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GINECOLOGIA – ATD1
embriologia genital
Prof. Claudio Marcellini
• GÔNADAS:
- ovários
• VIAS GENITAIS:
- tubas uterinas
- útero
- vagina
- vulva ou pudendo feminino
I – GENÉTICO OU CROMOSSÔMICO:
As vezes em uma situação de duvida é necessário fazer o cariótipo.
A fecundação do óvulo ocorre na ampola da tuba uterina. O zigoto é transportado até o útero,
conforme caminha pela tuba até chegar na cavidade uterina vai sofrendo uma transformação.
Essa célula que era única vai se dividindo e formando a mórula.
Depois da mórula, quando chega na cavidade uterina, forma uma massa celular em uma
extremidade e uma cavidade, passando a ser chamada de blastocisto.
O blastocisto se implanta no endométrio gravídico, que se chama decídua. Começando o
desenvolvimento embrionário.
CAMADAS DA MASSA CELULAR INTERNA:
- epiblasto
- hipoblasto
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Essas duas lâminas vão formar os 3 folhetos embrionários: mesoderma, endoderma e ectoderma.
Na imagem C tem-se o embrião dentro da cavidade amniótica.
O mesoderma intermediário forma a crista urogenital, que dará origem ao sistema excretor do
embrião e à gônada. No interior da crista urogenital há células germinativas. Portanto, a crista
urogenital é formada pelo mesoderma intermediário.
As células germinativas estão migrando para a crista urogenital. Essa crista vai formar duas:
mediana e lateral.
A mediana vai dar origem à gônada, enquanto a crista lateral vai dar origem ao rim
intermediário (mesonefro).
O mesonefro precisa levar essa excreta até a cloaca para ser exteriorizada, o que é feito por
meio do ducto mesonéfrico (ducto de Wolff).
A cloaca recebe as excretas do digestório e do mesonefro.
Posteriormente, ainda na fase indiferenciada, vai aparecer um segundo ducto a partir de uma
invaginação da crista genital. Assim, a mulher vai apresentar 2 ductos → mesonéfrico e
paramesonéfrico (de Wolff e Muller).
O ducto mesonéfrico se degenera e desaparece, assim como o mesonefro, nas mulheres. Em
homens, o ducto mesonéfrico forma a via seminífera.
O mesonefro dará origem ao metanefro que é o rim definitivo.
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O ducto paramesonéfrico tem seu desenvolvimento impedido nos homens por causa da
presença do fator de inibição mulleriano. Enquanto se desenvolve nas mulheres e forma o ducto
mulleriano.
TESTÍCULO:
OVÁRIO:
O desenvolvimento do ovário começa semelhante ao desenvolvimento
do testículo.
Primeiro apareceram os cordões medulares que desaparecem e ficaram
apenas resquícios.
Surgiram posteriormente uma segunda ordem de cordões: os cordões
corticais.
Os cordões corticais envolvem as células germinativas → folículos
primários.
Como a testosterona está baixa, o ducto mesonéfrico não se desenvolve.
Por outro lado, como não há fator de inibição mulleriana, vai ter
desenvolvimento do ducto de muller.
RESTOS EMBRIONÁRIOS:
Há restos embrionários do ducto de Wolff que são importantes
porque podem formar cistos, como epóoforo, paraooforo e cisto
de Gartner.
ANOMALIAS:
O ducto paramesonefro vem dos
dois lados e se unem na linha
mediana. Podem aparecer
algumas anormalidades quando
essa fusão não ocorre
corretamente, podendo formar um
útero duplo, útero bicorno,
unicorno (anomalia de
desenvolvimento).
Quando a mulher apresenta um
útero unicorno pode também
apresentar uma agenesia renal
associada.
• DIVISÃO DA CLOACA E FORMAÇÃO DO SEIO UROGENITAL:
A cloaca é dividida pelo septo urorretal, formando o seio urogenital na parte anterior e o canal
anorretal na posterior.
O ducto paramesonéfrico, que ainda não regrediu, encosta no seio urogenital (origem
endodérmica), formando um abaulamento dentro do seio, esse abaulamento se chama
tubérculo de muller.
Quando encosta, o seio endodérmico reage e empurra o ducto de muller de volta, o que forma
a lâmina epiteliovaginal.
Assim, a maior parte da vagina é de origem mulleriana, o terço inferior da vagina e o hímen são
de origem do seio urogenital.
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Hoje acredita-se que a maior parte da vagina tem origem do seio urogenital, diferente
da primeira teoria descrita acima:
Parte superior da vagina → origem do ducto mulleriano
Dois terços inferiores da vagina → origem do seio urogenital
Portanto, do ducto mulleriano se origina a tuba, útero e terço superior da vagina.
propedêutica ginecológica
Prof. Maria Silvia
- anamnese
- exame físico geral
- exame físico específico/ginecológico
• QUEIXA E DURAÇÃO
• HPMA/ISDA:
Caracterizar muito bem a queixa do paciente.
Se for dor → intensidade da dor (0-10), quanto limita o dia a dia da pessoa
Fatores de melhora e piora
Sintomas associados
Tratamentos e exames anteriores
• ANTECEDENTES PESSOAIS:
DM ou HAS → não podem utilizar anticoncepcional combinado (opta-se por métodos de
barreira) – anti-hipertensivo associado a anticoncepcional aumenta o risco de tromboembolismo
Uso de medicações → a interação medicamentosa (ex: no caso de tomar anticoncepcional e
antibiótico, deve-se dar um intervalo entre os dois comprimidos, não ingerir os dois ao mesmo
tempo, para que não diminua a eficácia) – o ideal é que o anticoncepcional não seja tomado
junto com outros remédios
Antecedentes cirúrgicos
Hábitos pessoais (tabagismo) – o cigarro associado ao anticoncepcional aumenta o risco de
AVC tanto isquêmico como hemorrágico
• ANTECEDENTES FAMILIARES:
• Neoplasias malignas → para fazer rastreamento de câncer de mama (perguntar grau de
parentesco e a idade em que ocorreu)
• DM/HAS
• Osteoporose
• Doenças infecto contagiosas (se a mãe teve hepatite, por exemplo)
• ANTECEDENTES GINECOLÓGICOS:
• Menarca (idade da primeira menstruação)
• Menopausa (ultima menstruação depois que a mulher fica um ano sem menstruar) → antes
de ficar um ano inteiro sem menstruar, o ciclo começa a ficar muito irregular. Essa
irregularidade é chamada de período de climatério, que tem a menopausa como evento
A menopausa é um evento, não é um período. O período que envolve a menopausa é o
climatério.
Os sangramentos que ocorrem após a menopausa devem ser investigados.
• Dispareunia (dor na relação) → tem dois tipos (de penetração e de profundidade)
• Sinusiorragia (sangramento durante a relação sexual) → pode ser devido a um câncer de
colo do útero
• Cauterizações → pandemia de HPV
• DST
• Cirurgias
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• ANTECEDENTES OBSTÉTRICOS:
• Gestações/paridade (_G_P_A)
• Tipos de partos
Múltiplos partos normais estão associados a algumas condições
• Idade do 1º e último parto (mulheres que tiveram filho tardiamente tem risco maior para
câncer de mama, enquanto jovens tem maior risco de terem câncer de colo de útero)
A glândula mamária completa sua maturidade após a gestação, portanto, quanto mais tempo
a mulher demora a engravidar, mais tempo o epitélio mamário imaturo fica exposto à influencias
oncogênicas. Aquela que engravida mais nova tem seu epitélio mamário se desenvolvendo
mais cedo.
• RN termo/prematuro/natimorto
• Complicações
A colpocitologia ficou conhecida como Papa Nicolau, mas o Papa Nicolau na verdade é o
nome da coloração.
Pelo Ministério da Saúde a citologia deve começar a ser feita a partir dos 25 anos em mulheres
não virgens.
Conduta do ministério da saúde: fazer 2 vezes (dois anos seguidos), se as duas vierem negativo
passa-se a fazer de 3 em 3 anos.
Contudo, após 1 ano da primeira relação sexual é comum ser feito anualmente.
Colpocitologia: tem o objetivo de avaliar células atípicas para pesquisa de câncer de colo de
útero. Portanto, quando se quer descobrir qual o fungo ou bactéria que está presente em uma
secreção, o que deve ser pedido é exame a fresco ou cultura específica.
• CANDIDIASE:
Exame a fresco → pegar a secreção, colocar em uma lâmina e pingar soro fisiológico e colocar
no microscópio.
Corado pelo gram.
• VAGINOSE BACTERIANA (Gardnerella):
Secreção acinzentada com microbolhas. O útero pode ficar um
pouco avermelhado.
Odor fétido muito forte.
Na citologia vem com “clue cells”, que é a célula de útero normal
com a bactéria presente.
• TRICOMONÍASE:
Secreção macrobolhosa, conteúdo não tão cinza.
O colo do útero fica com uma colpite difusa (aspecto de framboesa).
Na citologia ou na coloração por gram pode-se identificar o tricomonas
flagelado.
• COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA:
A coleta deve ser adequada.
Pode coletar o material e colocar em uma lâmina ou na citologia líquida.
A citologia líquida tem suas vantagens, primeiro porque todo o material coletado consegue ser
avaliado, enquanto na lâmina a avaliação ocorre apenas do conteúdo que foi colocado na
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mesma. além disso, é possível fazer outras pesquisas desse mesmo conteúdo, como pesquisa
genética, clamídia, HPV. Contudo, é um exame bem mais caro.
MÉTODO: ir com a escovinha até o colo do útero, girar 360º para pegar todo a junção
escamocolunar do colo do útero.
• COLPOSCOPIA:
Avaliar o colo e vagina com aumento (no colposcópio).
Teste de Schiller: solução com o iodo. Uma célula pobre
em glicogênio é corada pelo iodo (epitélio pavimentoso
bem epitelizado, ou seja, normal).
NORMAL → iodo positivo, teste de Schiller negativo
Quando se tem uma lesão nesse epitélio, ao passar a
solução e a região não se corar, indica teste de Schiller
positivo. Essa área suspeita é direcionada à biopsia.
OBJETIVO: direcionar o local a ser feito a biópsia.
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OBS: o epitélio colunar também não se cora com o iodo. Apenas o epitélio
escamoso. Nessa foto ao lado está normal, por exemplo, apenas o epitélio colunar
que não está corada.
A área deve ser biopsiada para avaliar, mas não é sinônimo de câncer de colo de
útero, há outras causas.
A biopsia deve ser feita no local mais suspeito, caso contrário, vai se chegar a um
subdiagnóstico.
• VULVOSCOPIA – teste de Collins (azul de toluidina 1% e ácido acético 1%):
Passa esse azul de toluidina na vulva e retira esse azul com ácido acético, a área em que estiver
mais corada é onde deve direcionar a biópsia.
Portanto, tanto o teste de Collins quanto o de Schiller servem para avaliar a integridade do
epitélio e direcionar a biópsia. O primeiro da vulva e o segundo no colo de útero e vagina.
Toda vez que se está a frente de um sangramento que não se conhece a causa, deve-se
investigar e avaliar o endométrio.
Sangramentos após a menopausa devem ser investigados.
A histeroscopia é o padrão ouro de biópsia de endométrio → câmera de vídeo para avaliar
dentro da cavidade uterina.
Também pode ser feito por aspiração (AMIU) ou biopsias ambulatoriais.
Além disso, quando não há os testes acima pode ser feito uma curetagem.
Quando se tem alguma alteração nos órgãos internos, como miomas, alterações no ovário,
endometriose etc.
Podem ser tanto para meio de diagnóstico como para cirurgia.
Exame muito utilizado para ver se as trompas estão pérvias ou não (muito utilizado em
laboratórios para teste de infertilidade).
Se injeta um contraste dentro do útero e posteriormente é feito um raio-X, se esse contraste
chega até a trompa indica que o exame está normal, se para no útero indica que a tuba está
obstruída, podendo indicar a causa de infertilidade.
Alguns subtipos da clamídia causa uma endometrite, podendo causar obstrução das trompas.
Além disso, também é possível observar malformações uterinas, como útero bicorno ou
arqueado. Essa alteração não consegue ser bem identificada no USG.
No primeiro raio-x o contraste passou, já no segundo não.
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• INDICAÇÕES:
EM MAMA → paciente de risco para câncer de mama
paciente jovem que tem câncer de mama (avaliar extensão e se há outros focos)
ressonância pré-operatória para ver o quanto o câncer está acometendo a mama
Ajuda na conduta cirúrgica, o quanto precisa ser operado no caso de câncer de mama.
Não deve ser feito como rastreamento, mesmo para câncer de mama → apenas em pacientes
de alto risco muito jovens que tem a mama muito densa (2 exames por ano, uma mamografia e
uma ressonância magnética).
Quando é visto mais de um foco de nódulo na RM, essa paciente não é mais candidata a um
procedimento cirúrgico. Portanto, a RM é importante para auxiliar na conduta cirúrgica. Além
disso, também tem um custo maior em comparação ao USG e a mamografia.
A RM também pode visualizar as malformações uterinas.
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endocrinologia reprodutiva
• Tireoide:
No hipotálamo é produzido uma substância
• Neurotransmissores (ex: adrenalina e TRH. Essa substancia hipotalâmica chega na
noradrenalina) hipófise. Na hipófise tem uma célula
• Neurohormônios → são hormônios chamada tireotrófo, que vai produzir os
produzidos pelo neurônio hormônios TSH.
• Hormônios (secreção endócrina) → O TSH produzido na hipófise vai agir na
produzido em glândulas tireoide, produzindo T3 e T4. À medida que
• Comunicação parácrina/autocrina/ aumenta a produção de T3 e T4, é enviado
intracrina a informação ao hipotálamo e hipófise que
• Receptores de membrana e intracelular não é mais necessário produzir TRH e TSH
(lipofílicos/esteroides) (feedback negativo).
Em uma doença autoimune da tireoide,
Os hormônios são lançados na corrente como tireoidite de Hashimoto, a produção
sanguínea e vão atuar em órgãos distantes. de T3 e T4 sofre uma queda. Com isso, o TRH
Mas nem sempre a ação é só a distância, e TSH aumentam.
muitas vezes uma célula vizinha da célula O TRH além de estimular o TSH também
secretora pode influenciar sua função, a isso estimula outra célula da hipófise que libera
se dá o nome de comunicação parácrina. prolactina, por isso que a prolactina também
Além disso, a própria célula secretora pode sobe. Com essa grande liberação de
regular sua própria secreção (autócrina). prolactina a paciente vai apresentar
Não adianta produzir o hormônio e não ter o galactorreia e para de menstruar (entra em
receptor de membrana específico no órgão amenorreia).
efetor. Em uma situação que não se sabe da
Exemplo: síndrome de Morris (tem tireoidite de Hashimoto e a paciente
testosterona, mas não tem fenótipo aparece no consultório com galactorreia e
masculino porque não tem amenorreia → os possíveis diagnósticos
pensados são uso de
ansiolíticos/antidepressivos, tireoidismo ou
tumor de hipófise.
• Pinel/epífise: é uma glândula que se • Paratireoides:
encontra no diencéfalo (área entre os A paratireoide produz paratormônios.
hemisférios cerebrais). Paciente na pós-menopausa é pedido
Apresenta algumas estruturas, como os densitometria óssea que demonstra que ela
talamos (órgãos que regulam a aferência tem perda de massa óssea, o que pode
sensitiva) e o hipotálamo e a glândula epífise ocorrer pela queda de estrogênio, mas pode
ou pinel (produz a melatonina – via neural ter um diagnostico diferencial pelo
que comunica a retina com a pineal). hiperparatireodismo.
A melatonina bloqueia algumas glândulas • Timo:
que tem a ver com os eventos reprodutivos Glândula que se encontra na infância e
(relação com o desenvolvimento puberal). desaparece no adulto.
A hipófise também tem relação com o ciclo Alguns acreditam que a regressão do timo
menstural tem relação com a puberdade.
• Órgão subcomissural • Coração (hormônio natriurético)
• Hipófise • Supra-renais:
• Hipófise faríngea Produzem adrenalina e noradrenalina na
medular.
Cortisol, aldosterona e esteroides sexuais
(androgênios) no córtex.
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GINECOLOGIA – ATD1
O GnRh é um neuro-hormônio e é um
polipeptídio com 10 aminoácidos. Tem a
capacidade de aumentar a secreção e
reserva de FSH e LH. Portanto, é um fator de
liberação para 2 hormônios diferentes, o FSH
e o LH. A liberação de FSH no ciclo menstrual
não é igual à liberação de LH, isso funciona
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A ocitocina age no útero. Portanto, no final da gravidez o útero é distendido, e essa distensão
uterina libera ocitocina. Células neurosecretoras do hipotálamo secretam ocitocina em resposta
à distensão uterina. Além disso, agem das glândulas mamarias estimulando a ejeção do leite.
Situação clínica: mãe durante a gravidez produz grande quantidade de prolactina, mas não
tem leite. E isso ocorre porque o receptor de prolactina está bloqueado pelo estrogênio da
placenta. Quando ocorre a dequitação (saída da placenta), cai o estrogênio e libera o receptor
de prolactina. A mãe, após 2-3 dias do parto passa a produzir leite.
O problema é quando se tem muita produção de leite, fazendo com que a mama fique cheia
de leite. Pode ser dado um remédio de ocitocina para ajudar na ejeção do leite.
• OCITOCINA:
- no final da gravidez aumentam os receptores de ocitocina
- liberação de ocitocina durante a relação sexual, masturbação
- papel no organismo (contração da musculatura)
- sucção
- ver, ouvir ou sentir cheiro do RN
INIBIÇÃO → estresse, medo, vergonha, distração
Ciclo menstrual de 28 dias, no começo do ciclo tem-se um folículo primário que vai crescendo,
pré-antral, antral e folículo maduro (no meio do ciclo).
O folículo maduro rompe e forma o corpo lúteo.
✓ Fase folicular
✓ Ovulação
✓ Fase lútea
• CANAL CERVICAL:
o PÓLIPOS:
Pode ocorrer em várias mucosas do O que mais sangra é o mioma submucoso,
organismo, em epitélios secretores. depois o intramural.
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Sempre que houver chance dessa mulher Todo sangramento uterino disfuncional é de
com SUA estar grávida, solicitar o beta-HCG. origem hormonal, portanto, o tratamento
• GESTAÇÃO ECTÓPICA: com hormônios deve ser o suficiente. Dessa
Após o beta-HCG apresentar resultado forma, caso esse sangramento não responda
positivo. à hormônios deve-se revisar as possíveis
Diagnóstico por USG. causas, pois não deve ser disfuncional.
• DOENÇA TROFOBLÁSTICA Pode ter causa iatrogênica: hormônios
GESTACIONAL (MOLA HIDATIFORME): exógenos, uso de anticoagulantes,
Material gestacional anômalo. Se anabolizantes, digitálicos, fenitoína etc.
caracteriza pela eliminação de vesículas • TIPOS DE CAUSAS:
semelhante a sagu junto com o sangue. ✓ Ovulatório (15%)
Pode evoluir com coriocarcinoma. ✓ Anovulatório (80%)
Beta-HCG positivo também.
Confirma-se com o USG.
• FASE CRÔNICA:
o Anti-inflamatórios não-esteroidais (AINE):
A função do anti-inflamatório é reduzir a
síntese de prostaglandina.
Reduz síntese de prostaglandina →
vasoconstrição → redução do sangramento;
reduz cólica menstrual.
o Anticoncepcional oral combinado (ACO):
Corrige o sangramento, pois regula o eixo
HHO.
Pacientes sem desejo reprodutivo; diversos
perfis (depende da fase da menacme); uso
contínuo.
o Progestagênios isolados:
Uso em pacientes na perimenopausa, pois já
é uma anovuladora por falta de folículo.
Pode introduzir na segunda fase do ciclo ou
utilizar de forma contínua.
o Análogo de GNRH:
Corrigir anemia; falha de outros
medicamentos; uso limitado pelos efeitos
adversos (osteopenia).
o Sistema uterino liberador de
levonorgestrel: SIU – Mirena
É um DIU hormonal que libera a medicação
diretamente no endométrio, por isso que é
mais eficaz.
• Histerectomia:
Definitiva; falha dos outros tratamentos; sem
efeitos adversos, alta satisfação.
Vaginal, vídeo-laparoscópica e abdominal
(laparotômica).
• Ablação endometrial/polipectomia:
Para mulheres de idade que não
conseguem parar o sangramento
Via histeroscópica (ressectoscópio)
Remove todo o endométrio (faz uma
ablação), remove até chegar na camada
muscular.
É eficaz, mas não tanto quanto a
histerectomia.
Não é definitiva; menor satisfação; melhor
relação custo benefício
• Miomectomia:
Reservada para pacientes com desejo
reprodutivo, que querem preservar o útero.
Vídeolaparoscopica e histeroscopica.
Retirada apenas do mioma.
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GINECOLOGIA – ATD1
Dr. Luis Roberto Fernandes
contraceptivos hormonais
orais
Hoje no mercado, o máximo de estradiol
que pode se ter na pílula é 50 mcg, por
PRIMEIRA PÍLULA: ENOVID causa dos riscos tromboembolíticos.
Mestranol (tipo de estrogênio) → 150 mcg ALTA DOSE: > 50 mcg
Noretinodrel (progesterona) → 9,85 mg BAIXA DOSE: 35, 30 e 20 mcg
Recebeu o nome de “a pílula”. ULTRA BAIXA DOSE: 15 mcg
• AVANÇOS: REDUÇÃO DA DOSE: para reduzir os riscos de
✓ Redução das dosagens hormonais tromboembolismo venoso.
✓ Estrogênios naturais • PROBLEMAS NA REDUÇÃO DA DOSE:
✓ Progestagênios mais seletivos ✓ Hemorragia intermediária
✓ Novos esquemas de administração ✓ Risco de gravidez (se houver
✓ Novas formas de administração esquecimento é muito mais fácil de
reativar o eixo HHO, o que vai permitir a
gravidez).
Nas adolescentes, a ultra baixa dose para
• SEQUENCIAL: nos primeiros começar não é o ideal, porque por ter muito
comprimidos só estrogênio, nos risco de spottings a adolescente pode desistir
sequenciais combinado do método e ter maior risco de engravidar.
• COMBINADAS: Nos primeiros meses a pílula de ultra baixa
- monofásicas (em todo o comprimido eu dose tem grande chance de spottings.
tenho a mesma quantidade de estrogênio e
progestagênio)
- bifásicas
- trifásicas
• PÍLULA MENSAL Hoje ainda, na grande maioria das pílulas,
• MINIPÍLULA tem-se progestagênio derivados da 19 nor
• MINIÍLULA ANOVULATÓRIA testosterona, porque têm um maior controle
do eixo HHO.
• DERIVADOS DA 19 NOR TESTOSTERONA:
GONANA →
Progestagênio é o mais importante no - Noretisterona
sentido de contracepção. O estrogênio foi - Linestrenol
acrescido apenas para potencializar a - Dienogeste
função anticoncepcional e regular o ciclo. ESTRANA →
O primeiro estrogênio criado continha - Levonorgestrel
mestranol, que não é mais utilizado. - Desogestrel
A maioria das pílulas hoje contém Etinil- - Gestodene
estradiol. - Norgestimato
A partir de 2011 passaram a incrementar • DERIVADOS DA 17 ALFA OH-
estrogênios naturais, mas não são tão PROGESTERONA:
eficientes como o sintético, precisando de PREGNANA →
uma maior dose. - Ácido medroxiprogesterona
2011: valerato de estradiol - Acido ciproterona (importante porque é o
}
estrogênios naturais
progestagênio que tem maior ação anti-
2014: estradiol
androgênica, por isso é uma boa ideia para
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GINECOLOGIA – ATD1
• PROGESTAGÊNIOS:
Pode causar resistência periférica a insulina,
porque diminui os receptores. Hoje em dia os efeitos são mínimos porque as
DM → DM descompensado é uma doses são baixas.
contraindicação absoluta do uso de • EFEITOS COLATERAIS DO ESTROGÊNIO:
anticoncepcional. Quando ao paciente ✓ Cefaleia
com DM compensada, sempre que der para ✓ Náuseas
optar por outros métodos, evitar pílula (optar ✓ Vômitos
por método não hormonal). ✓ Tonturas
✓ Irritabilidade
✓ Ganho de peso
✓ Ingurgitação venosa
O estrogênio aumenta a síntese de substrato ✓ Mastalgia
de renina e angiotensinogênio. E os ✓ Cloasma
progestagênios não interferem. • EFEITOS COLATERAIS DO
A drospirenona tem ação anti- PROGESTAGÊNIO:
mineralocorticoides. ✓ Fadiga
Em pacientes com hipertensão leve, podem ✓ Depressão
usar a pílula, mas dar preferencia à uma ✓ Alteração libido → o etinil estradiol
baixa dose de estrogênio com uma pílula aumenta a quantidade da globulina
com drospirenona. transportadora de esteroides, portanto,
tem mais androgênio ligado à globulina
do que livre.
✓ Hipo-amenorreia
Os estrogênios tem uma ação ✓ Acne
trombogênica: ✓ Apetite
o Aumentam os fatores II, V, VII, IX, X, XII ✓ Hirsutismo
o Diminuem a antitrombina III ✓ Seborreia
o Aumentam tromboxane A2 ✓ Queda de cabelo
o Diminuem prostaciclina
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GINECOLOGIA – ATD1
• DURANTE A PAUSA:
✓ Aumenta a síntese de prostaglandinas (o
que vai aumentar os sintomas
relacionados à menstruação)
✓ Crescimento folicular
✓ Esquecimento do reinício
✓ Eficácia menor quando está controlando
o sangramento ou tratando
endometriose
• SINTOMAS DO INTERVALO SEM PÍLULA:
✓ Cefaleia
✓ Dismenorreia
✓ Edema
✓ Menorragia
✓ Labilidade emocional
✓ Mastalgia
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GINECOLOGIA – ATD1
Dr. Luis Roberto Fernandes
contraceptivos hormonais
não orais
✓ Sem padrão de sangramento
✓ Efeitos colaterais (poucos)
✓ Evita o metabolismo de primeira • CONTRAINDICAÇÕES:
passagem hepática (sobrecarga As mesmas contraindicações das pílulas.
hepática) → diferente da pílula que vai • INSTRUÇÕES GERAIS:
para o intestino é absorvida, vai para o ✓ Cuidados na aplicação (não pode
fígado, é metabolizada e posteriormente massagear o local da aplicação)
vai para a corrente circulatória. ✓ Uma dose mensal
✓ Evita interferência da absorção ✓ Margem de eficácia de 3 dias para mais
gastrointestinal ou menos
✓ Possibilidade de uso de método de ✓ Índice de Pearl de 0,1 a 0,3 (muito eficaz)
liberação hormonal controlada,
mantendo níveis séricos constantes (o
que permite uma menor dose)
✓ Baixo índice de efeitos colaterais • DROGA:
✓ Evita a necessidade de tomar a pílula Acetato de medroxiprogesterona de
diariamente depósito.
É só de progestagênio
• DOSE:
150 mg/IM/cada 3 meses
✓ Injetáveis (mensais ou trimestrais) • MECANISMO DE AÇÃO:
✓ Implantes ✓ Anovulação
✓ Anel vaginal ✓ Muco cervical
✓ Transdérmicos ✓ Atrofia de endométrio
✓ DIU • EFICÁCIA:
Índice de Pearl = 0,3
• VANTAGENS:
✓ Eficácia
Associação de estrogênio e progestagênio. ✓ Seguro
• MECANISMO DE AÇÃO: ✓ Fácil utilização
✓ Impede o pico de LH, ✓ Ação prolongada
consequentemente, impede a ✓ Reversível
anovulação. ✓ Privacidade
✓ Muco cervical • DESVANTAGENS:
✓ Endométrio ✓ Não aceitação da via
✓ Mobilidade tubária ✓ Padrão de sangramento
• VANTAGENS: ✓ Efeitos colaterais
✓ Aceitabilidade ✓ Ganho de peso
✓ Estrogênio natural
✓ Preservação do sangramento
✓ Comodidade (por ser apenas 1
aplicação mensal) Implanon® → é o único no mercado
✓ Evita sobrecarga hepática Bastão com 4 cm de comprimento com 2
✓ Aplicação simples mm de diâmetro.
• DESVANTAGENS: 68mg etonogestrel (apenas progestogênio),
✓ Não aceitação da via (injeção) misturado com um polímero.
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GINECOLOGIA – ATD1
• CONTRAINDICAÇÕES: mesmas
relacionadas às pílulas. O QUE PRECISA SABER DESSA AULA
• ARMAZENAMENTO: A grande vantagem desses métodos é a
Geladeira (2 a 8ºC) não primeira passagem hepática, a
Temperatura ambiente dura 4 meses. absorção vai direto para a corrente
Anotação no cartucho qual a data que saiu circulatória, por isso pode-se utilizar doses
da geladeira. mais baixas, o que garante menos efeitos
colaterais.
Possibilidades:
o injetáveis mensais (P+E)
É um método combinado. o injetáveis trimestrais (P)
Etinilestradiol (0,60 mg) + nortelfestromina (6 o implanton (P)
mg). o anel vaginal (P+E)
EVRA ® → nome do mercado. o transdérmico (P+E)
• POSOLOGIA:
Insere-se no primeiro dia da menstruação.
Um adesivo por semana, por três semanas,
fazer pausa de 7 dias.
• LOCAIS DE APLICAÇÃO:
Pele integra, seca e sem pelos.
Pode ser na nádega, dorso, abdome, face
externa do braço.
ANA PAULA – XXII
39
GINECOLOGIA – ATD1
contracepção de urgência
✓ Relação sexual não planejada e
desprotegida
✓ Uso inadequado de métodos
contraceptivos
✓ Falha contraceptiva presumida
(rompeu o preservativo)
✓ Violência sexual
amenorréias
Cada mulher tem seu padrão de
menstruação, seu próprio ciclo, as vezes não
Queixa de ausência de menstruação (é um tem irregularidade menstrual (entre 25 e 32
sintoma). dias é normal).
Pode estar associada a várias patologias ou A fase lútea é sempre fixa (ovulou → 14 dias
ser algo pontual. depois vai menstruar). O que pode variar é a
Pode ser pontual ou repetitivo. primeira fase do ciclo.
• INCIDÊNCIA: Quando tem uma insuficiência lútea pode
Gravidez, 95% das mulheres que chegam acontecer um escape (fica um sangramento
com queixa de amenorreia estão gravidez. pré-menstrual).
5% não estão relacionadas à gravidez. O novo ciclo se inicia no primeiro dia da
última menstruação.
Alguma alteração no ciclo menstrual, pode
evoluir com quadro de amenorreia.
Neutrotransmissores
↓
Hipotálamo – GnRH pulsátil
↓ ✓ Amenorreia primária
hipófise – FSH/LH ✓ Amenorreia secundária
↓
Ovários (estradiol
(E2)/progesterona/andrógenos)
↓ • DEFINIÇÃO:
Útero Menina que nunca menstruou.
Até 14 anos não tem nenhuns caracteres
Análogos do GnRH podem ser utilizados para secundários (mamas, pelos pubianos).
bloquear o eixo. Com 14 anos tem broto mamário, mamilo,
Na ausência da gravidez, o útero descama, espera até os 16 anos para ver se é apenas
mas qualquer alteração em qualquer uma um atraso de desenvolvimento (perguntar
dessas fases pode acarretar em uma do desenvolvimento da mãe e avó, pois tem
alteração menstrual, incluindo uma influência familiar).
amenorreia. Entre 14 e 16 anos com desenvolvimento dos
Uma prolactina muito alta, por exemplo, caracteres sexuais considera-se menarca
pode inibir o GnRH. atrasada.
A saída da menstruação também pode ser • CAUSAS DE AMENORREIA PRIMÁRIA:
obstruída. Agenesia mullerina → alguma malformação
uterina no momento da fusão dos ductos de
Muller na embriogênese (síndrome de Mayer-
Rokitanky-Kuster-Hauser).
Disgenesias gonadais
Pseudo-hermafroditismo
Alterações centrais
Pacientes com maior risco de câncer de FSH. Quadro grave, mas pouco
endométrio. comum.
✓ Infecção bacteriana ou viral (podem
CAUSAS HIPOFISÁRIAS levar a uma falência ovariana)
✓ Tumores hipofisários (ação hormonal ✓ Doenças auto imunes → produzem
ou compressiva) anticorpos que atingem a circulação
✓ Síndrome de Sheehan → quadros de ovariana, entrando em falência
sangramento muito importante no precocemente
parto faz com que a hipófise tenha ✓ Tumores funcionantes
uma necrose no parto. Assim, após o ✓ Cirurgias, RXT, quimioterapia
parto a mulher tem uma baixa de (ciclofosfamida) → cirurgia para a
todos os hormônios secretados pela endometriose era muito feita, o que
hipófise, tem que repor via oral. poderia causar um dano ao ovário,
Perda sanguínea acentuada → todos os fazendo com que as mulheres
vasos menores se contraem para preservar o entrassem em menopausa precoce
cérebro. pelo excesso de cauterização.
Agalactia, amenorréia, atrofia das mamas, Ciclofosfamida: antes do tratamento
perda de peso, intolerância ao frio. quimioterápico, recomenda-se a mulheres
Às vezes, quando a necrose é pequena, as jovens que façam congelamento de óvulos.
funções podem retornar. ✓ Síndrome de Turner: ausência de um
✓ Síndrome da sela vazia → a sela cromossomo X (45X, mosaico
túrcica permite uma herniação do 45X/46XX).
espaço subaracnoide. Assim, a Baixa estatura, pescoço alado, baixa
hipófise não consegue se desenvolver. implantação dos pelos na nuca, útero
✓ Iatrogênicas rudimentar, ovários em fita, malformação
torácica.
CAUSAS OVARIANAS
✓ Esgotamento folicular → mulher nasce CAUSAS UTERINAS E CANALICULARES
com um número certo de folículos ✓ Perfil hormonal normal e cariótipo
para a vida toda, amadurecem normal
durante a puberdade, e todos os ✓ Atresia uterina/cervical/vagina
meses liberamos vários óvulos e só um ✓ Aderência intrauterina → após
vai ovular. curetagem o útero pode ficar com
Quando os óvulos acabam, o ovário entra cicatrizes e formar aderências
em falência e a mulher entra na ✓ Tuberculose genital → forma fibrose
menopausa. ✓ Metrose de receptividade → esgota os
Após os 40 anos é normal/fisiológica receptores de estrogênio e
(precoce é antes dos 40 anos). progesterona no endométrio (pode
No Brasil a média é entre 48 e 50 anos. ocorrer quando a mulher toma aco
✓ Estradiol E2/Estrona/Estriol → queda durante muitos tempos, assim, o
desses hormônios pela falência endométrio fica muito atrófico e com
ovariana. poucos receptores) → amenorreia pós
O FSH e o LH ficam altos para tentar estimular pílula é reversível
o ovário, enquanto o estrogênio estará ✓ Estenose do colo
baixo. ✓ Setpo vaginal transverso
São 3 estrogênios circulantes. ✓ Hímen imperfurado (já faz parte do
✓ Cromossomopatias exame clínico do RN perceber se o
✓ Menopausa precoce ânus está perfurado e o hímen). Se
✓ Síndrome de savage → ovário tem não descobrir o quadro, vai
alteração nos receptores para o LH e menstruar, acumular e formar um
abdome agudo
ANA PAULA – XXII
43
GINECOLOGIA – ATD1
• Anamnese
• Exame clínico
• Exames complementares
ANA PAULA – XXII
44
GINECOLOGIA – ATD1
• DISFUNÇÕES OVARIANAS:
✓ terapia hormonal (E+P) – avaliar risco /
30 UI/ml normal benefício
30 – 100 UI/ml aumento fisiológico (não ✓ anovulação (indução de ovulação)
precisa investigar tumor de hipófise) ✓ cirúrgico em caso de tumores
Acima de 100 UI/ml tumoral ✓ hiperandrogênicos: acetato de
Na SOP pode estar um pouco aumentada ciproterona
também. ✓ S. Savage: altas doses de gonadotrofinas
• PROLACTINA NORMAL E FSH E LH para ver o ovário volta a funcional
NORMAL: • DISFUNÇÕES UTERINAS E
Causa ovariana. CANALICULARES:
Menopausa precoce ✓ S. de Asherman/metrose de
Síndrome de ovários resistentes receptividade: histeroscopia com
Cromossomopatias (cariótipo) debridamento e DIU de cobre
• TESTE DE PROGESTERONA ORAL: ✓ Cirúrgico em casos de criptomenorreia,
Administrar 10mg de acetato de malformações e estenose
medroxiprogesterona VO por 10 dias.
+ → sangramento após 2 a 10 dias indica
níveis adequados de estrógenos caso clínico
Amenorréia neural, hipofisária ou ovariana. Paciente ML, 18 anos, procurou o
- → pode indicar problema na produção de ambulatório de ginecologia com queixa de
estrogênio → FAZER TESTE DE PROGESTERONA nunca ter menstruado. Negava início de
E ESTRÓGENO. atividade sexual ou outras queixas
• TESTE DE PROGESTERONA E ginecológicas relevantes. Na anamnese
ESTRÓGENO: refere desenvolvimento neuropsicomotor
Administrar estrógenos conjugados por 21 normal e doenças próprias da infância. A
dias sendo nos 10 últimos dias associados a telarca iniciou aos 11 anos e a pubarca aos
progesterona. 12 anos.
Em caso de sangramento, trata-se de O exame físico geral encontra-se normal; os
amenorréria neural/Hipofisária/ovariana órgãos genitais externos com pilificação
Em caso negativo, trata-se de amenorréia normal o intróito vaginal de aparência
uterina/Canalicular. encurtada. Não houve progressão de um
cotonete na tentativa de introduzi-lo na
vagina.
Exames laboratoriais hormonais dentro da
✓ descartar gravidez normalidade e cariótipo também normal. Ao
✓ diagnosticar ovários policísticas ultrassom, os ovários apresentam-se de
✓ ausência ou malformação do útero volume normal e útero com volume 5 cm3.
✓ tumores de ovário • COMENTÁRIOS:
✓ hematometria É um quadro de amenorreia primária, mas a
parte hormonal é normal (o que já era de se
esperar, porque essa paciente já
apresentava telarca e pubarca).
• PARA MULHERES QUE QUEREM Como os hormônios estão normais, podia
ENGRAVIDAR: descartar a hipótese de alterações
amenorreia psicogênica → psicoterapia hormonais ou centrais.
hipotálamo hipofisárias → O tamanho do útero está diminuído (5 cm3,
- cirúrgico (macroadenomas/ sendo que o normal é de 30 a 90 cm3).
craneopfraingiomas)
- medicamentoso (bromoergocriptina ou
cabergolina nas hiperprolactinemias)
ANA PAULA – XXII
45
GINECOLOGIA – ATD1
infecções ginecológicas
✓ Pregueado mucoso (pregas circulares por
toda a vagina) → quando se aproxima
✓ Cervicites (infecções do epitélio do colo do útero, deixam de ser
cilíndrico) justapostas, formando os formices/fundo
✓ Vulvovagintes (da vulva e da vagina) de saco vaginal
✓ Ulceras genitais (doenças venéreas) • COLO DO UTERO:
A cavidade peritoneal da mulher tem uma ✓ Muco endocervical (forma um tampão e
característica diferente do homem, porque impede a ascensão)
tem contato direito com o sistema externo, ✓ Substâncias bactericidas
sendo necessário todo um sistema de defesa ✓ Integridade anatômica
contra infecções para impedir que os
microrganismos ascendam para a cavidade.
No canal vaginal existe uma flora de
lactobacilos chamados de bacilos de • TIPO I:
Doderline, que fazem com que o glicogênio 90 a 95% de Doderline
forme ácido láctico, que diminui o pH 5 a 10% de outras bactérias
vaginal (uma das proteções contra Ausência ou raros polimorfonucleares
infecções). • TIPO II:
Certas situações podem alterar esse meio 50% de bacilos de Doderline
vaginal, como o hiperestrogenismo, por 50% de outras bactérias
exemplo, que causa uma atrofia do epitélio Maior quantidade de polimorfonucleares
vaginal, formando menos ácido láctico e • TIPO III: disbiose
alterando o pH da vagina, por uma simples Ausência de Doderline
mudança do meio vaginal. 100% de outras bactérias
Polimorfonucleares em grande quantidade
muito ácido láctico, o que dificulta o ingerido com bebidas alcoólicas, náuseas e
crescimento do bactérias anaeróbicas) vômitos.
As bactérias anaeróbicas produzem algumas Alternativas ao antibiótico:
substâncias que estão em meio líquido do - Yakult na vagina (lactobacilos) → mas não
conteúdo vaginal. Quando a paciente tem funcionou porque os lactobacilos presentes
relação, o sêmen alcalino ou o sangue da na vagina e no Yakult são diferentes.
menstruação alcaliniza o meio vaginal, e - substâncias acidificantes (ácido acético) →
essas substâncias produzidas pelas bactérias ninguém usa mais
anaeróbicas volatilizam, causando o odor. - probióticos → muito utilizado hoje, altera
• TESTE DAS AMINAS: tanto a flora do TGI, quanto do trato vaginal
KOH 10% → alcaliniza o meio vaginal,
volatilizando os conteúdos bacterianos. NÃO precisa tratar o parceiro, porque
Portanto, se visualizar um conteúdo que não é uma DST, é apenas uma
parece vaginose, realizar o teste das aminas mudança do meio vaginal.
para confirmar o diagnóstico.
• CRITÉRIOS DE AMSEL:
1. conteúdo vaginal → branco-acinzentado É difícil de ser vista hoje (7 a 35%).
em pequena quantidade • ETIOLOGIA:
2. pH acima de 4,5 Trichomonas vaginalis (protozoário)
3. teste das aminas/Wiff positivo (KOH 10%) – É uma DST (DEVE tratar o parceiro).
teste da baforada Pode levar a uma doença inflamatória
4. células epiteliais da vagina recobertas pélvica aguda → para ter uma doença
por bactérias (clue cells ou células guia) – inflamatória pélvica é preciso ter Clamydia
pode fazer um exame a fresco (com SF) ou Gonorreia no colo do útero.
ou coloração com Gram para visualizar O tricomonas é um protozario flagelado, e
essas células essas duas bactérias grudam nele, sendo
Se tiver 3/4 → diagnostico confirmado. vetor que leva bactérias para dentro da
• CRITÉRIO DE NUGENT: cavidade uterina. Além disso, o
Por pontuações. espermatozoide também pode ser vetor.
• QUADRO CLÍNICO:
Vai dando pontuações para cada ✓ Corrimento abundante, amarelo-
alteração. esverdeado e bolhoso
• TRATAMENTO: ✓ Odor desagradável (não tanto quanto
Antibióticos para bactéria anaeróbica, o na vaginose) → pode dar teste das
mais comum é o metronidazol (500mg 2x por aminas fracamente positivo
dia por 7 dias). ✓ Ardor, prurido
Secnidazol é dose única. ✓ Disuria e dispareunia
Embora a dose única seja mais cômodo, o ✓ Hipertemia (só em associação com
melhor método para tratar é por 7 dias, doença inflamatória pélvica aguda,
porque a resposta por dose única é mais causando febre e dor pélvica)
baixa. ✓ Dor em baixo ventre
O metronidazol causa um efeito antabuse, ✓ Colo em framboesa (erosão do epitélio
gosto ruim/metálico na boca e não pode ser do colo do útero e da vagina) →
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD1
Queixa muito comum na maioria das Saída de secreção líquida pelo mamilo fora
mulheres, muito associada ao ciclo do ciclo gravídico puerperal.
menstrual. 95% é alterações benignas, mas os 5%
Condição auto limitada. devem ser investigados.
Se a dor for um sintoma isolado, risco de • CLASSIFICAÇÕES:
0,02% de câncer. Funcionais
• CÍCLICA: condição muito comum Orgânicos
Relacionado ao estimulo do estrogênio e Pseudofluxos
progesterona no tecido mamário no período • FUNCIONAIS:
menstrual. Stress
• ACÍCLICA: Auto expressão (cancerofobia)/estimulo
✓ Mastites sexual
✓ Traumas Hiperprolactinemias (galactorreia) → alguns
✓ Cistos mamários medicamentos podem causar um aumento
Tem que ver a causa quando essa mastalgia de prolactina
é acíclica. • ORGÂNICAS:
Algumas mulheres têm dor na coluna. Não neoplásicas (ectasia ductal e mastite
Síndrome de Tietze: comprometimento das subareolar)
articulações esternocostais. Neoplasias (papilomas/carcinomas)
Doença de Mondor: é uma flebite (a rede • PSEUDO FLUXOS:
de circulação venosa superficial da mama é Mamilos invertidos, eczemas, traumas,
muito extensa, podendo ter trombose dessas herpes, abcessos dos tubérculos
veias).
• DIAGNÓSTICO/MASTALGIA:
Só pelo exame clínico já se consegue fazer o
diagnóstico. Neoplasia epitelial benigna de baixo risco
Não tem necessidade de realizar exame de para malignidade.
rastreamento nos casos de mastalgia sem Secreção sanguinolenta espontânea,
alterações no exame físico. unilateral, uniductal (água de rocha ou
Conforme a queixa clínica (se puder ser sanguinolento).
suspeito) pode fazer exame. Toda secreção que é espontânea deve-se
• TRATAMENTO: ficar mais atento.
Quando a queixa é muito persistente, pode- Para diferenciar de carcinoma papilífero tem
se recomendar o uso de qualquer anti- que retirar todo o ducto para enviar para a
inflamatório. biopsia (antes disso não tem como
Os anticoncepcionais evitam essa situação. diferenciar).
Evitar sutiãs de armação, porque estimulam Sempre que for realizar o exame, fazer a
os receptores. digitopressão (comprimir toda a aureola até
Em casos muito intensos, tem mulheres que descobrir o ponto do gatilho, onde é o
precisam de tratamento mais específico, ducto).
como inibidores de prolactina. • DIAGNÓSTICO:
O tamoxifeno é um medicamento utilizado Sempre clínico, por digitopresssão. Não se faz
nos casos de câncer de mama porque é um citologia desse fluxo (muito falso negativo e
modulador seletivo do receptor de muito falso positivo).
estrógeno (pode ser utilizado em casos de Pedir USG e mamografia (para mulheres com
dor extrema). mais de 35 anos).
A vitamina E melhora os sintomas também. Carcinomas: fluxo papilar transparente tipo
“água de rocha” ou hemorrágico (sempre
suspeito, deve investigar).
ANA PAULA – XXII
55
GINECOLOGIA – ATD1
• TRATAMENTO:
Cirúrgico, remover por complexo esse cisto
comprometido. Lactacionais: gestacionais e lactacionais
• NÃO LACTACIONAIS:
ESPECÍFICAS:
✓ Tuberculose
✓ Leutica
✓ Micóticas
✓ Lupicas
✓ Sarcoidose
Os papilomas múltiplos tem um risco maior ✓ Parasitarias
para carcinomas. ✓ Virais
✓ Doença de Mondor
✓ Esteatonecrose
INESPECÍFICAS:
✓ Mastite periareolar recidivantes (em
fumantes, oblitera o ducto, formam
um abscesso que tendem a sair pela
pele)
✓ Mastite da ectasia ductal
• MASTITE PERIAREOLAR RECIDIVANTE:
O cigarro causa uma metaplasia no ducto,
que oblitera a luz do ducto, causando
dilatação por estase.
Forma um abscesso nesse ducto que sai pela
pele na forma de fístula (caminho não
OBS: secreção bilateral também não tem anatômico entre duas estruturas).
importância.
Questões
CASO 1:
Paciente de 30 anos, com queixa de nódulo
de mama há 6 meses de crescimento lento.
Em seus antecedentes refere avó com
câncer de mama aos 75 anos. No momento
• TUMOR PHYLLODES: em uso de ACHO combinado, nuligesta, sem
Raro (0,3 a 0,9%) outras comorbidades.
Da 4 a 5ª década. Ao exame, mamas de médio volume, palpa-
Alta taxa de recidiva local se nódulo fibroelástico, móvel, bem
Em 80% dos casos é benigno, porém com delimitado, de 2 cm em mama esquerda. A
alta taxa de recidiva. palpação de linfonodos foi negativa.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: Qual é a hipótese diagnóstica?
Fibroadenoma juvenil (também de A história fala a favor de um nódulo, porque
crescimento rápido, mulheres jovens, não é fibroelástico e de crescimento lento, além
apresenta recidivas locais) de ser indolor.
Carcinoma Hipótese → fibroadenoma.
Fibroadenomas Não é câncer porque a palpação de um
TRATAMENTO: câncer seria com nódulo bem endurecido.
Cirúrgico (sempre retirar com margem de Quais exames a serem solicitados?
segurança) É uma paciente de 30 anos, pedir apenas
Os malignos são raros, mas muito agressivos. USG.
Qual a melhor conduta?
Se o USG der BI-RADS 3 seguimento de 6 em
6 meses por 2 anos.
Como orientá-la quanto ao risco de câncer?
85% dos canceres de mama são aleatórios,
Nódulos sólidos, o ideal é pedir uma biópsia, como só a vó teve câncer com mais de 75
quando for cistos, pedir punção com agulha anos, não se enquadra nos 15% de câncer
fina. ligado à história familiar.
• PAAF (PUNÇÃO ASPIRATIVA COM
AGULHA FINA): CASO 2:
Dirigida ou não por USG Paciente com 42 anos procurou PA com
Citologia. história de trauma na mama D há três dias
• BIÓPSIA COM AGULHA GROSSA (BAG após briga conjugal. Em uso de AINH desde
OU CORE BIOPSY): então, mas está apresentando piora
Dirigida por US ou MG (esterotaxia) progressiva associada a vermelhidão, dor
Histologia – anátomo patológico intensa, calafrios e sudorese.
Retira um fragmento (pedaço do nódulo). Ao exame físico nota-se abaulamento com
• BIÓPSIA COM AGULHA GROSSA A hiperemia no quadrante súpero lateral da
VÁCUO (MAMOTOMIA): mama direita.
Dirigida por US OU MG (esterotaxia) A palpação esse abaulamento corresponde
Histologia – anátomo patológico a um espessamento dolorido. Sem linfonodos
Remoção completa em tumores pequenos palpáveis.
(1,5 cm).
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD1
COMENTÁRIO:
Tanto o papiloma quanto o carcinoma
papilífero podem causar fluxo papilar
sanguinolento, mas o mais frequente é
papiloma intraductal (85% dos casos).
As alterações funcionais benignas as vezes
podem dar um fluxo, mas seria bilateral e
não seria sanguinolento e nem espontâneo.
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD1
• INCIDÊNCIA:
MS Brasil: 10% das mulheres em idade Bacilo gram negativo intracelular.
reprodutiva vão apresentar DIPA Exclusivo de seres humanos.
• SEQUELAS: 15 imunotipos:
• Esterilidade A, B, C: tracoma
• Gravidez ectópica L1, L2, L3: linfogranuloma venéreo
• Dor pélvica D, E .... K: infecções genitais
70% das infecções pélvicas por clamídia são
assintomáticas.
• CLÍNICO:
Sinais vitais: taquicardia, temperatura pode
estar aumentada ESTÁGIO I: endometrite e salpingite sem
Exame do exame: dor à palpação profunda, peritonite (o microrganismo não caiu na
dor à descompressão brusca (abdome cavidade peritoneal)
agudo inflamatório) ESTÁDIO II: endometrite e salpingite com
Exame ginecológico: peritonite
Especular: pode ter secreção saindo do óstio ESTÁDIO III: abcesso tubo-ovariano ou
(essa secreção pode ser sanguinolenta e pélvico
algumas vezes de odor fétido) ESTÁDIO IV: rotura de abcesso tubo-ovariano
Toque: no toque bimanual pode encontrar (alta mortalidade, porque os microrganismos
tuba dolorosa. Se tiver hidrossalpinge ou invadem toda a cavidade)
abcesso tubo-ovariano vai ser possível sentir
uma massa.
• LABORATORIAL:
Hemograma: serie vermelha normal + • APARELHO GENITAL:
leucocitose com desvio à esquerda • Cisto de ovário complicado
VHS, PCR • Mioma
Agente etiológico • Gravidez ectópica (história de beta-HCG
• IMAGEM: positivo + atraso menstrual)
Ultrassonografia (no início é pouco positiva, é • APARELHO DIGESTIVO:
possível ver no USG apenas em casos mais • Apendicite
avançados) • Diverticulite
Vídeolaparoscopia (padrão ouro) • APARELHO URINÁRIO:
• Infecções do trato urinário
• APARELHO ÓSSEO MUSCULAR
ARTICULAR
• CRITÉRIOS MAIORES/MÍNIMOS:
1. Dor na região do hipogástrio
2. Abdome doloroso à palpação
3. Mobilização dolorosa do útero ao toque • OBJETIVOS:
4. Dor nos anexos uterinos (tuba e ovário) • microbiológico (atuar diretamente contra
• CRITÉRIOS MENORES/ADICIONAIS: os microrganismos)
1. Hipertermia • alivio dos sintomas
2. Hemograma com leucocitose (desvio à • prevenção das complicações
esquerda) • medidas gerais
3. VSH/PCR elevados • TRATAMENTO CLÍNICO:
4. Tumor anexial ao USG Ambulatório ou hospital.
5. Identificação do agente etiológico • INDICAÇÕES PARA INTERNAR:
• CRITÉRIOS DEFINITIVOS: • Diagnóstico duvidoso
1. Evidencia histológica de endometrite • Falta de resposta ao tratamento
(retirada de um fragmento do ambulatorial
endométrio para avaliação anátomo- • Náuseas ou vômitos (porque remédio via
patologico) oral não irá funcionar)
2. USG com suspeita de abcesso pélvico • Condições socio-econômicas (se não
3. Vídeo-laparoscopia tiver condições financeiras de comprar o
três critérios maiores + um critério menor medicamente)
OU • Estádio > I da doença (se tiver peritonite
presença de critério definitivo tem que internar)
ANA PAULA – XXII
62
GINECOLOGIA – ATD1
±
fase aguda da doença inflamatória pélvica b) Microplasma e Gardnerella
III – Em uma portadora de DIP estádio II, o c) Clamídia e gonococo
melhor parâmetro para a passagem da d) HIV e trichomonas
terapêutica antimicrobiana endovenosa e) Bacteroides e Clostridium
para a oral é a ausência de hipertermia.
a) Apenas I está correta
b) Apenas II está correta
c) Apenas III está correta
d) I e II estão corretas
e) I e III estão corretas
câncer de mama
Nódulo de crescimento lento e indolor:
fibroadenoma
Se for mais endurecido: câncer de mama. • Gênero: 99% em mulheres; 1% homens;
O que vai fazer o diagnóstico diferencial • Idade
mesmo é a biopsia com agulha grossa
• Raça e etnia (um pouco mais
(mamotomia).
frequente em algumas mulheres
judias, negras tem maior taxa de
mortalidade)
• Ca de mama prévio (risco de 0,5% a
o 2° mais frequente entre as mulheres
1% ao ano) – por fator genético (risco)
(tirando o de pele).
• História familiar:
o No BR: taxa de mortalidade é elevada (o
• 15% dos cânceres de mama têm história
diagnóstico precoce ainda não é
familiar
acessível, as políticas de rastreamento
• risco alto quando antes dos 50 anos,
são falhas).
bilaterais
o Estimativa de casos novos (2020): 66.280
• Alterações genéticas hereditárias:
casos novos (bastante casos).
• 3-5% do total
• Mutações nos genes BRCA1 (50-70%) e
BRCA2 (15-20%)
A mutação genética, na maioria das vezes,
é desconhecida.
Geralmente em uma paciente jovem com
câncer de mama, deveriam ser submetidas
a um estudo genético, e posteriormente, a
família deveria realizar o exame também,
para investigar o fator genético. Porque em
pacientes jovens com câncer tem maior
chance de ser por fator genético.
• Doenças benignas associadas a
• CARCINOMAS IN SITU: atipias (RR 8 a 9):
• Ductal Quando faz biopsia e vê células anormais.
• Comedocarcinoma Célula que não é normal, mas também não
• Papilífero é um câncer.
• CARCINOMAS INFILTRATIVOS: • Fatores endócrinos alterando o tempo
• Ductal (mais frequente) - CINE de manifestação:
• Lobular • Menarca precoce/menopausa tardia
• Mucinoso • Uso de anticoncepcionais
• Tubular • Uso de hormônios na menopausa
• Medular • Nuliparidade/idade da primeira gestação
• Inflamatório (fator de proteção ao câncer de mama
• Papilífero porque o lóbulo mamário só se torna
Todo câncer de mama passa por uma maduro após a gravidez)
classificação imuno-histoquimica. Por isso que o ideal é engravidar antes dos
30 anos, para amadurecer a mama e
proteger do câncer.
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD1
• INDICAÇÕES:
• Nódulo palpável
• Nódulo na mamografia
• Mamas muito densas
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD1
• LOCAL:
• Cirurgia
• Radioterapia
• SISTÊMICO:
• Quimioterapia
Toda vez que estiver sob uma lesão suspeita
• Endocrinoterapia (hormonioterapia)
e palpável → SEMPRE fazer biópsia de
fragmento.
Quando não for palpável e categoria 3 →
realizar exame de 6 em 6 meses para
acompanhamento. Antigamente, quando começou a se
diagnosticar o câncer de mama, não a
imaginavam como uma doença sistêmica.
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD1
• COMPORTAMENTAIS:
• Dieta (pobre em gorduras sintéticas) Questões
• Atividade física e controle de peso
• Amamentação Paciente com 59 anos, foi ao consultório
• Critério no uso de hormônios (em para exames de rotina. Em seu histórico
mulheres de alto risco para prevenção) pessoal somente HAS controlada.
• MEDICAMENTOS: Antecedentes ginecológicos apresentou
• Tamoxifeno menarca aos 12 anos e menopausa aos 48
• Raloxifeno anos, é 2G 2P 0 A. Nega antecedente
• CIRÚRGICOS: familiar para câncer.
• Adenomastectomia Exame físico apresentava-se normal.
Nos exames complementares, somente a
• Ooforectomia
mamografia apresentou alteração: nódulo
irregular, hiperdenso, com 1,5 cm, associado
a calcificações suspeitas categoria BI-RADS
4. O ultrassom das mamas não evidenciou o
✓ Carcinoma ductal in situ
nódulo.
✓ Carcinoma de Paget
Qual a hipótese diagnóstica?
✓ Carcinoma inflamatório
Câncer de mama (nódulo irregular,
✓ Carcinoma de mama e gravidez
hiperdenso, calcificações) → Bi-RADS
✓ Carcinoma de mama no homem
Qual o melhor exame a ser solicitado para
✓ Sarcomas
confirmar essa hipótese?
• MASTITE X CARCINOMA:
Biópsia com agulha grossa a vácuo
Há carcinomas que se assemelham muito a
(mamotomia).
uma mastite. Portanto, no caso de mastites
Tem dois tipos de biópsia com agulha grossa:
que não curam com o uso de diferentes
- CORE BIOPSY
antibióticos atentar-se (mais de 14 dias),
fazer biopsia.
ANA PAULA – XXII
73
GINECOLOGIA – ATD1
Hipervascularização
de ser realizado (nível ambulatorial)
•
Edema teca/granulosa
✓ Histerosonografia
•
Invaginação granulosa
✓ Biopsia do endométrio
•
ANA PAULA – XXII
4
GINECOLOGIA – ATD2
eficaz que pode ser oferecido ao casal anos, não apresenta alterações ao exame
portador de infertilidade? físico e possui um filho de 6 anos de seu
a) Indução da ovulação e coito casamento anterior. Em relação à
programado propedêutica da infertilidade conjugal nesse
b) Indução da ovulação e inseminação caso, é CORRETO afirmar:
intrauterina a) O espermograma é dispensável, visto
c) Inseminação intrauterina em ciclo sem que o marido possui comprovação de
estimulo ovulatório fertilidade (um filho do casamento
d) FIV anterior).
e) Videolaparoscopia para b) Em vista do declínio da função
desobstrução tubária ovariana observado com o aumento
COMENTÁRIOS: da idade, o casal deve ser
E não pode ser feita porque o marido possui imediatamente encaminhado para a
oligospermia, portanto, uma desobstrução fertilização in vitro.
tubária não iria resolver o problema do casal. c) A videolaparoscopia, o teste do
clomifeno e dosagens de estradiol e
18 – Paciente de 33 anos, nuligesta, com progesterona são exames
quadro de infertilidade conjugal há 2 anos. A fundamentais na propedêutica inicial
propedêutica revelou presença de mioma do casal acima
submucoso de 3 cm. O marido tem 41 anos e d) Dosagem de FSH no 3º dia do ciclo
dois filhos de relacionamento anterior. menstrual, histerossalpingografia,
A conduta adequada é: ultrassonografia endovaginal e
a) Miomectomia histeroscopica e espermograma são os exames que
solicitar espermograma devem ser realizados na avaliação
b) Tratamento com análogos do GnRH inicial do casal.
por 6 meses COMENTÁRIOS:
c) Miomectomia laparoscópica e A – o filho do casamento anterior tem 6 anos,
realização do teste pós-coito portanto, pode ter acontecido algo entre
d) Videolaparoscopia com esses anos
cromotubagem e miomectomia B – não, primeiro deve-se investigar, para
COMENTÁRIOS: depois escolher a conduta.
Espermograma porque não se sabe há C – esses exames não são utilizados na
quanto tempo o marido teve esses 2 filhos. abordagem inicial (primeiro são feitos
O análogo pode diminuir esse mioma, mas exames menos invasivos).
ao parar o medicamento, o mioma irá D - primeiro é feito uma investigação não
retornar ao tamanho inicial. invasiva desse casal, posteriormente, escolhe
a conduta mais adequada de acordo com
19 – A avaliação da reserva ovariana deve o resultado dos exames e o diagnóstico.
ser feita através da dosagem de:
a) Estadiol na fase periovulatória
b) Progesterona na fase lutea media
c) FSH no 3º dia do ciclo menstrual
d) Prolactina na fase folicular
v endometriose
• Idade da menstruação (quanto mais
tarde menstrua, menos chance)
Endometriose é conceituada como a • Sedentarismo
presença de tecido semelhante ao • Idade
endométrio (estroma e/ou glândula) em • IMC (mulheres mais magras tem mais
localização ectópica. risco)
Tecido endometrial é o que reveste o útero Recentemente, foi publicado um paper que
internamente. Esse tecido é formado por deixa os fatores de risco bem claros,
glândulas, mais superficiais (que fazem a sofrendo influencia desde o estado
secreção), e estroma, que nutre essas embriológico.
células.
É um tecido bem típico, de fácil
reconhecimento.
Há diversas teorias que tentam explicar a
ENDOMETRIOSE PROFUNDA: infiltra fisiopatologia da endometriose.
mais do que 5 mm (0,5 cm).
Esse último é um
exemplo clássico de
bloqueio posterior, um
exemplo de alça de
retosigmoide infiltrada,
aderida à porção
posterior do útero.
✓
ANA PAULA – XXII
14
GINECOLOGIA – ATD2
EXAMES BIOFÍSICOS
✓ Ultrassom com preparo intestinal:
Melhora a condição do
colón, retirando fezes e
gases, porque os
elementos sólidos e
gasosos bloqueiam as
ondas acústicas do USG.
Lembrando que no USG,
as ondas são propagadas pelo líquido.
É padrão ouro para diagnóstico de
• Inspeção geral endometriose.
• Palpação abdominal (para ver Portanto, quando faz o preparo intestinal,
sensibilidade, paciente pode ter melhora a qualidade do exame. Mas o que
sensibilidade aumentada) faz o diagnóstico é o profissional
• Especular (em casos mais graves pode-se capacidade. Caso não tenha um profissional
ver a lesão infiltrando e invadindo o fórnix capacitado, é melhor realizar uma
da vagina). ressonância magnética.
• Toque vaginal (bimanual) → palpar os ✓ Ressonância magnética
ligamentos
• Toque retal
EXAMES BIOQUÍMICOS
✓ CA 125: EXAMES AUXILIARES
CA 125 é um marcador tumoral que é ✓ Enema opaco com duplo constraste →
aumentado nas pacientes com exame com raio contrastado de raio-X
endometriose, mas também é aumentado em que se pode avaliar a espessura da
em outras etiologias, por isso pode ser um parede intestinal
exame muito traiçoeiro (mais aumentado na ✓ Urografia → quando a endometriose
endometriose ovariana). causa obstrução de ureter, pode ajudar
Sensibilidade: baixa a localizar o ponto de obstrução e auxiliar
Especificidade: baixa. na cirurgia.
Mas há casos em que a paciente tem
endometriose, mas tem o CA 125 baixo.
Portanto, não pode ser usado como
diagnóstico.
✓ Leptina
✓ Interleucinas (IL-6)
✓ Glicodeina
ANA PAULA – XXII
15
GINECOLOGIA – ATD2
TRATAMENTO DA INFERTILIDADE
• Estimulação ovariana
• Coito programado
• Fertilização in vitro → é recomendado
para pacientes que tem condições
financeiras e endometrioses menores
do que 4 mm.
Mas quando a paciente não tem
condição socioeconômica a única
opção acaba sendo cirurgia.
• NICHD – 1990:
Se tiver hiperandrogenismo clínico OU
laboratorial associado a um distúrbio
menstrual, na exclusão de outras doenças,
garante o diagnóstico. Pensava-se que o espessamento da
Não levam em conta se o ovário vai ou não albugínea levava a uma dificuldade para
se apresentar com cistos. romper, por isso que a pessoa não ovulava.
• ROTTERDAM CONSENSUS – 2003: Por isso, começaram a fazer uma ressecção
É o que mais se aplica. em cunha desse ovário. Assim, as pacientes
Presença de pelo menos 2/3 critérios. começaram a melhorar, retornar o ciclo
1. Oli/anovulação menstrual.
2. Sinais clínicos ou laboratoriais de Contudo, na verdade, só resolvia o
hiperandrogenismo problema, porque quando retirava uma
3. Ovário aumentado de volume ao USG parte do ovário, os folículos diminuíam o
(volume maior que 10 cm ou mais de 12 ambiente hiperandrogênico.
folículos)
Exclusão de outras doenças.
• ANDROGEN EXCESS AND PCOS
SOCIETY – 2006: ✓ 4 a 10% das mulheres em idade
• Hiperandrogenismo reprodutiva;
• Disfunção ovariana ✓ Uma das causas mais comuns de
• Exclusão de outras doenças. infertilidade;
✓ 30 a 40% das pacientes com infertilidade;
✓ 90% das pacientes com ciclos irregulares.
• Clínico
• Laboratorial Score para calcular o hirsutismo.
• Ultrassonográfico Dá uma pontuação para cada grau de
hirsutismo que for encontrado.
É importante para acompanhar o grau de
evolução de acordo com o tratamento (se
✓ Hiperandrogenismo (70%) teve melhora clínica ou não com o avançar
✓ Oligomenorreia ou amenorreia (80%) do tratamento).
✓ Infertilidade
✓ Obesidade (35 a 60%)
✓ Síndrome HAIR-AN (50 a 75%)
• CITRATO DE CLOMIFENO:
Indutor de ovulação mais utilizado.
50 mg do 3 ao 7º dia do ciclo.
Pode ser associado a uma metformina (se a
causa for insulino-resistência) ou a um
corticoide (se a causa for adrenal).
• GONADOTROFINAS:
Se não resolver com o indutor de ovulação,
encaminhar para especialista em
reprodução humana para induzir a gravidez
com gonadotrofinas (perigo de morte por
síndrome do hiperestimulo).
ANA PAULA – XXII
24
GINECOLOGIA – ATD2
v Puberdade precoce v
• 8 – 10 anos:
Desenvolvimento folicular irregular (secreção
falha de estrogênio)
Telarca (1º dos eventos)
Desenvolvimento da pelve óssea
Estirão de crescimento
• 10 – 11 anos: Quando tem a manifestação da puberdade
Pubarca (região pubiana e axilar) antes dos 8 anos.
Alterações morfológicas vulvares • CENTRAL/VERDADEIRA:
Desenvolvimento do corpo uterino Precocidade do sistema HHO.
• 11 – 14 anos: Ou seja, todos os estímulos ocorrem pela
Estágio final do desenvolvimento mamário secreção pulsátil de GnRH de forma
Pelos axilares precoce.
Menarca • PERIFÉRICA OU PSEUDOPUBERDADE:
Ciclo anovulatório → embora já tenha Produção autônoma de estrogênio pelo
ovulação e já consiga engravidar, como o ovário ou de androgênio pela adrenal.
eixo ainda está imaturo, ainda há ciclos
anovulatórios
• 14 – 16 anos:
Desenvolvimento completo dos órgãos • ETIOLOGIAS:
genitais (já de tamanho adulto) • Constitucional ou idiopática (mais
Ciclos ovulatórios comum):
Perda do crescimento esquelético (meninas Não existe uma causa para isso, é apenas
no ápice da sua vida reprodutiva) algo natural daquela criança, pode ser
genético.
Não tem nenhuma desordem, é apenas
uma manifestação precoce.
Estudos: Thandrup (1961) → 401/452
Huffman et atl 75,4% dos casos estudados.
Lembrar desses estudos quando diante de
uma puberdade precoce, porque na
maioria será idiopática, mas deve-se
pesquisar as causas abaixo.
• Patologias do sistema nervoso central:
Pinealoma, astrocitoma, ependimoma,
craniofaringeoma
Hamartoma: 3º ventrículo, GnRH
Epilepsia e retardamento mental
• Sequelas de processos inflamatórios ou
traumáticos: tuberculose, encefalites
ANA PAULA – XXII
26
GINECOLOGIA – ATD2
v Puberdade tardia v
• Disgenesia gonadal (mais comum) →
simplesmente a gônada não se manifesta
Se classifica puberdade tardia quando: – Síndrome de Turner é a mais comum.
Ausência de telarca até os 13 anos • Autoimunes
OU • Uso de medicamentos (quimio ou radio)
Ausência de menarca até os 16 anos • Retirada cirúrgica, ooforites,
• CLASSIFICAÇÃO ETIOLOGICA: galactosemia, defeitos congênitos da
A classificação é feita pela dosagem das esteroidogênese e agenesia ovariana
gonadotrofinas, hormônios produzidos pela (raros)
hipófise.
• Eugonadismo: LH e FSH em doses normais SÍNDROME DE TURNER
• Hipogonadismo hipergonadotrófico: É a causa mais frequente de disgenesia
hipófise secretando bastante quantidade gonadal, portanto, é a causa mais frequente
de LH e FSH, mas nenhuma produção de de puberdade tardia por hipogonadismo
hormônios ovarianos hipergonadotrófico.
• Hipogonadismo hipogonadotrofico: LH e • FENÓTIPO:
FSH baixos (problema no SNC) Existem diversas manifestações e graus
variados.
Normalmente é uma menina de baixa
estatura, infantilismo e pescoço alado.
Função normal do eixo HHO (não tem • DEFEITO GENÉTICO:
alteração das secreções hormonais) É um defeito genético ligado ao
LH, FSH e esteroides ovarianos estão em cromossomo sexual.
doses normais Pode ser mosaico (variações de perdas
Telarca e pubarca normais, mas a menina deletérias).
não menstrua • ABORTO:
• POSSÍVEIS CAUSAS: Causa mais comum de aborto (1/15) → 99%
• Malformações genitais (agenesia de das gravidezes evoluem par abortamento
vagina, hímen imperfurado, septo • CARACTERÍSTICAS FÍSICAS QUE
transverso) OCORREM POR PERDA DO MATERIAL
• Pseudo-hermafroditismo masculino GENÉTICO:
(cariótipo 46XY) → fenotipicamente é ✓ Linfedema de extremidades
uma mulher, mas o cariótipo é masculino ✓ Pescoço alado
✓ Implantação baixa dos cabelos
✓ Rotação das orelhas
✓ Ausência de estrogênio: ausência de
Representa 43% das causas de puberdade telarca e menarca, ausência do estirão
tardia. de crescimento
É a causa mais frequente. ✓ Pubarca normal (adrenarca)
Hipogonadismo: defeito nas gônadas • MOSAICISMO:
Hipergonadotróficas: as gonadotrofinas (LH e Diversas manifestações diferentes.
FSH) estão aumentadas. Pode ter anomalias cardíacas, renais, pode
Ou seja, o defeito está na gônada, tem o cursar com hipotireoidismo.
estímulo hormonal (pelo LH e FSH), mas a O desenvolvimento intelectual é normal.
gônada não responde. • TRATAMENTO:
• CAUSAS MAIS COMUNS: Reposição hormonal: baixas doses de
• Congênitas ou adquiridas estrogênio, para evitar soldadura das epífises
• Distúrbios genéticos (quanto mais precoce o diagnóstico, melhor
a chance dessa paciente ter um
ANA PAULA – XXII
29
GINECOLOGIA – ATD2
Climatério
Nascimento • Menopausa: é a última menstruação
↓ → infância • Pré-menopausa: é a que antecede
9 a 10 anos • Perimenopausa: período que
↓ → puberdade antecede e sucede
15 a 16 anos • Pós menopausa (pode ser tardia ou
↓ → maturidade sexual precoce)
40 a 45 anos
↓ → climatério
>65 anos
(senilidade/senectude) A expectativa de vida da mulher aumentou
muito, sendo na média de 75 anos, e para
japonesas de 84 anos.
Como a expectativa de vida da mulher está
É um período de evolução biológica das aumentando consideravelmente, e a idade
mulheres, antes dele tem o período de da menopausa não altera, a mulher está
maturidade sexual, e após tem o período se cada vez mais se encontrando no período
senilidade/senectude. de deficiência dos hormônios femininos
Fase da evolução biológica da mulher em (climatério).
que ocorre o processo de transição entre o
período reprodutivo ao não reprodutivo.
Alguns autores consideram o climatério uma
patologia endócrina caracterizada pela
deficiência de esteroides sexuais, resultantes
da insuficiência ovariana secundária ao
esgotamento folicular.
• MENOPAUSA:
MENOPAUSA NÃO É UM PERÍODO, É UMA
DATA DENTRO DO CLIMATÉRIO (última
menstruação, por isso é um diagnóstico
retrospectivo) → preciso esperar um ano
para diagnosticar a menopausa (que é a
última menstruação há 1 ano). O ovário tem duas funções, produzir
Idade média: 49 anos hormônios (andrógenos, estrógenos e
Menopausa prematura: antes dos 40 anos progestagênios) e gametas.
Menopausa tardia: após os 55 anos Mas os folículos vão diminuindo
Há fatores intervenientes, que podem gradativamente a cada ciclo (cerca de mil
antecipar a menopausa, como o cigarro, folículos são perdidos a cada ciclo).
que possuem uma serie de substancias Redução folicular
toxicas que vão levar a uma redução dos ↓
folículos ovarianos. Diminuição inibina e aumento do FSH
↓
Crescimento folicular anormal
↓
Disovulia – ovulação imperfeita
↓
Anovulação
ANA PAULA – XXII
32
GINECOLOGIA – ATD2
• SINTOMAS VEGETATIVOS:
• Vaso-motores (ondas de calor)
• Sudorese A vagina tem receptores de estrogênio e à
• Palpitações medida que eles diminuem, vai levando a
• Cefaléia uma vaginite atrófica.
• Vertigens Nessa vaginite tem um aumento de
• Opressão corrimento (principalmente pela
• Zumbidos Gardnerella), sangramento, dispareunia de
• METABÓLICOS: introdução (dor na penetração, no início do
• Osteoporose São as duas alterações metabólicas ato sexual) e infecção secundária.
• Aterosclerose mais importantes
• Atrofia cutânea
• Atrofia genital
• Antropatias Existe receptor ao estrogênio no trígono
• Mialgias vesical (região entre os dois meatos ureterais
• Obesidade e o meato uretral interno) e na uretra
• Menstruação posterior.
• PSÍQUICOS: Por isso que é mais frequente nesse período
• Irritabilidade a síndrome uretral (paciente queixa de
• Ansiedade disuria, polaciuria, sensação de
• Depressão esvaziamento incompleto). Também é
• Nervosismo comum causar incontinência urinaria.
• Insônia Além disso, uma maior frequência de
• Libido infecções urinárias.
• Amnesia É apenas pela deficiência estrogênica.
• Melancolia
• Alzheimer (3x mais nas mulheres)
Terapia hormonal
AÇÃO NO TECIDO ÓSSEO
AÇÃO DIRETA:
O grande problema do climatério é a Diminui a atividade do osteoclasto e
deficiência hormonal, porque muitos aumenta a atividade do osteoblasto
sintomas vêm dessa deficiência. Estudos mostraram que reduziu o risco de
Por isso o tratamento é feito por meio da fraturas na coluna vertebral e no colo do
reposição hormonal. fêmur.
Em 2002, apareceu um trabalho WHI nos EUA AÇÃO INDIRETA:
para verificar qual era o impacto da As citocinas modulam a absorção e induzem
reposição hormonal na mulher em várias a formação.
doenças.
BENEFÍCIOS LIPÍDIO-DEPENDENTES
✓ Diminui colesterol total
✓ Elevação HDL (pelo bloqueio da lipase
• Correção da disfunção menstrual hepática)
(SUA) ✓ Diminuição LDL
• Avaliar os sintomas climatéricos ✓ Diminui a Apolipoproteína
• Melhorar trofismo urogenital Estudos demonstram que para cada
• Aumentar o colágeno da pele elevação de 10mg/dl de HDL diminui em
• Melhorar a sexualidade 42% o risco de coronariopatia.
• Preservar massa óssea O progestagênio depende do grau de
• Prevenir doença cardiovascular (?) androgenicidade.
• Manutenção da função cognitiva
• Prevenir Alzheimer BENEFÍCIOS LIPÍDIO-INDEPENDENTES
✓ METABOLISMO GLICÍDICO: diminuição da
resistência insulínica
✓ ENDOTÉLIO: aumenta da vasodilatação
• Estrogênios pelo aumento da prostaciclina e óxido
• Progestagênios nítrico, inibição das endotelinas
• Androgênios ✓ MARCADORES INFLAMATÓRIOS: diminuem
(principalmente o PCR).
AÇÃO NO SNC
✓ Aumento das catecolaminas e serotonina • ORAL:
(diminui o quadro depressivo) Vantagens: mais difundida, maior aceitação
✓ Aumenta a acetil-colina (melhora a e tem melhora da relação LDL e HDL
memória) Desvantagens: primeira passagem hepática
✓ Melhora os sintomas vasomotores e libido e algumas pacientes podem apresentar
✓ Prevenção do Alzheimer: intolerância gástrica
• Crescimento neuronal • TRANSDÉRMICA:
• Acetil-colina Vantagens: evita primeira passagem
• Beta-amiloide hepática, evita intolerância oral, diminui
• Fluxo sanguíneo rapidamente os níveis de triglicérides, níveis
séricos mais constantes.
Desvantagens: custo
• INTRAMUSCULAR
• SUBCUTÂNEA
• VAGINAL
ANA PAULA – XXII
35
GINECOLOGIA – ATD2
São as mesmas contraindicações das pílulas É uma droga que tem sido utilizada no
contraceptivas. tratamento de reposição e é derivada da
• ABSOLUTAS: 19-nortestosterona.
• Doença tromboembólica aguda Tem ação estrogênica, progestacional e
• Doença hepática severa ativa androgênica (<SHGB, tem mais testosterona
• Câncer hormônio dependente livre).
• RELATIVAS: Não estimula o endométrio e não tem ação
• Tromboembolismo venoso prévio sobre a mama, por isso é muito utilizada.
• Doença coronariana estabelecida
• Hipertensão arterial
• DM
• Mioma uterino e endometriose
• Colecistopatia
• Lúpus eritomatoso sistêmico
• Antecedente familiar de câncer de
endométrio e de mama
trabalhos da literatura
terapia hormonal coronariana e fizeram TH tiveram melhor
evolução.
Quando se usa terapia com progesterona,
terá uma proliferação dos ductos mamários, Heart and Strogen/progestin replacement
o que pode levar a um risco aumentado de study (HERS)
câncer de mama. Estudaram mulheres que já tiveram doenças
Ciclos ovulatórios → maior intensidade de coronarianas e comparam com pacientes
mutação das células epiteliais do ducto normais com placebo.
mamário. Verificaram que havia um risco aumentado
Quando faz TH a mama torna-se mais densa de doença coronariana, ou seja, para
e pode atrapalhar a interpretação da aquelas pacientes que já apresentavam
mamografia. doença coronariana, tinha uma
contraindicação para fazer terapia de
reposição hormonal.
Fitoterápicos
São moléculas encontradas em certas A mulher ingere, as bactérias intestinais vão
plantas, que apresentam estrutura hidrolisar, vai ser absorvido, vai ter um pico
semelhante ao estradiol, podendo exercer plasmático de 5 – 9 horas, vai atingir os sítios
ação estimulatória sobre os receptores alvos.
estrogênicos.
Leiomioma
o Mulheres acima de 70 kg tem 3x mais
risco
o Tumor benigno circunscrito que surge Como todo tumor hormônio dependente, as
dentro da musculatura do útero obesas apresentam maior risco, por causa
(miométrio) da conversão periférica.
Essas células miomatosas podem crescer
formando uma pseudocápsula, com
crescimento lento e vai empurrando o tecido
adjacente. ✓ Estrogênios e progesterona atuam em
o Composta por células musculares lisas e receptores das células do miométrio
tecido conjuntivo sinergia estimulando a proliferação
Dependendo da quantidade de tecido celular
conjuntivo, pode ter consistência mais ✓ Progesterona atua:
endurecida. • inibindo a apoptose
o Processos degenerativos (hialina, cística, • fator de crescimento epidérmico
gordurosa, infecciosa, vermelha ou (activina e miostatina)
necrobiose asséptica) ✓ Estrogênios aumentam os receptores da
Geralmente tem crescimento lento, mas progesterona
pode, por algum fator, crescer muito rápido ✓ Não se conhece o real mecanismo
e necrosar dentro. molecular (iniciar ou promover) – mas o
Pode ter células que se diferenciam em que se sabe com certeza é que é um
células gorduras. hormônio dependente, porque após a
Necrobiose é quando cresce muito rápido e menopausa regride.
necrosa (essa degeneração pode sofrer ✓ Cada mioma desenvolve-se de uma
uma infecção secundária). célula mutada
o Mioma hipercelular, atípico e lipomioma A partir de uma célula mutada vai ter
São subtipos mais raros. estímulo hormonal e essas células vão se
E a transformação em leiomiossarcoma é desenvolvendo.
mais rara, mas quando ocorre, é por meio
das células atípicas.
• COPORAL (98%):
• Subseroso (SS) → pode ser pediculado
o Tumor benigno ginecológico mais para fora, pode se desprender e formar
frequente no menacme um mioma parasita, que fica solto na
o 20 a 50% das mulheres acima de 35 anos cavidade pélvica.
o Nulíparas, negras (2 a 3 x, + jovens), • Submucoso (SM) → pode se exteriorizar
obesas para além do colo do útero e causar um
As negras apresentam maior incidência, e sangramento (mioma parido ou mioma
em jovens, costumam ser maiores. Risco de o em parturição).
mioma continuar crescendo, e o grande • Intramural (IM)
problema é seu impacto na infertilidade A localização utiliza como referência o
(quanto maior o mioma, maior o impacto na próprio miométrio (submucoso). Pode
fertilidade). crescer para fora, além da serosa. Pode
Sempre alertar mulheres jovens com crescer e ficar dentro da parede. E pode
leiomioma, porque não tem como saber o crescer também para dentro da cavidade
quanto ele vai crescer. (subseroso).
o Alterações genéticas podem predispor • CERVICAL (1,3%):
ou proteger (investigar na família) • Supravaginal (SS, SM, IM)
ANA PAULA – XXII
40
GINECOLOGIA – ATD2
✓ Histeroscopia:
antiprogestacional
indicado retirar o mioma antes da gravidez,
Indicado para interrupção de gravidez
porque esses miomas podem crescer muito e
•
Hiperplasia endometrial
causar complicações na gravidez. Além de
•
• CONSIDERAÇÕES:
✓ Risco de recorrência → 50% em 5 anos (é
menor em mioma único) Cateterização da artéria femoral até uterina.
✓ Gestação após miomectomia tem a São injetadas micropartículas de polivinil.
mesma chance de casais normais O útero reduz de tamanho e tem redução
✓ Taxa de abortamento de 20% (igual a dos sintomas (diminui o fluxo e o
população geral) – ou seja, a sangramento).
miomectomia não aumenta a chance Complicações: hematoma, dor, necrose,
de aborto leucocitose, endometriose.
• COMPLICAÇÕES: É preconizado na mídia como um
✓ Hemorragias intra e pós operatórias tratamento não invasivo para pacientes que
✓ Aderências ainda desejam engravidar, mas como pode
✓ Ruptura uterina no 3º trimestre de atrofiar o endométrio, pode causar
gravidez (mais comum no trabalho de infertilidade.
parto)
✓ Via de parto é indicado que seja uma
cesárea agendada
Incontinência urinária
bexiga tem seu tamanho reduzido
igualmente.
Perda involuntária de urina, objetivamente
demonstrável, constituindo-se em um
problema social e higiênico.
De acordo com a Internaional Continence
Society (1991).
• BEXIGA:
A bexiga é um órgão envolto por um
musculo, que possui duas funções:
armazenar e expelir urina.
Dividida em corpo e base separados pelos
orifícios uretrais.
A base é menos distensível do que o corpo, A primeira uretra cortada
e é o local que se situa o trígono vesical transversalmente pertence a uma mulher
(entre os dois orifícios ureterais e o meato no menacme, portanto, abaixo da
uretral interno). mucosa uretral, tem grande quantidade
• MÚSCULO DETRUSOR: de tecido conjuntivo e vasos.
Possui três camadas, a externa e interna de Na pós menopausa tem uma redução
disposição longitudinal e a intermedia de desses componentes, com abertura mais
disposição circular. natural da uretra.
Essa disposição muscular faz com que,
durante a contração, todo o diâmetro da
ANA PAULA – XXII
49
GINECOLOGIA – ATD2
• INERVAÇÃO SIMPÁTICA:
É feita através do nervo hipogástrico.
Principal neurotransmissor: noradrenalina. • ESFORÇO/ GENUÍNA/ VERDADEIRA:
A noradrenalina age nos receptores alfa, Problema está a nível de uretra.
presentes na uretra, e nos receptores beta, • URGÊNCIA:
presentes na bexiga. Dissinergia/instabilidade/hiperreflexia do
Quando os receptores alfa são estimulados, detrusor/bexiga instável.
promovem o fechamento do esfíncter. Problema à nível de bexiga.
Quando os receptores beta são estimulados, • MISTA: bexiga e uretra
promovem o relaxamento da bexiga, concomitantemente
promovendo armazenamento vesical. • NEUROGÊNICA;
• INERVAÇÃO PARASSIMPÁTICA: Pacientes tetraplégicos ou paraplégicos.
É feita através do nervo pélvico. • EXTRA-URETRAL:
Principal neurotransmissor: acetilcolina. Perdas de urina que não se faz pelos
Esses receptores estão presentes na bexiga, condutos naturais, e sim pelas fístulas
causando uma contração do músculo urogenitais.
detrusor da bexiga.
• HISTÓRIA:
Contudo, em pacientes multíparas e na pós Questionar se essa paciente tem perda
menopausa, por exemplo, quando realiza urinária aos grandes esforços (o que fala a
esforço, há uma hipermobilidade do colo favor de hipermobilidade do colo vesical),
vesical, deixa de ser intrapélvico e se torna aos pequenos esforços (insuficiência
extrapélvico, ou seja, se localiza abaixo da esfincteriana), contrações não inibidas do
sínfese púbica. Nesse caso, durante o músculo detrusor (fala a favor de urgência
esforço, a pressão se faz sobre a bexiga, mas miccional).
não sobre a uretra, assim, a pressão vesical • EXAME GINECOLÓGICO:
vence a uretral e a mulher tem perda Verificar o trofismo, presença de prolapsos.
urinária.
TESTE DE BONNEY:
Elevar o colo vesical com
dois dedos, solicitar que a
Perda involuntária de urina que ocorre para paciente faça força e se a
atender um desejo miccional intenso e perda urinária para com essa
frequente, decorrente da dissinergia do manobra.
musculo detrusor.
• CAUSAS: TESTE DO COTONETE (Q TIP TEST):
✓ Idiopática Paciente em posição ginecológica, introduz
✓ Infecções do trato urinário o cotonete até a uretra proximal e solicita
✓ Cálculos vesicais que a paciente realize esforço.
✓ Tumores vesicais Caso esse cotonete rotacione mais do que
✓ Corpos estranhos 45º é porque há uma hipermobilidade do
• CLÍNICA SUGESTIVA: colo vesical.
✓ Urgência miccional
✓ Urge-incontinência
✓ Polaciúria/noctúria (aumento da
frequência/das perdas noturnas)
• ASPECTOS CLÍNICOS:
• Perda de urina não simultânea ao
estimulo de esforço
• Iniciada a micção, a paciente não • AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA:
consegue deter Reflexo bulbo cavernoso.
• O volume da perda é grande Estimulo perineal.
• Pode iniciar em qualquer posição
• Tende a desaparecer durante o sono
ANA PAULA – XXII
51
GINECOLOGIA – ATD2
Tratamento é clínico.
Como a incontinência urinária de urgência é
causada por contrações não inibidas do
detrusor, o tratamento poderá ser inibindo os
neurotransmissores que levam a essas
contrações (acetilcolina).
• ANTI-COLINÉRGICOS:
Oxibutinina
Tolderodina
Darifenacina
Solifenacina
• ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS:
Imipramina
Amitriptilina
Esses antidepressivos tem a função de relaxar
a musculatura da bexiga e contrair a
musculatura da uretra.
• ESTROGÊNIO:
Pode ser utilizado em casos mais leves, como
na pós menopausa.
• TOXINA BOTULÍNICA:
200 a 300 u injetada no músculo detrusor.
Melhora por uns 6 meses, posteriormente a
tendência é retornar.
• INDICAÇÕES:
✓ Recidiva
✓ Pacientes idosos
✓ Risco cirúrgico
✓ Negativa ao tratamento cirúrgico
ANA PAULA – XXII
53
GINECOLOGIA – ATD2
Distopias genitais
algumas pessoas possuem maior
susceptibilidade a distopias.
DISTOPIA: fora da topografia habitual. ✓ Fáscia endopélvica: paramétrios
DISTOPIA GENITAL: quando os órgãos (complexo cardinal-uterossacro),
começam a se deslocar de sua topografia paracolpos, fáscia pubocervical e septo
natural. Problema mais comum em senhoras retrovaginal.
de mais idade, mas pode também afetar É um complexo de tecidos por fáscias de
mulheres em idade reprodutiva, músculos que formam um emaranhado para
dependendo dos fatores de risco. suspender os órgãos ginecológicos.
Mantém o útero e a vagina em seus
respectivos lugares.
• MORBIDADE:
Afeta a qualidade de vida, porque está
relacionada a outros problemas, como
incontinência urinária.
Impacto psicológico, social e financeiro,
porque esta relacionado a uma diminuição
na qualidade de vida, limitações de
deslocamento.
Pode demorar a procurar um profissional
especializado, agravando ainda mais o
quadro.
300 – 400 mil mulheres/ano são operadas nos O paramétrio é importante para o
EUA. posicionamento do colo.
As cirurgias são realizadas por trato genital Paracolpo mantém a posição da vagina.
ou via abdominal. Além disso, apresentam Fáscia entre a vagina e a bexiga (fáscia
altos índices de recidiva, podendo precisar pubocervical ou pré-vesical), evita o
se submeter a múltiplas cirurgias. prolapso da bexiga (prolapso vesical).
• PREVALÊNCIA: Fáscia entre a vagina e o reto (septo
20% das mulheres acima de 18 anos. retovaginal, membrana plana).
30% das mulheres acima de 50 anos.
Perspectiva de envelhecimento da
população → problema de saúde pública.
Prevalência acima dos 60 anos de idade.
Após a menopausa, a redução do hormônio
feminino é um grande fator de risco.
• SISTEMA DE SUSPENSÃO:
COMPONENTE ESTÁTICO
Em branco é a fáscia endopélvica. E em
✓ Ligamentos: colágeno, tecido
verde é o arco tendíneo.
fibromuscular e elastina.
Arco tendíneo é local de inserção de
Responsável pelo posicionamento das
diversos músculos (é um conjunto de
vísceras.
ligamentos) → importante para o tratamento
Dependendo da genética de cada um, a
qualidade dos ligamentos varia, por isso que
ANA PAULA – XXII
54
GINECOLOGIA – ATD2
de incontinência urinária, pois é o local onde A musculatura que rodeia o ânus é o “forro
são feitas as fixações. da pelve”, chamado de diafragma pélvico.
É importante na mulher, diferentemente no
homem em razão da anatomia, porque tem QUAIS FEIXES MUSCULARES DO LEVANTADOR
um orifício (hiato) que está sendo revestido DO ÂNUS:
pela vagina, e quando ela fica de pé não ✓ Pupococcígeo
sai nada para fora. ✓ Puporretal: fibra mais interna que vem
• SISTEMA DE SUSTENTAÇÃO: do púbis
COMPONENTE DINÂMICO ✓ Íleo coccígeo
A pelve da mulher possui um grande vazio,
chamado de hiato urogenital.
Mantem a força, fazendo com que a própria
posição ortostática do homem mantenha a
posição da pelve, evitando que os órgãos
desçam pela gravidade.
Portanto, quando esse sistema se
sustentação é fortalecido, mantém os
órgãos pélvicos no seu lugar e evita o
prolapso.
carcinoma de endométrio
Há dificuldade diagnóstica na forma
circunscrita, porque a biópsia pode dar um
Também chamado de câncer do corpo. falso negativo. Enquanto na forma difusa,
11% dos tumores malignos (6º mais incidente em qualquer parte que biopsiar, encontra-se
no Brasil) o tumor.
O câncer de mama é o mais comum na
mulher, em segundo lugar o câncer do colo
do útero. Apesar de ter métodos de
prevenção primária e de rastreamento. • QUANTO AO TIPO:
Idade média: 61 anos (50 a 60 anos) – ✓ Endometrioide (75 – 80%)
portanto, 75% dos casos ocorrem em ✓ Não endometriode:
mulheres já menopausadas • Seroso (10%)
3/4 > 50 anos • Mucinoso (1%)
20% 40 – 50 anos • Células claras (4%)
5% < 40 anos • Escamoso (1%)
Portanto, tomar cuidado com o • QUANTO AO GRAU DE
sangramento uterino anormal, porque pode DIFERENCIAÇÃO:
ser um carcinoma de endométrio, nem Grau 1 – bem diferenciado
sempre é um leiomioma. Grau 2 – moderadamente diferenciado
• Prognóstico: Grau 3 – indiferenciado
✓ Estágios iniciais 80%
✓ Estágios avançados 20%
• MACROSCOPIA:
Forma difusa do tumor → invade o
miométrio, o canal cervical
Forma circunscrita
• TIPO 1 – ENDOMETRIOIDE:
✓ Relação hormonal
✓ Mulher na perimenopausa ou alguns anos
após a menopausa (5 – 10 anos após)
✓ Relacionado com a ação estrogênica no
endométrio sem a ação conjunta com a
progesterona (por isso que SOP é um
fator de risco para câncer de
• MICROSCOPIA:
endométrio, porque é uma situação de
I – endometrioides
ação apenas do estrogênio)
II – não endometrioides
ANA PAULA – XXII
2
GINECOLOGIA – ATD3
• Diabética
O tipo mais frequente é o endometrioide • Hipertensa
(que representa 80% dos casos). Portanto, • Obesa
quando fala em fator de risco, está se • Principal queixa é de sangramento
referindo ao tipo endometrioide, porque é o pós-menopausa
mais frequente.
✓ Nível socioeconômico elevado
✓ Caucasianas
✓ Exposição a estrogênios sem Simples ou complexa: se refere à arquitetura
progestágenos endometrial
✓ Obesidade Os casos com atipia tem maior progressão
✓ Menarca precoce e menopausa tardia para o câncer de endométrio.
(via menstrual longa, longa exposição ao
estrogênio)
✓ Hipertensão arterial
✓ Diabetes Mellitus
✓ Nuliparidade (maior exposição ao
estrogênio)
✓ Infertilidade – anovulação crônica (SOP)
✓ Uso de tamoxifeno (é um medicamento
utilizado no tratamento adjuvante em
pacientes com câncer de mama, porque
boa parte dos canceres de mama estão
ANA PAULA – XXII
3
GINECOLOGIA – ATD3
Azul: IA
Amarelo: IB (invade mais da metade do
miométrio)
Vermelho: IIIC (comprometimento linfonodal)
Verde: IVA (invade bexiga)
Turquesa: IVA (invade reto)
ANA PAULA – XXII
5
GINECOLOGIA – ATD3
Quando é um tumor restrito ao endométrio e doses, ou então para pacientes mais velhas
bem diferenciado não precisa fazer com comorbidades.
linfadenectomia, mas na maioria das vezes
precisa fazer.
• COLO DO ÚTERO:
É uma porção fibromuscular na parte inferior
do útero que mede de 3 a 4 cm de É a eversão do epitélio colunar sobre a
comprimento por 2,5 de diâmetro. ectocérvice, quando o colo uterino cresce
Portanto, um câncer de 2 cm é um câncer rapidamente e este aumenta sob a
influencia do estrogênio, depois da menarca
grande, pois já tomou conta de grande
e durante a gravidez.
parte do colo.
Útero infantil: corpo pequeno e colo grande
(porque está sob a ação dos hormônios
maternos).
Adolescência (ação dos hormônios
estrogênicos): o corpo cresce e o colo se
abre mais, existe uma descida do tecido que
estava dentro do canal para fora, fazendo
um ectrópio.
ANA PAULA – XXII
8
GINECOLOGIA – ATD3
É a única doença maligna que tem como NIC 1: displasia leve – lesão de baixo grau
prevenir, detectar e tratar antes de ser (LIBG)
invasiva. NIC 2: displasia moderada – lesão de alto
INCA – BRASIL: 6 mil mulheres morrem por grau (LIAG)
ano. Podem ser evitadas, desde detectadas NIC 3: displasia grave – lesão de alto grau
na fase pré-câncer. (LIAG)
NIC CONDILOMA
• LATENTE:
Pegou o HPV, mas tem o colo normal, I – negativo para células neoplásicas
porque tem uma boa imunidade. Portanto, é II – negativo para células neoplásicas com
preciso fazer um exame específico para alterações inflamatórias
detectar se há o DNA do HPV, o que é feito III – suspeito para células neoplásicas
por captura híbrida II. IV – fortemente suspeito para células
Passa a escova no colo do útero e capta as neoplásicas
células. V – positivo para células neoplásicas
• SUBCLÍNICA (NIC OU CIN): Como era muito básico e antigo, não é mais
HPV invade células basais. utilizado, criaram o diagnóstico de Bethesda.
Coilocitose = condiloma.
HPV incorporados no genoma da célula
causam imortalização da célula → porque o
E6 e E7 do genoma viral degradam a I – ANORMALIDADE CÉLULAS EPITELIAIS:
proteína supressora de tumor p53 e pRb. 1.1 ASC-US ASCH
• CLÍNICA 1.2 NIC I, displasia leve, HPV
1.3 NIC II, NIC III, CA in situ
1.4 Carcinoma escamoso
II – CÉLULAS GLANDULARES:
✓ Colpocitologia oncótica → coleta do 2.1 Atípicas:
material • Endocervical
✓ Colposcopia → que vai indicar onde • Endometriais
realizar a biópsia • Glandulares
✓ Anátomo-patológico 2.2 Atípicas:
✓ Teste de DNA de HPV → captura hibrida II • células endometriais (a favor de
(inespecífico) neoplasia)
ESPECÍFICOS: • células glandulares (a favor da neoplasia)
✓ HPV por PCR genotipagem 16 e 18 2.3 Adenocarcinoma in situ
✓ Detecção de oncoproteinas E6/E7 2.4 Adenocarcinoma extra-uterino (não
✓ Biomarcadores p16 e Ki67 especificado)
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD3
câncer de ovário
chega nessa fase, o LH atua sobre ele, e ela
sob sua ruptura folicular. Após isso, forma o
✓ 8ª neoplasia entre as mulheres brasileiras corpo lúteo, que durante a gravidez, caso a
(1,8% dos casos de câncer na mulher) mulher engravide, forma o corpo lúteo
✓ 5ª causa de morte por câncer em países gravídico, responsável pela manutenção do
desenvolvidos endométrio.
✓ 1 em 78 mulheres nos EUA (1,3%) → menos Se houver uma assincronia entre o
frequente do que o câncer de mama, desenvolvimento folicular e o pico de LH, o
porém, é muito mais agressivo folículo não se rompe. Esse folículo aumenta
(considerado um assassino silencioso) seu tamanho e pode chegar a 6 cm.
✓ 4ª neoplasia entre as mamárias e Posteriormente, volta a regredir.
ginecológicas
✓ Mais mortes que todas as neoplasias
ginecológicas juntas
✓ Diagnóstico tardio (70% no EIII) Condições em que o aumento do volume
✓ Sobrevida global de 25% ovariano não se deve a neoplasias, mas são
situações que parecem neoplasias.
Pela localização intrapélvica, o câncer de ✓ Cisto folicular (3 a 8 cm)
ovário cresce de forma silenciosa, não ✓ Cisto lúteo (3 a 11 cm)
apresenta muitos sintomas. Por isso que é ✓ Cisto tecaluteínico (até 30 cm) →
considerado um “assassino silencioso”, é associado à mola hidatiforme (causas de
muito letal. sangramento na primeira metade da
gravidez). Aparece em pacientes
submetidas à indução da ovulação na
ginecologia (citrato de clomifeno ou
TUMOR: qualquer aumento localizado ou gonadotrofinas), essas drogas FSH e LH
local de um órgão ou estrutura. produzidas por genética molecular são
PELVIC MASS (massa pélvica): termo utilizado perigosas
muito nos EUA para designar tumor. ✓ Luteoma de gravidez (5 a 20 cm) →
natureza funcional, aparece durante a
Dos tumores pélvicos, 90% é de causa gravidez. Tem a característica de produzir
ginecológica, apenas 10% é por causa não androgênios, portanto, se o bebê for do
ginecológica → Regra de Alba sexo feminino, exposta ao ambiente
androgênico, apresentará genitália
Se essa massa pélvica é ginecológica, é de ambígua.
origem uterina ou anexial? ✓ Cistos de paraovário: são restos do ducto
mesonefro
Apesar da preocupação com a neoplasia ✓ Endometrioma → forma tumoral da
de ovário, os aumentos de volume ovariano endometriose. Consistência cística e
não é, na maioria das vezes, por câncer, os espessa
cistos funcionais de ovário são, a maior parte ✓ Hipertecose → condição rara, associada
das causas de tumor ovariano (aumento de a uma hiperplasia do estroma ovariana
volume). ✓ Abscesso tubo-ovariano → diante do
processo inflamatório na DIP
CISTOS FUNCIONAIS DE OVÁRIO: ✓ Ovário policístico → pode aumentar 2x o
Durante o ciclo menstrual tem o volume ovariano
desenvolvimento folicular, atingindo sua ✓ Edema maciço do ovário → dificuldade
maturidade no meio do ciclo. O folículo de retorno venoso, fica edematoso e
maduro tem em torno de 2 cm, e quando forma um cisto grande
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD3
✓ Citoredução primária
✓ Second look (Cirurgia de revisão)
✓ Cirurgia de intervalo
✓ Citoredução secundária
câncer de colo
INCA (2020):
o HPV oncogênico de alto risco (16, 18, 31,
33) – existem mais de 100 subtipos de
HPV, e mais de 70 podem acometer o
trato genital
A vacina protege contra o 16 e 18 que são
os oncogênicos. E contra o 6 e o 11, que
causam o condiloma.
O ideal são 3 doses. No Brasil, o Ministério da
Saúde fornece 2 doses.
O câncer de colo do útero é o terceiro mais Quando o organismo entra em contato com
incidente, tirando o câncer de pele não o vírus, consegue produzir anticorpos, e na
melanoma. maioria das vezes, consegue promover o
Retira-se o câncer de pele não melanoma “clareamento” e negativar para a infecção.
porque é sempre o primeiro da lista o O HPV de baixo risco está ligado aos
disparado. condilomas
O câncer de colo do útero acomete o Encontrado em 99,5% dos carcinomas
mulheres mais jovens, comparado ao câncer invasores
de mama. o É adquirido em idade jovem, declinando
com os anos → pela história natural,
cerca de 90% das mulheres que entram
em contato com o HPV, acabam
✓ HPV de alto risco (16, 18, 31, 33) → o HPV negativando após 2 anos. As mulheres
é sempre o primeiro fator. E quando com mais idade, são as que apresentam
associado aos outros fatores abaixo, maior risco.
aumenta ainda mais o risco. o A infecção pelo HPV oncogênico e sua
✓ Tabagismo persistência são fatores para
✓ Atividade sexual e paridade precoces desenvolvimento de lesões de alto grau e
(<20 anos) → coitarca precoce, maior
câncer invasor
tempo te exposição ao DNA do HPV
o História natural: 70% das infecções pelo
✓ Multiparidade → relacionado com o
HPV resolvem-se espontaneamente em 1
número de parceiros sexuais e
promiscuidade ano e 90% em 2 anos. Cerca de 10% das
✓ Múltiplos parceiros infecções persistem após 2 anos.
✓ DST (chlamydia) → tanto a Chlamydia
quanto o Herpes podem aumentar o
risco, mas não tem relação com a
oncogênese. Muitas vezes, outras DSTs
vêm associadas ao HPV, por causa da
promiscuidade.
✓ ACHO → relacionado ao baixo uso de
preservativos. Muitas mulheres têm medo
de engravidar, mas não têm a mesma
preocupação com DSTs, por isso que as
DSTs estão aumentando muito em todas
as idades.
✓ HIV → baixa na resistência
Pelo Ministério da saúde, a primeira citologia
é feita aos 25 anos, faz por 2 anos. Se as duas
vierem negativas, faz de 2 em 2 anos.
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD3
BRAQUITERAPIA
• Cisplatina
• Tumor localmente avançado
TRATAMENTO
Cirúrgico.
No estádio inicial é só conização.
Posteriormente, até o estádio IIA, o
tratamento é cirúrgico.
O tratamento clássico é a cirurgia Wertheim-
Weigs com linfadenectomia pélvica.
A radioterapia e quimioterapia depende do
resultado.
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD3
câncer de mama
o Doença heterogênea 75 a 80% não apresentam história familiar de
o Quando local, é passível de cura câncer de mama
o Doença metastática incurável 10% são considerados hereditários
o Tratamento local e sistêmico 10 a 15% câncer familial
Com exceção do câncer de pele não ✓ Sexo feminino
melanoma, o câncer de mama é o mais ✓ Idade → quanto mais idade, maior a
comum nas mulheres. chance
✓ Histórico reprodutivo → nulíparas ou
primeira gestação tardiamente (após os
30 anos)
✓ Antecedentes familiares e genéticos
✓ Uso de terapia hormonal na pós
menopausa → deve ser feita apenas em
pacientes sintomáticas, desde que não
tenha contraindicação (no menor tempo
possível, como durante uns 5 anos)
• OOFORECTOMIA BILATERAL:
Reduz risco de câncer de mama 50%
Reduz risco de câncer de ovário
(praticamente 100%)
✓ GAIL Menopausa precoce
✓ CLAUS • QUIMIOPREVENÇÃO:
✓ BRCAPRO Uso de tamoxifeno por 5 anos.
✓ Tyrer-Cuzick Diminui 43% a incidência.
São modelos que calculam o risco de o Diminui câncer contralateral.
paciente ter câncer de mama nos próximos
5 anos, em relação à população geral.
Serve para que faça intervenções, como
propor uma mastectomia para redução do Pode ser analisado por meio da anamnese
risco. ou por meio do modelo matemático Tyrer-
• INTERVENÇÕES: Cuzick.
• Mastectomia redutora de risco • BAIXOR ISCO:
• Quimioprevenção (tamoxifeno) • Rastreamento aos 40 anos.
• Ooforectomia • RISCO MODERADO:
• Testes genéticos • Rastreamento aos 35 anos
• NCC: • Avaliar risco-benefício
Ferramenta de recomendações e • RNM de mamas
alternativas para cada estágio do câncer de • Quimioprevenção
mama. • ALTO RISCO:
• MMG e RNM aos 25 – 30 anos
• Geneticista
• Explicar medidas de redução de risco
O BRCA1 está mais relacionado ao câncer • Quimioprevenção
de ovário do que o 2. • Cirurgia
Tumor até 2 cm → T1
Tumor 2- 5 cm → T2
Para que serve estadiamento do tumor? Tumor com mais de 5 cm → T3
Serve para definir a conduta e possível N0 → axila negativa
tratamento. N2 → bloco linfonodal na axila
N3 → comprometimento linfonodo supra-
clavicular
M → metástase
úlceras genitais
1. Sífilis • ETIOLOGIA:
2. Cancro mole Treponema pallidum (microrganismo
3. Linfogranuloma venéreo espiralado, sem membrana)
4. Donovanose • TRANSMISSÃO:
5. Herpes genital ✓ Contato direto das lesões (contato com
6. Hidradenite supurativa as úlceras)
7. Doença de Beçet ✓ Transfusão de sangue
8. Doença de Crohn ✓ Transplacentária (as gestantes podem
9. Carcinomas (ligados ao HPV) não saber que têm e transmitem ao
bebê)
• CLASSIFICAÇÃO:
✓ Congênita
As DSTs, na maioria das vezes, vêm em ✓ Adquirida → até pouco tempo atrás era
combo. Isso porque quando se tem lesões dividida em primária, terciária e
ulceradas, tem-se uma solução de secundária. A partir de 2015 foi dividida
continuidade, o que torna mais fácil de em recente ou tardia de acordo com o
entrar para a corrente sanguínea, outros tratamento.
vírus. • Recente (primária e secundária /
Nas DSTs não ulceradas tem um risco menor latente): < 1 ano
de contrair outras doenças, mas ainda há • Tardia (terciária / latente): > 1 ano
um risco.
O grande problema das DSTs são as doenças
crônicas e assintomáticas, porque os
indivíduos transmitem por mais tempo antes o Período de incubação: 3 semanas
de se fazer o diagnóstico, perpetuando as o Pápula inflamatória evolui para
vias de transmissões. exulceração
DST ULCERADA: risco 18x maior de contrair o Lesão ulcerada, única, de fundo limpo,
HIV sem fenômenos inflamatórios, indolor,
DST NÃO ULCERADA: risco de 3 a 10x maior endurecida
de contrair HIV o Localização genital, anal, retal, oral
Aumento de 600% nos casos de Sífilis no o Pode passar desapercebida – regressão
estado de SP e 135% de sífilis congênita (2007 em 5 semanas (assintomático)
a 2013) → a infecção/transmissão de sífilis o Adenopatia satélite indolor e não
está em uma curva ascendente, pelo baixo supurativa
uso de preservativos. o Queixa que pode passar desapercebida
O grande problema é a sífilis por ser assintomática e regredir
neonatal/congênita. A maioria dos hospitais espontaneamente em semanas
tem feito teste rápido para sífilis quando a
gestante chega.
CANCRO DURO
ANA PAULA – XXII
30
GINECOLOGIA – ATD3
• PROVAS LABORATORIAIS:
✓ Testes não treponêmicos (VDRL):
2 a 6 meses após infecção primária Veneral disease research laboratory
A lesão primária regride, e após meses pode É o teste mais sensível e mais utilizável para
evoluir para as lesões secundárias. fazer rastreio de sífilis.
✓ Lesões maculosas: roséola sifilítica • Exame quantitativo + a partir da 2ª
Máculas eritematosas em tronco, região semana
palmoplantar. • Permite controle de cura
Mais elevado na secundária
✓ Lesões papulosas – podem formar
•
CONDILOMA PLANO
DIAGNÓSTICO
o Transmissão exclusiva por relação sexual • SOROLOGIAS:
o Chlamydia trachomatis sorotipos L1, L2 e Fixação de complemento:
L3 → tem vários subtipos (as que causam • Não identifica sorotipo
DIPA são outros subtipos) • Títulos de anticorpos altos (1:256)
o Período de incubação de 3 a 30 dias • 80 a 90% +
o Sorotipos D e K causam DIP - infertilidade Imunofluorescência direta:
o Úlceras são percebidas em 30% dos • IgG e IgM
pacientes (a maioria dos pacientes não • DETECÇÃO DO DNA DA CHLAMYDIA:
perceberão as úlceras) → por isso é • PCR diretamente da lesão → mais
considerada bactéria do silêncio utilizado
o O grande problema são as complicações • Aspirado de linfonodos/ uretra/
tardias endocérvice
CLÍNICA TRATAMENTO
Tratamento também é longo por ser um
quadro mais crônico, arrastado. Deve ser
tratado por, no mínimo, 3 semanas, mas em
quadros mais graves, tratar por mais tempo.
✓ Doxiciclina 100mg 12/12 h 21 dias
(2015 – MS)
✓ Eritromicina
✓ Tianfenicol
✓ Tratar parceiros dos últimos 30 dias →
para frear a evolução
✓ Não reverte sequelas
• LINFONODOS ACOMETIDOS ✓ Tratamento longo (21 dias)
• Inguinais superficiais (são detectados
mais facilmente, antes de ter
complicações mais tardias/graves)
• Pélvicos
• Ilíacos
• Entre reto e artéria Ilíaca
ANA PAULA – XXII
33
GINECOLOGIA – ATD3
TRATAMENTO
✓ Mínimo 3 semanas, até a cura (muito
o Granuloma inguinal demorado/prolongado)
o Bacilo gram negativo ✓ Doxiciclina 100 mg 12/12 h (2015) →
o Klebsiella granulomatis quando não regride, tentar os
(calymmatobacterium) tratamentos alternativos.
o Período de incubação longo (até 6 ✓ Azitromicina
meses) ✓ Ciprofloxacin
É pouco frequente e não está diretamente ✓ Tianfenicol
relacionado com relações sexuais, até ✓ Eritromicina
mesmo crianças podem apresentar.
É uma ferida que cresce em meses, até
formar lesões muito grandes.
Mais comum em homens homossexuais. Úlcera genital mais prevalente no mundo (é
pequena, forma apenas bolinhas).
Quando em grande quantidade podem se
QUADRO CLÍNICO
unir e parecer ser uma bolha maior.
o Pápulas úlceras superficiais
• AGENTE:
o Crescimento lento, pouca dor
✓ DNA vírus dermatoneurotrópico
o Lesões extensas, granulomatosas,
✓ Herpes vírus 1 (oral) e herpes vírus 2
região de dobras, odor fétido
(genital) – não faz diferença saber
o Pseudo bulbões (tipicamente não há
qual é o subtipo, porque o tratamento
adenomegalia) → nessa fase pode ser
é o mesmo
dolorosa
✓ HSV1 acomete gânglio trigêmeo e o
o Cicatrizes retráteis levando à
HSV2 gânglio sacral → fica latente no
destruição linfática
gânglio até a imunidade cair, para
o Deformidades e elefantíase
que tenha recorrência.
o Transmissão através de objetos
contaminados, relação sexual e materno
fetal
o Cesárea eletiva é indicada na presença
de lesões ativas (porque as pequenas
vesículas/ulceras tem uma grande
quantidade do vírus, portanto, caso o
bebê passe por essas lesões, seria
contaminado)
FISIOPATOLOGIA
DIAGNÓSTICO
• HISTOPATOLÓGICO:
• Identificar corpúsculos de Donovan
• Inclusão dos bacilos nos macrófagos
• Descartar carcinomas
• SOROLOGIA:
Fixação de complemento Nos imunodeprimidos pode cair na corrente
sanguínea e acometer órgãos distantes, o
que é mais grave.
ANA PAULA – XXII
34
GINECOLOGIA – ATD3
HERPES NEONATAL
Paciente com lesão ativa de herpes →
cesárea (por isso também não pode beijar
recém-nascidos).
ANA PAULA – XXII
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GINECOLOGIA – ATD3
• Hidradenite supurativa
• Doença de Beçet
• Doença de Chron
• DIAGNÓSTICO:
HIDRADENITE SUPURATIVA • Descartar DST
o Glândulas apócrina podem se inflamar e • Antígeno HLA-B51
formar úlceras (não é uma DST) • Biópsia – arterite e trombose venosa
o Tendência familiar (genética) • TRATAMENTO:
o Hipersensibilidade a androgênios • Higiene e corticoides
o Formação de abscessos, ulcerações e
• Imunossupressores
fístulas
Quem faz o tratamento são os
o Estafilococos, estreptococos e
anaeróbios (bactérias da própria pele) reumatologistas.
o Vulva, períneo, axila
DOENÇA DE CHRON
o Doença granulomatosa que acomete
íleo e cólon (concomitância com
doença de Chron intestinal)
o Pode comprometer períneo
o Úlceras perineais profundas e lineares
(aspecto em facada)
• TRATAMENTO: o Diagnóstico por biópsia
✓ Tetraciclinas (antibióticos) • TRATAMENTO:
✓ ACHO (Ciproterona) → melhoram a ✓ Metronidazol
oleosidade da pele, o que ajuda a ✓ Azatioprina
prevenir (melhora apenas na vigência do ✓ Corticóides
uso)
✓ Cirurgia
✓ Dexametasona
Mesmo tratamento de
✓ Isotretinoina (Roacutan) → causa atrofia
Chron intestinal. Quando
da glândula apócrina, mas também volta
depois do tratamento faz o tratamento das
✓ Cirurgia doenças, as lesões genitais regridem.
✓ Depilação à laser de CO2 → é o
tratamento mais eficiente
dispositivo intrauterino
O DIU é um artefato que tem ação de não
permitir que o espermatozoide se capacite
para fecundar um óvulo.
• TIPOS:
✓ Cobre:
T CU 380 – aprovado para 10 anos
Formato de ferradura
✓ Levonorgestrel (formato de T):
Aprovado para 5 anos.
Liberação diária:
• 20 mcg de progestagênio (Mirena ®)
• 12 mcg de progestagênio (Kyleena ®) →
apenas como anticoncepcional, não O objetivo do Mirena é entrar em
diminui tanto o fluxo e a cólica (tem a amenorreia, o que é um bom tratamento
vantagem de ter menor efeito sistêmico) para mulheres com endometriose, por
exemplo. São raras as mulheres que possuem
Mirena e menstruam, porque a progesterona
causa atrofia do endométrio, o que diminui
Também é denominado SIU. os focos de endometriose.
Pode ser considerado um tratamento Além disso, também reduz os sintomas de
hormonal (progesterona local), como para cólica.
mulheres na perimenopausa, por exemplo. Algumas mulheres, mesmo com o Mirena
podem ovular, porque o efeito é mais local
(no próprio endométrio).
✓ Expulsão parcial
Doença de Wilson (deficiência
✓ Perfuração
enzimática de deposição de Cobre)
✓ Gravidez com fio visível
Valvulopatias
✓ DIP não controlada
Infecção puerperal/aborto séptico
✓ Sangramento e dor sem melhora com
Doença trofoblástica maligna
AINH
Sangramento sem diagnóstico
✓ Prazo de validade
Câncer de colo/endométrio
✓ Desejo da paciente
Câncer de mama (levonorgestrel) → no
caso do DIU de cobre é recomendado.
DIPA atual (< 3 meses)
DST
✓ Custo x beneficio Tuberculose pélvica
✓ Exames ginecológicos devem ser Distorção de cavidade uterina (mioma/
recentes malformações/pólipos/septos)
✓ Papanicolau recente Portanto, as contraindicações dependem
✓ Cultura de conteúdo vaginal → se tiver a dos contraceptivos e da paciente. As vezes
oportunidade o DIU de levonorgestrel é contraindicado,
✓ Ultrassom transvaginal antes → para mas o de Cobre é recomendado. Como no
certificar que não há nenhuma caso do câncer de mama.
deformidade na cavidade (como
pólipos, miomas)
ANA PAULA – XXII
39
GINECOLOGIA – ATD3
• LEGISLAÇÃO BRASILEIRA:
• Paciente > 25 anos OU 2 ou mais filhos
• Consentimento do cônjuge (depende se
tiver)
• Termo de consentimento informado,
assinado ao menos 2 meses antes da
cirurgia em cartório
• Não deve ser realizada antes de 42 dias
após parto ou aborto (salvo algumas
exceções)
• Na cesárea somente em caso de 3ª ou
mais/grave risco materno
Colocar quando a paciente estiver • Documentado por junta médica
menstruada, porque o colo estará mais
dilatado, o que torna mais fácil a inserção.
Úteros muito pequenos podem não se
adaptar bem, porque o DIU não irá ✓ Raras
conseguir ficar bem ao fundo. ✓ Cirúrgicas imediatas
Portanto, antes da inserção, é feito uma ✓ Tardias: arrependimento, dor pélvica
medição para saber quantos cm tem a crônica, alterações menstruais (síndrome
cavidade uterina. pós-lac).
Histerômetro: aparelho para medir o útero.
Exemplo: se o útero tem 7 cm, insere o DIU
por 7 cm, para que fique no fundo.
São as mesmas leis da laqueadura.
✓ Dor e sangramento
✓ Reação vagal
✓ Perfuração
✓ Laceração do colo
✓ US em 30 dias, depois em 180 dias,
posteriormente é feito anual
✓ Febre
✓ Ausência do fio ao exame clínico
✓ Dor pélvica importante precoce →
perfuração
✓ Dor pélvica importante tardia →
expulsão, ectopia, DIPA
✓ Sangramento excessivo
✓ Odor fétido