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ANEXOS EMBRIONÁRIOS

Placenta
Decídua
É a camada funcional do endométrio de uma mulher grávida; essa camada do endométrio se separa
do útero após o parto.
As células deciduais se formam quando as células do tecido conjuntivo do endométrio aumentam de
tamanho por causa do acúmulo de glicogênio e lipídios (em resposta aos altos níveis de progesterona
no sangue da mãe), que causam a reação decidual (é utilizada no diagnóstico da gravidez através do
ultrassom); muitas células da decídua degeneram perto do sinciciotrofoblasto, fornecendo uma fonte
rica de nutrientes para o embrião.
Possui 3 regiões:
Basal (parte abaixo do feto; é a parte que formará a placenta). O sinciciotrofoblasto
não digere completamente o endométrio da decídua basal, então permanecerá septos
que servirão para sustentar a parte fetal da placenta.
Capsular (parte superficial; cobre o embrião e a placenta)
Parietal (restante da decídua; não ocorreu implantação lá)

Formação da placenta
A placenta começa a ser formada após a implantação do blastocisto, pela rápida proliferação do
trofoblasto, do desenvolvimento do saco coriônico (mesoderme somática + trofoblasto) e das
vilosidades coriônicas (extensões de células do citrofoblasto).
O celoma extra-embrionário passa a se chamar cavidade coriônica.
As vilosidades coriônica sobrem o saco coriônico até a 8ª semana; as que estão associadas à decídua
capsular são comprimidas pelo crescimento do saco coriônico até degenerarem, levando à formação do
córion liso. Com a formação do córion liso, as vilosidades associadas à decídua basal proliferam,
ramificam e crescem, formando o córion viloso, que é a porção fetal da placenta.
O crescimento do feto faz o útero, o saco coriônico e a placenta aumentarem de tamanho.

OBS: no desenvolvimento da placenta e do feto, o saco amniótico cresce mais rápido do que o saco
coriônico, resultando na fusão entre o âmnio e o córion liso, que juntos formarão a membrana
amniocoriônica.
A decídua capsular faz protuberâncias na cavidade uterina e se aproxima da decídua parietal, se
fundindo com ela, obstruindo assim a cavidade uterina. Depois a decídua capsular degenera (pela falta
de circulação), e a membrana amniocoriônica se funde com a decídua parietal.

! é a membrana amniocoriônica que se rompe no trabalho de parto, levando a expulsão do líquido


amniótico.
EM RESUMO: o sinciciotrofoblasto fixa-se ao útero, e enquanto isso vão surgindo capilares
a partir do sistema vascular do embrião em formação. Em 16 dias, o próprio coração do embrião passa
a bombear sangue, enquanto há também sinusóides sangüíneos supridos por sangue materno. As células
do citotrofoblasto continuam a formar vilosidades placentárias, onde crescem mais capilares fetais e
que são circundadas pelos sinusóides maternos. Daí, o sangue do feto flui por 2 artérias umbilicais,
seguindo pelos capilares das vilosidades, e volta ao feto através da veia umbilical. Ao mesmo tempo, o
sangue materno flui de suas artérias uterinas para os sinusóides e depois voltam pelas veias uterinas.
Placenta
É o local que separa o feto do endométrio e onde ocorre as trocas de nutrientes e gases entre a mãe e
o feto. Nutrientes e O2 passam da mãe pro feto, e excretas e CO2 passam do feto para a mãe. Essas
trocas ocorrem através do cordão umbilical.
Constituída por 2 componentes:
porção fetal: córion viloso, com suas vilosidades se projetando.
porção materna: decídua basal do endométrio.
As duas porções se mantém unidas através da capa citotrofoblástica.
As veias e artérias endometriais passam livremente através das lacunas na capa citrofoblástica, e se
abrem no espaço interviloso.
O espaço interviloso, que possui sangue materno, é derivado da lacuna desenvolvida no
sinciciotrofoblasto.
O septo placentário divide a parte fetal da placenta em áreas convexas irregulares chamadas
cotilédones. Cada cotilédone possui 2 troncos vilosos com muitas vilosidades ramificadas. No final do
4ª mês, a decídua basal é quase completamente substituída pelos cotilédones.

Funções principais:
Metabolismo: é responsável pela síntese de glicogênio, colesterol e ácidos graxos,
utilizados como fontes de energia e nutrientes para o embrião/feto (principalmente no
início da gravidez)
Transporte de substâncias: nos dois sentidos; ocorre por difusão simples, difusão
facilitada, transporte ativo e pinocitose; Há transporte de gases (O2, CO2, CO; por
difusão simples), substâncias nutritivas (água, glicose, aminoácidos e vitaminas),
hormônios, eletrólitos, anticorpos maternos, produtos de excreção, agentes infecciosos,
drogas/fármacos e seus metabólitos, vitaminas hidrossolúveis (A, D, E e K)
Secreção de hormônios: a placenta produz e secreta HCG (somatotropina coriônica
humana), tireotropina coriônica humana e corticotropina coriônica humana.

Membrana placentária
Até a 20ª semana, é formada por 4 camadas:
Sinciciotrofoblasto
Citotrofoblasto (após a 20ª semana essa camada desaparece)
Tecido conjuntivo viloso
Endotélio de capilares fetais
Nos primeiros meses de gravidez, a membrana placentária ainda é espessa, então há pouca difusão.
No final da gravidez, a permeabilidade aumenta, porque a membrana fica mais fina.
-> o oxigênio dissolvido no sangue dos sinusóides passa para o sangue fetal por difusão
simples, por causa do gradiente de pressão (PO2). No final da gravidez, a PO2 do sangue materno e de
50mmHg, e do sangue fetal é de 30mmHg.
-> a glicose, que é usada principalmente no final da gravidez, passa por difusão facilitada.

Imunidade
O feto produz poucos anticorpos porque seu sistema imunológico é muito imaturo, então há uma
imunidade passiva de anticorpos IgG feita pela mãe por transcitose.
Essa imunidade passiva ajuda na defesa contra agentes infecciosos (rubéola, varíola, varicela,
sarampo, herpesvírus, poliomielite) ou microorganismos (Treponema palladium, causador da sífilis, e
Toxoplasma gondii, que leva a alterações prejudicial no encéfalo e olhos do feto).
*transcitose: combinação de endocitose e exocitose para transporte de macromoléculas, que
atravessam o interior de uma célula para o extremo oposto da outra.

Cordão umbilical
A sua ligação com a placenta fica no centro da superfície fetal dela.
O cordão possui 2 artérias e uma veia, cercados por um tecido conjuntivo mucoide.
Possui de 1 a 2 cm de diâmetro e 30 a 90 cm de comprimento.
Cordões muito longos ou muito curtos são anormais: os muito longos podem sofrer prolapso (sair de
sua posição) ou enrolar-se em torno do feto, causando hipóxia fetal; os muito curtos podem causar
separação prematura da placenta da parede do útero durante o parto.

Âmnio e líquido amniótico


O âmnio forma o líquido amniótico, que é um fluido que está dentro de um saco membranoso
envolvendo o embrião.
O líquido amniótico é secretado, inicialmente, em pouca quantidade pelas células amnióticas da
membrana amniótica. A maior parte dele vem do fluido tecidual materno e do líquido intersticial por
difusão através da membrana amniocoriônica a partir da decídua parietal. Porém, no 2º e 3º trimestres,
a maior fonte de produção são os rins, e a absorção é feita por deglutição fetal. Ele é composto, então,
de solução aquosa com substâncias como células epiteliais fetais descamadas, proteínas, carboidratos,
enzimas, gorduras, hormônios e pigmentos. OBS: há acréscimo de excretas fetais (urina e mecônio) à
medida que a gravidez avança.
Esse líquido é deglutido pelo feto e absorvido pelos tratos digestivo e respiratório.
O líquido amniótico possui várias funções:
Barreira contra infecções
Permite o desenvolvimento normal dos pulmões e o crescimento externo simétrico do
embrião
Impede a aderência do âmnio ao feto
Acolchoa o feto contra lesões
Auxilia no controle e manutenção da temperatura corporal do embrião
Participa da manutenção da homeostasia dos fluidos e eletrólitos
Permite uma movimentação livre do feto.
Os distúrbios de volume do líquido amniótico podem ser:
Oligoidrâmnio: baixos níveis. Muitas vezes é decorrente de baixo fluxo sanguíneo
placentário, ou por agenesia (falha na formação dos rins).
Polidrâmnio: altos níveis. Pode ser decorrente de não ingestão de um volume normal
de líquido amniótico pelo feto, ou associado a defeitos do SNC

Vesícula umbilical (saco vitelínico)


A vesícula umbilical sofre atrofia a partir da 10ª semana.
Apesar de não possuir vitelo, possui várias funções:
Papel na transferência de nutrientes para o embrião na 2ª e 3ª semanas, quando a
circulação uteroplacentária é estabelecida.
Durante a 4ª semana, sua endoderme é incorporada pelo embrião para formação do
intestino primitivo, os epitélios da traqueia, brônquios, pulmões e canal alimentar.
A mesoderme extraembrionária que cobre a parede do saco vitelínico é onde ocorre a
formação inicial de sangue até a atividade hematopoiética começar no fígado.
O revestimento de endoderme do saco vitelínico é onde as células germinativas
primordiais aparecem para depois migrarem para as gônadas em desenvolvimento.

Alantóide
Na 3ª semana, o alantóide aparece, como um divertículo da parede caudal da vesícula umbilical em
direção ao pedículo de conexão.
É importante para a formação sanguínea inicial que ocorre em suas paredes.
Seus vasos sanguíneos persistem como as artérias e veias umbilicais, e sua porção intraembrionária
passa do umbigo para a bexiga, formando mais tarde o úraco (que após o nascimento torna-se um
cordão fibroso, o ligamento umbilical mediano, que se estende do ápice da bexiga até o umbigo).

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