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Biologia 12ª Ano

Ficha informativa 3 – Sistema Reprodutor Feminino

Em contraste com o sistema reprodutor masculino, o feminino está anatomicamente separado do sistema
urinário. As principais funções do sistema reprodutor feminino são:

 Produzir gâmetas e transportá-los até ao local de fecundação;


 Receber o esperma, permitindo a posterior fecundação;
 Assegurar o desenvolvimento embrionário durante a gestação.

Clítoris

Órgãos Vulva Pequenos lábios


externos

Grandes lábios

Sistema
reprodutor
feminino Gônadas Ovários

Órgãos internos Trompas de falópio

Útero
Vias genitais
Vagina

Legenda:

1 – Ovários

2 – Trompas de Falópio

3 – Útero

4 – Vagina

5 – Clítoris

6 - Vulva
Órgão Funções e Características
Ovários  Dois órgãos de forma oval (forma de amêndoa);
 Produção de gâmetas;
 Produção de hormonas (estrogénios e progesterona).
Trompas de Falópio  São canais cuja extremidade mais próxima do ovário possui uma abertura
em forma de funil franjado - pavilhão da trompa;
 Canais que recolhem e conduzem o gâmeta feminino em direção do útero;
 Local onde ocorre a fecundação.
Útero  Órgão musculoso e elástico;
 Paredes revestidas – endométrio – altamente irrigadas;
 A parte superior mais dilatada, denomina-se de corpo uterino;
 A parte inferior, mais estreita que contacta com a vagina, denomina-se de
colo do útero ou cérvix;
 Fixa o embrião e permite o seu desenvolvimento (gestação).
Vagina  É um canal musculoso, altamente elástico;
 A vagina termina na vulva;
 Serve como depósito do esperma, durante o ato sexual;
 Constitui o canal por onde ocorre o nascimento do bebé.
Grandes lábios  Proteção dos restantes órgãos sexuais
Pequenos lábios  Delimitam a abertura vaginal e uretral;
 Delimitam a abertura das glândulas de Bartholin,
Vulva que segregam um muco destinado à lubrificação
Clítoris  Localizado na união anterior dos pequenos lábios;
 Órgão pequeno, extremamente enervado de
elevada sensibilidade
Estrutura dos ovários

Cada ovário encontra-se envolvido por uma forte cápsula de tecido epitelial, que envolve o parênquima
ovárico. Histologicamente é possível distinguir duas camadas;

 Zona medular – zona mais interna, constituída por tecido muscular liso e tecido conjuntivo, muito
enervada e irrigada por vasos sanguíneos.

 Zona cortical – zona mais superficial, constituída por tecido conjuntivo onde se localizam os
folículos ováricos. Os folículos são formados por uma célula germinativa – oogónias – que irá dar
origem ao gâmeta, rodeada por uma ou mais camadas de células foliculares, que alimentam e
protegem a célula germinativa ao longo do seu amadurecimento.
Oogénese

A oogénese, produção de gâmetas femininos e a evolução dos folículos ováricos, são fenómenos que
ocorrem simultaneamente no interior dos ovários e têm inicio durante o desenvolvimento embrionário da
mulher.

A oogénese desenvolve-se através das fases: fase de multiplicação; fase de crescimento; fase de repouso
e fase de maturação.

Fases da Oogénese
Durante o desenvolvimento embrionário, as oogónias (células germinativas)
Fase de multiplicação
diploides (2n) multiplicam-se, por mitoses sucessivas.
As oogónias aumentam de volume, devido à síntese e acumulação de
substâncias de reserva, originando os oócitos I (ou de 1ª ordem), diploides
Fase de crescimento (2n), que se rodeiam de células foliculares, originando os folículos primordiais.
Os oócitos I iniciam a primeira divisão meiótica, que se interrompe em
prófase I.
Os folículos primordiais, contendo os oócitos I, permanecem inativos em
Fase de repouso prófase I desde o nascimento até à puberdade. Nesta fase, a maior parte dos
folículos primordiais degenera.
Atingida a puberdade, alguns folículos primordiais começam a desenvolver-se
e, com eles, os oócitos I. a maturação do oócito I torna-se evidente quando o
folículo atinge a fase madura (aproximadamente de mês a mês). Nesta altura,
o oócito I, que se encontra em prófase I, recomeça a primeira divisão da
meiose, originando duas células haploides desiguais: uma maior, o oócito II (ou
de 2ª ardem), e uma de menor tamanho, o 1º glóbulo polar. A diferença de
Fase de maturação tamanho deve-se a uma citocinese desigual. O oócito II recebe mais
substâncias de reserva do que o glóbulo polar, acabando este por degenerar.
De seguida o oócito II entra na segunda divisão meiótica , que é interrompida
em metáfase II. O oócito II é então libertado para as trompas de Falópio
através da ovulação.
Nota: o oócito II só completa a segunda divisão da meiose em caso de
fecundação.
Desenvolvimento folicular

Os folículos podem ser classificados, de acordo com o seu grau de desenvolvimento em:

Folículo Primordial

 Os oócitos I são rodeados por células foliculares achatadas.


 Estes folículos formam-se durante o desenvolvimento embrionário.
 Alguns degeneram pelo processo denominado de atresia folicular.

Folículo Primário

 A partir da puberdade, e até à menopausa, um folículo primordial


começa a desenvolver-se dentro dos ovários (uma vez por mês);
 O oócito I aumenta de volume e as células foliculares proliferam,
formando uma camada de células cuboides à volta do oócito I.
Folículo Secundário

 Continua a verificar-se o crescimento do folículo primário, devido ao


continuo aumento do oócito I e â proliferação das células foliculares;
 As células foliculares formam uma camada espessa – geranulosa;
 Entre o oócito I e a granulosa forma-se uma camada acelular,
constituída apenas por substâncias orgânicas, denominada de zona
pelúcida.
 Surge ainda, outra camada de células a rodear o folículo – a teca.

Folículo maduro ou de Graff

 As cavidades existentes na granulosa aumentam de tamanho,


originando a cavidade folicular (cheia de líquido folicular);
 A granulosa fica reduzida a uma fina camada a rodear o oócito e a
cavidade folicular;
 Os oócitos continuam a meiose até à metáfase II (haploide – n) -
oócitos II;
 Assim os oócitos II estão aptos a serem libertados do ovário para as
trompas de Falópio – ovulação.

Corpo amarelo ou lúteo

 Após a ovulação, a parede do ovário cicatriza.


 As células foliculares que permaneceram do folículo proliferam,
aumentam de tamanho e adquirem função secretora;
 O citoplasma destas células é amarelo, devido à presença de um
pigmento desta cor.
Ciclo sexual feminino

A regulação hormonal na mulher é muito diferente da que se verifica no homem, sendo bastante mais
complexa. Na mulher, o padrão de secreção hormonal e os eventos reprodutivos regulados pelas
hormonas são cíclicos (ciclos de 28 em 28 dias desde a puberdade até à menopausa). Em cada ciclo ocorre
uma série de transformações em diversos órgãos, nomeadamente nos ovários e no útero, perfeitamente
sincronizadas. Assim, o ciclo sexual feminino integra os ciclos ovárico e uterino.

 Ciclo ovárico

Cada ciclo ovárico é caracterizado pela evolução de um folículo, que ocorre em duas fases separadas
pela ovulação – a fase folicular e a fase luteínica (ou fase do corpo amarelo).

Ciclo ovárico
 Dura geralmente 14 dias;
 Caracteriza-se pelo crescimento de alguns folículos primordiais, dos quais apenas
Fase folicular
um, normalmente, atinge a maturação (folículo de Graaf), dado que os restantes
costumam degenerar.
 O folículo de Graaf segrega enzimas proteolíticas que rompem a parede do ovário,
Ovulação permitindo que o oócito II se liberte para a trompa de Falópio;
 Ocorre 14 dias após o inicio do desenvolvimento folicular.
 Tem duração média de 14 dias;
Fase luteínica  É caracterizada pela formação do corpo amarelo, que regride no caso de não
ocorrer fecundação.

O ciclo seguinte começa com um novo crescimento de folículos primordiais. Os ciclos ováricos,
normalmente, ocorrem alternadamente em cada um dos ovários.
 Ciclo Uterino
Paralelamente ao ciclo ovárico, ocorre um ciclo uterino, ao longo do qual se dão alterações a nível do
endométrio. Estas alterações, induzidas pelas hormonas ováricas, ocorrem em ciclos de 28 dias e
subdivide-se em três fases:

Ciclo uterino
 Se não ocorrer fecundação, o corpo amarelo regride, deixando de segregar
progesterona e estrogénios;
 O endométrio deixa de ser estimulado, desagregando-se (fica reduzido a 1mm
Fase menstrual de espessura);
 Ocorrem hemorragias, devido à contração e rompimento dos vasos
sanguíneos. O fluxo constituído por sangue e restos da mucosa uterina
(menstruação) é expulso durante cerca de 5 dias.
 Decorre entre o 5º e o 14º dias do ciclo, terminando com a ovulação;
 Coincide com a fase folicular do ciclo ovárico;
Fase proliferativa  Dá-se a proliferação das células do endométrio (atingindo espessuras de 6
mm), a vascularização e a formação de glândulas, em resposta ao s estrogénios
sintetizados nos ovários.
 Decorre entre o 14º e o 28º dias do ciclo;
 Coincide com a fase luteínica do ciclo ovárico;
 O endométrio atinge a vascularização e a espessura máximas (8 mm), em
resultado da estimulação conjunta de estrogénio e de progesterona
Fase secretora
produzidos pelo corpo amarelo;
 As glândulas produzem um muco rico em glicogénio;
 Com estas modificações, o endométrio encontra-se preparado para receber o
novo ser e suportar uma gravidez.
Regulação hormonal

A regulação hormonal dos ciclos ovárico e uterino ocorre de forma a que o crescimento do folículo e a
ovulação estejam sincronizados com a preparação do endométrio para uma possível implantação de um
embrião. Esta regulação é feita à custa de mecanismos de feedback negativo e positivo, nos quais estão
envolvidas as hormonas hipotalâmicas (RH ou GnRH), as hormonas hipofisárias (LH e FSH) e as hormonas
ováricas (estrogénios e progesterona).

 Fase pré-ovulatória
 No início de cada ciclo sexual, o hipotálamo segrega a hormona GnRH, que induz a hipófise a
segregar LH e FSH em pequenas quantidades.
 A FSH estimula o crescimento dos folículos, cujas células segregam estrogénios.
 o pequeno aumento de concentração de estrogénios no sangue inibe a produção de GnRH
e por sua vez, de LH e FSH – feedback negativo;
 A secreção de estrogénio pelo folículo em crescimento começa a aumentar rapidamente,
devido ao aumento das células foliculares.
 Os estrogénios estimulam a proliferação das células do endométrio – fase proliferativa.

 Fase ovulatória
 Aumento de produção de LH induz a maturação final do folículo, ocorrendo a ovulação.

 Fase pós-ovulatória
 Após a ovulação, a hormona LH induz a formação do corpo amarelo;
 Sob a influência da LH o corpo amarelo (fase luteínica) continua a produzir estrogénios e
também progesterona, estimulando o crescimento máximo do endométrio (fase secretora);
 O aumento combinado dos níveis de estrogénios e progesterona exerce um feedback
negativo no complexo hipotálamo-hipófise, inibindo a secreção de GnRH;
 Na parte final da fase luteínica, o corpo amarelo degenera, levando a uma quebra abrupta
dos níveis de estrogénio e progesterona;
 A hipófise volta a segregar FSH para estimular o crescimento de novos folículos no ovário.

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