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Esta unidade estudará os diversos tipos de doenças que podem surgir no ambiente
laboral, das mais diversas naturezas, trazendo um h istórico acerca da evolução da
Medicina do Trabalho, e como este arquétipo foi importante para se chegar nos
programas de saúde atualmente existentes. Serão estudados como os agentes de
risco e as doenças relacionadas a estes se manifestam, a saber: a) Os tipos de
agentes de risco e seu estudo sistematizado; b) Considerações sobre primeiros
socorros, por meio da avaliação do paciente, a ressuscitação cardiopulmonar (RCP),
como se dão as hemorragias, fraturas, entorses e luxação, as queimaduras,
remoção e transporte; c) A toxicologia também será abordada, trazendo seus
conceitos gerais, a proteção no trabalho com produtos químicos, a exposição
ocupacional aos produtos químicos, o comportamento habitual das substâncias no
ambiente de trabalho e também as aplicações práticas do conhecimento
toxicológico.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mec ânicos , i ncl usiv e fo toc ópias o u
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
SUMÁRIO
RESUMO DA UNIDADE.........................................................................................................1
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO .........................................................................................4
CAPÍTULO 1 - MEDICINA DO TRABALHO ....................................................................5
1.1 HISTÓRICO DA DOENÇA E TRABALHO NA ANTIGUIDADE .........................5
1.2 A ÁREA DA SAÚDE DO TRABALHADOR ...........................................................8
1.3 CONCEITOS FUNDAMENTAIS SOBRE DOENÇAS CAUSADAS POR
AGENTES FÍSICOS ................................................................................................................9
1.4 AGENTES FÍSICOS E AS DOENÇAS RELACIONADAS ............................... 10
1.5 PRINCIPAIS DOENÇAS RELACIONADAS À EXPOSIÇÃO DO RUÍDO ..... 11
1.6 TEMPERATURAS EXTREMAS, UMIDADE E MOVIMENTAÇÃO DO AR .. 13
1.7 RADIAÇÕES IONIZANTES .................................................................................. 17
1.7.1 Tipos de exposição às radiações ionizantes ..................................................... 18
1.7.2 Principais doenças relacionadas às radiações ionizantes .............................. 18
1.8 RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES ........................................................................ 19
1.8.1 Definições gerais.................................................................................................... 19
1.8.2 Classificação das radiações não ionizantes ...................................................... 19
1.8.3 Doenças e anomalias relacionadas às radiações não-ionizantes ................. 19
1.8.4 Mecanismos de proteção às radiações ionizantes e não ionizantes............. 20
CAPÍTULO 2 - DOENÇAS CAUSADAS POR AGENTES QUÍMICOS E
AGENTES BIOLÓGICOS ................................................................................................... 22
2.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS DAS DOENÇAS POR AGENTES QUÍMICOS ..
................................................................................................................................... 22
2.2 CLASSIFICAÇÃO DAS DOENÇAS POR AGENTES QUÍMICOS ................. 22
2.2.1 Gases ....................................................................................................................... 22
2.2.2 Vapores.................................................................................................................... 23
2.2.3 Poeiras ..................................................................................................................... 23
2.2.4 Fumos ...................................................................................................................... 23
2.2.5 Fumaças .................................................................................................................. 24
2.2.6 Neblinas e névoas.................................................................................................. 24
2.3 DOENÇAS CAUSADAS PELOS AGENTES QUÍMICOS ................................ 24
2.3.1 Classificação das dermatites de contato ............................................................ 24
2.3.2 Tipos de dermatoses ............................................................................................. 25
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2.4 DOENÇAS POR AGENTES BIOLÓGICOS: CONSIDERAÇÕES INICIAIS. 30
2.5 TIPOS DE DOENÇAS ........................................................................................... 31
2.5.1 Carbúnculo .............................................................................................................. 31
2.5.2 Mormo ...................................................................................................................... 32
2.5.3 Tétano ...................................................................................................................... 33
2.5.4 Blastomicoses......................................................................................................... 34
2.5.5 Ancilostomíase ....................................................................................................... 34
2.5.6 Moléstia de Weil ..................................................................................................... 36
CAPÍTULO 3 - PRIMEIROS SOCORROS .................................................................... 38
3.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ............................................................................... 38
3.2 AVALIAÇÃO OU ANÁLISES DA VÍTIMA ........................................................... 39
3.2.1 Análise primária...................................................................................................... 39
3.2.2 Análise secundária................................................................................................. 39
3.3 RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR (RCP)............................................. 40
3.3.1 Desobstrução das vias aéreas............................................................................. 43
3.3.2 Respiração artificial (boca a boca) ...................................................................... 43
3.4 HEMORRAGIAS..................................................................................................... 44
3.4.1 Hemorragia externa ............................................................................................... 44
3.4.2 Hemorragia interna ................................................................................................ 44
3.5 FRATURAS ............................................................................................................. 45
3.6 ENTORSE E LUXAÇÃO ....................................................................................... 45
3.7 QUEIMADURAS ..................................................................................................... 46
3.8 REMOÇÃO E TRANSPORTE.............................................................................. 46
3.8.1 Formas de remoção e transporte ........................................................................ 47
3.9 TOXICOLOGIA: CONCEITOS GERAIS ............................................................. 49
3.10 PROTEÇÃO NO TRABALHO COM PRODUTOS QUÍMICOS ....................... 50
3.11 EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL AOS PRODUTOS QUÍMICOS ...................... 51
3.12 COMPORTAMENTO HABITUAL DAS SUBSTÂNCIAS NO POSTO
LABORAL............................................................................................................................... 52
3.13 APLICAÇÕES PRÁTICAS DO CONHECIMENTO TOXICOLÓGICO ........... 54
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 56
REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 57
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APRESENTAÇÃO DO MÓDULO
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CAPÍTULO 1 - MEDICINA DO TRABALHO
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como um homem. Até mesmo no caso de um homem vender-se como “servo” (o
termo empregado para a época e tradição judaicas não se ajusta a “escravo”, nem a
“trabalhador”) a um patrão, o livro Êxodo tipifica condições para tal, inclusive
esclarecendo o tempo exercido de trabalho quando na vigência de doenças, já que o
tempo máximo de servidão era de seis anos. Além de ter que fornecer tratamento,
havia regras para a compensação ou não do tempo de adoecimento. Se o tempo de
adoecimento não ultrapassasse quatro anos, dentro dos seis de servidão, era
considerado tempo efetivo trabalhado. Se maior, precisaria ser reposto. Porém, isto
se aplicava apenas se o trabalhador não pudesse exercer nenhuma função. Se
houvesse a possibilidade do exercício de um trabalho menos penoso, contabilizava-
se o tempo como trabalho efetivo, antecipando o conceito de readaptação de
funções para o trabalhador acidentado.
Mesmo com estas referências, o desinteresse pelo tema saúde/trabalho nos
Impérios oriundos das nações dominantes é reinante, uma vez que os trabalhos
mais pesados ou de mais elevado risco eram destin ados a escravos, comumente
oriundos das nações subjugadas e cujos esforços conformavam um dos pilares dos
próprios Impérios mercantis escravistas, como os vigentes nos Impérios Grego e
Romano da antiguidade.
Apesar das relações entre saúde e trabalho não se constituírem na
preocupação primária de Hipócrates (460- 375 A.C.) em seus tratados de Medicina,
pode-se encontrar alusões às doenças ocupacionais. Encontram-se em seus textos
referências a doenças de quem trabalhava montado a cavalo (lombalgias, paralisias,
impotência e esterilidade), pescadores (morte precoce por má qualidade alimentar),
metalúrgicos, mineiros, tintureiros, alfaiates, agricultores e outras profissões.
Hipócrates também reconheceu riscos ocupacionais específicos e mesmo ligou
doenças particulares a ocupações. Seus textos não se voltavam ao trabalho, não o
tratavam como uma especificação direta, mas não se furtavam a perceber a
associação entre certos elementos naturais ou não relacionados às ocupações e à
patologia humana.
De Hipócrates, que é considerado o maior médico do Império Romano, há,
além de escritos médicos, muitos deles relatando as doenças presentes em
escravos e detentos no trabalho em minas, número considerável de citações não
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médicas onde se relacionam doenças e ocupações, como visto em textos de Platão
(427-347 A.C.) e Aristóteles (384-322 A.C.).
Ainda na Grécia antiga, Plautus, cem anos mais tarde, descreveu que artistas e
alfaiates possuíam problemas posturais e que alguns apresentavam sequelas
graves, em função das posturas peculiares que eram obrigados a assumir em seus
trabalhos.
Também em Roma, eram frequentes a presença de médicos nos distintos
ambientes da alta sociedade, e onde se desenvolveram várias escolas médicas,
sendo assim, criado um direcionamento da prática médica aos esteios da civilização
romana. Assim, legiões militares, as escolas de gladiadores, as companhias teatrais
e as corporações de trabalhadores possuíam, muitas vezes, seus próprios médicos,
voltados ao tratamento das doenças desenvolvidas por estes profissionais. Não há,
neste período, como em nenhum outro da história clássica, uma abordagem de
fulcro exclusivo ocupacional; os médicos tratavam as doenças de indivíduos; nestes
casos, de grupos de indivíduos organizados por seus ofícios.
Sabe-se, por exemplo, que Virgílio descreveu problemas mentais em
marinheiros. Marcial foi o primeiro a descrever os riscos ocupacionais do manuseio
do enxofre e Juvenal relacionou o desenvolvimento de veias varicosas em religiosos,
pelo fato de permaneceram muito tempo de pé e associou a cegueira de ferreiros,
pelo trabalho com materiais incandescentes.
Plínio, o velho (23-79 D.C.), após visitar alguns locais de trabalho,
principalmente galerias de minas, descreve impressionado o aspecto dos
trabalhadores expostos ao chumbo, ao mercúrio e a poeiras. Menciona, então, a
iniciativa dos escravos de utilizarem à frente do rosto, à guisa de máscaras, panos
ou membranas (de bexiga de carneiro) para atenuar a inalação de poeiras, sendo
estes os primeiros registros da utilização de Equipamentos de Proteção Individual
(EPIs) com orientação da Medicina através da observação e correlação com as
atividades, mesmo que de maneira tímida e não sistematizada.
Já Lucrécio (96-55 A.C.), estudando, em especial, a mineração de ouro, foi o
primeiro a relatar as vidas curtas dos carvoeiros das minas, e questionava como
morriam em tão pouco tempo, muitas das vezes na fase de juventude.
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1.2 A ÁREA DA SAÚDE DO TRABALHADOR
FIQUE LIGADO
Deve-se ter cautela ao generalizar as doenças do trabalho com o quadro de
programas de saúde voltados às doenças de maneira geral. As iniciativas,
programas e políticas estratégicas devem ser diferenciados no âmbito da saúde e
Medicina do Trabalho e para a população em geral, mesmo quando a doença é
comum aos dois grupos de estudo.
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organizacionais responsáveis pelas condições de vida e os fatores de riscos
ocupacionais, tais como físicos, químicos, biológicos, mecânicos e aqueles
decorrentes da organização laboral, que são os presentes nos processos de
trabalho. Assim, as ações de saúde do trabalhador têm como foco as mudanças nos
processos de trabalho, que contemplem as relações de saúde e trabalho em toda a
sua complexidade, por meio de uma atuação multiprofissional, interdisciplinar e
intersetorial.
Os trabalhadores, individual e coletivamente nas organizações, são
considerados sujeitos e partícipes das ações de saúde, que incluem: o estudo das
condições de trabalho, a identificação de mecanismos de intervenção técnica para
sua melhoria e adequação e o controle dos serviços de saúde prestados.
Na condição de prática social, as ações de saúde do trabalhador apresentam
dimensões sociais, políticas e técnicas indissociáveis. Consequentemente, esse
campo de atuação tem interfaces com o sistema produtivo e a geração da riqueza
nacional, a formação e preparo da força de trabalho, as questões ambientais e a
seguridade social.
De modo particular, as ações de saúde do trabalhador devem estar integradas
com as de saúde ambiental, uma vez que os riscos gerados nos processos
produtivos podem afetar também o meio ambiente e a população em geral.
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Por meio da Norma Regulamentadora 9 (NR-9), as autoridades de Medicina e
Saúde do Trabalho obrigam a elaboração e implementação, por parte de todos os
empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais- PPRA, visando a preservação da
saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, do
reconhecimento, da avaliação e, consequente, do controle da ocorrência de riscos
ambientais existentes ou que venham existir no ambiente laboral, tendo em
consideração a proteção do meio ambiente e também dos recursos naturais.
Atendo-se ao foco da correlação das doenças do trabalho relativas aos tipos de
riscos existentes, é necessário que se estude as naturezas diversas dos agentes
ambientais que podem oferecer riscos à saúde, classificando-se em físicos; químicos
e biológicos.
ATENÇÃO
NR-9 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, que aborda sobre o programa
PPRA, sofreu atualizações significativas em 2019/2020. Com a nova reformulação,
será tratada na NR a exposição à agentes ambientais químicos, físicos e biológicos.
Todavia, as novas mudanças passarão a valer somente em 2021 (um ano após a
publicação das atualizações). Sendo assim, durante esse período, as organizações
deverão seguir o texto vigente da NR - 09 com suas exigências. Após vigência do
novo texto, o conteúdo deste material será readequado para atender às novas
regras vigentes referentes à norma.
Veja as novas mudanças no site do ENIT – Escola Nacional da Inspeção do
Trabalho, disponível em: <https://sit.trabalho.gov.br/portal/index.php/ctpp-nrs/nr-
9?view=default>.
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ar. Deve-se mencionar, também, as vibrações, que pode, sim, provocar danos e
afetar a saúde dos trabalhadores, como dores nos membros, lesões ósseas,
diminuição da circulação sanguínea, dentre outros. Vejamos uma breve descrição
introdutória abaixo:
Ruído ou Barulho: É o som constituído por grande número de vibrações acústicas
com relações de amplitude e fases distribuídas ao acaso, isto é, qualquer sensação
sonora desagradável ou indesejável. Já o som é a sensação auditiva resultante da
propagação de um movimento vibratório (oscilações alternadas de compressão e
expansão) em um meio material elástico.
As vibrações captadas pelo ouvido externo são conduzidas pelos elementos do
ouvido médio até a cóclea e daí através do nervo auditivo ao cérebro. A cóclea,
também, poderá ser atingida por outras vias, ou seja, através da vibração da
membrana timpânica e cadeia ossicular, através da janela redonda ou através da
vibração da estrutura óssea. O foco deste estudo é entender, de maneira objetiva,
como o ruído é captado pelo ouvido humano, portanto, não cabe maiores
detalhamentos na seara médica ou científica acerca do tema.
Pressão Sonora: importante definir a pressão sonora para melhor compreensão
do agente físico ruído. Define-se como a variação da pressão (por compressão ou
expansão/tração) em torno da pressão atmosférica. A unidade é o Dina por
centímetro quadrado (d/cm2).
Outro conceito pertinente ao tema é a intensidade sonora: definida como o
montante de energia por unidade de tempo e por unidade de área normal à direção
de propagação. A unidade deste parâmetro é o Watt por centímetro quadrado
(w/cm2).
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- Surdez Profissional: a surdez ocupacional caracteriza-se pela sua
irreversibilidade e bilateralidade, estando associada à existência de lesão do órgão
de corti ou órgão espiral e será provocada da seguinte maneira:
- Exposição prolongada, por meses ou anos, de indivíduos susceptíveis em
níveis elevados (90 – 120 dB) ou exposição curta em níveis muito elevados (120-160
dB), provocando perda progressiva da audição, inicialmente para frequências da
ordem de 4000 Hz e, aos poucos para frequências vizinhas;
- Exposição repentina a ruídos estrondosos, provocando ruptura da membrana
do tímpano com lesão do ouvido médio por explosivos ou estampido de arma de
fogo (150-160 dB);
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- Exame audiométrico periódico;
- Tratamento dos trabalhadores que apresentarem problemas de audição e,
conforme o caso, afastamento do trabalho em operações ruidosas quando houver
elevação precoce do limite de audibilidade.
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- Intermação: Distúrbio do mecanismo nervoso de termo regulação, onde o
indivíduo perde as referências de parâmetros de calor excessivo, frio e outras
sensações ligadas aos fatores de temperatura do ambiente.
- Meios de prevenção:
Quanto aos meios de prevenção, serão de duas naturezas, segundo predomine
calor convencional ou calor radiante conforme a seguir:
- Ventilação geral diluidora ou local exaustora, quando se deseja controlar
valores de temperatura do ar; umidade relativa ou velocidade do ar;
- Antepara contra o calor radiante. As anteparas podem ser construídas de
materiais refletores ou absorventes.
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Principais doenças relacionadas às temperaturas muito baixas:
Geladuras ou queimaduras pelo frio.
Lesões locais mais frequentes, tais como congelamento dos membros, pés de
imersão, ulcerações do frio ou frieiras.
- Meios de prevenção:
Quanto aos meios de prevenção, deve-se estabelecer critérios para a seleção
profissional e outras medidas a saber:
- No exame admissional de saúde afastar portadores de distúrbios
neurovegetativos, que são os diversos processos onde o indivíduo somatiza
sensações e problemas psicológicos e se manifesta por meio de sudorese ou
calafrios.
- Equipamento de proteção individual
- Alimentação hipercalórica
- Proibição do uso de álcool e cigarros
- Aclimatação progressiva
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As doenças causadas devido à variação da pressão atmosférica são chamadas
de Baropatias.
Estas se classificam como:
- Hiperbarismo: fenômeno consequente ao aumento da pressão atmosférica,
sendo que o mesmo poderá acontecer na fase de compressão ou na fase de
descompressão, sendo anormalmente elevada.
- Hipobarismo: fenômeno consequente à diminuição da pressão atmosférica.
Tanto o hiperbarismo, quanto o hipobarismo, acometem trabalhadores sob a
água (escafandristas, “homens-rãs” e trabalhos em caixões pneumáticos). A
consequência notada nestas doenças relacionadas à pressão é a intoxicação pelos
gases que compõem normalmente a atmosfera, quando a pressão parcial dos
mesmos excede certos limites.
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Pulmonares: tosse, dores torácicas e dificuldades de respirar.
Cardíacas: choque e morte.
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segundo o inverso do quadrado da distância, produzem radiações secundárias e
difusas no interior das matérias que atravessam e são altamente perigosos por via
externa.
Os raios X são radiações eletromagnéticas, originadas no átomo, externamente
ao núcleo. Podem ser produzidos, artificialmente, pelos tubos Röentgen, Betatron,
Ciclotron, por aceleradores lineares e por certas válvulas termoiônicas (tubos de
raios catódicos). São altamente pen etrantes e fracamente ionizantes, propagam-se
em linha reta, com intensidade que diminui segundo o inverso do quadrado da
distância, produzem radiações secundárias e difusas no interior dos materiais que
atravessam e são altamente perigosos por via externa.
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- Irradiação crônica local (pele): Define-se por alterações distróficas da pele
que facilmente apresenta degeneração carcinomatosa.
ATENÇÃO
Não se deve inferir que as radiações ionizantes são mais danosas do que as não
ionizantes, pois, estas também possuem alta capacidade de causar danos à saúde e
à vida do trabalhador. Os mecanismos de proteção das radiações não ionizantes se
fazem igualmente relevantes às ionizantes.
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As radiações podem causar diversos tipos de queimaduras, sendo de 1º a 3º
graus, dependendo da intensidade da fonte emissora, do tempo de exposição e da
parte exposta do indivíduo.
Figura 1 - Tipos de queimaduras e sua abrangência nos tecidos
- Lesões Oculares
As lesões nos olhos são graves problemas dada a irreversibilidade do sistema
ocular. Muitas das vezes, a exposição ao risco sem a devida proteção traz a
cegueira de maneira rápida e repentina.
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Todavia, devem ser tomadas, no mínimo, as seguintes medidas para se mitigar
os riscos:
- Aumento da distância entre a fonte e a pessoa
- Interposição de barreiras
- Diminuir o tempo de exposição
- Uso de Equipamento Individual de Proteção (EPI)
- Uso de monitores de bolso, como canetas e dosímetros, e de campo, como
contador de Geiger
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CAPÍTULO 2 - DOENÇAS CAUSADAS POR AGENTES QUÍMICOS E AGENTES
BIOLÓGICOS
2.2.1 Gases
São substâncias encontradas em estado gasoso à temperatura de 25°C e
compressão de 1 atmosfera, e altamente difusíveis no meio ambiente. Como
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exemplos têm-se o monóxido de carbono, metano, gás carbônico, dióxido de
nitrogênio, fosfina, etc.
2.2.2 Vapores
São as formas gasosas de substâncias que se encontram sob o estado sólido
ou líquido a 25°C de temperatura e a 1 atmosfera de pressão; são altamente
difusíveis. Como exemplos têm-se os vapores de benzeno, de tetracloreto de
carbono, etc.
2.2.3 Poeiras
São partículas sólidas resultantes da desintegração mecânica de substâncias
inorgânicas ou orgânicas, seja pelo simples manuseio, seja em consequência de
operações de esmagamento, moagem, trituração, branqueamento, polimento,
detonação e outros. O diâmetro das poeiras está entre 0,1 a 100 µm. Não se
difundem, geralmente, não floculam e tendem a depositar-se sob a ação da
gravidade. A importância do diâmetro das poeiras é evidente quando se observa que
as de diâmetro acima de 10 µm depositam-se rapidamente, entre 5 e 10 µm
depositam-se lentamente e inferiores a 5µm flutuam no ar por muito tempo. Outra
informação importante é a relacionada com as defesas das vias aéreas, pois, as
partículas com diâmetro superior a 3 µm atingem os alvéolos pulmonares, gerando
assim alto risco para os pulmões. Como exemplos têm-se as poeiras de rochas, de
metais, polens, esporos, etc.
2.2.4 Fumos
São partículas sólidas muito pequenas (diâmetro inferior a 1 µm ) resultantes
da condensação de vapores, geralmente, provenientes da volatilização de metais
em fusão, na maioria das vezes, acompanhadas de oxidação. Não se difundem,
floculam e depositam-se. Como exemplos têm-se os fumos de óxido de zinco, de
chumbo, etc.
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2.2.5 Fumaças
São partículas com diâmetros inferiores a 0,5 µm formadas por mistura de
gases, partículas sólidas e líquidas que resultam da combustão incompleta de
substâncias carbonadas. Como exemplos têm-se as fumaças industriais.
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2.3.2 Tipos de dermatoses
A figura acima indica uma dermatite de contato irritativa (DCI) forte grave, em
servente de pedreiro, devido à queda de concreto dentro da botina de couro.
Ocorreu ulceração grave com necrose tecidu al em área da pele de tratamento difícil
e lento. Neste caso, são necessários cerca de 90 dias para a cura do processo.
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Este outro caso de dermatite causado pelo cimento acima mostrado trata-se de
dermatite alérgica de contato (DAC) grave pelo cimento em servente de pedreiro,
acometendo membros superiores e inferiores.
Aspectos médicos legais (nexo causal): Pela constatação de que o trabalhador
entre em contato de modo habitual ou esporádico com o cimento, o médico do
trabalho prescreve e cria o nexo causal. Além disso, o trabalhador apresenta história
e quadro clínico compatíveis com o eczema irritativo ou alérgico produzido pelo
cimento, e por consequência, o trabalhador apresenta testes epicutâneos positivos
ao dicromato de potássio (cimento) e excepcionalmente ao cloreto ou sulfato de
cobalto, nos casos de eczema alérgico pelo cimento.
Prevenção: Não há como deixar de destacar os fatores de prevenção em sua
abordagem objetiva, a saber:
- Proceder com higiene pessoal;
- Utilizar os Equipamentos de Proteção Individual – EPI adequados;
- Orientações à força de trabalho por meio da liderança em DDS, por exemplo;
- Condições ambientais de segurança a fim de não expor os trabalhadores a
risco desnecessário e sem controle;
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A figura acima demonstra uma dermatite de contato irritativa por exposição a
solvente, onde geralmente se dá quando o trabalhador procede a limpeza das mãos
sujas com graxas utilizando-se de gasolina. Ocorreu, desta forma, processo irritativo
no dorso das mãos devido à gasolina e este processo se agravou sobremaneira
devido à sensibilização por tópicos (mertiolato e nitrofurazona) usados no tratamento
do processo irritativo.
FIQUE ATENTO
O diagnóstico feito de maneira ineficiente e a automedicação podem trazer
consequências tão danosas ao trabalhador quanto o próprio agente causador da
doença.
Prevenção:
- Evitar o contato prolongado e repetido da pele com os solventes orgânicos é a
indicação mais eficaz para evitar tais situações na pele;
- Evitar a remoção de tintas e graxas com solventes, tais como thinner,
gasolina, aguarrás, querosene e outros solventes orgânicos;
- Usar luvas e aventais apropriados;
- Orientar e preparar o trabalhador, ensinando-o a utilizar as medidas de
higiene propostas e orientando-o quanto ao uso correto dos EPIs.
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As sarnas do óleo de corte, conforme registrado na foto acima, são
constituídas por micropápulas que, ao serem escoriadas assumem aspecto
escabiótico (como as sarnas causadas por ácaros). Essas lesões ocorrem na região
dos antebraços em decorrência da ação irritativa que certos trabalhadores
suscetíveis apresentam por determinados óleos de corte.
Prevenção:
- Instalação de lavatórios próximos ao local de trabalho;
- Proteção nos equipamentos não automáticos a fim de evitar respingos e
gotejamentos;
- Orientação por parte da equipe dos Serviços Especializados em Saúde e
Medicina do Trabalho (SESMT) aos empregados em relação aos riscos e boas
práticas;
- Quando possível, uso de EPIs, aventais impermeáveis e cremes de proteção
para as mãos.
- Exame médico admissional: é importante verificar se existe dermatose
pregressa ou atual e diagnosticá-la, interrogar sobre antecedentes alérgicos a
atopia;
- Exame médico semestral do pessoal que manuseia óleo solúvel, no sentido
de se detectarem dermatoses incipientes e problemas orgânicos;
- Sempre que possível, substituir os equipamentos manuais por outros
semiautomáticos ou automáticos.
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Figura 7 – Úlcera crômica
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Formas de prevenção à exposição do ácido crômico:
Não há maiores obstáculos técnicos para se mitigar a exposição dos
profissionais ao ácido crômico, mas deve haver uma integração entre os vários
setores da empresa, onde todos devem estabelecer critérios sistemáticos de
controle. Eis as medidas:
- Ventilação exaustora local nas bordas dos tanques de cromação;
- Usar substâncias que reduzam a tensão superficial, diminuindo a formação de
hidrogênio;
- Automatização e enclausuramento dos banhos com ácido crômico.
- Adequação do piso em trabalhos de cromação, sendo que o piso deve ser liso
e permitir o fácil escoamento de resíduos líquidos para valas e ralos. As valas de
escoamento para ácidos devem ser independentes daquelas usadas para escoar
cianetos;
- Todos os resíduos devem sofrer tratamento apropriado antes de serem
lançados no esgoto;
- Controle médico, por meio de exames médicos periódicos, a cada 6 meses.
Especial atenção deve ser dada para o exame de pele, olhos, narinas, boca e
aparelho respiratório;
- Proteção coletiva, com processo de cromação automatizado. Exaustores com
tratamento de ar exaurido, evitando a contaminação do meio externo;
- Proteção individual, por meio da utilização dos EPIs. Nessa atividade os mais
importantes são os seguintes: luvas, botas, máscaras e aventais de borracha de boa
qualidade. Quando necessário, usar óculos ou protetor facial de segurança contra
possíveis respingos de banhos;
- Avaliação ambiental periódica, devendo-se proceder nas áreas onde são
utilizados e armazenados ácidos, cianetos e outras substâncias químicas.
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podendo ser feito o nexo causal de maneira ineficiente, e relacionar as causas com
outros agentes que não sejam biológicos.
Existem doenças que afetam, especialmente, os trabalhadores rurais em
atividades inerentes ao meio onde atuam, a saber:
- Animais: carbúnculo, mormo, febre aftosa, raiva, psitacose, brucelose e
tétano;
- Vegetais: micoses em geral (blastomicose, actinomicose);
- Outras: malária, ancilostomíase, esquistossomose;
2.5.1 Carbúnculo
Também chamado de anthrax, o carbúnculo é uma infecção que pode afetar a
pele, a região nasal e faringe, os pulmões, o mediastino, isto é, a parte central do
tórax, incluindo o coração, e os intestinos. Caso haja mais que um carbúnculo na
pele, podemos chamar de carbunculose. É considerada uma doença grave em todas
as suas fases. O carbúnculo é uma doença que é causada pelo Bacillusanthracis
(bacilo móvel, encapsulado, gram positivo, formador de esporos).
A bactéria é encontrada nos animais herbívoros, domésticos e selvagens, além
de solo e couro de animais secos contaminados. Pode ser transmitida pela sua
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inoculação na pele, ingestão de carne contaminada, lã, osso, pelo de animais e até
insetos ou por inalação.
Fatores de risco: Os pacientes que se enquadram no perfil imunodeprimidos,
ou seja, com transtornos depressivos que acabam gerando doenças sem explicação
clínica, e os indivíduos com doença associada, como a diabetes descontrolada, são
os mais propensos a contrair o carbúnculo. Os trabalhadores que se expõem ao
contato direto com animais estão altamente propensos a tal doença.
Sintomas: Geralmente, o carbúnculo apresenta-se como uma infecção na pele,
que pode começar com uma coceira, uma ferida avermelhada pequena, que pode
seguir com a formação de pus, vesícula e evoluir para uma úlcera, com sinais de
inflamação, calor local e geralmente não apresenta dor. Essa úlcera pode evoluir
para uma ferida chamada escara, com formação de uma crosta escura. Este quadro
de sintomas dificulta as ações de prevenção e os programas a serem estabelecidos
pelos profissionais de saúde e segurança, pois, acabam sendo sintomas diretos de
muitas outras doenças. O carbúnculo também pode se transformar numa doença
que afetará os gânglios locais e pode levar até a morte.
2.5.2 Mormo
O mormo, também conhecido como lamparão, é uma doença infecto-contagio
sa que acomete equídeos e tem como agente etiológico a bactéria Burkhol
deriamallei; pode também ser contraída por outros animais como o cão, gato, bode e
até o homem. Apesar de ser uma doença conhecida há vários séculos e nos anos
de 1968 foi considerada extinta no Brasil, estudos sorológicos realizados nos anos
de 1999 e 2000 detectaram a presença da doença em alguns estados
do nordeste brasileiro, e como é uma doença que acomete o homem que entre em
contato com animais contaminados, carece de preocupação e estudo sob o ponto de
vista dos profissionais da saúde e segurança. Já nos Estados Unidos e na Europa,
esta doença foi erradicada; na África e Ásia frequentemente é diagnosticada.
Fatores de risco: a infecção por esta bactéria se dá através do contato com
fluidos corporais dos animais doentes, como pus, urina, secreção nasal e fezes. Este
agente pode penetrar no organismo pela via digestiva, respiratória, genital ou
cutânea (através de alguma lesão), alcançando a circulação sanguínea, indo alojar-
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se em alguns órgãos, em especial, nos pulmões e fígado. Esta bactéria possui um
período de incubação de aproximadamente quatro dias.
2.5.3 Tétano
Fatores de risco e transmissão: Ocorre pela introdução dos esporos da bactéria
em ferimentos externos, geralmente perfurantes, contaminados com terra, poeira,
fezes de animais ou humanas. Isso porque o bacilo se encontra no intestino dos
animais, especialmente do cavalo e do homem (sem causar doen ça) e os esporos
podem estar presentes, tanto em solos contaminados por fezes ou com esterco,
como na pele ou na poeira das ruas, por exemplo. Queimaduras e tecidos
necrosados também são uma porta de entrada, o que favorece o desenvolvimento
da bactéria. Não apenas pregos e cercas enferrujados podem provocar a doença. A
bactéria do tétano pode ser encontrada nos mais diversos ambientes. Já a
transmissão do tétano neonatal, também chamado de “mal de sete dias”, ocorre pela
contaminação do coto umbilical por esporos do bacilo tetânico, que podem estar
presentes em instrumentos sujos utilizados para cortar o cordão umbilical ou em
substâncias pouco higiênicas usadas para cobrir o coto.
Sintomas: O tétano é uma infecção aguda e grave, causada pela toxina do
bacilo tetânico (Clostridium tetani), que entra no organismo através de ferimentos ou
lesões de pele e não é transmitido de um indivíduo para o outro. O tétano decorrente
de acidentes se manifesta por aumento da tensão muscular geral. Quando os
músculos do pescoço são atingidos, há dificuldade de deglutição. No caso de
contratura muscular generalizada e rigidez muscular progressiva, são atingidos os
músculos reto-abdominais e os do diafragma, o que leva à insuficiência respiratória.
O doente pode sofrer de crises de contraturas, geralmente desencadeadas por
estímulos luminosos, sonoros ou manipulação da pessoa, podendo levar à morte. Já
o tétano neonatal é decorrente da contaminação do cordão umbilical em recém-
nascido (criança com até 28 dias de vida). Neste caso, o sistema nervoso é afetado
e o tétano provoca fortes dores, fazendo com que a criança tenha contrações, chore
bastante e sinta dificuldade para mamar.
Prevenção: O tétano não é contagioso, entretanto, mesmo aqueles que já
contraíram a doença, não adquirem anticorpos para evitá-lo novamente. Por esta
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situação, a atenção por parte dos profissionais de saúde e segurança deve redobrar
nos processos industriais e/ou laborais, a fim de evitar esta doença. D eve-se ter
como ação imediata a vacinação, que é a única forma de proteção. Para
uma imunização adequada, em caso de ferimento, é preciso ter tomado três doses
da antitetânica, tendo sido a última dose há menos de dez anos.
2.5.4 Blastomicoses
A blastomicose é um tipo de micose causada pelo fungo Paracoccidioides
brasiliensis, cuja infecção dá-se por inalação de conídios em poeiras, em ambientes
quentes e úmidos, com formação de foco primário pulmonar (assintomático) e
posterior disseminação. Em pacientes com grande resistência imunológica, as
formas são localizadas, mas em outros perfis de indivíduos, os parasitas são
abundantes e com variados graus clínicos.
Fatores de risco: sob o foco de doenças ligadas ao trabalho, a blastomicose
pode ser considerada como doença relacionada ao trabalho, por conta da exposição
ao fungo, nos diversos ambientes laborais agrícolas ou florestais.
Sintomas: A forma cutânea localiza-se especialmente na face, sobretudo nas
junções muco cutâneas nasal e oral, onde se formam úlceras de expansão lenta,
com fundo granuloso e pontos ricos em fungos, acompanhadas de necrose e
eventual fistulização. As formas pulmonares predominam em adultos depois da
terceira década. As formas digestivas acometem pessoas jovens, produzindo
diarreias ou constipação, dores contínuas e cólicas severas. A forma linfática
manifesta-se por aumento indolor dos linfonodos cervicais, supraclaviculares ou
axilares. As formas viscerais atingem o fígado e as vias biliares, o baço e os
linfonodos abdominais, as suprarrenais ou o esqueleto (lesões osteolíticas).
2.5.5 Ancilostomíase
A ancilostomíase, também conhecida por ancilostomose é uma verminose, e
pode ser causada por dois tipos de vermes: o Ancylostoma duodenale ou
o Necatur americanos. Apesar dos humanos serem os únicos hospedeiros, outra
espécie desta doença, o Ancylostoma braziliense ou Ancylostoma caninum pode
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provocar em gatos e cães uma infecção intestinal, o que correlaciona a mesma
também como doença do trabalho para os trabalhadores rurais.
ATENÇÃO
As doenças como ancilostomíase, blastomicose e até mesmo o tétano, a princípio,
são relacionadas com doenças incidentes em grupos sociais de baixo poder
aquisitivo, que vivem em regiões carentes, sem saneamento básico e coleta de lixo
regular; todavia, não se pode desvencilhar tais doenças de ambientes laborais nos
meios rurais e também em empresas de alimentos e de ramos similares.
Sintomas: Estes surgem somente após 5 ou 8 meses depois que o indivíduo foi
infectado, pois, antes dos vermes chegarem ao intestino os sintomas são discretos.
Geralmente, os pacientes com a ancilostomíase costumam ter cólicas e dor de
barriga, diarreia, náuseas, palidez, respiração ruidosa e até mesmo tosse.
A referida doença pode acarretar em complicações um pouco mais exclusivas
e menos frequentes, a saber: amenorreia (ausência da menstruação), anemia
intensa devido à perda de sangue, desnutrição grave, hemorragias intestinais, pele
de cor amarelada devido à presença dos vermes no intestino delgado e pneumonia.
Prevenção: A ancilostomíase não é transmissível de pessoa para pessoa, só
quando o indivíduo entra em contato com local ou alimentos contaminados. As
larvas filarióides penetram na pele do indivíduo quando este anda descalço nas
áreas contaminadas pelas larvas. Daí a importância de se estabelecer
sistematicamente o uso de EPIs em ambientes laborais onde normalmente estes
EPIs são negligenciados, e sem uma fiscalização eficaz por parte do empregrador, o
trabalhador se expõe ao risco de maneira direta.
A principal prevenção contra a ancilostomíase é o saneamento básico,
construções sanitárias adequadas, bem como o tratamento dos infectados. Além de
campanhas de conscientização nas empresas, pois, se o indivíduo é tratado e
continua a viver em locais de risco, ele pode novamente contrair a verminose. As
prevenções mais comuns são:
- Evitar andar descalço (evitando o contato com o solo),
- Lavar as mãos antes do preparo de alimentos,
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- Lavar bem os alimentos,
- Não usar as fezes humanas como adubo,
- Proteger os pés descalços usando EPIs adequados,
- Ter bons hábitos de higiene pessoal no trabalho e em casa.
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Sintomas: Após período de incubação, em torno de uma semana, quando o
germe invade as vísceras de sua vítima, o indivíduo entra em um período febril entre
5 e 8 dias, com dores musculares, e algumas vezes rigidez da nuca, que é chamado
de Sinal de Kernig e vômitos. Podem surgir então icterícia franca (presença do
pigmento hemoglobina do sangue, impregnando as mucosas aparentes), assim
como fenômenos hemorrágicos, além de eliminação de cilindros ren ais pela urina,
caracterizando o quadro de nefrite. O estágio ictérico do Mal de Weil dá às mucosas
aparentes a coloração amarelada, assim como coloração amarela intensa à urina e
estende-se até décimo terceiro dia, quando a febre decresce, podendo então ocorrer
hemorragias. Nesse período pode ocorrer a morte.
Prevenção: De maneira objetiva, não há melhor programa de prevenção a ser
estabelecido pelas empresas do que eliminar os ratos das suas instalações, pois são
inquestionavelmente os maiores responsáveis e transmissores. Tal praga urbana é
difícil de ser combatida, por isso, a atenção dos profissionais ligados aos setores de
segurança e saúde no trabalho devem manter ações constantes e integradas, que
vão desde a área operacional, até a alta direção das empresas.
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CAPÍTULO 3 - PRIMEIROS SOCORROS
Para estudar todas as ações que permeiam os principais fundamentos que são
necessários aos primeiros socorros em um ambiente laboral, pode-se utilizar esta
figura a seguir, para refletir a importância de agir com rapidez e eficiência ao se
deparar com uma situação de emergência.
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3.2 AVALIAÇÃO OU ANÁLISES DA VÍTIMA
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3.3 RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR (RCP)
Um dos protocolos mais importantes dos primeiros socorros, que deve ser
matéria em todos os treinamentos voltados à saúde e segurança do trabalhador nas
empresas é a ressuscitação cardiopulmonar (RCP). A figura abaixo resume com
propriedade os procedimentos, a saber:
Checagem pulsativa
Devem-se seguir os passos conforme descritos abaixo:
- Posicionar a cabeça da vítima tensionada para trás, sustendo-a pela testa;
- Através da ponta dos dedos indicador e médio, deve-se encontrar o Pomo de
Adão;
- Posicionar os dedos lateralmente ao pescoço para o lado em que você estiver
posicionado (não utilize o polegar, pois, este tem pulso próprio);
- Captara pulsação da carótida, esperando de 5 a 10 segundos. A carótida é a
artéria mais recomendada por ficar próxima ao coração e ter fácil acesso.
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Figura 11 - Ilustração acerca dos procedimentos acima descritos
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- Entrelaçar os seus dedos (do socorrista), estendendo-os de forma que não
toquem no peito da vítima;
- Posicionar seus ombros diretamente acima de suas mãos sobre o peito da
vítima;
- Manter os braços retos e os cotovelos estendidos;
- Posicionar o osso esterno para baixo, aproximadamente 5 cm;
- Executar 30 compressões. Contar as compressões à medida que o socorrista
as executa;
- As compressões devem ser feitas uniformemente e com ritmo;
- Durante as compressões, flexionar o tronco ao invés dos joelhos;
- O socorrista deve evitar que os seus dedos apertem o peito da vítima durante
as compressões
ATENÇÃO
A RCP deve ser feita, inclusive durante o transporte, até que a vítima volte a
respirar, a ter pulso ou até que o atendimento médico chegue ao local.
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3.3.1 Desobstrução das vias aéreas
Para se fazer a desobstrução, seguir as orientações:
- Remover dentadura, pontes dentárias, excesso de secreção etc;
- Colocar uma das mãos sobre a testa da vítima e com a outra fazer uma
pequena força para elevar o queixo;
- Estender a cabeça da vítima para trás até que a boca abra.
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Figura 15 - Procedimento de respiração artificial
3.4 HEMORRAGIAS
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FIQUE ATENTO
Em casos de amputação parcial deve-se controlar o sangramento sem completar a
amputação.
Em amputação total deve-se controlar o sangramento e envolver a parte amputada
em pano limpo para ser transportada com a vítima.
3.5 FRATURAS
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sangramentos nas lesões expostas, imobilizar a área afetada antes de remover a
vítima, aplicar bolsa de gelo no local e encaminhar para atendimento hospitalar o
mais rápido possível.
3.7 QUEIMADURAS
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3.8.1 Formas de remoção e transporte
- Nos braços: Deve-se passar um dos braços da vítima ao redor do pescoço do
socorrista.
- De apoio: O socorrista deve passar seu braço em torno da cin tura da vítima e
o braço da vítima ao redor do seu pescoço.
- Nas costas: O socorrista deve dar as costas para avítima, passando os
braços dela ao redor de seu pescoço, incliando-a para frente e levantando-a.
Figura 18 - Cadeirinha
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Figura 19 – 2 socorristas
Figura 20 – 3 socorristas
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Figura 21 – 4 socorristas
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Outro conceito merecedor de destaque é a Toxicidade, que é a capacidade
inerente da substância de provocar efeitos nocivos em organismos vivos, em
especial no homem.
Intoxicação, outro conceito de igual relevância, é o conjunto de sinais e
sintomas que evidenciam os efeitos nocivos produzidos pela interação das
substâncias e produtos químicos com o organismo.
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- Avaliação de riscos do local de trabalho;
- Identificação dos perigos do local de trabalho;
- Identificação dos danos resultantes da exposição aos perigos existentes no
local de trabalho;
- Descrição das medidas preventivas para controle dos perigos relativas a toda
a equipe;
- Atividades e programas que visem a verificação e detecção de falhas e
comunicação das mesmas;
- Interpretação dos resultados de monitoramento de exposição ou vigilância da
saúde;
- Descrição das medidas preventivas e corretivas a serem tomadas nos
trabalhos de manutenção;
- Habilidade na prestação de primeiros socorros e procedimentos de
emergência.
Interessante notar que à medida que o efeito evolui de curto para médio e
longo prazo, a forma com que os agentes químicos se manifestam diante dos
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indivíduos que a ele se expõem modifica. No primeiro momento (curto prazo), a
consequência direta à exposição dos agentes químicos de alta concentração é o
acidente, cujos desfechos são de difícil controle e entendimento.
No segundo momento (médio prazo), essa concentração passa a diminuir, e os
profissionais envolvidos conseguem iniciar uma avaliação mais acurada da
exposição a tal agente químico.
Finalmente, num último momento, à medida que o valor temporal aumenta, a
concentração do referido agente químico diminui, mas ocorre o surgimento das
doenças, o que não exime os profissionais de saúde e segurança de ações efetivas
e rápidas, com o intuito de mitigar os danos causados.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mec ânicos , i ncl usiv e fo toc ópias o u
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
Adicionalmente, as altas temperaturas e altas pressões, comuns nos processos
industriais, aumentam a tendência expansiva dos agentes químicos no ar. Além da
expansibilidade aérea das substâncias, outros fatores contribuem para tornar os
pulmões a principal porta de entrada no organismo de substâncias tóxicas presentes
no ar dos locais de trabalho:
- A respiração ocorre continuamente, ou seja, o homem trabalha
simultaneamente ao ato de inalar o ar ao seu redor;
- A área de absorção dos alvéolos pulmonares é estimada em 145 m², em
contato direto com o ar ambiente, sendo muito maior do que a área da pele,
estimada em 2 m².
- Inexistência de qualquer barreira entre a zona respiratória e os alvéolos
pulmonares, conforme ilustra a seguinte figura:
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ocupacionais. Após serem inalados, os produtos químicos podem atingir a circulação
sanguínea, que os distribui por todo o organismo. Torna-se evidente a importância
de proteger a zona respiratória das pessoas que trabalham com produtos químicos.
Para tanto, é necessária a colocação de barreiras apropriadas entre os locais de
emissão de produtos químicos e a zona respiratória dos trabalhadores. Tais
barreiras devem ser previstas no projeto das instalações e colocadas na fonte de
emissão de agentes químicos, na trajetória de expansão dos agentes químicos no
ar, por meio de sistemas de exaustão e complementadas com utilização de
equipamentos de proteção respiratória.
Nível de supervisão:
- Assumir a responsabilidade pela proteção contra os produtos químicos de
todo o pessoal sob sua supervisão;
- Desenvolver no grupo uma consciência de prevenção que permaneça ao
longo da vida;
- Exigir que os padrões de segurança e saúde para o manuseio de produtos
químicos sejam obedecidos;
- Investigar todos os incidentes e acidentes envolvendo produtos químicos;
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- Considerar os padrões de segurança e saúde na utilização dos produtos
químicos na avaliação do desempenho profissional;
- Manter o pessoal adequadamente treinado, com especial atenção às
situações de emergência
Nível institucional:
- Assegurar a adoção das melhores práticas de gestão química disponíveis;
- Exigir especial atenção nos estudos de projeto, com o objetivo de eliminar,
reduzir e controlar a exposição ocupacional a produtos químicos na fase de
planejamento, momento estratégico para as correções mais efetivas, muitas vezes
com custo adicional zero e retornos consideráveis.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
No tocante aos estudos feitos, nota-se que os desafios a serem vencidos, tanto
por parte no trabalhador, quanto por parte da iniciativa empregadora, em
consonância com os programas governamentais, não são poucos. Todas as esferas
de atuação e de participação devem agir em conjunto, pois, delimitar as
responsabilidades na teoria, não acarreta em maiores problemas; todavia, na
prática, muitas vezes surgem lacunas, onde justamente ocorrem os acidentes, as
intoxicações a longo prazo, as doenças ocupacionais. O ambiente laboral é o
cenário maior, onde todos que participam direta ou indiretamente nas atividades
laborais, devem atuar com monitoração constante e ação continuada.
As doenças do trabalho devem ser a preocupação também da alta direção das
empresas, uma vez que a efetiva identificação do nexo causal requer investimentos
em infraestrutura e em profissionais, a fim de se estabelecer garantias aos
trabalhadores, e também controlar com precisão, se uma dada doença surge do
ambiente laboral ou se esta foi contraída fora do trabalho.
De toda a maneira, é importante que se garanta ao empregado toda a
assistência médica necessária, quando este contrai algum agente patológico, sem
olvidar seu papel de cidadão, antes mesmo de ser um trabalhador.
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REFERÊNCIAS
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