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CURSO

Segurança em Laboratórios:
Aspectos Ambientais e Ocupacionais

– Módulo 1 –
BOAS PRÁTICAS LABORATORIAIS
CURSO

Segurança em Laboratórios:
Aspectos Ambientais e Ocupacionais

– Módulo 1 –
BOAS PRÁTICAS LABORATORIAIS

Universidade Federal de São Paulo

Departamento de Gestão
e Segurança Ambiental

São Paulo, junho de 2022.


SUMÁRIO

GLOSSÁRIO............................................................................................................... 5
Referências bibliográficas ..................................................................................... 6
SEGURANÇA DO TRABALHO...................................................................................... 7
Conceito ............................................................................................................... 7
Pilares .................................................................................................................. 7
Universidades ....................................................................................................... 7
Cenário ................................................................................................................. 7
Laboratórios ......................................................................................................... 8
Responsáveis ........................................................................................................ 8
Acesso à informação e ao conhecimento ............................................................... 8
Tipos de risco........................................................................................................ 9
Riscos químicos ................................................................................................. 9
Vias de introdução de agentes químicos no organismo .................................... 10
Não conformidade no ambiente de trabalho e consequências ............................. 11
Ocorrência de acidentes e incidentes .................................................................. 11
Perigo x Risco ..................................................................................................... 12
Mapa (ou matriz) de riscos .................................................................................. 13
Referências bibliográficas ................................................................................... 14
PRINCÍPIOS DAS BOAS PRÁTICAS LABORATORIAIS .................................................. 17
Introdução .......................................................................................................... 17
5S – SENSOS ....................................................................................................... 17
Princípios ........................................................................................................ 17
Aplicação ........................................................................................................ 18
Condutas ............................................................................................................ 19
Lavagem das mãos .............................................................................................. 20
Operações com vidraria e outros utensílios ......................................................... 20
Limpeza e uso: preocupação com a coletividade ................................................. 21
Rotulagem dos produtos químicos ...................................................................... 22
Limpeza de superfícies e utensílios...................................................................... 22
Diluição de ácidos ............................................................................................... 22
Conservação e organização dos produtos químicos ............................................. 23
Características técnicas a serem consideradas num almoxarifado ........................ 23
Referências bibliográficas ................................................................................... 23
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E INDIVIDUAL ........................................ 25
Avental ............................................................................................................... 26
Óculos de segurança ........................................................................................... 26
Luvas .................................................................................................................. 26
Proteção respiratória .......................................................................................... 27
Referências bibliográficas ................................................................................... 28
PRINCÍPIO DE INCÊNDIO: PREVENÇÃO E COMBATE ................................................. 30
Fogo ................................................................................................................... 30
Incêndio ............................................................................................................. 30
Tetraedro do fogo ............................................................................................... 31
Pontos de fulgor, combustão e ignição ................................................................ 32
Transmissão de calor .......................................................................................... 32
Classes de incêndio ............................................................................................. 33
Métodos de extinção do fogo.............................................................................. 34
Tipos de extintor (água, pó químico seco e gás carbônico) ................................... 34
Tipos de extintor (ABC, classe D e classe K) ......................................................... 36
Manuseio do extintor ......................................................................................... 36
Acesso facilitado aos extintores .......................................................................... 37
Como se livrar das chamas .................................................................................. 37
Mais informações ............................................................................................... 37
Referências bibliográficas ................................................................................... 38
COMO INTERPRETAR AS INFORMAÇÕES SOBRE PRODUTOS QUÍMICOS? ................. 40
Introdução .......................................................................................................... 40
Diagrama ou Diamante de Hommel .................................................................... 40
Qualificação e quantificação do risco ............................................................... 40
Exemplos ........................................................................................................ 41
Onde encontrar as informações? ..................................................................... 44
Simbologia, classificação e identificação - transporte de produtos perigosos ....... 45
Classes de risco ............................................................................................... 45
Onde encontrar as informações? ..................................................................... 48
Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos
Químicos - Globally Harmonized System of Classification and Labeling of Chemicals
(GHS) .................................................................................................................. 49
Enquadramento .............................................................................................. 49
Rotulagem de produtos químicos .................................................................... 49
Pictogramas de perigo..................................................................................... 50
Prioridades – regras ........................................................................................ 52
Tipos de perigo ............................................................................................... 52
Frases e palavras ............................................................................................. 53
Exemplos de pictogramas de precaução .......................................................... 54
Orientações para rotulagem - recipientes sem a informação de transporte ...... 55
Orientações para rotulagem - recipientes utilizados em transporte externo..... 56
Onde encontrar as informações? ..................................................................... 57
Referências bibliográficas................................................................................ 58
FICHA DE INFORMAÇÕES SOBRE PRODUTOS QUÍMICOS ......................................... 60
Aspectos gerais ................................................................................................... 60
Estrutura ............................................................................................................ 60
Detalhamento .................................................................................................... 60
1. Identificação/Identificação do produto e da empresa .................................. 60
2. Identificação de perigos .............................................................................. 61
3. Composição e informações sobre os ingredientes ........................................ 61
4. Medidas de primeiros socorros .................................................................... 61
5. Medidas de combate a incêndio .................................................................. 61
6. Medidas de controle para derramamento ou vazamento ............................. 62
7. Manuseio e armazenamento ....................................................................... 62
8. Controle de exposição e proteção individual ................................................ 62
9. Propriedades físicas e químicas ................................................................... 62
10. Estabilidade e reatividade ......................................................................... 62
11. Informações toxicológicas ......................................................................... 62
12. Informações ecológicas ............................................................................. 62
13. Considerações sobre destinação final ........................................................ 63
14. Informações sobre transporte ................................................................... 63
15. Informações sobre regulamentações ......................................................... 63
16. Outras informações ................................................................................... 63
Obrigações ......................................................................................................... 63
Referências bibliográficas ................................................................................... 63
VIDRARIAS E OUTROS EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS DE LABORATÓRIO ................ 64
Referências bibliográficas ................................................................................... 73
GLOSSÁRIO
Classes de risco - Representações numéricas padronizadas internacionalmente para
identificar o risco oriundo da carga perigosa transportada.

FISPQ - Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos.

GHS - Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos


Químicos (Globally Harmonized System of Classification and Labeling of Chemicals).
Conjunto de regras, entre outras, de classificação e de rotulagem de produtos químicos,
que objetiva estabelecer uma comum e consistente base de classificação e comunicação
de perigos do produto químico perigoso.

Intoxicação aguda - Efeitos adversos que se manifestam após a administração de uma


substância, por via oral ou dérmica, de uma única dose ou múltiplas doses num intervalo
de 24 h, ou como consequência de uma exposição por inalação durante 4 h.

Intoxicação crônica - Caracteriza-se pelo surgimento de efeitos adversos tardios, após


meses ou anos, decorrentes da exposição pequena ou moderada a produtos tóxicos.

MSDS - Material Safety Data Sheet (FISPQ, em inglês).

Número CAS - Número de registro de uma base de dados (Chemical Abstracts Service):
substâncias ou misturas. É o identificador numérico único e universal, uma espécie de
“RG” para produtos químicos. Não existem dois compostos químicos diferentes
registrados com o mesmo n° CAS.

Número ONU (Organização das Nações Unidas) - Sempre composto por quatro
algarismos e padronizado internacionalmente, identifica a carga perigosa transportada.

Pictograma de perigo - Imagem que contém um símbolo de aviso, destinada a transmitir


informações sobre os efeitos deletérios que uma determinada substância ou mistura
pode ter na nossa saúde ou no ambiente.

Produto químico - Substância ou mistura.

Produto químico perigoso - Produto químico classificado como perigoso para a


segurança, a saúde e/ou o meio ambiente, conforme o critério de classificação adotado.

Telefone de emergência - Meio de comunicação para prestar informação(ões) sobre


segurança, saúde e meio ambiente relacionada(s) a produtos químicos, em caso de
emergência.

5
Referências bibliográficas

✓ ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 14725-1/2009 -


Produtos químicos - Informações sobre segurança, saúde e meio ambiente -
Parte 1: Terminologia. Publicada em: 26 ago. 2009.
✓ ECHA - Agência Europeia dos Produtos Químicos. Pictogramas CRE - ECHA.
Disponível em: https://echa.europa.eu/pt/chemicals-in-our-life/clp-pictograms.
Acesso em: 20 out. 2017.
✓ RUPPENTHAL, J. E. Toxicologia. Colégio Técnico Industrial da Universidade
Federal de Santa Maria. Santa Maria, 2013. Disponível em:
http://estudio01.proj.ufsm.br/cadernos_seguranca/sexta_etapa/toxicologia.pd
f. Acesso em: 20 out. 2017.

6
SEGURANÇA DO TRABALHO
Conceito

A segurança do trabalho abrange um conjunto de medidas técnicas, operacionais, legais,


administrativas, educacionais, médicas e psicológicas que objetivam evitar acidentes,
incidentes e doenças, por meio de instrução, conscientização e convencimento de
pessoas na implantação de práticas preventivas e da eliminação de condições inseguras
do ambiente.

A segurança do trabalho é fundamental para o exercício de qualquer atividade


produtiva, pois garante o máximo possível da integridade física, emocional, psicológica
e comportamental ao trabalhador.

Pilares

Entre outros princípios, informação, capacitação e consciência, prevenção, apoio da


direção e promoção da saúde constituem-se fatores cruciais para o sucesso de
programas de segurança do trabalho.

Universidades

Estas instituições, em especial as públicas, estão pautadas no tripé formado por ensino,
pesquisa e extensão. Para dar sustentação a suas atividades-fim, as universidades
precisam contar com o apoio e o suporte de diversas áreas, dispondo de serviços
administrativos, financeiros, contábeis, de manutenção, engenharia, limpeza,
segurança, saúde, compras, gestão ambiental, controle de estoques e patrimônio,
tecnologia da informação e outros.

Com base na integração desses setores, é necessário que haja planejamento nas
universidades para que a contratação de serviços e a aquisição de produtos e
equipamentos sejam conscientes, sustentáveis e, portanto, compatíveis com a
utilização.

No que tange aos produtos químicos, o efetivo planejamento institucional implica (1)
melhores condições de segurança, pois evita que se façam grandes estoques de
substâncias nas dependências da universidade, (2) diminuição do volume ou da massa
de resíduos gerados (minimizando ou, porventura, eliminando os desperdícios) e (3)
economia de recursos.

Cenário

As universidades públicas, inclusive a UNIFESP, tendem a pertencer a um contexto no


qual há heterogeneidade de público e de cursos, bem como rotatividade de estudantes
e diversificados hábitos, cultura, rotinas e trabalhos.

7
Além disso, resultados, produtos e subprodutos da pesquisa podem ser incertos,
acarretando impactos, situações de risco e resíduos que não foram previstos. Em relação
aos resíduos, estes apresentam grande variedade no âmbito das universidades, de modo
que demandam estratégias diferentes para gerenciamento.

Tais peculiaridades precisam ser ressaltadas, quando se formulam planos de gestão


ambiental e de segurança em laboratórios.

Laboratórios

Um programa de segurança em laboratórios envolve diversos setores, instâncias


diretivas, gerenciais, técnicas e operacionais, trabalhadores, campos do conhecimento,
variáveis e aspectos ambientais.

Em se tratando das universidades, tal programa tem a obrigação de contemplar a


inserção dos estudantes nas atividades laboratoriais. Os laboratórios onde se
manipulam produtos químicos podem ter grandes variedades de reagentes, solventes e
resíduos, resultando em severas incompatibilidades. Paralelamente, no caso da
universidade pública, deve-se considerar que a mesma tem função social e precisa atuar
na vanguarda das questões ambientais e ocupacionais.

Responsáveis

Os chefes, supervisores ou outros responsáveis pelos laboratórios devem:


✓ assegurar o cumprimento da legislação, dos regulamentos e das normas;
✓ fazer utilizar os equipamentos de proteção coletiva e os equipamentos de
proteção individual, de acordo com a legislação e as instruções;
✓ orientar seus funcionários e estudantes, para que eles desenvolvam suas
atividades com maior segurança e responsabilidade;
✓ supervisionar o almoxarifado relacionado ao fornecimento de reagentes
químicos a seu setor;
✓ comunicar, formalmente, sempre que estiverem ausentes;
✓ comunicar, formalmente, situação de risco e providências a serem tomadas;
✓ providenciar e manter sempre disponível (ou solicitar às instâncias competentes)
os equipamentos de emergência adequados e em perfeito funcionamento (por
exemplo, lava-olhos, chuveiro de segurança e extintores de incêndio).

Acesso à informação e ao conhecimento

O acesso à informação, que depois é convertida em conhecimento, constitui-se um pré-


requisito para que a universidade se consolide como instituição promotora da segurança
do trabalho e das boas práticas laboratoriais.

Nessa perspectiva, são imprescindíveis elementos como transparência na gestão, foco


na prevenção, no planejamento e na orientação, oferta de cursos e eventos para
capacitação, discussões e reflexões e site atualizado e intuitivo.

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Tipos de risco

Tendo em vista as Normas Regulamentadoras (NR) 5 (Comissão Interna de Prevenção


de Acidentes - CIPA), 9 (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA) e 17
(Ergonomia), do Ministério do Trabalho e Emprego, existem cinco tipos de risco no
ambiente laboral: físico, químico, biológico, ergonômico e de acidentes. O quadro
abaixo apresenta com maior detalhamento e exemplos esses riscos.

Grupo Risco Cor de identificação Exemplos


Calor, frio, pressão anormal, umidade,
radiações ionizantes (corpusculares - alfa
e beta; eletromagnéticas - gama e x),
1 Físico ♦♦♦ Verde radiações não ionizantes (luz visível,
infravermelho, ultravioleta, micro-ondas
de aquecimento e micro-ondas de
telecomunicações), ruídos e vibrações
Poeiras minerais, poeiras vegetais, fumos
2 Químico ♦♦♦ Vermelho metálicos, névoas, neblinas, gases e
vapores
Vírus, bactérias, protozoários, fungos,
3 Biológico ♦♦♦ Marrom
helmintos, culturas de células e príons
Levantamento e transporte manual de
peso, monotonia, repetitividade, ritmo
4 Ergonômico ♦♦♦ Amarelo
excessivo, posturas inadequadas e
trabalho em turnos
Arranjo físico inadequado do local de
trabalho, iluminação inadequada,
5 Acidente ♦♦♦ Azul incêndio e explosão, choque elétrico,
máquinas e equipamentos sem proteção,
queda, animais peçonhentos

Riscos químicos

Provenientes de agentes químicos, que são substâncias, compostos ou produtos que


possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos,
névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição,
possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão.

Poeira - é um aerodispersóide que surge quando os materiais sólidos sofrem processos


de golpe amento, ruptura, moagem, peneiramento, lixamento, trituração ou ainda na
manipulação de grãos vegetais, gerando partículas sólidas que flutuam no ar até se
depositarem por gravidade. Dentre os exemplos de processos que produzem pós,
podem ser citados: mineração, moagem, jato de areia, transformação de calcário,
amianto, pós de madeira etc.

Neblina - é um aerodispersóide que consiste em partículas líquidas geradas pela


condensação de vapores de um líquido. Exemplos: neblina de água e de ácidos.

9
Névoa - é um aerodispersóide formado por partículas líquidas geradas pela ruptura
mecânica de um líquido. Exemplos: nebulização de agrotóxicos e pintura por meio de
spray.

Fumos - são constituídos por partículas muito pequenas (aerodispersóides), que se


formam quando alguns materiais sólidos se vaporizam ou sublimam com o calor e logo
se esfriam bruscamente e condensam. O caso mais comum corresponde às partículas
de fumos que se formam no processo de solda, no qual os vapores do metal fundido se
esfriam, solidificam-se e são aerotransportados. Também se produzem nos processos
de fundição de metais.

Fumaça - é uma mistura de gases, vapores e aerodispersóides provenientes da


combustão incompleta de materiais. Exemplos: fumaça proveniente da combustão de
madeira ou plástico.

Fibras - são partículas sólidas produzidas por rompimento mecânico com característica
física de um formato alongado. Também são classificadas como aerodispersóides.
Exemplo: amianto.

Gases - compreendem átomos (no caso dos gases nobres) ou moléculas no estado
gasoso da matéria, o qual tem a capacidade de se expandir de maneira espontânea,
ocupando todo o espaço que lhe é disponível. Encontram-se na fase gasosa à pressão e
temperatura ambientes. Por isso, misturam-se intimamente com o ar e espalham-se
com facilidade. Exemplos: monóxido de carbono (produzido pelas combustões
incompletas), dióxido de carbono, nitrogênio, cloro, oxigênio, hélio e metano.

Vapores - representam a fase gasosa de uma substância líquida ou sólida na


temperatura em questão. Podem mudar de estado físico por mudanças na temperatura
ou pressão. São as emanações produzidas pela evaporação de um líquido ou sólido, à
temperatura ambiente ou pelo aporte de calor. Exemplos: vapores de gasolina, etanol,
clorofórmio, xilenos e naftalina.

Vias de introdução de agentes químicos no organismo

A presença de substâncias químicas nos ambientes de trabalho possibilita a exposição


dos trabalhadores a elas. Nas universidades e em outras instituições de ensino e
pesquisa, os estudantes também estão inseridos nessa problemática. Ocorrendo a
exposição, o agente químico pode ser introduzido no organismo por meio de uma ou
mais vias, como a respiratória, cutânea e digestiva.

Via respiratória: compreende um sistema formado pelo nariz, boca, faringe, laringe,
bronquíolos e pulmões. Trata-se da via de entrada mais representativa para a maioria
dos compostos químicos. A quantidade total de uma substância absorvida por via
respiratória depende da sua concentração no ambiente, do tempo de exposição e da
ventilação pulmonar.

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Via cutânea ou dérmica: compreende toda superfície que envolve o corpo humano. Nem
todas as substâncias podem penetrar através da pele. Algumas conseguem atravessar a
barreira cutânea diretamente e outras são veiculadas por outras substâncias.

Via digestiva ou oral: compreende o sistema formado pela boca, faringe, esôfago,
estômago e intestinos. No entanto, pode assumir importância quando é permitido aos
trabalhadores comer ou beber nos postos de trabalho.

Via parenteral: entende-se como a penetração direta da substância no organismo,


através de uma descontinuidade da pele (ferida ou punção).

Não conformidade no ambiente de trabalho e consequências

Evento adverso: qualquer ocorrência de natureza indesejável relacionada direta ou


indiretamente ao trabalho, incluindo:
✓ Circunstância indesejada: condição, ou um conjunto de condições, com potencial
de gerar acidentes ou incidentes.
✓ Acidente: ocorrência que resulta em danos à saúde ou integridade física de
trabalhadores ou de indivíduos do público.
✓ Incidente: ocorrência que não implica danos à saúde ou integridade física de
pessoas, mas com potencial para causar tais agravos.
✓ Prejuízo: dano a uma propriedade, instalação, máquina, equipamento, ao meio
ambiente ou perdas na produção.

Ocorrência de acidentes e incidentes

Segue abaixo um quadro com as condições que favorecem ou desfavorecem incidentes


ou acidentes.

Aumento da probabilidade Diminuição da probabilidade de ocorrerem


de ocorrerem incidentes e/ou acidentes incidentes e/ou acidentes
Desconhecimento do risco, dos
procedimentos, do funcionamento dos
Apoio da Direção
equipamentos, das propriedades das
substâncias
Desatenção e/ou imprudência
Pressa, pressão e/ou estresse Conhecimento
Jornadas exaustivas de trabalho Destreza
Falta de apoio da Direção Atenção
Falta de planejamento Acesso facilitado à informação
Falta de estrutura, de limpeza e de
Manutenção dos equipamentos
organização do ambiente laboral
Inexistência ou insuficiência de treinamentos
Conscientização e capacitação
e de capacitação
Autoconfiança exacerbada → risco
Senso de coletividade
subestimado
Descumprimento da legislação vigente e dos Cumprimento da legislação vigente e dos
princípios e das regras de segurança princípios e das regras de segurança

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Perigo x Risco

Estes termos não são sinônimos, e aqui discutiremos seus conceitos.

Perigo (hazard): agente (físico, químico ou biológico) ou ação que pode causar dano.

Situações de perigo:

O perigo está sempre associado à natureza de um produto, equipamento, material


biológico ou outros elementos e condições. É uma característica (ou propriedade)
inerente ao agente em questão. O ácido sulfúrico, por exemplo, é intrinsecamente
corrosivo. Não deixará de ser corrosivo.

Risco (risk): probabilidade de dano (por exemplo, doença ou acidente) resultante da


exposição a um perigo.

Logo, tem-se que: perigo + exposição = risco.

A intensidade do risco varia conforme o grau de interação com o perigo e os cuidados


tomados em tais ações.

Situações de risco (baseadas nas imagens anteriores):

12
Voltando ao ácido sulfúrico, a exposição a esta substância pode ser evitada (ou, pelo
menos, minimizada) mediante (1) uso de equipamentos de proteção coletiva e
equipamentos de proteção individual, (2) experimentos e análises em microescala, (3)
substituição parcial ou total por outros compostos menos perigosos, entre outras
medidas.

Em outra perspectiva

Mapa (ou matriz) de riscos

Corresponde à demonstração em tabela ou gráfica (mapa) dos riscos existentes no local


analisado, a fim de que se adotem medidas de prevenção, proteção, informação,
conscientização e atendimento à legislação.

Em outras palavras, mapa de riscos é o conjunto de registros gráficos que buscam


representar os riscos existentes nos diversos ambientes, ou postos de trabalho, sobre
sua planta baixa, objetivando reunir as informações necessárias para estabelecer o
diagnóstico da situação de segurança (e saúde) no local. Além disso, tem a função de

13
promover a informação e a conscientização às pessoas que praticam alguma atividade
naquele ambiente, explicitando os riscos ali existentes de forma compreensível.

Exemplo:

Referências bibliográficas

✓ BEZERRA, I. X. B.; CARVALHO, R. J. M. Construção de um sistema de indicadores


de desempenho em ergonomia na construção de edifícios: um modelo para
alcançar a excelência no desempenho empresarial. Revista Eletrônica Sistemas
& Gestão. Volume 6, Número 3, 2011, pp. 312-326, DOI:
10.7177/sg.2011.v6.n3.a6. Disponível em:
www.revistasg.uff.br/index.php/sg/article/download/V6N3A6/V6N3A6. Acesso
em: 29 dez. 2021.
✓ BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Guia de Análise de Acidentes
de Trabalho, 2010. Disponível em:
http://www.prevenirseg.com.br/biblioteca/guia_analise_acidente.pdf. Acesso
em: 30 dez. 2021.
✓ BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Norma Regulamentadora
(NR) n° 5. Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA. Publicação:
Portaria GM n° 3.214, de 08 de junho de 1978. Alterações/Atualizações:
Portaria SSMT n° 33, de 27de outubro de 1983. Portaria SSST n° 25, de 29 de
dezembro de 1994. Portaria SSST n° 08, de 23 de fevereiro de 1999. Portaria
SSST n° 15, de 26 de fevereiro de 1999. Portaria SSST n° 24, de 27 de maio de
1999. Portaria SSST n° 25, de 27 de maio de 1999. Portaria SSST n° 16, de 10 de
maio de 2001. Portaria SIT n° 14, de 21 de junho de 2007. Portaria SIT n° 247,
de 12 de julho de 2011. Portaria SEPRT n° 915, de 30 de julho de 2019. Portaria

14
MTP n.º 422, de 07 de outubro de 2021. Disponível em:
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-
especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-
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(NR) n° 9 - Avaliação e controle das exposições ocupacionais a agentes físicos,
químicos e biológicos. Publicação: Portaria MTb n° 3.214, de 08 de junho de
1978. Atualizações/Alterações: Portaria SSST n° 25, de 29 de dezembro de
1994. Portaria MTE n° 1.297, de 13 de agosto de 2014. Portaria MTE n° 1.471,
de 24 de setembro de 2014. Portaria MTb n° 1.109, de 21 de setembro de
2016. Portaria MTb n° 871, de 06 de julho de 2017. Portaria SEPRT n° 915, de
30 de julho de 2019. Portaria SEPRT n° 1.358, de 09 de dezembro de 2019.
Portaria SEPRT n° 1.359, de 09 de dezembro de 2019. Portaria SEPRT n° 6.735,
de 10 de março de 2020. Portaria SEPRT n° 1.295, de 02 de fevereiro de 2021.
Portaria SEPRT n° 8.873, de 23 de julho de 2021. Portaria MTP n° 426, de 07 de
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especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-
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✓ BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Norma Regulamentadora
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1978. Atualizações/Alterações: Portaria MTPS n° 3.751, de 23 de novembro de
1990. Portaria SIT n° 08, de 30 de março de 2007. Portaria SIT n° 09, de 30 de
março de 2007. Portaria SIT n° 13, de 21 de junho de 2007. Portaria MTb n°
876, de 24 de outubro de 2018. Portaria MTP n.º 423, de 07 de outubro de
2021. Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-
br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-
e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-17-atualizada-2021.pdf.
Acesso em: 03 jan. 2022.
✓ CHIAVENATO, I. Gestão de Pessoas: e o novo papel dos recursos humanos na
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✓ HALL, J.; OLIVEIRA, R. V.; QUELHAS, O. L. G.; CUNHA, J. Segurança e saúde nas
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Nacional de Engenharia de Produção, 20. São Paulo. 2000. Disponível em:
http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2000_e0015.pdf. Acesso em: 30
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✓ MICHAELIS. Gás. Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, 2017. Disponível
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brasileiro/gás/. Acesso em: 16 abr. 2020.
✓ PEIXOTO, N. H.; FERREIRA, L. S. Higiene Ocupacional III. Colégio Técnico
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Disponível em:
http://estudio01.proj.ufsm.br/cadernos_seguranca/sexta_etapa/higiene_ocup
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15
✓ PORTAL DA EDUCAÇÃO. Exposição e vias de entrada de agentes químicos no
organismo humano. Publicado em: 17 abr. 2013. Disponível em:
https://goo.gl/nvijvZ. Acesso em: 29 dez. 2021.
✓ TAVARES, C. R. G. Segurança do Trabalho I. EPR - Equipamento de Proteção
Respiratória. Curso Técnico de Segurança do Trabalho. Ministério da Educação.
Publicado em: 03 nov. 2009. Disponível em: https://tinyurl.com/ydg9bg7l.
Acesso em: 29 dez. 2021.

16
PRINCÍPIOS DAS BOAS PRÁTICAS LABORATORIAIS
Introdução

As boas práticas de laboratório (BPL) correspondem a um conjunto de ações cujo


objetivo é proporcionar a diminuição dos riscos e dos desperdícios, no ambiente em
questão. Tais medidas são constituídas por atividades e processos organizacionais no
local de trabalho, além de procedimentos básicos, como:
✓ aquisição e uso planejados e conscientes dos produtos, materiais e
equipamentos;
✓ foco na prevenção de incidentes, acidentes e prejuízos;
✓ senso de coletividade;
✓ utilização de equipamentos de proteção coletiva (EPC) e equipamentos de
proteção individual (EPI);
✓ limpeza e higienização dos instrumentos, dos equipamentos e do ambiente
laboral;
✓ gerenciamento de resíduos, com ênfase nos princípios da não geração e da
redução;
✓ treinamento e capacitação dos profissionais (trabalhadores e alunos) e
✓ implementação dos preceitos dos 5S no laboratório.

5S – SENSOS

O programa 5S é uma ferramenta empregada para implantar o sistema de qualidade


total em uma instituição e, porventura, na vida profissional e pessoal de cada indivíduo.
O referido método surgiu no Japão após a Segunda Guerra Mundial, com a finalidade de
reestruturar, organizar e melhorar a produção das indústrias da nação, intencionando
superar a crise de competitividade.

O método 5S tem este nome porque é formado por 5 palavras que começam com a letra
"S": Seiri, Seiton, Seisou, Seiketsu e Shitsuke. Trata-se de um sistema composto por cinco
conceitos básicos e simples, cuja essência está pautada na necessidade de mudanças
coletivas e individuais de atitudes, de pensamentos e de comportamento, permitindo,
através da prática, alcançar os objetivos propostos.

Princípios

17
Aplicação

Utilização
✓ agendamento e treinamento para uso dos equipamentos e da vidraria;
✓ implementação de sistema de almoxarifado para recebimento e entrega de
produtos químicos e materiais;
✓ estudo para substituição de reagentes e processos agressivos, ao meio ambiente
e/ou à saúde pública, por técnicas menos impactantes;
✓ consumo consciente e responsável de materiais, reagentes, água, gás e energia
elétrica;
✓ busca de informações antes do início dos experimentos (evitando possíveis
desperdícios);
✓ elaboração e aplicação de procedimentos operacionais padrão;
✓ uso de recipientes apropriados para acondicionamento de reagentes, soluções
diluídas no laboratório e resíduos;
✓ testes em microescala e
✓ laboratórios multiusuários.

Ordenação
✓ guarda dos materiais, reagentes e utensílios mais usados em locais mais
acessíveis;
✓ guarda de objetos mais pesados em locais mais baixos (obviamente);
✓ organização dos reagentes e resíduos químicos, no almoxarifado e no abrigo,
respectivamente, considerando critérios de compatibilidade e incompatibilidade
(nunca por ordem alfabética);
✓ organização de equipamentos conforme sua sequência de utilização;
✓ comunicação acerca dos riscos, das regras e dos equipamentos de emergência
do local;
✓ comunicação em relação a saídas de emergência;
✓ arquivo ou pasta que contenha fichas de informações de segurança de produtos
químicos (FISPQ) e

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✓ números de telefone de emergência colocados em locais conhecidos e de fácil
visualização.

Limpeza
✓ evitar sujar (manter limpo) o local de trabalho;
✓ se sujou, limpe;
✓ lavar vidraria e outros utensílios imediatamente após seu uso;
✓ ter a consciência e a ação prática para gerenciar os resíduos gerados em suas
atividades e
✓ elaborar e aplicar protocolos de limpeza.

Saúde
✓ compreensão da saúde como um estado de completo bem-estar físico, mental e
social, e não somente ausência de afecções e enfermidades;
✓ motivação dos trabalhadores e dos alunos;
✓ realização de exames periódicos;
✓ gerenciamento de risco no ambiente de trabalho, mediante treinamento,
capacitação e uso de equipamentos de proteção coletiva (EPC) e equipamentos
de proteção individual (EPI);
✓ uso de técnicas menos impactantes à saúde (se possível, técnicas desprovidas de
impacto);
✓ realização de ginástica laboral e
✓ incentivo à capacitação e à qualificação dos profissionais.

Autodisciplina (essencial para elaboração, implantação e manutenção dos sensos)


✓ cumprimento da legislação, das regras e dos procedimentos operacionais
padrão;
✓ senso crítico e reflexão para reconhecimento de não conformidades no
ambiente de trabalho;
✓ preocupação com a coletividade quando se manuseiam produtos químicos e
agentes biológicos e se descartam resíduos e
✓ incentivo à qualificação e ao aprimoramento e à atualização dos conhecimentos.

Condutas

✓ NUNCA fumar, comer nem beber nos laboratórios.


✓ NUNCA aplicar (ou usar) maquiagem nos laboratórios.
✓ NUNCA usar equipamentos ou utensílios do laboratório para fins pessoais.
✓ NUNCA utilizar o olfato para identificação de substâncias químicas.
✓ Não usar ornamentos durante o trabalho no laboratório (pulseiras, anéis, brincos
etc).
✓ Não usar lentes de contato no laboratório.
✓ Não usar o celular no laboratório.
✓ PLANEJAR protocolos antes de executar experimentos.
✓ NUNCA devem ser realizados experimentos sem a presença de outra pessoa. Em
caso de acidente, ela poderá auxiliá-lo(a).
✓ Manter protocolo de rotina acessível em caso de acidentes.

19
✓ Manter, no laboratório, arquivo ou pasta que contenha fichas de informações de
segurança de produtos químicos (FISPQ).
✓ Utilizar sempre sapato fechado.
✓ Manter os cabelos presos.
✓ Recomenda-se fortemente que se utilizem carrinhos para transporte de
vidrarias, instrumentos, recipientes e demais materiais de laboratório.
✓ NUNCA usar EPI fora do ambiente de trabalho.
✓ NUNCA pipetar com a boca.
✓ Comunicar ao responsável pelo laboratório qualquer condição de falta de
segurança ou simplesmente anormal.

Lavagem das mãos

A lavagem das mãos deve ser efetuada antes e depois dos procedimentos. Nesse
sentido, todos os lavatórios e pias devem:
✓ possuir torneiras ou comandos que dispensem o contato das mãos quando do
fechamento da água e
✓ ser providos de sabão líquido e toalhas descartáveis para secagem das mãos.

O uso de luvas não substitui o processo de lavagem das mãos, o que deve ocorrer, no
mínimo, antes e depois do uso dos referidos EPI. O uso de "álcool gel" não substitui o
uso da água corrente e do sabonete líquido, para lavagem das mãos.

A lavagem deve ocorrer em todas as áreas das mãos, conforme figura abaixo:

Operações com vidraria e outros utensílios

Toda a vidraria deve estar em perfeitas condições de uso → não utilizar materiais de
vidro quando quebrados ou rachados. Lubrificar tubos de vidro e termômetros antes de
inseri-los em rolhas, tampas de borracha e similares.

20
Para introduzir ou remover tubo de vidro e termômetros em rolhas, mangueira de
silicone, tampas emperradas e outros materiais → utilizar luvas anticorte e envolver as
partes com panos secos, para maior proteção em caso de ruptura do vidro.

CUIDADO: vidro quente normalmente tem a mesma aparência do vidro frio.

De modo geral, não submeter materiais de vidro a mudanças bruscas de temperatura,


pois poderão rachar ou quebrar.

Limpeza e uso: preocupação com a coletividade

Instrumentos e vidraria devem ser lavados imediatamente após sua utilização. Usou,
lavou. Depois de secos devem ser guardados, para não juntar pó. Não mantenha
amostras ou soluções em vidraria de laboratório (não acondicionar em béqueres, por
exemplo).

Use sempre recipientes apropriados para acondicionar amostras, os quais devem ter
resistência e capacidade de contenção e vedação. Não esqueça de liberar a vidraria para
seus colegas, evitando um colapso de recursos.

21
Rotulagem dos produtos químicos

Deve ser realizada de acordo com o GHS e a ABNT NBR 14725-3/2017. Veja mais
detalhes no capítulo “Como interpretar as informações sobre produtos químicos?”.

Se houver informação para transporte externo dos recipientes, a identificação também


deve ser norteada pela Res. ANTT n° 5947/2021.

Limpeza de superfícies e utensílios

Deve ser executada utilizando-se água e sabão, etanol 70% e/ou solução de hipoclorito
de sódio, entre outros produtos previstos nos procedimentos operacionais padrão do
setor. Não se recomenda o uso da acetona (propanona) pura para a limpeza, pois tal
substância é cara e controlada pela Polícia Federal.

Diluição de ácidos

Nunca despejar água num ácido.

Adicionar o ácido sobre a água. Além disso, o ácido deve ser adicionado gradativa e
lentamente, com agitação constante.

A reação de um ácido forte e concentrado com água acarreta a liberação de grande


quantidade de calor (reação exotérmica).

Quando despejamos água no ácido, ele não dá conta de absorver todo o calor resultante
da reação, e o aumento de temperatura faz com que a água adicionada passe de

22
maneira abrupta para o estado de vapor (calefação). Neste momento, pode-se perceber
o vapor que sai do recipiente no qual o ácido se encontra. Assim, o aquecimento muito
rápido e também incontrolável potencializará a formação de bolhas de vapor
provenientes da calefação, que irão projetar o ácido para cima, de modo que o mesmo
possa respingar na pessoa e em diversos locais.

Quando adicionamos gradativamente o ácido na água, a reação será a mesma, mas a


água, por ter mais capacidade de absorver calor, dará conta de absorver a energia
liberada na reação. Cabe ressaltar que o procedimento deve ser feito lentamente e em
pequenas quantidades, pois se grandes quantidades forem misturadas, nem a água
conseguirá absorver tamanha quantidade de calor.

Conservação e organização dos produtos químicos

Compras planejadas: adquirir somente o que se pretende utilizar.

Almoxarifado: local destinado aos serviços e procedimentos de recepção, guarda,


controle, conservação, distribuição e fiscalização dos materiais adquiridos pela
instituição.

Finalidade principal da área de gestão de estoque (almoxarifado): fornecer materiais


para os serviços em execução, nas quantidades estritamente necessárias.

Descarte de itens com validade vencida ou sem condições de uso: implica desperdício e,
consequentemente, custos para a instituição.

Características técnicas a serem consideradas num almoxarifado

✓ Edificação.
✓ Pavimentação.
✓ Compartimentalização, conforme critérios de compatibilidade química.
✓ Drenagem.
✓ Ventilação.
✓ Iluminação.
✓ Medidas de proteção contra incêndio.
✓ Proteção coletiva.
✓ Sistema de contenção de resíduos.

Referências bibliográficas

✓ AYALA, J. D.; DE BELLIS, V. M. Química Inorgânica Experimental. Departamento


de Química da Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2003.
Disponível em: https://qui.ufmg.br/~ayala/matdidatico/apostila_inorg_exp.pdf.
Acesso em: 02 nov. 2017.

23
✓ BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora n° 32.
Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde. Publicações: Portaria
GM n° 485, de 11 de novembro de 2005. Portaria GM n° 939, de 18 de
novembro de 2008. Portaria GM n° 1.748, de 30 de agosto de 2011. Portaria
SEPRT n.º 915, de 30 de julho de 2019. Disponível em:
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-
especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-
trabalho/normas-regulamentadoras/nr-32.pdf. Acesso em: 30 dez. 2021.
✓ COSTALONGA, A. G. C.; FINAZZI, G. A.; GONÇALVES, M. A. Normas de
Armazenamento de Produtos Químicos. Universidade Estadual Paulista. Curso
de Higiene e Segurança. Araraquara, 2010. Disponível em:
http://www.unesp.br/pgr/pdf/iq2.pdf. Acesso em: 15 out. 2017.
✓ FMUSP - Hospital das Clínicas. Laboratórios de Investigação Médica - LIM. Guia
de Boas Práticas Laboratoriais. São Paulo, 2015. Disponível em:
www.limhc.fm.usp.br/portal/wp-
content/uploads/2015/11/Manual_Guia_de_Boas_Praticas.pdf. Acesso em: 03
nov. 2017.
✓ LMIM-USP - Laboratório de Materiais e Interfaces Moleculares da Universidade
de São Paulo. POPs. Experimentos. Ribeirão Preto, 2015. Disponível em:
http://sites.usp.br/lmim/seguranca-e-limpeza-laboratorio/. Acesso em: 03 nov.
2017.
✓ PANTALEÃO, S. F. Programa 5 "S" - uma prática que gera resultados. Guia
Trabalhista, 2017. Disponível em:
http://www.guiatrabalhista.com.br/tematicas/metodo5s.htm. Acesso em: 04
nov. 2017.
✓ SILVA, J. M. 5S: O ambiente da qualidade. 3. ed. Belo Horizonte: Fundação
Christiano Ottoni, 1994. 160 p.
✓ TEIXEIRA, A. Funções químicas e suas reatividades. PUC-Rio - Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro. Coordenação Central de Educação a
Distância, 2010. Disponível em: http://web.ccead.puc-
rio.br/condigital/mvsl/Sala%20de%20Leitura/conteudos/SL_funcoes_quimicas.
pdf. Acesso em: 02 nov. 2017.

24
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E INDIVIDUAL
Os equipamentos de proteção coletiva (EPC) e os equipamentos de proteção individual
(EPI) são dispositivos cuja função principal compreende manter a integridade física dos
indivíduos, no âmbito de sua atividade laboral. Trata-se de aparatos ou indumentárias
que proporcionam eliminação ou atenuação dos riscos a que os trabalhadores estão
submetidos.

Os EPC possibilitam a proteção do grupo, do patrimônio, do meio ambiente e da


pesquisa desenvolvida. São exemplos desses equipamentos as cabines de segurança
biológica, capelas químicas, fluxo laminar, sensores em máquinas, pisos antiderrapantes
e outros (FONSECA; BESSA; BRITO, 2011). Em se tratando das cabines de segurança
biológica, cumpre registrar que existem vários tipos do equipamento em questão, e sua
escolha depende do agente a ser manipulado. De modo geral, tais cabines devem
possuir filtros HEPA (High Efficiency Particulate Arrestance), providos de alto poder de
retenção de contaminantes e partículas pequenas.

EPC consistem em dispositivos, sistemas ou meios, fixos ou móveis, que visam à


preservação da integridade física não apenas de um indivíduo, mas da coletividade.
Consequentemente, os EPC prezam pela saúde dos trabalhadores, usuários e terceiros,
bem como da sociedade e do meio ambiente, tendo o objetivo bem mais amplo quando
comparado ao EPI, já que este pretende proteger apenas quem o utiliza.

Chuveiros de emergência, lava-olhos e extintores, embora sejam de uso coletivo, podem


ser inseridos em outra categoria fora dos EPC, uma vez que são acionados quando já
aconteceu o evento indesejado (acidente ou incidente). Então, a função genuína desses
dispositivos é mitigar os prejuízos (sejam estes humanos, ambientais ou materiais), e
não agir para evitar tais ocorrências. O extintor tem a finalidade de combater o princípio
de incêndio; já os chuveiros de emergência e os lava-olhos são destinados a atender
prontamente às vítimas de acidentes, como derramamentos, respingos e quebra de
frascos.

Entendem-se como EPI os dispositivos, especificamente de uso individual, reservados a


proteger a segurança e a saúde do trabalhador contra riscos ocupacionais. A instituição
empregadora é obrigada a fornecer aos seus empregados, gratuitamente, os EPI
adequados ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes
circunstâncias: i) sempre que as medidas coletivas, ou de ordem geral, não ofereçam
completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais
e do trabalho; ii) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem em fase de
implantação; iii) para atender a situações de emergência, como vazamentos e
derramamentos de produtos químicos, ou liberação de gases e/ou vapores tóxicos em
reação não usual ou não esperada.

O uso de EPI é uma exigência da legislação trabalhista brasileira, através da Norma


Regulamentadora (NR) 6. O MTE atesta a qualidade dos EPI nacionais ou importados
disponíveis no mercado, ao emitir o Certificado de Aprovação (CA). O fornecimento ou
a comercialização de EPI sem o CA é considerado crime, de modo que comerciante e

25
empregador ficam sujeitos às penalidades previstas em lei. Ainda em relação à NR 6, é
essencial mencionar que cabe ao empregador quanto ao EPI: a) adquirir o adequado ao
risco de cada atividade; b) exigir seu uso; c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado
pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho; d)
orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação; e)
substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado; f) responsabilizar-se pela
higienização e manutenção periódica; g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade
observada; h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros,
fichas ou sistema eletrônico.

Ao se analisar o ambiente de um laboratório da área de química, por exemplo,


enfatizam-se os seguintes EPI: avental, óculos de segurança, luvas e proteção
respiratória.

Avental
O avental deve ser confeccionado em tecido de algodão tratado (queima mais devagar)
para proteger o trabalhador dos respingos da substância manipulada no laboratório,
mas é ineficaz em exposições extremamente acentuadas, incêndios ou grandes
derramamentos. Outras especificações desta indumentária compreendem: (1)
comprimento até os joelhos e mangas compridas com fechamento em velcro, (2)
fechamento da vestimenta com botões e (3) não possuir abertura lateral nem bolso,
para não haver acúmulo de poeira ou outros resíduos.

Óculos de segurança
Os óculos de segurança devem ser utilizados por todo profissional que trabalha em
laboratório ou depósitos de reagentes ou resíduos químicos. Deve possuir leveza,
conforto, tratamentos antirrisco e antiembaçante, proteção lateral e cordão de
segurança fixo.

Luvas
As luvas constituem-se um dos equipamentos mais importantes, pois protegem as
partes do corpo com maior risco de exposição: as mãos. Há vários tipos de luvas e sua
utilização deve proceder de acordo com o produto a ser manuseado. A eficiência das
luvas é medida através de três parâmetros:
✓ Degradação: mudança em alguma das características físicas da luva.
✓ Permeação: velocidade com que uma substância permeia através da luva.
✓ Tempo de resistência: tempo decorrido entre o contato inicial com o lado
externo da luva e a ocorrência do produto químico no seu interior.

Os Quadros 1 e 2 apresentam o tipo de luva indicado em relação à categoria de


composto químico manipulado.

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Quadro 1 – Material da luva e indicações.

Material Indicações
Cloreto de Utilizado comumente em todos os setores industriais (para ácidos e
polivinila (PVC) álcalis)
Borracha natural Ácidos, álcalis diluídos, álcoois, sais e cetonas
Nitrila Ácidos, álcalis, álcoois, óleos, graxa e alguns solventes orgânicos
Ácidos, sais, cetonas, solventes à base de petróleo, detergentes,
Neoprene
álcoois, cáusticos e gorduras animais
Ácidos, álcalis diluídos, álcoois, cetonas, ésteres (tem maior
Borracha butílica
resistência avaliada contra a permeação de gases e vapores aquosos)
Acetato de Bom para solventes aromáticos, alifáticos e halogenados. Ruim para
polivinila (PVA) soluções aquosas
Viton Especial para solventes orgânicos clorados e/ou aromáticos
Luva de cobertura, praticamente para todas as classes de produtos
Silver shield
químicos (uso especial em acidentes)
Látex Permeável à maioria dos produtos químicos
Fonte: Gavetti (2013).

Quadro 2 – Tipos de luva, pontos fortes e precauções especiais para utilização.

Material
Características Cloreto de
Látex natural Neoprene Nitrila
polivinila (PVC)
Excelente
Grande resistência à
maleabilidade Resistência química
abrasão e
e resistência a polivalente: ácidos,
perfuração; grande Boa resistência a
Pontos fortes rasgos; boa solventes alifáticos;
resistência a ácidos e bases
resistência a boa resistência à luz
hidrocarbonetos e
diversos do sol
derivados
ácidos e cetonas
Evitar contato com Baixa resistência
solventes que mecânica; evitar o
Evitar contato
contenham contato com
Precauções com
Evitar contato com cetonas, com solventes que
especiais óleos, graxas e
solventes clorados ácidos contenham
para utilização derivados de
oxidantes e com cetonas e com
hidrocarboneto
produtos solventes
orgânicos azotados aromáticos
Fonte: IQ-UNICAMP (2009).

Proteção respiratória
A proteção respiratória tem a função de evitar que o trabalhador inale vapores
orgânicos, névoas, partículas ou fumos metálicos. Deve estar sempre higienizada e os
filtros saturados precisam ser substituídos. Se utilizados de forma inadequada, os
respiradores tornam-se desconfortáveis e podem transformar-se numa verdadeira
fonte de contaminação. Este equipamento deve ser inserido em saco plástico e

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armazenado em local seco e limpo. O respirador é usado apenas quando as medidas de
proteção coletiva não existem, não podem ser implantadas ou são insuficientes, em
casos como: acidentes, limpeza de almoxarifados de produtos químicos e operações nas
quais não seja possível a utilização de sistemas exaustores ou capela. Em caso de
incêndio, principalmente envolvendo compostos que liberam gases tóxicos, é
necessário o uso de uma máscara de oxigênio independente do ar ambiente.

É pertinente registrar que, no portal do Ministério do Trabalho e Emprego, podem ser


consultados os Certificados de Aprovação para os diferentes EPI, como luvas, protetores
facial e auricular, respirador e purificador de ar, óculos e vestimenta do tipo jaleco ou
avental. É possível realizar a consulta acessando o seguinte link:
http://caepi.mte.gov.br/internet/consultacainternet.aspx.

Referências bibliográficas

✓ BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. CAEPI - Certificado de Aprovação de


Equipamento de Proteção Individual - 1.1.9, 2016. Disponível em:
http://caepi.mte.gov.br/internet/ConsultaCAInternet.aspx. Acesso em: 30 dez.
2021.
✓ BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora (NR) n° 6 -
Equipamento de Proteção Individual - EPI. Publicação: Portaria GM n° 3.214, de
08 de junho de 1978. Alterações/Atualizações: Portaria SSMT n° 05, de 07 de
maio de 1982. Portaria SSMT n° 06, de 09 de março de 1983. Portaria DSST n°
05, de 28 de outubro de 1991. Portaria DSST n° 03, de 20 de fevereiro de 1992.
Portaria DSST n° 02, de 20 de maio de 1992. Portaria DNSST n° 06, de 19 de
agosto de 1992. Portaria SSST n° 26, de 29 de dezembro de 1994. Portaria SIT
n° 25, de 15 de outubro de 2001. Portaria SIT n° 48, de 25 de março de 2003.
Portaria SIT n° 108, de 30 de dezembro de 2004. Portaria SIT n° 191, de 04 de
dezembro de 2006. Portaria SIT n° 194, de 22 de dezembro de 2006. Portaria
SIT n° 107, de 25 de agosto de 2009. Portaria SIT n° 125, de 12 de novembro de
2009. Portaria SIT n° 194, de 07 de dezembro de 2010. Portaria SIT n° 292, de
08 de dezembro de 2011. Portaria MTE n° 1.134, de 23 de julho de 2014.
Portaria MTE n° 505, de 16 de abril de 2015. Portaria MTb n° 870, de 06 de
julho de 2017. Portaria MTb nº 877, de 24 de outubro de 2018. Disponível em:
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-
especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-
trabalho/normas-regulamentadoras/nr-06.pdf. Acesso em: 30 dez. 2021.
✓ FCFFP-USP. Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto -
Universidade de São Paulo. Comissão Interna de Prevenção de Acidentes.
Luvas. Ribeirão Preto, 2016. Disponível em:
http://fcfrp.usp.br/cipa/seguranca/epi/uso_adequado_de_luvas_em_laborator
io.pdf. Acesso em: 07 mar. 2018.
✓ FIGUEIREDO, T. M. C. O Direito Fundamental ao Meio Ambiente de Trabalho
Adequado. Universidade Estadual da Paraíba. Guarabira, 2014. Disponível em:
http://dspace.bc.uepb.edu.br/jspui/bitstream/123456789/3403/1/PDF%20-
%20Tereza%20Margarida%20Cota%20de%20Figueiredo.pdf. Acesso em: 07
mar. 2018.

28
✓ FONSECA, A.G.; BESSA, A.B.; BRITO, T.N.S. Ações educativas para técnicos e
auxiliares de laboratório de análises clínicas. Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, 2011. Disponível em:
http://www.periodicos.ufrn.br/extensaoesociedade/article/view/1066/918.
Acesso em: 07 mar. 2018.
✓ GAVETTI, S. M. V. C. Guia para a utilização de laboratórios químicos e
biológicos, 2013. Disponível em:
http://www.sorocaba.unesp.br/Home/CIPA/Treinamento_para_utilizacao_de_l
aboratorios_quimicos_e_biologicos_leitura.pdf. Acesso em: 07 mar. 2018.
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Pictogramas. As luvas e as matérias-primas. Tabela de Resistência Química.
Campinas, 2009. Disponível em:
http://www.iqm.unicamp.br/sites/default/files/tabeladeluvas.pdf. Acesso em:
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✓ RIO GRANDE DO SUL. Secretaria da Saúde do Estado. Portaria n° 40, de 29 de
dezembro de 2000. Norma técnica de biossegurança em estabelecimentos
odontológicos e laboratórios de prótese no Rio Grande do Sul. Disponível em:
http://www1.saude.rs.gov.br/dados/1203618343665Norma%20T%E9cnica%20
de%20Biosseguran%E7a.pdf. Acesso em: 07 mar. 2018.
✓ SILVA JUNIOR, I. V.; COELHO, H.; MAJEROWICZ, J.; GONÇALVES, M. S.; COUTO,
S. E.; CARDOSO, T. A. O. Subgrupo de trabalho da Comissão Técnica de
Biossegurança da Fiocruz, 2004. Disponível em:
www.fiocruz.br/biosseguranca/ctbio/docs/jaleco2.pdf. Acesso em: 07 mar.
2018.

29
PRINCÍPIO DE INCÊNDIO: PREVENÇÃO E COMBATE
Fogo

Resultado da reação química de oxidação (portanto, exotérmica1) de um material


combustível, liberando calor, luz e produtos (fumaça, gases e/ou vapores).

Exemplos:
a) Combustão completa do etanol:
CH3-CH2-OH (l) + 3O2 (g) → 2CO2 (g) + 3H2O (l)
Etanol + oxigênio → dióxido de carbono + água
b) Combustão completa do metano:
CH4 (g) + 2O2 (g) → CO2 (g) + 2H2O (g)
Metano + oxigênio → dióxido de carbono + água
c) Combustão do hidrogênio:
2H2 (g) + O2 (g) → 2H2O (l)
Hidrogênio + oxigênio → água

A combustão completa ocorre quando existe oxigênio suficiente para consumir todo
combustível (FOGAÇA, 2012), redundando maior liberação de calor. A combustão se dá
de forma incompleta quando não há oxigênio suficiente para consumir todo o
combustível, redundando menor liberação de calor. No caso de compostos orgânicos
que possuem apenas carbono e hidrogênio (hidrocarbonetos) ou carbono, hidrogênio e
oxigênio, os produtos da combustão incompleta podem ser monóxido de carbono (CO),
que é tóxico, e água, ou carbono elementar (C) e água (FOGAÇA, 2012).

Exemplos:
a) Combustão incompleta do metano:
CH4 (g) + 3/2O2 (g) → CO (g) + 2H2O (g)
Metano + oxigênio → monóxido de carbono + água
b) Combustão incompleta do metano (com ainda menos oxigênio):
CH4 (g) + O2 (g) → C (s) + 2H2O (g)
Metano + oxigênio → carbono + água

Incêndio

Trata-se da ocorrência de fogo descontrolado, o que acarreta riscos para seres vivos,
estruturas, equipamentos e, portanto, meio ambiente.

A queima de combustíveis ordinários, como madeira, papel, papelão e tecidos, produz


fumaça branca ou cinza clara.

1
Uma reação exotérmica é uma reação química cuja energia é transferida de um meio interior para o
meio exterior, aquecendo, assim, o ambiente. Ou seja, ocorre liberação de calor.

30
Foto: Environmentalists have urged authorities to get serious about the burning-off. (Reuters/Antara
Foto: Rony Muharrman).

A queima de derivados de petróleo produz fumaça escura.

Foto: Lara Solt/The Dallas Morning/AFP.

Tetraedro do fogo

Para haver fogo, é necessária a combinação de quatro elementos: combustível,


comburente, calor e reação em cadeia. A reunião desses quatro componentes é
chamada de tetraedro do fogo.

✓ Combustível: algum material ou produto que irá queimar.


✓ Comburente: substância que reage com um combustível, provocando a
combustão. Normalmente, é o oxigênio.
✓ Calor: energia térmica em trânsito de um corpo para outro, devido, unicamente,
a uma diferença de temperatura.
✓ Reação em cadeia: reação química contínua entre o combustível e o
comburente, a qual libera mais calor para a reação e mantém a combustão em
um processo sustentável.

31
Pontos de fulgor, combustão e ignição

Ponto de fulgor: temperatura mínima na qual a substância começa a liberar seus vapores
inflamáveis.

Retirada da chama → fogo se apaga, pois não há quantidade suficiente de calor para
produzir vapores ou gases suficientes e manter o fogo. O processo não se sustenta por
muito tempo, pois não há quantidade suficiente de vapores ou gases, tampouco calor,
para mantê-lo.

Ponto de combustão: temperatura mínima em que os gases desprendidos dos


combustíveis, combinados com o oxigênio, ao terem contato com uma fonte de calor,
entram em combustão e continuam a queimar.

Retirada da chama → o fogo não será eliminado, porque a temperatura ainda propicia,
através da degradação do combustível, a geração de vapores ou gases inflamáveis
suficientes para manter o fogo. Cabe ressaltar que, neste ponto, ainda é necessária uma
fonte de energia (calor) para que o processo de queima continue.

Ponto de ignição: temperatura mínima na qual os gases desprendidos dos combustíveis


entram em combustão apenas pelo contato com o oxigênio do ar, independentemente
de qualquer fonte externa de calor.

Gases e vapores aquecidos já são capazes de entrar em combustão.

Temperatura: ponto de ignição ponto de combustão ponto de fulgor.

Transmissão de calor

A transmissão de calor pode ocorrer mediante fenômenos de condução, convecção e


irradiação.

Condução: o calor é transportado da região de maior temperatura para a região de


menor temperatura, através do contato físico direto. Neste fenômeno, não há
deslocamento apreciável das moléculas.

Convecção: transferência de calor através de um fluido, que ocorre devido ao


movimento do próprio fluido (qualquer material que possa escoar). As moléculas
aquecidas se chocam umas com as outras, tornando o fluido menos denso (portanto,
mais leve) e sobem, distribuindo o calor pelo ambiente. Em outras palavras, a convecção

32
é o processo de transmissão de calor no qual a energia térmica se propaga através do
transporte de matéria, devido a uma diferença de densidade e a ação da gravidade. Tal
processo ocorre somente com os fluidos, isto é, com os líquidos e com os gases, pois na
convecção térmica há transporte de matéria.

Irradiação: transferência de calor dá-se através de ondas eletromagnéticas. A irradiação


é o processo mais importante de propagação de calor, pois é através dele que o calor
do Sol chega até a Terra. Sem esse processo não haveria vida na Terra.

Classes de incêndio

Classes de Incêndio Exemplos e Características

Fogo envolvendo materiais combustíveis sólidos, tais


Aparas de papel e como madeiras, tecidos, papéis, borrachas, plásticos
madeiras termoestáveis e outras fibras orgânicas, que queimam
em superfície e profundidade, deixando resíduos.
Fogo envolvendo líquidos e/ou gases inflamáveis ou
Líquidos combustíveis, plásticos e graxas que se liquefazem por
inflamáveis ação do calor e queimam somente em
superfície. Queimam somente em superfície e não
deixam resíduos após a queima.
Equipamentos elétricos energizados: televisores,
Equipamentos componentes elétricos, computadores e
elétricos eletroeletrônicos energizados. São caracterizados pela
presença de energia elétrica e oferecem grande risco
no processo de sua extinção.

33
Fogo em metais pirofóricos, tais como magnésio,
Metais
titânio, zircônio, sódio, potássio e lítio.
combustíveis

Óleos e gorduras Fogo em óleos vegetais e gorduras.

Métodos de extinção do fogo

Resfriamento: é a extinção do fogo mediante remoção do calor do combustível,


diminuindo a taxa de evaporação até o fogo cessar.

Abafamento: consiste na interrupção do fornecimento do comburente da reação.


Podem ser utilizados inúmeros agentes extintores para este fim, como areia, terra,
cobertores, vapor d’água, espumas, pós, gases especiais, entre outros. O material
utilizado para extinção do fogo dependerá, evidentemente, daquilo que estiver
queimando.
Isolamento: é a retirada do material combustível que ainda não queimou ou sua
separação do combustível que ainda está queimando. Dessa forma, sem combustível, a
combustão se encerrará por falta do que consumir.

Quebra da reação em cadeia: corresponde à introdução de substâncias que inibem a


capacidade reativa do comburente com o combustível, interrompendo-se a reação e,
assim, eliminando fogo.

Tipos de extintor (água, pó químico seco e gás carbônico)

34
Ação primária e secundária de cada agente extintor:
✓ água - resfriamento e abafamento;
✓ pó químico seco (PQS) - quebra da reação em cadeia e abafamento;
✓ gás carbônico - abafamento e resfriamento.

Para combater princípio de incêndio de Classe C, embora os extintores de PQS sejam


eficientes, o extintor de CO2 é o mais adequado, pois este não deixa resíduos que podem
danificar permanentemente os equipamentos elétricos.

O operador deve segurar a mangueira do extintor de CO2 pelo punho, nunca pelo
difusor, a fim de que o profissional em questão não sofra queimaduras (devido à baixa
temperatura do CO2 que é liberado). A estrutura do extintor de CO2 está apresentada
na figura abaixo:

35
Tipos de extintor (ABC, classe D e classe K)

Fontes: Extincêndio (2004), Protege (2006a, 2006b, 2009), Resil (2016).

Manuseio do extintor

36
Acesso facilitado aos extintores

Além da disponibilidade dos extintores e de pessoas treinadas e capazes de manuseá-


los, é obviamente fundamental que tais equipamentos estejam em locais acessíveis, pois
precisarão ser acionados em situações de emergência (segundos são cruciais nestes
momentos).

Como se livrar das chamas

Ao perceber que sua roupa está pegando fogo, não saia correndo!

Mais informações

Para obter informações adicionais a respeito de princípios e combate a incêndio, acesse


os sites abaixo:

✓ Instituto de Química da Universidade de São Paulo, Campus São Carlos -


Brigada de Incêndio: http://cipa.iqsc.usp.br/brigada-de-incendio-iqsc
✓ Prefeitura Municipal de São Paulo - Prevenção e combate a incêndios:
https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/licenciamentos/C
ARTILHA%20PREVENCAO%20E%20COMBATE%20A%20INCENDIOS.pdf
✓ Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) - Manual de segurança contra
incêndio em estabelecimentos assistenciais de saúde:
✓ Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal - Manual básico de combate a
incêndio. Módulo 1 - Comportamento do fogo:
http://www.bombeiros.pb.gov.br/wp-content/uploads/2018/02/COMBATE-A-
INC%C3%8ANDIO-Mod_1-Comportamento-do-Fogo.pdf

37
Referências bibliográficas

✓ ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 12693: Sistemas de


proteção por extintores de incêndio. Publicada em 22 jan. 2021.
✓ CARVALHO, R. V. T. G.; ROSA, L. M.; SILVA, M. G.; BARROS, F. C.; BRAGA, G. C.
B.; ARAÚJO, A. A.; LANDIM, H. R. O.; SOUZA JÚNIOR, D. V; MALAQUIAS, V. S. L.;
CAMPOS, A. T.; PEREIRA, S. L.; SPOTORNO, M. Q.; PEREIRA, K. M. G.; VALDEZ, R.
F. C. C.; RAMALHO, M. D.; ALVES, K. R. B.; RIBEIRO, G. B.; SILVA, E. J.; LISBOA
NETO, J. P.; SALAZAR, H. F. Manual básico de combate a incêndio. Módulo 1 -
Comportamento do fogo. Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal.
Brasília, 2006. Disponível em: https://www.cbm.df.gov.br/2012-11-12-17-42-
33/2012-11-13-16-14-57?task=document.download&id=748. Acesso em: 16
abr. 2020.
✓ DIÁRIO DO NORDESTE. Venda de extintores tem aumento de até 340%.
Publicado em: 04 fev. 2013. Disponível em:
https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/metro/venda-de-extintores-
tem-aumento-de-ate-340-1.114613. Acesso em: 28 jun. 2020.
✓ EXTINCÊNDIO. Conheça as classes de fogo e agentes dos extintores, 2004.
Disponível em: www.extincendio.net/saibamais.php. Acesso em: 29 dez. 2021.
✓ FLORES, B. C.; ORNELAS, E. A.; DIAS, L. E. Fundamentos de combate a incêndio.
Manual de bombeiros. Estado de Goiás. Corpo de Bombeiros Militar. Goiânia,
2016. Disponível em: http://www.bombeiros.go.gov.br/wp-
content/uploads/2015/12/cbmgo-1aedicao-20160921.pdf. Acesso em: 29 dez.
2021.
✓ FOGAÇA, J. R. V. Combustão completa e incompleta. Mundo Educação –
Química – Química Orgânica. Publicado em: 15 fev. 2012. Disponível em:
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/combustao-completa-
incompleta.htm. Acesso em: 28 out. 2017.
✓ MATTOS, U. A. O.; MÁSCULO, F. S. Higiene e Segurança do Trabalho. Associação
Brasileira de Engenharia de Produção. Campus - ABEPRO. Elsevier Editora. Rio
de Janeiro, 2011.
✓ MAUS, A. Informativo Técnico (IT n° 002/DAT/CBMSC). Sistema preventivo por
extintores definição do agente extintor. Estado de Santa Catarina. Secretaria da
Segurança Pública e Defesa do Cidadão. Corpo de Bombeiros Militar. Diretoria
de Atividades Técnicas - DAT. Florianópolis, 2006. Disponível em:
https://documentoscbmsc.cbm.sc.gov.br/uploads/uploads-
quadrodeavisos/Info%20Tec%20002%20-%20Agente%20Extintor.pdf. Acesso
em: 28 dez. 2021.
✓ MICHAELIS - Dicionário Brasileiro de Língua Portuguesa. Comburente. Editora
Melhoramentos, 2017. Disponível em:
http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=comburente. Acesso
em: 28 out. 2017.
✓ PROTEGE. Extintor de incêndio para cozinhas. São Paulo, 2006b. Disponível em:
http://www.protege.ind.br/download/Ficha%20tecnica%20Classe%20K.pdf.
Acesso em: 20 out. 2017.

38
✓ PROTEGE. Extintores de incêndio para metais pirofóricos. São Paulo, 2006a.
Disponível em:
http://www.protege.ind.br/download/Ficha%20tecnica%20Classe%20D.pdf.
Acesso em: 20 out. 2017.
✓ PROTEGE. Extintores Pó ABC. São Paulo, 2009. Disponível em:
http://www.protege.ind.br/subProdutos.php?titulo=Produtos&titulo_esquerdo
=Categorias&CategoriaID=3. Acesso em: 20 out. 2017.
✓ RESIL. Ficha de informação de segurança de produto químico - Pó para extintor
de incêndio ABC, 2016. Disponível em:
http://www.resil.com.br/datafiles/fispq/fispq-ficha-de-informacoes-de-
seguranca-de-produto-quimico-po-abc.pdf. Acesso em: 29 dez. 2021.
✓ UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Classes de incêndio. Porto
Alegre, 2014. Disponível:
http://www.ufrgs.br/espmat/disciplinas/geotri2014/modulo3/bombeiros/class
es.htm. Acesso em: 28 dez. 2021.
✓ UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Convecção. Instituto de
Física. Porto Alegre, 2002b. Disponível:
http://www.if.ufrgs.br/mpef/mef008/mef008_02/Beatriz/conveccao.htm.
Acesso em: 28 out.2017.
✓ UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Irradiação. Instituto de
Física. Porto Alegre, 2002c. Disponível:
http://www.if.ufrgs.br/mpef/mef008/mef008_02/Beatriz/conveccao.htm.
Acesso em: 28 out.2017.
✓ UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul. O que é calor? Instituto de
Física. Porto Alegre, 2002a. Disponível:
www.if.ufrgs.br/mpef/mef008/mef008_02/Beatriz/calor.htm. Acesso em: 29
dez. 2021.

39
COMO INTERPRETAR AS INFORMAÇÕES SOBRE
PRODUTOS QUÍMICOS?
Introdução

Neste espaço, nós discutiremos o Diagrama ou Diamante de Hommel, as classes de risco


para transporte e, com mais ênfase, o Sistema Globalmente Harmonizado de
Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos (GHS - Globally Harmonized System of
Classification and Labeling of Chemicals).

Diagrama ou Diamante de Hommel

Trata-se de uma comunicação de risco criada e adotada pela National Fire Protection
Association (Associação Nacional para Proteção contra Incêndios), dos Estados Unidos
da América. O Diamante ou Diagrama de Hommel é mundialmente conhecido pelo
código NFPA 704. Constitui-se um sistema que classifica a severidade de exposição
aguda a um produto químico, durante situações de emergência (por exemplo, incêndio
e derramamento).

Não deve ser aplicado para:


✓ transporte,
✓ exposição ocupacional não emergencial e
✓ exposição crônica.

Qualificação e quantificação do risco

O quadrilátero possui quatro cores (azul, vermelho, branco e amarelo), associadas a um


tipo de risco. A graduação do risco, nas áreas azul, vermelha e amarela, dá-se de 0 a 4.
A cor branca refere-se a riscos específicos, conforme figura abaixo:

40
Ponto de fulgor: é a menor temperatura na qual um líquido combustível ou inflamável
desprende vapores em quantidade suficiente para, misturado com o ar, logo acima de
sua superfície, propague uma chama a partir de uma fonte de ignição. Os vapores
liberados a essa temperatura não são, no entanto, suficientes para dar continuidade a
combustão. A pressão atmosférica influi diretamente nesta determinação.

Exemplos

41
42
Diagrama ou Diamante de Hommel não deve ser utilizado para rotulagem!

43
Onde encontrar as informações?

https://cameochemicals.noaa.gov/search/simple

Inserir nome (em Inglês), número CAS (sem traços) ou número ONU da substância.
Clique nos termos para encontrar as respectivas informações sobre a substância de
interesse.

Número CAS: Número de registro de uma base de dados (Chemical Abstracts Service):
substâncias ou misturas. É o identificador numérico único e universal, uma espécie de
“RG” para produtos químicos. Não existem dois compostos químicos diferentes
registrados com o mesmo n° CAS.

Número ONU (Organização das Nações Unidas): Sempre composto por quatro
algarismos e padronizado internacionalmente, identifica a carga perigosa transportada.

44
Simbologia, classificação e identificação - transporte de produtos perigosos

No Brasil, o transporte de cargas perigosas, incluindo produtos, materiais e resíduos, é


regulamentado pela Resolução n° 5947/2021, de 1° de junho de 2021, da Agência
Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

A referida Resolução aprova as Instruções Complementares ao Regulamento Terrestre


do Transporte de Produtos Perigosos, e dá outras providências. Além disso, está em
consonância com o Orange Book, que trata das principais recomendações da
Organização das Nações Unidas (ONU) para esse tipo de transporte.

Classes de risco

As classes de risco são representadas por números utilizados internacionalmente para


identificar o risco da carga transportada e estão apresentadas abaixo:

Classes e subclasses de risco, definições e respectivos rótulos de risco.

Classificação Subclasse Definições Rótulo de risco


Substância e artigos com risco de
1.1
explosão em massa.
Substância e artigos com risco de
1.2 projeção, mas sem risco de
explosão em massa.
Substâncias e artigos com risco de
fogo e com pequeno risco de
1.3 explosão ou de projeção, ou
ambos, mas sem risco de explosão
em massa.

Classe 1: explosivos
Substância e artigos que não
1.4
apresentam risco significativo.

Substâncias muito insensíveis, com


1.5
risco de explosão em massa;

Artigos extremamente insensíveis,


1.6
sem risco de explosão em massa.

45
Gases inflamáveis: são gases que a
20°C e à pressão normal são
inflamáveis quando em mistura de
13% ou menos, em volume, com o
2.1
ar ou que apresentem faixa de
inflamabilidade com o ar de, no
mínimo 12%, independente do
limite inferior de inflamabilidade.

Classe 2: gases Gases não-inflamáveis, não


tóxicos: são gases asfixiantes,
2.2
oxidantes ou que não se
enquadrem em outra subclasse.

Gases tóxicos: são gases,


reconhecidamente ou
2.3 supostamente, tóxicos e
corrosivos que constituam risco à
saúde das pessoas.

Líquidos inflamáveis: são líquidos,


misturas de líquidos ou líquidos
que contenham sólidos em
solução ou suspensão, que
produzam vapor inflamável a
Classe 3: líquidos temperaturas de até 60,5°C, em
-
inflamáveis ensaio de vaso fechado, ou até
65,6ºC, em ensaio de vaso aberto,
ou ainda os explosivos líquidos
insensibilizados dissolvidos ou
suspensos em água ou outras
substâncias líquidas.
Sólidos inflamáveis, substâncias
autorreagentes e explosivos
Classe 4: sólidos sólidos insensibilizados: sólidos
inflamáveis; que, em condições de transporte,
substâncias sujeitas sejam facilmente combustíveis, ou
à combustão que por atrito possam causar fogo
espontânea; 4.1 ou contribuir para tal; substâncias
substâncias que, em autorreagentes que possam sofrer
contato com água, reação fortemente exotérmica;
emitem gases explosivos sólidos insensibilizados
inflamáveis que possam explodir se não
estiverem suficientemente
diluídos.

46
Substâncias sujeitas à combustão
espontânea: substâncias sujeitas a
aquecimento espontâneo em
4.2
condições normais de transporte,
ou a aquecimento em contato com
ar, podendo inflamar-se.

Substâncias que, em contato com


água, emitem gases inflamáveis:
substâncias que, por interação
4.3 com água, podem tornar-se
espontaneamente inflamáveis ou
liberar gases inflamáveis em
quantidades perigosas.

Substâncias oxidantes: são


substâncias que podem, em geral
5.1 pela liberação de oxigênio, causar
a combustão de outros materiais
ou contribuir para isso.
Classe 5:
substâncias Peróxidos orgânicos: são
oxidantes e poderosos agentes oxidantes,
peróxidos orgânicos considerados como derivados do
5.2 peróxido de hidrogênio,
termicamente instáveis que
podem sofrer decomposição
exotérmica autoacelerável.

Substâncias tóxicas: são


substâncias capazes de provocar
morte, lesões graves ou danos à
6.1
saúde humana, se ingeridas ou
Classe 6: inaladas, ou se entrarem em
substâncias tóxicas contato com a pele.
e substâncias
infectantes Substâncias infectantes: são
substâncias que contém ou
6.2 possam conter patógenos capazes
de provocar doenças infecciosas
em seres humanos ou em animais.

47
Qualquer material ou substância
que contenha radionuclídeos, cuja
Classe 7: materiais concentração de atividade e
-
radioativos atividade total na expedição
(radiação), excedam os valores
especificados.

São substâncias que, por ação


química, causam severos danos
Classe 8:
quando em contato com tecidos
substâncias -
vivos ou, em caso de vazamento,
corrosivas
danificam ou mesmo destroem
outras cargas ou o próprio veículo.

Classe 9: São aqueles que apresentam,


substâncias e durante o transporte, um risco não
-
artigos perigosos abrangido por nenhuma das
diversos outras classes.

Fontes: ABNT (2017), Brasil (2021), SIIPP (2007).

Onde encontrar as informações?

✓ CETESB:
http://sistemasinter.cetesb.sp.gov.br/produtos/produto_consulta_nome.asp
✓ Relação de produtos perigosos (ANTT Res. n° 5947/2021)
✓ CAMEO: Chemicals: https://cameochemicals.noaa.gov/search/simple
✓ PETROBRAS: http://www.br.com.br/pc/seguranca-e-emergencia
✓ ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7500 - Identificação para
o transporte terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento de
produtos. Publicada em: 04 de abril de 2017.
✓ ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7503 - Transporte
terrestre de produtos perigosos - Ficha de emergência e envelope para o
transporte - Características, dimensões e preenchimento. Publicada em: 18 ago.
2017.

48
Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos
Químicos - Globally Harmonized System of Classification and Labeling of
Chemicals (GHS)

O GHS (Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos


Químicos - Globally Harmonized System of Classification and Labeling of Chemicals) é
um sistema que define e classifica os perigos dos produtos químicos. Além disso,
estabelece elementos de comunicação desses perigos e das precauções nos rótulos e
nas fichas de informações de segurança de produtos químicos. Uma equipe
internacional de especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU) é responsável
pelo desenvolvimento e atualização do GHS.

O documento oficial e norteador do GHS mais recente foi lançado em 2019,


correspondendo à sua oitava revisão.

Enquadramento

O GHS aplica-se a substâncias puras, soluções diluídas e misturas.

Não se aplica a medicamentos para seres humanos, medicamentos veterinários,


produtos cosméticos e de higiene pessoal, dispositivos médicos (com produtos
químicos), gêneros alimentícios, aditivos alimentares e substâncias ou materiais
radioativos.

Rotulagem de produtos químicos

A rotulagem dos produtos químicos deve obedecer à Norma Brasileira (NBR) 14725-
3/2017, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), e está em concordância e
harmonia com o GHS. A legislação relacionada à obrigatoriedade de cumprimento da
mencionada Norma encontra-se abaixo:

✓ Norma Regulamentadora n° 26 (Ministério do Trabalho e Emprego) - Sinalização


de Segurança. 26.2.1 O produto químico utilizado no local de trabalho deve ser
classificado quanto aos perigos para a segurança e a saúde dos trabalhadores de
acordo com os critérios estabelecidos pelo Sistema Globalmente Harmonizado
de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos (GHS), da Organização das
Nações Unidas. 26.2.1.2 A classificação de substâncias perigosas deve ser
baseada em lista de classificação harmonizada ou com a realização de ensaios

49
exigidos pelo processo de classificação. 26.2.1.3 Os aspectos relativos à
classificação devem atender ao disposto em norma técnica oficial vigente.

A ABNT NBR 14725-3/2017 está em consonância com as normas:


✓ ABNT NBR 14725-1/2009 (versão corrigida – 2010) - Produtos químicos -
Informações sobre segurança, saúde e meio ambiente - Parte 1: Terminologia.
✓ ABNT NBR 14725-2/2009 (versão corrigida – 2010) - Produtos químicos -
Informações sobre segurança, saúde e meio ambiente - Parte 2: Sistema de
classificação de perigo.
✓ ABNT NBR14725-4/2017 - Produtos químicos - Informações sobre segurança,
saúde e meio ambiente - parte 4: Ficha de Informações de Segurança de
Produtos Químicos (FISPQ).

Pictogramas de perigo

Pictograma Descrição dos perigos


Gases inflamáveis
Aerossóis
Líquidos inflamáveis
Sólidos inflamáveis
Substâncias e misturas autorreativas
Líquidos pirofóricos
Sólidos pirofóricos
Substâncias e misturas sujeitas a autoaquecimento
Substâncias e misturas que, em contato com a água, emitem
gases inflamáveis
Peróxidos orgânicos
Toxicidade aguda – oral (categorias 1, 2 e 3)
Toxicidade aguda – dérmica (categorias 1, 2 e 3)
Toxicidade aguda – inalação (categorias 1, 2 e 3)
Observação: quanto menor a categoria, mais severo é o
perigo.

Corrosivos para os metais


Corrosão cutânea
Lesões oculares graves

Gases oxidantes (gases comburentes)


Líquidos oxidantes
Sólidos oxidantes

Explosivos
Peróxidos orgânicos

50
Gases sob pressão
Gases comprimidos
Gases liquefeitos
Gases liquefeitos refrigerados
Gases dissolvidos
Toxicidade aguda – oral, dérmica e inalação (categoria 4)
Irritação à pele
Irritação ocular
Sensibilização à pele
Toxicidade para órgãos-alvo específicos - exposição única
(categoria 3)
Perigoso à camada de ozônio
Sensibilização respiratória
Mutagenicidade em células germinativas
Carcinogenicidade
Toxicidade à reprodução
Toxicidade para órgãos-alvo específicos - exposição única
(categorias 1 e 2)
Toxicidade para órgãos-alvo específicos - exposição repetida
Perigo por aspiração

Perigoso ao ambiente aquático - agudo


Perigoso ao ambiente aquático - crônico

Fonte: ABNT (2017).

51
Prioridades – regras

a) Se o símbolo do crânio com ossos cruzados se aplica, o ponto de exclamação não pode
ser utilizado.

Se for aplicado este: Não pode ser aplicado este:

b) Se o símbolo de corrosivo se aplica, o ponto de exclamação não pode ser utilizado


quando for usado para irritação aos olhos e pele.

Se for aplicado este: Não se pode aplicar este para irritação


aos olhos e pele:

c) Se o símbolo de perigo à saúde for empregado para sensibilização respiratória, o


ponto de exclamação não pode ser aplicado quando usado para sensibilização à pele ou
para irritação aos olhos e pele.

Se for aplicado este para sensibilização Não se pode aplicar este para
respiratória: sensibilização à pele ou para irritação
aos olhos e à pele:

Tipos de perigo

Perigos físicos
✓ Explosivos
✓ Gases inflamáveis
✓ Aerossóis
✓ Gases oxidantes (gases comburentes)
✓ Gases sob pressão
✓ Líquidos inflamáveis
✓ Sólidos inflamáveis
✓ Substâncias e misturas autorreativas
✓ Líquidos pirofóricos

52
✓ Sólidos pirofóricos
✓ Substâncias e misturas sujeitas a autoaquecimento
✓ Substâncias e misturas que, em contato com a água, emitem gases inflamáveis
✓ Líquidos oxidantes
✓ Sólidos oxidantes
✓ Peróxidos orgânicos
✓ Corrosivo para os metais
Perigos à saúde
✓ Toxicidade aguda - oral
✓ Toxicidade aguda - dérmica
✓ Toxicidade aguda - inalação
✓ Corrosão/irritação à pele
✓ Lesões oculares graves/irritação ocular
✓ Sensibilização respiratória
✓ Sensibilização à pele
✓ Mutagenicidade em células germinativas
✓ Carcinogenicidade
✓ Toxicidade à reprodução
✓ Toxicidade para órgãos-alvo específicos - exposição única
✓ Toxicidade para órgãos-alvo específicos - exposição repetida
✓ Perigo por aspiração
✓ Perigoso à camada de ozônio
Perigos ao meio ambiente
✓ Perigoso ao ambiente aquático - agudo
✓ Perigoso ao ambiente aquático - crônico
✓ Perigoso à camada de ozônio

Frases e palavras

53
Exemplos de pictogramas de precaução

Pictogramas utilizados pela Comunidade Europeia

54
Pictogramas utilizados pela Agência Sul-Africana de Normalização

Orientações para rotulagem - recipientes sem a informação de transporte

Apresenta-se aqui um modelo de rótulo para recipientes sem a informação de


transporte (como frascos contidos em caixas). No caso, o produto consiste numa
mistura das substâncias butanona e xilenos.

55
Exemplo de rótulo:

Orientações para rotulagem - recipientes utilizados em transporte externo

Apresenta-se aqui um modelo de rótulo para recipientes de transporte externo (por


exemplo, caixas e tambores). No caso, o produto consiste numa mistura das
substâncias butanona e xilenos.

56
Exemplo de rótulo:

Onde encontrar as informações?

https://echa.europa.eu/pt/search-for-chemicals

57
Seção 2 da FISPQ.
Exemplo: https://www.vibraenergia.com.br/sites/default/files/2021-09/fispq-comb-
etanol-etanol-hidratado-combustivel-ehc.pdf.

Referências bibliográficas

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Rotulagem. Publicada em: 14 jun. 2017.
✓ ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7503 - Transporte
terrestre de produtos perigosos - Ficha de emergência e envelope para o
transporte - Características, dimensões e preenchimento. Publicada em: 18
ago. 2017.
✓ BRASIL. Ministério da Infraestrutura. Agência Nacional de Transportes
Terrestres. Resolução n° 5947, de 1° de junho de 2021. Atualiza o Regulamento
para o Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos e aprova as suas
Instruções Complementares, e dá outras providências. Disponível em:
https://anttlegis.antt.gov.br/action/ActionDatalegis.php?acao=detalharAto&tip
o=RES&numeroAto=00005947&seqAto=000&valorAno=2021&orgao=DG/ANTT
/MI&codTipo=&desItem=&desItemFim=&cod_menu=5408&cod_modulo=161&
pesquisa=true. Acesso em: 30 ago. 2021.
✓ BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora (NR) n° 26
- Sinalização de Segurança. Publicação: Portaria MTb n° 3.214, de 08 de junho
de 1978. Alterações/Atualizações: Portaria SSMT n° 06, de 09 de março de
1983. Portaria SIT n° 229, de 24 de maio de 2011. Portaria MTE n° 704, de 28 de
maio de 2015. Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-
br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-
e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-26.pdf. Acesso em: 30 dez.
2021.
✓ CAMEO CHEMICALS. ACETONE. Chemical Datasheet, 2010. Disponível em:
https://cameochemicals.noaa.gov/chemical/8. Acesso em: 30 set. 2017.
✓ CAMEO CHEMICALS. PICRIC ACID, [DRY]. Chemical Datasheet, 2010. Disponível
em: https://cameochemicals.noaa.gov/chemical/14423. Acesso em: 30 set.
2017.
✓ CAMEO CHEMICALS. HYDROGEN CYANIDE, ANHYDROUS, STABILIZED
(ABSORBED). Chemical Datasheet, 2010. Disponível em:
https://cameochemicals.noaa.gov/chemical/3614. Acesso em: 30 set. 2017.
✓ CAMEO CHEMICALS. POTASSIUM. Chemical Datasheet, 2010. Disponível em:
https://cameochemicals.noaa.gov/chemical/4289. Acesso em: 30 set. 2017.
✓ CAMEO CHEMICALS. SULFURIC ACID. Chemical Datasheet, 2010. Disponível em:
https://cameochemicals.noaa.gov/chemical/5193. Acesso em: 30 set. 2017.

58
✓ CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. Help - Riscos ao fogo.
Publicado em: 12 jan. 2004. Disponível em:
http://sistemasinter.cetesb.sp.gov.br/produtos/RISCO_HELP.htm. Acesso em:
30 set. 2017.
✓ ECHA - European Chemicals Agency. Butanone - Brief Profile. Atualizado em: 16
nov. 2017. Disponível em: https://echa.europa.eu/brief-profile/-
/briefprofile/100.001.054. Acesso em: 06 set. 2019.
✓ ECHA - European Chemicals Agency. Xylene - Brief Profile. Atualizado em: 16
nov. 2017. Disponível em: https://echa.europa.eu/brief-profile/-
/briefprofile/100.014.124. Acesso em: 06 set. 2019.
✓ GUERRA, P.; O'DOWD, S. Programa de apoio ao aprofundamento do processo
de integração econômica e desenvolvimento sustentável do MERCOSUL.
Cooperação União Europeia – Mercosul. Convênio de Financiamento n° DCI –
ALA/2009/19707. Rivendell International. Montevidéu, 2013. Disponível em:
http://www.mma.gov.br/publicacoes/seguranca-quimica/category/146-
ghs?download=994:relatorio-final--campanha-de-capacitacao-e-difusao-do-
ghs&usg=AFQjCNFC9xnks5c3Mxyv7jeOWt0-qdl3zw. Acesso em: 11 set. 2017.
✓ IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis. Relatório de Acidentes Ambientais 2014. Emergência Ambiental.
Brasília, 2015. Disponível em:
www.ibama.gov.br/phocadownload/emergenciasambientais/relatorios/2014-
ibama-relatorio-acidentes-ambientais.pdf. Acesso em: 30 set. 2017.
✓ RIBEIRO, M. G. Sistemas de Classificação de Produtos Químicos. FUNDACENTRO
- Fundação Jorge Duprat e Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho.
São Paulo, 2017.
✓ SIIPP - Sistema Integrado de Informações para Atendimento de Ocorrências no
Transporte de Produtos Perigosos. Classificação dos produtos perigosos.
Publicado em: 25 jan. 2007. Disponível em:
http://200.144.30.103/siipp/public/imprime_classificacao.aspx. Acesso em: 30
set. 2017.
✓ UNECE – United Nations Economic Commission for Europe. GHS (Rev.8) (2019)
– Transport, 2019. Disponível em:
https://www.unece.org/trans/danger/publi/ghs/ghs_rev08/08files_e.html.
Acesso em: 15 jul. 2020.

59
FICHA DE INFORMAÇÕES SOBRE PRODUTOS QUÍMICOS
Aspectos gerais

A elaboração e o formato da FISPQ são padronizados pela ABNT NBR 14725-4/2014. A


mencionada ficha, que tem caráter multidisciplinar e não confidencial, contempla
procedimentos e medidas de proteção, segurança, saúde e meio ambiente, envolvendo
determinado produto ou mistura.

A FISPQ constitui-se base de informação para confecção dos rótulos e das fichas de
emergência dos produtos químicos. O documento deve ter numeração das páginas,
indicando o número total de páginas ou da última página. Além disso, precisa informar
a data de sua versão mais recente.

Estrutura

A distribuição de seu conteúdo deve dar-se em 16 seções, cujas terminologia,


numeração e sequência não devem ser alteradas. Assim sendo, exige-se a seguinte
estrutura:

1. Identificação do produto e da empresa


2. Identificação de perigos
3. Composição e informações sobre os ingredientes
4. Medidas de primeiros socorros
5. Medidas de combate a incêndio
6. Medidas de controle para derramamento ou vazamento
7. Manuseio e armazenamento
8. Controle de exposição e proteção individual
9. Propriedades físico-químicas
10. Estabilidade e reatividade
11. Informações toxicológicas
12. Informações ecológicas
13. Considerações sobre tratamento e disposição
14. Informações sobre transporte
15. Regulamentações
16. Outras informações

Exceto na seção 16, não é permitido que haja itens em branco.

Detalhamento

Apresentando minuciosamente a FISPQ, esta possui o formato descrito abaixo:

1. Identificação/Identificação do produto e da empresa


- Nome do produto (nome comercial), conforme rótulo.
- Código de identificação (quando existente).

60
- Nome da empresa.
- Endereço e telefone de contato da empresa.
- Telefone para emergências.
- FAX/e-mail da empresa.
- Alguns dos principais usos recomendados

2. Identificação de perigos
- Classes e categorias/subcategorias de perigo (ABNT NBR 14725-2) e elementos
apropriados de rotulagem.
- Outros perigos que não resultem em classificação.

Elementos de comunicação dos perigos (elementos apropriados de rotulagem):


✓ Palavras de advertência (perigo ou cuidado/atenção)
✓ Pictogramas (conforme GHS)
✓ Frases de perigo (perigos físicos, à saúde, ao meio ambiente)
✓ Exemplos: H221: Gás inflamável. H315: provoca irritação cutânea. H401: tóxico
para organismos aquáticos.
✓ Frases de precaução (geral, prevenção, resposta a emergências, armazenamento
e disposição)

3. Composição e informações sobre os ingredientes


- Informar se o produto é substância ou mistura de substâncias
✓ Substâncias:
o Nome químico comum ou técnico e, quando aplicável, sinônimos
o n° CAS
o Impurezas/aditivos que contribuam para o perigo, com n° CAS

✓ Misturas:
o Nome químico ou comum dos componentes perigosos -
alternativamente, podem ser inclusos os não classificados como
perigosos.
o n° CAS
o Concentração em ordem decrescente (ou faixa de concentração) de
ingredientes ou impurezas que contribuam para o perigo acima dos
valores de corte ou que possuam limites de exposição.

4. Medidas de primeiros socorros


- Instruções/recomendações básicas
- Inalação; contato com pele; contato com olhos; ingestão
- Sintomas e efeitos mais importantes
- Notas para o médico

5. Medidas de combate a incêndio


- Meios de extinção
- Perigos específicos
- Medidas de proteção da equipe de combate a incêndio

61
6. Medidas de controle para derramamento ou vazamento
- Precações pessoais, equipamentos de proteção individual e procedimentos de
emergência
- Precauções ao meio ambiente
- Métodos e materiais para contenção e limpeza

7. Manuseio e armazenamento
- Precauções para manuseio seguro.
- Condições de armazenamento seguro, incluindo incompatibilidades.

8. Controle de exposição e proteção individual


- Parâmetros de controle (limites ambientais e biológicos)
- Medidas de controle de engenharia
- Medidas de proteção individual

9. Propriedades físicas e químicas


- Aspecto, odor, limite de odor, pH, ponto de fusão/ponto de congelamento, ponto de
ebulição inicial e faixa de temperatura de ebulição, ponto de fulgor, taxa de evaporação,
inflamabilidade, limites de inflamabilidade ou explosividade, pressão de vapor,
densidade de vapor, densidade relativa, solubilidade, coeficiente de partição
octanol/água, temperatura de autoignição, temperatura de decomposição, viscosidade.

10. Estabilidade e reatividade


- Reatividade
- Estabilidade química
- Possibilidade de reações perigosas
- Condições a serem evitadas
- Materiais incompatíveis
- Produtos perigosos de decomposição

11. Informações toxicológicas


- Toxicidade aguda; corrosão/irritação à pele; lesões oculares graves/irritação ocular;
sensibilização respiratória ou à pele; mutagenicidade em células germinativas;
carcinogenicidade; toxicidade à reprodução; toxicidade para órgãos-alvo específicos –
exposição única e repetida; perigo por aspiração.
- Vias de exposição; efeitos tardios e imediatos e efeitos crônicos; dados numéricos de
toxicidade; efeitos de interação; outras informações

12. Informações ecológicas


- Ecotoxicidade
- Persistência e degradabilidade
- Potencial bioacumulativo
- Mobilidade no solo
- Outros efeitos adversos

62
13. Considerações sobre destinação final

- Esta seção deve informar os métodos recomendados para tratamento e disposição


segura e ambientalmente aprovados. Estes métodos de tratamento e disposição (por
exemplo, coprocessamento, incineração etc.) devem ser aplicados ao produto, restos
de produtos e embalagens usadas. Deve ser chamada a atenção do usuário para a
possível existência de regulamentações locais para tratamento e disposição.

14. Informações sobre transporte


- Número ONU
- Nome apropriado para embarque
- Classe/subclasse de risco
- Numero de risco
- Grupo de embalagem
- Perigos ao ambiente
- Medidas/condições específicas de precaução
* Terrestre (ANTT), hidroviário (código IMDG, DPC do Ministério da Marinha, ANTAQ),
aéreo (ANAC, ICAO, IATA, DAC do ministério da aeronáutica)

15. Informações sobre regulamentações


- Regulamentações específicas para o produto químico

16. Outras informações


- Informações importantes, mas não especificamente descritas às seções anteriores
- Referências bibliográficas
- Legendas e abreviaturas

Obrigações

Vale ressaltar que o fornecedor do produto tem obrigação de disponibilizar a FISPQ


atualizada e completa ao usuário. Este, por sua vez, deve adotar as medidas de
precaução no ambiente laboral, analisar criticamente a FISPQ e treinar e capacitar os
trabalhadores que manuseiam e/ou gerenciam produtos químicos.

Referências bibliográficas

✓ ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 14725-4: Produtos


químicos — Informações sobre segurança, saúde e meio ambiente. Parte 4:
Ficha de informações de segurança de produtos químicos (FISPQ). Publicada
em: 19 nov. 2014.
✓ RIBEIRO, M. G. Sistemas de Classificação de Produtos Químicos. FUNDACENTRO
- Fundação Jorge Duprat e Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho.
São Paulo, 2017.
✓ VENTURA, F. F. ABNT NBR 14725 - partes 3 e 4. FUNDACENTRO - Fundação
Jorge Duprat e Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho. São Paulo,
2017.

63
VIDRARIAS E OUTROS EQUIPAMENTOS E
UTENSÍLIOS DE LABORATÓRIO

Agitador magnético
Aparelho de laboratório destinado a agitar soluções por meio de uma pequena barra
magnética, movida por um campo magnético rotativo.

Almofariz com pistilo


Usado para trituração e pulverização de sólidos em pequena escala.

Autoclave
Recipiente metálico de paredes espessas, com fecho hermético, para operar o
cozimento ou a esterilização pelo vapor sob pressão, e a alta temperatura.

Balança analítica
Instrumento usado na determinação de massas com uma capacidade máxima que varia
de 1 g até alguns quilogramas, com uma precisão de pelo menos 1 parte em 105 em sua
capacidade máxima. A precisão e a exatidão de muitas balanças analíticas modernas
excedem a 1 parte em 106 em sua capacidade total.

Balança microanalítica
Balança analítica que apresenta a carga máxima de 1 a 3 g e tem precisão de 0,001 mg,
ou 1 μg.

Balança semimicroanalítica
Balança analítica que suporta a carga máxima de 10 a 30 g e tem precisão de 0,01 mg.

Balança técnica ou balança de laboratório


Termo genérico para uma balança que é menos sensível, porém mais robusta do que
uma balança analítica.

Balão de fundo chato


Utilizado como recipiente para conter líquidos ou soluções, ou mesmo, fazer reações
com desprendimento de gases. Pode ser aquecido sobre o tripé com tela de cerâmica
ou lã de rocha (ainda chamada de "tela de amianto", embora, atualmente, haja a
tendência de se substituir tal material).

64
Balão de fundo redondo
Empregado principalmente em sistemas de refluxo e evaporação a vácuo, acoplado a
um rotaevaporador.

Balão volumétrico
Possui volume definido e é utilizado para o preparo de soluções com precisão em
laboratório.

Béquer
É de uso geral em laboratório. Serve para fazer reações entre soluções, dissolver
substâncias sólidas, efetuar reações de precipitação e aquecer líquidos. Pode ser
aquecido sobre a tela de cerâmica ou lã de rocha (ainda chamada de "tela de amianto",
embora, atualmente, haja a tendência de se substituir tal material).

Bico de Bunsen
O bico de Bunsen é usado para muitos procedimentos de aquecimento efetuados em
laboratório, desde aqueles envolvendo misturas ou soluções de alguns graus acima da
temperatura ambiente, até calcinações feitas em cadinhos, que exigem temperaturas
de cerca de 600 °C. Procedimentos mais avançados de laboratório podem requerer
mantas com aquecimento elétrico, chapas elétricas, banhos aquecidos eletricamente,
maçaricos oxiacetilênicos, fornos elétricos e outros.

65
Bisturi
Instrumento cirúrgico de lâmina curta, com borda reta ou curva, utilizado para fazer
incisões ou cortes na pele e nos tecidos.

Bureta
Assim como a pipeta, a bureta mede e transfere volumes de líquidos, mas eles são
colocados no instrumento pela sua parte superior, que é aberta e maior. Além disso, a
bureta possui uma torneira embaixo que pode ser aberta para se fazer escoar o líquido
de forma rápida ou gota a gota, de modo que o volume transferido seja exatamente o
desejado. A bureta é muito utilizada em titulações, colocando-se nela o titulante e, em
seguida, fazendo-se o seu gotejamento sobre a solução titulada, que contém um
indicador ácido-base. Assim, pode-se descobrir a concentração da solução titulada. O
uso da bureta é importante nessa técnica, pois com uma única gota pode alcançar-se o
ponto de valência ou ponto de viragem do pH, que é indicado pela mudança na cor do
titulado.

Cabine de fluxo laminar


Unidade projetada para criar áreas de trabalho estéreis e de contenção, a fim de se
efetuar a manipulação segura de materiais biológicos ou estéreis, impedindo a sua
contaminação por agentes externos e protegendo, também, o operador e o meio
ambiente de contaminação pelo agente manipulado.

Cadinho
Vaso de argila refratária, porcelana, grafita, ferro ou platina, geralmente em forma de
tronco de cone, próprio para fundir metais ou calcinar minérios e minerais, usado em
operações químicas ou fisioquímicas a temperaturas elevadas.

66
Cápsula de porcelana
Peça de porcelana usada para promover a evaporação de líquidos das soluções.

Centrífuga
Serve para acelerar a sedimentação de partículas sólidas em soluções líquidas. Aparelho
dotado de um rotor, capaz de girar com velocidade alta, que faz centrifugação, usado
para separar substâncias de densidades diferentes; centrifugador.

Condensador
Utilizado nos processos de destilação. Sua finalidade é condensar os vapores do líquido
a ser destilado.

Conta-gotas
Instrumento bastante utilizado em laboratório para transferência de pequenos volumes
de substâncias no estado líquido. Os conta-gotas são geralmente formados por um tubo
de vidro estreito ligado a uma tetina maleável (habitualmente feita de borracha).

Cuba de coloração
Serve para colocar lâminas em imersão com o objetivo de se fazer coloração, fixação ou
desidratação.

Dessecador
Recipiente que fornece uma atmosfera livre de umidade, usado no armazenamento de
amostras, cadinhos e precipitados.

67
Erlenmeyer
Frasco cônico de fundo achatado, introduzido nos trabalhos de laboratório pelo químico
alemão Emil Erlenmeyer (1825-1909), cuja forma possibilita que os líquidos sejam
agitados, sem o perigo de serem lançados para fora. Frasco utilizado para aquecer
líquidos ou para efetuar titulações. Pode apresentar boca estreita ou larga, junta
esmerilhada ou não e parede reforçada.

Espátula
É usada, comumente, para transferir sólidos em pequenas quantidades, agitar misturas
quentes ou prestes a reagir. A espátula de madeira serve para fazer coleta de material
para esfregaço.

Estante para tubos de ensaio


Utilizada como suporte para tubos de ensaio.

Estufa
Utilizada para colocação de culturas, de micro-organismos, onde devem permanecer a
uma temperatura ideal para seu crescimento. Serve, também, para secagem e
esterilização de instrumentos de laboratório.

Funil de Buchner
Utilizado em filtrações a vácuo, podendo ser acoplado ao kitassato.

Funil de haste longa


Utensílio em forma de cone invertido utilizado para conduzir líquidos a recipientes de
boca estreita. Também é utilizado como filtro, quando está provido de um papel filtro,
pode separar sólidos, não dissolvidos, dos líquidos. Não pode ser aquecido.

68
Funil de separação ou funil de bromo
Usado na separação de líquidos imiscíveis, ou seja, que não se misturam, por exemplo,
água e óleo. Quando o funil tem torneira, serve para despejo gradativo de líquidos.

Garra de condensador
Serve para segurar e/ou sustentar vidrarias.

Garra dupla
Utilizada para fixar buretas.

Geladeira
Usada para conservar reagentes, soluções, culturas e outros materiais que necessitam
estar refrigerados.

Indicador ácido-base
Um indicador ácido-base é um ácido ou base orgânicos fracos cuja forma não dissociada
difere da cor de sua base ou ácido conjugados. Em outras palavras, apresentam uma cor
em meio ácido e outra cor em meio básico.

Kitassato
Utilizado em conjunto com o funil de Buchner em filtrações a vácuo.

Lâmina e lamínula
A lâmina é um pequeno retângulo de vidro no qual deve ser colocado o material que
será observado ao microscópio óptico. A lamínula é um pequeno quadrado de vidro que
cobre e protege o material colocado sobre a lâmina.

Lupa
Lente convergente biconvexa, para a observação de pequenos objetos, cujo diâmetro
aparente ela aumenta.

69
Macrobalança
Tipo mais comum de balança analítica, que suporta a carga máxima de 160 a 200 g e
tem precisão de 0,1 mg.

Micropipeta
Pipeta diminuta, com pontas muito finas, usada para medir e manipular pequenos
volumes de líquidos e microinjeções.

Microscópio
Instrumento óptico que amplia muitas vezes a imagem de objetos minúsculos,
permitindo sua visualização.

Microtubo ou tubo de microcentrífuga


É um pequeno recipiente cilíndrico de plástico (polipropileno), com um fundo cônico e,
tipicamente, com uma tampa acoplada ao corpo do tubo para evitar sua separação.

Mufla
Forno de alta potência capaz de manter temperaturas acima de 1100 °C.

Papel filtro
Serve para reter partículas sólidas em uma filtração e drenar pequenos excessos de
líquido em uma superfície.

Papel tornassol
Usado somente para indicar o caráter da solução, ou seja, sua acidez ou alcalinidade. O
papel tornassol pode ser azul ou vermelho-rosado. Em ambos os casos, após contato
com a solução em questão, o azul significa que ela é alcalina (básica), e o vermelho-
rosado indica que ela é ácida.

Pera de sucção
As peras de sucção também são conhecidas como pipetadores por três vias. São
empregadas para auxiliar na sucção de líquidos em pipetas. São feitas de borracha e
apresentam três válvulas com esferas que podem ser de vidro ou de aço inox.

70
pHmetro
É um medidor de potencial hidrogeniônico (pH), indicando a acidez, neutralidade ou
alcalinidade de amostras diversas. Este equipamento é composto basicamente por um
eletrodo conectado a um potenciômetro, que possibilita a conversão do valor de
potencial do eletrodo em unidades de pH. Quando o eletrodo é submerso na amostra,
ele produz milivolts que são transformados para uma escala de pH. O funcionamento do
pHmetro depende de sua calibragem, que deve ser feita de acordo com os valores de
referência que constam nas soluções de calibração. A frequência com que o pHmetro
deve ser calibrado está diretamente relacionada à frequência de medições e à qualidade
do equipamento.

Pinça de madeira
Usada para prender o tubo de ensaio durante o aquecimento.

Pinça metálica
Usada para manipular objetos aquecidos.

Pipeta graduada
Serve para medir e transferir pequenos volumes de líquidos. Possui várias graduações
ao longo do seu tubo, podendo medir volumes variáveis, enquanto a pipeta volumétrica
possui somente um volume único e fixo. O líquido é puxado para dentro das pipetas
mediante sucção, a qual é provocada por um equipamento acoplado a elas denominado
pera ou pipetadores automáticos. Vale lembrar que nenhum tipo de pipeta pode ser
aquecido.

Pipeta volumétrica
Tem a mesma finalidade que a pipeta graduada, mas possui a grande vantagem de ser
muito mais precisa. O líquido é puxado para dentro das pipetas mediante sucção, a qual
é provocada por um equipamento acoplado a elas denominado pera. Vale lembrar que
nenhum tipo de pipeta pode ser aquecido.

Pisseta
Recipiente usado para lavagens de materiais ou recipientes através de jatos de água,
álcool ou outros solventes.

71
Placa de Petri
Recipiente cilíndrico e raso, de vidro ou de plástico, no qual se coloca um nutriente para
que sejam desenvolvidos, identificados e estudados meios de cultura de micro-
organismos.

Proveta
Recipiente de vidro ou plástico, estreito e cilíndrico, geralmente graduado, usado para
experiências em laboratório.

Suporte universal
Suporte para condensador, bureta, sistemas de destilação etc. Serve também para
sustentar peças em geral.

Tela de amianto
Suporte para as peças que serão aquecidas. A função do material* da tela é distribuir
uniformemente o calor recebido pelo bico de Bunsen.
* Atualmente, usam-se materiais de cerâmica ou lã de rocha para fabricação da tela, em
substituição ao amianto (devido, principalmente, a suas características de toxicidade e
carcinogenicidade). Todavia, o objeto em questão ainda é chamado de "tela de
amianto".

Titulador
Instrumento que realiza titulações automaticamente.

Tripé
Sustentáculo utilizado em procedimentos de aquecimento de soluções em vidrarias
diversas de laboratório. É usado em conjunto com a tela de amianto.

Tubo de ensaio
É utilizado principalmente para efetuar reações químicas em pequena escala. Pode ser
aquecido diretamente.

72
Vidro de relógio
Peça de vidro de forma côncava, usada em análises e evaporações. Não pode ser
aquecido diretamente.

Referências bibliográficas

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LabTeca - Versão 01 Equipamentos e vidrarias, 2013. Disponível em:
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portugues/busca/portugues-brasileiro/cadinho/. Acesso em: 02 out. 2017.
✓ MICHAELIS - Dicionário Brasileiro de Língua Portuguesa. Centrífuga. Editora
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portugues/busca/portugues-brasileiro/centrífuga. Acesso em: 02 out. 2017.
✓ MICHAELIS - Dicionário Brasileiro de Língua Portuguesa. Erlenmeyer. Editora
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✓ MICHAELIS - Dicionário Brasileiro de Língua Portuguesa. Lupa. Editora


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