênio pela adrenal.
eixo ainda está imaturo, ainda há ciclos
anovulatórios
• 14 – 16 anos:
Desenvolvimento completo dos órgãos • ETIOLOGIAS:
genitais (já de tamanho adulto) • Constitucional ou idiopática (mais
Ciclos ovulatórios comum):
Perda do crescimento esquelético (meninas Não existe uma causa para isso, é apenas
no ápice da sua vida reprodutiva) algo natural daquela criança, pode ser
genético.
Não tem nenhuma desordem, é apenas
uma manifestação precoce.
Estudos: Thandrup (1961) → 401/452
Huffman et atl 75,4% dos casos estudados.
Lembrar desses estudos quando diante de
uma puberdade precoce, porque na
maioria será idiopática, mas deve-se
pesquisar as causas abaixo.
• Patologias do sistema nervoso central:
Pinealoma, astrocitoma, ependimoma,
craniofaringeoma
Hamartoma: 3º ventrículo, GnRH
Epilepsia e retardamento mental
• Sequelas de processos inflamatórios ou
traumáticos: tuberculose, encefalites
ANA PAULA – XXII
26
GINECOLOGIA – ATD2

• Neurofibromatose (doença de von • HIPOTIREOIDISMO PRIMÁRIO:


Recklinghausen) Nesse caso, não se apresenta mais alta do
• Esclerose múltipla (doença de que as outras meninas da idade, porque o
Bourneville) estímulo do TSH vai ter estímulo direto sobre o
• Hidrocefalia (raro) ovário, causando um crescimento
• BAIXA ESTATURA DEFINITIVA: deficiente.
Caso não tenha um tratamento adequado, Sangramentos uterinos irregulares, retardo da
a criança pode apresentar uma baixa idade óssea, galactorreia (porque o TSH
estatura. pode estimular a secreção de prolactina).
Em alguns casos pode ser motivo de bullying,
causa de constrangimento etc.
Speroff et al (1952) fala que pelo menos 50%
das mulheres vão atingir 1,52 cm de altura. A menina manifesta apenas uma das 3
Inicialmente essa menina estará 3 anos características.
acima na idade óssea, primeiramente se • TELARCA:
apresentará mais alta para a idade, mas • 2 anos de idade → a mãe nota o
posteriormente, vai apresentar uma menor desenvolvimento de broto mamária
estatura. • Autolimitada, não precisa intervir
• Indica uma sensibilidade aumentada do
tecido mamário à pequena quantidade
de estrogênio circulante
• TUMORES OVARIANOS FUNCIONANTES: • PUBARCA (ou adrenarca precoce):
São a causa mais comum, dentre eles, os • 6 anos de idade
tumores de células da granulosa se • Manifestação da glândula adrenal
destacam, mas pode ser também por: • Aumento da pelificação pubiana ou
• Cistos foliculares axilar ou ambos, mas sem sinais de
• Androgênios: pseudopuberdade virilização
heterossexual • Ocorre por deficiência da 21-hidroxilase,
• Tumores produtores de hCG enzima que causa aumento da
• NEOPLASIA DA ADRENAL: concentração da proteína carreadora
• Hiperplasia adrenal congênita de estrogênio (S-DHEA).
• Tumores virilizantes
• Forma não clássica do tumor de adrenal
(manifestação mais atípica)
• EXPOSIÇÃO EXÓGENA AO • História clínica: saber se teve meningite,
ESTROGÊNIO: alguma outra infecção importante,
Cremes, loções ou tônicos. medicamentos, se tem história de
Tratamentos de sinequias vaginais. puberdade precoce na família.
• SÍNDROME DE MCCUNE-ALBRIGHT • Curva de crescimento: é a melhor
(manchas de café-com-leite): maneira que diagnosticar (se a criança
Síndrome que cursa estiver acima de 90%).
com displasia fibrosa • Classificação de Marshall e Tanner
poliostótica, como se • Exame físico: examina todo o corpo,
fossem cistos nos ossos verificar sinais de virilizaçao, se há
(distroções osseas) + manchas café-com-leite (porque pode
manchas café-com apresentar a síndrome de maneira mais
leite. discreta), trofismo de genitália, massa
Cursa com uma abdominal e tireoide (tireoide é uma
manifestação causa que cursa com baixa estatura).
ovariana, levando a
pseudo-puberdade.
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD2

• LH, FSH, ESTRADIOL: ✓ Equipe multidisciplinar: ginecologista,


Elevação (níveis do adulto) endocrinologista, psicoterapeuta,
Dosagem de estradiol pode ser inconclusiva neurologista, neurocirurgião.
(<20 pg/ml) ✓ Informar os familiares
Citologia vaginal (índice de Frost): presença ✓ Escolaridade e orientação sexual (para
de células que essa criança não tenha uma
Intermediarias e superficiais em crianças < 8 precocidade e acabe perdendo sua
anos infância)
• ANDROGÊNIOS:
Testosterona, S-DHEA, 17-OH-progesterona
• HORMÔNIOS TIREOIDIANOS:
TSH e prolactina • ANÁLOGO DE GnRH:
• IDADE ÓSSEA: É a melhor medicação para o tratamento.
Raio x de ossos da mão e punho É a primeira escolha, porque bloqueia o eixo.
Critérios de Creulich e Pyle (tabela que • Bloqueia o sistema HHO
mostra os desvios aceitos) • Regressão dos caracteres sexuais
Desvio superior a 2 anos: indica desvio • Supressão da menstruação
Hipotireoidismo: idade óssea retardada • Estatura mais adequada possível
• ULTRASSONOGRAFIA: (quanto mais tardia a secreção de
Confirmar ou excluir tumores ovarinos. estrogênio, menos soldadura precoce
Determinar volumes ovarianos e uterinos. das epífises ósseas vai ocorrer).
US abdominal → tumores virilizantes adrenal. • Normalização dos efeitos psicossociais
• TESTE DO GnRH: • Não alteram a função da adrenal
Faz uso de análogo e, posteriormente, dosa EFEITOS COLATERAIS:
se teve um aumento do LH em relação ao Hiperprolactinemia
FSH. Diminuição da massa óssea
É o método de diagnóstico mais fidedigno • PROGESTERONA:
para diferenciar se é uma causa verdadeira Medroxiprogesterona ou ciproterona,
ou periférica. também conseguem bloquear o eixo.
• TC OU RM DO SNC: Mas não são boas, porque a paciente vai
Para excluir tumores de SNC. apresentar ganho de peso e vai suprimir
A RM é melhor, tem maior definição. também a adrenal.
Além disso, não consegue prolongar o
crescimento, por isso que, hoje, só não se
trata com GnRH quem não tem acesso,
✓ Detecção de lesões expansivas do SNC embora tenha pelo SUS.
✓ Interrupção da maturidade sexual • OUTROS:
precoce Estrogênio de baixa dose
✓ Regressão dos caracteres sexuais já Acetato de ciproterona 10 dias antes e
presentes depois do início mantido até fusão das
✓ Inibição da maturação esquelética epífises ósseas
✓ Obtenção da altura madura normal
✓ Prevenção de distúrbios emocionais
✓ Alívio da ansiedade familiar
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD2

v Puberdade tardia v
• Disgenesia gonadal (mais comum) →
simplesmente a gônada não se manifesta
Se classifica puberdade tardia quando: – Síndrome de Turner é a mais comum.
Ausência de telarca até os 13 anos • Autoimunes
OU • Uso de medicamentos (quimio ou radio)
Ausência de menarca até os 16 anos • Retirada cirúrgica, ooforites,
• CLASSIFICAÇÃO ETIOLOGICA: galactosemia, defeitos congênitos da
A classificação é feita pela dosagem das esteroidogênese e agenesia ovariana
gonadotrofinas, hormônios produzidos pela (raros)
hipófise.
• Eugonadismo: LH e FSH em doses normais SÍNDROME DE TURNER
• Hipogonadismo hipergonadotrófico: É a causa mais frequente de disgenesia
hipófise secretando bastante quantidade gonadal, portanto, é a causa mais frequente
de LH e FSH, mas nenhuma produção de de puberdade tardia por hipogonadismo
hormônios ovarianos hipergonadotrófico.
• Hipogonadismo hipogonadotrofico: LH e • FENÓTIPO:
FSH baixos (problema no SNC) Existem diversas manifestações e graus
variados.
Normalmente é uma menina de baixa
estatura, infantilismo e pescoço alado.
Função normal do eixo HHO (não tem • DEFEITO GENÉTICO:
alteração das secreções hormonais) É um defeito genético ligado ao
LH, FSH e esteroides ovarianos estão em cromossomo sexual.
doses normais Pode ser mosaico (variações de perdas
Telarca e pubarca normais, mas a menina deletérias).
não menstrua • ABORTO:
• POSSÍVEIS CAUSAS: Causa mais comum de aborto (1/15) → 99%
• Malformações genitais (agenesia de das gravidezes evoluem par abortamento
vagina, hímen imperfurado, septo • CARACTERÍSTICAS FÍSICAS QUE
transverso) OCORREM POR PERDA DO MATERIAL
• Pseudo-hermafroditismo masculino GENÉTICO:
(cariótipo 46XY) → fenotipicamente é ✓ Linfedema de extremidades
uma mulher, mas o cariótipo é masculino ✓ Pescoço alado
✓ Implantação baixa dos cabelos
✓ Rotação das orelhas
✓ Ausência de estrogênio: ausência de
Representa 43% das causas de puberdade telarca e menarca, ausência do estirão
tardia. de crescimento
É a causa mais frequente. ✓ Pubarca normal (adrenarca)
Hipogonadismo: defeito nas gônadas • MOSAICISMO:
Hipergonadotróficas: as gonadotrofinas (LH e Diversas manifestações diferentes.
FSH) estão aumentadas. Pode ter anomalias cardíacas, renais, pode
Ou seja, o defeito está na gônada, tem o cursar com hipotireoidismo.
estímulo hormonal (pelo LH e FSH), mas a O desenvolvimento intelectual é normal.
gônada não responde. • TRATAMENTO:
• CAUSAS MAIS COMUNS: Reposição hormonal: baixas doses de
• Congênitas ou adquiridas estrogênio, para evitar soldadura das epífises
• Distúrbios genéticos (quanto mais precoce o diagnóstico, melhor
a chance dessa paciente ter um
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD2

desenvolvimento em estatura). Também • Hiperprolactinemia


tomar cuidado com o desenvolvimento das • Pratica esportiva intensa (hipopitutarismo)
mamas (se não der estrogênio o suficiente as • Raros: tumores hipotalâmicos, alterações
mamas não se desenvolvem). genéticas (Síndrome de Praden-Willi) e
Hormônio do crescimento: ganho de 10 cm irradiação cirúrgica da hipófise ou
em estatura final. hipotálamo.
Associação com androxolana a partir dos 12
anos, conseguindo resultados melhores. SÍNDROME DE KALLMAN
É uma síndrome genética que ocorre por um
DISGENESIA GONADAL PURA defeito de ligação dos neurônios
Cariótipo é 46 XX. responsáveis pela estimulação de GnRH, não
O cariótipo é normal, mas tem falência fazem a migração até a hipófise de maneira
gonadal (ovário em fita). correta.
Algumas características fenotípicas da Além disso, a paciente vai apresentar
síndrome de Turner. anosmia, sinal clínico que pode ajudar no
Estatura é preservada, porque o fato de ter diagnóstico da paciente com essa síndrome.
essa carga genética, só o hormônio do
crescimento consegue alcançar uma
estatura melhor, mesmo não tendo a
gônada (porque a gônada auxiliaria na Caso clínico
soldadura das epífises).
ID: ALM, 10 anos e 7 meses, melanoderma,
FALÊNCIA OVARIANA SECUNDÁRIA estudante, natural e procedente de São
• PROCESSO INFECCIOSO: Vicente.
Caxumba → ooforite → falência ovariana Melanoderma → pessoa que tem mais
(raro) melanina na pele (pessoa de pele escura).
• PROCESSO AUTOIMUNE: São Vicente: não tem uma boa saúde
Faixa etária mais elevada (raro). pública (um dos piores IDH do estado)
• SECUNDÁRIOS A QUIMIO E
RADIOTERAPIA: QD: sangramento genital, 2 episódios, o
Dependem da quantidade da radiação ou primeiro há 6 meses e outro há 3 meses.
do medicamento. Menarca precoce? Não pode ser
Deve-se fazer proteção, pensar nisso considerada menarca precoce → precisa
precocemente. saber se já teve pubarca e telarca.

HPMA: a genitora informa que aos 7 anos


notou aumento bilateral das mamas,
Representa 31% dos casos de puberdade associado a crescimento de pelos pubianas
tardia. e odor axilar. Relata que a filha é uma das
Ocorre por um problema a nível mais alto, ou mais altas da sua classe escolar.
seja, por síntese inadequada de Antes dos 8 anos começou a manifestar
gonadotrofinas ou do GnRH. características da puberdade. Agora sim
Ou seja, os ovários são normais, mas não pode-se classificar como puberdade
receberam o estímulo das gonadotrofinas. precoce.
FSH, LH e hormônios ovarianos baixos.
• CAUSAS: AP: nasceu de termo com 2.450 kg (baixo
• Imaturidade fisiológica do hipotálamo peso). Bom rendimento escolar. Nega história
(10%) de traumas ou infecções importantes na
• Síndrome de Kallman (7%) primeira e segunda infância. Nega
• Anorexia nervosa (3%) exposição exógena à medicamentos
• Hipotireoidismo grave hormonais. Cartão vacinal completo.
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD2

Indica boa assistência na primeira e segunda HIPÓTESE DIAGNÓSTICA:


infância, que não teve nenhuma infecção Puberdade precoce central
importante, é uma criança bem cuidada. constitucional/idiopática (porque todas as
outras possíveis causas foram excluídas).
AF: filha única, pai com DM e mãe sem
patologias. Menarca da mãe com 13 anos. CONDUTA:
Estatura da mãe 1,57m e estatura do pai • Orientação familiar
1,66. Estatura alvo é de 1,55m. • Equipe multidisciplinar
Estatura alvo é feito por um cálculo a partir • Seguinte com controle dos
da estatura da mãe e do pai. parâmetros clínicos
NÃO foi dado análogo de GnRH a essa
Exame físico: paciente, porque essa paciente pela
Altura: 1,46 m (p85) estatura alvo já seria baixa, portanto, o
Peso: 49 kg (p85-90) análogo de GnRH não iria fazer com que
Ectoscopia: ausência de virilização e essa paciente crescesse mais (não iria trazer
manchas café-com-leite tanto benefício, porque já passou muito
FC: 68 bpm FR: 16 ipm PA 100X60 mmHg tempo, ela teve um atraso até chegar ao
Abdome: ausência de massas médico, a puberdade precoce surgiu aos 7
OGE: pelos pubianos escuros e enrolados, anos, e só aos 10 anos ela foi ao médico).
genitália com trofismo aumentado.
LEMBRAR QUE:
Classificação de Tanner e Marshall: M4 P5 O mais importante é excluir as causas de
Desenvolvimento mamário completo. SNC e outras causas, para só depois
Essa paciente já foi classificada como diagnosticar como causa idiopática.
puberdade precoce, agora precisa
investigar a causa.
QUAIS EXAMES PEDIR E POR QUÊ?
• Exames de Tireoide (pode pedir, mas
é pouco provável, porque
hipotireoidismo causaria baixa
estatura, o que não é o caso dessa
paciente)
• FSH
• LH
• Estrogênio
• Progesterona
• Prolactina
• Raio-X de mãos e punhos (datação
óssea → acima de 2 anos indica
estirão de crescimento)
• TC para excluir causas do SNC
• USG pelve e abdome

RESULTADOS DOS EXAMES:


T4 livre, FSH, LH, estradiol normais (adulto)
Raio X mãos e punhos: idade óssea de 13
anos e 5 meses
US pelve e abdome: normais (órgãos
pélvicos com volume pré-adulto)
TC de crânio: sem alteração
ANA PAULA – XXII
31
GINECOLOGIA – ATD2

Climatério
Nascimento • Menopausa: é a última menstruação
↓ → infância • Pré-menopausa: é a que antecede
9 a 10 anos • Perimenopausa: período que
↓ → puberdade antecede e sucede
15 a 16 anos • Pós menopausa (pode ser tardia ou
↓ → maturidade sexual precoce)
40 a 45 anos
↓ → climatério
>65 anos
(senilidade/senectude) A expectativa de vida da mulher aumentou
muito, sendo na média de 75 anos, e para
japonesas de 84 anos.
Como a expectativa de vida da mulher está
É um período de evolução biológica das aumentando consideravelmente, e a idade
mulheres, antes dele tem o período de da menopausa não altera, a mulher está
maturidade sexual, e após tem o período se cada vez mais se encontrando no período
senilidade/senectude. de deficiência dos hormônios femininos
Fase da evolução biológica da mulher em (climatério).
que ocorre o processo de transição entre o
período reprodutivo ao não reprodutivo.
Alguns autores consideram o climatério uma
patologia endócrina caracterizada pela
deficiência de esteroides sexuais, resultantes
da insuficiência ovariana secundária ao
esgotamento folicular.
• MENOPAUSA:
MENOPAUSA NÃO É UM PERÍODO, É UMA
DATA DENTRO DO CLIMATÉRIO (última
menstruação, por isso é um diagnóstico
retrospectivo) → preciso esperar um ano
para diagnosticar a menopausa (que é a
última menstruação há 1 ano). O ovário tem duas funções, produzir
Idade média: 49 anos hormônios (andrógenos, estrógenos e
Menopausa prematura: antes dos 40 anos progestagênios) e gametas.
Menopausa tardia: após os 55 anos Mas os folículos vão diminuindo
Há fatores intervenientes, que podem gradativamente a cada ciclo (cerca de mil
antecipar a menopausa, como o cigarro, folículos são perdidos a cada ciclo).
que possuem uma serie de substancias Redução folicular
toxicas que vão levar a uma redução dos ↓
folículos ovarianos. Diminuição inibina e aumento do FSH

Crescimento folicular anormal

Disovulia – ovulação imperfeita

Anovulação
ANA PAULA – XXII
32
GINECOLOGIA – ATD2

A falência ovariana vai levar a deficiência


das duas funções que antes, de produção
de hormônios e de gametas. Aumento de peso e deposição de gordura
A falta dos hormônios produzidos pelo ovário (mais na cintura pélvica).
também ocorre (estrogênio, androgênio e Ocorre porque a necessidade energética da
progesterona). E essa deficiência de mulher à medida que sua idade avança,
hormônios pode levar a sintomas variados. diminui. Associado a isso, ainda se tem uma
restrição à atividade física, o que soma a um
menor gasto energético.

• SINTOMAS VEGETATIVOS:
• Vaso-motores (ondas de calor)
• Sudorese A vagina tem receptores de estrogênio e à
• Palpitações medida que eles diminuem, vai levando a
• Cefaléia uma vaginite atrófica.
• Vertigens Nessa vaginite tem um aumento de
• Opressão corrimento (principalmente pela
• Zumbidos Gardnerella), sangramento, dispareunia de
• METABÓLICOS: introdução (dor na penetração, no início do
• Osteoporose São as duas alterações metabólicas ato sexual) e infecção secundária.
• Aterosclerose mais importantes

• Atrofia cutânea
• Atrofia genital
• Antropatias Existe receptor ao estrogênio no trígono
• Mialgias vesical (região entre os dois meatos ureterais
• Obesidade e o meato uretral interno) e na uretra
• Menstruação posterior.
• PSÍQUICOS: Por isso que é mais frequente nesse período
• Irritabilidade a síndrome uretral (paciente queixa de
• Ansiedade disuria, polaciuria, sensação de
• Depressão esvaziamento incompleto). Também é
• Nervosismo comum causar incontinência urinaria.
• Insônia Além disso, uma maior frequência de
• Libido infecções urinárias.
• Amnesia É apenas pela deficiência estrogênica.
• Melancolia
• Alzheimer (3x mais nas mulheres)

Deficiência do estrogênio leva a uma


deficiência de colágeno e ocorre
Muito incidente, em 65 a 75% das mulheres, diminuição da espessura da pele, da
80% dos casos se resolvem hidratação, levando a um envelhecimento
espontaneamente ao final de um ano. cutâneo.
Ocorre porque existe uma relação Altera também a pigmentação da pele,
anatômica entre os neurônios hipotalâmicos com manchas hipocrômicas, sardas e
produtores de GnRH e o núcleo melanoses.
hipotalâmico situado na região pré-óptica Os pelos também sofrem alterações, vão
que interfere na produção de apresentar crescimento mais lento e vão ser
catecolaminas e sistema opioide. pelos mais finos e bem menos densos.
A falta de colágeno (tecido conjuntivo da
pele) também pode levar a uma maior
ANA PAULA – XXII
33
GINECOLOGIA – ATD2

incidência de prolapso uterino e


incontinência urinária.
Excitação é mais lenta, com diminuição da
congestão e lubrificação vaginal.
O orgasmo tem menor duração e menor
Diminuição da atividade de osteoblasto e intensidade.
maior atividade do osteoclasto Vai ter ausência de orgasmos múltiplos e
↓ maior incidência de cistite.
Diminuição da formação óssea e aumento
da reabsorção óssea

Osteopenia • FASE PRECOCE:
Osteoporose • Distúrbios menstruais (pela disovulia)
• Distúrbios vasomotores
• FASE INTERMEDIÁRIA (2 anos pós
menopausa):
Tem-se uma alteração da síntese proteica • Distúrbios urogenitais
↓ • Distúrbios sexuais
Diminuição do SHBG (mais androgênios • FASE TARDIA:
livres) • Distúrbios cardiovasculares
Quanto ao metabolismo lipídico, há um • Distúrbios ósseos
aumento do LDL e diminuição do HDL pela • Doença senil
deficiência de estrogênio, aumentando o
risco de aterosclerose. Por isso que quando
entra na menopausa, o risco CV da mulher
em relação ao homem se iguala (sendo que O diagnóstico do climatério é clínico
antes da menopausa o homem apresentava (qualquer mulher depois dos 40 anos que
maior risco). tem os sintomas correspondentes). Não é
preciso dosar os hormônios, apenas quando
tem alterações menstruais ou quando
apresenta menopausa prematura.
Diminuição da vasodilatação, porque tem O FSH estará elevado e o estradiol baixo.
uma redução do oxido nítrico, prostaciclina O mais importante é solicitar os exames
e prostaglandina E. complementares.
Associada a uma maior vasoconstrição, pelo • EXAMES COMPLEMENTARES:
aumento das endotelinas, vasopressinas e • Rastreamento das neoplasias (maior
tromboxano. risco): ✓ Mama (USG)
Maior risco de formação de placa de ✓ Ovário
ateroma. ✓ Endométrio
✓ Colo do útero
✓ Intestino (pesquisa de
sangue oculto nas fezes)
• Sintomas vaso-motores • Avaliação cardiovascular
• alteração de humor • Função hepática e renal
• irritabilidade, insônia, depressão • Metabolismo ósseo (densitometria óssea –
• Alzheimer analisar se tem perda ou não)
• Alterações cognitivas • Hematologia (estudar colesterol)
• Endocrinopatias:
Principalmente rastreamento de TSH, porque
o hipotireoidismo é extremamente frequente
nessa faixa etária.
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD2

Terapia hormonal
AÇÃO NO TECIDO ÓSSEO
AÇÃO DIRETA:
O grande problema do climatério é a Diminui a atividade do osteoclasto e
deficiência hormonal, porque muitos aumenta a atividade do osteoblasto
sintomas vêm dessa deficiência. Estudos mostraram que reduziu o risco de
Por isso o tratamento é feito por meio da fraturas na coluna vertebral e no colo do
reposição hormonal. fêmur.
Em 2002, apareceu um trabalho WHI nos EUA AÇÃO INDIRETA:
para verificar qual era o impacto da As citocinas modulam a absorção e induzem
reposição hormonal na mulher em várias a formação.
doenças.
BENEFÍCIOS LIPÍDIO-DEPENDENTES
✓ Diminui colesterol total
✓ Elevação HDL (pelo bloqueio da lipase
• Correção da disfunção menstrual hepática)
(SUA) ✓ Diminuição LDL
• Avaliar os sintomas climatéricos ✓ Diminui a Apolipoproteína
• Melhorar trofismo urogenital Estudos demonstram que para cada
• Aumentar o colágeno da pele elevação de 10mg/dl de HDL diminui em
• Melhorar a sexualidade 42% o risco de coronariopatia.
• Preservar massa óssea O progestagênio depende do grau de
• Prevenir doença cardiovascular (?) androgenicidade.
• Manutenção da função cognitiva
• Prevenir Alzheimer BENEFÍCIOS LIPÍDIO-INDEPENDENTES
✓ METABOLISMO GLICÍDICO: diminuição da
resistência insulínica
✓ ENDOTÉLIO: aumenta da vasodilatação
• Estrogênios pelo aumento da prostaciclina e óxido
• Progestagênios nítrico, inibição das endotelinas
• Androgênios ✓ MARCADORES INFLAMATÓRIOS: diminuem
(principalmente o PCR).

AÇÃO NO SNC
✓ Aumento das catecolaminas e serotonina • ORAL:
(diminui o quadro depressivo) Vantagens: mais difundida, maior aceitação
✓ Aumenta a acetil-colina (melhora a e tem melhora da relação LDL e HDL
memória) Desvantagens: primeira passagem hepática
✓ Melhora os sintomas vasomotores e libido e algumas pacientes podem apresentar
✓ Prevenção do Alzheimer: intolerância gástrica
• Crescimento neuronal • TRANSDÉRMICA:
• Acetil-colina Vantagens: evita primeira passagem
• Beta-amiloide hepática, evita intolerância oral, diminui
• Fluxo sanguíneo rapidamente os níveis de triglicérides, níveis
séricos mais constantes.
Desvantagens: custo
• INTRAMUSCULAR
• SUBCUTÂNEA
• VAGINAL
ANA PAULA – XXII
35
GINECOLOGIA – ATD2

✓ Estrogênio isolado • VANTAGENS:


✓ Estrogênio e progestagenios cíclicos • Estímulos rítmicos ao endométrio
✓ Estrogênio contínuo e progestagênios • Ausência dos sintomas da pausa
cíclicos • Proteção do endométrio (porque vai ter
✓ Estrogênio e progestagênios continuos estímulo do progestagênio)
• Evita o sangramento cíclico
• Doses menores de progesterona
• DESVANTAGEM:
Uso de estrogênio isolado continuamente, • Maior tempo de progestagênio
não tem pausa (o que é bom, porque na
pausa os sintomas podem voltar).
• VANTAGENS:
• Ausência de sintomas (sem pausa) Há certas indicações em que se pode fazer
• Ausência de progestagênio uso de apenas progestagênios.
• Diminuição da mastalgia (cíclico) É o caso de mulheres na pré-menopausa
• DESVANTAGEM: que tem alterações menstruações, mas não
• Estímulo endometrial → é uma grande tem sintomas vaso-motores. Nesse caso, dou
desvantagem progestagênios por cerca de 10 dias do mês
para ciclar a sua menstruarão, até o
Mulher que tem útero não pode utilizar momento em que essa mulher parar de
estrogênio isolado, porque com o menstruar, porque o estrogênio diminuiu.
decorrer dos anos aumenta a incidência • OBJETIVOS:
de hiperplasia e câncer de endométrio. • Regularizar o ciclo menstrual
Se não tiver útero, essa é a melhor opção de • Proteger o endométrio
tratamento. • DESVANTAGENS:
• Antagoniza ações benéficas do
estrógeno
• Aumenta LDL
• VANTAGEM: • Diminui HDL
• Estímulos ritmos ao endométrio • Vasodilatação coronariana
• DESVANTAGEM: • Proliferação do ducto mamário (pode
• Com a pausa, tem sintomas levar a uma maior incidência de câncer
• Sangramento de deprivação (60 a 80%) de mama)
→ importante perguntar se essa mulher • Sonolência e depressão
quer ou não ter sangramento
• Tensão pré-menstrual

É utilizado quando é preciso tiver os dois


ovários de uma paciente jovem (menopausa
cirúrgica), diminuição da libido, osteoporose
não responsiva.
• VANTAGENS: O mais utilizado é o uso de testosterona por
• Estímulos rítmicos ao endométrio via transdérmica em pele glaba (sem pelos).
• Ausência de sintomas na pausa
• DESVANTAGEM
• Sangramento de deprivação quando
interromper o progestagênio.
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD2

São as mesmas contraindicações das pílulas É uma droga que tem sido utilizada no
contraceptivas. tratamento de reposição e é derivada da
• ABSOLUTAS: 19-nortestosterona.
• Doença tromboembólica aguda Tem ação estrogênica, progestacional e
• Doença hepática severa ativa androgênica (<SHGB, tem mais testosterona
• Câncer hormônio dependente livre).
• RELATIVAS: Não estimula o endométrio e não tem ação
• Tromboembolismo venoso prévio sobre a mama, por isso é muito utilizada.
• Doença coronariana estabelecida
• Hipertensão arterial
• DM
• Mioma uterino e endometriose
• Colecistopatia
• Lúpus eritomatoso sistêmico
• Antecedente familiar de câncer de
endométrio e de mama

trabalhos da literatura
terapia hormonal coronariana e fizeram TH tiveram melhor
evolução.
Quando se usa terapia com progesterona,
terá uma proliferação dos ductos mamários, Heart and Strogen/progestin replacement
o que pode levar a um risco aumentado de study (HERS)
câncer de mama. Estudaram mulheres que já tiveram doenças
Ciclos ovulatórios → maior intensidade de coronarianas e comparam com pacientes
mutação das células epiteliais do ducto normais com placebo.
mamário. Verificaram que havia um risco aumentado
Quando faz TH a mama torna-se mais densa de doença coronariana, ou seja, para
e pode atrapalhar a interpretação da aquelas pacientes que já apresentavam
mamografia. doença coronariana, tinha uma
contraindicação para fazer terapia de
reposição hormonal.

Quando usa estrogênio isolado, aumenta a Womens Health Iniciative (WHI)


hiperplasia e risco de câncer de endométrio. Estudaram o controle de doenças de maior
impacto na mortalidade entre mulheres
americanas: doença CV, câncer de mama,
câncer de colon-retal e osteoporose.
Nurse’s Health Study (2020) Foi o maior estudo prospectivo, duplo-cego,
Avaliou mulheres que nunca tiveram placebo controlado e aleatório.
nenhuma doença coronariana. OBJETIVOS PRIMÁRIOS DO ESTUDO:
Trabalho que avaliou mais de 70 mil Estudar doença coronariana, sua taxa de
enfermeiras na menopausa que estavam sob mortalidade e incidência.
terapia hormonal. Incidência de câncer de mama invasivo
O risco relativo delas desenvolverem eventos também.
coronarianos no futuro foi bem baixo, ou OBJETIVOS SECUNDÁRIOS DO ESTUDO:
seja, aquelas que não tinham doença Estudar fraturas vertebrais e de fêmur,
câncer de cólon-retal, de endométrio,
ANA PAULA – XXII
37
GINECOLOGIA – ATD2

eventos tromboembólicos, AVC e efeitos


sobre a saúde global.
A FEBREASGO e SOBRAC lançaram um
Estudaram mais de 27 mil mulheres que consenso em 2002 que a terapia hormonal
foram submetidas à terapia hormonal. deve ser iniciada apenas para o alívio da
Dividindo em dois grupos. sintomatologia climatérica, com a menor
GRUPO 1: mulheres com útero dose que seja eficaz e durante o menor
GRUPO 2: mulheres sem útero tempo necessário, devendo ser interrompida
Uma parte utilizou TH (acetato de após o alívio sintomático, não devendo ser
medroxiprogesterona) e outra parte indicada para prevenção primária ou
placebo. secundária da doença coronariana ou
No primeiro grupo, as mulheres que estavam outras ações preventivas de longo prazo.
em uso de progesterona, o trabalho teve
que ser interrompido por 5 anos, porque Portanto, hoje, a terapia hormonal só é
ocorreram muitos efeitos colaterais. utilizada para pacientes sintomáticas,
Enquanto no outro grupo chegou até 7 anos. fazendo uso da menor dose possível.
O resultado mostrou um risco aumento de Mas a grande questão é quando fazer a
doenças coronarianas, AVC, câncer de retirada desses medicamentos.
mama, tromboembolismo, câncer de colon-
retal e fraturas de fêmur em pacientes que
fizeram uso de terapia hormonal combinada
(estrógeno + progesterona). Enquanto em
pacientes que faziam uso de apenas
estrogênio não tiveram risco aumentado
para câncer de mama e doença
coronariana, mas houve risco aumentado
para AVC e tromboembolismo.
CRÍTICAS AO ESTUDO WHI:
Uso de um único regime terapêutico
Única associação estroprogestativa
Única via
Idade média das pacientes foi de 63 anos, e
grande parte das mulheres eram hipertensas,
tabagistas, obesas e apresentam
antecedentes para câncer de mama.

✓ Menores doses de estrogênio já são


suficientes para aliviar os sintomas
✓ Evitar progestagênios (dar estrogênio e a
cada 3 meses progestagênios ou uso de
DIU que libera progestagênio apenas
localmente)
✓ Início precoce (quanto mais precoce
começar a terapia hormonal, menor o
risco de doenças)
✓ Tempo curto de TH
✓ Estão surgindo novas drogas e novos
estudos
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD2

Fitoterápicos
São moléculas encontradas em certas A mulher ingere, as bactérias intestinais vão
plantas, que apresentam estrutura hidrolisar, vai ser absorvido, vai ter um pico
semelhante ao estradiol, podendo exercer plasmático de 5 – 9 horas, vai atingir os sítios
ação estimulatória sobre os receptores alvos.
estrogênicos.

120 mg de isoflavona → 0,625 mg de


✓ ISOFLAVONAS: soja, lentilha, ervilha estrogênio sintético
✓ LIGNANAS: linhaça, cereais integrais,
frutas
✓ COUMESTANAS: broto feijão, alfafa, soja
✓ FLAVANÓIDES: maça, pera, cenoura e Foi observada que quanto maior o consumo
uva dessas substancias, melhor o metabolismo
ósseo.

Ação preferencial para receptores beta


estrogênicos. • Pacientes com transtornos leves
• RECEPTORES BETA: • Pacientes contra terapia hormonal
• Trato urogenital • Após interromper o tratamento com
• Vasos hormônios sintéticos
• Ossos
• Pulmões
• RECEPTORES ALFA (ONDE AGEM
MENOS):
• Mama
• Útero
• Fígado
• RECEPTORES ALFA E BETA:
• Sistema nervoso
• Ovários

Sua atividade é de 100 a 1000 vezes menor


que o hormônio endógeno.
E é errado utilizar esses fitormonios na mulher
que ainda está na menacme, que ainda
menstrua, porque eles vão ocupar os
receptores estrogênicos causando uma
situação de hiperestrogenismo.
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD2

Leiomioma
o Mulheres acima de 70 kg tem 3x mais
risco
o Tumor benigno circunscrito que surge Como todo tumor hormônio dependente, as
dentro da musculatura do útero obesas apresentam maior risco, por causa
(miométrio) da conversão periférica.
Essas células miomatosas podem crescer
formando uma pseudocápsula, com
crescimento lento e vai empurrando o tecido
adjacente. ✓ Estrogênios e progesterona atuam em
o Composta por células musculares lisas e receptores das células do miométrio
tecido conjuntivo sinergia estimulando a proliferação
Dependendo da quantidade de tecido celular
conjuntivo, pode ter consistência mais ✓ Progesterona atua:
endurecida. • inibindo a apoptose
o Processos degenerativos (hialina, cística, • fator de crescimento epidérmico
gordurosa, infecciosa, vermelha ou (activina e miostatina)
necrobiose asséptica) ✓ Estrogênios aumentam os receptores da
Geralmente tem crescimento lento, mas progesterona
pode, por algum fator, crescer muito rápido ✓ Não se conhece o real mecanismo
e necrosar dentro. molecular (iniciar ou promover) – mas o
Pode ter células que se diferenciam em que se sabe com certeza é que é um
células gorduras. hormônio dependente, porque após a
Necrobiose é quando cresce muito rápido e menopausa regride.
necrosa (essa degeneração pode sofrer ✓ Cada mioma desenvolve-se de uma
uma infecção secundária). célula mutada
o Mioma hipercelular, atípico e lipomioma A partir de uma célula mutada vai ter
São subtipos mais raros. estímulo hormonal e essas células vão se
E a transformação em leiomiossarcoma é desenvolvendo.
mais rara, mas quando ocorre, é por meio
das células atípicas.

• COPORAL (98%):
• Subseroso (SS) → pode ser pediculado
o Tumor benigno ginecológico mais para fora, pode se desprender e formar
frequente no menacme um mioma parasita, que fica solto na
o 20 a 50% das mulheres acima de 35 anos cavidade pélvica.
o Nulíparas, negras (2 a 3 x, + jovens), • Submucoso (SM) → pode se exteriorizar
obesas para além do colo do útero e causar um
As negras apresentam maior incidência, e sangramento (mioma parido ou mioma
em jovens, costumam ser maiores. Risco de o em parturição).
mioma continuar crescendo, e o grande • Intramural (IM)
problema é seu impacto na infertilidade A localização utiliza como referência o
(quanto maior o mioma, maior o impacto na próprio miométrio (submucoso). Pode
fertilidade). crescer para fora, além da serosa. Pode
Sempre alertar mulheres jovens com crescer e ficar dentro da parede. E pode
leiomioma, porque não tem como saber o crescer também para dentro da cavidade
quanto ele vai crescer. (subseroso).
o Alterações genéticas podem predispor • CERVICAL (1,3%):
ou proteger (investigar na família) • Supravaginal (SS, SM, IM)
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD2

• Intravaginal (SM, IM)


• INTRALIGAMENTAR Mioma parido
O tratamento do
mioma parido é
torcer até que o
pedículo se
desprenda
(conduta imediata).

Depende da localização, tamanho e


número (muitas mulheres tem múltiplos
miomas).
Cada localização vai ter uma clínica
diferente, mas quando há miomas em
diferentes localizações os sintomas clínicos se
misturam.
• SUBSEROSO:
• Não interfere no ciclo menstrual, porque
cresce para fora
• Assintomático (na grande maioria das
vezes)
• Sintomas de compressão (depende da
localização, os anteriores dão sensação
de polaciuria)
• Dor (pouco frequente, e quando ocorre é
por causa da compressão)
• INTRAMURAL:
• Hipermenorragia ou menorragia →
menorragia é o aumento da quantidade
de volume de sangue, mas no mesmo
período de dia (não aumenta o número
de dias). Já a hipermenorragia é quando
ocorre um aumento do fluxo e em um
período mais longo (aumenta o número
de dias).
• Dismenorreia (contratilidade do útero
Os miomas que ficam no colo do útero têm dificultada por causa da presença desse
uma abordagem cirúrgica mais complicada, mioma)
porque é uma região de ligamentos. Tem • Infertilidade → se estiver muito próximo
que avaliar bem o quanto esse mioma está aos óstios tubários.
comprometendo as estruturas (avaliar se não • SUBMUCOSO: é o que mais causa
tem desvio do ureter ou compressão do clínica (porque está dentro do útero)
ureter). • Hemorragia (metrorragia) →
Pode até mesmo causar uma hidronefrose sangramento entre os ciclos (não
secundária a essa leiomioma, em que o relacionado ao fluxo)
ureter é comprimido, dilata e causa • Dismenorreia
dilatação renal também. • Abortamentos (é o que mais se associa)
Um dos sinais do comprometimento do • Mioma em parturição (causa bastante
paramétrio (ligamentos que fixam o útero na cólica e sangramento) → paciente
parede óssea) é a hidronefrose. chega ao PS
Esses sintomas são crônicos.
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD2

✓ Ultrassom: melhor custo benefício


✓ Assintomático (a maioria das mulheres,
muitos diagnósticos são por exames de
imagem)
✓ Sangramento anormal em 80% das
sintomáticas – queixa principal → esse
sangramento aumentado ocorre pelo
aumento da superfície endometrial e
porque tem uma redução na
contratilidade na área do mioma (assim,
o restante do útero tem que contrair mais Na primeira imagem tem-se múltiplos
para dar conta de expelir tudo) nódulos. Na segunda é um único mioma
✓ Aumento da superfície endometrial intramural/subseroso que está crescendo
✓ Redução na contratilidade para fora do útero (pode passar
✓ Estase venosa despercebido ao US).
✓ Maior produção de prostaglandinas (um No US já são identificados os miomas e sua
dos tratamentos para o sangramento é localização.
diminuir a liberação das prostaglandinas Útero normal: 30 – 90 cm3 em mulheres
no momento da menstruação) nulíparas
✓ Anemia (pelo sangramento aumentado) Em mulheres que já engravidaram: até 150
As vezes a primeira queixa da paciente, cm3
antes de descobrir o leiomioma, é a anemia. Quanto o mioma é muito grande, não
Porque o sangramento do mioma é crônico consegue identificar pelo US transvaginal, é
e vai aumentando ao longo dos anos (causa preciso complementar com US pélvica
uma anemia crônica → taquicardia, suprapúbica. Por isso que, em úteros maiores
cansaço aos exercícios. é preciso fazer uma ressonância magnética,
se houver condições.
✓ Ressonância magnética:
• Úteros maiores que 370 cm3 → se houver
✓ Anamnese: condições financeiras, porque raramente
Paciente com queixa de sangramento é possível pelo SUS
aumentado (SUA). • Avalia melhor número, localização,
Tem que descrever o tipo de sangramento, degeneração
quantidade de dias, o intervalo entre os • Contraste (gadolíneo) diferencia
sangramentos. sarcoma
Sangramento após a relação sexual é um
importante indicativo de patologias de colo
do útero (só se for mioma em parturição,
mas na maioria dos casos é um câncer de
colo de útero).
✓ Exame físico: toque vaginal
É sempre o primeiro exame.
O útero pode estar aumentado de tamanho
por conta da gravidez e por conta de um
mioma. Se diferencia pela consistência, se
for fibroelástica é um mioma, se a
consistência estiver amolecida indica útero
gravídico, pode ser uma gravidez inicial que
está cursando com um sangramento de
primeiro trimestre.
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD2

✓ Histeroscopia:

• FATORES QUE INFLUENCIAM NAS


POSSIBILIDADES TERAPÊUTICAS:
• Idade → se estiver em idade avançada,
adotar condutas conservadora, esperar a
menopausa para regredir
• Sintomas → se forem muito intensos é
Avaliação do endométrio.
preciso operar
É solicitado quando há suspeita se um
• Achados clínicos
submucoso (sangramento aumentado, fez
• Desejo reprodutivo → depende se tem
US e apresentou uma massa no endométrio).
desejo reprodutivo e quando será essa
Pode ser tanto diagnóstica quanto cirúrgica
reprodução.
nesses casos de alterações no endométrio
Não se sabe qual será o comportamento do
ao US.
mioma a longo prazo, ou seja, se o
✓ Histerossalpingografia:
diagnóstico de mioma for dado a mulheres
jovens, não é recomendado que demore
tanto para engravidar, porque não se tem
noção do quanto o mioma irá crescer e
como será esse crescimento.
Se esse mioma for grande a conduta deve
ser cirúrgica.
• ASSINTOMÁTICAS: as vezes são
achados de US
Não é utilizado para diagnóstico do mioma.
• Expectante (sem tratamento clínico)
É solicitado quando a paciente queixa de
• Risco/benefício
infertilidade.
• 0,3% sarcoma no menacme (o risco de o
Para verificar se os miomas estão impedindo
leiomioma se transformar em câncer é
a ascensão dos espermatozoides.
muito raro). Portanto, o risco de
Só é solicitada quando há suspeita de
malignidade não é uma indicação para
obstrução tubária.
cirurgia.
✓ Histerossonografia:
Toda cirurgia pélvica tem um risco de 2%
É pouco utilizada, mas em locais com pouco
(risco de lesão de alça intestinal, de lesão de
recursos pode ajudar no diagnóstico.
bexiga, de ureter).
Coloca um cateter no útero, injeta soro
fisiológico, a cavidade uterina se dilata e ao
US consegue se identificar melhor as
estruturas endometriais.
Para pacientes que tem sintomas, o
Pode ajudar bastante no diagnóstico
tratamento clínico será pelo controle dos
diferencial.
sintomas.
Só é dado o tratamento caso tenha certeza
da causa do sangramento. Se não souber a
causa, primeiro é feito um controle do
✓ Endometriose
sangramento com o uso de AINH ou
✓ Adenomiose
antigibrinolíticos.
✓ Câncer (colo/endométrio)
• AINH:
✓ Pólipos (também causam cólica e
• Inibem a síntese de prostaciclinas (F2-
sangramento, mas possuem
alfa)
tratamento mais simples)
• Ajuda no controle do sangramento e na
✓ Gravidez → toque (ver consistência
cólica
do colo uterino, se está amolecida ou
fibroelástica)
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD2

• Iniciar antes do ciclo (1 a 2 dias antes) – • DIU COM PROGESTERONA:


porque as prostaglandinas aumentam a • Levonorgestrel → em pacientes que não
dor e o sangramento. Por isso que inicia querem engravidar por 5 anos
antes da cascata das prostaglandinas. • Liberação diária de 20
Piroxican 20 mg 12/12 h - 3 a 5 dias mcg de progestagênio
Ibuprofeno 400 mg a 2,5 g - 3 a 5 dias • SIU
Cuidado com contraindicações (ulceras, Também vai inibir os
gastrites, alergias). receptores de estrogênio a
• ANTIFIBRINOLÍTICOS: nível do endométrio, por isso que atrofia o
Atuam na formação dos coágulos. Utilizados endométrio.
para pacientes com muito sangramento. Os miomas submucosos não podem ser
Utilizado antes das cirurgias para controlar o tratados com SIU, primeiro é preciso retirar
sangramento abundante. esse mioma.
Transamin 500 mg 8/8 h máximo 5 dias – não Diminui muito o sangramento e a cólica.
existe nessa dosagem no mercado (apenas • PROGESTERONA NA 2ª FASE DO CICLO:
250 mg, por isso que é dado 2 comprimidos a • Via oral
cada 8 horas). Por isso que é muito comum • Apenas nos 10 dias que antecedem a
ser visto uma subdosagem do transamin. menstruação
Lembrar também de todas as • Acetato de noretisterona 10 mg por 10
contraindicações (angina, histórico de dias
trombose, varizes grandes em membros • Didrogesterona 10 mg por 10 a 14 dias
inferiores). • ACETATO DE MEDROXIPROGESTERONA:
Essas pacientes que tem mioma devem São progesteronas de depósito
tomar essas medicações toda vez que 150 mg IM
forem menstruar. Injeção trimestral utilizado como
• CONTRACEPTIVOS: anticoncepcional.
• Reduzem o fluxo e dor Tem ação potente na atrofia endometrial.
• Combinados E/P contínuo → risco maior, Medicação muito utilizada no PS para
tentar começar com apenas regular o sangramento.
progesterona (porque o estrogênio irá • ANDROGÊNIOS (GESTRINONA):
proliferar mais o endométrio, o que pode • Reduzem o tamanho
causar mais sangramento) • Ação de atrofia do endométrio
• Progesterona (desogestrel 75 mcg • Muitos efeitos colaterais: acne/seborreia
contínuo) → é a primeira opção, porque e hirsutismo/peso.
a progesterona tem ação de atrofia do Utilizado no “chip da beleza”.
endométrio (e tem ação contrária com a • ANÁLOGOS DE GnRH: ↓ O TAMANHO
mama, na qual tem ação proliferativa) DO MIOMA
Portanto, a primeira opção é utilizar apenas O GnRH é liberado em pulsos pelo
uma pílula de progesterona, porque o hipotálamo, estimulando o LH ou FSH.
sinergismo E + P pode estimular o Quando é dado em altas doses, vai
crescimento endometrial. Mas tem pacientes dessensibilizar as células da hipófise que
que não conseguem controlar o secretam LH e FSH, diminuindo a secreção
sangramento apenas com progesterona, desses hormônios, consequentemente,
nesse caso, não é totalmente causará uma atrofia do ovário e do útero vai
contraindicado a utilização da pílula fazer com que os miomas regridam de
combinada. tamanho.
Contudo, é preciso esperar 3 meses para ver • Reduzem em até 50% o volume uterino
se o sangramento será controlado com o em 3 meses.
tratamento apenas com progesterona ou • Não é um tratamento isolado.
não, porque é o tempo que demora para a • Supressão das gonadotrofinas e
adaptação. esteroides.
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD2

• Eventos adversos limitam o uso além dos 6


meses (simula uma menopausa, com
distúrbios hidroeletrolíticos, atrofia da • Miomectomia → retira apenas o mioma
vagina, sintomas de onda de calor, • Histerectomia → tira todo o útero
irritabilidade, osteoporose) – portanto, é (quando não tem desejo reprodutivo)
uma medicação que influencia muito no • Embolização das artérias uterinas
estilo de vida dessa mulher • Ultrassonografia focalizada guiada por
INDICAÇÕES: ressonância magnética
A indicação é antes de cirurgias (para
reduzir um pouco o tamanho para ser mais
fácil de remover) ou também para uma
correção de anemia pré cirurgia também. É um tratamento conservador para
• Miomas pediculados, calcificados, com pacientes que não querem retirar o útero.
muita fibrose não respondem bem Preserva a fertilidade, por isso também é
• Podem causar degeneração ou necrose indicada para jovens com desejo
quando regridem muito rápido reprodutivo.
• Pré operatório em miomas grandes, Nos casos de associação com mioma
ligamentares, aguardar correção de intramucoso pode realizar ablação
anemias endometrial.
Se a paciente tiver o desejo de • ABORDAGEM:
engravidar em 6 meses, não é utilizada ✓ Laparotomia
essa medicação. Porque no período do ✓ Laparoscopia
tratamento não tem como engravidar. ✓ Submucosos por histeroscopia.
Mas em miomas muito grandes a paciente ✓ Miomectomia vaginal (mioma em
precisa esperar o fim do tratamento para parturição)
engravidar. O risco do mioma na gravidez é
de hemorragia pós-parto.
• ANÁLOGOS AGONISTAS DO GnRH:
✓ Acetato de gosserrelina:
• Injeção subcutânea abdominal
• 3,6 mg mensal
• 10,8 mg repetir em três meses
✓ Acetato de leuprolida:
• 3,75 mg, 7,5 mg e 22,5 mg
• Intramuscular (depot)
✓ Acetato de triptorrelina:
• 3,75 mg mensal Essas pacientes devem evitar o parto vaginal
• ACETATO DE ULIPRISTAL porque a área da cicatriz fica susceptível a
• Não tem no Brasil uma ruptura.
• Modulador seletivo dos receptores de
progesterona
• Não produz sintomas climatéricos
• Administrado via oral
• Anticoncepção de emergência
• Também diminui o tamanho do mioma
• MIFEPRISTONA
Na gravidez tem sobrecarga de
Esteróide sintético de ação
progesterona muito grande, por isso que é

antiprogestacional
indicado retirar o mioma antes da gravidez,
Indicado para interrupção de gravidez
porque esses miomas podem crescer muito e

Hiperplasia endometrial
causar complicações na gravidez. Além de

maior risco de hemorragia pós-parto.


ANA PAULA – XXII
45
GINECOLOGIA – ATD2

• CONSIDERAÇÕES:
✓ Risco de recorrência → 50% em 5 anos (é
menor em mioma único) Cateterização da artéria femoral até uterina.
✓ Gestação após miomectomia tem a São injetadas micropartículas de polivinil.
mesma chance de casais normais O útero reduz de tamanho e tem redução
✓ Taxa de abortamento de 20% (igual a dos sintomas (diminui o fluxo e o
população geral) – ou seja, a sangramento).
miomectomia não aumenta a chance Complicações: hematoma, dor, necrose,
de aborto leucocitose, endometriose.
• COMPLICAÇÕES: É preconizado na mídia como um
✓ Hemorragias intra e pós operatórias tratamento não invasivo para pacientes que
✓ Aderências ainda desejam engravidar, mas como pode
✓ Ruptura uterina no 3º trimestre de atrofiar o endométrio, pode causar
gravidez (mais comum no trabalho de infertilidade.
parto)
✓ Via de parto é indicado que seja uma
cesárea agendada

Retirada total do útero.


Indicada para paciente que já tem prole
constituída e tem muito sangramento.
Pode ser total, subtotal, com ou sem
anexectomia.

Paciente fica em RM e uma sonda injeta um


laser no mioma tendo a finalidade de causar
uma atrofia desse mioma.
É mais usada em metástases ósseas.
É muito rara.

É importante retirar as tubas uterinas também O mioma aumenta o risco de complicações


para reduzir o câncer epitelial de ovário, que na gravidez, podendo crescer muito durante
tem origem das fimbrias das trompas. esse período e pode até mesmo causar um
• VIAS DE ACESSO: abortamento.
Laparotomia Além de causar mais dores.
Laparoscopia: recuperação mais rápida Nunca podem ser removidos durante o
Vaginal parto, sempre esperar após 6 meses o parto.
• COMPLICAÇÕES: A melhor opção para pacientes com
1 a 2% (lesão de ureter, bexiga e intestino) miomas é parto normal, porque sangram
menos. Mas para pacientes que já são
miomectomizadas, deve ser cesárea.
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD2

Não precisa retirar os ovários por causa dos


hormônios. Já as trompas são
Após a menopausa os miomas regridem, se recomendadas que se retirem, para prevenir
eles crescem pode-se suspeitar se sarcoma. câncer de ovário.
Terapia hormonal não é contra indicada.
• OPÇÕES:
✓ Baixa dosagem de E/P
✓ Tibolona
✓ Raloxifeno 1. Em uma paciente com 65 anos em
acompanhamento de rotina anual, foi
observado um aumento no tamanho de seu
mioma que de 2,5 cm foi para 7 cm. A
Paciente de 40 anos, 3G 3P 0A, queixa-se de melhor conduta é:
sangramento vaginal intenso há dois anos a. Repetir ultrassom em 6 meses
nos períodos menstruais, por 5 a 7 dias, sem b. Controle clínico e aguardar sangramento
sangramento entre os ciclos. Foi submetida a genital
biópsia de endométrio por curetagem c. Laparotomia exploradora com
uterina com resultado benigno. Utiliza AINH histerectomia
(ibuprofeno) sem melhora do quadro. d. Terapia com progesterona
Ao exame físico, encontra-se normotensa, e. Terapia com análogos de GnRH
descorada, anictérica, afebril. A palpação COMENTÁRIO:
do abdome, nota-se massa fibroelástica Como esse mioma continua crescendo
atingindo cicatriz umbilical. Ao toque o útero mesmo após a menopausa, pode ter o risco
encontra-se com colo fibroelástico e a de ser um sarcoma.
massa abdominal palpável apresenta-se Não tem necessidade de fazer abordagem
móvel e em continuidade ao colo. Teste de em linfonodos nos casos de sarcoma,
gravidez negativo. diferentemente dos carcinomas, em que há
1. Qual o diagnóstico mais provável? risco de metástases linfáticas.
O diagnóstico mais provável é de leiomioma Depois da retirada é feito uma biópsia, se o
(colo fibroelástico e sangramento intenso). diagnostico de sarcoma for confirmado é
Não melhorou com AINH porque quando a necessário pesquisar metástases.
mulher toma por muitos meses consecutivos
pode não fazer mais efeito, é ideal ir 2. Paciente com 29 anos e história de três
trocando a droga. abortamentos no primeiro trimestre
2. Quais exames subsidiários necessários a consecutivos. Realizou vários exames como
seguir? ultrassom transvaginal,
Hemograma (para verificar se há anemia), histerossalpingografia, testes para
ferro, ferritina. trombofilias. Chegou-se à conclusão que a
Ultrassom transvaginal (primeira opção) e causa era um mioma. Qual a provável
ressonância magnética se possível. localização desse mioma?
3. Qual a melhor conduta? a. Submucoso
Como esse mioma está muito grande, é b. Intramural
necessário realizar uma histerectomia total, c. Subseroso
como já tem prole. Se essa paciente d. Pediculado
apresentar anemia, indicar análogo de e. Mioma não é causa de abortamento
GnRH antes da cirurgia. COMENTÁRIO:
Se não operar após o uso de análogo de O que mais causa abortamento é o
GnRH pode retornar o crescimento quando submucoso.
parar a medicação. Pelo tamanho do Mas o pediculado também pode causar.
mioma deve realizar uma laparotomia.
OBS: em mulheres muito próximas da menopausa utiliza-se
GnRH até a menopausa – única opção de uso de GnRH
como tratamento isolado.
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD2

3. Uma mulher de 39 anos é diagnosticada mioma está crescendo para dentro da


com um mioma e aumento de volume cavidade uterina (por isso a melhor
uterino em um exame de rotina, porém ela abordagem é por histeroscopia).
encontra-se assintomática no momento. Se Quando é um mioma que está crescendo
ela apresentar algum sintoma, qual seria o para dentro do útero (dentro da cavidade
esperado? endometrial) a abordagem é por dentro do
a. Infertilidade útero.
b. Menorragia
c. Obstrução ureteral
d. Dor pélvica
e. Abortamento recorrente
COMENTÁRIO:
Menorragia (sangramento vaginal intenso) é
o sintoma mais comum.
É a primeira queixa de sangramento.
Obstrução ureteral é mais comum no
subseroso.

4. Paciente de 29 anos, com 39 semanas de


gravidez, foi submetida à miomectomia
previamente. Durante o trabalho de parto,
apresentou bradicardia fetal, sangramento
vaginal importante e o polo cefálico regrediu
sua descida subitamente. Qual das
alternativas é o diagnóstico mais provável?
a. Mioma submucoso
b. Prolapso de cordão umbilical
c. Ruptura uterina
d. Placenta prévia
e. Malformação cardíaca fetal
COMENTÁRIO:
A região de cicatriz da miomectomia fica
mais friável e pode causar ruptura uterina.

5. Paciente de 32 anos, nulípara, portadora


de mioma uterino de 3 cm, com
deformidade da cavidade endometrial,
sendo essa a causa de sua infertilidade. A
melhor conduta é:
a. Miomectomia histeroscópica
b. Tratamento clínico com análogos de
GnRH
c. Miomectomia laparoscópica
d. Conduta expectante
e. Tratamento clínico com progesterona
COMENTÁRIO:
É um mioma que está causando infertilidade
para essa paciente, portanto, o tratamento
não será expectante.
Nesse caso, a conduta será miomectomia
para possibilitar a gravidez, a melhor via de
acesso será histeroscópica, porque esse
ANA PAULA – XXII
48
GINECOLOGIA – ATD2

Incontinência urinária
bexiga tem seu tamanho reduzido
igualmente.
Perda involuntária de urina, objetivamente
demonstrável, constituindo-se em um
problema social e higiênico.
De acordo com a Internaional Continence
Society (1991).

Varia de acordo com a população e a faixa


etária estudada.

Estudos mostram que cerca de 40% das


mulheres apresentaram, mas 20% vão se
tornar assintomáticas e vão procurar médico • ESFINCTERES:
para a terapêutica. A uretra feminina é mais curta, e possui 2
Muito mais frequente no sexo feminino e na esfíncteres anatômico e 1 esfíncter funcional.
terceira idade. Os dois anatômicos são:
• Esfíncter uretral interno: fibras do próprio
A maior parte dos casos ocorre após os 65 musculo detrusor que envolvem a uretra
anos, e em multíparas. proximal
• RELACIONA-SE COM: Possui inervação simpática e parassimpática
✓ Idade (alfa), ou seja, é involuntário.
✓ Paridade • Esfíncter uretral externo: são fibras
✓ Menopausa estriadas que envolvem a uretra média.
✓ Aumento da pressão intra-abdominal Possui inervação somática (pudendo), ou
seja, é voluntário.
Não aumenta a mortalidade, porém gera
problemas sociais.

• BEXIGA:
A bexiga é um órgão envolto por um
musculo, que possui duas funções:
armazenar e expelir urina.
Dividida em corpo e base separados pelos
orifícios uretrais.
A base é menos distensível do que o corpo, A primeira uretra cortada
e é o local que se situa o trígono vesical transversalmente pertence a uma mulher
(entre os dois orifícios ureterais e o meato no menacme, portanto, abaixo da
uretral interno). mucosa uretral, tem grande quantidade
• MÚSCULO DETRUSOR: de tecido conjuntivo e vasos.
Possui três camadas, a externa e interna de Na pós menopausa tem uma redução
disposição longitudinal e a intermedia de desses componentes, com abertura mais
disposição circular. natural da uretra.
Essa disposição muscular faz com que,
durante a contração, todo o diâmetro da
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD2

• INERVAÇÃO SIMPÁTICA:
É feita através do nervo hipogástrico.
Principal neurotransmissor: noradrenalina. • ESFORÇO/ GENUÍNA/ VERDADEIRA:
A noradrenalina age nos receptores alfa, Problema está a nível de uretra.
presentes na uretra, e nos receptores beta, • URGÊNCIA:
presentes na bexiga. Dissinergia/instabilidade/hiperreflexia do
Quando os receptores alfa são estimulados, detrusor/bexiga instável.
promovem o fechamento do esfíncter. Problema à nível de bexiga.
Quando os receptores beta são estimulados, • MISTA: bexiga e uretra
promovem o relaxamento da bexiga, concomitantemente
promovendo armazenamento vesical. • NEUROGÊNICA;
• INERVAÇÃO PARASSIMPÁTICA: Pacientes tetraplégicos ou paraplégicos.
É feita através do nervo pélvico. • EXTRA-URETRAL:
Principal neurotransmissor: acetilcolina. Perdas de urina que não se faz pelos
Esses receptores estão presentes na bexiga, condutos naturais, e sim pelas fístulas
causando uma contração do músculo urogenitais.
detrusor da bexiga.

IUE é a emissão involuntária de urina através


• FUNÇÕES: da uretra integra, mediante súbito aumento
✓ Armazena urina sob baixa pressão da pressão intra-adbominal, na ausência de
✓ Elimina urina em intervalos regulares atividade do músculo detrusor.
• FASE DE ENCHIMENTO:
É a fase em que o sistema nervoso simpático
age. • HIPERMOBILIDADE DO COLO VESICAL:
Receptores beta relaxam a bexiga, e os Relacionada a problemas congênitos (mais
receptores alfa atuam na musculatura lisa e raro), obstétricos (principal causa, como
estriada uretral fechando a passagem com mutíparas e partos difíceis), menopausa.
os esfíncteres. História clínica sugestiva: perda de urina aos
A bexiga vai enchendo, até o momento em grandes esforços, como tossir, espirrar,
que se encontra cheia (150 – 300 mL), as levantar algo muito pesado.
fibras proprioceptivas do detrusor enviam a Essa perda é em pequena quantidade,
informação para o centro sacral da micção porque quando percebe que está perdendo
no córtex cerebral. urina contrai a musculatura e consegue
Contudo, o reflexo da micção só é ativado controlar.
pelo próprio indivíduo, quando quiser e onde • INSUFICIÊNCIA ESFINCETERIANA:
quiser. Muito relacionado com cirurgias pélvicas
Nessa fase, tem ausência de elevação da anteriores e pós menopausa.
pressão vesical e inibição central voluntaria A historia clínica sugestiva é de perda
e involuntária. urinária aos pequenos esforços, como
• FASE DE ESVAZIAMENTO: levantar.
No momento de urinar, ativa o reflexo da
micção, o SNC manda a informação para o
parassimpático, a acetilcolina leva a
contração do detrusor e inibe o simpático.
Transmissão pressão abdominal para a uretra
Ocorre a micção.
proximal.
Durante a micção o SNC “desliga” a inibição
O colo vesical (união entre a bexiga e a
e ativa o parassimpático para o
uretra vesical) geralmente está localizado
relaxamento.
intrapélvica/intrabdominal. Portanto,
ANA PAULA – XXII
50
GINECOLOGIA – ATD2

quando se realiza um esforço, esse esforço • Pacientes com distúrbios emocionais ou


se faz sobre a bexiga e sobre a uretra. idosas
Contudo, como em situações normais essa
parte não é móvel, a pressão vesical não
vence a uretral, porque não há
hipermobilidade do colo vesical. • Clínico
• Laboratorial
• Imagem
• Urodinâmica – é o padrão ouro para
o diagnóstico.

• HISTÓRIA:
Contudo, em pacientes multíparas e na pós Questionar se essa paciente tem perda
menopausa, por exemplo, quando realiza urinária aos grandes esforços (o que fala a
esforço, há uma hipermobilidade do colo favor de hipermobilidade do colo vesical),
vesical, deixa de ser intrapélvico e se torna aos pequenos esforços (insuficiência
extrapélvico, ou seja, se localiza abaixo da esfincteriana), contrações não inibidas do
sínfese púbica. Nesse caso, durante o músculo detrusor (fala a favor de urgência
esforço, a pressão se faz sobre a bexiga, mas miccional).
não sobre a uretra, assim, a pressão vesical • EXAME GINECOLÓGICO:
vence a uretral e a mulher tem perda Verificar o trofismo, presença de prolapsos.
urinária.
TESTE DE BONNEY:
Elevar o colo vesical com
dois dedos, solicitar que a
Perda involuntária de urina que ocorre para paciente faça força e se a
atender um desejo miccional intenso e perda urinária para com essa
frequente, decorrente da dissinergia do manobra.
musculo detrusor.
• CAUSAS: TESTE DO COTONETE (Q TIP TEST):
✓ Idiopática Paciente em posição ginecológica, introduz
✓ Infecções do trato urinário o cotonete até a uretra proximal e solicita
✓ Cálculos vesicais que a paciente realize esforço.
✓ Tumores vesicais Caso esse cotonete rotacione mais do que
✓ Corpos estranhos 45º é porque há uma hipermobilidade do
• CLÍNICA SUGESTIVA: colo vesical.
✓ Urgência miccional
✓ Urge-incontinência
✓ Polaciúria/noctúria (aumento da
frequência/das perdas noturnas)
• ASPECTOS CLÍNICOS:
• Perda de urina não simultânea ao
estimulo de esforço
• Iniciada a micção, a paciente não • AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA:
consegue deter Reflexo bulbo cavernoso.
• O volume da perda é grande Estimulo perineal.
• Pode iniciar em qualquer posição
• Tende a desaparecer durante o sono
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD2

ambiente por gravitação. Vai medindo a


pressão dessa bexiga e sua capacidade.
✓ Urina tipo I Ao mesmo tempo, a paciente vai narrando
✓ Urocultura com antibiograma a vontade de urinar, se é fraca, intensa ou
moderada.
Avalia também a contração do musculo
detrusor, portanto, se o problema é
Pode ser visualizado o deslocamento do colo contrações não inibidas do detrusor
vesical no USG em repouso e aos esforços. (urgência miccional) já consegue ser
Se houver uma hipermobilidade desse colo diagnosticado nessa primeira fase do
vesical, como um deslocamento maior que exame.
10 mm (1 cm) fala a favor de deslocamento • UROFLUXOMETRIA:
do colo vesical. Tiro a sonda vesical e solicito que a paciente
urine, avalio a perda urinaria na unidade do
tempo.
Muito importante para avaliar bexiga
Estudo das funções e disfunções do trato neurogênica, para homens que possuem
urinário, nos aspectos morfológicos, hiperplasia prostática ou câncer de próstata
bioquímicos, fisiológicos e hemodinâmicos (que estará mais demorado).
do armazenamento e transporte de urina. • PRESSÃO DE PERDA SOB ESFORÇO:
Hoje em dia, esse exame é primordial, só Deixo mais ou menos 250 ml dentro da
esse exame confirma o diagnóstico. bexiga e solicitar que a paciente realize
Permite registro das pressões vesical, algum esforço (manobra de Vasalva) e
abdominal e retal durante o enchimento e analisar se há perda de urina.
esvaziamento da bexiga. Essa perda de urina é definida como a
Diagnóstico diferencial entre os tipos de menor pressão abdominal que leva à perda
continência urinária. urinária na ausência de contração do
Inadmissível terapêutica cirúrgica sem este detrusor.
teste. Perda > 90 cm de água – hipermobilidade
• MANEJO: do colo vesical (os esfíncteres estão normais)
O exame causa incomodo porque é preciso Perda < 60 cm de água – indica insuficiência
passar duas sondas, uma vesical para do esfíncter.
encher a bexiga, e outra retal para medir a
pressão abdominal.
• INDICAÇÕES:
✓ Incontinência urinaria recidivada • Cirurgia de Kelly-Kennedy:
✓ Planejamento cirúrgico Não se utiliza mais, porque apresenta alto
✓ Falha terapêutica clinica índice de recidiva.
✓ Prolapso genital associado • Cirurgia de Marshall-Marchetti-Krantz
✓ Radioterapia prévia • Cirurgia de Burch:
✓ Crianças, jovens ou nulíparas Cirurgia complexa que gera muitos
✓ Alterações do fluxo hematomas.
✓ Doenças crônicas concomitantes • SLING:
• PARTES DO EXAME: É o melhor tratamento para IU hoje.
✓ Cistometria SLING é uma sigla em inglês que significa
✓ Urofluxometria faixa.
✓ Pressão perda sob esforço É realizada pela técnica do TVT, que consiste
• CISTOMETRIA: em colocar uma faixa entre a uretra media e
Após a paciente estar com a sonda vesical a parede vaginal anterior sem pressão.
insufla soro fisiológico a temperatura Duas vias: através do forame transobturatório
ou pela via retropúbica.
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD2

O mais utilizado na ginecologia é pelo • TRATAMENTOS:


forame transobturatório, porque é mais ✓ Injeções periuretrais: injeção de
rápido e fácil. colágeno na uretra (muito pouco usado)
FAIXA: a faixa é feita de polipropileno, ✓ Cinesioterapia: são exercícios com pesos
monofilamentar e macroporosa (para evitar vaginais dentro da vagina da mulher.
infecções) e elástica. ✓ Eletroestimulação: várias vezes na
semana para melhorar a musculatura
✓ Reeducação vesical: pedir para a mulher
que faça esvaziamento em horários
determinados.
✓ Dispositivos intravaginais

Tratamento é clínico.
Como a incontinência urinária de urgência é
causada por contrações não inibidas do
detrusor, o tratamento poderá ser inibindo os
neurotransmissores que levam a essas
contrações (acetilcolina).
• ANTI-COLINÉRGICOS:
Oxibutinina
Tolderodina
Darifenacina
Solifenacina
• ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS:
Imipramina
Amitriptilina
Esses antidepressivos tem a função de relaxar
a musculatura da bexiga e contrair a
musculatura da uretra.

• ESTROGÊNIO:
Pode ser utilizado em casos mais leves, como
na pós menopausa.
• TOXINA BOTULÍNICA:
200 a 300 u injetada no músculo detrusor.
Melhora por uns 6 meses, posteriormente a
tendência é retornar.

• INDICAÇÕES:
✓ Recidiva
✓ Pacientes idosos
✓ Risco cirúrgico
✓ Negativa ao tratamento cirúrgico
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD2

Distopias genitais
algumas pessoas possuem maior
susceptibilidade a distopias.
DISTOPIA: fora da topografia habitual. ✓ Fáscia endopélvica: paramétrios
DISTOPIA GENITAL: quando os órgãos (complexo cardinal-uterossacro),
começam a se deslocar de sua topografia paracolpos, fáscia pubocervical e septo
natural. Problema mais comum em senhoras retrovaginal.
de mais idade, mas pode também afetar É um complexo de tecidos por fáscias de
mulheres em idade reprodutiva, músculos que formam um emaranhado para
dependendo dos fatores de risco. suspender os órgãos ginecológicos.
Mantém o útero e a vagina em seus
respectivos lugares.

• MORBIDADE:
Afeta a qualidade de vida, porque está
relacionada a outros problemas, como
incontinência urinária.
Impacto psicológico, social e financeiro,
porque esta relacionado a uma diminuição
na qualidade de vida, limitações de
deslocamento.
Pode demorar a procurar um profissional
especializado, agravando ainda mais o
quadro.
300 – 400 mil mulheres/ano são operadas nos O paramétrio é importante para o
EUA. posicionamento do colo.
As cirurgias são realizadas por trato genital Paracolpo mantém a posição da vagina.
ou via abdominal. Além disso, apresentam Fáscia entre a vagina e a bexiga (fáscia
altos índices de recidiva, podendo precisar pubocervical ou pré-vesical), evita o
se submeter a múltiplas cirurgias. prolapso da bexiga (prolapso vesical).
• PREVALÊNCIA: Fáscia entre a vagina e o reto (septo
20% das mulheres acima de 18 anos. retovaginal, membrana plana).
30% das mulheres acima de 50 anos.
Perspectiva de envelhecimento da
população → problema de saúde pública.
Prevalência acima dos 60 anos de idade.
Após a menopausa, a redução do hormônio
feminino é um grande fator de risco.

• SISTEMA DE SUSPENSÃO:
COMPONENTE ESTÁTICO
Em branco é a fáscia endopélvica. E em
✓ Ligamentos: colágeno, tecido
verde é o arco tendíneo.
fibromuscular e elastina.
Arco tendíneo é local de inserção de
Responsável pelo posicionamento das
diversos músculos (é um conjunto de
vísceras.
ligamentos) → importante para o tratamento
Dependendo da genética de cada um, a
qualidade dos ligamentos varia, por isso que
ANA PAULA – XXII
54
GINECOLOGIA – ATD2

de incontinência urinária, pois é o local onde A musculatura que rodeia o ânus é o “forro
são feitas as fixações. da pelve”, chamado de diafragma pélvico.
É importante na mulher, diferentemente no
homem em razão da anatomia, porque tem QUAIS FEIXES MUSCULARES DO LEVANTADOR
um orifício (hiato) que está sendo revestido DO ÂNUS:
pela vagina, e quando ela fica de pé não ✓ Pupococcígeo
sai nada para fora. ✓ Puporretal: fibra mais interna que vem
• SISTEMA DE SUSTENTAÇÃO: do púbis
COMPONENTE DINÂMICO ✓ Íleo coccígeo
A pelve da mulher possui um grande vazio,
chamado de hiato urogenital.
Mantem a força, fazendo com que a própria
posição ortostática do homem mantenha a
posição da pelve, evitando que os órgãos
desçam pela gravidade.
Portanto, quando esse sistema se
sustentação é fortalecido, mantém os
órgãos pélvicos no seu lugar e evita o
prolapso.

Esses músculos fortalecidos são responsáveis


por evitar um prolapso dos órgãos pélvicos.

Teorias sobre o enfraquecimento pélvico:


✓ Inadequada suspensão do conteúdo
HIATO GENITAL: vai da uretra até o introito pélvico pelas fáscias e ligamentos –
vaginal (abertura da vaginal) podem ter diversas causas, mas
CORPO PERINEAL: vai do final o introito até a principalmente período gravídico.
musculatura orbital do ânus. ✓ Disfunção (enfraquecimento) muscular e
das fáscias – principalmente após a
✓ Diafragma pélvico → m. elevador do menopausa, porque muitos desses
ânus (íleococcígeo, pubococcígeo, músculos possuem receptores
puborretal) e m. coccígeo. estrogênicos.
Por dentro da bacia óssea. ✓ Danos nos elementos e na invervação –
✓ Diafragma urogenital ou membrana como episiotomia, que pode lesar nervos
perineal → m. transverso profundo do que inervam a musculatura do assoalho
períneo e suas fáscias. pélvico.
A pelve da mulher é um funil.

• Estiramento das fáscias na gestação → o


número de gestações influencia (mais
gestações, tem mais chance), devido ao
aumento de peso, volume
(principalmente em partos gemelares).
• Ruptura das fáscias e ligamentos no parto
normal.
• Lesão do nervo pudendo no parto
normal.
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD2

• Diminuição do tônus muscular basal e


força tensil na pós-menopausa por
hipoestrogenismo (é a causa mais • Inspeção vulvar.
comum, por isso que é mais prevalente • Exame especular.
após os 60 anos, pós-menopausa) • Toque vaginal.
• Alteração do metabolismo do colágeno. • Exames complementares → RM, TC
A modificação de aeróbio para anaeróbio (avaliar a posição dos órgãos
diminui as fibras de colágeno do tipo C e ortostaticamente).
poderá ter ruptura. O diagnóstico é basicamente clínico. O
O que justifica a distopia em mulheres que toque permite sentir abaulamento.
não apresentavam qualquer outro fator de
risco, como mulheres na idade reprodutiva,
magras, nulíparas.
• Obesidade ✓ Cistocele: prolapso da bexiga
• DPOC (tosse crônica) ✓ Uretrocele: deiscência da uretra
• Ocupação profissional de risco (mulheres ✓ Retocele: prolapso do reto
que carregam peso, como faxineiras, ✓ Enterocele: prolapso do intestino
porque causa uma sobrecarga do ✓ Prolapso uterino/elitrocele: prolapso da
assoalho pélvico. cúpula vaginal pós histerectomia.

PROLAPSO GRAU III DO COLO DO ÚTERO:

Serve para localizar onde ocorre a distopia.


Nível 1 são os chamados defeitos apicais, lá
no ápice.

Faz uma comparação da pelve como se


fosse uma ponte, ou seja, se tiver um
rompimento ou enfraquecimento em
determinada área, pode causar um
desequilíbrio de força.
É o que explica o porquê de uma mulher
que apresenta cistocele (distopia da • NÍVEL 1:
bexiga), causava, após uns meses da Relacionado aos ligamentos posteriores
cirurgia de correção, uma distopia de outro (apical), que suspendem o fundo da vagina.
compartimento. Nos ligamentos útero-sacros e vaginais.
Após entender isso, as correções passaram a Prolapso Apical:
ser integrais, para evitar a recidiva. ✓ Prolapso uterino
✓ Prolapso vaginal
✓ Enterocele
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD2

ESTÁGIO 0: ausência de prolapso.


Os pontos Aa, Ap, Ba e Bp estão em -3cm, e
os pontos C e D estão entre o CVT e o CVT -
2cm.
ESTÁGIO 1: ponto de maior prolapso está
localizado até 1 cm para dentro do hímen (-
1cm).
ESTÁGIO 2: o ponto de maior prolapso está
Quando o problema está localizado nos
localizado entre -1cm e +1cm (entre 1cm
ligamentos.
acima e 1cm abaixo do hímem).
• NÍVEL 2:
ESTÁGIO 3: o ponto de maior prolapso está a
Na parede anterior ou posterior da vaginal
mais de 1cm para fora do hímen, porém sem
(do púbis ate o colo do útero).
ocorrer eversão total.
Na fáscia pubocervical ou nos septos
ESTÁGIO 4: eversão total do órgão
vaginais.
prolapsado. O ponto de maior prolapso fica
✓ Retocele
no mínimo no comprimento vaginal menos
✓ Cistocele (é a distopia mais frequente)
dois cm (CVT-2).
• NÍVEL 3:
OBS: classificação muito complexa, não cai
Membrana perineal ou diafragma
na prova, mas cai nas provas de residência.
urogenital. Defeito da ruptura do períneo,
parte mais externa, por uma episiotomia, por
exemplo.
✓ Lesão no centro tendíneo – diafragma
A paciente que já possui o diagnóstico de
urogenital ou membrana perineal.
prolapso, quando nos níveis 1 ou 2, podem
✓ Rotura perineal
iniciar tratamento clínico com essas
pacientes.
• EXERCÍCIOS PERINEAIS DE KEGEL:

É possível ter um prolapso com associação


dos defeitos. • CONES VAGINAIS:
Cada cor tem um peso, o objetivo é
fortalecer o tônus.
Começar com um peso mais leve, introduzir
o cone na vagina e o objetivo é conseguir
ficar em pé com o cone por 30 – 60
segundos.
No começo vai precisar fazer muita força,
quando fortalecer o tônus, vai aumentando
o peso, até alcançar o peso máximo.
ANA PAULA – XXII
57
GINECOLOGIA – ATD2

• PESSÁRIOS: Faixas e telas (para prolapsos maiores, o que


Dispositivos de contenção, usado em é mais eficiente, porém tem maiores taxas
pacientes que não pode operar. de complicações)
Elementos que introduz na vagina para fixar. • PROLAPSO NÍVEL III: defeito mais
São feitos sob medida para pacientes com externo
prolapsos maiores e que não querem ser ✓ Miorrafia dos elevadores do ânus
submetidas a cirurgia ou estão em fila de (colpoperineoplastia) – quando sente
espera no SUS, por exemplo. que a musculatura da vagina cedeu.

• CREMES COM ESTRÓGENO:


Melhora o trofismo, o estrogênio fortalece as
estruturas.

Vai mudar conforme o problema, por isso é


separado pelos níveis.
• PROLAPSO NÍVEL I: prolapso apical
✓ Manchester ou McCall: amputação do
colo. Utilizados para prolapsos mais
iniciais.
✓ Histerectomia vaginal – é a cirurgia mais
utilizada hoje. Utiliza o ligamento sacro
espinhoso para fixar o ligamento
uterosacro.
✓ Sacro-promontofixação: histerectomia
subtotal, mantendo o colo, porque
coloca uma tela posicionada. É o
tratamento padrão ouro.
✓ Colpocleise: obliteração (fechamento)
da vagina. Quando a paciente já tem
uma idade mais avançada e não tem
mais relações sexuais.
• PROLAPSO NÍVEL II: cistocele ou
retocele
✓ Colporrafia: abrir a mucosa, identificar a
fáscia com problema e tratar o
problema.
Colporrafia anterior é para tratamento da
cistocele. Abre a mucosa vaginal no sentido
longitudinal, e após a submucosa, encontra
a fáscia, tecido plano e fibroso (mais
esbranquiçado), identifica onde está
localizado o defeito/prolapso e tratar.
ANA PAULA – XXII
1
GINECOLOGIA – ATD3

carcinoma de endométrio
Há dificuldade diagnóstica na forma
circunscrita, porque a biópsia pode dar um
Também chamado de câncer do corpo. falso negativo. Enquanto na forma difusa,
11% dos tumores malignos (6º mais incidente em qualquer parte que biopsiar, encontra-se
no Brasil) o tumor.
O câncer de mama é o mais comum na
mulher, em segundo lugar o câncer do colo
do útero. Apesar de ter métodos de
prevenção primária e de rastreamento. • QUANTO AO TIPO:
Idade média: 61 anos (50 a 60 anos) – ✓ Endometrioide (75 – 80%)
portanto, 75% dos casos ocorrem em ✓ Não endometriode:
mulheres já menopausadas • Seroso (10%)
3/4 > 50 anos • Mucinoso (1%)
20% 40 – 50 anos • Células claras (4%)
5% < 40 anos • Escamoso (1%)
Portanto, tomar cuidado com o • QUANTO AO GRAU DE
sangramento uterino anormal, porque pode DIFERENCIAÇÃO:
ser um carcinoma de endométrio, nem Grau 1 – bem diferenciado
sempre é um leiomioma. Grau 2 – moderadamente diferenciado
• Prognóstico: Grau 3 – indiferenciado
✓ Estágios iniciais 80%
✓ Estágios avançados 20%

• MACROSCOPIA:
Forma difusa do tumor → invade o
miométrio, o canal cervical
Forma circunscrita
• TIPO 1 – ENDOMETRIOIDE:
✓ Relação hormonal
✓ Mulher na perimenopausa ou alguns anos
após a menopausa (5 – 10 anos após)
✓ Relacionado com a ação estrogênica no
endométrio sem a ação conjunta com a
progesterona (por isso que SOP é um
fator de risco para câncer de
• MICROSCOPIA:
endométrio, porque é uma situação de
I – endometrioides
ação apenas do estrogênio)
II – não endometrioides
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD3

✓ Hiperplasia atípica: o estímulo relacionados ao estrogênio, e essa droga


estrogênico leva a um crescimento bloqueia o receptor de estrogênio na
endometrial exagerado com atipia das mama, porém, no endométrio, tem ação
células endometriais agonista – são drogas chamadas de
✓ Relação com obesidade (porque no cernes, porque na mama agem como
tecido adiposo tem aromatase, que leva antagonista e no endométrio tem ação
a conversão dos androgênios em agonista)
estrogênios) ✓ Hiperplasias ou pólipos endometriais com
✓ Nuliparidade: mulher com muitos filhos e atipias (é a lesão percussora)
amamenta entra em amenorreia, tem ✓ Síndrome de Lynch (síndrome genética
menos ciclos menstruais, fica menos que associa o câncer endometrial a
exposta ao estrogênio outros tipos, mas principalmente ao
✓ Comportamento indolente (evolução colorretal)
mais lenta) ✓ Histórico familiar (12 a 28%) – nesse caso
✓ Mutação do gene PTEN fica-se preocupada em ter câncer
• TIPO 2 – NÃO ENDOMETRIOIDE: colorretal (se tiver câncer de endométrio
✓ Não tem relação com hormônios. tem que fazer colonoscopia, porque essa
✓ Mais tardio (em mulheres mais velhas) associação é muito frequente)
✓ Paciente com mais idade ✓ Tumor ovarianos produtores de estrogênio
✓ Aparece sob um endométrio atrófico (há tumores da granulosa que produzem
✓ São pacientes magras estrogênio, que leva a uma proliferação
✓ Não tem relação com paridade endometrial, com hiperplasia atípica que
✓ São tumores mais agressivos, com alto pode levar ao desenvolvimento de
grau histológico câncer)
✓ Subtipo seroso-papilífero ou células claras Tríade clínica: obesidade + HA + DM
✓ Relação com mutação do gene p53

• Diabética
O tipo mais frequente é o endometrioide • Hipertensa
(que representa 80% dos casos). Portanto, • Obesa
quando fala em fator de risco, está se • Principal queixa é de sangramento
referindo ao tipo endometrioide, porque é o pós-menopausa
mais frequente.
✓ Nível socioeconômico elevado
✓ Caucasianas
✓ Exposição a estrogênios sem Simples ou complexa: se refere à arquitetura
progestágenos endometrial
✓ Obesidade Os casos com atipia tem maior progressão
✓ Menarca precoce e menopausa tardia para o câncer de endométrio.
(via menstrual longa, longa exposição ao
estrogênio)
✓ Hipertensão arterial
✓ Diabetes Mellitus
✓ Nuliparidade (maior exposição ao
estrogênio)
✓ Infertilidade – anovulação crônica (SOP)
✓ Uso de tamoxifeno (é um medicamento
utilizado no tratamento adjuvante em
pacientes com câncer de mama, porque
boa parte dos canceres de mama estão
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD3

que o US seja solicitado como rastreamento,


porque detectar o câncer de endométrio
• CIRÚRGICO: precocemente por meio do ultrassom ou
O câncer de endometriose ocorre, em 75% diagnóstico já na fase clínica (com o SUA)
dos casos, após os 55 anos. tem o mesmo prognóstico.
Portanto, a maioria é em pacientes já no O câncer de endométrio se manifesta com
climatério, que não possuem mais desejo sangramento, se fizer diagnóstico já no
gestacional. primeiro sangramento terá o mesmo
Atipias sem desejo de gravidez → retirada do prognóstico de detectar pelo ultrassom em
útero uma fase assintomática da doença.
• HORMONIOTERAPIA (conservador): ULTRASSOM não serve para rastreamento
• Acetato de medroxiprogesterona nem para câncer de endométrio, nem para
(injetável, trimestral) câncer de ovário.
• Acetado de megestrol
• Acetato de ciproterona
• Acetato de noretisterona
• DIU com levonorgestrel
Uso de altas doses de progestagênios como
tratamento para pacientes jovens que ainda
possuem desejo reprodutivo.

• SINTOMA INICIAL: A maioria dos casos é por atrofia


95% sangramento genital pós menopausa ou endometrial e em menor prevalência,
corrimento purulento câncer, mas é uma causa que deve ser
SUA na pré menopausa (paciente 40 – 50 excluída.
anos de idade com metrorragia → a primeira
coisa a se pensar é em mioma, porque é
muito comum)
O sangramento é o primeiro sinal de alerta.
• OUTROS:
✓ Piometra/hidrorreia (carcinoma
escamoso) – sinais de irritação peritoneal.
Quanto mais idade tem a paciente, maior a
Pode levar a obstrução do canal
chance de ter câncer. Portanto, um SUA em
cervical, o tumor começa a necrosar e
paciente com 80 anos, tem menor chance
sangrar dentro da cavidade, porém o
de ser por atrofia e maior chance de ser
sangue não sai, porque a cavidade está
câncer.
obstruída, a paciente começa a
apresentar piometra (pus dentro da
cavidade)
✓ Dor pélvica → câncer com dor é câncer
• ULTRASOM TRANSVAGINAL:
avançado
Normal até 5 mm – mulheres menopausadas
sem uso de terapia hormonal ou tamoxifeno
Até 8 mm – para mulheres em terapia
hormonal
Uma paciente na pós menopausa tem um
endométrio com uma espessura em torno de
MULHER JOVEM (que menstrua):
5 mm, portanto, uma solicitação periódica
Até 7 mm na fase secretora
do ultrassom pode detectar um
Até 12 – 14 mm na fase proliferativa
espessamento. Porém, não é recomendado
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD3

Quanto maior o eco endometrial, maior a • ESTADIO I: tumor restrito ao corpo do


chance de suspeita de câncer de útero
endométrio. IA: invasão miometrial é pequena (menos de
< 5 mm sugestivo de endométrio atrófico 50% da espessura miometrial)
> 6 – 10 suspeito/hiperplasia endometrial IB: invasão maior que 50% da espessura
> 10 mm sugestivo de câncer de endométrio miometrial
A idade e a espessura endometrial dão um • ESTADIO II:
direcionamento. Sai do corpo do útero e vai para o colo, ou
Diante de uma paciente com SUA, na seja, tem comprometimento cervical.
pós-menopausa com eco endometrial • ESTADIO III:
espesso, pode iniciar a investigação. IIIA: invade órgãos pélvicos (por exemplo, a
• CITOLOGIA ONCÓTICA: serosa do corpo do útero ou
É um exame que rastreia câncer de colo, comprometimento de ovário, tuba)
mas pode pegar células endometriais na IIIB: invade a vagina ou os paramétrios
citologia, se pegar células endometriais IIIC: comprometimento linfonodal (infonodos
(glandulares) deve-se suspeitar. pélvicos ou paraorticos)
Presença de células endometriais na • ESTADIO IV:
citologia → valor preditivo alto na pós IVA: invade bexiga ou reto
menopausa. IVB: metástases a distâncias
Mas não é para fazer diagnóstico para
câncer de endométrio. G1, G2 OU G3 → grau de diferenciação
• CURETAGEM
• BIÓPSIA ENDOMETRIAL:
Pinça de Novak (se for lesão focal, pode ter
um falso negativo) • CONTINUIDADE: propaga-se pela
• HISTERCOSCOPIA COM BIÓPSIA superfície (colo do útero, vagina,
• AMIU: paramétrio)
Biopsia aspirativa a vácuo assistida • CONTIGUIDADE: infiltra miométrio,
• RESSONÂNCIA MAGNÉTICA: bexiga, cavidade
Serve para ver invasão miometrial ou invasão • ATRAVÉS DAS TUBAS: até o peritônio
do canal cervical. • LINFÁTICA
• CA-125:
Marcador tumoral que pode ajudar a
determinar a extensão da doença.
Se utiliza mais após tratar para ver se a
paciente está tendo uma recidiva.

Azul: IA
Amarelo: IB (invade mais da metade do
miométrio)
Vermelho: IIIC (comprometimento linfonodal)
Verde: IVA (invade bexiga)
Turquesa: IVA (invade reto)
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD3

pode ser utilizada para prevenir uma


recidiva
✓ Quimioterapia → se tem linfonodos
positivos, por doença sistêmica
✓ Hormonioterapia → em duas
situações, mulher muito jovem como
caso inicial ou em casos avançados
(não há o que fazer)

CIRURGIA DE ESTADIAMENTO: é um conjunto


de procedimentos
✓ Histerectomia
Antigamente o grupo I era subdividido em 3 ✓ Salpingectomia
(A, B, C), hoje são só 2 grupos (invasão de ✓ Ooforectomia
menos de 50% ou mais de 50%). ✓ Colpectomia (1/3 superior da vagina)
O grupo 2 também era subdividido em 2, ✓ Citologia peritoneal
hoje é um único grupo. ✓ Linfadenectomia pélvica e paraortica
1B: invasão de menos de 50% (IA) Mesmo se o tumor estiver restrito ao corpo do
1C: invasão de mais de 50% (IB) útero é feito todos esses procedimentos
ESTADIO 2: invasão estromal porque é preciso fazer o estadiamento
3A: serosa cirúrgico.
3B: invadiu vagina ou paramétrio Precisa mandar todos esses dados para a
3C: invadiu linfonodos patologia, para conseguir estadiar.
4A: invadiu bexiga e reto Se a patologia confirmar ser um estádio I
(restrito ao corpo do útero), é preciso saber
se é G1, G2 ou G3, para analisar a chance
de recidiva, e decidir se vai precisar
complementar a terapia cirúrgica com outro
método para prevenir essa recidiva. Se for
G3, é indiferenciado, portanto, tem maior
probabilidade de recidiva, nesse caso, é
feito uma radioterapia do fundo vaginal.
Se houver comprometimento dos linfonodos,
faz uma radioterapia externa.

É importante também, durante a cirurgia, I – Lavado peritoneal para citologia oncótica


colher células do líquido peritoneal. II – Exploração de toda a cavidade
Se tem ascite faz um lavado peritoneal, caso abdominal
não, jogar soro fisiológico e realizar uma III – Histerectomia total com salpingo-
citologia. ooforectomia bilateral e colpectomia parcial
Para ver se tem células neoplásicas. IV – Omentectomia infra-mesocólica
V – Linfadenectomia pélvica e
retroperitoneal sistemáticas no caso de
histologia tumoral desfavorável (seroso-
✓ Cirúrgico papilífero, escamoso, células claras e
✓ Radioterapia (braqui/externa) → endometrioide grau 3), invasão superior a
apenas em pacientes que não tem metade do miométrio, extensão
condições cirúrgicas, mas também istmocervical do tumor e presença de
doença extra-uterina.
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD3

Quando é um tumor restrito ao endométrio e doses, ou então para pacientes mais velhas
bem diferenciado não precisa fazer com comorbidades.
linfadenectomia, mas na maioria das vezes
precisa fazer.

Apenas em pacientes jovens sem


comorbidades.
✓ Adriamicina
✓ Ciclofosfamida
✓ Cisplatina

Para saber a indicação para fazer a


linfadenectomia.
• INDICAÇÕES DE LINFADENECTOMIA:
✓ Invasão miometrial (mais de 50%) Como o tumor causa sangramento, o
✓ G3 (grau de diferenciação) diagnóstico é precoce, com uma boa
✓ Invasão de canal cervical sobrevida.
✓ Tumores volumosos (mais de 2 cm)
✓ Comprometimento extra-uterino
✓ Tipo histológico (se for não endometrioide
é obrigatório)

No estádio I pode ser tratado com


radioterapia, com 50% de cura (em casos
que não se pode operar, como obesas e
pacientes com comorbidades)
20% de resultados inferiores em relação à
cirurgia no estádio I (restrito ao corpo)
Pode ser utilizada também nos casos em que
se tem possibilidade de recorrência, como
G3, estágios diferenciados (reduz a recidiva
vaginal)
Aumenta a sobrevida no caso de
comprometimento linfonodal.

Faz imunoistoquímica para ver se o câncer


tem receptores para progesterona. Se for
positiva, pode utilizar hormonioterapia.
Pacientes jovens com desejo reprodutivo
pode realizar hormonioterapia em altas
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD3

neoplasias intraepiteliais cervicais


NIC
• ENDOCÉRVICE: é a parte interna do
colo do útero.
O colo do útero sofre transformações A endocérvice, epitélio colunar
conforme a idade da mulher. avermelhado com uma única camada de
Essas células de coloração células corresponde ao canal cervical em
azul e avermelhada grande parte é invisível e reside proximal ao
(coloração HE), com orifício cervical externo.
núcleo picnótico é o • ECTOCÉRVICE: parte externa do colo
normal da colpocitologia do útero
oncótica. O HPV não gosta desse núcleo A ectocérvice é a porção mais facilmente
picnótico. visível do colo uterino, recoberta por um
Os núcleos da NIC, ou seja, epitélio escamoso estratificado, consistindo
infectados pelo HPV, são de 15 a 20 camadas de células sendo que as
grandes e possuem rebordo camadas de células intermediárias do
citoplasma. epitélio escamoso contêm glicogênio.
Esses núcleos grandes são • JUNÇÃO ESCAMO COLUNAR (JEC): é a
chamados pelos patologistas junção dessas duas camadas.
de “núcleos sal com pimenta”. A localização da junção escamocolunar
Já é a célula atípica de uma NIC. com relação ao orifício cervical externo
varia dependendo da idade, estado
menstrual e outros fatores como gravidez e
uso de métodos ACO.
O HPV penetra no epitélio glandular ou Se estiver na fase menstrual, estrogênica,
escamoso, não penetra mais do que isso estará mais aberto.
(até 5 mm). Não invade mais do que isso, se
invadir, já é câncer.

• COLO DO ÚTERO:
É uma porção fibromuscular na parte inferior
do útero que mede de 3 a 4 cm de É a eversão do epitélio colunar sobre a
comprimento por 2,5 de diâmetro. ectocérvice, quando o colo uterino cresce
Portanto, um câncer de 2 cm é um câncer rapidamente e este aumenta sob a
influencia do estrogênio, depois da menarca
grande, pois já tomou conta de grande
e durante a gravidez.
parte do colo.
Útero infantil: corpo pequeno e colo grande
(porque está sob a ação dos hormônios
maternos).
Adolescência (ação dos hormônios
estrogênicos): o corpo cresce e o colo se
abre mais, existe uma descida do tecido que
estava dentro do canal para fora, fazendo
um ectrópio.
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD3

É a substituição fisiológica do epitélio colunar ✓ Infecção pelo HPV


evertido na ectocérvice por um epitélio ✓ Coitarca precoce
escamoso recém-formado de células ✓ Múltiplos parceiros
subcolunares de reserva, essa região é ✓ Parceiro sexual de risco
chamada de zona de transformação. ✓ IST: Chlamydia, vagina bacteriana, HIV →
Porque esse epitélio colunar não pode estar levam a um processo inflamatório que
presente na acidez da vagina, por isso sofre facilita a penetração do HPV
uma metaplasia, tornando-se um epitélio ✓ Tabagismo → ↓ imunidade
metaplásico. ✓ Baixo nível socio-econômico → ↓
Zona de transformação: imunidade
É importante porque é exatamente aqui que ✓ Imunidade (imunossupressão)
ocorre a manifestação da carcinogênese, ✓ Multiparidade (na prática não tem muita
porque são células jovens. relação, é mais pela promiscuidade
É nesse local que o HPV se instala. sexual)

É a única doença maligna que tem como NIC 1: displasia leve – lesão de baixo grau
prevenir, detectar e tratar antes de ser (LIBG)
invasiva. NIC 2: displasia moderada – lesão de alto
INCA – BRASIL: 6 mil mulheres morrem por grau (LIAG)
ano. Podem ser evitadas, desde detectadas NIC 3: displasia grave – lesão de alto grau
na fase pré-câncer. (LIAG)

Uma alteração no epitélio de cobertura,


escamoso ou glandular, sem invadir o
estroma.
A NIC é uma neoplasia intra-epitelial do colo
• HISTÓRIA NATURAL:
do útero, lesão pré-câncer. É uma alteração
10 – 15 anos.
• COMO PENETRA NO EPITÉLIO:
Um epitélio metaplásico, maduro, entra em
Por microtraumas do epitélio de cobertura.
contato com o HPV. Após isso, forma o NIC 1,
• TIPOS: existem 2 tipos
que fica na base, pega 1/3 do epitélio.
✓ Neoplasia escamosa (ectocérvice)
Conforme vai subindo, tem 90% de voltar,
✓ Neoplasia glandular
porque é uma menina jovem, tem uma
É o mais frequente em relação a todo trato
imunidade boa, então é uma infecção
genital inferior.
transitória.
A infecção pelo HPV é muito comum na
Ou pode evoluir para NIC 2, que já acomete
população sexualmente ativa.
2/3 no epitélio.
• LESÃO PRECURSORA:
Quando evolui para NIC 3 é muito difícil
É estabelecida pelo papiloma vírus humano
regredir, já está evoluindo para câncer.
HPV, de preferência na zona de
O câncer invasor é quando já rompeu
transformação normal.
membrana basal.
• EPIDEMIOLOGIA:
Por agressão, transformação atípica das
O controle e o tratamento podem evitar o
células.
câncer cervical, pois as evoluções são
lentas.
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD3

Dupla cadeia de DNA. É assintomático, descobre-se apenas pelos


Baixo risco: 6, 11, 42, 43, 44 (6 e 11 causam o testes diagnósticos, pelo Papanicolau.
condiloma)
Alto risco: 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56,
58, 59, 68 (16 câncer epidermoide, 18 câncer
glandular)
Metaplasia imatura + HPV → NIC → câncer
invasor

NIC CONDILOMA

• LATENTE:
Pegou o HPV, mas tem o colo normal, I – negativo para células neoplásicas
porque tem uma boa imunidade. Portanto, é II – negativo para células neoplásicas com
preciso fazer um exame específico para alterações inflamatórias
detectar se há o DNA do HPV, o que é feito III – suspeito para células neoplásicas
por captura híbrida II. IV – fortemente suspeito para células
Passa a escova no colo do útero e capta as neoplásicas
células. V – positivo para células neoplásicas
• SUBCLÍNICA (NIC OU CIN): Como era muito básico e antigo, não é mais
HPV invade células basais. utilizado, criaram o diagnóstico de Bethesda.
Coilocitose = condiloma.
HPV incorporados no genoma da célula
causam imortalização da célula → porque o
E6 e E7 do genoma viral degradam a I – ANORMALIDADE CÉLULAS EPITELIAIS:
proteína supressora de tumor p53 e pRb. 1.1 ASC-US ASCH
• CLÍNICA 1.2 NIC I, displasia leve, HPV
1.3 NIC II, NIC III, CA in situ
1.4 Carcinoma escamoso
II – CÉLULAS GLANDULARES:
✓ Colpocitologia oncótica → coleta do 2.1 Atípicas:
material • Endocervical
✓ Colposcopia → que vai indicar onde • Endometriais
realizar a biópsia • Glandulares
✓ Anátomo-patológico 2.2 Atípicas:
✓ Teste de DNA de HPV → captura hibrida II • células endometriais (a favor de
(inespecífico) neoplasia)
ESPECÍFICOS: • células glandulares (a favor da neoplasia)
✓ HPV por PCR genotipagem 16 e 18 2.3 Adenocarcinoma in situ
✓ Detecção de oncoproteinas E6/E7 2.4 Adenocarcinoma extra-uterino (não
✓ Biomarcadores p16 e Ki67 especificado)
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD3

1. Colpocitologia oncótica Aumento a incidência.


2. Colposcopia (vê a lesão e faz uma Diminuiu a média etária (35 anos).
biópsia dirigida pela colposcopia) Fatores de risco: todos do escamoso
3. Biópsia dirigida (múltiplos parceiros, coitarca precoce)
4. Conização Mais diabetes, obesidade → pode aumentar
a possibilidade
Diagnóstico: 95% na forma invasora.

Paciente de 24 anos, vai ao consultório para


o primeiro exame ginecológico de rotina.
Refere ter primeira relação sexual aos 15 2006: quadrivalente (HPV 6, 11, 16 e 18)
anos, sem preservativos, usa ACO de baixa 2009: bivalente (HPV 16 e 18)
dose, fuma 4 cigarros por dia. 2014 nos EUA: nonavalente (HPV 6, 11, 16, 18,
31, 33, 45, 52, 58)
O número de cigarros fumados por dia,
influencia no risco de prejuízo na imunidade.
Até 7 cigarros por dia, de acordo com os
estudos, não interfere tanto na imunidade do
colo do útero.
Conduta com essa paciente: especular,
olhar o colo, o conteúdo da vagina e realizar
o exame Papanicolau.

Se baseia em estudos que demostraram as


taxas de regressão, persistência e
progressão.
REGRESSÃO: as lesões NIC 1 regridem 90% em
1 ano (ou vai embora, ou fica latente).
NICS 2 e 3 são lesões pré-malignas.
ALTO GRAU: conização, laser, procedimentos
ablativos
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD3

câncer de ovário
chega nessa fase, o LH atua sobre ele, e ela
sob sua ruptura folicular. Após isso, forma o
✓ 8ª neoplasia entre as mulheres brasileiras corpo lúteo, que durante a gravidez, caso a
(1,8% dos casos de câncer na mulher) mulher engravide, forma o corpo lúteo
✓ 5ª causa de morte por câncer em países gravídico, responsável pela manutenção do
desenvolvidos endométrio.
✓ 1 em 78 mulheres nos EUA (1,3%) → menos Se houver uma assincronia entre o
frequente do que o câncer de mama, desenvolvimento folicular e o pico de LH, o
porém, é muito mais agressivo folículo não se rompe. Esse folículo aumenta
(considerado um assassino silencioso) seu tamanho e pode chegar a 6 cm.
✓ 4ª neoplasia entre as mamárias e Posteriormente, volta a regredir.
ginecológicas
✓ Mais mortes que todas as neoplasias
ginecológicas juntas
✓ Diagnóstico tardio (70% no EIII) Condições em que o aumento do volume
✓ Sobrevida global de 25% ovariano não se deve a neoplasias, mas são
situações que parecem neoplasias.
Pela localização intrapélvica, o câncer de ✓ Cisto folicular (3 a 8 cm)
ovário cresce de forma silenciosa, não ✓ Cisto lúteo (3 a 11 cm)
apresenta muitos sintomas. Por isso que é ✓ Cisto tecaluteínico (até 30 cm) →
considerado um “assassino silencioso”, é associado à mola hidatiforme (causas de
muito letal. sangramento na primeira metade da
gravidez). Aparece em pacientes
submetidas à indução da ovulação na
ginecologia (citrato de clomifeno ou
TUMOR: qualquer aumento localizado ou gonadotrofinas), essas drogas FSH e LH
local de um órgão ou estrutura. produzidas por genética molecular são
PELVIC MASS (massa pélvica): termo utilizado perigosas
muito nos EUA para designar tumor. ✓ Luteoma de gravidez (5 a 20 cm) →
natureza funcional, aparece durante a
Dos tumores pélvicos, 90% é de causa gravidez. Tem a característica de produzir
ginecológica, apenas 10% é por causa não androgênios, portanto, se o bebê for do
ginecológica → Regra de Alba sexo feminino, exposta ao ambiente
androgênico, apresentará genitália
Se essa massa pélvica é ginecológica, é de ambígua.
origem uterina ou anexial? ✓ Cistos de paraovário: são restos do ducto
mesonefro
Apesar da preocupação com a neoplasia ✓ Endometrioma → forma tumoral da
de ovário, os aumentos de volume ovariano endometriose. Consistência cística e
não é, na maioria das vezes, por câncer, os espessa
cistos funcionais de ovário são, a maior parte ✓ Hipertecose → condição rara, associada
das causas de tumor ovariano (aumento de a uma hiperplasia do estroma ovariana
volume). ✓ Abscesso tubo-ovariano → diante do
processo inflamatório na DIP
CISTOS FUNCIONAIS DE OVÁRIO: ✓ Ovário policístico → pode aumentar 2x o
Durante o ciclo menstrual tem o volume ovariano
desenvolvimento folicular, atingindo sua ✓ Edema maciço do ovário → dificuldade
maturidade no meio do ciclo. O folículo de retorno venoso, fica edematoso e
maduro tem em torno de 2 cm, e quando forma um cisto grande
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD3

✓ Pseudocisto peritoneal → não é caso ✓ 80 – 85% das massas anexiais são


cirúrgico, basta fazer diagnostico benignas:
diferencial com cistos verdadeiros Idade > 65 anos → mais de 1/3 dos casos de
câncer de ovário
Diante de uma massa pélvica: Idade < 45 anos (pré-menopausa) → 1/15
1ª pergunta: se é ginecológica ou não. casos de massa anexial é câncer
2ª pergunta: se é anexial ou uterina. Portanto, a idade interfere, se é uma
3ª pergunta: se é uma situação que se neoplasia benigna ou maligna
assemelha a uma neoplasia ou se é uma ✓ Paciente com parente de primeiro grau
neoplasia de fato. com câncer de ovário tem risco 3x maior
4ª pergunta: qual a causa? que a população geral:
BRCA 1 e 2, quando mutado, causa uma
síndrome câncer de mama e de ovário
(pacientes com câncer de mama têm risco
A neoplasia do ovário é uma neoplasia de câncer de ovário e vice-versa).
derivada de estruturas do ovário adulto ou Se o parente teve o câncer de mama na
de natureza embrionária com formas pré-menopausa, tem maior risco de o
diferentes de apresentação, tratamento e defeito ser genético. Em geral, são pacientes
prognóstico. jovens (35 – 40 anos de idade) que tem o
câncer de mama com essa história na
O ovário adulto possui um epitélio de família.
revestimento (epitélio germinativo), na parte
cortical do ovário existem os oócitos, as
células germinativas, e ao redor dessas
células, há células da granulosa e da teca,
✓ Características da massa anexial tumores
que formam o folículo.
benignos: massas unilaterais, císticas,
• TIPOS:
móveis e lisas
Tumores epiteliais do ovário: derivado do
✓ Tumores malignos:
epitélio de revestimento
Massas bilaterais (risco 2,6x), sólidas, massas
Tumores germinativos: derivado dos oócitos
fixas, contornos irregulares, associado à
Tumores dos cordões sexuais e do estroma:
ascite, nódulos em fundo de saco,
derivado da granulosa e da teca
crescimento rápido.
Tumores metastáticos
O diagnóstico definitivo é sempre pelo
Alguns tumores podem ser produtores de
anátomo-patológico.
hormônios androgênicos, tumor de células
de Sertolli-Leydig, mas normalmente, no
ovário adulto, não se encontra essas células,
portanto, também podem dar origem a
✓ Cisto simples > 7 cm sem regressão após 6
tumores de estruturas de natureza
– 7 semanas (com ou sem contraceptivo
embrionária.
oral)
✓ Lesão ovariana sólida
Tumores de ovário são muito variados, por
✓ Lesão cística com vegetação ou
isso que variam muito no prognóstico e no
tumoração em parede (componente
tratamento.
cístico + sólido)
✓ Ascite
✓ Massa anexial palpável ou sintomática
✓ Suspeita de torção ou ruptura
✓ 70 – 75% dos casos de câncer de ovário
tem diagnóstico tardio.
Quando suspeita de uma lesão, em uma
✓ 6 – 7% mulheres são portadoras de
paciente com mais de 50 anos e a
massas anexiais assintomáticas.
ANA PAULA – XXII
13
GINECOLOGIA – ATD3

possibilidade de malignidade é grande, mas


não se faz biópsia com agulha, porque
poderia romper o tumor e disseminar a Derivados do epitélio celômico.
doença dentro da cavidade, vai fazer uma Benignos 65% (adenoma)
abordagem direta, por laparotomia ou Malignos 85% (adenocarcinoma)
laparoscopia. Forma cística: cistoadenoma ou cistoadeno-
carcinoma
• SUBTIPOS:
✓ Seroso (75 a 80%)
✓ Ruptura ✓ Mucinoso (10%)
✓ Torção ✓ Endometrioide (10%)
✓ Hemorragia ✓ Mesonefroide (células claras)
✓ Infecção ✓ Brenner (urótelio/célula de transição)
✓ Indiferenciado
✓ Carcinossarcoma e tumor mesodérmico
misto
o Epiteliais (90%)
o Estroma gonadal e cordões sexuais (5 a
8%)
o Células lipídicas
o Gonadoblastomas
o Germinativos (2 a 5%)
o Partes moles não específicos
o Não classificados
o Metastáticos
o Condições tumor-like No ovário, os tumores epiteliais podem estar
entre a malignidade e a benignidade, são os
chamados tumores de Borderline.
TUMORES DE BORDERLINE:
10 a 15%
40 a 50 anos
Faixa etária reprodutiva
Características biológicas e histológicas
Geralmente assintomáticos.
intermediarias
Regressão espontânea é a regra em 4 a 6
Diagnóstico difícil na congelação (difícil
semanas.
• CISTOS FOLICULARES: definir o comportamento no intra-operatório)
Originados de folículos ovarianos que não se A conduta é diferente, pode tirar apenas
romperam durante o ciclo menstrual. a tuba e o ovário (salpingooforectomia).
Podem ser bilaterais e múltiplos.
Raramente são maiores que 7 cm.
• CISTOS DO CORPO LUTEO:
Geralmente unilaterais (porque o corpo lúteo MESÊNQUIMA ATIVO
não é bilateral).
• TUMORES DA TECA-GRANULOSA:
Podem romper ocasionalmente levar ao
• Tecoma-fibroma
quadro de hemoperitôneo.
• CISTOS TECA –LUTEINICOS: • Tumor da granulosa (70%)
Menos comuns → relacionadas com as • TUMORES DE SERTOLI-LEYDIG:
gonadotrofinas. • Tumor de Sertoli
Geralmente bilaterais, múltiplos. • Arrenoblastoma
Podem atingir grandes proporções. • GINANDROBLASTOMA
Regressão espontânea. • TUMOR DE CÉLULAS LIPÍDICA
Relacionado com doença trofoblásticae
gravidez.
ANA PAULA – XXII
14
GINECOLOGIA – ATD3

MESÊNQUIMA INATIVO ✓ Há relação com nuliparidade → quanto


• Fibroma (tem ascite), hemangioma, maior o número de ovulações, maior o
leiomioma, lipoma risco de câncer de ovário (por isso que o
• Linfoma uso de ACO diminui o risco de câncer de
ovário).
• Sarcoma
✓ Uso de contraceptivos orais: fator protetor
estabelecido.
5 anos de uso reduz risco em nulíparas: risco
semelhante a mulheres com paridade e sem
uso de contraceptivo.
10 anos de uso em pacientes com história
familiar: risco menor que mulheres sem
história familiar e sem uso de contraceptivo.
✓ Gravidez e maior paridade reduz o risco.
Risco da nulípara 2,45 vezes maior.
✓ Relação com infertilidade: uso de
indutores da ovulação como citrato de
Tumor da granulosa pode causar puberdade clomifeno não têm correlação pelos
precoce. dados atuais.

• TERATOMA: É a maior causa de aumento de volume


• Teratoma maduro ovariano.
• Teratoma imaturo • CISTOS SIMPLES:
• Especializado: Malignos em 0,3 a 6% dos casos
Struma ovarii → produz hormônio da tireoide (possibilidade de malignidade é pequena).
e causa hipertireoidismo Sempre pensar nas possibilidades:
Tumor carcinóide → por liberação de ✓ Cisto folicular
substancias como bradicinina, histamina, ✓ Endometrioma de ovário
causam quadros de broncoespasmo ✓ Cisto de paraovário
Tumor neuroectodérmico ✓ Neoplasia epitelial benigna e maligna
• DIGERMINOMA (30 a 40%) (maligna é bem raro)
• CARCINOMA EMBRIONÁRIO O primeiro indicativo do risco é a idade, e o
• TUMOR DO SEIO ENDODÉRMICO segundo é o achado ao US.
• CORIOCARCINOMA • CISTO COMPLEXO:
• GONADOBLASTOMA ✓ Cisto hemorrágico
• POLIEMBRIOMA ✓ Endometrioma
✓ Complexos tubovarianos
✓ Teratomas
✓ Neoplasias malignas
• Trato gastrointestinal (Krukemberg) • CISTO SÓLIDO:
• Mama ✓ Neoplasia epitelial benigno (tumor de
• Endométrio Brenner)
• Linfoma ✓ Neoplasia estromal benigna (Fibroma)
✓ Neoplasia maligna: Germinativos,
Estromais, Metastáticos

✓ Em 80 % dos casos ocorre em pacientes


na pós-menopausa. A incidência é
crescente com a idade → idade é um
fator essencial para diferenciar
malignidade e benignidade
ANA PAULA – XXII
15
GINECOLOGIA – ATD3

✓ SUA → por exemplo, uma puberdade


precoce ou tumor pós-menopausa
✓ Idade 60 anos → aumento com a idade ✓ Virilização
✓ Raça branca ✓ Puberdade precoce
✓ Estado menopausal ✓ Polaciuria → quando tem compressão da
✓ Fatores genéticos → BRCA1 e 2 (Síndrome bexiga
do Câncer de mama/câncer de ovário), ✓ Edema de membros inferiores → quando
câncer de mama/endométrio/cólon tem compressão de linfonodos
(Síndrome de Lynch), Peutz-Jeghers ✓ Quadro obstrutivo → a pessoa começa a
✓ Ambientais → exposição a elementos apresentar vômitos fecaloides e não
químicos (asbestos/silicatos), uso de evacuar
talco, laqueadura/histerectomia, ✓ Manifestações paraneoplásicas
radioterapia (hipercalcemia, trmboflebite arterial e
A origem do câncer epitelial de ovário, em venosa, degeneração cerebelar)
alguns casos, pode ser secundária a um DOR + AUMENTO DO VOLUME ABDOMINAL →
tumor da tuba uterina. Portanto, se fizer uma são as queixas mais comuns.
salpingectomia, protege essas mulheres POR QUE ACONTECE A ASCITE?
contra câncer de ovário. Quanto um tumor acomete o ovário, invade
✓ Reprodutivos → nuliparidade/infertilidade a capsula ovariana, forma papilas na
(quem ovula mais, tem mais chance de superfície ovariana. Essas papilas podem se
ter câncer de ovário – Teoria de Fatala), implantar no peritônio, e causam a ascite.
amamentação

✓ Idade (extremos reprodutivos → infância


✓ Sintomas vagos e mal definido nos e pós-menopausa)
estádios iniciais ✓ Dor insidiosa
✓ Dor, distensão abdominal, saciedade ✓ Crescimento rápido
precoce e/ou urgência ou polaciuria ✓ Consistência do tumor (sólio)
(parece um quadro do TGI) ✓ Bilateralidade
✓ A maioria das mulheres em estádio tardio ✓ Aderência
✓ Massa anexial complexa ao USG ✓ Ascite
✓ 40 a 65 anos (50 anos) ✓ Edema vulvar dos membros inferiores
✓ Causa hereditária diagnóstico mais
precoce (10 anos)
✓ Tumores não epiteliais são mais comuns
em meninas e jovens → na maioria das • Hemograma (trombocitose → presença
vezes são tumores germinativos de plaquetas)
• Hiponatremia
• USG
• Doppler colorido → para ver a
✓ Assassino silencioso impedância dos vasos, se tem baixa ou
✓ Aumento do volume abdominal alta resistência (tumores malignos
✓ Tumor/ascite possuem baixa resistência)
✓ Síndrome de Meigs → tumor de ovário, • Marcadores tumorais → CA125, CEA, CA
associado à ascite e hidrotórax 19.9, HE4 (todos para tumor epitelial)
✓ Síndromes gastrointestinais (dispepsia, • alfa feto proteína e βHCG → para tumor
distensão abdominal, constipação) germinativo
✓ Dor pélvica • TC/RNM
✓ Anorexia • Raio-X de tórax
✓ Fadiga • Colonoscopia
ANA PAULA – XXII
16
GINECOLOGIA – ATD3

Sempre que o CA125 estiver muito alterado,


acima de 200 U/ml, por exemplo, pensar em
Associa USG, marcadores tumorais, estado malignidade.
menopausal para criar um escore. Idade < 50 anos: CA-125 associado com
tumores malignos < 25% casos.
RMI = U X M X CA125 Idade > 50 anos: CA-125 associado com
U = ultrassom tumores malignos 80% casos.
1 ponto cada → cisto multilocular, áreas CA-125 > 300 u/ml: associado a câncer
solidas, presença de metástase, presença de mesmo em pacientes jovens
ascite, lesão bilateral CA-125 = elevado de acordo com o estádio
M = menopausa clínico do carcinoma ovariano (tumores
1 = pré-menopausa 3 = pós menopausa epiteliais). EC I = 50 % / EC II = 90 % / EC III =
CA125: 92 % / EC IV = 94 %.
O normal é até 35 U/mL

RMI > 200 → sugere malignidade


RMI < 200 → sugere benignidade • CISTOS SIMPLES:
Associar idade, tamanho e características
ultrassonográficas para analisar o risco de
malignidade.
Se houver duvidas, solicitar CA125.

Mesmo na menopausa, se for um cisto


menor do que 4 cm, não precisa operar.
• CARACTERÍSTICAS
ULTRASSONOGRÁFICAS:
✓ Quanto maior o tamanho, maior risco de
malignidade
✓ Multilocularidade
O primeiro exame a ser feito é o US e CA125. ✓ Irregularidade e espessamento da
Mas acaba sempre fazendo uma RNM. parede
✓ Partes solidas
✓ Excrecências papilares
✓ Septos grosseiros
✓ Ecogenicidade
Também pode estar alterado em outras
✓ Bilateralidade
doenças.
✓ Ascite
✓ Endometriose → geralmente na
✓ Metástases abdominais
endometriose, o CA125 não é muito
• DOPPLER:
alto. Se estiver muito alto, indica
Mede a velocidade do sangue no vaso
endometrioma
sanguíneo.
✓ Adenomiose
✓ Leiomioma do útero
A completa diferenciação entre massa
✓ Doença inflamatória pélvica
benigna ou maligna não pode ser obtida
✓ Gravidez
somente pela imagem ultra-sonográfica.
✓ Neoplasias das tubas, endométrio e
endocérvix
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD3

✓ Citoredução primária
✓ Second look (Cirurgia de revisão)
✓ Cirurgia de intervalo
✓ Citoredução secundária

Cirurgia conservadora: paciente jovem em


estádio Ia

✓ Feita quando há síndromes genéticas


✓ HTA em HNPCC (quando a mulher tem
esse diagnóstico, precisa retirar o ovário)
✓ Disgenesias gonádicas
✓ Tumores do cólon
< 2 cm
✓ Radioterapia
✓ Histerectomia → vai retirar o útero por
uma doença benigna, como um mioma,
deve-se retirar as tubas profilaticamente
também, por causa da teoria que fala
que o câncer de ovário é originado das
fimbrias.
Quando é uma paciente jovem, deixa o
✓ Conservador estádio Ia ovário. Quando já tem alguns anos de
✓ Cirurgia de estadiamento com menopausa, pode-se retirar os ovários,
citohistoredução mesmo normais. Porque esse ovário não é
✓ Quimioterapia mais funcionante, não produz mais
• CIRURGIA DE ESTADIAMENTO: hormônios, e o risco de desenvolver câncer
• Citologiaperitoneal de ovário é grande.
• HTA com salpingectomia bilateral
• Omentectomia
• Biópsias múltiplas peritoneais
• Linfadenectomia pélvica e paraaórtica
• Apendicectomia
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD3

câncer de colo
INCA (2020):
o HPV oncogênico de alto risco (16, 18, 31,
33) – existem mais de 100 subtipos de
HPV, e mais de 70 podem acometer o
trato genital
A vacina protege contra o 16 e 18 que são
os oncogênicos. E contra o 6 e o 11, que
causam o condiloma.
O ideal são 3 doses. No Brasil, o Ministério da
Saúde fornece 2 doses.
O câncer de colo do útero é o terceiro mais Quando o organismo entra em contato com
incidente, tirando o câncer de pele não o vírus, consegue produzir anticorpos, e na
melanoma. maioria das vezes, consegue promover o
Retira-se o câncer de pele não melanoma “clareamento” e negativar para a infecção.
porque é sempre o primeiro da lista o O HPV de baixo risco está ligado aos
disparado. condilomas
O câncer de colo do útero acomete o Encontrado em 99,5% dos carcinomas
mulheres mais jovens, comparado ao câncer invasores
de mama. o É adquirido em idade jovem, declinando
com os anos → pela história natural,
cerca de 90% das mulheres que entram
em contato com o HPV, acabam
✓ HPV de alto risco (16, 18, 31, 33) → o HPV negativando após 2 anos. As mulheres
é sempre o primeiro fator. E quando com mais idade, são as que apresentam
associado aos outros fatores abaixo, maior risco.
aumenta ainda mais o risco. o A infecção pelo HPV oncogênico e sua
✓ Tabagismo persistência são fatores para
✓ Atividade sexual e paridade precoces desenvolvimento de lesões de alto grau e
(<20 anos) → coitarca precoce, maior
câncer invasor
tempo te exposição ao DNA do HPV
o História natural: 70% das infecções pelo
✓ Multiparidade → relacionado com o
HPV resolvem-se espontaneamente em 1
número de parceiros sexuais e
promiscuidade ano e 90% em 2 anos. Cerca de 10% das
✓ Múltiplos parceiros infecções persistem após 2 anos.
✓ DST (chlamydia) → tanto a Chlamydia
quanto o Herpes podem aumentar o
risco, mas não tem relação com a
oncogênese. Muitas vezes, outras DSTs
vêm associadas ao HPV, por causa da
promiscuidade.
✓ ACHO → relacionado ao baixo uso de
preservativos. Muitas mulheres têm medo
de engravidar, mas não têm a mesma
preocupação com DSTs, por isso que as
DSTs estão aumentando muito em todas
as idades.
✓ HIV → baixa na resistência
Pelo Ministério da saúde, a primeira citologia
é feita aos 25 anos, faz por 2 anos. Se as duas
vierem negativas, faz de 2 em 2 anos.
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD3

• LESÕES DE BAIXO GRAU (LSIL):


É um pouco mais atípico do que a ASC-US.
É menos grave do que o ASC-H.
Repetir a citologia em 6 meses. Se não tiver
25 anos, aguardar para repetir o exame.
Engloba o NIC 1.
• LESÃO DE ALTO GRAU (HSIL):
Essa é considerada a lesão precursora para
o câncer de colo do útero.
A partir desse momento, não existe mais a
1 – Epitélio pavimentoso estratificado
possibilidade de ocorrer o fenômeno do
2 - Junção escamocolunar (onde inicia a
clareamento, não tem mais como ter
infecção pelo HPV)
regressão espontânea.
3 – Epitélio glandular
Encaminha para colposcopia.
Engloba o NIC 2 e 3.

Na pesquisa para células atípicas, a


classificação de Papanicolau não é mais
utilizada como conduta. Hoje, se utiliza a
As alterações suspeitas são:
classificação de Bethesda.
• Epitélio branco
Possibilidades de resultado: normal,
• Leucoplasia
inflamatório ou atípico.
• Mosaico
A tabela mostra a classificação das atipias.
• Pontilhados
A conduta mostrada na tabela é de acordo
• Vasos atípicos
com o Ministério da Saúde, que é o que cai
As alterações mais grosseiras, são as mais
nas provas. No consultório é feito
importantes. Realizar a biopsia onde a lesão é
anualmente.
mais suspeita.
• LESÕES ESCAMOSAS:
ASC-US → repete a citologia de acordo com
a idade
ASC- H → encaminha direto para a
colposcopia ✓ Assintomático nas lesões de alto grau e
estádios iniciais → se tem sintoma não é
• LESÕES GLANDULARES: sempre
referente à lesão. Só manifesta sintomas
encaminhar para colposcopia
nos estágios mais avançados
Encaminhar para avaliar endométrio e ✓ Sangramento vaginal anormal →
endocérvice. sinusiorragia (sangramento pós relação
sexual), metrorragia (sangramentos fora
do ciclo – spottings)
ANA PAULA – XXII
20
GINECOLOGIA – ATD3

Sempre que estiver diante de uma ➢ RNM pélvica e abdominal → abordar os


sinusiorragia, descartar câncer de colo. linfonodos pélvicos (para verificar se há
✓ Nos estádios mais avançados há saída comprometimento)
de secreção sanguinolenta fétida ➢ Urografia excretora
(corrimento “água de carne”) → água ➢ Cistoscopia e retossigmoidoscopia→
sanguinolenta é a secreção típica no
suspeita de acometimento de trato
câncer de colo em estágio mais
urinário e reto
avançado
➢ RX tórax → muito raro, mas para
✓ Infecção secundária por anaeróbios
✓ Propaga-se para vagina e paramétrios → pesquisar pulmão (metástase à distância)
propagação local.
✓ Dor lombar (obstrução do ureter) →
quando invade o paramétrio, pode
obstruir o ureter, causar hidronefrose e
causar dor lombar.
As duas maiores causas pela morte de
câncer de colo de útero é a uremia
(insuficiência renal pós-renal) ou por Concordância
sangramento. Discordância – avaliar conização
✓ Linfedema (disseminação linfática) → os A colpocitologia tem que estar em
carcinomas têm disseminação linfática, concordância com a colposcopia, que
podendo evoluir para edema deve estar em concordância com o
✓ Fístulas retais e urinárias → câncer pode anátomo-patológico.
invadir a vagina até perfurar o reto, pode Se os 3 não estiverem em concordância, é
perder fezes pela vagina. Pode até preciso fazer uma conização, a mais
mesmo perfurar a bexiga. São quadros utilizada atualmente é a cirurgia de alta
muito graves. frequência.
A conização é tanto um tratamento (se for
uma lesão restrita), quanto um
estadiamento.
✓ Anamnese → perguntar se tem
sangramento durante a relação
menstrual (sinusiorragia).
✓ Colpocitologia oncótica, colposcopia e • Epidermoide – 85 a 90%
biópsia dirigida • Adenocarcinoma
Quando a colpocitologia estiver alterada, • Sarcomas/outros (raros)
encaminhar para a colposcopia para
realizar uma biópsia dirigida.
✓ Toque vaginal – colo endurecido (“em
barril”) É importante conhecer o estadiamento,
✓ Toque retal – avaliar paramétrios porque é de acordo com o estádio que se
✓ Estadiamento clínico (exames físicos e escolhe o melhor tratamento.
subsidiários)
O estadiamento é basicamente clínico, I – RESTRITO AO COLO:
utilizando-se alguns exames complementares IA – Invasivo até 5 mm profundidade (lesões
para auxiliar. microscópicas)
• FIGO: • IA1 – Invasão até 3 mm
➢ Colposcopia – curetagem endocervical • IA2 – Invasão entre 3 a 5 mm
➢ US pélvica (pelo custo-benefício, sempre IB – Lesão invasiva maior que 5 mm
é feito) • IB1 – Lesão até 2 cm
➢ US abdominal → para verificar vias • IB2 – Lesão de 2 a 4 cm
IB3 – Lesão maior de 4 cm
urinárias

ANA PAULA – XXII
21
GINECOLOGIA – ATD3

IA1 - Quando é microscópico e tem uma


invasão superficial (até 3mm), são chamados
de microinvasores, não precisam fazer o
esvaziamento pélvico. Basta fazer uma
conização.
IA2 – Já precisa abordar os linfonodos
pélvicos, mesmo que vá fazer uma cirurgia
conservadora. Cirurgias maiores, conforme o
maior comprometimento.

II – INVASÃO DE VAGINA E/OU


PARAMÉTRIOS
IIA – Invasão do terço proximal da vagina
• IIA1 – Até 4 cm
• IIA2 – Maior de 4 cm
IIB – Invasão de paramétrio sem atingir
parede pélvica
A vantagem é que não clampeia a artéria
A cirurgia só é indicada até IIA1. A partir cervical, portanto, pode repetir várias vezes
desse momento, essas pacientes não podem esse procedimento.
mais ser submetidas à cirurgia, porque não • Conização clássica - diagnóstica/
existe mais benefícios. terapêutica
A partir do IIB, as pacientes são indicadas Como clampeia a artéria cervical, não pode
diretamente para radio e quimioterapia. mais repetir uma conização clássica.
• Traquelectomia radical com
III – INVASÃO ATÉ TERÇO INFERIOR DA linfadenectomia:
VAGINA OU PAREDE PÉLVICA Se fez a conização é tem um câncer invasor
IIIA – Até terço inferior da vagina ainda restrito ao colo do útero, mas ainda
IIIB – Até parede pélvica ou hidronefrose quer ter filhos, faz a traquelectomia.
IIIC – Envolvimento de linfonodos Na traquelectomia retira-se o colo do útero,
• IIIC1 – Linfonodos pélvicos retira os paramétrios e o terço superior da
comprometidos vagina.
• IIIC2 – Linfonodos para aórticos Só para o caso de pacientes jovens que
comprometidos querem ter filhos, são cirurgias de extrema
dificuldade técnica.
IV – METÁTASES 50% das mulheres que foram submetidas à
IVA – Bexiga ou reto (metástases regionais) essa cirurgia, apresentam parto prematuros
IVB – Metástases à distância posteriormente.
São cirurgias de muita morbidade, pouco
descrita.

✓ Tratamento cirúrgico conservador


✓ Tratamento cirúrgico radical
✓ Radioterapia
✓ Quimioterapia

• Conização por cirurgia de alta frequência


(CAF) - diagnóstica/ terapêutica • Histerectomia total abdominal:
Conização: retirada da junção Se a paciente já tem prole constituída.
escamocolunar.
Pela conização que a paciente é estadiada.
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD3

• Histerectomia radical (Wertheim-Meigs):


Retirada de todo o útero, do paramétrio,
ligamentos útero-sacros e terço superior da • DOIS TIPOS: externa (feita por fora) e
vagina. Além dos linfonodos pélvicos. braquiterapia (local)
• Histerectomia radical modificada
• A partir do estádio IIB ou tumores grandes
• Remoção parcial dos ligamentos e
(maiores do que 4 cm) → já são
seletiva dos linfonodos:
Quando quer melhorar a qualidade de vida encaminhadas diretamente para
da paciente. Em casos muito avançados de radioterapia, não fazem cirurgia
câncer de colo (que não tem mais como • Linfonodos comprometidos
tratar, apenas melhorar a qualidade de • Invasão de paramétrios
vida).
• Exenteração pélvica (anterior, posterior
ou total)

BRAQUITERAPIA

• Cisplatina
• Tumor localmente avançado

Peculiaridade da quimioterapia para câncer


de colo de útero, diferentemente das outras:
São os tipos de histerectomia. no câncer de colo de útero, tem uma ação
A Piver III é de Wertheim-Meigs, que é a de sensibilizar as células à radioterapia. Ou
cirurgia clássica para o câncer de colo de seja, deixa o tumor mais sensível à ação da
útero. radioterapia, portanto, a quimio e a
Retira o útero, as trompas, disseca o radioterapia são feitas concomitantemente.
paramétrio, disseca a vagina até seu terço
medial, disseca o ligamento útero-sacro, faz
também o esvaziamento dos linfonodos
pélvicos. Estádio I = 85 a 90%
Estádio II = 58 a 85%
Estádio III = 36 a 45%
(Wertheim-Weigs): Estádio IV = 2,5 a 14%
PIVER III Mulher que está com câncer de colo de
útero avançado indica que foi negligência
por parte da própria paciente ou por conta
de má assistência médica (exames mal
colhidos).
A coleta do exame deve ser adequada
para que o tumor não passe despercebida.
As lesões de alto grau e a ASC-H devem ir
diretamente para colposcopia.
Lesões iniciais podem ser 100% curadas.
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD3

Sempre realizar a citologia, mesmo em


gestantes!
✓ A gestação não altera a evolução
✓ Estádios avançadas até a 20ª semana
sem tratar como não gestante
✓ Biópsias são indicadas em suspeita de
invasão
✓ Após 20ª semana sem aguardar termo e Toque vaginal: colo endurecido, útero de
cirurgia de Wertheim na cesárea tamanho normal
Quando faz um diagnóstico de câncer já
invasor, em paciente com mais de 20 Toque retal: paramétrios livres
semanas, a conduta é feita como se ela não
estivesse gestante. Ou seja, faz radioterapia, Paciente com sinusiorragia e corrimento
e se for preciso, induz um abortamento. muito fétido → grande suspeita de câncer
Se colhe uma citologia no início da gravidez, de colo.
precisa biopsiar se for suspeito de invasão. Só pela história já tem vários fatores de risco:
Se a lesões forem superficiais, pode-se multiparidade, múltiplos parceiros, coitarca
esperar o fim da gravidez para biopsiar. precoce, DST prévia, última colopocitologia
Se for diagnosticado após as 20 semanas de há 10 anos.
gestação (meio da gravidez), aguardar até Diante de uma suspeita de câncer de colo
o mais próximo do termo possível (acaba já se pode fazer um toque retal.
induzindo o termo, e antecipando o parto).
O colo está com lesões esbranquiçadas e
vegetantes (crescendo para fora). São
lesões mais típicas de carcinoma.
Paciente de 37 anos procurou ambulatório
de ginecologia com queixa de corrimento 1. Qual a provável hipótese diagnóstica?
Com característica de “água de carne” há 2 Câncer de colo de útero.
meses com piora do odor há 1 semana e
sinusiorragia. 2. Quais os fatores de risco para sua
hipótese?
Antecedentes ginecológicos: Promiscuidade, coitarca precoce,
Menarca aos 13 anos, início de atividade multiparidade, partos normais (o colo fica
sexual aos 15 anos, VIG VPN IA, refere vários mais exposto).
parceiros.
Última colpocitologia oncótica há 10 anos 3. Quais os exames necessários para
durante pré natal. confirmar esse diagnóstico?
MAC: laqueadura no último parto Colpocitologia oncótica, toque vaginal,
Tratou sífilis aos 20 anos toque retal, colposcopia e biópsia dirigida.

Ao exame: RESULTADOS DOS EXAMES:


BEG, hidratada, decorada +/4+, afebril 1. Colpocitologia oncótica: carcinoma
PA120 x 80 mmHg, P 92 bpm, ausculta epidermóide invasor
pulmonar e cardíaca sem alterações. 2. Colposcopia: lesão vegetante, 2 cm em
lábio posterior, áreas de epitélio branco
Especular: lesão vegetante em lábio denso e vasos atípicos em lábio anterior,
posterior medindo 2 cm, conteúdo vaginal vagina sem lesões
purulento. 3. Biópsia: carcinoma epidermóide invasor.
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD3

Paramétrio e vagina livres → estádio I.


Se a lesão é muito pequena, não se sabe o
quanto está invadindo, é feita a conização,
para ver o quanto está invadindo a
membrana basal, quanto para o
tratamento.
Nesse caso, a lesão é macroscópica,
portanto, não precisa fazer conização para
estadiar.
Como não tem metástases, não tem invasão
de paramétrio, não tem invasão de vagina,
não pode ser II, III e IV.
A lesão também não é microscópica (IA),
portanto, é estádio IB.
No caso é estádio IB1, lesões invasivas de até
2 cm.

TRATAMENTO
Cirúrgico.
No estádio inicial é só conização.
Posteriormente, até o estádio IIA, o
tratamento é cirúrgico.
O tratamento clássico é a cirurgia Wertheim-
Weigs com linfadenectomia pélvica.
A radioterapia e quimioterapia depende do
resultado.
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD3

câncer de mama
o Doença heterogênea 75 a 80% não apresentam história familiar de
o Quando local, é passível de cura câncer de mama
o Doença metastática incurável 10% são considerados hereditários
o Tratamento local e sistêmico 10 a 15% câncer familial
Com exceção do câncer de pele não ✓ Sexo feminino
melanoma, o câncer de mama é o mais ✓ Idade → quanto mais idade, maior a
comum nas mulheres. chance
✓ Histórico reprodutivo → nulíparas ou
primeira gestação tardiamente (após os
30 anos)
✓ Antecedentes familiares e genéticos
✓ Uso de terapia hormonal na pós
menopausa → deve ser feita apenas em
pacientes sintomáticas, desde que não
tenha contraindicação (no menor tempo
possível, como durante uns 5 anos)

Por isso que é fundamental rastrear câncer


de mama nas mulheres, a fim de se obter um Baixo risco (RR 1,5)
diagnóstico precoce. Risco moderado (RR 1,6 a 2,5)
Alto risco (RR > 2,5)
• ALTO RISCO:
✓ Câncer de ovário parente de 1º grau
✓ Câncer de mama em um parente de 1º
grau < 50 anos
✓ Câncer de mama dois parentes de 1º
grau > 50 anos
✓ Câncer de mama bilateral
Dos canceres ginecológicos, o de mama é ✓ Câncer de mama masculino
mais comum, seguido pelo câncer de colo ✓ Câncer de mama ou ovário
do útero. ✓ Mutação genética conhecida
A pirâmide etária do Brasil está alterando,
apresentando maior idosos, por isso que se
está tendo maior prevalência de algumas
doenças, como doenças cardiovasculares,
osteoporose, câncer de mama.
A mamografia é útil para a prevenção
secundária de câncer de mama.
• PREVENÇÃO PRIMÁRIA: por exemplo,
não fumar para prevenir câncer de
pulmão (evitar fatores de risco).
• PREVENÇÃO SECUNDÁRIA: é o
diagnóstico precoce.
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GINECOLOGIA – ATD3

• OOFORECTOMIA BILATERAL:
Reduz risco de câncer de mama 50%
Reduz risco de câncer de ovário
(praticamente 100%)
✓ GAIL Menopausa precoce
✓ CLAUS • QUIMIOPREVENÇÃO:
✓ BRCAPRO Uso de tamoxifeno por 5 anos.
✓ Tyrer-Cuzick Diminui 43% a incidência.
São modelos que calculam o risco de o Diminui câncer contralateral.
paciente ter câncer de mama nos próximos
5 anos, em relação à população geral.
Serve para que faça intervenções, como
propor uma mastectomia para redução do Pode ser analisado por meio da anamnese
risco. ou por meio do modelo matemático Tyrer-
• INTERVENÇÕES: Cuzick.
• Mastectomia redutora de risco • BAIXOR ISCO:
• Quimioprevenção (tamoxifeno) • Rastreamento aos 40 anos.
• Ooforectomia • RISCO MODERADO:
• Testes genéticos • Rastreamento aos 35 anos
• NCC: • Avaliar risco-benefício
Ferramenta de recomendações e • RNM de mamas
alternativas para cada estágio do câncer de • Quimioprevenção
mama. • ALTO RISCO:
• MMG e RNM aos 25 – 30 anos
• Geneticista
• Explicar medidas de redução de risco
O BRCA1 está mais relacionado ao câncer • Quimioprevenção
de ovário do que o 2. • Cirurgia

Diferentes instituições preconizam diferentes


métodos de rastreamento mamográfico
(diferentes frequências).

5 a 10% das neoplasias de mama.


A síndrome hereditária mais comum é HBOC:
BRCA1 (55%) e BRCA2 (47%).
• CIRURGIA:
Antes de um diagnóstico → profilática
Após o diagnóstico → terapêutica
• MASTECTOMIA BILATERAL PROFILÁTICA: Mamografia de rastreio reduz a mortalidade
Pode reduzir o risco em até 90% da população geral.
Modifica a auto imagem → nem sempre o US é um exame complementar da
resultado estético é adequado mamografia, não serve para rastreamento.
Função sexual pode ser interferida No caso da RNM, pode ser solicitada em
• MASTECTOMIA COM RECONSTRUÇÃO alguns casos específicos.
• MASTECTOMIA SUBCUTÂNEA:
Adenomastectomia
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GINECOLOGIA – ATD3

• RECOMENDAÇÕES PARA RNM:


• Portadoras de mutação do BRCA
• Parente de 1º grau com mutação
• Risco de desenvolver câncer maior que
20%
• RECOMENDAÇÃO CONTRA DE RNM:
• Risco de desenvolver câncer entre 15 a
20%
• Neoplasia lobular in situ
• Hiperplasia lobular atípica
• Hiperplasia ductal atípica
• Mamas densas
• História pregressa de câncer de mama

Tumor até 2 cm → T1
Tumor 2- 5 cm → T2
Para que serve estadiamento do tumor? Tumor com mais de 5 cm → T3
Serve para definir a conduta e possível N0 → axila negativa
tratamento. N2 → bloco linfonodal na axila
N3 → comprometimento linfonodo supra-
clavicular
M → metástase

Esse estadiamento determina o prognóstico.

O prognóstico não depende só do


Doença de Paget: é uma forma de estadiamento, dependem também de
carcinoma in situ (da aureola) fatores biológicos.
Marcadores biomoleculares também
determinam no prognostico da paciente.
Por exemplo, pacientes diferentes no mesmo
estádio, podem ter prognóstico diferente,
isso por causa dos fatores biológicos.
• IMUNOISTOQUÍMICA:
• Expressão de HER2 → é um fator de
crescimento
• Receptores para estrógeno e
progesterona → se tiver receptor de
estrógeno e de progesterona é mais
parecida com a célula normal (mais
diferenciado, melhor) – é preciso saber se
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD3

tem receptores e em qual proporção


esses receptores estão presentes
• Ki-67 → indica qual o percentual de • PAAF
células que estão em mitose • Biópsias percutâneas com agulha grossa:
• SUBTIPOS TUMORAIS: ✓ Core biopsy
✓ Luminal A ✓ Biopsia a vácuo – mamotomia
✓ Luminal B • Biopsias incisionais
✓ HER 2 positivos • Biopsias excisionais: lesões não palpáveis
✓ Triplos negativos (não tem receptor de
estrógeno, progesterona, e não tem
expressão do HER2) → não tumores de
evolução muito desfavorável

RE: receptor de estrógeno


PR: receptor de progesterona
Paciente com HER2 positivo podem fazer uso
do medicamente Transtuzumabe.

• Nódulo endurecido, irregular, indolor.


• Pode ter fluxo papilar espontâneo,
unilateral.
• Retração da pele
• Achados mamográficos
• Mastalgia raramente como sintomas
isolado (dor é sempre em estádios
avançados)

✓ Clínico: auto exame, palpação das


mamas e linfonodos
✓ Mamografia
✓ Ultrassom
✓ RNM
✓ Biópsias
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úlceras genitais

1. Sífilis • ETIOLOGIA:
2. Cancro mole Treponema pallidum (microrganismo
3. Linfogranuloma venéreo espiralado, sem membrana)
4. Donovanose • TRANSMISSÃO:
5. Herpes genital ✓ Contato direto das lesões (contato com
6. Hidradenite supurativa as úlceras)
7. Doença de Beçet ✓ Transfusão de sangue
8. Doença de Crohn ✓ Transplacentária (as gestantes podem
9. Carcinomas (ligados ao HPV) não saber que têm e transmitem ao
bebê)
• CLASSIFICAÇÃO:
✓ Congênita
As DSTs, na maioria das vezes, vêm em ✓ Adquirida → até pouco tempo atrás era
combo. Isso porque quando se tem lesões dividida em primária, terciária e
ulceradas, tem-se uma solução de secundária. A partir de 2015 foi dividida
continuidade, o que torna mais fácil de em recente ou tardia de acordo com o
entrar para a corrente sanguínea, outros tratamento.
vírus. • Recente (primária e secundária /
Nas DSTs não ulceradas tem um risco menor latente): < 1 ano
de contrair outras doenças, mas ainda há • Tardia (terciária / latente): > 1 ano
um risco.
O grande problema das DSTs são as doenças
crônicas e assintomáticas, porque os
indivíduos transmitem por mais tempo antes o Período de incubação: 3 semanas
de se fazer o diagnóstico, perpetuando as o Pápula inflamatória evolui para
vias de transmissões. exulceração
DST ULCERADA: risco 18x maior de contrair o Lesão ulcerada, única, de fundo limpo,
HIV sem fenômenos inflamatórios, indolor,
DST NÃO ULCERADA: risco de 3 a 10x maior endurecida
de contrair HIV o Localização genital, anal, retal, oral
Aumento de 600% nos casos de Sífilis no o Pode passar desapercebida – regressão
estado de SP e 135% de sífilis congênita (2007 em 5 semanas (assintomático)
a 2013) → a infecção/transmissão de sífilis o Adenopatia satélite indolor e não
está em uma curva ascendente, pelo baixo supurativa
uso de preservativos. o Queixa que pode passar desapercebida
O grande problema é a sífilis por ser assintomática e regredir
neonatal/congênita. A maioria dos hospitais espontaneamente em semanas
tem feito teste rápido para sífilis quando a
gestante chega.

As ulceras nascem como uma bolha e,


posteriormente, se diferenciam de acordo
com o patógeno.

CANCRO DURO
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GINECOLOGIA – ATD3

• PROVAS LABORATORIAIS:
✓ Testes não treponêmicos (VDRL):
2 a 6 meses após infecção primária Veneral disease research laboratory
A lesão primária regride, e após meses pode É o teste mais sensível e mais utilizável para
evoluir para as lesões secundárias. fazer rastreio de sífilis.
✓ Lesões maculosas: roséola sifilítica • Exame quantitativo + a partir da 2ª
Máculas eritematosas em tronco, região semana
palmoplantar. • Permite controle de cura
Mais elevado na secundária
✓ Lesões papulosas – podem formar

• Tende a negativar entre 9-12 meses


condilomas
após tratamento
Planos em regiões úmidas • Pode permanecer + por vários anos
✓ Alopécia em clareira (formam buracos • Títulos baixos (falso + colagenoses/
por causa da queda de cabelo) hepatopatias) → geralmente são
✓ Micropoliadenopatia (mais em pessoas cicatrizes sorológicas já tratadas ou
com resistência mais baixa, que são falsos positivios
vários linfonodos espalhados) Portanto, após tratar um paciente com sífilis,
deve fazer o controle por 1 ano através do
VDRL.
✓ Testes treponêmicos (FTA-ABS):
Fta-abs (fluorescent treponemal antibody
test)
É mais sensível, mas mantém-se positivo para
sempre após uma infecção, mesmo que
ROSÉOLA SIFILÍTICA EXANTEMA PAPULAR tratada.
• Solicitar quando VDRL+
• Imunofluorescência indireta
• Teste mais sensível
• Mantem-se + por toda a vida
• Falsos +: malária, hanseníase,
colagenoses e mononucleose

CONDILOMA PLANO

o Período de latência variável – até 20 anos


o Lesões cutâneas (gomas)
o Cardiovascular (10%) – aneurisma de ✓ ELISA IgG / IgM
aorta torácica ✓ Teste rápido treponêmico:
o Neurosífilis (8%) Os testes rápidos foram desenvolvidos
devido à alta incidência de sífilis.
• Teste imunocromático qualitativo
• Detecta anticorpos específicos
• DEMONSTRAÇÃO DIRETA: • Triagem sorológica
Microscopia de campo escuro – detectado • Laudo: reagente ou não reagente
nas úlceras, pápulas e condilomas planos. Quando for positivo, realizar uma sorologia
posteriormente.
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GINECOLOGIA – ATD3

não podem fazer uso de tratamentos


alternativos, mesmo se tiver alergia)
o Dessensibilização em ambiente hospitalar

• SÍFILIS PRIMÁRIA, SECUNDÁRIA E


LATENTE RECENTE:
Penicilina benzatina 2.4000.000 UI IM o Afecção causada pelo Haemophilus
Dose única ducrey
• SÍFILIS TARDIA, LATENTE + DE 1 ANO: o Bacilo gram negativo
Penicilina benzatina 2.400.000 UI IM o Transmissão exclusivamente sexual
1 x por semana por 3 semanas consecutivas o Período de incubação de 2 a 14 dias
o Acomete mais os homens, principalmente
homossexuais
QUADRO CLÍNICO
Para pessoas alérgicas à Penicilina. Mas não • PÁPULA INFLAMATÓRIA:
são eficientes para tratarem à sífilis neonatal. • Lesão ulcerada, bordas irregulares e
As gestantes com alergia à Penicilina amolecidas, dolorosa, purulenta,
precisam passar por uma dessensibilização e • Não regridem espontaneamente
• Únicas ou múltiplas
tomar posteriormente.
• LINFADENOPATIA DOLOROSA:
✓ Eritromicina
✓ Ceftriaxona (Ministério da Saúde) – é • 50% evolui para Bulbão cancróide
mais seguro, efeito mais rápido (linfadenopatia maior)
(intramuscular) • Liquefação e fistulização
✓ Tetraciclina
✓ Doxiciclina
✓ Não há alternativa comprovada para
✓ Gestantes. O ideal é dessensibilização

o Controle com VDRL trimestral (1º ano)


o Semestral no 2º ano DIAGNÓSTICO
o Títulos devem reduzir em até 12 meses
• EXAME DIRETO (COLORAÇÃO DE
o Aumento sugere reinfecção, neurosífilis ou
GRAM):
o Falha no tratamento (10%)
• Esfregaço da base da úlcera ou PAAF do
Após tratar, os anticorpos produzidos pelo linfonodo (caso o linfonodo esteja
corpo não previnem uma nova infecção. A aumentado)
pessoa pode se curar e, posteriormente, se • Bacilos gram – intracelular, “paliçada” ou
infectar de novo. “impressão digital” (como se fosse uma
célula com vários grânulos dentro)

o VDRL no primeiro e terceiro trimestre


o Tratar no primeiro resultado + → para não
causar sífilis congênita
o Mensal nas gestantes infectadas e
tratadas → se eles voltarem a aumentar, • PESQUISA DO DNA POR PCR (ALTO
deve-se tratar novamente, porque a
CUSTO)
gestante pode ter se re-infectado
• CULTURA (DIFÍCIL CULTIVO) / BIÓPSIA
o Hepatomegalia, ascite ou hidropsia fetal
sugerem falha no tratamento • EXCLUSÃO
o Somente a penicilina é eficaz na
prevenção da sífilis congênita (gestantes
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GINECOLOGIA – ATD3

TRATAMENTO • COMPLICAÇÕES TARDIAS


✓ Limpeza das lesões com antisépticos • Linfangite progressiva
(porque essas lesões podem sofrer • Edema crônico (elefantíase/testículo
infecções secundárias) aumentado no homem e estiômetro
✓ Azitromicina 1000 mg – dose única → vulvar na mulher)
responde muito bem ao tratamento • Fibrose esclerosante
(fácil de tratar) • Fístulas
✓ Ceftriaxona – dose única • Complicações anorretais (quando
✓ Tianfenicol – dose única acomete os linfonodos próximos ao reto)
✓ Ciprofloxacin / doxiciclina – • ANOS DE EVOLUÇÃO
tratamento até 10 dias (em casos mais
extensos, mas é raro)
✓ Não drenar os linfonodos – puncionar
(mesmo que tenha aspecto
infeccioso) → para não correr o risco
de formar fistulas nos linfonodos.

DIAGNÓSTICO
o Transmissão exclusiva por relação sexual • SOROLOGIAS:
o Chlamydia trachomatis sorotipos L1, L2 e Fixação de complemento:
L3 → tem vários subtipos (as que causam • Não identifica sorotipo
DIPA são outros subtipos) • Títulos de anticorpos altos (1:256)
o Período de incubação de 3 a 30 dias • 80 a 90% +
o Sorotipos D e K causam DIP - infertilidade Imunofluorescência direta:
o Úlceras são percebidas em 30% dos • IgG e IgM
pacientes (a maioria dos pacientes não • DETECÇÃO DO DNA DA CHLAMYDIA:
perceberão as úlceras) → por isso é • PCR diretamente da lesão → mais
considerada bactéria do silêncio utilizado
o O grande problema são as complicações • Aspirado de linfonodos/ uretra/
tardias endocérvice

CLÍNICA TRATAMENTO
Tratamento também é longo por ser um
quadro mais crônico, arrastado. Deve ser
tratado por, no mínimo, 3 semanas, mas em
quadros mais graves, tratar por mais tempo.
✓ Doxiciclina 100mg 12/12 h 21 dias
(2015 – MS)
✓ Eritromicina
✓ Tianfenicol
✓ Tratar parceiros dos últimos 30 dias →
para frear a evolução
✓ Não reverte sequelas
• LINFONODOS ACOMETIDOS ✓ Tratamento longo (21 dias)
• Inguinais superficiais (são detectados
mais facilmente, antes de ter
complicações mais tardias/graves)
• Pélvicos
• Ilíacos
• Entre reto e artéria Ilíaca
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GINECOLOGIA – ATD3

TRATAMENTO
✓ Mínimo 3 semanas, até a cura (muito
o Granuloma inguinal demorado/prolongado)
o Bacilo gram negativo ✓ Doxiciclina 100 mg 12/12 h (2015) →
o Klebsiella granulomatis quando não regride, tentar os
(calymmatobacterium) tratamentos alternativos.
o Período de incubação longo (até 6 ✓ Azitromicina
meses) ✓ Ciprofloxacin
É pouco frequente e não está diretamente ✓ Tianfenicol
relacionado com relações sexuais, até ✓ Eritromicina
mesmo crianças podem apresentar.
É uma ferida que cresce em meses, até
formar lesões muito grandes.
Mais comum em homens homossexuais. Úlcera genital mais prevalente no mundo (é
pequena, forma apenas bolinhas).
Quando em grande quantidade podem se
QUADRO CLÍNICO
unir e parecer ser uma bolha maior.
o Pápulas úlceras superficiais
• AGENTE:
o Crescimento lento, pouca dor
✓ DNA vírus dermatoneurotrópico
o Lesões extensas, granulomatosas,
✓ Herpes vírus 1 (oral) e herpes vírus 2
região de dobras, odor fétido
(genital) – não faz diferença saber
o Pseudo bulbões (tipicamente não há
qual é o subtipo, porque o tratamento
adenomegalia) → nessa fase pode ser
é o mesmo
dolorosa
✓ HSV1 acomete gânglio trigêmeo e o
o Cicatrizes retráteis levando à
HSV2 gânglio sacral → fica latente no
destruição linfática
gânglio até a imunidade cair, para
o Deformidades e elefantíase
que tenha recorrência.
o Transmissão através de objetos
contaminados, relação sexual e materno
fetal
o Cesárea eletiva é indicada na presença
de lesões ativas (porque as pequenas
vesículas/ulceras tem uma grande
quantidade do vírus, portanto, caso o
bebê passe por essas lesões, seria
contaminado)

FISIOPATOLOGIA
DIAGNÓSTICO
• HISTOPATOLÓGICO:
• Identificar corpúsculos de Donovan
• Inclusão dos bacilos nos macrófagos
• Descartar carcinomas

• SOROLOGIA:
Fixação de complemento Nos imunodeprimidos pode cair na corrente
sanguínea e acometer órgãos distantes, o
que é mais grave.
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD3

QUADRO CLÍNICO DIAGNÓSTICO


• PRIMEIRO EPISÓDIO •Clínico (não precisa fazer diagnósticos
• É o mais severo e acomete 25% (quadro laboratoriais) → já faz tratamento
bem exuberante) QUANDO HÁ DÚVIDA DIAGNÓSTICA:
• Período de incubação 3 a 7 dias • Citodiagnóstico de Tzanck (gram
• Áreas eritematosas evoluem para evidencia células gigantes
múltiplas vesículas multinucleadas com corpúsculos de
inclusão)
• 48h elas rompem-se formando úlceras
• PCR (testes sorológicos específicos IgG
Cicatrizam-se em até 3 semanas
e IgM) → IgM positivo fecha o

• Dor intensa em queimação, eritema, diagnóstico


disúria, secreção vaginal, mialgia, febre e • Biópsia (corpúsculos)
linfadenopatia • Cultura viral → muito caro, não tem
Pode ser confundido com infecção urinária necessidade.
(pela disuria) → por isso que se deve
caracterizar muito bem o quadro da TRATAMENTO
paciente em uma primeira infecção. ✓ Iniciar precocemente
• ESPISÓDIOS RECORRENTES: ✓ Primeiro episódio prolongar mais o
• São mais brandos devido aos anticorpos tratamento (por 7 a 10 dias)
(herpes não tem cura) ✓ Recorrências tratar por 5 dias
• Preferencialmente nos mesmos locais ✓ Aciclovir 400mg 8/8h V.O. (baixo
• Ardor e prurido antecedem as vesículas custo e boa eficácia)
(o tratamento nessa fase reduz a ✓ Valaciclovir 500mg 12/12h V.O.
formação) ✓ Fanciclovir 125mg 12/12h V.O.
• Ocorrem em 90% (HSV2) e 60% (HSV1) ✓ Tratamento tópico sem corticóide
• Anticorpos presentes em pacientes com Deve-se fazer o tratamento de forma correta
carcinoma de colo → não têm nenhuma para evitar uma resistência do vírus ao
interferência/causa no câncer de colo, Aciclovir, o que tornará as recorrências mais
mas como já foi dito no começo da aula, frequentes.
as DSTs vêm em combo (criam um Caso tenha muitos quadros de recorrência,
ambiente mais propicio para que outros deve-se trocar a medicação.
vírus se instalem) A candidíase, muitas vezes, precede surtos
FATORES DE RECORRÊNCIA: de herpes.
✓ Febre
✓ Sol TRATAMENTO SUPRESSIVO
✓ Traumatismos (na relação sexual) – usar Indicado para pessoas com muitas
gel recorrências (mais de 6 x ao ano)
✓ Menstruação Por 6 a 12 meses (tratamento prolongado).
✓ Stress ✓ Aciclovir 400mg VO 12/12 h
✓ Antibioticoterapia prolongada (muda ✓ Fanciclovir 250mg VO 12/12 h
flora) ✓ Valaciclovir 500mg VO 1 x ao dia
✓ Imunodeprimidos O tratamento não é uma cura, é apenas
para reduzir as recorrências.

HERPES NEONATAL
Paciente com lesão ativa de herpes →
cesárea (por isso também não pode beijar
recém-nascidos).
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD3

• Hidradenite supurativa
• Doença de Beçet
• Doença de Chron
• DIAGNÓSTICO:
HIDRADENITE SUPURATIVA • Descartar DST
o Glândulas apócrina podem se inflamar e • Antígeno HLA-B51
formar úlceras (não é uma DST) • Biópsia – arterite e trombose venosa
o Tendência familiar (genética) • TRATAMENTO:
o Hipersensibilidade a androgênios • Higiene e corticoides
o Formação de abscessos, ulcerações e
• Imunossupressores
fístulas
Quem faz o tratamento são os
o Estafilococos, estreptococos e
anaeróbios (bactérias da própria pele) reumatologistas.
o Vulva, períneo, axila
DOENÇA DE CHRON
o Doença granulomatosa que acomete
íleo e cólon (concomitância com
doença de Chron intestinal)
o Pode comprometer períneo
o Úlceras perineais profundas e lineares
(aspecto em facada)
• TRATAMENTO: o Diagnóstico por biópsia
✓ Tetraciclinas (antibióticos) • TRATAMENTO:
✓ ACHO (Ciproterona) → melhoram a ✓ Metronidazol
oleosidade da pele, o que ajuda a ✓ Azatioprina
prevenir (melhora apenas na vigência do ✓ Corticóides
uso)
✓ Cirurgia
✓ Dexametasona
Mesmo tratamento de
✓ Isotretinoina (Roacutan) → causa atrofia
Chron intestinal. Quando
da glândula apócrina, mas também volta
depois do tratamento faz o tratamento das
✓ Cirurgia doenças, as lesões genitais regridem.
✓ Depilação à laser de CO2 → é o
tratamento mais eficiente

DOENÇA DE BEÇET Alguns tumores podem aparecer em forma


o Doença inflamatória de múltiplos órgãos de úlcera.
o Hiperatividade s. auto imune Fundamental biopsiar lesões como essa.
o Vasculite Pode causar prurido.
o Úlceras genitais, orais e acometimento
ocular (uveíte)
o SNC e trato gastrointestinal
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD3

dispositivo intrauterino
O DIU é um artefato que tem ação de não
permitir que o espermatozoide se capacite
para fecundar um óvulo.
• TIPOS:
✓ Cobre:
T CU 380 – aprovado para 10 anos
Formato de ferradura
✓ Levonorgestrel (formato de T):
Aprovado para 5 anos.
Liberação diária:
• 20 mcg de progestagênio (Mirena ®)
• 12 mcg de progestagênio (Kyleena ®) →
apenas como anticoncepcional, não O objetivo do Mirena é entrar em
diminui tanto o fluxo e a cólica (tem a amenorreia, o que é um bom tratamento
vantagem de ter menor efeito sistêmico) para mulheres com endometriose, por
exemplo. São raras as mulheres que possuem
Mirena e menstruam, porque a progesterona
causa atrofia do endométrio, o que diminui
Também é denominado SIU. os focos de endometriose.
Pode ser considerado um tratamento Além disso, também reduz os sintomas de
hormonal (progesterona local), como para cólica.
mulheres na perimenopausa, por exemplo. Algumas mulheres, mesmo com o Mirena
podem ovular, porque o efeito é mais local
(no próprio endométrio).

Vem com um guia para inserção (para


alcançar o fundo do útero).

O ideal é que o de Cobre fique bem ao


fundo do útero. Enquanto o SIU não precisa
O Kyleena é um pouco menor e mais ficar tão ao fundo.
estreito, mais fácil de colocar. O que é Além disso, o DIU tem ação espermicida.
melhor para nulíparas. Vem com um fio de
metal para que seja melhor identificado no
US.
o Ação espermicida
o O espermatozoide perde a sua segunda
capacitação
o Não tem ação abortiva
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD3

o Reação endometrial de corpo estranho


o Quando tem progesterona, também
causa atrofia do endométrio, e o muco ✓ Cólicas → mais comuns no DIU de Cu
fica mais hostil (espesso), ação pequena ✓ Escapes (infecção ou mau
sob trompas e ovário posicionamento) → fica atento
o Já o DIU de cobre tem ação primordial ✓ Sangramento aumentado
de matar o espermatozoide, é ✓ Usar AINH e aguardar 3 meses → para ver
espermicida se os sintomas se amenizam e tentar
permanecer com o DIU

✓ Considerado uma esterilização provisória


(alta eficácia, a mesma da laqueadura) ✓ Perfuração (na hora da colocação) →
✓ Longa duração (T Cu380 10 anos) → para pode ser visto apenas tardiamente
mulheres que realmente não querem Imediata → remover assim que perceber.
engravidar durante os próximos anos ✓ Expulsão parcial/total → em relação ao
✓ Independe do ato sexual DIU de Cu tem uma distância
✓ Fácil remoção e inserção (depende do considerada padrão para a eficácia do
treinamento de quem está inserindo) método.
✓ Melhor custo benefício a longo prazo (a Bem alocado → distância da serosa > 25mm
curto prazo, os SIUs ainda são um pouco e de 6 mm da mucosa
caros, mas os planos de saúde cobrem) – ✓ Doença inflamatória pélvica → mesma
pelo SUS o DIU de Cu é de mais fácil incidência de mulheres sem DIU (mas o
acesso. DIU deve ser retirado em quadros severos
✓ Pode ser utilizado mesmo durante a de DIPA), mas o DIU nunca será o
amamentação (não influencia) responsável
✓ Pode ser inserido no parto (aproveitar a ✓ Gravidez (rara) → quando ocorre, pode
anestesia) → desde que a paciente ter abortamento (mas quando descobre
esteja ciente que esse DIU pode deslocar, gravidez, deve-se retirar o DIU)
porque o útero está muito grande,
portanto, após sua involução, esse DIU
pode ficar baixo. Se ficar baixo, deve ser
retirado e inserido novamente.

Necessita de profissionais habilitados


Efeitos colaterais (como qualquer
método concepcional, os primeiros 3
DIU bem posicionado está bem no fundo do
meses são para adaptação) → se persistir
útero.
por mais de 3 meses, indica que não se
O DIU bem mais fácil de ver ao US é o de CU,
adaptou ao método.
o Mirena é difícil de ser visto.
Custo inicial relativo (mas compensa a
longo prazo)
Desconforto na inserção → a maioria é
inserida via ambulatorial, mas também
pode se no CC com anestesia
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD3

Quando o DIU está baixo tem que ser


removido e trocado. Não pode ser inserido
novamente. INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES
Categoria 1: sem restrição
Categoria 2: vantagem supera o risco
Categoria 3: contraindicações relativas
(orientar bem a paciente)
Categoria 4: contraindicação

DIU na cavidade abdominal (perfuração) → Doença trofoblástica benigna


precisa ser retirado cirurgicamente AIDS
Quando não se vê o DIU no útero, é preciso Alto risco de DST
fazer um raio-X para localizá-lo na cavidade Hipermenorragia (T de cobre)
abdominal. Ca de ovário (levonorgestrel)
Após parto < 4 semanas → indicação
mais antiga, mas na prática é feito
TVP/embolia pulmonar (levonorgestrel)
Enxaqueca com aura (levonorgestrel)
Doenças do fígado (levonorgestrel) →
gama GT muito alta, tem sensibilidade à
hormônios.

✓ Expulsão parcial
Doença de Wilson (deficiência
✓ Perfuração
enzimática de deposição de Cobre)
✓ Gravidez com fio visível
Valvulopatias
✓ DIP não controlada
Infecção puerperal/aborto séptico
✓ Sangramento e dor sem melhora com
Doença trofoblástica maligna
AINH
Sangramento sem diagnóstico
✓ Prazo de validade
Câncer de colo/endométrio
✓ Desejo da paciente
Câncer de mama (levonorgestrel) → no
caso do DIU de cobre é recomendado.
DIPA atual (< 3 meses)
DST
✓ Custo x beneficio Tuberculose pélvica
✓ Exames ginecológicos devem ser Distorção de cavidade uterina (mioma/
recentes malformações/pólipos/septos)
✓ Papanicolau recente Portanto, as contraindicações dependem
✓ Cultura de conteúdo vaginal → se tiver a dos contraceptivos e da paciente. As vezes
oportunidade o DIU de levonorgestrel é contraindicado,
✓ Ultrassom transvaginal antes → para mas o de Cobre é recomendado. Como no
certificar que não há nenhuma caso do câncer de mama.
deformidade na cavidade (como
pólipos, miomas)
ANA PAULA – XXII
39
GINECOLOGIA – ATD3

• LEGISLAÇÃO BRASILEIRA:
• Paciente > 25 anos OU 2 ou mais filhos
• Consentimento do cônjuge (depende se
tiver)
• Termo de consentimento informado,
assinado ao menos 2 meses antes da
cirurgia em cartório
• Não deve ser realizada antes de 42 dias
após parto ou aborto (salvo algumas
exceções)
• Na cesárea somente em caso de 3ª ou
mais/grave risco materno
Colocar quando a paciente estiver • Documentado por junta médica
menstruada, porque o colo estará mais
dilatado, o que torna mais fácil a inserção.
Úteros muito pequenos podem não se
adaptar bem, porque o DIU não irá ✓ Raras
conseguir ficar bem ao fundo. ✓ Cirúrgicas imediatas
Portanto, antes da inserção, é feito uma ✓ Tardias: arrependimento, dor pélvica
medição para saber quantos cm tem a crônica, alterações menstruais (síndrome
cavidade uterina. pós-lac).
Histerômetro: aparelho para medir o útero.
Exemplo: se o útero tem 7 cm, insere o DIU
por 7 cm, para que fique no fundo.
São as mesmas leis da laqueadura.

✓ Dor e sangramento
✓ Reação vagal
✓ Perfuração
✓ Laceração do colo
✓ US em 30 dias, depois em 180 dias,
posteriormente é feito anual

✓ Febre
✓ Ausência do fio ao exame clínico
✓ Dor pélvica importante precoce →
perfuração
✓ Dor pélvica importante tardia →
expulsão, ectopia, DIPA
✓ Sangramento excessivo
✓ Odor fétido

Contracepção cirúrgica voluntária –


laqueadura tubária
Videolaparoscopia ou laparotomia no
momento do parto

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