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em direção ao útero por

movimentos peristálticos e ciliares


tubários (leva de 3 a 4 dias).
FECUNDAÇÃO: Após a ejaculação,
INTRODUÇÃO os espermatozoides ascendem pelo
canal vaginal em direção ao colo
A fecundação permite a uterino e sofrem um processo de
perpetuação da espécie, e para que capacitação (transformações
ela ocorre é necessário que os bioquímicas, estruturais e
espermatozoides entre nas vias fisiológicas). A fecundação é o
genitais femininas e que o mesmo encontro dos gametas na tuba
penetre no oocito através da coroa uterina, formando um zigoto. Para
radiata, fixando-se na zona que isso ocorra é necessário: óocito
pelúcida, ocorrendo então o + sptz + “via livre” na trompa. A
encontro dos gametas femininos e fecundação completa-se em torno
masculinos, dando inicio ao de 24 horas após o seu início.
processo de divisão celular.
Se não houver fecundação o óocito
Após a divisão celular começar as é fagocitado na cavidade uterina e a
células diploides (2n), formando mulher menstrua.
duas células haploides (n), a partir
dessa divisão a mórula se formará e CLIVAGEM/ SEGMENTAÇÃO:
nela surgirão cavidades císticas Após a formação, durante o
chamadas de blastócitos. Esses caminho trompa-útero, o zigoto
blastócitos chegarão na cavidade sofre mitoses exponenciais
uterina por um processo de nidação chamadas de blastômeros (nesse
(implementação do ovulo fecundado estágio o ovo não aumenta de
no endométrio). tamanho por conta da zona pelúcida
do oocito).
OBS.: Se por algum motivo o corpo lúteo não for
capaz de manter a progesterona elevada para a Um ovo com 16 ou mais
implementação, a nidação não ocorre e a mulher blastômeros é conhecido como
acaba menstruando. mórula (tem capacidade de penetrar
➔ Quando a mulher tem aborto de repetição na cavidade uterina).
deve-se avaliar a qualidade do corpo lúteo e
dosar progesterona, caso esteja baixa deve- Uma cavidade se forma na mórula e
se repor progesterona. o converte a blastocisto que após o
4 ou 5 dias de fertilização estará
OVULAÇÃO: Quando o óocito livre na cavidade uterina, e assim a
secundário (célula germinativa zona pelúcida degenera
feminina) é capturado pelas fimbrias (fundamental para ocorrer nidação).
das trompas é transportado

RESUMO DE OBSTETRÍCIA, UNIG


Oitavo período
Por: Julia Brescovici
Blastocisto: Nesse período, há hormônio é uma glicoproteína
acumulo de liquido no interior do produzida pelo sinciciotrofoblasto
embrião que induz o deslocamento que previne a involução do corpo
das células centrais para a periferia. luteo. É um hormônio marcador da
O blastocisto é constituído por atividade trofoblastica.
embrioblasto + blastocele +
OBS.:
trofoblasto (células externas que
• Quando as taxas de beta hCG não
darão origem a placenta).
correspondem aos valores esperados a
NIDAÇÃO/ IMPLANTAÇÃO: semana gestacional suspeita-se de gravidez
Corresponde a alterações anormal (ectópica) ou abortamento.
morfológicas e bioquímicas • Fatores que podem induzir o falso-positivo: uso
induzidas pelo ambiente materno na de psicotrópicos, ACO, hipertireoidismo, fator
presença do blastocisto reumatoide, neoplasias produtoras de hCG,
urinas de baixa densidade + atraso nas duas
(prostaglandinas, calcitonina, fator
primeiras semanas de menstruação.
de crescimento + heparina +
integrinas etc). O blastocisto é
induzido para o ambiente com maior FORMAÇÃO DOS ANEXOS
vascularização visando o melhor EMBRIONÁRIOS
ambiente para implantação, a fim de
Os anexos embrionários consistem
que o trofoblasto faça a adesão
em placenta, cordão umbilical,
induzido pelas integrinas, o embrião
âmnio (membrana amniótica),
encontra-se primeiramente aderido
corion frondoso, corion liso, líquido
de forma superficial ao epitélio
amniótico, vesícula vitelínica e
materno e nutre-se de tecidos
vesícula amniótica.
destruídos, aos poucos o embrião
vai aderindo ao estroma do PLACENTA: Apresenta duas partes
endométrio. Ao ocorrer a uma materna e uma feral, entre elas
implantação o trofoblasto prolifera- circula sangue da mãe e do feto, os
se e se divide em duas camadas o quais não se misturam, pois possui
citotrofoblasto (responsável a há uma barrira placentária.
adesão placentária) e ao
sinciciotrofoblasto (recobre a • CIRCULAÇÃO FETAL: Possui 2
placenta e é responsável por trocas artérias umbilicais que
gasosas, nutrição, metabolitos e transportam o sangue venoso do
produção de hormônios - bebe para a placenta, onde será
estrogênio, progesterona, oxigenado e 1 veia umbilical que
glicocorticoides, lactôgenio transporta o sangue arterial da
placentário, hCG – participam do placenta para o bebe.
controle metabólico fetal e materno).
• CIRCULAÇÃO MATERNA: Esta
GONADOTROFINA CORIÔNICA colada com o útero, e dela
HUMANA (HCG): O trofoblasto fazem parte as Artéria ilíaca,
passa a formar o hCG cerca de uma ilíaca interna, artéria uterina,
semana após a implantação no artéria rediada, artérias
endométrio. O Beta HCG pode ser expiraladas. Delas é liberado
dosado no plasma ou na urina. Esse sangue arterial nos lábios
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Oitavo período
Por: Julia Brescovici
placentários, esse sangue desenvolverá prolongamentos
arterial libera O2 para o sangue dando origem a placenta
do bebe e capta o CO2 do
sangue do bebe através do seio • CORINO LISO: Está no lado que
marginal da placenta (volta não tem contato com o sangue,
sangue venoso do bebe para a então irá retrair prolongamentos,
mãe). atrofia e forma as membranas.
VILOSIDADES CORIÓNICAS: São OBS:
prolongamentos do trofoblasto que − Período embrionário é até a oitava semana,
aumentarem a superfície de troca após esse período será o período fetal.
de oxigênio e nutrientes. Possuem − Termo: próximo ao parto (placenta começa a
“3 fases”. Primeira, secunda e ficar insuficiente para sustentação do feto e a
terciaria ordem/ trimestre. progesterona começa a cair – ocorre as
contrações).
• Primária: Não possui vasos,
apenas prolongamentos do REAÇÃO DECIDUAL: É o
citotrofoblasto endométrio que sofre nidação
• Secundária: Não possui vasos, Aquilo que
apenas prolongamentos do
sinsiciotrofoblasto • DECIDUA BASAL: Local onde
• Terciaria: há presença de vasos ocorre a nidação. Da origem a
que aumentaram a superfície da placenta
troca materno-fetal, são muito • DECIDUA PARIETAL/ VERA:
desenvolvidos. Recobre todo o restante da
cavidade uterina
BARREIRA PLACENTÁRIA: • DECIDUA CAPSULAR/
Impede a mistura do sangue da REFLEXA: Se funde com a
mãe e do feto, porém, próximo ao parietal (por volta de 5 meses).
parto, essa barreira se torna mais Sendo um mecanismo de
fina e aumenta o risco de ser defesa, fechando toda a
lesada, fazendo com que haja cavidade uterina para o meio
mistura sanguínea (antecedentes de externo protegendo contra
doenças hemolíticas do RN). Essa invasores.
condição é mais incomum no
embrião, mas se atingi-lo terá CORDÃO UMBILICAL: Cordão
consequências mais graves. umbilical é trivascular, possui duas
2 artérias e 1 veia. É responsável
MEMBRANAS PLACENTÁRIAS: pelas trocas materno-fetal, levando
Membrana externa: corion liso e o sangue venoso do bebe para a
membrana interna: corion amniótica. placenta, onde é oxigenado e volta
O Trofoblasto desenvolve dois tipos para o feto como sangue arterial
de corion de acordo com o ambiente
que os mesmos estão expostos. OBS: paciente que apresenta o trajeto dos vasos
da membrana placentária branca sugere infecção
• CORION FRONDOSO: Está em
ascendente (veio pelo canal vaginal).
contado com o endométrio,
recebe suporte nutricional e

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Oitavo período
Por: Julia Brescovici
INSERÇÃO DO CORDÃO:
• CENTRAL: inserção normal
• LATERAL: placenta raquete
• VELAMENTOSA: inserido fora
da massa placentária, causa
sangramento no final da
gravidez.
OBS.: Nó verdadeiro de cordão: causa morte
fetal por acabar com o suprimento de nutrientes.

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Oitavo período
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SEGUNDO OMS: É a morte
materna é a morte de uma
mulher durante a gestação ou
até 42 dias após, não
importando a duração ou a
localização da gravidez. É
causada por qualquer fator
relacionado ou agravado pela
gravidez ou por medidas
tomadas em relação a elas. Não é
considerada morte materna a que é COMITÊ DE MORTE MATERNA
provocada por fatores acidentais ou São comitês interinstitucionais cujo
incidentais. objetivo é fazer auditorias sobre
• A mortalidade materna é um todas as mortes maternas ocorridas
indicador de saúde pública, que na região de sua abrangência. Sua
traduz a qualidade de função é fundamentalmente
assistência, e serve para avaliar informativa para os Órgãos
o índice de desenvolvimento responsáveis pela saúde, além de
humano. ser educativa para os profissionais
• A morte materna é um evento de que cuidam diretamente das mães.
notificação compulsória, que Jamais podem ter caráter policial ou
deve ser notificada em até 24h punitivo. E a característica
após o ocorrido fundamental da auditoria é o sigilo
absoluto. O objetivo é melhorar o
“PRINCIPAL CAUSA DE que causa a morte materna
COMPLICAÇÃO OBTÉTRICA,
SEJA POR INFEÇÃO, SEJA POR O QUE FAZ O COMITÊ?
HEMORRAGIA É A CESÁRIA” 1. Avalia as ações de saúde
CLASSIFICAÇÃO específicas para a saúde
materna e as ações
A mortalidade materna pode ser generalizadas que de alguma
dividida em: forma afetam a saúde materna;
2. Estabelece ações para reduzir a
A morte de mulheres em idade fértil
sub informação e o sub registro
por causas ligadas a gravidez, parto
dos óbitos, quando existentes;
e puerpério em sua grande maioria
3. Orienta os médicos a
é evitável e passível de prevenção,
melhorarem a declaração da
constituindo um custo social alto
causa morte nos atestados de
porque atinge o núcleo fundamental
óbito;
sobre o qual se apoia a organização
4. Adoção de medidas de redução
familiar: a mulher
da mortalidade materna;

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Oitavo período
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MORTALIDADE MATERNA NA − Problemas com postura e
PERSPECTIVA DOS DIREITOS do caminhar
HUMANOS − Problemas psicológicos
Para atingir os objetivos do Pacto − Fístulas vésico-vaginais e
Nacional pela Redução da reto vaginais
Mortalidade Materna torna-se − Alto número de
necessário investir: histerectomia após atonia
uterina
• Planejamento familiar através de
ofertas de serviço de qualidade Predominam as obstétricas diretas,
destacando-se:
• Pré-Natal de baixo risco de
qualidade • Doenças hipertensivas
• Pré-Natal de alto risco com • Síndromes hemorrágicas Causas
referência garantida • Infecção puerperal evitáveis
• UTI neonatal • Aborto
• Protocolo/Condutas • Doenças do Aparelho
• Treinamento em serviços Cardiovascular complicadas pela
• Integração do serviço gravidez, parto e puerpério
ambulatorial/hospitalar
DOENÇA HIPERTENSIVA:
• Consórcios
• Fortalecimento das equipes de A hipertensão gestacional se
saúde. manifesta através de sinais e
• Equipes capacitadas para sintomas específicos
receber estas pacientes
− Pré eclampsia: isolada ou
CAUSAS DE MORTALIDADE associada a HAS crônica está
MATERNA associada a piores desfechos
maternos e neonatais
• 98% das mortes maternas no
− Eclampsia: manifestada por
Brasil são previsíveis, portanto,
crises convulsivas do tipo tônico-
evitáveis
clínica generalizadas ou coma
• Os níveis de MM representam
sem que a gestante tenha algum
uma violação dos direitos
déficit neurológico, seja durante
humanos, especialmente
a gestação, o trabalho de parto
daquelas mulheres que vivem
ou puerpério
nas áreas pobres do país, com
pouco acesso à serviços A introdução do kit eclampsia e do
públicos de qualidade protocolo de uso de Sulfato de
• Estima-se que para cada Magnésio a 50% (protege do AVC
mulher que morre por causa hemorrágico e crise convulsiva)
materna, 50 a 100 sofrem corrobora para a redução das
agravos de média ou longa mortes maternas.
duração que vão desde:
HEMORRAGIAS:
− Dor pélvica crônica
Hemorragia pós parto é a principal
− Secreção vaginal causa, é definida pela perda de +2L
− Problemas menstruais de sangue em 24hrs, associada:
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Oitavo período
Por: Julia Brescovici
− Partos prolongados histerectomia e outras
− Multipariedade complicações.
− Manobra de Kristeller No pós parto deve-se:
− Alterações na cinética uterina
− Uso intempestivo de ocitocinas − Identificar e qualificar os lóquios
(10 ui IM após o desprendimento (odor, purulento)
do ombro fetal) − Febre
− Uso de misoprostol − Subinvolução uterina
− Infecção amniótica − Secreção purulenta saindo da
− Quantificar sangramentos cavidade uterina
− Identificar Lóquios − Secreção purulenta na ferida
− Identificar sinais de choque operatória
hipovolêmico (hipotermia, − Leucocitose
acidose e coagulopatia) − Restos placentários
− No 4º período do parto ocorre − Colo uterino dilatado
hemostasia puerperal, nesse − VHS aumentado
período devem ser identificados − Fascies tóxica
miotamponamento e
BOAS PRÁTICAS PARA EVITAR
trombotamponamento, além do
A MORTALIDADE MATERNA
Globo de segundada de Pinar:
útero se contrai e para de • Amamentação
sangrar (miotamponamento), • Diminuição do no de cesarianas
formando trombos que impedem • Incentivo ao parto humanizado
o sangramento. • Sistema de referência e contra
A maternidade deve dispor de referência
bolsas de sangue ou ao menos • Rede cegonha
saber onde buscar para tratar a • Cegonha carioca
situação. • Presença acompanhante
• Pré-natal
INFECÇÃO PUERPERAL:
• Protocolos
Qualquer infecção bacteriana do
trato genital feminino no pós parto
recente. Caracteriza-se pela
presença de dois ou mais sintomas
de infecção tais como: Febre, dor
pélvica, perdas vaginais com cor e
odor atípicos e atraso na involução
uterina. Também estão incluídas
infecção na cicatriz da Cesária,
episiotomia e mastite.
Deve-se investigar e tratar em no
máximo dois dias, uma vez que
pode resultar em sepse,

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Oitavo período
Por: Julia Brescovici
base de sustentação, afastando
discretamente um pé do outro, o
que modifica sua marcha.
MARCHA ANSERINA: típica da
gestante. Andar oscilante, com
passos curtos e lentos, base de
sustentação alargada e um maior
São alterações hormonais e ângulo dos pés com a linha média.
mecânicos que ocorre no organismo
materno desde a concepção até o Essas alterações posturais alteram
puerpério. Essas modificações a anatomia da coluna vertebral da
podem facilitar o surgimento de gestante, principalmente da coluna
patologias latentes ou agravar as lombar, o que permite a ocorrência
pré-existentes uma vez que de espasmos musculares
sobrecarregam o organismo. intervertebrais e diminui o espaço
entre as vertebras. O resultado final
Essas adaptações ocorrem, devido são compressões radiculares e
a reação orgânica a presença do lombalgia.
concepto e seus tecidos, da
sobrecarga hormonal Ao final do período gestacional, o
experimentada pela gestante ou da desconforto se acentua. Pode surgir
dor cervical pela flexão mantida no
ação mecânica desencadeada pelo
pescoço. Pode ocorrer desconforto
útero gravídico e visam promover
e dormência nos membros
condições para o crescimento e superiores (nervo ulnar e mediano
desenvolvimento fetal adequados sofrem trações ocasionadas por um
em equilíbrio com o organismo deslocamento posterior da cintura
materno. escapular).
A diferenciação precoce entre os SISTEMA ARTICULAR:
sinais e sintomas decorrentes das Relaxamento dos ligamentos do
adaptações fisiológicas e aqueles sistema articular pela embebiça
oriundos de condições patológicas é gravídica causando frouxidão
a medida mais simples e eficaz articular, aumentando a mobilidade
durante a assistência pré-natal. nas articulações sacroilíacas,
MODIFICAÇÕES sacrococcígeas e do púbis,
OSTEOARTICULARES facilitando a passagem do feto pelo
canal de parto (bacia obstétrica),
POSTURA E MARCHA: volta ao normal alguns dias após o
O peso adicional da gravidez parto
(aumento do volume mamário, uterino
EMEBIDAÇA GRAVÍDICA: É a retenção de
e peso) desestabiliza o equilíbrio líquidos intracelular e perda de liquido ligamentar
materno ao colocar seu centro de causando uma frouxidão nos ligamentos.
gravidade para a frente. Para • Aumenta a tendência de queda, fratura e
corrigir o eixo corporal, a gestante entorse durante a gestação.
assume atitude involuntária de • Pacientes podem apresentar queixa de paresia
lordose lombar (inclina seu corpo nas mãos, devido a compressão de estruturas
para frente). Também amplia a sua nervosas (túnel do carpo).
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Oitavo período
Por: Julia Brescovici
O estrogênio aumenta a A gestação é um estado
vascularização e hidratação do parcialmente diabetogenico,
tecido conjuntivo dos ligamentos sobrecarrega o pâncreas
articulares, mas a progesterona e a (hiperplasia e hipertrofia das células
relaxina diminuem o tônus da beta-pancreaticas) → aumento da
musculatura responsável pela resposta insulínica a glicose,
estabilização dessas articulações. supressão da resposta ao glucagon,
redução do consumo periférico de
MODIFICAÇÕES METABÓLICAS
glicose.
METABOLISMO GLICÍDICO:
OBS.: hormônios lactogenico placentário,
O feto usa glicose como via cortisol, estrogênio e progesterona estão
continua de energia, exercendo envolvidos no processo de hipertrofia e
uma relação de parasitismo com hiperplasia das células beta-pancreáticas
a mãe. secretoras de insulina, ou seja, no processo de
No início da gestação ocorre a fase Hiperinsulinemia.
anabólica, o feto pequeno,
necessita de pouca glicose, essa RASTREIO DE DIABETES
fase funciona como armazenamento GESTACIONAL: A DMG aparece
de glicose. Nesse momento há entre 22 e 24 semanas, nesse
aumento de estrogênio e período deve-se fazer o TOTG.
progesterona que estimulam a
secreção endógena de insulina e METABOLISMO LIPÍDICO:
melhora a utilização periférica de
glicose. Esse aumento da insulina • O catabolismo de gorduras
pode causar constantes episódios aumenta a concentração de
de hipoglicemia, que junto com a ácidos graxos no plasma,
queda da pressão arterial justificam causando uma
o mal estar no início da gestação. hipercolesterolemia materna
(aumento de TGL e colesterol)
Na segunda metade da gestação • Hormônios de ação lipolítica:
ocorre a fase catabólica, verifica-se Adrenalina, GH, glucagon,
Hormônios lactogenico
o crescimento dos hormônios contra
placentário (aumenta a lipólise e
insulínicos (hormônio lactogenico a resistência periférica a
placentário e cortisol), que insulina)
estimulam a lipólise e acarretam no
aumento dos ácidos graxos livres. As concentrações de lipoproteínas,
por outro lado, esses hormônios de apolipoproteinas e de lipídios
poupam a glicose, em virtude do totais encontram-se aumentados no
desenvolvimento de resistência plasmo materno. O colesterol
insulínica, causando aumenta em cerca de 50% e os
hiperinsulinismo e lipólise. triglicerídeos podem triplicar.
(Hiperinsulinismo compensatório − LDL atinge o máximo na 36ª
pós prandial após a quebra de semana, em virtude da ação da
lipídeo como busca de fonte progesterona sobre o fígado
energética). − HDL alcança sua concentração
máxima por volta da 25 semana
de gestação.

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Oitavo período
Por: Julia Brescovici
Os níveis plasmáticos de ácidos diminuição da pressão
graxos e glicerol diminuem na coloidosmótica intersticial. O edema
primeira metade da gestação devido generalizado é causado pelo
ao acumulo de gordura corpórea na aumento do peso corporal
região central do corpo materno. demonstra a exacerbação do
Esses lipídeos ficam disponíveis no processo fisiológico de retenção de
último trimestre da gestação, com o sódio.
objetivo de proteger a gestante e o
RETENÇÃO DE SÓDIO: Ocorre em
feto do jejum prolongado (fazer
função do aumento de líquido
catabolismo – consomem em forma
amniótico, expansão do liquido
de ácidos graxos). As
extracelular e crescimento fetal. Sua
concentrações plasmáticas de
excreção pode aumentar com o
lipídeos diminuem após o parto
aumento da taxa de filtração
devido a lactação.
glomerular. A ação das
OBS.: A hipercolesterolemia materna é progesteronas promove
fisiológica, logo não há necessidade de solicitar vasodilatação arterial renal e facilita
lipidograma para uma gestante. a natriurese, presença do PNA e
redução da albumina,
METABOLISMO PROTEICO:
prostaglandinas e dopamina.
Diminuição dos aminoácidos, Alguns fatores diminuem a excreção
causada pela grande demanda de de sódio, como, SRAA, corticoides e
aminoácidos aumenta as proteínas estrogênio.
totais, embora suas concentrações
plasmáticas se revelem diminuídas HIPERALDOSTERONISMO SECUNDÁRIO –
pela Hemodiluição fisiológica da fisiológico: Durante a gestação há retenção de
líquido intra e extracelular acarretando no aumento
gestante.
do volume plasmático. Para que isso ocorra deve
− O aumento do volume mamário, haver retenção de água e sódio a fim de manter a
do útero e o desenvolvimento osmolaridade.
fetal demandam muita proteína Na gestação ocorre o efeito natriurético da
progesterona que acarreta na perda de sódio
• A concentração de albumina aumentando a filtração glomerular do mesmo
circulante sofre uma diminuição (aumento do volume plasmático aumenta o fluxo
• A queda das gamaglobulinas é renal de filtração glomerular), levando a uma perda
proporcionalmente menor que a de sódio, isso ativará o sistema renina angiotensina.
da albumina Para compensar a perda de sódio pelo aumento da
• Os teores de alfa e beta- progesterona ocorre hiperaldosteronismo
globulinas aumentam. secundário. Cuja aldosterona produzida pela supra-
renal aumentará a filtração tubular e vai reter sódio
METABOLISMO aumentando o volume intravascular.
HÍDRICOELETROLITICO:
Os níveis plasmáticos de cálcio
RETENÇÃO DE ÁGUA: É mediada (pela redução de albumina) e
pela osmolaridade plasmática. magnésio diminuem durante a
É comum ao final do dia, encontrar gravidez (ambos auxiliam na
edema de MMII, favorecido pelo contração uterina)
aumento da pressão venosa e por
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CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES: OBS.: A gestante em determinadas posturas
− A expansão plasmática se faz necessária PARA (decúbito dorsal ou longos períodos em pé), tem
ocorrer expansão tecidual o retorno venoso dificultado, podendo causar
sofrimento fetal por falta de aporte de O2, além
− Fazer reserva volêmica para compensar a perda
de poder causar síncope por hipotensão
de volume sanguíneo na hora do parto
importante)
− Progesterona tem efeito natriurético (normalizar
a volemia sanguínea e a pressão arterial).
SÍNDROME HIPERCINÉTICA: É a
− Faz hiperaldosteronismo 2ª para compensar a
perda de sódio sobrecarga no sistema cardíaco
(aumento da FC e volume
EQUILÍBRIO ÁCIDO BÁSICO: sistólicolevando uma redução do
DC) gerado durante o período de
A gestante desenvolve alcalose gestação. A maioria parte das
respiratória compensada por alterações ocorrem no primeiro
hiperventilação. Esse fato acarreta trimestre da gestação.
diminuição da PCO2 no sangue, o
rim aumenta a excreção de − Alterações mais expressivas:
bicarbonato, e reduz seus níveis débito cardíaco e na
plasmáticos, o que provoca a queda redistribuição de fluxos
do pH. regionais.
− Alterações menos expressivas:
Durante o trabalho de parto, a PA e na FC.
hiperventilação aumenta,
aumentando a redução do pH e DC = VOLUME SISTÓLICO X
aumento da pCO2 e assim se FREQUÊNCIA CARDÍACA
mantem até o final da dilatação. No
➢ FREQUÊNCIA CARDIACA: Com
período expulsivo, os esforços cerca de 6 semanas de gestação
maternos desencadeiam episódios começa ocorrer um aumento da
temporários de apneia que FC (aumento de 10-15bpm)
aumentam a pCO2, devido a devido ao aumento do volume
intensa atividade muscular, liberam plasmático (manutenção do
lactatos, eventos que provocam débito cardíaco)
uma acidose metabólica.
OBS.: Com a evolução da gravidez, o
MODIFICAÇÃO HEMODINÂMICA diafragma se eleva e desloca o coração para a
SISTEMA CARDIOVASCULAR: esquerda e para cima. Como consequência, o
ápice cardíaco é movido lateralmente
• Aumento da frequência cardíaca
• Aumento do Volume Sistólico ➢ DÉBITO CARDÍACO: (FC X VS):
• Aumento do Débito Cardíaco Aumento do DC pela
hipercinesia gravídica. Após 10-
Essas alterações possibilitam o 12 semanas de gestação, o DC
crescimento fetal adequado, além aumenta e atinge o seu pico
de protege a mãe das perdas máximo entre 20-24 semanas
sanguíneas (aumento de 30-40%). A partir
desse período, se mantem
relativamente constante até o
final da gestação.
Deve-se redobra os cuidados em
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Oitavo período
Por: Julia Brescovici
pacientes cardiopatas (faz comparação ao período Pré-
sobrecarga cardíaca ainda gravídico.
maior). Quanto mais cedo
houver descompensação mais ➢ RESISTÊNCIA VASCULAR
grave será o acometimento PERIFÉRICA (PAS= RVP X
cardíaco. DC):
A resistência vascular diminui
OBS.: Momentos de maior rico (gestantes por conta da uma vasodilatação
cardiopatas) ocorrida a fim de
• 3º trimestre • Período expulsivo contrabalancear o aumento do
• Parto • Pós parto/pós dequitação debito cardíaco. A RVP diminui
de modo mais acentuado no
No final da gestação, o DC é maior início da gestação (1º e 2º
em 2 situações. trimestre) do que no período
próximo ao parto (3º trimestre
1. Paciente em decúbito lateral: na
começa a normalizar).
posição supina, o útero aumenta
de tamanho e comprime a VCI,
dificultando o retorno venoso. ➢ PRESSÃO ARTERIAL
2. Durante trabalho de parto e SISTEMICA (PAS= RVP X DC):
puerpério (DC é em torno de A PA sofre com as mudanças
50% maior devido aos puxos): hormonais e com a
as metrassístoles e a expressiva vasodilatação periférica, que
redução volumétrica produz certa refratariedade aos
experimentada pelo útero no vasoconstrictores circulantes
secundamento e no puerpério (angiotensina II e noradrenalina).
inicial provocam auto- A redução da PA é mais
hemotransfusão (o sangue retido marcante no 2º trimestre, pois
no útero ganha a circulação guarda intima relação com a
sistêmica, aumentado ainda RVP, consequentemente, com o
mais o DC e retorno venoso) –
desenvolvimento placentário que
redução abrupta do volume
uterino. é mais expressivo nesse
período.
OBS.: A presença de sopros sistólicos paraesternal
em decorrência do aumento do DC é frequente, → o desenvolvimento
provavelmente em decorrência da síndrome placentário acarreta queda da
hipercinética e da redução da viscosidade RVP, porque a placenta
sanguínea. Extrassístoles e desdobramento de B1 funciona como uma fistula
também são comuns. O ECG não se altera, embora arteriovenosa.
haja um discreto desvio do eixo elétrico para a
esquerda em virtude da mudança de O componente da PA que é mais
posicionamento do coração. alterado é a PA diastólico, a
sistólica possui uma diminuição
Em caso de aumento dos níveis menos acentuada pois a queda
pressóricos na gestação, o DC da RVP é compensada pelo
tende a diminuir em resposta a aumento do DC.
ativação reflexa do SNP. No
entanto, permanece elevado, em

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Oitavo período
Por: Julia Brescovici
OBS.: O útero em crescimento comprime as
veias pélvicas e a VCI, o que dificulta o retorno
venoso e aumenta em aproximadamente 3x a
pressão venosa nos MMII (responsáveis pelo ANEMIA FISIOLÓGICA DA GESTAÇÃO: O
surgimento de edema, varicosidades vulvares aumento do volume plasmático em comparação
e hemorroidas) com a massa eritrocitária, faz com que o
hematócrito caia 30% fazendo a concentração
SÍNDROME DA HIPOTENSÃO total de hemoglobina diminuir. Nos últimos meses
SUPINA: É a queda significativa do de gestação, o aumento do volume plasmático
DC, pela compressão da VCI pelo ocorre de uma forma mais lenta, o que justifica a
útero, quando a gravida permanece queda menos significativa do hematócrito,
em decúbito dorsal por cerca de 4-5 sobretudo em gestantes que recebem
minutos há redução do retorno suplementação de ferro.
venoso causando a síndrome.
➔ Valores abaixo de 11Hb no 1º tri e 10,5Hb no
➔ Paciente que fica muito tempo 2ºe3º indicam anemia profunda ferropriva
em pé tende a fazer bradicardia,
hipotensão, lipotimia, edema de REPOIÇÃO DE FERRO: Deve ser feito em todas
MMII e hemorroida → correção: as gestantes a fim de suprir as necessidades
posicionar gestante em decúbito fetais. Caso esse elemento não seja reposto, a
lateral esquerdo paciente ficara anêmica.
MODIFICAÇÃO HEMATOLÓGICA ESQUEMA: doses de 30-60mg/dia de ferro
VOLUME PLASMÁTICO = elementar (na forma de SULFATO
FERROSO) durante o 2º e 3º trimestre da
HEMODILUIÇÃO: Aumenta cerca
gestação, durante toda a lactação, ou por 2-3
de 40-50%, a partir da 6ª semana,
meses pós-parto nas não lactentes. O ácido
com pico entre 30 e 34ª semana. O
fólico também deve ser reposto na dosagem
aumento do volume plasmático OBS.:de A 2-
maior parte da perda de sangue ocorre
4mg/dia.
acarreta em hipervolemia, com na 1ª hora pós-parto. Pacientes com atonia
diminuição da viscosidade uterina, episiotomia ampliada ou lacerações
sanguínea, deixando-o hemodiluido. perineais apresentarão perdas muito mais
A hipervolemia é resposta significantes. O volume globular, hematócrito e Hb
compensatória das demandas do retornam aos valores normais aproximadamente 6
sistema hipertrofiado do útero, a semanas após o parto.
necessidade de equilíbrio pela
queda do retorno venoso e as LEUCÓCITOS: A leucocitose sem
perdas sanguíneas futuras do parto. desvio durante a gravidez,
A expansão do volume circulante encontrada geralmente no 2º e 3º
decorre principalmente da ação do trimestres, é secundaria ao aumento
SRAA e angiotensina II. do número de neutrófilos
segmentados. Após 38 semanas, a
ERITRÓCITOS: Aumenta cerca de quantidade de leucócitos diminui e
20-30% o número de hemácias, o ocorre uma tendência a monocitose
que aumenta a demanda de e progressiva diminuição de
oxigênio. É possível vermos basófilos e eosinófilos. Há uma
presença de reticulócitose leve após diminuição da função de quimiotaxia
20 semanas de gravidez. e aderência dos leucócitos após o
RESUMO DE OBSTETRÍCIA, UNIG
Oitavo período
Por: Julia Brescovici
2º trimestre, aumentando a MODIFICAÇÕES URINÁRIAS
susceptibilidade a infecções como
O correm modificações na porção
pielonefrite e pneumonia. Ocorre
inferior e superior
uma supressão da imunidade
humoral e celular para evitar a • Hidronefrose fisiológica a partir
rejeição fetal. 7ª semanas
• Dextrorotação uterina
PLAQUETAS: A contagem de
• Ação da progesterona
plaquetas encontra-se relativamente
• Estase urinária (predisposição
inalterada. Pode ocorrer um quadro ITU)
de trombocitopenia gestacional, • Aumento do fluxo plasmático
maioria das vezes é fisiológico, renal e TFG
porém deve-se investigar • Diminuição da creatinina
trombocitopenia idiopática, doenças plasmática, podendo ser mais
autoimunes e deficiência de folato. baixas em paciente com
insuficiência renal
FATORES DE COAGULAÇÃO –
• Glicosúria fisiológica
estado de hipercoagulabilidade
• Proteinúria fisiológica até 300
(hemostasia fisiológica no
mg/ 24 horas
secundamento: Alterações nos • Volume urinário não aumenta
sistemas de coagulação e
fibrinolítico pode ser detectado a RIM: Ocorre aumento do peso e
partir do 3º mês de gestação. Sua tamanho renal, causados pela
função é diminuir os riscos de hipertrofia e aumento do fluxo
hemorragia durante a dequitação, plasmático renal. Há também um
porém favorecem a instalação de aumento da vascularização,
TVP, TEP e CIVD (aumentadas no diminuindo a resistência vascular
puerpério) resultando no aumento da taxa de
• Níveis de fibrinogênio 50% filtração glomerular após a 6ª
aumentados semana. A consequência dessas
• Agentes pró coagulantes alterações é perda de nutrientes
encontram-se aumentados (aminoácidos e vitaminas
• Fatores de coagulação VII, VIII, hidrossolúveis), redução das
IX e o fator de Von Willebrand concentrações de ureia e creatinina
apresentam-se aumentados. e aumento do clearence de
• Redução do sistema fibrinolítico creatinina.
e dos fatores XI e XIII,
contribuem para o estado de Ocorre glicosuria (não é usada
hipercoagulabilidade como diagnóstico para DMG) em
• Aumento da resistência dos função da diminuição da reabsorção
anticoagulantes endógenos, e tubular de glicose e do incremento
diminuição da proteína S e s de filtração glomerular. O sistema
oco-fator da proteína C. coletor da gestante sofre dilatação a
• O tempo de coagulação, a parir da 2ª metade da gravidez, com
antitrombina III, o fator V e a dilatação ureteral.
proteína C não se alteram na
gravidez. Pode ocorrer proteinúria fisiológica
(até 300mg em 24 horas)
RESUMO DE OBSTETRÍCIA, UNIG
Oitavo período
Por: Julia Brescovici
URETERES: • Alterações anatômicas da caixa
torácica e diafragma (ocorrem de
Sofrem compressão ou obstrução forma mais acentuada em torno
pelo crescimento uterino e pela da 37ª semana) - A caixa
congestão do plexo venoso torácica apresenta um aumento
ovariano, que é mais frequente a de 2cm em seu diâmetro
direita devido a dextro rotação do transverso, os ângulos
útero gravídico (ocorre porque o subcostais se alargam com
sigmoide esquerdo é fixo) e a veia elevação do diafragma em 4cm
ovariana direita que cruza o ureter. e a circunferência torácica
A progesterona ocasiona aumenta em 6cm.
relaxamento da musculatura lisa,
com diminuição da peristalse • Aumenta a complacência da
ureteral, causando uma certa parede torácica diminui,
aumentando trabalho respiratório
obstrução no ureter, deixando a
gestantes susceptível a
• Aumento volume-minuto = VC x
hipernefrose (dilatação da pelve FR (progesterona atua no centro
renal por obstrução do trato urinário) respiratório e aumenta o limiar
fisiológica a partir da 7ª semana, de CO2)
devido a ação da progesterona, que
atua na musculatura lisa do ureter, • Redução da capacidade residual
causando estase urinaria, funcional (elevação da cúpula
favorecendo a proliferação de diafragmática – paciente em
bactéria. Gerando uma pré- crise asmática ou com
disposição para ITU alta pneumonia tendem a
(pielonefrite – tem que internar a descompensar rapidamente)
paciente pois é a principal causa de
sepse materna). • Aumenta o volume corrente
fazendo hiperventilação
BEXIGA: fisiológica – FR não aumenta
(PO2 alveolar e arterial elevados
Há uma elevação do trigono vesical
e diminui pCO2 - aumento
e uma diminuição do tônus vesical. volume-minuto, para compensar
OBS.: Volume urinário não aumenta na gravidez, há um aumento da excreção
a frequência urinária aumenta no início pois o urinária de bicarbonato –
útero comprime a bexiga e no final da gravidez. Alcalose respiratória
80% da urina filtrada é reabsorve nos tubos distais compensados (pH arterial não
altera)

MODIFICAÇÃO RESPIRATÓRIA • Frequentes queixas de dispneia

• Hiperemia e edema da mucosa MODIFICAÇÕES


sistema respiratório superior GASTROINTESTINAIS
(vasodilatação e hiper
vascularização - prescrever • Náusea e vômitos
corticoide nasal) principalmente no 1º trimestre
(deve-se ficar atento com
pacientes que apresentarem
grande perda de peso,
RESUMO DE OBSTETRÍCIA, UNIG
Oitavo período
Por: Julia Brescovici
desnutrição ou desidratação) prevalência de cálculos biliares.
A progesterona está envolvida
• É comum gestantes nesse processo, pelo
apresentarem sialorreia, por relaxamento/ atonia do musculo
hipertrofias das glândulas liso da vesícula.
salivarias
MODIFICAÇÕES CUTÂNEAS
• Gestantes podem apresentar
ALTERAÇÕES ATRÓFICAS:
diminuição das secreções
gástricas, diminuindo assim a ESTRIAS GRAVÍDICAS OU
incidência de formação de VÍBICES: Causadas pelo
ulceras estiramento das fibras de
colágeno, acontecem
• A progesterona relaxa devido a diminuição da
musculatura lisa, causando
hidratação e ao estiramento
atonia gastrointestinal
da pele (áreas acometidas:
abdome, mamas, coxas, nádegas).
• O útero durante seu crescimento
desloca o estomago e os Pacientes com maior predisposição
intestinos. O esvaziamento são aquela que possuem um
gástrico e o trânsito intestinal aumento exacerbado de peso
ficam mais lentos, resultando em durante a gestação
constipação e aumenta a
Quando ocorrem na gestação são
incidência de hemorroidas.
avermelhadas. Tornando-se
• A pirose (refluxo das secreções brancacentas após o parto. Em
ácidas) para a porção inferior do multíparas, além das estrias de uma
esôfago, decorre da diminuição gravidez atual, podem ser
do tônus e relaxamento do encontradas linhas de tonalidade
esfíncter esofagiano inferior prata, brilhantes, que representam
(musculatura lisa) causados pela cicatrizes de gestações anteriores.
ação da progesterona, ao
deslocamento do estomago e ALTERAÇÕES VASCULARES
aumento da pressão abdominal. CUTÂNEAS:
Resultam de uma vasodilatação
• Gengivorragias: Nota-se
imposta pelo padrão hormonal da
hiperemia e amolecimento
gestação, sobretudo pelo aumento
gengival que justificam os
sangramentos gengivais após de estrogênio.
traumatismos leves. ERITEMA PALMAR: Vermelhidão
difusa, mais pronunciada sobre as
• A atividade da fosfatase alcalina eminências tênares e hipotenares,
duplica na gravidez.
que pioram com a evolução da
gravidez. Na maioria dos casos
• O comprometimento da
desaparece após a gravidez
contração da vesícula biliar
promove estase, que acrescida
do aumento da saturação de
colesterol, aumenta a

RESUMO DE OBSTETRÍCIA, UNIG


Oitavo período
Por: Julia Brescovici
TELANGECTASIAS/ANGIOMAS/A MODIFICAÇÕES NAS MAMAS E
RANHAS VASCULARES: São APARELHO GENITAL
pequenos vasos que se ramificam.
MODIFICAÇÕES DAS MAMAS:
Aparecem como pequenas
elevações vermelhas na pele, MASTALGIA: Aparece por volta da
principalmente na face, pescoço, 5ª semana de gestação, inicia um
parte superior do tórax e nos processo de congestão das mamas
braços. É menos comum em deixando-as doloridas, túrgidas e
mulheres afro-americanas e com aumento de volume (pela
desaparece após a gestação. hiperplasia de elementos
glandulares com proliferação dos
ALTERAÇÕES PIGMENTARES:
canais galactóforos e ramificação
As alterações hormonais durante a
dos ductos mamários)
gestação desencadeiam um
aumento na produção de estrogênio TUBÉRCULOS DE
e progesterona, que acarreta em MONTGOMERY: São
hipertrofia do lobo intermediário da projeções secundarias que
hipófise. A hipertrofia deste local surgem nas aréolas,
resulta na liberação da alfa- representadas por glândulas
melantropina, que exerce uma acessórias e glândulas
função estimulante sobre os sebáceas hipertrofiadas. No
melanocitos. As alterações 2º trimestre de gestação, a
pigmentares aumentam de acordo progesterona, estrogênio e a
com a exposição solar, deve-se prolactina acarretam a expansão
orientar a paciente usar protetor dos alvéolos a partir da árvore
solar. ductal. Na 8ª semana de gestação,
as aréolas se tornam mais
LINHA NIGRANS: Pigmentação de
pigmentadas e aparecem os
cor preto-acastanhada na linha
tubérculos de Montgomery.
media do abdome.
REDE DE HALLER: Rede venosa
CLOASMA OU MELASMA
visível abaixo da pele, aparece por
GRAVÍDICO: Manchas
volta da 16ª semana (já é possível
acastanhadas na face. É uma
a extração de colostro). – Sinal
alteração típica, mas não
que indica provável diagnóstico de
exclusiva da gestação, nem
gestação.
sempre regridem após o parto
SINAL DE HUNTER: É o
HIPERSECREÇÃO DAS
aumento da pigmentação dos
GLÂNDULAS SEBÁCEAS:
mamilos, esse sinal torna seus
O aumento da secreção das limites imprecisos e aparece
glândulas sebáceas resulta de um por volta da 20ª semana de
incremento da ação da gestação. Ocorre hiperpigmentação
progesterona. A pela da gestante, da mama por ação hormonal. Há
torna-se mais oleosa, o que um aumento da auréola primaria,
predispõe a queda capilar e ao formando a auréola secundaria
aparecimento de acne. (sinal de Hunter)

RESUMO DE OBSTETRÍCIA, UNIG


Oitavo período
Por: Julia Brescovici
MODIFICAÇÕES UTERINAS: OBS.: Após 20 semanas o útero cresce em torno
de 1 cm por semana até completar 30/31
O útero é o órgão de principal semanas.
modificação, nele é alterado volume OBS.: É importante medir AFU durante o pré-natal
e peso (hipertrofia e hiperplasia
celular), consistência, forma, COLO UTERINO: A consistência e
situação e coloração. coloração da cérvice se alteram
ALTERAÇÃO NO VOLUME E pelo edema e aumento da
CONSISTÊNCIA: O útero é vascularização, torna-se amolecida
constituído por dois sistemas de e arroxeada, ocorre hiperplasia e
miofibras lisas que sofrem hipertrofia das glândulas cervicais
hiperplasia e hipertrofia durante a que determinam alterações
gravidez. Nos primeiros meses de fisiológicas durante a gravidez.
gestação, a parede uterina torna-se A principal alteração consiste na
mais espessa, porém com a eversao do epitélio colunar
evolução da gravidez sofre um (endocérvice – exposição do da
afinamento progressivo. Há um junção escamocolunar), que torna a
aumento do tecido conjuntivo e dos ectocervice friável e passível a
ligamentos de sustentação uterina, sangramento após a relação sexual.
de vasos sanguíneos e linfáticos, O muco cervical torna-se mais
sendo o sanguíneo imprescindível viscoso, espesso e não se cristaliza
para o desenvolvimento do fluxo quando desidratado, o aumento da
uteroplacentário, que assegurará a produção de progesterona reduz a
perfusão adequada do espaço concentração de sódio nas
interviloso placentário (trocas secreções cervicais (o sódio evita
materno-fetais). O estimulo para o que o muco cervical cristalize). O
crescimento uterino ocorre por ação colo uterino é protegido pelo tampão
do estrogênio, com menor mucoso, que é eliminado antes do
participação da progesterona. O parto, devido ao afinamento e
aumento uterino não é simétrico e encurtamento observados na
promove uma discreta rotação de cérvice.
seu eixo para a direita.
• AMOLECIMENTO DO ISTIMO:
CRESCIMENTO UTERINO: SINAL DE HEGAR - Palpação
➢ Até 12 semanas: intrapelvico do istmo uterino, é realizada de
➢ A partir da 12ª semana: o útero é palpável logo forma bimanual através do toque
acima da sínfise púbica vaginal e da palpação abdomino-
➢ A partir da 16ª semana: o útero está entre a pélvica.
sínfise púbica e cicatriz
umbilical
➢ A partir da 20ª semana: o
útero atinge a cicatriz
umbilical
➢ Em torno de 40 semanas:
o útero atinge o apêndice
xifoide • AMOLECIMENTO DO COLO:
SINAL DE GOODELL

RESUMO DE OBSTETRÍCIA, UNIG


Oitavo período
Por: Julia Brescovici
EMBEBIÇÃO GRAVIDICA: Vai ter papel não contra infecções fungicas). A
importante no amolecimento do colo uterino citologia é semelhante à da fase
e do istmo, ambos sugerem sinal de luteínica, no entanto, com a
gravides evolução da gravidez, são
observadas células da camada
ALTERÇÃO DA FORMA: O útero é intermediária (células naviculares) e
esférico até 20 semanas, em os núcleos desnudos (núcleos sem
seguida adota um formato cilíndrico, citoplasma)
pois há um crescimento para
cima. Com esse crescimento • SINAL DE OSIANDER:
os fórnices laterais começam a PULSSO DA ARTÉRIA
ser preenchidos isso chama-se VAGIANL
sinal de Noible-Baudin. VULVA: Possui coloração violácea
(grandes e pequenos lábios e meato
• O útero adota uma uretral se hipertrofiam) que ocorre
anteversoflexão (cresce sobre a pelo aumento do fluxo sanguíneo.
bexiga e causa compressão
vesical em torno da 7ªsemana • SINAL DE JACQUEIMER –
causando polaciuria – aumento COLORAÇÃO AROXEDA
frequência urinária) VULVA
• Ocorre uma destroversão • SINAL DE KLUGE –
uterina, devido a fixação do COLORAÇÃO ARROXEADA
sigmoide. Próximo ao parto o VAGINA
colo e a vagina se alinham, para
formar o canal do parto (colo fica
centralizado no canal)

VAGINA: Apresenta-se com


coloração violácea causada pela
embebição gravídica. As células
musculares e as papilas da mucosa
vaginal se hipertrofiam, a vagina
aumenta de comprimento e largura. ALTERAÇÕES UTERINAS:
As fibras de colágeno encontram-se • Alteração no volume, peso, situação, forma,
consistência e coloração
mais separadas, o que permite o
• Crescimento uterino
afrouxamento do tecido conjuntivo
• Hipertrofia e hiperplasia dos ligamentos redondos,
(distensão na hora do parto). O
uterossacros e largo – passagem do bebe, no
aumento da vascularização e da trabalho de parto
atividade glandular resulta em • Aumento da vascularização e de linfonodos
aumento da secreção vaginal, que
assume aspecto leitoso por conter
células epiteliais descamadas, o pH ALTERAÇÕES MAMÁRIAS:
vaginal torna-se mais ácido pela • Estrias
ação dos lactobacilos sobre o • Pigmentação da aréola primaria
glicogênio acumulado nas paredes • Tubérculos de Montgomery
vaginais, com grande produção de • Rede de Haller
ácido lático (favorece a proteção Sinal de Hunter
contra a infecções bacterianas, mas
RESUMO DE OBSTETRÍCIA, UNIG
Oitavo período
Por: Julia Brescovici
ALTERAÇÕES OSTEOARTICULARES: ALTERAÇÕES METABÓLICAS:
• Lordose lombar e marcha anserina • Ganho ponderal de 12,5kg
• Compressões radiculares e lombalgia • Hiperinsulinemia (glicose é fonte do
• Desconforto e dormência nos MMII e mãos metabolismo fetal) – gravidez é um estado
• Maior mobilidade das articulações pélvicas diabetogênico
(ação da embebição gravídica) – bacia • Hipercolesterolemia materna (aumento do
obstétrica triglicerídeo e colesterol) – cataboliza gosdura
em forma de ac graxo
• Anemia ferropriva – necessidade de
suplementação a partir da 20ª semana
• Hipotireoidismo

ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES: ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS:


• Aumento da FC de 10 a 15 bpm • Hemodiluição (anemia hemodilucional)
• Aumento do volume sistólico • Hb normal 13 no primeiro trimestre, Hb 11 no
• Arritmias segundo trimestre e Hb 10,5 no terceiro
• Síndrome de hipotensão supina trimestre
• Sopros cardíacos: Maior probabilidade a • Melhora no quadro clínico de algumas
congestão pulmonar doenças autoimunes
• predisposição a infecções urinarias e
pneumonia
• Aumento da incidência de fenômenos
tromboembólicos (risco de trombose no
puerpério)
• Estado de hipercoagulabilidade - hemostasia
fisiológica no secundamento

ALTERAÇÕES URINÁRIAS: ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS:


• Glicosuria fisiológica • Dispneia fisiológica
• Hidronefrose fisiológica • Congestão nasal – hiperemia e edema das
• Aumento na incidência de infecções do trato mucosas
urinário – estase uterina • Hiperventilação fisiológica
• Polaciúria • Alcalose respiratória compensada (aumenta a
• Incontinência excreção urinaria de bicarbonato)
• Volume de urina não aumenta na gestação

ALTERAÇÕES GASTROINTESTINAIS: ALTERAÇÕES CUTÂNEAS:


• Náusea e vomito • Estrias
• Pirose • Eritema palmas
• Atonia intestinal causada pela ação • Telangectasias
progesterona, relaxamento dos músculos lisos • Linha nigrans
• Constipação • Cloasma
• Aumento na litíase biliar
• Varizes hemorroidárias
• Sangramento gengival

RESUMO DE OBSTETRÍCIA, UNIG


Oitavo período
Por: Julia Brescovici
• FASE ATIVA: Aumento da
velocidade, ocorre após alcançar
4cm de dilatação. Paciente
apresenta contrações ritmadas e
efetivas (3 contrações a cada 10
Consiste no registro gráfico de minutos com duração de 40
tudo que acontece durante o segundos) – verdadeiro trabalho
trabalho de parto. Através dele é de parto
possível acompanhar a decida
da apresentação fetal, dilatação, OBS.: Não se deve internar a paciente na fase
contrações, condição da bolsa das latente. Paciente em fase ativa que apresentar
águas, BCF, sinais vitais e se houve 3cm de dilatação, deve-se esperar por 1h e então
ou não a admissão de fármacos. se reavaliada, só abre Partograma se essa evoluir
Sua finalidade é facilitar a detecção para 4cm de dilatação
de problemas ao longo do trabalho • Os toques serão realizados a cada 1 ou 2horas
de parto e corrigi-los o mais rápido • A cada toque, deve-se anotar a dilatação
cervical, a altura da apresentação, a variedade
possível, adotando condutas/
de posição e as condições da bolsa das águas
medidas adequadas.
e do líquido amniótico quando a bolsa estiver
VANTAGENS: Método de baixo rota. Também se registra o padrão das
custo que ajuda a reduzir o tempo contrações uterinas e do BCF, a infusão de
de trabalho de parto (em >18h), a líquidos, medicamentos e o uso de analgesia.
taxa de cesáreas, hemorragias pós-
parto, taxa de rotura uterina e reduz Em 1954, Friedman identificou um
também os riscos de morte padrão de dilatação cervical e
perinatal. dividiu o trabalho de parto em três
períodos sendo eles: preparatório,
FASES DA CERVICODILATAÇÃO dilatatório e pélvico.
O trabalho de parto divide-se em PERÍODO PREPARATÓRIO:
duas fases, um latente e outra ativa
Compreende a fase latente, onde há
o início das contrações regulares,
esse período se estende até o fim
da fase de aceleração da dilatação.
Essa fase prepara o colo para a
fase ativa da dilatação.
As contratilidades miometriais nesse
momento adquirem, orientação,
polarização e coordenação. Pouco
se observa em termos de dilatação
• FASE LATENTE: Diminuição da do colo ou descida da
velocidade, pode demorar horas apresentação.
ou dias para evoluir. A dilatação
Nessa fase a paciente não precisa
da cérvice atinge até 4cm. Essa
ficar no hospital, recomenda-se a
fase é chamada de pródromo
ela que retorne ao hospital se
(falso trabalho de parto)
houver algum sinal de alerta como

RESUMO DE OBSTETRÍCIA, UNIG


Oitavo período
Por: Julia Brescovici
perda de líquido, sangramento ou • Disfunção: Fase ativa
se as contrações de 5 em 5minutos. prolongada.

• Funções: Amolecimento, PERÍODO PÉLVICO:


apagamento e início da dilatação
do colo uterino. Compreende a fase de
desaceleração com a descida fetal e
• Duração: De 16 a 20 h em o delivramento. A característica
nulíparas, e de 12 a 16h em desse período é a exploração pela
multíparas apresentação fetal do trajeto pélvico
(embora parte ocorre no período
• Disfunção: Fase latente dilatatório). Usualmente, a descida
prolongada. da apresentação se inicia no
trabalho de parto ativo, atinge seu
• Conduta: Conduta expectante, máximo na fase de desaceleração e
ambulatorial, evitar ocitócitos ocorre progressivamente até a
(devido ao risco de cesárea, distensão do períneo.
decorrente de colo desfavorável) • Função: Exploração do trajeto
e orientar para caso apresente pélvico Descida - Delivramento
algum sinal de alerta: perda de
líquido, sangramento vaginal, • Duração: De 1 a 2 horas
contrações de 5/5min e
diminuição dos movimentos • Disfunção: Período pélvico
fetais, retorne à maternidade prolongado, parada secundária
imediatamente. da descida.

PERÍODO DILATATÓRIO: INTERPRETAÇÃO DO


PARTOGRAMA
Inicia no momento em que se
modifica a velocidade de dilatação.
OBS.: No Partograma a dilatação é representada
O colo está totalmente apagado e a
por e o posicionamento da cefálico do bebe é
dilatação é de 3 cm, com
representada por um
contratilidade efetiva. Nessa fase
Ao colocarmos essas informações no gráfico
acontece a maior parte da dilatação
notamos que o correto é o subir e o descer.
e descida da apresentação.
Traduz as contrações, quando pintado
Começa pouco antes do término da
completamente
dilatação e prossegue até que a
POSICIONAMENTO CEFÁLICO:
apresentação force o períneo
Ao realizarmos o toque vaginal é possível identificar
(período pélvico).
qual é a posição da cabeça do concepto, ao
passarmos essa informação para o Partograma
• Função: Dilatação ativa do colo
devemos relata a posição da sutura lambdoidea em
relação a pelve
• Velocidade Dilatação: em média (OIAE, OIPD, OIPE,
de 1 cm/h OIAD, OP, OS ou
da posição facial)
• Duração: De 4 a 5h para
nulípara e de 1,5 a 2h para OBS.: Quando o
multípara bebe adota posição
de face ele não
nasce por baixo
RESUMO DE OBSTETRÍCIA, UNIG
Oitavo período
Por: Julia Brescovici
OBS.: O gráfico é formado pelo eixo X
OBS.: Representado por um círculo, indica o
(horas) e Y do lado esquerdo (dilatação
posicionamento cefálico do bebê, esse deve descer e
cervical em cm), e lado direito (planos de
se alinhar com pelve. À medida que o trabalho de
Dee Lee).
parto evolui, a dilatação (triângulo) deve permanecer
acima e a esquerda da linha de alerta e a
Ao abrir um Partograma deve-se apresentação cefálica decrescer. Se isso não
traças uma linha de alerta e outra ocorrer, há problema no parto, se as dilatações
de ação (4hs após a linha de alerta). ultrapassarem a linha de alerta e estiver à esquerda
ou até ultrapassar a linha de ação, o médico deve
LINHA DE ALERTA: Serve para
agir.
melhor observação clínica. Se a
curva de dilatação permanecer a
esquerda da linha de alerta é sinal DIAGNÓSTICO DO PARTO
de que não há nenhum problema no
trabalho de parto, porém se essa “Quando a curva de dilatação
curva estiver à direita, entre a linha cervical ultrapassa a linha de ação,
de alerta e a de ação, é sinal de que trata-se de parto disfuncional”.
há algum problema
ABERTURA ERRADA DO
LINHA DE AÇÃO: Linha que indica PARTOGRAMA:
necessidade de intervenção médica, Ao abrirmos o partograma ainda em
a intervenção só deve ser feita fase latente, ocorro um equivoco na
quando a curva de dilatação atingir interpretação, como se o parto
a linha de ação. estivesse evoluindo prolongada,
logo as contundas também serão
equivocadas, pois houve um erro de
interpretação da fase.

PLANOS DE DEE LEE: Representa


a altura fetal dentro da cavidade
pélvica. Quanto mais alta for a
apresentação, mais negativo é, e
quanto menor for essa altura mais
positivo é. Sendo zero as espinhas
isquiática DISTÓCIAS DO PARTOGRAMA:
As distocias podem se apresentar
nas fases: Na fase ativa
(cervicodilatação) e no período
pélvico (descida/ apresentação).

RESUMO DE OBSTETRÍCIA, UNIG


Oitavo período
Por: Julia Brescovici
DISTOCIAS DA FASE ATIVA/ − Relativa: ocorre porque algo
CERVICODILATAÇÃO: pode estar obstruindo a
passagem, porém com
a) FASE ATIVA PROLONGADA: deambulação, rotura artificial
Caracterizada por dilatação da membrana, analgesia
cervical lenta (velocidade menor peridural, antiespasmódico
que 1cm/h) → DISTOCIA consegue se converter o
FUNCIONAL quadro

CAUSA: contrações deficientes COMPLICAÇÕES: sofrimento


(falta de motor) fetal agudo e pior prognostico
perinatal

c) PARTO PRECIPTADO:
Consiste na descida e expulsão
fetal em menos de 4 horas →
TAQUI/HIPERSISTOLIA (útero
contrai mais do que o normal)

CAUSA: Descolamento
CONDUTA: Técnicas de prematuro de placenta,
humanização que estimulem a iatrogênias (uso inadequado de
liberação natural de ocitocina
ocitocina)
(atividade física, deambulação,
banheira morna); Uso de − Espontâneo: Primíparas
Ocitócicos ou Amniotomia. − Iatrogênico: Uso
inadequado de ocitócicos
pode causar sofrimento
b) PARADA SECUNDARIA DE fetal, pois haverá muita
DILATAÇÃO: Em determinado contração e pouca
momento há para de dilatar (2
diástole (as trocas
toques sucessivos sem dilatação
no intervalo de 2 horas materno-fetais ocorrem na
diástole uterina).
CAUSA: Desproporção
cefalopelvica absoluta ou relativa

CONDUTA: Suspender
ocitócicos, avaliar BCF e
CONDUTA:
fazer revisão do canal de
− Absoluta: cesárea (cabeça do
parto.
bebe não vai descer)

RESUMO DE OBSTETRÍCIA, UNIG


Oitavo período
Por: Julia Brescovici
OBS: O feto “respira” na diástole, momento em De Lee.
que há relaxamento uterino e as trocas de
nutrientes entre a mãe e o feto ocorrem, quando CAUSAS: desproporção
o útero contrai, as arteríolas espiraladas são cefalopelvica absoluta ou relativa
comprimidas. Então quanto menos contração,
menos relaxamento, menos trocas vão ocorrer.
Isso ocorre no DPP, o volume de sangue do
descolamento da placenta é tão grande que o
útero não contrai direto, não tendo tempo para
fazer as trocas gasosas entre mãe e feto,
levando ao sofrimento fetal e possivelmente ao
óbito fetal por asfixia.

DISTORCIAS DO PERÍODO
PÉLVICO - DESCIDA/ CONDUTA:
APRESENTAÇÃO: − Absoluta: cesárea
− Relativa: fórcipe de alívio,
a) PERÍODO PÉLVICO vácuo-extrator, fórcipe de
PROLONGADO rotação
Descida da apresentação
progressiva e lenta, com DISTÓCIA NO TRABALHO DE
dilatação completa PARTO

CAUSAS: falta motor, contração As distocias são alterações na


deficiente dinâmica do parto. Todo parto que
apresentar distocia é um parto
difícil.
A dificuldade pode estar na bacia,
no canal, na contração uterina ou no
bebê.
1. Canal: bacia e partes moles (má
formação óssea ou
estrangulamento
CONDUTA: Posição 2. Força: contratilidade uterina
verticalizada, administrar
ocitocina, amniotomia, fórcipe e 3. Móvel: feto (macrossomia,
vácuo-extrator hidrocefalia).

b) PARADA SECUNDARIA DA CLASSIFICAÇÃO


DESCIDA: MATERNA: disfunções óssea,
Dilatação completa com parada
funcional ou de partes moles.
progressiva da descida 1h após
do seu início. Altura de FETO-ANEXAIS: Presença de
apresentação da cabeça circular de cordão que impeça a
mantida após 2 toques seguidos. passagem
Falta de rotação da cabeça do
feto após descida, mantendo • DISTÓCIA FUNCIONAL:
sempre a posição no plano 0 de Consiste em problemas de
RESUMO DE OBSTETRÍCIA, UNIG
Oitavo período
Por: Julia Brescovici
força, alterações na Oligossistolia: Redução do número
contratilidade uterina (ex: de contações (bradissistolia) e da
hipossistolia e taquissistolia, intensidade (hipossistolia)
hipertonia ou hipotonia).
Podem levar a duas CONDUTA: administrar
complicações: parto ocitócicos, decúbito lateral
prolongado (maior ocorrência esquerdo (aumenta retorno
de infecções pela morosidade venoso)
da evolução da dilatação) ou
parto precipitado (maior 2) ONDAS CONTRATEIS
ocorrência de lesões das
partes moles, hipotonia uterina
e hemorragia cerebral no RN)

OBS.: Uma contração normal obedece a


TRÍPLICE GRADIENTE DESCENDENTE, ela se
inicia no fundo uterino, passa pelo corpo e por
último contrai o colo, fazendo assim a decida
fetal. O fundo e corpo uterino possuem mais
fibras musculares, é mais grosso, logo, a
contração é mais forte, inicia primeiro e dura
mais.

CLASSIFICAÇÃO DAS DISTÓCIAS


FUNCIONAIS:

1) ONDAS CONTRATEIS
NORMAIS: (tríplice gradiente ANORMAIS: (tríplice gradiente
presente) Oligossistolia, ou ausente), Estados hipertônicos,
polissistolia ação uterina assimétrica
3) RESISTÊNCIA CERVICAL
Polissistolia: Aumento da ANORMAL: Síndrome de
frequência das contrações, podendo Schiquelé (inverte a tríplice
ocasionar hipertonia ou redução da gradiente, havendo uma
intensidade das contrações. Risco resistência maior no colo
de sofrimento fetal agudo impedindo que o feto desça
(anel espástico)
CONDUTA: afastar possível
desproporção cefalo-pelvica e
iatrogênica de ocitócicos, fazer
correção do decúbito da
parturiente (decúbito lateral
esquerdo), romper membranas,
considerar o uso de uterolíticos
(tocoliticos - diminuem a
contração uterina para tentar
corrigir a hipersistolia, por
exemplo)

RESUMO DE OBSTETRÍCIA, UNIG


Oitavo período
Por: Julia Brescovici
ANATOMIA DA BACIA: Composta
por 4 ossos: 2 ilíacos, sacro e
São basicamente três: cóccix.
• OBJETO OU MÓVEL: feto
• MOTOR: contração uterina Nota-se que os diâmetros da bacia
• TRAJETO: bacia óssea vão reduzido conforme o feto vai
feminina e musculatura descendo, para se adaptar a esse
perineal diâmetro menor e conseguir
atravessar o canal de parto o
O feto é o objeto do parto, ele concepto adota a seguinte atitude:
percorrerá o trajeto entre a bacia
• Cabeça fetal: vai fletir a cabeça
obstétrica e a estrutura óssea do
fetal, ou seja, aproxima o
canal do parto impulsionado pela
queixinho do tórax para reduzir o
contração uterina (motor).
seu diâmetro
RELEMBRANDO: O sucesso do parto normal • Rotação: conforme desce, faz
depende de 5 fatores: rotação
− passageiro (feto e placenta) • Assinclitismo: ao mesmo tempo
− passagem (pelve e canal de parto/ musculatura que roda, faz flexão lateral da
perineal) cabeça
− potência (contrações uterinas)
− posição da parturiente ESTREITOS: São regiões mais
− resposta psicológica estreitas da pelve, que pode
dificultar ou impedir a progressão do
trabalho de parto.
TRAJETO:
É o canal do parto, é o local por Os diâmetros da pequena bacia
onde o feto desce do útero rumando devem ser compatíveis com a
até a vulva, esse trajeto não é uma biometria fetal.
linha reta, em seu percurso há uma
curva (J), que pode dificultar um
pouco a passagem do feto.

BACIA OBSTÉTRICA:
Consiste na pequena bacia,
também chamada de pequena pelve
ou escavação
• SUPERIOR: limite superior da
pelve, vai do promontório até a
borda superior da sínfise púbica

RESUMO DE OBSTETRÍCIA, UNIG


Oitavo período
Por: Julia Brescovici
→ Conjugata vera anatômica: Se • GINECÓIDE: É o tipo de bacia
estende do promontório até a feminina mais frequente, possui
borda superior da sínfise púbica um bom prognóstico. Possui o
estreito superior arredondado, as
→ Conjugata vera obstétrica: Se espinhas ciáticas não são
estende do promontório até a proeminentes, ou seja, as
borda posterior da sínfise púbica paredes vaginais são bem
afastadas, facilitando a
→ Conjugata diagonalis: não faz passagem do feto.
parte do estreito superior, nem → Diâmetro transverso
do estreito inferior, ela é um máximo-afastado do
recurso utilizado para conseguir promontório e pube
avaliar o diâmetro posterior do → Amplo espaço biisquiático
estreito posterior. A Conjugata
diagonalis mede 12cm (avalia • ANTROPOIDE: Também
pelo toque vaginal). conhecida como bacia dos
macacos, ocorre em 25% das
• MÉDIO:1/3 inferior do sacro, pacientes. Possui o estreito
espinhas ciáticas, borda inferior superior alongado no sentido
da sínfise púbica. É esse estreito anteroposterior, diâmetro
que determina o plano de De transverso máximo diminuído e
Lee (insinuação) próximo ao pube, espinhas
→ Biespinha ciática: 10,5cm ciáticas não proeminentes e
diâmetro anteroposterior do
• INFERIOR: margem inferior da estreito inferior maior. Se não
sínfise púbica, ponta do cóccix houver complicação na
→ Conjugata exitus: mede 9,5 passagem do feto no estreito
cm, conforme acontece a superior, não haverá no resto do
passagem da cabeça do feto trajeto.
o cóccix é jogado para trás
(retropropulsão), • BACIA ANDROIDE: Bacia
aumentando o diâmetro para tipicamente masculina, ocorre
11cm em 20% das pacientes, esse tipo
→ Biisquiático: 11cm de bacia é muito desfavorável
pro parto. Seu estreito superior é
MORFOLOGIA DA BACIA: levemente triangular, o diâmetro
transverso máximo é próximo ao
sacro (posteriorizado). Possui
arcada subpúbica muito estreita
e espinhas ciáticas muito
proeminentes. Conjugata exitus
pequena, parede pélvica
convergente (paredes vaginais
próximas uma da outa). O
diâmetro anteroposterior do
estreito inferior pequeno e
RESUMO DE OBSTETRÍCIA, UNIG
Oitavo período
Por: Julia Brescovici
distocias crescentes com a PELVIMETRIA INTERNA:
progressão da apresentação. A Conjugata diagonalis é um reforço
clínico para avaliar os diâmetros
• BACIA PLATIPELOIDE: Bacia estreito superior.
achatada, aparece em 5% das
pacientes. Seu estreito superior
é ovalado com diâmetro
anteroposterior reduzido, o
diâmetro transverso máximo é
aumentado e equidistante do
sacro e do pube, o diâmetro
anteroposterior do estreito
inferior menos reduzido, a
Para medir, deve-se fazer um toque
distância maior na insinuação,
vaginal, com o dedo médio tenta
causando uma complicação na
atingir o promontório (vértice da
insinuação, amenizando-se
articulação lombo sacra), se não
depois.
atingir o promontório, significa que
EXAME CLÍNICO DA BACIA: tem bom diâmetro do estreito
superior, porém se atingir o
• PELVIMETRIA: Serve para
promontório, com o indicador da
medir o diâmetro da bacia
outra mão marca-se o ponto de
• PELVIGRAFIA: Serve para encontro da mão com a face
avaliar o formato e a morfologia anterior da sínfise púbica, mede-se
da bacia essa distância com fita métrica.
PELVIMETRIA EXTERNA:
→ Conjugata diagonalis,
Avaliação do ângulo de abertura da
geralmente mede 1,5cm
arcada púbica.
→ Se conjulgata vera obstétrica
→ Quando se avalia o diâmetro maior que 10 cm ou promontório
biisquiático (diâmetro inatingível, a pelve tem tamanho
bituberoso), está sendo adequado e não haverá
avaliando o estreito inferior. intercorrências.
PELVIGRAFIA EXTERNA:
Avalia o ângulo de abertura da
arcada púbica.
Para medir: coloca os polegares
com a face palmar paralelamente na
altura do ligamento arqueado no
início do introito vaginal (ângulo
subpúbico).
→ Se ângulo de 90º: Normal, bom
Antigamente era usado o pelvímetro para a passagem do bebê.
de Thoms, hoje em dia mede-se → Se ângulo menor de 90º: É
com o punho ou com fita métrica estreito, pode dificultar a

RESUMO DE OBSTETRÍCIA, UNIG


Oitavo período
Por: Julia Brescovici
passagem do concepto, se o feto ESTUDO DO OBJETO –
for pequeno pode haver a ESTÁTICA FETAL:
passagem
O feto é a estrutura móvel ou o
objeto do parto.
ATITUDE: É a relação das diversas
partes fetais entre si.
→ O feto dentro do útero vai ter
uma atitude de flexão
generalizada

PELVIGRAFIA INTERNA: O feto pode adotar as seguintes


Avaliar a configuração interna da configurações:
bacia.
• OVOIDE FETAL: Flexão
No primeiro tempo avalia-se a generalizada em sentido
distância entre uma espinha ciática longitudinal (cefálico e
a outra. Através do toque vaginal, pélvico)
faz um movimento de lateralização
do dedo na altura da espinha ciática • OVOIDE CÓRMICO:
e mede essa distância, se a Flexão generalizada em
distância for pequena, indica que as sentido transverso (tronco e
paredes pélvicas são convergentes membros)
e pode dificultar a passagem do
OBS.: USGTV que mostra o feto, com extensão
feto.
dos membros indica sofrimento fetal (redução
→ Avalia a proeminência das da oferta de oxigênio), nessa situação o feto fica
espinhas ciáticas hipotonado, ficando estendido.
→ Avaliar o sacro (estreito inferior),
ao toque verifica se o sacro é APRESENTAÇÃO: Relação entre o
plano ou curvo. Quanto mais polo fetal e o estreito superior da
côncavo melhor a passagem do pelve materna. Determina a parte
feto. que será insinuada durante o parto.
→ Avaliar o estreito inferior e a Esse feto pode então adotar as
Conjugata diagonalis. seguintes apresentações:

Na situação longitudinal, as
apresentações podem ser: pélvica
ou cefálica
a) CEFÁLICA: Cabeça no estreito
superior. A posição cefálica pode
RESUMO DE OBSTETRÍCIA, UNIG
Oitavo período
Por: Julia Brescovici
ser fletida (mento fetal encosta • EIXO CRUZADO: Obliqua (situação
na face anterior do tórax – de transição, tende a tornar-se
apresentação occipital) ou pélvico ou cefálico)
defletida (há um afastamento da • EIXO PERPENDICULAR:
cabeça do feto do tórax) Transversa (córmico) – pré
dispostas por placenta prévia,
GRAU DE FLEXÃO: multiparidade leiomiomatose
 1º GRAU OU BRREGMÁTICA: Cabeça submucoso e anomalias uterinas
parcialmente fletida, com apresentação da
fontanela anterior OBS.: Quando o eixo fetal longitudinal é
 2º GRAU OU FRONTE: Cabeça parcialmente coincidente com o eixo uterino a gente diz que
estendida é uma situação
 3º GRAU OU FACE: Deflexão máxima, occipito longitudinal.
em contato com o dorso (feto não nasce por via A e B coincidem com
vaginal) o eixo uterino

CONFIGURAÇÕES DO CRÂNIO
FETAL:

• 2 ossos frontais
b) PÉLVICA: Nádega no estreito • 2 ossos parietais
superior. A apresentação pélvica • 2 ossos temporais
ainda pode ser completa • 1 osso occipital
(pelvipodálica) ou incompleta
(modo de nádegas - pélvica SUTUTAS:
simples) • Sutura sagital (entre
os ossos parietais –
formato de losango)
• Sutura lambdoide
(entre os ossos
parietais e occipital
– formato de Y)

FONTANELAS:
Na situação transversa, tem a • Lambida (ponto de referencia na
apresentação Córmica e o ponto de apresentação cefálica fletida)
referencia passa a ser o acrômio • Bregma
c) CÓRMICA: Ombro no estreito
DIÂMETROS DO CRÂNIO FETAL:
superior
SITUAÇÃO: É a relação entre os
eixos longitudinais fetal (cabeça –
nádegas) e o maior eixo uterino
(canal cervical-corpo).
• EIXO COICIDENTE: Longitudinal

RESUMO DE OBSTETRÍCIA, UNIG


Oitavo período
Por: Julia Brescovici
• Apresentação cefálica defletida de POSIÇÃO FETAL:
1º grau: Occipito-frontal (OF) mede Relação do dorso fetal com o lado
12 cm, vai do occipício até raiz do direito ou esquerdo materno
nariz ➔ 1ª POSIÇÃO OU POSIÇÃO
ESQUERDA: Dorso fetal voltado
• Apresentação cefálica defletida de para lado esquerdo materno
2º grau: Occipito-mentoneiro (OM) ➔ 2ª POSIÇÃO OU POSIÇÃO
mede 13-13,5 cm, vai do occipício DIREITA: Dorso fetal voltado
até mento para lado direito materno
PONTO DE REFERÊNCIA
• Apresentação cefálica defletida de MATERNOS:
3º grau: Sub Mento Bregmóatico
(SMB), mede 9,5 cm, vai desde o Os pontos de referências maternos
queixo até o bregma (grande são fixos, não variam
chance de complicar)
• Pube (anterior)
• Eminência ileopectínea (anterior
• Apresentação pélvica:
direito/esquerdo)
Bitrocantérica, mede 12 cm, por
• Extremidades do diâmetro
aconchegamento ele reduz,
transverso máximo
podendo chegar até 9cm.
• Sinostose sacrilíaco (posterior
ALTURA DA APRESENTAÇÃO: direito/esquerdo)
• Sacro (posterior)
OBS.: Na altura das
espinhas isquiática tem-se o
plano o plano zero
→ Tudo acima do plano
zero: negativo (-1, -2, -3, -
4, -5 cm)
→ Tudo abaixo do plano
zero (+1, +2, +3, +4, +5
cm)

• ALTA E MÓVEL: cabeça flutuante As variedades de posições são


sem contato com o estreito superior nomeadas por letras, as quais, a
da pelve primeira indica o ponto de referencia
• AJUSTADA: em contato com o
estreito superior da pelve, mas
ainda apresenta certa mobilidade
• FIXADA: Não se mobiliza ao toque
• INSINUADA: A maior circunferência
da cabeça ultrapassa a área do
estreito superior (plano 0 de Delee)

OBS: Passagem biparietal na cefálica e


passagem bitrocantérica na pélvica

RESUMO DE OBSTETRÍCIA, UNIG


Oitavo período
Por: Julia Brescovici
fetal e as seguintes, indicam o ponto
de referencia materna.
VARIEDADE DE POSIÇÃO:
Relacionar ponto de referência fetal
com o ponto de referência materno
OCCÍPITO DIREITO POSTERIOR

OCCÍPITO DIREITO
Apresentação cefálica fletida, TRANSVERSO
variedade de posição: OCCIPTO
PÚBICA

OCCÍPITO DIREITO ANTERIOR

occipício está relacionado


com a eminência anterior
esquerda: OCCIPITO
ESQUERDA ANTERIOR

OCCÍPITO ESQUERDA
TRANVERSA

CONTRATILIDADE UTERINA -
MOTOR
É o fenômeno mais importante do
trabalho de parto, é através da
contração que o feto consegue
atravessar o canal do parto, além de
OCCÍPITO SACRO POSTERIOR
ser extremamente importante para
(parto prolongado)
dequitação e hemostasia pós parto.
RESUMO DE OBSTETRÍCIA, UNIG
Oitavo período
Por: Julia Brescovici
É através da contração que o útero • INTENSIDADE DA
volta ao tamanho normal (involução) METROSSÍSTOLE: Maior
pressão obtida durante a
→ TOCOMETRIA: Método de
contação.
avaliar a contração uterina,
• DURAÇÃO DA
consiste no registro gráficos
METROSSÍSTOLE: Tempo (em
metrassístoles, na tocometria
segundos) transcorrido desde o
avalia-se: Tônus uterino
início da contração até o final da
(pressão do útero em repouso,
mesma.
menor pressão registrada entre
• ATIVIDADE UTERINA: Produto
duas contrações), intensidade,
da frequência pela intensidade
duração e frequência da
da contração
metrossístole e presença de
atividade uterina. • FREQUÊNCIA DA
METROSSÍSTOLE: Número de
contrações em 10min
→ CARDIOTOCOGRAFIA (CTG): é
um exame de fácil manuseio, A contração uterina estão presentes
isento de risco para a gestante, durante toda a gestação, porém são
através dele avalia-se contração diferentes em cada fase. Até 30
uterina, frequência e intensidade semanas de gestação existe
dessas contrações, contração quase imperceptíveis e
movimentação do feto, não dolorosas, geralmente
frequência cardíaca fetal. apresenta 1 contração por minuto.
Essas contrações são
incoordenadas, independentes e
focais, não se propaga por todo o
útero. Após 30 semanas de
gestação, quando vai chegando
próximo ao termo, a atividade
uterina vai aumentando
progressivamente. As contrações
vão ficando mais intensas,
algumas vezes até dolorosas, essa
contração não é coordenada, logo
não trazem modificações
importantes a ponto de levar ao
trabalho de parto prematuro.
FISIOPATOLOGIA DAS
Quando chega cerca de 36/37
METROSSISTOLES:
semanas essas contrações podem
A CONTRATILIDADE UTERINA ser capazes de modificar o colo
DEPENDE: uterino (amadurece, amolece,
apaga e dilatação), porém essas
• TÔNUS UTERINO: Pressão
contrações ainda não são
uterina em repouso, é a menor
pressão registrada entre duas → Quando as contrações são
contrações. coordenadas, a paciente entrar
em trabalho de parto (contrações
RESUMO DE OBSTETRÍCIA, UNIG
Oitavo período
Por: Julia Brescovici
mais frequentes, coordenadas,
dolorosas, maior intensidade)
OBS.: As contrações ocorrem por que há
→ TRABALHO DE PARTO:
presença de 2 marcapassos uterinos, um direito
Dilatação de 2 cm 2, colo uterino e um esquerdo, sendo que um desses
com apagamento parcial ou marcapassos predomina sobre o outro a cada
total, contrações coordenadas contração. O sentido das contrações é
de Intensidade 30mHg e com predominantemente descendente, ou seja, vem
frequência 2 ou 3 contrações em de cima para baixo. Conforme essas ondas vão
10 minutos descendo, vão diminuindo a intensidade e
diminuindo a duração dessa contração.
OBS.: Paciente com 2cm de dilatação não interna, Para a contração ser eficaz ela deve ter triplo
pois pode demorar para evoluir, porém essa gradiente descendente, a
paciente já está em trabalho de parto, está na fase metrossístole se inicia, são mais
latente. intensas e duradoras nas partes
No período expulsivo, a paciente vai ter 5 mais altas do útero e vão
contrações por 10 minutos com intensidade de diminuindo à medida que rumam
50mHg para as partes mais baixas, até
atingirem o colo, onde só a área
No secundamento a contração do orifício interno se contrai
uterina continua para que ocorra a
dequitação placentária. Essas
contrações são rítmicas, indolores e
de menor intensidade.
No puerpério imediato (após a saída
da placenta) a frequência das
contrações diminui, mas se fazem
presentes, as vezes a contração
podem se tornar dolorosa pra mãe
(quando o bebe é amamentado),
quando o RN faz estímulo no seio
materno, estimular a liberação de
ocitocina e ocorre contração uterina.
Essas contrações também se fazem
necessária para que o útero reduza
seu tamanha e volte ao normal,
→ Essa ocitocina liberada faz
a involução da placenta,
eliminação de lóquios,
coágulos e fazem a
hemostasia

LÓQUIOS: Perdas de sangue, muco e tecidos


do interior do útero durante o período puerperal.
A descamação da decídua e o sangramento
resultam em corrimento vaginal de quantidade
variável, chamado de lóquio.
RESUMO DE OBSTETRÍCIA, UNIG
Oitavo período
Por: Julia Brescovici
Durante a consulta de pré-natal, o
médico precisa informar e orientar a
gestante sobre as alterações
fisiológicas da gestação, ensinar o
que é normal ou não a fim de que
O pré-natal é um conjunto de ela possa procurar a emergência
cuidados médicos, psicológicos, apenas quando houver real
nutricionais e sociais com o objetivo necessidade.
de proteger a mãe e o bebê durante
a gestação, parto e puerpério. É nesse momento também que se
realiza diagnósticos e tratamento de
OBJETIVO: Favorecer o intercorrências de forma precoce a
nascimento de um feto viável, com fim de diminuir complicações,
capacidade de sobreviver fora do mortalidade materna e perinatal.
útero de forma saudável e com
menor risco para a mãe. CONSULTAS DE PRÉ NATAL

EPIDEMIOLOGIA As consultas devem ser compostas


por uma anamnese detalhada,
Segundo o ministério de saúde o exame físico minucioso e exames
número de consultas de pré-natal complementares.
vem aumentando, apesar de ainda
existir algumas discrepâncias PRIMEIRA CONSULTA:
regionais.
É uma consulta mais demorada,
A qualidade do pré-natal em todo pois há necessidade de uma
território brasileiro ainda é de baixa, anamnese completa e exame um
isso é demonstrado na quantidade físico, ginecológico e obstétrico
de Sífilis Congênita. detalhados.

Para que haja um pré-natal de boa Nessa consulta precisamos colher o


qualidade e que seja possível o máximo de informações sobre o
nascimento de um feto saudável estado de saúde e estilo de vida da
com menor risco materno, é pacienta para definir
necessário que o início do pré-natal adequadamente o risco obstétrico
seja precoce ainda no primeiro dessa gestação. O risco obstétrico
trimestre de gestação). Além disso é pode variar de acordo com o
necessário que a paciente frequente andamento das gestações.
de forma assídua às consultas.
Define-se também a idade
O pré-natal deve ser composto por gestacional, pois à medida que os
uma equipe treinada e meses vão se passando terão
especializada, que possua um exames específicos para cada
suporte hospitalar adequado e trimestre da gestação.
próximo para receber a paciente e
• Início precoce
atender as necessidades da
• Tem que ocorrer no primeiro
paciente.
trimestre (primeiros 120 dias)

RESUMO DE OBSTETRÍCIA, UNIG


Oitavo período
Por: Julia Brescovici
• Solicitar exames laboratoriais determinados grupos étnicos
• Definir o risco obstétrico (raça negra possui maior risco
• Avaliar peso, mucosas, estatura, para pré-eclampsia)
lesões, aferir PA, palpação de • Nacionalidade e naturalidade:
cabeça e pescoço, palpação do Existem doenças que são mais
abdome, pulsos (extremidades prevalentes em determinadas
bilaterais) regiões (talassemia, chagas e
• Fazer exame ginecológico, malária)
avaliar a mama, altura uterina
(gestação > 3 meses) • Estado civil e número de
• Avaliar batimento cardíaco fetal parceiros: Pacientes que tem
(a partir de12 semanas antes parceiro fixo possuem fatores
disso só é possível na USG) emocionais, socioeconômicos e
• Fazer exame da vulva, exame sexuais, interferem de forma
especular e toque vaginal. positiva na gestação.
• Calcular idade gestacional e
data provável do parto • Escolaridade: Quanto mais
esclarecida for a paciente maior
CONSULTO DE RETORNO: é a frequência de
São consultas mais rápidas, e comparecimento ao pré-natal.
servem para acompanhar a
paciente e corrigir possíveis • Profissão/ocupação: Profissões
intercursos gestacionais. que podem causar intoxicação
lenta por chumbo e mercúrio, ou
ANAMNESE: que exijam atividade muscular
Deve ser composta por: Fatores excessiva ou então que exija
demográficos e sociais. que a paciente fique muito
tempo em pé.
• Nome: importante para criar um
vínculo médico e paciente • Moradia: Há preocupação com
relação ao acesso a rede de
• Idade: Deve-se ficar atento em saúde e saneamento básico
paciente adolescente (menos de
16 anos) ou com idade • História familiar: Mãe ou irmão
avançada (acima de 35 anos) com hipertensão, DM,
pois apresentam maior risco tuberculose (caráter contagioso),
para complicação. CA principalmente de trato
− Adolescente: maior risco de genital. Perguntar sobre histórico
abortamento e síndrome de gestações múltiplas
hipertensiva (linhagem materna), anomalias
− Idade avançada: maior risco congênitas e doenças mentais.
de HAS, DM/ DMG e má Perguntar também sobre história
formação fetal de óbito fetal, macrossomia e
incompetência istimocervical.
• Etnia: existem doenças que são
mais prevalentes em
RESUMO DE OBSTETRÍCIA, UNIG
Oitavo período
Por: Julia Brescovici
• HPP: Determinadas doenças feto já nasce com
podem se agravar durante a dependência da droga
gestação. Perguntar faz uso de → A abstinência também
algum medicamento contínuo, pode causar complicações
cirurgias prévias, principalmente
uterinas, pois podem causar • Antecedentes ginecológicos:
risco de rotura uterina durante o Saber se essa paciente tem
trabalho de parto. Ou então se ciclos menstruais regulares,
tem cirurgia nas mamas, pois como era o fluxo, quando foi a
pode dificultar a amamentação. menarca (saber sobre a parte
É importante saber se a paciente endocrinológica)
fez transfusão sanguínea, pois
tem a questão da contaminação • Tratamento para esterilidade:
(HIV, hepatite) e fator Rh (mãe Risco de gestação múltipla,
ser Rh- e recebe sangue Rh+) maior risco de abortamento
podendo passar a produzir precoce
anticorpo.
• Antecedentes obstétricos:
• Alergias medicamentosa que Quantas engravidou, quantos
poderão ser utilizados durante a partos e quantos abortamentos.
gravidez e o ciclo puerperal. → Paridade: quantas vezes a
mulher pariu (fetos com >22
• Imunizações: se é vacinada para semanas >500g)
rubéola (não pode vacinar → Abortos: interrupção da
durante a gestação), gestação (fetos < 500g / <22
antitetânica, hepatite B e semanas)
influenza → Intervalo interpartal
adequado é de 2 anos de
• Histórico pessoal e hábitos de uma gestação para a outra.
vida: consumo de bebida → Saber se as outras gestações
alcóolica ou de substâncias tiveram complicações, se o
ilícitas. Pacientes que fumam, parto foi prematuro, se teve
precisa parar de fuma ou reduzir que usar fórceps, se foi
ao máximo possível. cesariana, peso fetal, se teve
→ Consumo de tabaco: feto macrossômico
descolamento de placenta
e parto prematuro • Histórico obstétrico atual:
→ Consumo de álcool: não há Perguntar se até o momento
uma dose permitida houve alguma complicação ou
(Síndrome Alcoólica Fetal) intercorrência (internações), se
→ Consumo de drogas ilícitas: usa medicação de uso contínuo
trazem complicações para
a mãe e o bebê, causa
hipertensão, taquicardia,
taquiarritmia, hemorragia
intracraniana. Podendo o
RESUMO DE OBSTETRÍCIA, UNIG
Oitavo período
Por: Julia Brescovici
CÁLCULO DA IDADE
GESTACIONAL
A idade gestacional pode ser
calculada pela data da última
menstruação (DUM) ou pela
USG (para confirmar a idade
gestacional utiliza-se a data da
primeira ultrassonografia). A
DUM não é um dado muito
confiável pois a paciente
geralmente não lembra com
precisão a data.
CÁLCULO DA IDADE
EXAME FÍSICO
GESTACIONAL PELA DUM:
MANOBRAS DE LEOPOLD:
Utiliza-se a data do primeiro dia que
ocorreu a última menstruação. A manobra de Leopold é feita em 4
tempos
Soma o número de dias do intervalo
da data da última menstruação e a
data da consulta e dividir o total por
7. Dessa forma vamos ter o
resultado em semanas.
EX: DUM 20/05 e consulta 03/09,
vou somar o número de dias da
última DUM até o dia da consulta.
106 dias dividido por 7 = 15
semanas + 1 dia.
DATA PROVAVEL DO PARTO
REGRA DE NAGELE: Calcula-se a
partir da DUM levando em
consideração a duração média da
gestação normal (280 dias ou 40
semanas).
Essa regra consiste em somar 7
OBS.: Quando a paciente é obesa a
dias ao primeiro dia da última
manobra fica comprometida, sendo
menstruação e subtrai 3 dos meses
necessário a execução de uma
do mês que ocorreu a última
USGTV obstétrica para analisar o
menstruação ou adicionar 9 meses posicionamento fetal.
(janeiro, ferreiro e março);

RESUMO DE OBSTETRÍCIA, UNIG


Oitavo período
Por: Julia Brescovici
CONSULTAS DE RETORNO • O: maior risco de hipertensão,
diabetes
MENSAL: até 32 semanas
• Encaminho BP e O para
QUINZENAL: entre 32 e 26 nutricionista para fazer
semanas acompanhamento
SEMANAL: a partir de 36 semanas
até o dia do parto
OBS.: O pré-natal só termina quando o bebe
nasce, vai no máximo até 41 semanas

Nas consultas de retorno deve-se


orientar a paciente sobre as
modificações esperadas para a
idade gestacional, sobre os sinais
de alerta (perda de líquido,
sangramento vaginal, contrações
repetidas com cólica, ausência de
movimento fetal por tempo
prolongado).
Exame físico: pesa a paciente, GANHOS ADEQUADOS:
mede altura uterina (acompanha
• Baixo peso: 12kg a 18kg
crescimento fetal), afere PA,
• Peso normal: 11,5kg a 16kg
ausculta do batimento fetal, pesa a
• Sobrepeso: 7kg a 11,5kg
paciente e outros exames
dependendo da queixa da paciente. • Obesa: 5kg a 9kg

DURANTE O 1º TRIMESTRE
(ganho semanal):
• BP: pode ganhar 2,3kg
• A: 1,6kg
GRAFICO DE NUTRIÇÃO:
• S: 0,9kg
A nutrição é avaliada pela CURVA • O: não deve ganhar peso
DE ATALAH, essa curva compara o
índice de massa corporal materno DURANTE O 2º E 3° TRIMESTRE
com a idade gestacional. (ganho semanal):

Observa-se 4 faixas de peso, sendo • BP: 0,4kg


que baixo peso, sobrepeso e • A: 0,4kg
obesidade apresentam maiores • S: 0,3kg
riscos de complicação gestacional. • O: 0,3kg

• BP: maior risco de crescimento SUPLEMENTAÇÃO:


intrauterino restrito, trabalho de Todas gestantes deverão ser
parto prematuro suplementadas com Fe+ e ácido
fólico
RESUMO DE OBSTETRÍCIA, UNIG
Oitavo período
Por: Julia Brescovici
• Reposição de 60mg de sulfato Nas hemácias do feto Rh+ possui o
ferroso 1x ao dia (manter antígeno anti-D a gestante que não
reservas maternas) possui esse antígeno nas hemácias
dela faz com que corpo entenda que
• Reposição de ácido fólico, é um organismo estranho e vai
geralmente 5mg ao dia até o passar a produzir anticorpos contra
final da gestação, principalmente o antígeno D, gerando anemia fetal.
para pacientes que são alto risco
TESTE DE COOMBS INDIRETO:
para defeito do tubo neural,
espinha bífida, • Coombs negativo deve ser
mielomeningocele, anencefalia, repetido com 28 semanas de
anemia mielobástica. O ideal é gestação
começar a reposição 3 meses
PROFIAXIA: Imunoglobulina anti-D
antes de engravidar.
é usada para que não ocorra essa
EXAMES LABORATORIAIS isoimunização Rh.
NA PRIMEIRA CONSULTA: • Fazemos a profilaxia se
pacientes não sensibilizadas,
• Tipagem sanguínea e fator RH
quando a paciente tiver
• Pesquisa de anticorpos
sangramento (cirurgias ou
irregulares (teste de coombs)
traumas). Quando possui
rastreio doença hemolítica fetal
coombs indireto negativo e após
• Hemograma completo (rastreio o parto (só se o bebê for Rh+)
anemia)
• Glicemia de jejum HEMOGRAMA:
• TSH Faz para avaliar anemia verdadeira/
• EAS e urinocultura anemia ferropriva (anemia
• Colpocitologia oncótica microcíticaa). Pode causar
• Sorologia Sífilis complicações obstétricas. O feto
• Sorologia HIV pode ter um crescimento restrito,
• Sorologia Hepatite C pode ter trabalho de parto
• Sorologia Hepatite B prematuro
• Sorologia Toxoplasmose
→ Durante a gestação, toda
• Sorologia Rubéola
gestante pode ter anemia
TIPAGEM SANGUIEA E FATOR fisiológica.
RH:
1º trimestre: Hb > 10,5 < 11g/dl
• Gestante Rh- com parceiro Rh+
Anemia megaloblástica: Deficiência
• Risco de anemia fetal (doença de ácido fólico, é uma anemia
hemolítica perinatal) Macrocítica
Quando é uma primeira gestação Conduta na anemia ferropriva:
geralmente não tem nenhum
problema ao feto, mas na segunda → Profilática: 60mg/dia de ferro,
gestação pode trazer sérios (300mg de sulfato ferroso)
problemas riscos.
RESUMO DE OBSTETRÍCIA, UNIG
Oitavo período
Por: Julia Brescovici
→ Terapêutica: 3x a dose COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA:
profilática.
Geralmente é solicitado na primeira
GLICEMIA DE JEJUM: consulta. A Colpocitologia é a forma
para avaliar a existência de lesões
Normal: < 92mg/dl precursoras do CA de colo de útero
DM: ≥126mg/dl
DMG: 92mg/dl a 125mg/dl Não se deve colher preventivo em
DMG = diabetes gestacional pacientes com ameaça de aborto
por risco de causar mais
TOTG:
sangramento.
Se glicemia normal na primeira
OBS: Posso colher em momentos diferentes
consulta, solicita TOTG (24 a 28 caso haja necessidade, mas o ideal é no
semanas) se o valor estiver já se primeiro trimestre
diagnostica diabetes gestacional e
essa paciente será encaminhada SOROLOGIA PARA HIV:
para o pré-natal de alto risco.
valores normais: Solicitar na primeira consulta e no
3º trimestre. Se der positivo, colhe
• 0’ < 92mg/dl uma segunda amostra pelo mesmo
• 60’ <180mg/dl método ELISA. Se houver
• 120’ < 153mg/dl confirmação, solicita o método
AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO Western Blot se positivar deve-se
TIREOIDEANA: encaminha para especialista.

Solicito TSH somente inicialmente, SOROLOGIA PARA SÍFILIS:


se ele vier alterado, a gente solicita VDRL (exame não treponêmico),
tiroxina. serve para rastreio, mas não
Rastrear hipo e hiperteroidismo pois confirma diagnóstico. Esse exame
causa risco à gestação, se deve ser solicitado na primeira
positivados, deve encaminhar a consulta e no 3º trimestre.
paciente para o pré-natal de alto Caso positive, solicitar o FTA-ABS
risco (exame treponêmico).
EAS: Ao tratar a gestante deve-se
Na gravidez ocorrem alterações começo a tratar o parceiro, não
fisiológicas e à medida que o útero importa o status sorológico
vai aumentando comprime os • Penicilina benzatina (1ª escolha)
ureteres, sofre ação da • Tratamento eficiente é de 30 dias
progesterona (relaxa musculatura • Deve feito até 30 antes do parto
lisa do ureter) aumentando a • Notificação compulsória
incidência da pielonefrite.
Os critérios de cura envolvem:
O tratamento de ITU é empírico Acompanhar mensalmente com
nitrofurantoína → 100mg via oral de VDRL a queda da titulação
6/6horas, de 7 a 10 dias

RESUMO DE OBSTETRÍCIA, UNIG


Oitavo período
Por: Julia Brescovici
SOROLOGIA PARA HEPATITE B: → IgG positivo e IgM negativo:
imune e não solicito a sorologia
Toda gestante precisa fazer a
novamente
vacina HBs-AG.
→ IgG negativo e IgM negativo:
Quando a mãe é positivo para suscetível a ter a doença,
Hepatite B, mais de 90% dos deve-se orientar a gestante
nascidos desenvolvem a forma para evitar contato com gato,
crônica sem profilaxia areia das fezes do gato, não
ingerir carne crua ou mal
Quando o bebê nasce independente
cozidos, lavar bem frutas e
de mão contaminada ou não,
verduras e repetir o exame
receber vacina para hepatite B.
mensalmente
Porém se o bebê é filho de mãe
→ IgG positivo e IgM positivo: Faz
com hepatite, ele vai receber
teste de avidez de IgG para
também GAMAGLOBULINA
saber se é recente ou não. Se
HIPERIMUNE (até 12h de vida)
for de baixa avidez, a infecção
A via de parto não influencia e nem ocorreu durante a gestação,
a amamentação influencia na tendo risco de acometimento
transmissão. fetal.
HEPATITE C: TRATAMENTO:
Não trata durante a gestação → Fase aguda: Espiramicina 1g de
8/8h VO (até o final da
Se a sorologia for positiva, confirma
gestação), o mais rápido
com PCR
possível para diminuir o risco de
Risco de transmissão vertical muito transmissão vertical e fazer
pequeno, há grandes chances de avaliação fetal, a avaliação é
não acontecer nada durante a feita a partir de 18 semanas
gestação através da AMNIOCENTESE.
→ Se o exame (amniocentese)
A via de parto não influencia e a
mostrar comprometimento fetal:
amamentação é permitida
troca a medicação por
SOROLOGIA PARA pirimetamida/ sufadiazina e
TOXOPLASMOSE: ácido folínico

• Pode causar acometimento fetal:


• O risco de transmissão aumenta
toxoplasmose congênita
com o aumento da idade
• 10% dos fetos infectados gestacional e a gravidade
acabam sendo abortados diminui com o avançar da
• 10% desenvolve a Síndrome gestação
Toxoplasmosica (tríade:
coriorretinite, hidrocefalia e SOROLOGIA PARA RUBÉOLA:
calcificações intracerebrais) Deve-se ter cuidado apenas em
No teste de ELISA vejo IgG e IgM. regiões endêmicas ou viagens para
regiões em que a doença seja muito
prevalente. Durante a gestação não
RESUMO DE OBSTETRÍCIA, UNIG
Oitavo período
Por: Julia Brescovici
tem o que fazer mesmo se adquiriu ANTITETÂNICA:
a rubéola, apenas orienta-se que
• Se não era vacinada
após o parto precisa vacinar.
previamente, precisa fazer 3
Teste ELISA: doses. 2 doses de Dt com
✓ IgG + e IgM - ➔ IMUNE intervalo de 60 dias + 1 dose de
✓ IgG - e IgM - ➔ SUSCETÍVEL Dtpa (após a 20ª semana)
• Se vacinada com apenas uma
Se a paciente adquiriu rubéola
dose de Dt: faz 1 dose de Dt
durante a gestação, o feto pode ter
durante + 1 dose de Dtpa
a síndrome da rubéola congênita
• Se tiver 2 doses de Dt: Faz 1
(tríade: catarata, surdez e mal
dose de Dtpa
formação cardíaca) isso acontece
no 1º trimestre. A DTPA deve ser feita em TODAS
as gestações
PESQUISA DE STREPTOCOCCUS
AGALACTIAE (E. GRUPO B): ULTRASSONOGRAFIA:
Maior agenti etiologico responsável São essenciais para a avaliação
por sepse neonatal. durante a assistência ao pré-natal
de baixo risco, são fundamentais
Com 35 a 37 semanas faze-se o
para avaliar se há alguma
swab vaginal e perianal dessas
complicação. Quando encontrada
pacientes.
alguma complicação, encaminha a
Profilaxia: feita antes do parto com gestante ao pré-natal de alto risco
penicilina G cristalina ou ampicilina.
USG morfológica de primeiro
Fatores de risco incluem: Parto trimestre (entre 11 e 13 semanas),
prematuro, RPMO antes das 37 serve para avalia riscos de
semanas com mais de 18h de bolsa alteração genética, avalia ducto
rota tem o risco aumentado, venoso, avalia presença de osso
histórico de RN anterior com nasal
infecção pela bactéria, febre durante
o trabalho de parto e Bacteriúria por USG morfológica de 2º trimestre
estreptococos (entre 20 e 24 semanas) é o
momento em que esse feto tem
VACINAS DA GESTANTE uma boa proporção das partes
fetais e boa quantidade de líquido
amniótico, visualizando melhor as
estruturas
USG obstétrica (32 a 36 semanas)
serve para avaliar crescimento fetal
e vitalidade fetal

RESUMO DE OBSTETRÍCIA, UNIG


Oitavo período
Por: Julia Brescovici
A partir do momento em que se
identifica gestação de alto risco, a
gestante deve ser encaminhada
para um nível secundário e terciário
A gestação é um fenômeno de saúde onde ela terá uma melhor
fisiológico, 90% delas ocorre de estrutura e profissionais mais
maneira normal, se que haja adequados para acompanhá-la.
comorbidades ou fatores de risco.
No pré-natal de alto risco, o número
EPIDEMIOLOGIA de consultas é maior, a quantidade
dessas, será avaliada de acordo
Uma pequena parcela das com a individualidade de cada
gestantes possui algum fator de gestante, depende da patologia
risco. Atualmente os pré-natais de existente, há serviços que
alto risco tem se tornado mais recomendam que as consultas
frequentes devido: sejam realizadas a cada 15 dias até
• Obesidade as 30 semanas e semanalmente
• Idade materna avançada após 30 semanas.
• Doenças crônicas (HAS, DM e Durante o pré-natal de alto risco
LES) deve ser solicitados os seguintes
• Cardiopatias exames: CTG, dopplerfluxometria e
• Cesarianas eletivas perfil bifásico fetal, esses são
• Técnicas de reprodução importantes para avaliar a vitalidade
assistida (maior risco para fetal.
gestações múltiplas e maior
Muitas vezes vamos associar a
risco para parto prematuro
USG + dopplerfluxometria, porém
SEGUIMENTO DO PRÉ-NATAL DE só após o feto alcançar uma
ALTO RISCO viabilidade fetal em torno de 24 a 26
semanas.
A assistência durante esse pré-natal
é de fundamental importância para O Doppler será utilizado para avaliar
realizar o diagnóstico precoce de a presença de insuficiência
qualquer comorbidade que possa placentária, e também avaliar a
ocorrer. hemodinâmica fetal.
Há necessidade de estabelecer o O perfil bifásico está associado a
risco obstétrico dessa gestação de USG + CTG, nesse exame é
forma adequada e precoce, em avaliado marcadores agudos e
cada consulta haverá uma marcadores crônicos de sofrimento
reavaliação e uma reclassificação fetal.
desse risco. Em todas as gestações
OBS: insuficiência placentária: placenta com
há riscos, porém, nesse tipo
oferta reduzida de O2 para o feto, com isso, o
gestação há uma maior
feto entra em sofrimento crônico (menor oferta
probabilidade de um desfecho de oxigênio e nutrientes). Tendo como
desfavorável. consequência um crescimento intrauterino
restrito.

RESUMO DE OBSTETRÍCIA, UNIG


Oitavo período
Por: Julia Brescovici
Condições para solicitar os exames uterina, registra a frequência
para avaliar a vitalidade fetal, cardíaca, metrossístole e
levando em consideração a história movimentação fetal.
obstétrica da paciente (gestação
É um método simples, seguro, sem
anterior):
prejuízo para a gestação. É útil
• Hipertensão quando o feto apresenta uma
• Descolamento Prematuro da maturidade cardíaca, neurológica e
Placenta viabilidade fetal (capaz de
• Crescimento Intrauterino Restrito sobreviver fora do útero). O CTG é
• Feto Natimorto realizado a partir das 24/26
semanas.
Condições para avaliar a vitalidade
fetal, levando em consideração a O CTG possui duas cintas elásticas
gestação atual: onde ficam dois sensores, essas
cintas são colocadas enolta da
• Gravides prolongada barriga da gestante, um dos
• Hipertensão sensores é o cardio (fica no dorso
• Diabetes pré-gestacional ou fetal) e o outro é o toco (fica no
gestacional fundo uterino e serve para identificar
• Ruptura prematura das a atividade uterina). Na mão da
membranas pré-termo gestante fica um botão que deve ser
• Descolamento prematuro crônico acionado pela gestante quando ela
• Aloimunização Rh sentir algum movimento fetal. (a
• Sangramento vaginal movimentação fetal pode levar a
• Obesidade mórbida uma desaceleração ou aceleração)
• Idade materna avançada
MODALIDADES DA CTG:
• Gravidez após reprodução
assistida • Intraparto (no trabalho de parto)
• Diminuição do movimento fetal • Basal (em repouso)
• Crescimento intrauterino restrito • Estimulada (fora do trabalho de
• Oligo/polidramnia parto). A estimulada pode ser
• Gestação múltipla feita por estímulo vibroacústico
• Parto pré-termo ou mecânico (através da
manipulação do polo cefálico)
CARDIOTOCOGRAFIA (CTG)
PARÂMETROS AVALIADOS:
Estuda os efeitos da hipoxemia
no SNC e consequentemente • Linha de base
no comportamento da • Variabilidade
frequência cardíaca fetal. • Acelerações transitórias
• Desacelerações
A frequência cardíaca fetal é
controlada pelo sistema nervoso LINHA DE BASE:
simpático e parassimpático.
É a média aproximada dos valores
O CTG é um aparelho capaz de faz da FC Fetal avaliada em 10min de
um registro gráfico da atividade traçado excluindo-se:

RESUMO DE OBSTETRÍCIA, UNIG


Oitavo período
Por: Julia Brescovici
desacelerações, acelerações e TRAQUICARDIA
períodos de alta variabilidade FETAL:
(oscilação da FC, aumentando e Configura-se com
diminuindo o tempo inteiro). a linha de base
superior a 160
A primeira coisa que precisa fazer
bpm. As causas
ao analisar o CTG é determinar a
para taquicardia
linha de base. Sem determinar a
fetal são:
linha de base, toda análise fica
prejudicada. • Hipóxia crônica (grave), o
sofrimento fetal só causa
O normal da linha de base é 110 a
bradicardia feto está próximo do
160 bpm. Quando tem pós datismo
óbito. Inicialmente há taquicardia
o batimento menor, próximo a 110
e posteriormente uma
bpm. Quanto mais prematuro é o
bradicardia.
feto, mais alta é ao BCF, mais
• Hipertermia materna
próximo de 160 bpm.
(temperatura axilar >37º), a cada
No gráfico um dos traçados 1º aumentado observa-se um
observados é do BCF e o outro aumento de 10 bpm no BCF.
traçado é com o registro da • Infecção ovular. Gestante com
atividade uterina. bolsa rota que apresenta
ascensão de bactérias da vagina
→ Cada
para dentro do útero, pode gerar
quadradinho do
uma corioamnionite, causando
gráfico equivale a
taquicardia fetal.
10bpm
• Excesso de atividade fetal
→ Nesse gráfico
• Causa funcional: Feto prematuro
não há nenhum
tendende a frequência cardíaca
tipo de
mais elevada, possui
variabilidade na
imaturidade do SN
linha de base
parassimpático.
• Taquicardia compensatória: faz
→ Observa-se as
taquicardia para compensa a
acelerações
bradicardia causada por
transitórias, há um
hipertonia uterina, então, quando
aumento de cerca
tenho um tônus aumentado, seja
de 20 bpm, isso
por conta de um descolamento
indica que o feto
prematuro da membrana ou por
possui uma boa
taquisistolia (ex: pelo uso de
reserva de
muita ocitocina), esse útero
oxigênio, isso indica
contrai e não relaxa, não
bem-estar fetal.
deixando chegar nutrientes e
oxigênio para o feto causando
sofrimento fetal. Ou então, pode
ser uma taquicardia por causa
hipotensão materna (pode ser

RESUMO DE OBSTETRÍCIA, UNIG


Oitavo período
Por: Julia Brescovici
por choque ou hipotensão
postural). Enquanto não se
corrige a causa, esse feto faz
uma taquicardia compensatória.
• Taquiarritmia fetal (a FC fica
acima de 200 bpm).
BRADICARDIA VARIABILIDADE AUSENTE: É
FETAL: Bradicardia quando o traçado não apresenta
é quando a linha de oscilação nenhuma.
base está inferior a
VARIABILIDADE MINIMA: É menor
110 bpm. As causas
ou igual a 5 bpm.
podem ser:
VARIABILIDADE MODERADA: É a
• Pós datismo normal, em torno de 6 a 25 bpm
• Uso de β-bloqueador pela
mãe VARIABILIDADE ACENTUADA: É
• Hipotensão arterial materna acima de 25 bpm
• Hipertonia uterina. Pode VARIABILIDADE SINUSIDAL:
evoluir para taquicardia Geralmente encontrada no feto que
compensatória e já está bem comprometido por conta
posteriormente para da síndrome hemolítica perinatal
bradicardia (está com anemia fetal importante, e
• Taquissistolia. Aumento da edemaciado) geralmente faz esse
frequência da contração padrão sinusoidal que (é pré-óbito).
uterina Cada vez menos ele é encontrado
OUTRAS CAUSAS: Hipoxia
grave(pré-óbito); Arritmias graves ➢ Variabilidade bem
(bloqueio AV) diminuída,
VARIABILIDADE praticamente
indetectável.
A variabilidade ocorre quando tem
oscilação da linha de base, é o
aumento ou redução do BCF em
período de 1min. ➢ Viabilidade
→ O tempo todo a BCF vai oscilar, aumentada, em 1
ao auscultar com o sonar esse minuto houve
BCF estar em 140/132/130/145 aumento de mais
bpm. de 25 bpm.
➢ Padrão saltatório
DIMINUIÇÃO: AUMENTO: ➢ Não é possível
• Hipóxia • Movimento identificar uma linha de base
• Sono fisiológico fetal excessivo (sinal de sofrimento fetal)
• Drogas • Hipoxemia
(calmantes) aguda
• Prematuridade
RESUMO DE OBSTETRÍCIA, UNIG
Oitavo período
Por: Julia Brescovici
➢ onda em gerando hipertensão portal, fazendo
formato de sino. bradicardia reflexa. É comum
➢ Ritmo regular, encontrar DIP I na paciente em
fixo, monótono, trabalho de parto, principalmente
mesmo quando houver RPMO. A DIP um é
estimulando o feto fisiológica.
não altera a onda
→ DIP I fora do trabalho de parto é
ACELERAÇÕES TRANSITÓRIAS muito raro, fora do trabalho de
parto existem as contrações de
É o aumento transitório de pelo Braxton Hicks – contrações de
menos 15 bpm por no mínimo 15 treinamento (contrações de
segundos, esse tipo de aceleração baixa intensidade,
indica bem-estar fetal. incoordenadas e dificilmente irão
Pode ter aceleração prolongada, fazer pressão na cabeça do feto)
com duração de 02 a 10 min, ou → O traçado da DIP I corresponde
mudança da linha de base com a contração uterina. o ponto
duração acima de 10min. Acima de mais baixo do BCF coincide com
10min não é mais aceleração, é a contração uterina (imagem
mudança da linha de base. espelho)

➢ Há 2
acelerações
transitórias,
isso significa
que o bebê
está bem.

DESACELERAÇÕES
DIP II: É a queda gradual da BCF,
São quedas temporárias do BCF, começa 20 segundos ou mais após
essas quedas possuem relação com as contrações uterinas. A DIP II é
a contração uterina. Tipos de muito ruim, geralmente indica
desacelerações: sofrimento fetal

1. DIP I: desaceleração precoce OCORRE: Começa a contração


2. DIP II: desaceleração tardia uterina, tem uma queda da po2,
3. DIP III: umbilical ou variável acontece o estímulo central dos
quimiorreceptores (atinge nível
DESACELERAÇÃO INTRA PARTO crítico de O2, levando a uma
(DIP I): É a queda do BCF bradicardia reflexa.
acontece, quando ocorre a O feto que faz DIP II, geralmente, já
contração uterina, leva à está com reserva de oxigênio baixa,
compressão cefálica do feto, provavelmente já apresenta uma
estimulando quimiorreceptores e insuficiência Placentária. Ao
RESUMO DE OBSTETRÍCIA, UNIG
Oitavo período
Por: Julia Brescovici
submeter esse à um trabalho de SINAIS DE MAU PROGNÓSTICO:
parto normal ele não vai aguentar,
• Retorno lento à linha de base
pois durante a contração vai ocorrer
uma queda importante de O2, como • Duração > 60s
ele não tem reserva vai gerar uma • Morfologia em “W”
bradicardia reflexa. • Recuperação em níveis
inferiores (mantendo bradicardia)
OBS.: • Ascensão da linha de base
→ Por que essa desaceleração ocorre 20s ou (taquicardia compensatória)
mais após a contração? Pois demora 20s para
acontecer uma queda importante de CO2 no
cérebro.
→ Decalagem é o intervalo de tempo entre o
início da contração e o início da desaceleração

➢ há variabilidade
diminuída, quase
indetectável,
observa-se
desaceleração
após a contração
uterina. ➢ queda abrupta do BCF, com
➢ Essa variabilidade diminuída retorno rápido à linha de base,
também indica sofrimento geralmente retorna com uma
fetal. taquicardia compensatória e
podemos observar o formato em
DIP III / DIP UMBILICAL / “W” é como se ela estivesse
DESACELERAÇÕES fazendo uma DIP II junto.
VARIÁVEIS: Pode ocorrer pela
contração uterina e pela CARACTERÍSTICAS DAS
movimentação do feto, isso DESACELERAÇÕES
ocorre poque ao se movimentar PROLONGADAS: Quando há
o feto pode fazer uma queda do BCF maior que 15 bpm
compressão do cordão umbilical em relação a linha de base com
aumentando RVP, causando duração de 2 a 10 min. Geralmente
uma hipertensão transitória, relacionadas a hipotensão materna
levando à estímulo de e hipertonia uterina. Esse aumento
barorreceptores e causando uma de tônus pode ser por DPP,
bradicardia reflexa. ocitocina.

ATENÇÃO: ➢ Nesse traçado


DIP LEVE: Duração menor que 60s, podemos ver a
atingindo BCF maior que 60 bpm. desacelerações
DIP GRAVE: Duração maior ou igual a 60s, importante de 7
atingindo BCF menor ou igual a 60 bpm. minutos e na
atividade uterina
a contração

RESUMO DE OBSTETRÍCIA, UNIG


Oitavo período
Por: Julia Brescovici
aumentou a intensidade e se OBS: se após o estímulo não houve nenhuma
manteve alta (hipertonia uterina) resposta cardíaca (nenhuma aceleração), eu
classifico como NÃO REATIVO
O QUE ESPERAR DO CTG
A partir do CTG é possível saber ➢ Dizemos que o feto é
como está o feto, nesse caso os hiporreativo após o movimento
parâmetros esperados são: quando: há aumento de menos
• Linha de base normal entre 110 que 20 bpm ou duração menor
a 160 bpm que 3min.
• Variabilidade moderada, de 10 a
25 bpm → Feto hipoativo, com variabilidade
• Acelerações transitórias diminuída, sem
presentes (indica que o feto aceleração ou
possui uma boa reserva de O2 desaceleração,
• Desacelerações ausentes foi feito o
estimulo que
OBS.: Ausência de AT e favoreceu a
desacelerações ausentes aceleração
caracteriza um feto hipoativo acima de 20
bpm e que perdurou por
RESULTADOS ANORMAIS
aproximadamente 6min. Ou seja,
• Linha de base normal (110 a 160 esse feto estava com sono
bpm) ou alterada fisiológico
• Variabilidade diminuída
• AT ausentes, ou seja, sem → Nesse caso
indicação de bem-estar fetal também foi
• Desacelerações presentes realizado o
estímulo, fez
Quando há um feto hipoativo ou uma aceleração
inativo, tem-se suspeita de mantida, teve
sofrimento fetal. Como conduta faz- AT.
se fazer CTG estimulado para saber
se esse feto está dormindo ou se
ele está realmente desmaiado por
→ Nesse caso após
conta do sofrimento fetal. Para
o estímulo
estimular utiliza-se o estímulo
ocorreu uma
vibroacústico ou estímulo mecânico
pequena
e observamos se haverá uma
aceleração e não
resposta ao estímulo, essa resposta
durou nem 1min,
irá depender da reserva de oxigênio
logo caiu e voltou para o mesmo
fetal.
traçado que estava antes do
➢ Dizemos que o feto é ativo após estímulo. Isso já caracteriza um
o movimento quando: Há feto hipoativo ou hiporreativo.
aumento de 20 bpm e duração Aparenta ser sofrimento fetal.
de pelo menos 3min

RESUMO DE OBSTETRÍCIA, UNIG


Oitavo período
Por: Julia Brescovici
durante a sístole e durante a
diástole.
→ Esse traçado
• Na sístole (coração fetal contrai)
temos um feto
a imagem tem boa onda de
hipoativo/hiporreativo.
fluxo.
Mesmo com o
estímulo, não teve
resposta nenhuma.

DOPPLERFLUXOMETRIA
(DFM):
É o estudo ultrassonográfico da
velocidade do fluxo sanguíneo da
velocidade dos vasos.
O doppler serve para avaliar função
placentária e estudo da
hemodinâmica fetal (avalia
circulação fetal). • Na diástole (coração fetal relaxa)
a imagem tem sangue fluindo
AVALIA: pelo vaso, mas flui mais
devagar, logo, a diástole será
1) Artérias uterinas: avalia
menor que a sístole.
circulação materna (sangue que
está chegando à placenta) “ONDA A”: é a terceira onda do
2) Artérias umbilicais: avalia a sonograma venoso, indica
circulação fetoplacentária contração atrial, no doppler serve
(sangue que vem do feto para a para ver se o fluxo é normal ou não
placenta) no vaso.
3) Artéria cerebral média e Ducto
venoso. avalia a circulação fetal ➔ Parâmetros: índice de
pulsatilidade e a relação sístole
DOPPLER: Emissão e captação de X diástole
feixes de som refletidos em uma
estrutura em movimento dentro do Doppler é um exame seguro para a
vaso sanguíneo. O doppler capata o gestação e utilizamos em gestações
som que é refletido na hemácia que cursam com o risco de
dentro do vaso e faz um registro insuficiência placentária (gestações
gráfico das informações, que de alto risco).
contém a velocidade do fluxo e o FISIOPATOLOGIA:
tempo
Em uma gestação normal, à medida
• Na imagem tem a sonografia que a placenta vai se formando vai
arterial, que é o fluxo de sangue se aderindo à decídua (parte mais
em uma artéria e o sonograma interna do útero) e conforme vai
venoso, que é o fluxo de sangue aderindo, ela vai penetrando nos
em uma veia. Faz o registro vasos sanguíneos da decídua,
destruindo a camada média dos
RESUMO DE OBSTETRÍCIA, UNIG
Oitavo período
Por: Julia Brescovici
vasos, com isso ocorrerá uma gera uma incisura chamada de”
redução da resistência vascular, é incisura protodiastólica”.
importante para facilitar a entrada
de sangue vindo da artéria uterina
(mãe → feto) ou artéria umbilical
(feto →mãe), para que assim haja
troca de nutrientes e oxigênio
materno-feto
Quando a gestante possui alguma
doença que leve a um aumento de
resistência placentária (diabetes,
hipertensão, tabagismo) ou doenças
que causam injúria na placenta
(seja por trombose ou infarto
placentário) durante a placentação Quando tem uma incisura
os vasos não perdem a camada protodiastólica em ambas as
média e com isso, a placenta se artérias uterinas, significa que está
mantem com alta resistência. anormal, há tenho um risco
aumentado de pré-eclâmpsia e
IMPORTANTE: na insuficiência
crescimento intrauterino restrito de
placentária, a gestante possui uma
acordo com alguns estudos.
resistência placentária elevada e
isso dificulta a troca de nutrientes e Já o Doppler de artérias umbilicais,
oxigênio para o feto, gerando serve para avaliar a insuficiência
sofrimento fetal. placentária.
→ Geralmente utilizamos o doppler ➢ Observamos o
da artéria uterina para fazer a fluxo com uma
predição de risco aumentado de boa onda
pré-eclâmpsia e crescimento durante a
uterino restrito. sístole e a
diástole,
Aqui temos um doppler normal
doppler normal
mostrando um fluxo de sangue no
da artéria
vaso durante a sístole e durante a
umbilical.
diástole. Durante a sístole o coração
fetal contraiu e gerou um grande CATEGORIAS DO DOPPLER DA
fluxo, durante a diástole reduziu A. UMBILICAL:
porque houve relaxamento.
A outra imagem apresenta
insuficiência placentária, o coração
contraiu, teve uma boa onda de
sístole, mas na diástole o fluxo vai
diminuir devido à resistência que
possui na placenta, quando diminui,

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Oitavo período
Por: Julia Brescovici
➢ Doppler normal com boa onda CENTRALIZAÇÃO: O feto quando
de diástole e boa sístole. está em situação de sofrimento irá
tentar se defender para sobreviver,
➢ I: doppler anormal da artéria redistribuirá o fluxo sanguíneo
umbilical. Tem boa onda de através de alterações vasculares
sístole, porém na diástole priorizando os órgãos nobres
encontra resistência placentária (normoxia), provoca vasodilatação
a frente, reduzindo o fluxo no cérebro, no coração e
durante a sístole. Nesse caso, suprarrenais. Vasoconstrição em
tem uma insuficiência rins, pele, intestino e pulmões.
placentária de grau leve Quando isso acontece ele ainda
. está bem e compensado.
➢ II = DIÁSTOLE ZERO: doppler
→ Quando o doppler da artéria
com boa onda de fluxo durante a
umbilical vem alterado, eu faço
sístole, mas a diástole não tem
um doppler da artéria cerebral
nenhum fluxo, ou seja, quando o
média para avaliar se esse feto
coração do feto contrai o sangue
está entrando em centralização
“vai”, mas quando relaxa o
sangue não “vai”. Isso indica → Quando o doppler da artéria
uma resistência placentária cerebral estiver normal, significa
elevada, o sangue não consegue que a artéria tem alta
fluir no vaso durante a diástole. resistência, o fluxo que vai pra
Causa acidemia fetal. Indica ela mais baixo, porém, quando
lesão placentária de 70%. tem um aumento de fluxo na
sístole e na diástole indica que
➢ III = DIÁSTOLE REVERSA ou há baixa resistência do vaso
DIÁSTOLE ZERO REVERSA: (vasodilatou) e o feto está
Nesse caso tem uma boa onda priorizando órgãos nobres, o feto
de sístole, mas na diástole está está centralizando.
negativo, isso significa que
durante a contração o sangue
vai, mas durante o relaxamento
o sangue volta, isso é muito
ruim, indica uma resistência
placentária altíssima. Causa
acidemia fetal pela produção de
íons H+ pelo ciclo de Krebs.
Indica mais de 90% a 95% de
lesão placentária e altamente
relacionada à óbito fetal pelo
quadro ser grave (ambiente
praticamente anóxico). Ao
identificar esse quadro, é
interrupção da gestação, não
importando a idade gestacional.

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Oitavo período
Por: Julia Brescovici
DUCTO VENOSO: É uma veia que Na imagem 2: o fluxo está negativo
traz sangue venoso da veia (reverso), nesse caso já é
umbilical rico em O2 e nutrientes praticamente óbito fetal.
para o feto, ducto venoso leva o
PERFIL BIOFÁSICO FETAL (PBF):
sangue para o coração e cérebro.
Quando o feto está em situação de Método de avaliação da vitalidade
hipóxia importante faz centralizado, fetal, que associa USG + CTG.
a última tentativa dele de se manter
vivo é dilatando o ducto venoso, que A PBF avalia marcadores de
funciona como um esfíncter, se sofrimento fetal agudo e sofrimento
abrindo e desviando o fluxo de fetal crônico.
sangue que iria pro fígado para o MARCADORES AGUDOS: Avalia
cérebro. O feto acaba fazendo uma se o feto tem movimentos
insuficiência hepática para tentar respiratórios, movimentos corpóreos
sobreviver. Quando vejo alteração e tônus. Com relação à hipóxia
(dilatação) do ducto venoso, indica crônica a USG também vai avaliar o
que esse feto está mal, indica a volume de líquido amniótico (VLA)
necessidade de interromper a
gestação (valor do ducto venoso • O VLA é marcador de sofrimento
>1). Só avalio ducto venoso quando fetal crônico porque quando o
o feto é muito prematuro, abaixo de feto está centralizado prioriza o
34 semanas, se for a termo não fluxo sanguíneo para órgãos
precisa avaliar o ducto venoso. nobres, logo o rim vai produzir
menos diurese, ou seja, menos
líquido amniótico.
TEORIA DA HIPÓXIA GRADUAL:
Ao avaliar somente marcadores
agudos de sofrimento fetal, haverá
uma ordem de alteração dos
parâmetros:
1. Cardiotocografia: Primeiro
parâmetro que se alterar. Se
CTG estiver normalmente não
ORDEM DE
precisa avaliar os outros
ALTERAÇÃO
exames.
2. Movimentos respiratórios
3. Movimentos corpóreos
4. Tônus: É o último parâmetro que
se altera. O feto fica com
membros estendidos, quando
visualizamos isso, significa que o
Na imagem 1: o fluxo está alto, isso feto já está muito comprometido.
não é bom, significa que o feto está
centralizando.

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Oitavo período
Por: Julia Brescovici
USG - AVALIA O ILA: Se existir a CRITÉRIOS PARA INTERROMPER
oligodraminia não estará A GESTAÇÃO:
relacionada à ruptura da bolsa das
• Diástole reversa. Não avalio nem
águas, mas sim associada à uma
ducto venoso, interrompo logo
insuficiência placentária
• Diástole 0 com 34 semanas.
• Para avaliar a oligodraminia, Apesar de prematuro, tem
divide-se o abdômen materno grandes chances de
em 4 quadrantes, faze a medida sobrevivência fora do útero
vertical de cada quadrante do • Ducto venoso > 1,0. Avalio
abdômen e identificar qual é o quando o feto for < 34 semanas
maior bolsão. Se estiver entre 2 • DIP III: indica baixa reserva de
e 8 cm é normal, se for < 2cm é O2
uma oligodraminia e > que 8cm • Oligodramnia
indica uma polidramnia. • PBF < 6
CONTAGEM DE PONTOS DO PBF:

• Se a contagem der entre 8 e 10


é normal
• Se a contagem der 6 é suspeito.
Se o feto for prematuro, repete o
exame após 6h para uma nova
avaliação
• Se der < 4 é anormal, nesse
caso se indica a interrupção da
gestação

RESUMO DE OBSTETRÍCIA, UNIG


Oitavo período
Por: Julia Brescovici
RESUMO CTG:
• Determinar a linha de base.
• Variabilidade é parâmetro importante no risco de acidemia fetal. Se variabilidade diminuída ou
indetectável, significa que o feto está apresentando sofrimento fetal associada a acidemia fetal
(relacionada à um quadro grave de hipóxia) – O feto está produzindo energia na ausência de O2
(ciclo de Krebs), levando a uma acidose metabólica pela produção de Íons H+ → risco elevado
de óbito fetal
• AT indicam bem-estar fetal.
• DIP I pode indicar diminuição de líquido amniótico – É fisiológica.
• DIP II associa-se a acidemia fetal
• DIP III relaciona-se com a compressão do cordão umbilical. Pode ser pela contração uterina ou
pela movimentação fetal.
• CTG estimulada auxilia na diferenciação entre acidemia e sono fetal
Acidemia = sofrimento fetal = baixa de O2 = aumento de CO2 = GRAVE

RESUMO DFM:
• Sequência de alterações: artéria umbilical (indica insuf. Placentária) → artéria cerebral média
(indica centralização) → ducto venoso (centralização fetal, feto prematuro < 34 semanas, avaliar
necessidade de interrupção da gestação, >1 interrompe gestação pois o feto irá morrer, entre 1
a 1,5 faço corticoide e interrompo a gestação em até 24h, 1,5 interrompe imediatamente)
• Só interromper a gestação quando a permanência dentro do útero for impossível, pois a
prematuridade também pode matar.
• Baixa resistência da artéria umbilical e alta resistência na art. cerebral média = feto normal
• Pré-natal de alto risco, reduz mortalidade perinatal
• O diagnóstico de insuf. Placentária se faz com doppler de artéria umbilical, o doppler de artéria
uterina é só para predição de crescimento uterino restrito e pré-eclâmpsia. Artéria cerebral
média é centralização e só interrompo a gestação se o ducto venoso estiver alterado

RESUMO PBF:
• Associamos a USG + CTG
• Exames para avaliar sofrimento fetal agudo: CTG, USG (avalia movimentos respiratórios,
corpóreos e tônus)
• Exame para avaliar hipóxia cônica: ILA. Faz contagem: se der 6 = suspeito. Se for prematuro
repete o exame após 6h para uma nova avaliação, se < 4 é anormal (indicar interrupção da
gestação), se > 8: normal 4
• Ordem de alterações no PBF: CTG ➔ Movimentos respiratórios ➔ movimentos corpóreos ➔
tônus.

RESUMO DE OBSTETRÍCIA, UNIG


Oitavo período
Por: Julia Brescovici
CLASSIFICAÇÃO DO
ABORTAMENTO:
O abortamento é definido pelo peso
ou pela idade gestacional (mais
fidedigno)
Abortamento Precoce: antes de 12s
PRINCIPAIS CAUSAS: Abortamento Tardio: entre 12 e 20s
• Câncer de colo uterino QUANTO AO PESO
• Pólipos endometriais
• Neoplasia trofoblástica • Menos que 500g: Aborto
gestacional – Mola hidatiforme • Entre 500 a 999 g: Feto imaturo
(tumor placentário) • Entre 1 a 2,5 Kg: Prematuro
→ Mola completa: todo o óvulo QUEIXA:
vira tumor
→ Mola incompleta: metade Muda a intensidade dos sintomas
vira tumor a outa vira o bebê de acordo com o tipo de
• Abortamento abortamento
• Gravidez ectópica • Sangramento
• Insuficiência lútea • Dor em cólica
• Incompetência istimocervical • USG – materiais amórficos
OBS.: Mulher que chega à emergência com TIPOS DE ABORTAMENTO:
sangramento vaginal deve primeiro passar o
espéculo vaginal para ver se o sangramento é por AMEAÇA DE ABORTAMENTO:
causa da gravidez ou não, pede beta HCG e USG
É presumida quando ocorre
obstétrica.
sangramento vaginal em pequena
→ Não se deve fazer toque em caso de
quantidade, seguido de cólica
abortamento
abdominal.

ABORTAMENTO Ao exame especular: sangramento


em baixa quantidade e colo
O abortamento consiste na impérvio
expulsão ou extração do concepto
com menos de 500 g ou com 20 a Ao USGTV: saco gestacional
22 semanas completas. A principal regular, BCF > 100 bpm e área de
causa de abortamento nas primeiras deslocamento ovular inferior a 40%
semanas é má formação fetal. CONDUTA: Repouso relativo,
A conduta muda de acordo com o acompanhamento ambulatorial,
tipo de abortamento e com a abstinência sexual, analgesia
semana de gestação. - Hioscina 1CP VO 6/6h se cólica
Nesse caso a gestação pode evoluir
normalmente

RESUMO DE OBSTETRÍCIA, UNIG


Oitavo período
Por: Julia Brescovici
ABORTAMENTO INEVITÁVEL: → Até 12 semanas deve fazer
dilatação do colo e curetagem ou
Aborto inevitável é aquele em que a
aspiração manual uterina
gestação não evoluirá. Traduz-se
→ Fazer ATB venoso 1h/2h antes
clinicamente pela dilatação do colo
do procedimento (gentramicida),
uterino, sangramento intenso e
pois o aborto pode estar
ruptura grosseira das membranas;
infectado.
evoluindo com cólicas profusas
ABORTO INFECTADO:
NA USG: descolamento ovular
superior a 40% do diâmetro do saco A paciente vai apresentar odor
gestacional ou em localizado retro- fétido, febre, calafrios, secreção
ovular; batimento cardíaco fetal purulenta e uma possível história de
inferior a 100 bpm, saco gestacional manipulação (aborto provocado)
deslocado para o canal cervical ou
vagina CONDUTA: Antibiótico terapia
gentamicina + clindamicina
CONDUTA: Até 12 S deve fazer
dilatação do colo e curetagem ou ABORTAMENTO RETIDO:
aspiração manual uterina (AMIU) O aborto retido é quando o
ABORTAMENTO COMPLETO: concepto permanece na cavidade
uterina sem vitalidade. Clinicamente
Paciente já eliminou todo o material pode se apresentar assintomática
da cavidade uterina. ou com sangramento escuro e
escasso, sem dor ou dilatação
CONDUTA: Liberar a paciente com
cervical
analgesia, e informar que caso o
sangramento persista deve voltar CONDUTA: AMIU ou curetagem e
antibioticoterapia
ABORTAMENTO INCOMPLETO:
Paciente apresenta quadro variável OBS.: Fetos maiores de 12 semanas precisam
fazer uso de drogas ocitócitas (soro com
com sangramento e dores de leves
ocitocina ou misoprostol), a fim de dilatar o colo
a intensa. A paciente não elimina e ser possível fazer curetagem ou AMIU
todo o material da cavidade uterina.
Nesse caso deve-se pedir USG e
BHCG que se apresentara
diminuído. Cuidado com gravidez
ectópica.
CONDUTA: Deve-se chegas sinais
vitais de 6/6h, pedir hemograma
completo (rastreio de infecção),
tipagem sanguínea, fazer acesso
venosos e reposição volêmica se
necessário.

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Oitavo período
Por: Julia Brescovici
INCOMPETÊNCIA aproximadamente, após isso
ISTIMOCERVICAL retira-se o fio e deixa a paciente
entrar em trabalho de parto ou
Se trata de uma incompetência de
se houver necessidade
orifício interno muscular de segurar
encaminha para cessaria
o concepto durante a gestação. O
colo que era para estar fechado OBS.: O diagnóstico de suspeita de aborto se
acaba se abrindo e o feto acaba dá através do exame especular e da USG (se
sendo eliminado pela ação da tiver acesso)
gravidade, geralmente a paciente
não sente dor.
LIMPEZA ÚTERINA – RETIRADA DE RESTO
Geralmente o abortamento por OVULARES:
incompetência istimocervical ocorre → CURETAGEM: limpa a cavidade através da
em torno de 5 a 6 meses. raspagem cavidade uterina com o auxílio da
pinça e da cureta de winter.
DIGANÓSTICO: → AMIU: É o esvaziamento da cavidade
através da paragem + sucção da cavidade.
• Velas de Hegar: se for possível O tipo de AMIU vai depender da idade
passar a vela de número 8 pelo gestacional
colo uterino, há diagnóstico de
possível incompetência
istimocervical GRAVIDEZ ECTÓPICA
É o tipo de gravides na qual o
• Radiológico: embrião se desenvolve onde não
histerossalpingografia, deveria. Geralmente para na parte
histeroscopia ou USG istmica da trompa e ali se
Transvaginal de rotina entre 12 e desenvolve até um momento que
14 semanas (observar o acaba rompe essa trompa, fazendo
encurtamento do colo uterino - um quadro de hemoperitôneo.
comprimento do colo menor que
2,5 cm há suspeitar de A gravidez ectópica não
incompetência istimocervical. necessariamente se desenvolve na
trompa ela pode se desenvolver em
CONDUTA: qualquer lugar, seja no ovário, no
Caso haja suspeita de colo do útero ou dentro do abdome.
incompetência istimocervical é ETIOLOGIA:
necessário realizar cerglagem
do colo com a técnica de • Má formação tubária
McDonald. • Doença inflamatória pélvica
• Endossalpingite adesiva
Essa técnica é ideal que seja
• Pólipos tubários
realizada o mais precoce possível,
• Tumores vizinhos
entre 13ª / 14ª semana.
• Cirurgias anteriores e
→ Utiliza fio não absorvível para endometriose
fechar o colo fazendo uma
Pode ser causada basicamente tudo
espécie de bolsa, A cerclagem
que pode alterar o epitélio da
deve permanecer até 38ª
RESUMO DE OBSTETRÍCIA, UNIG
Oitavo período
Por: Julia Brescovici
trompa e fazer com que haja uma útero (grito de Douglas - toque é
implantação anômala do embrião no fundo do saco de Douglas
• Punção do fundo de saco de
→ Gestações ectópicas no colo do
Douglas – passa o especulo e
útero são sempre graves e com
faz uma punção se vier sangue
alta mortalidade materna
que não se coagula, é sangue
Essa gestação ela pode ser integra está livre na cavidade. Se formar
ou rota. coagulo, significa que você
puncionou vaso.
• A íntegra, geralmente é um
achado: a paciente descobre EXAMES COMPLEMENTARES:
num exame de USG de rotina. A
• USG (padrão ouro)
paciente tem sintomas de
• Laparoscopia: em caso de
gravidez como beta HCG, atraso
dúvidas sobre cisto ovariano,
menstrual, mas não tem saco
doença inflamatória pélvica.
gestacional.
TRATAMENTO:
Toda mulher com idade reprodutiva
que chega na emergência com dor Depende se está integra ou rota e
abdominal, hipocorada, sudorese, se a mulher tem filho ou não
sinais de choque deve-se pensar
ROTA: Salpingectomia
sempre em gravidez ectópica!
ÍNTEGRA E NÃO TEM FILHO:
QUADRO CLÍNICO:
Tento preservar a trompa
• Dor abdominal (salpingostomia)
• Palidez
Sinal de ÍNTEGRA COM FILHOS:
• Pulso fraco
choque
• Taquicardia Salpingectomia
hemorrági
• Pressão arterial baixa TRATAMENTOS
co
• Tonturas e vertigens CONSERVADORES:
• Sangramento transvaginal
• Dor a movimentação do colo • Salpingostomia
uterino • Expressão tubária
• Escapulalgia (quando deita, o • Salpingectomia parcial
sangue sobe e irrita o nervo • Terapia com metotrexate
frênico),
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL:
• Alterações urinárias e
gastrointestinais • Abortamento tópico
• Torção ou rotura de cisto de
DIAGNÓSTICO:
ovário
• Anamnese • Anexite
• Inspeção • Rotura de cisto folicular/corpo
• Palpação: pode palpar massa na lúteo
fossa ilíaca e suspeitar • Apendicite aguda
• Toque vaginal: sangramento na • Úlcera gástrica perfurada
pelve, dor ao mobilizar o colo do
RESUMO DE OBSTETRÍCIA, UNIG
Oitavo período
Por: Julia Brescovici
INCESRÇÃO ANÔMALA DA
PLACENTA
É caracterizada pela penetração
mais profunda da placenta na
camada esponjosa, o que dificulta a
dequitação. Quando a placenta está
A placenta possui uma parte aderida anomalamente leva o nome
materna (que fica aderida ao de acretismo placentário.
útero- onde ocorre as trocas O principal fator de risco associado
materno fetais) e um parte é a presença de cicatrizes uterinas
fetal (que fica voltada para o prévias, estando relacionado a
feto, de onde sai o cordão placenta prévia, inserção em
umbilical). Nas trocas o segmento inferior, outros
sangue do feto e da mãe não se procedimentos cirúrgicos
misturam pois há uma separação (curetagens), idade avançada,
entre eles, sendo que o sangue fetal multiparidade, síndrome de
passa pelas artérias umbilicais e Asherman e leiomioma submucoso
volta da placenta pelas veias
umbilicais. Durante as trocas todo A maioria é assintomática até o
sangue que é levado para o bebe momento do parto, apresentando
deve voltar para a mãe, através do como manifestação sangramento
seio marginal da placenta. Isso se profuso no momento da dequitação.
chama “calha de chuva”, o seio
Há maior risco de rotura uterina no
marginal absorve o sangue venoso
caso de acretismo placentário
e o drena de volta para a mãe, se
associado a cesarianas prévias.
houver uma ruptura dessa estrutura
pode causar sangramento na A confirmação diagnóstica ocorre
segunda metade da gestação somente no momento do parto, mas
mediante alguns achados
CAUSA COMUNS
ultrassonográficos pode ser
• Descolamento prematuro da levantada a suspeita. A
placenta Ressonância Magnética pode ser
• Placenta prévia usada de forma complementar.
• Rotura uterina O acretismo placentário pode ser
• Rotura do seio marginal classificado em:
• Rotura de vasa prévia
• Hemorragias: patologias PLACENTA ACRETA: Vilosidades
vulvares, vaginais e cervicais. penetram até a camada esponjosa,
permanecendo mais aderidas e com
Teve-se saber qual é a causa do plano de clivagem irregular e
sangramento pois muitas vezes defeituoso, dificultando o
não há associação com a secundamento e oferece maior
gestação, podendo ser por chance de hemorragias
patologias cervicais, tumor mioma,
problemas marginais, varizes
vulvares no final da gestação

RESUMO DE OBSTETRÍCIA, UNIG


Oitavo período
Por: Julia Brescovici
Conduta: retirada manual da ETIOLOGIA: Pode ocorrer por
placenta + curetagem, se conta da nidação não ocorre onde
insucesso, avaliar a histerectomia deveria ocorrer ou por haver alguma
cicatriz uterina. Essa placenta se
PLACENTA INCRETA: Penetração
forma no local errado e dependendo
da placenta até o miométrio. Não há
da profundidade pode acometer
plano de clivagem para
diferentes camadas
descolamento, sem indicação de
tentativa de extração manual. TIPOS DE PLACENTA PRÉVIA:
Indicação de histerectomia direto.
PLACENTA PERCRETA:
Vilosidades alcançam até a serosa
e pode até atingir outros órgãos,
sendo a bexiga o órgão mais
comum, pode cursar com hematúria
na gestação e hemorragias
intraperitoneais. Não é possível Placenta previa central: Quando a
realizar extração manual, também placenta recobre totalmente o
estando indicada a histerectomia. orifício interno do colo

→ Nos casos em que há Placenta prévia parcial: Quando a


confirmação diagnóstica placenta obstrui parcialmente o
previamente ao trabalho de orifício interno do colo uterino
parto, deve ser programada Placenta previa marginal: Quando
cesariana eletiva (reduz a borda inferior da placenta atinge o
morbidade materna). orifício interno do colo uterino, sem
PLACENTA PRÉVIA ultrapassa-lo

É toda aquela que se insere total ou Placenta previa lateral: Quando a


parcialmente no segmento inferior borda da placenta se encontra
do útero, localizando-se próxima ou próxima ao orifício interno do colo,
sobre o orifício interno do colo porém sem atingi-lo (placenta até
uterino. 2cm da borda do colo do útero)

FATORES DE RISCO: OBS.: É um sangramento de repetição.


Sangue vivo, diferente do DPP que é
Tabagismo, multiparidade, uso de acumulado e sem O2. A paciente não tem
cocaína, curetagem ou cirurgia dor, mas apresenta hipertonia uterina (o
uterina prévia, gravidez múltipla sangue não está coagulando). O feto ainda
(placentas grandes) e cesariana está vivo, o problema é escoliar a mãe, pela
anterior. Idade, paridade, perda de sangue exacerbada.
endometrite, abortamentos, → DPP o hematoma em cima, na placenta
curetagens, doença inflamatória prévia está embaixo.
pélvica, cirurgias uterinas.
→ Tudo que mexe com a cavidade
endometrial

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Oitavo período
Por: Julia Brescovici
DIAGNÓSTICO: DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL:
Deve ser feito com outras causas de
Para dar o diagnóstico deve-se
sangramento da 2ª metade da
esperar até 28 semanas de
gestação, como: DPP, ruptura de
gestação, isso se dá porque à
seio marginal, rotura uterina, ruptura
medida que o útero cresce ocorre o
de vasa prévia (inserção
processo de migração placentária.
velamentosa). Hemorragias por:
• O corpo do útero é mais fino patologias ulvares/vaginais/cervicais
perto do colo uterino e em cima
CONDUTA:
é mais grosso, isso pode fazer
com que a placenta não descole Todo sangramento de 2ª metade
totalmente é o que chamamos deve ser hospitalizado
de ACRETISMO PLACENTÁRIO
A conduta vai depender da idade
ANAMNESE- QUADRO CLÍNICO: gestacional, da intensidade do
Sangramento vermelho vivo, sangramento do tipo de placentação
rutilante e indolor, com tônus uterino e pra presença ou ausência do
normal e sem sofrimento fetal (o trabalho de parto.
que diferencia do descolamento
prematuro de placenta). Com mais TOTAL: cesárea, pelo risco de
frequência no 3º trimestre. De início hemorragia e descolamento de
e cessar súbitos, é repetitivo e em placenta
geral progressivo.
PARCIAL: cesárea
EXAME OBSTÉTRICO: Tônus OBS: Pacientes estáveis e bem controladas, a
uterino normal, ausência de cesariana pode ser agendada para 38 semanas.
abaulamento, vitalidade fetal Em pacientes com sangramento que necessitam
preservada de hospitalização e transfusão, a cesariana pode
ser realizada, se possível, após 34 semanas de
EXAME ESPECULAR: Avaliar a gestação. Em casos de hemorragias maciças, em
intensidade do sangramento e as idade gestacional inferior a 34 semanas, a mãe
condições do colo (dilatação do colo deve ser estabilizada por pelo menos 48h antes da
e presença da placenta sobre o cirurgia, tempo suficiente para realização de
orifício do colo). Na suspeita de corticoterapia e amadurecimento do pulmão fetal.
placenta previa, o toque vaginal não
deve ser realizado, pois pode MARGINAL: pode tentar parto
provocar o descolamento de áreas vaginal. Mas quando a borda da
além de desencadear hemorragia. placenta estiver <20mm do orifício
interno do colo, a cesariana é
USG E DOPPLERFLUXOMETRIA
indicada pelo risco de hemorragia
• USG endovaginal é o padrão intraparto
ouro.
LATERAL: pode tentar parto
• USG via abdominal para
vaginal. Quando na USG
descrever a localização da
placenta transvaginal a borda da placenta
• USG transvaginal (confirma o estiver a mais de 2cm do orifício
diagnóstico) interno do colo. Para distâncias

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Oitavo período
Por: Julia Brescovici
menores, a cesariana estaria De acordo com o grau de
indicada. descolamento, pode interromper os
fluxos, trocas entre mãe e feto e
COMPLICAÇÕES:
leva-lo a óbito. Para a gestante há
Hemorragia ante/intra e pós-parto, risco de a CIVD, hemorragia,
septicemia, acretismo, choque, histerectomia e morte.
tromboflebite, necessidade de
Dependendo da localização da
transfusão, necessidade de
placenta, o sangue pode ficar
histerectomia
represado (sangramento oculto).
OBS.: VASA PRÉVIA: se refere aos vasos que Em outros casos sangramento se
correm livres sobre as membranas (sem aposição exterioriza, e por haver carência de
de tecido placentário), na frente da apresentação O2 fica um escuro, preto, abrupto. A
fetal. Essa situação pode ocorrer na inserção clínica da paciente consiste em ela
velamentosa da placenta, com o cordão estar bem e do nada começa a
passando sobre o colo, ou quando os vasos que sangrar. No DPP ocorre irritação do
interligam a placenta com os lobos acessórios miométrio causando dor aguda de
atravessam sobre o canal cervical. Na placenta
início súbito e progressiva, o útero
de implantação baixa, a reabsorção do tecido
cria um aspecto tetânico, lenhoso,
placentário próximo a região cervical menos
vascularizada pode propiciar o surgimento da duro, por causa da na musculatura
vasa previa. uterina. Se não fizermos nada, o
Quando não diagnosticada, pode levar a ruptura sangue começa a infiltrar a parede
desses grandes vasos durante o trabalho de uterina, e o útero que estava
parto ou a amniotomia, ocasionando contraído passa a não contrair
exsanguinação e morte fetal. O diagnostico deve ficando hipotônico até fazer atonia,
ser realizado com USG com doppler, sempre que logo, não impede a hemorragia pós
for observada placenta com implantação baixa. A parto, os vasos onde que estavam
cesariana eletiva antes do início do trabalho de irrigando a placenta ficam
parto e da ruptura das membranas para evita o sangrando e ela morre por choque
rompimento da vasa previa. hipovolêmico
OBS.: Na cesariana há um achado na placenta,
DESCOLAMENTO PREMATURO presença de um buraco ou coágulo aderido,
DA PLACENTA isso indica compressão da barreira placentária,
isso é PATOGNOMÔNICO DE DPP
A DPP é uma emergência médica
materna e fetal. Consiste na
ETIOLOGIA/ FATORES DE RISCO:
separação da placenta implantada
no corpo do útero numa gestação História de acidente na gravidez,
de 20 a mais semanas (menos que trauma, tabagismo, uso de cocaína,
isso é abortamento). A placenta no gravidez múltipla, hipertensão, pré-
DPP tem que descolar após 20 eclampsia, trombofilia, idade
semanas e tem que estar materna avançada, ruptura
implantada no corpo do útero (não prematura das membranas,
pode ser placenta prévia) – infecção intrauterina
PLACENTA NORMOINSERIDA. (corioamnionite), polidramnia,
doppler de uterina normal.

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• Fatores mecânicos: brevidade Apoplexia uteroplacentária ou
de cordão (cordão curto), útero de Couvelaire: É a
retração uterina intensa, cordão efusões sanguíneas ou
pequeno, gemelar, polidrâmnio equimoses que se assestam
(descompressão súbita de sob a serosa da matriz
cordão) uterina, tubas, ovários,
ligamentos largos e peritônio
• Fator placentário: necrose da pélvico dão uma coloração azulada-
decídua basal na margem
marmórea característica, que
placentária, e grandes enfartes,
decorrentes do tabagismo, provoca atonia uterina (pela
anemia e má nutrição na desorganização da estrutura
gravidez. miometrial).
CONDUTA: Se a paciente estiver
ALTERAÇÕES
UTEROPLACENTÁRIAS: estável e com o colo dilatado, deve-
se romper bolsa (permite que o
INDEPENDEM DA ETIOLOGIA: O sangue saia e não se infiltre na
sangue atingir a zona de clivagem parede uterina a fim de evitar o
deciduoplacentaria e inicia a útero de Couvelaire. Inda que não
separação. Os vasos maternos se salve o feto esse procedimento
abrem e o espaço retroplacentario é pode salvar o útero.
invadido. O útero reage com
hipertonia, aumenta a tensão no ALTERAÇÕES RENAIS:
sitio da coleção sanguínea, Pode causar necrose corticorrenal
provocando o descolamento de bilateral aguda devido ao
novas áreas. A parte do sangue sangramento (pode parar de funcionar
coagulada fica aprisionado atrás da pelo choque hemorragico). A paciente
placenta e será eliminado somente vai apresenta oligúria temporária com
após o parto, constituindo o
eventual recuperação.
hematoma retroplacentário, outra
parte descola as membranas e flui ALTERAÇÕES DA
para o exterior causando HEMOCOAGULAÇÃO:
hemorragia externa ou então o
sangue pode ficar retido causando A cascata da coagulação é ativada
hemorragia oculta. Ocasionalmente, pela liberação de tromboplastina,
o sangue materno pode atingir a com o consumo dos fatores de
cavidade ovular (amniótica) através coagulação e, consequentemente,
de soluções de continuidade da CID. Depleção de fibrinogênio e
membrana e causar o hemoamnio. outros defeitos na hemóstase,
Prolapso da placenta pode ocorrer frequentes na forma grave com
pelo peso do hematoma hemostasia oculta. Diminuição do
retroplacentario ou da placenta ou fibrinogênio e dos fatores V, VIII e
então pelo sangue que descola as plaquetas.
membranas)

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QUADRO CLÍNICO: CLASSIFICAÇÃO:
→ grau I: leve Hemorragia, sem dor, diagnóstico
Pode apresentar-se assintomática na cessaria ao examinar a placenta vemos a
ou até morte fetal e morbidade cratera ou coágulo aderido.
materna → grau II: intermediário Sinais de DPP,
hipertonia uterina, feto em sofrimento, mas
Sintomas clássicos: sangramento ainda vivo
vaginal escuro e dor abdominal → grau III: grave, normalmente feto já morto
súbita de intensidade variável; IIIA: sem coagulopatia
Hipertonia uterina pontual, de IIIB: tem distúrbio de coagulação
consistência lenhosa (em tábua),
acompanhada de contrações de
elevada frequência e de baixa DIAGNÓSTICO
intensidade; Hipotensão arterial
Clínico + ultrassonográfico para DD
Sintomas associados ao sofrimento com PP
fetal: diminuição da superfície de TRATAMENTO:
trocas placentárias, hipertonia
uterina, hipotensão arterial, • A 1ª conduta obstétrica é o
eventualmente toxemia associada. rompimento da bolsa,
Na CTG: desaceleração tardia, • Se útero hipertônico, não adianta
variabilidade reduzida, bradicardia. ocitocina, só vai piorar.
• A 2ª medida é a cesárea (o parto
normal, só se o feto estiver vivo)
Na fase inicial apresenta pulso
• A histerectomia vai complementar a
paradoxal de Boero (paciente está
cesárea apenas nos casos de
em choque, mas o pulso está cheio hipertonia ou atonia uterina.
– “martelo d’água)
Tratamento com feto vivo:
EXAME FÍSICO: cesariana/ regularização da
O toque vaginal: colo imaturo, longo volemia, tratamento dos distúrbios
e com dilatação mínima. Bolsa eletrolíticos, tratamento da CID,
tratamento cirúrgico.
d`águas esta tensa pela hipertonia
uterina RUPTURA UTERINA NA
PÓS-PARTO: GRAVIDEZ

Atonia uterina, hemorragias A etiologia principal é cesárea


incoercíveis, sinais de discrasias prévia
(sangue vaginal incoagulável, Fatores de risco: útero sadio pode
hematomas nos locais de punção, ser ruptura espontâneas,
gengivorragias), a sintomatologia é provocadas, manobras obstétricas,
diretamente proporcional ao grau de traumatismos
descolamento.
RUPTURA UTERINA NA
GRAVIDEZ:
RUPTURAS TRAUMÁTICAS: são
determinadas pelas quedas sobre o
ventre, pancadas, acidentes de
trânsito, ferimentos penetrantes,
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Por: Julia Brescovici
manuseio da cavidade uterina → Prole definida: Histerectomia
(curetagem, DIU, dilatação do colo, subtotal ou total, preserva os
uso de diversos objetos com fins anexos.
abortivos ou propedêuticos) → ATB profilático e hemotrasfusão
ROTURAS ESPONTÂNEAS: RUPTURA UTERINA NO PARTO
Distócia mecânica, multiparidade, As rupturas provocadas,
nível socioeconômico, idade. traumáticas, decorrem
Processo lento, progressivo, ocorre especialmente da tocurgia
no final da gestação, em cicatriz de transpelvica (versão interna,
cesariana, miomectomia, extração podal, fórceps,
salpingectomia, inflamação, embriotomia, delivramento artificial).
necrose, adenomiose, São ainda provocadas, aquelas
endometriose. consequentes ao aumento
exagerado da contratilidade uterina
QUADRO CLÍNICO:
pela administração intempestiva de
Na 1ª metade da gestação, tem ocitócitos.
quadro clínico igual ao da gravidez
Fatores predisponentes:
ectópica, e o diagnostico só se
enfraquecem a parede do útero –
confirma por laparotomia
multiparidade, processos
Paciente vai apresentar: dor, sinais infecciosos, adenomiose,
de hemorragia interna com irritação penetração excessiva do trofoblasto
peritoneal, sangramento vaginal. (acretismo, neoplasia trofoblastica),
Choque e infecção podem estar cicatrizes (cesárea, miomectomia)
presente
Fatores determinantes: parto
Na 2ª metade da gestação a obstruído ou bloqueado,
sintomatologia é mais discreta, apresentações anômalas, tumores
evolução é lenta, extrusão do feto pélvicos, malformações uterinas.
rumo a cavidade abdominal.
Completa: quando
Paciente relata dores no ventre,
atingir a parede
metrorragia, palpação revela
uterina em todas as
presença de 2 massas distintas –
suas camadas
matriz e feto e este, em geral,
inaudível. Dor que subitamente para Incompleta: pode
(pela parada da contração). Sinais permanecer intacta
de abdome agudo: feto pode ter ido alguma estrutura (ex:
para a cavidade abdominal revestimento peritoneal) –
deiscência
TRATAMENTO: laparotomia
imediata A propagação pode alcançar órgãos
vizinhos, como bexiga, vagina, reto
Vai depender do grau da ruptura e
e ureter – ruptura complicada.
se paciente tem ou não prole
definida.
→ Preservar prole: Histerorrafia

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Por: Julia Brescovici
QUADRO CLÍNICO: síndrome de Nas rupturas de grande extensão,
distensão segmentaria ou de Bandl com extrusão do feto para o
– Frommel. Paciente agitada, abdome ou lesões importantes
ansiosa, contrações enérgicas e comprometendo as artérias
excessivamente dolorosas, uterinas, a ausculta cardíaca fetal é
sofrimento contínuo, de localização negativa.
preferencialmente hipogástrica.
RUPTURA UTERINA PÓS-
• Sinal de Bandl: relevo do anel CESÁREA:
que separa o corpo uterino do
segmento inferior Inúmeros fatores elevam o risco da
• Sinal de Frommel: palpam-se, ruptura uterina no parto vaginal de
retesados, os ligamentos mulheres com Cesária previa (com
redondos, de regra desviados intervalo menor que 18-24 meses),
para a face ventral do útero idade materna avançada (>30
anos), idade gestacional, peso fetal,
RUPTURA UTERINA febre pós parto, amadurecimento do
CONSUMADA: dor súbita, de colo com PG, indução de parto,
violência maior que as anteriores, sutura do útero em apenas uma
lancinante, na região hipogástrica. camada, anomalias uterinas.
Paralisação do trabalho de parto
TRATAMENTO:
(útero roto não contrai). Nas
rupturas incompletas, o quadro não • Profilático: Quando exacerbada
aparece de maneira tão clara e o a atividade uterina, é o emprego
útero pode continuar a esboçar de tocolíticos.
contrações quase imperceptíveis. • Curativo: do choque,
Hemorragia discreta ou profusa imediatamente ao acidente. E
intervenção abdominal. Deve-se
Na inspeção, em pacientes com desembaraçar a cavidade
panículo adiposo pequeno, pode-se abdominal de todo o sangue,
notar 2 saliências: 1 do útero vazio coagulo, líquido amniótico,
e a outra do feto. induto sebáceo do feto. A
lavagem deve ser feita com
Na palpação: sinal de Clarck solução fisiológica morna, não
(crepitação produzida pela deixando de estender esses
passagem de ar para o peritônio, cuidados as bordas da lesão,
em contiguidade com o tecido que bem identificadas, poderão
subcutâneo da parede abdominal, indicar a orientação cirúrgica
através da vagina e da solução de mais conveniente.
contiguidade uterina). Nas • histerorrafia ou histerectomia:
hemorragias profusas, indicação depende das
intracavitárias, o hemoperitôneo condições das paredes uterinas
lesadas, da sede da ruptura, do
pode-se denunciar pela macicez
estado da paciente, assim como
nos flancos, variável com a
idade e paridade.
mudança de decúbito.
No toque: a ascensão do polo
apresentado é sinal patognomônico.

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