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ATENDENTE DE FARMÁCIA – MÓDULO Il

SUMÉRIO
EXAME CLÍNICO: ..............................................................................................................................................................................................................
ANAMNESE.................................................................................................. .................................................................................................. ...................
SEGUIMENTO FARMACOTERAPÊUTICO: UTILIZAÇÃO DO MÉTODO DÁDER NA ASSISTÊNCIA AO PACIENTE. .....................................
ATENDIMENTO FARMACÊUTICO. .................................................................................................. ............................................................................
BOAS PRÁTICAS EM ARMAZENAMENTO E DISPENSÃO DE MEDICAMENTOS..................................................................................................
ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO. .................................................................................................. ........................................................................
AVALIAÇÃO FARMACÊUTICA DA RECEITA.................................................................................................. ............................................................
SISTEMA NACIONAL DE GERENCIAMENTO DE PRODUTOS CONTROLADOS (SNGPC) E MEDICAMENTOS SUJEITOS AO
CONTROLE ESPECIAL. .................................................................................................. ..................................................................................................
VERIFICAÇÃO DA PRESSÃO SANGUINEA. .................................................................................................. ..............................................................
MONITORIZAÇÃO DA GLICEMIA CAPILAR. ..............................................................................................................................................................
ROTINA DE APLICAÇÃO DE INJETÁVEIS. ..................................................................................................................................................................
ROTINA DE APLICAÇÃO. ................................................................................................................................................................................................
ARMAZENAMENTO DE MEDICAMENTOS VENCIDOS................................................................................................ .............................................
PROGRAMA FARMÁCIA POPULAR. .................................................................................. ......................................... ................................................
OS MEDICAMENTOS GENÉRICOS ......................................... ......................................... ......................................... .................................................
MEDICAMENTOS MANIPULADOS ......................................... ......................................... ......................................... ...............................................
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA. ................................................................... ......................................... ...............................................
DIVISÃO DO CORPO HUMANO. ......................................... ......................................... ......................................... .................................................
PLANOS DE DELIMITAÇÃO E SECÇÃO DO CORPO HUMANO. ......................................... ......................................... .........................................
TERMOS DE POSIÇÃO E DIREÇÃO ......................................... ......................................... ......................................... ............................................ ...
SISTEMA ESQUELÉTICO/CLASSIFICAÇÃO DOS OSSOS. ......................................... ......................................... ...................................................
ESTRUTURA DOS OSSOS ......................................... ......................................... ......................................... ......................................... .......................
PERIÓSTEO. ......................................... ......................................... ......................................... ..........................................................................................
CARTILAGEM. ......................................... ......................................... ......................................... ......................................... ..........................................
LIGAMENTOS/ARTICULAÇÕES/ARTICULAÇÕES FIBROSAS ......................................... ......................................... ...........................................
ARTICULAÇÕES CARTILAGENOSAS......................................... ......................................... ......................................... .............................................
ARTICULAÇÕES SINOVIAIS. ......................................... ......................................... ......................................... ......................................... ................
MOVIMENTOS DAS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS......................................... ......................................... ..................................................................
CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL DAS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS. ........................................... ........................................... ................................
CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DAS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS ........................................... .......................................................................
COMPLEXIDADE DE ORGANIZAÇÃO. ........................................... ........................................... ........................................... ....................................
INERVAÇÃO/MÚSCULOS. ........................................... ........................................... ........................................... ..........................................................
MÚSCULO ESQUELÉTICO. ................... ......................................... ................... ......................................... ................... .............................................
CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DOS MÚSCULOS ESQUELÉTICOS................... ......................................... ................... .................................
CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL DOS MÚSCULOS ESQUELÉTICOS. ................... ......................................... ................... ....................................
MECÂNICA MUSCULAR. ................... ......................................... ................... ......................................... ................... ..............................................
SISTEMA CIRCULATÓRIO/SISTEMA SANGUINEO. ................... ......................................... ................... ......................................... ......................
ARTÉRIAS/CAPILARES/VEIAS. ................... ......................................... ................... ......................................... ................... ......................................
CORAÇÃO/PERICÁRDIO. ................... ......................................... ................... ......................................... ................... ...............................................
SISTEMA CIRCULATÓRIO LINFÁTICO. .............................................................. .............................................................. .........................................
SISTEMA NERVOSO. .............................................................. .............................................................. .............................................................. ...........
SISTEMA NERVOSO CENTRAL. .............................................................. .............................................................. .......................................................
SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO/NERVOS ESPINHAIS/NERVOS CRANIANOS. .............................................................. ..................................
TERMINAÇÕES NERVOSAS E GANGLIOS. .............................................................. .............................................................. ....................................
SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO /SISTEMA RESPIRATÓRIO. .............................................................. .................................................................
ÓRGÃOS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO/INSPIRAÇÃO E EXPIRAÇÃO. .............................................................. ...................................................
SISTEMA DIGESTIVO/CANAL ALIMENTAR. .............................................................. .............................................................. ..................................
GLÂNDULAS ANEXAS/SISTEMA URINARIO. .............................................................. .............................................................. ...............................
BIODISPONIBILIDADE DE DROGAS. .............................................................. .............................................................. ..............................................
MEMBRANAS BIOLÓGICAS. .............................................................. .............................................................. ............................................................
FICK E A FUSÃO /LIGAÇÃO A PROTEÍNAS PLASMÁTICAS. ...................................................................................................................................
VOLUME DE DISTRIBUIÇÃO APARENTE/ METABOLISMO. ....................................................................................................................................

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EXAME CLÍNICO: Anamnese

Autor: Caetano Baptista Neto

O exame clínico do paciente consiste na obtenção de dados que contribuem para o diagnÉstico
e conduta clíncia de uma doença, tanto para a
medicina quanto para as afecçÑes de caráter odontolÉgico. A
semiologia é uma disciplina que busca os sinais e sintomas de
enfermidades que possam acometer um indivíduo, na realidade cada
especialidade enfoca com maior profundidade a melhor forma de
obter tais dados, embora a semiologia pura possua uma metodologia
básica de interesse a todas as especialidades.
Elaboração do DiagnÉstico e Conduta Clínica para
chegarmos ao diagnÉstico de uma doença, bem como a conduta
clínica adequada, é importante que se siga uma seqüência de
eventos clínicos. Tal seqüência
pode ser resumida pelo esquema abaixo. Esta seqüência é válida para qualquer doença a ser estudada.

Ex Clínico (Anamnese+Ex Físico) -> Hipótese de Diag -> Ex Compl -> Diagn -> Prog -> Plano de
Trat -> Preservaçào

Todo o processo de diagnÉstico e conduta clínica a ser tomada deve respeitar tal seqüência, pois
é muito comum o aluno mais afoito se deixar levar pela ansiedade do paciente, quando este mostra
os exames realizados, como radiograficos/hematolÉgicos, sem ao menos ter sido examindado. Com
isso pulam-se etapas importantes como a anamnese, exame físico e hipÉteses de diagnÉstico. Como é
possível analisar exames sem ter visto previamente o problema (lesão) para que se possa comparar com
outras alteraçÑes semelhantes â mesma patologia que está acometendo o enfermo? Seriam estes os
exames corretos ou ideais para avaliação do problema? Nestes casos deve-se deixar de lado os exames
que o pacinete prontamente ofertou e avisá-lo que haverá uma seqüência a ser seguida e no momento
oportuno será analisado.

ANAMNESE

A anamnese é o primeiro tÉpico a ser executado quando nos defrontamos com o paciente.
Portanto, deve-se dar a mesma importäncia para esta etapa quanto é dada para o exame do paciente,
pois é neste momento que o profissional interage pela primeira vez com o paciente, é neste instante que
se “quebra o gelo”, onde sentimos o nível sÉcio-cultural, o perfil emocional, permitindo assim uma
melhor relação dentista-paciente, onde até o tipo de linguagem a ser adotada é relevantem, bem como
se há alteração da fala, seja por distúrbios neurolÉgicos (dislalias) ou articulares (disartrias). é através
dela que obteremos as informaçÑes subjetivas necessárias para ficarmos a par da situação médica
do paciente,

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identificação do problema em questão, e nos direcionará na realização da nossa conduta clínica. O


termo aná significa trazer de volta e mnesis, memÉria, portanto, consiste em trazer de volta as
lembranças dos fatos pertinentes â queixa do paciente.
Os ítens compreendidos na anamnese basicamente são:
 Identificaçào do paciente
Importante para o início da relação, onde os pacientes devem ser tratados pelo nome e não pela
enfermidade, como: “sabe aquele paciente do abscesso, ou do cäncer de língua, etc.” Devemos deixar
a entrevista mais personalizada, tornando assim, a relação mais descontraída. Os ítens: sexo, idade,
etnia (cor/raça), naturalidade,
profissão ou atividade, são relevantes para elencar as doenças que
mais afetam tais dados. O endereço do paciente e telefones para
contato devem estar precisos e atualizados, pois ocorrem situaçÑes
onde o paciente abandona o profissional, como acontece nas
biÉpsias, apÉs remover a lesão o paciente não retorna para receber
o resultado, ou então existe medo por parte do enfermo para receber
o diagnÉstico de uma doença malígna, para estes casos é fundamental
entrar em contato com familiares para receberem o resultado ou
orientaçÑes específicas.
 Queixa Principal e Duraçào
Consiste na descrição do problema em questão, é o
motivo da consulta, portanto deve ser objetivo e vir acompanhado de sua duração, horas, dias, meses
ou anos. Costuma-se utilizar as palavras do paciente para descrever a queixa (caroço, bolinha, ferida,
irritação...) e mesmo que não se lembre da duração, sugerimos alguns períodos de tempo para que
ele tenha parämetros aproximados.
 História da Doença atual (HDA)
Consiste na evolução da enfermidade, como toda histÉria deve ter um começo, meio e fim. Qualquer
produto ou medicamento utilizado pelo paciente relacionado com a queixa principal deve ser anotado,
bem como sua posologia e possíveis efeitos. Caso o paciente não relate, deve ser indagado sobre
como a lesão ou problema começou, discorrendo sobre os sintomas e sinais que por ventura possam ter
existido até o momento da consulta e se houve envolvimento de outras regiÑes relacionadas com o
problema.
 Antescedentes Mórbidos
O interesse é avaliar as doenças ocorridas, ou que ainda possua. Tais enfermidades são separadas
didaticamente em gerais e as regionais.
 Gerais
Costuma-se perguntar desde as doenças da infäncia (sarampo, varicela, parotidite epidêmica, rubéola,
entre outras) até o presente momento da consulta. Todas as doenças referidas deverão ser anotadas para
posterior interpretação, como diabetes, hipertensão, cardiopatias, pneumopatias, entre outras. Pode-se
adicionar os medicamentos utilizados, bem como suas posologias.
 Regionais
Compreendem casos de acometimento do complexo maxilo-madibular ou região de cabeça e pescoço,
como: infecçÑes, tumores, traumas, odontopatias, periodontites, gengivites, sangramento espontäneo
ou provocado nas gengivas, halitose, motivo de exodontias, etc.

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 Antescedentes Familiais
Investigação sobre as condiçÑes de saúde dos ascendentes (pais / avÉs) que possam repercutir no
paciente, histÉria de cäncer na família, diabetes, hipertensão, etc.
 Hâbitos e Vícios
Hábito é uma ação repetitiva, como escovação dental, uso de fio dental, enxágües, higiene corporal,
palitar os dentes, atividades físicas, entre outras. Já o vício é uma ação repetitiva com dano ou prejuízo
ao paciente, como o vício do uso do tabaco – tabagismo, álcool – etilismo, onicofagia (roer unha),
mordiscar a mucosa jugal, morder objetos (desgaste dentalou trauma em mucosas), etc.
 Observações
Este íten é reservado para qualquer informação adicional que não tenha sido abordado anteriormente
ou para referir os medicamentos (quando vários) utilizados, ou até informaçÑes como uso de anti-
concepcionais, suplementos vitamínicos, perfil psicolÉgico do paciente, uso de prÉteses ou
qualquer particularidade com elas, entre outras informaçÑes. Não há uma fÉrmula definida
para a anamnese perfeita a ser utilizada para todas as especialidades, o que há é um roteiro que serve
de base para o acadêmico ou iniciante praticar uma seqüência lÉgica e didática percorrendo os dados
mais relevantes que contribuirão para o diagnÉstico e que favoreça a conduta clínica. Com o tempo
cada profissional fará sua anamnese personalizada, dando enfoque a sua especialidade, aprofundando
e direcionando as perguntas de acordo com o problema a ser solucionado.

SEGUIMENTO FARMACOTERAPÊUTICO:UTILIZAÇÃO DO MÉTODO DÉDER


NA ASSISTÊNCIA AO PACIENTE

Introduçào
O Seguimento Farmacoterapêutico (SFT) é uma
prática profissional desenvolvida por farmacêuticos com o
intuito de detectar Problemas Relacionados com
Medicamentos (PRM) para prevenir e resolver Resultados
Negativos associados aos Medicamentos (RNM). Este
serviço implica um compromisso e deve ser desenvolvido de
maneira contínua, sistematizada e documentada, em
colaboração com o paciente e com os demais profissionais
da saúde, com a finalidade de alcançar resultados concretos
que melhorem a qualidade de vida do paciente.
Esta prática está inserida na filosofia da atenção
farmacêutica e não deve haver confusão
referente âs definiçÑes destes dois conceitos. Atenção farmacêutica é uma filosofia de prática
profissional do farmacêutico direcionada a alcançar os melhores resultados possíveis junto ao paciente
com a utilização dos medicamentos. Portanto, seguimento farmacoterapêutico não é

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sinônimo de atenção farmacêutica, mas sim um de seus macro componentes como definido no Consenso
Brasileiro de Atenção Farmacêutica.

Mètodo Dâder

O Método Dáder de Seguimento Farmacoterapêutico foi elaborado pelo Grupo de Investigação


em Atenção Farmacêutica da Universidade de Granada (Espanha) em 1999. Trata-se de um
procedimento operativo simples que permite realizar SFT a qualquer paciente, em qualquer âmbito
assistencial, de maneira sistematizada, continuada e documentada, permitindo registrar, monitorar e
avaliar os efeitos da farmacoterapia de forma simples e clara.
O Método Dáder fundamenta-se na obtenção de informação sobre os problemas de saúde e da
farmacoterapia do paciente e a elaboração da história farmacoterapêutica. A etapa da análise
situacional permite visualizar o panorama da saúde e do tratamento em distintos momentos do tempo e
avaliar os resultados da farmacoterapia do paciente.
Na fase de avaliação e de plano de ação estabelecem-se as intervenções que se consideram
oportunas para melhorar ou para preservar o estado de saúde do paciente. Nas entrevistas sucessivas
avaliam-se os resultados das intervenções propostas. O Método Dáder de SFT consta das seguintes
fases:
1) Oferta do serviço;
2) Entrevista farmacêutica: primeira entrevista;
3) Análise situacional (estado de situação);
4) Fase de estudo;
5) Fase de avaliação;
6) Fase de intervenção (plano de atuação);
7) Entrevistas farmacêuticas sucessivas (resultado da intervenção). Originam-
se novas análises situacionais e o processo torna-se cíclico.

Oferta do serviço

A oferta do serviço consiste em explicar ao paciente, de maneira clara e concisa, o serviço


farmacêutico que vai receber. Trata-se de expor sobre o que é o método, qual é o seu objetivo e quais
são as principais características.
O propósito é captar e incorporar o paciente ao Serviço de Seguimento Farmacoterapêutico. É
importante explicar ao paciente a responsabilidade que possui junto a este atendimento.
Identificar e avaliar o melhor momento de oferecer o serviço é relevante para que o paciente
aceite participar. Algumas situações que podem ser utilizadas para oferecer o serviço são:

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• O paciente solicita informação sobre algum medicamento, algum problema de saúde, algum
parämetro bioquímico ou informação sobre sua saúde;
• O paciente expÑe alguma preocupação ou dúvida a respeito de algum de seus medicamentosou
problemas de saúde;
• O farmacêutico observa algum parämetro clínico com valor desviado da normalidade, por
exemplo, pressão arterial ou glicemia.
Caso o paciente aceite participar do seguimento farmacoterapêutico uma primeira entrevista é
marcada, a qual o paciente deve comparecer levando os medicamentos que utiliza (bolsa de
medicamentos), assim como os informes médicos e os dados analíticos de que dispÑe. Esta entrevista
é agendada (data e hora) para que o paciente e o farmacêutico possuam a responsabilidade e o
compromisso de comparecer.

Entrevista farmacêutica: primeira entrevista

O objetivo da primeira entrevista consiste em obter a informação inicial do paciente e iniciar a


histÉria farmacoterapêutica. Esta entrevista deve ser realizada em um local privado, sem que ocorram
interrupçÑes ou distraçÑes, no qual seja possível manter uma conversa tranqüila e confidencial.
A estrutura da primeira entrevista deve ser realizada em três etapas: obtenção de dados de
preocupaçÑes e de problemas de saúde, de medicamentos e a revisão dos sistemas, como demonstrado
na Figura 1.

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A etapa referente às preocupações e problemas de saúde consiste em uma pergunta aberta, cujo
objetivo é obter informação sobre as preocupações de saúde do paciente, de uma maneira ampla e com
uma descrição completa sendo possível identificar as idéias, as dúvidas, os conceitos e as crenças de
saúde.
Na etapa de obtenção de dados sobre medicamentos: perguntas semi-abertas, de posse da bolsa
de medicamentos o farmacêutico obtém a informação necessária sobre cada medicamento perguntando
sobre o conhecimento e a adesão ao tratamento, assim como sobre sua percepção quanto à efetividade
e à segurança da farmacoterapia. Existe um roteiro de perguntas para obter todas estas informações.
Na etapa de revisão: fase de revisão geral é o momento de realizar uma série de perguntas sobre
todos os sistemas, no sentido crânio caudal, e sobre a utilização de medicamentos relacionados aos
aparelhos e aos sistemas. Esta fase serve para suspeitar de alergias, registrar o peso e a altura do paciente
e detectar novos problemas de saúde e a utilização de medicamentos, além de aprofundar as-pectos
que não tenham ficado claros nas fases anteriores.
Após a finalização destas três etapas são registradas outras informações que o farmacêutico
considerar relevantes, como hábitos de vida, dieta, parâmetros clínicos e dados dos informes. O
paciente é liberado e informado de que será contatado para nova consulta após a avaliação mais
detalhada do caso pelo farmacêutico.

Anâlise situacional

A análise situacional é uma ferramenta que permite dispor e analisar o paciente com relação aos
problemas de saúde e os medicamentos em
uma data determinada. Trata-se de uma “foto do paciente” em uma
data concreta. O documento permite uma configuração de
emparelhamento horizontal entre os problemas de saúde e os
medicamentos que o paciente está utilizando para esse problema
de saúde.
Esta etapa possui como principais objetivos visualizar o
panorama sobre o estado de saúde do paciente, avaliar a
farmacoterapia do mesmo ou expor um caso em uma seção
clínica. A análise situacional
permite a esquematização dos problemas de saúde e dos medicamentos do paciente, elaborada a partir
das informaçÑes da histÉria farmacoterapêutica obtida na primeira entrevista. Com esta estrutura e
o preenchimento dos dados obtém-se uma visão geral sobre o estado de saúde do paciente e a
possibilidade de estabelecer as suspeitas de RNM como observa-se na figura 2:

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Figura 2.

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Fase de estudo

A fase de estudo do Método Dáder é a etapa em que se obtém informaçÑes sobre os


problemas de saúde e os medicamentos utilizados pelo paciente, baseadas nas melhores evidências
científicas disponíveis, centrando esta busca na situação clínica do paciente.
Esta etapa é bastante sensível porque requer do farmacêutico uma gama de habilidades e de
conhecimentos especiais para obter as informaçÑes científicas para estruturar, estudar e resolver o caso
do paciente. Nesta etapa vale uma máxima que diz: “você não precisa ser uma enciclopédia e saber
tudo, mas você precisa saber em que local buscar a informação”. O conhecimento das melhores fontes
de informação, sua adequada manipulação e a avaliação são habilidades essenciais para a adequada
realização de SFT.
Em termos gerais, a fase de estudo deve gerar a informação necessária para:
• Avaliar criticamente a necessidade, a efetividade e a segurança do medicamento que o paciente
utiliza em uma data determinada;
• Elaborar um plano de atuação com o paciente e a equipe de saúde que permita melhorar e/ou
preservar os resultados da farmacoterapia de maneira contínua no tempo;
• Promover a tomada de decisÑes clínicas baseadas na evidência científica durante todo o
processo de SFT.

Fase de avaliaçào

A fase de avaliação objetiva identificar os resultados negativos associados ao medicamento que


o paciente apresenta bem como as suspeitas de RNM. Esta identificação de RNM ocorre por meio de
um processo sistemático de perguntas, iniciando pela primeira linha da análise situacional
correspondente ao(s) medicamento(s).
Para cada medicamento ou grupo de medicamento será avaliada a necessidade, a efetividade e a
segurança para o paciente. O resultado deste processo é uma lista com as distintas suspeitas de RNM.

Fase de intervençào

A fase de intervenção é o momento em que o paciente volta para a consulta com o farmacêutico
na qual é elaborado e iniciado o plano de ação. Trata-se de um programa de trabalho contínuo,
elaborado em conjunto com o paciente e não para o paciente, negociando as intervençÑes ou as
atividades que o farmacêutico empreenderá para melhorar ou preservar o estado de saúde do paciente.
A participação do paciente na elaboração do plano de atuação é imprescindível, pois ele é o principal
responsável pela sua saúde. Elaborar o plano de atuação e fixar as intervençÑes farmacêuticas implica
necessariamentena tomada de decisÑes clínicas por parte do farmacêutico.

Entrevistas sucessivas (resultado da intervençào)

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As entrevistas farmacêuticas apÉs a fase de intervenção encerram o processo de seguimento do


paciente, tornando-o cíclico. A partir deste momento, o SFT somente finaliza se o paciente ou o
farmacêutico decidirem abandoná-lo.
As entrevistas sucessivas com o paciente permitem:
• Conhecer a resposta do paciente e/ou do médico frente â proposta de intervenção
realizada pelo farmacêutico;
• Comprovar a continuidade da intervenção;
• Obter informação sobre o resultado da intervenção;
• Iniciar novas intervençÑes previstas no plano de atuação;
• Detectar o aparecimento de novos problemas de saúde ou a incorporação de novos
edicamentos.
é preciso entender que a incorporação de nova informação na histÉria farmacoterapêutica do paciente
cederá lugar a novas análises situacionais,que devem registrar as modificaçÑes que ocorreram no
paciente e a necessidade de nova fase de estudo e ssim sucessivamente em um ciclo de atendimento,
como apresentado na Figura 3.

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Concluindo

O Método Dáder é um instrumento que foi desenvolvido para auxiliar os farmacêuticos a


ajudarem os pacientes a obterem o máximo de benefício de sua farmacoterapia. Trata-se de um
método sistemático e cíclico, que demonstra sua eficácia junto aos pacientes em diversos estudos
científicos. Além disso, existe uma adaptação desenvolvida para ser aplicada em hospitais.
Entretanto é pertinente uma ressalva sobre a necessidade de capacitação e de formação de
farmacêuticos para atuarem em SFT. Está evidente que os currículos dos cursos de farmácia não
preparam o profissional para desempenhar tal serviço. Há grandes lacunas na formação em
farmacoterapia, em comunicação, em fontes de informação e em medicina baseada em evidência
entre outras que são fundamentais para realizar o SFT. O SFT é uma nova tecnologia em saúde e
deve contar com profissionais bem
preparados para realizá-la.
É fundamental entender que este método é apenas um, entre tantos outros, que possibilita a
aplicação das habilidades clínicas do farmacêutico junto aos seus pacientes.
Também é nota de atenção que o método Dáder pode e deve ser adaptado às diferentes realidades
regionais e de âmbito assistencial.
O essencial é que não se desvie da essência do método e do foco principal que é obtero
máximo de benefício com a farmacoterapia para a melhoria da qualidade de vida do paciente.

ATENDIMENTO FARMACEUTICO

Ao farmacêutico cabe, respeitar o cÉdigo de ética da profissão farmacêutica, e citando o artigo


2ë, do anexo I da resolução ní 290/96. “ Cabendo ao farmacêutico manter uma postura prÉ-ativa,

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estando sempre a disposição para servir ao ser humano e tem por fim a promoção, a proteção e a
recuperação da saúde e bem estar individual e coletiva. Esta postura colaboradora, não pode ser
exercida exclusivamente, com o objetivo comercial.
Buscar através de fontes de pesquisas e seguras e fidedignas questÑes sobre medicamentos.

RESPONSABILIDADES

 Assumir a responsabilidades pela execução de todos os atos farmacêuticos praticados na farmácia,


cumprindo-lhe respeitar as normas referentes ao exercício da profissão farmacêutica;
 Fazer com sejam prestados ao público esclarecimentos quanto ao modo de utilização dos
medicamentos, nomeadamente de medicamentos que tenham efeitos colaterais indesejáveis ou
alterem as funçÑes nervosas superiores;
 Manter os medicamentos e substäncias medicamentosas em bom estado de conservação, de modo
a serem fornecidos nas devidas condiçÑes de pureza e eficiência;
 Garantir que na farmácia sejam mantidas boas condiçÑes de higiene e segurança;
 Manter e fazer cumprir o sigilo profissional;
 Garantir a seleção de produtos farmacêuticos na intercambialidade, no caso de prescrição pelo
nome genérico do medicamento;
 Assegurar condiçÑes para o cumprimento das atribuiçÑes gerais de todos envolvidos, visando
prioritariamente a qualidade, eficácia e segurança do produto;
 Favorecer e incentivar programas de educação continuada para todos os envolvidos nas
atividades realizadas na farmácia;
 Gerenciar aspectos técnico-administrativos de todas atividades; assegurar a atualização dos
conhecimentos técnico-científicos e sua aplicação;
 Garantir a qualidade dos procedimentos de manipulação ;
 Prestar a sua colaboração ao Conselho Federal e Conselho Regional de Farmácia de sua
jurisdição e autoridades sanitárias;
 Informar as autoridades sanitárias e o Conselho Regional de Farmácia sobre as irregularidades
detectadas em medicamentos no estabelecimento sob sua direção técnica;
 Manter os medicamentos e demais produtos sob sua guarda com controle de estoque que
garanta no mínimo o reconhecimento do lote e do distribuidor;
 Realizar treinamento aos auxiliares onde constem por escrito suas atividades, direitos e deveres
compatíveis com a hierarquia técnica.
 Parágrafo único - Todos os farmacêuticos respondemsolidariamente pelos itens constantes
neste artigo.
 Balconista – Verificar e armazenar as especialidades farmacêuticas. Separar os pedidos feitos
pelos clientes e verificar a validade dos produtos. Auxiliar na entrega dos pedidos.
 Aplicar injeçÑes e auxiliar em todos os procedimentos realizados no ambulatÉrio.

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Quadro de relação funcionários X açÑes :

BOAS PRÉTICAS EM ARMAZENAMENTO E DISPENSÃO DE MEDICAMENTOS

1 – OBJETIVO
Normatizar o funcionamento da farmácia de forma a manter regras de boas práticas de aquisição,
armazenamento e dispensação dos medicamentos e produtos comercializados.

2 – DEFINIÇÕES
2.1 – Estocagem: Conservação racional e segura
de medicamentos.
2.2 – Embalagem: InvÉlucro, recipiente ou
qualquer forma de acondicionamento, removível
ou não, destinado a cobrir, empacotar, envazar,
proteger ou manter especificamente ou não, os
produtos.
2.3 – Medicamento: é toda substäncia ou
associação de substäncias, utilizadas para
modificar ou explorar sistemas fisiolÉgicos ou
estado patolÉgico, para o benefício do receptor.
2.4 – Número do Lote: Designação impressa no rÉtulo e na embalagem de medicamentos, que permita
identificar a partida, série ou lote a que pertencem, para em caso de necessidade, localizar e rever todas
as operaçÑes de fabricação e inspeção praticadas durante a produção.
2.5 – RÉtulo: Identificação impressa ou litografada, bem como dizeres pintados ou gravados a fogo,
pressão, ou decalco, aplicada diretamente sobre o recipiente, vasilhames, invÉlucros, envoltÉrios ou
qualquer outro protetor de embalagem.
2.6 – Atenção Farmacêutica: é o compêndio das atitudes, dos comportamentos, dos compromissos, das
inquietaçÑes, dos valores éticos, das funçÑes, dos conhecimentos, das responsabilidades e das destrezas
do farmacêutico na prestação da farmacoterapia, com o objetivo de alcançar resultados terapêuticos
definidos na saúde e na qualidade de vida do paciente.
2.7 – Dispensação: é o ato de proporcionar um ou mais medicamentos a um paciente como reposta â

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apresentação de uma receita elaborada por profissional autorizado. Neste ato, o farmacêutico informa e
orienta sobre o uso adequado do produto. São elementos importantes desta orientação: cumprimento do
regime de dosificação, a influência dos alimentos, a interação com outros medicamentos, o
reconhecimento de reaçÑes adversas e as condiçÑes de conservação do produto.
Uma correta dispensação garante uma efetiva forma de entrega do medicamento correto ao paciente
certo, na dosagem e quantidade prescritas, com instruçÑes claras e numa embalagem que garanta a
potência do medicamento.

3 – RESPONSABILIDADES
3.1 – O pessoal envolvido com os medicamentos tanto no seu manuseio quanto no seu controle, devem
receber treinamentos para estes conhecimentos e experiência para o trabalho ao qual se propÑe. A
supervisão deste trabalho é de responsabilidade do farmacêutico.
3.2 – O resultado da farmacoterapia é de responsabilidade do farmacêutico e para ser obtido é necessária
a atuação do mesmo no ato da dispensação com qualidade.
3.3 – O farmacêutico responsável, caso não seja o proprietário do estabelecimento, necessita receber de
seus superiores todo o apoio necessário para um trabalho eficiente, como exigemas boas práticas de
dispensação de medicamentos.

4 – PROCEDIMENTO
4.1 - INSTALAÇÕES: A correta armazenagem dos medicamentos é fundamental para garantir sua
eficiência, sendo assim o estabelecimento deve ter:
_ Espaço para o fluxo racional de pessoas e materiais visando reduzir ao mínimo o risco de quebras /
contaminaçÑes.
_ As caixas dos medicamentos não devem ser colocadas diretamente no chão.
_ Os medicamentos termolábeis devem ser imediatamente guardados quando chegam na farmácia, e
deve-se fazer a verificação da temperatura da geladeira para saber se está ideal.
_ Os locais de trabalho devem ser mantidos limpos, isentos de pÉ e contaminação, o lixo coletado nas
dependências deve ser eliminado através de sistemas seguros e higiênicos, sendo depositado em
recipientes especiais com tampa e removido o mais rápido possível. Uma atenção especial deve ser
dada ao lixo da sala de injetáveis.
4.2 – RECEBIMENTOS DAS MERCADORIAS
4.2.1- No ato do recebimento, cada entrada deve ser examinada quanto â respectiva documentação e
fisicamente inspecionada para que sejam verificadas suas condiçÑes físicas, rotulagens, tipo, data de
fabricação, validade e quantidade.
4.2.2- Conferir a nota fiscal quanto â razão social, quantidade, preço, condiçÑes de pagamento e se a
remessa corresponde â encomendada.
4.2.3 – As empresas produtoras (fabricante ou laboratÉrio) ficam obrigadas a informar em cada
unidade produzida, os itens:
_ O nome do produto farmacêutico, nome genérico e comercial (observar a legislação);
_ Nome e endereço completo do fabricante com telefone do serviço de atendimento ao consumidor
(SAC);
_ Nome do responsável técnico, número de inscrição e sigla do Conselho Regional de Farmácia do
seu Estado;
_ Número do registro no Ministério da Saúde conforme publicação do Diário Oficial da União;
_ Data de fabricação;
_ Data de validade, esse prazo deve ser no mínimo de um ano para uma maior rotatividade dos
produtos;

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ATENDENTE DE FARMÁCIA – MÓDULO Il

_ Número de lote a que a unidade pertence;


_ Peso, volume líquido ou quantidade de unidades se for o caso;
_ Finalidade, uso e aplicação;
_ PreocupaçÑes, cuidados especiais.
Caso haja divergências em um ou mais dos itens acima, não receber os produtos, procedendo da
seguinte forma:
_ Assinar o canhoto da nota fiscal, devolvendo-a ao entregador.
_ Encaminhar a nota fiscal conforme orientação da empresa. 4.3-
ARMAZENAGENS DOS MEDICAMENTOS
4.3.1- ApÉs a conferência os produtos são encaminhados para a área de armazenamento, onde são
dispostos em prateleira de aço, afastados 0,30 m do chão sendo que nenhum produto fique em contato
direto com as paredes.
4.3.2- Os medicamentos são dispostos em ordem alfabética nas prateleiras, separados dos cosméticos,
perfumaria, produtos de higiene pessoal.
4.3.3- Na área de armazenamento a ventilação é com ar condicionado, a iluminação é artificial com
lämpadas fluorescentes, não incidindo luz solar sobre os produtos.
4.3.4- O piso é cerämico e as paredes são revestidas com tinta plástica de cor branca.
4.3.5- A limpeza das prateleiras é realizada semanalmente e a validade dos produtos é verificada
mensalmente.
4.3.6- Aos medicamentos termolábeis, deve ser evitado ao máximo a exposição a qualquer tipo de
luz, evitar exposição direta ao solo e também não permitir o congelamento desses produtos, pois alguns
perdem suas atividades farmacolÉgicas.
4.3.7- Medicamentos violados ou suspeitos de qualquer contaminação devem ser retirados dos estoques
comercializáveis, identificados e segregados em área totalmente separada, de forma a não serem
vendidos por engano e nem contaminarem outras mercadorias;
4.3.8- Os produtos com prazo de validade vencido ou com avarias:
_ Com avaria poderão ser devolvidos ao fornecedor (fabricante ou laboratÉrio), através de nota fiscal
de devolução com os dizeres “mercadoria avariada”, visando a troca da mercadoria.
_ Os medicamentos não sujeitos a controle especial serão recolhidos sem as embalagens secundárias
(caixas de papelão, bulas etc.) por uma empresa especializada seguindo as normas do PGRSS.
4.3.9- Os medicamentos controlados
(Portaria
në344/98), merecem especial
armazenamento, ou seja, dadas âs
características desses medicamentos,
sua área de estocagem deve ser
considerada de segurança máxima
(armário fechado).
Estão dispostos em ordem alfabética e
separados por listas. Deve também ser
evitada ao máximo, a exposição,
desses produtos, a qualquer tipo de luz principalmente solar, e também não podem ser depositados
diretamente ao solo. Esses produtos precisam estar em área isolada das demais, somente podendo ter
acesso a ela pessoas autorizadas, ou farmacêutico responsável técnico. Os estoques de psicotrÉpicos
deverão ser inventariados diariamente nos livros adequados para que não haja diferenças em suas
quantidades.

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Produtos vencidos, danificados ou quebrados, relacionados na portaria 344SVS-MS, devemseguir


o procedimento:
_ Relacionar em 3 vias, dar baixa no sistema e segregá-los no prÉprio depÉsito de produtos controlados;
_ Comunicar através de ofício a Autoridade Sanitária o ocorrido, enviando junto â relação dos produtos;
_ Levar a Superintendência de Vigiläncia Sanitária para a destruição do produto ou destinação adequada;
_ Solicitar o documento vistado pelo Érgão fiscalizador arquivando na farmácia apÉs dar baixa nos
produtos.
5.4-– DISPENSAÇÃO
5.4.1- No ato da dispensação de produtos farmacêuticos ao público, o usuário deve ser orientado
quanto ao cumprimento do regime de posologia, a influência dos alimentos, a interação com outros
medicamentos, o reconhecimento de reaçÑes adversas e as condiçÑes de conservação do produto. Uma
correta dispensação garante uma efetiva forma de entrega do medicamento correto ao paciente, na
dosagem e quantidade prescritas, com instruçÑes claras. 5.4.2- Os saneantes domissanitários devem
estar em local específico, separado dos demais produtos e medicamentos;
5.4.3- Os produtos, aparelhos e acessÉrios devem estar em local específico, separado dos demais
produtos e medicamentos.
5.4.4- Deve-se estar atento aos novos modelos de receituários, preconizados pela Portaria 344/98
SVS/MS, e suas atualizaçÑes.
5.4.5- Verificar a dosagem, via de administração e duração do tratamento, se necessário emcaso de
dúvida confirmar com o médico.
5.4.6- Controlar diariamente a movimentação do SNGPC.
5.4.7-Orientar ao paciente o uso adequado do medicamento no momento da dispensação, colaborar para
uso racional do medicamento.
5.4.8- Registrar a venda do produto, para controle estatístico do estoque e previsão do consumo.
5.4.9- O programa de informatização do estabelecimento farmacêutico, deve-se prestar ao setor
administrativo da farmácia, registrando todo o histÉrico de movimentação do produto dispensado.
5.4.10- No ato da dispensação, é necessário atenção para alguns aspectos importantes:
_ Nome do medicamento
_ Finalidade terapêutica do produto
_ Posologia
_ Modo de usar
_ PrecauçÑes
_ Efeitos colaterais
_ InteraçÑes medicamentosas
_ InstruçÑes de armazenamento
_ Esclarecer ao paciente, a resuspensão de medicamentos, liofilizados com uso de água fervida ou
filtrada.
5.4.11- Assegurar que o paciente tenha sido esclarecido corretamente e com respeito.
5.4.12- Disponibilizar material informativo sobre medicamentos e saúde, produzido pela Farmácia
ou de outras fontes, com o objetivo de orientar melhor o usuário.

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5.4.13- A farmácia deverá dispor fontes de informação de medicamentos para consulta do


farmacêutico (livros, Internet, revistas.)
5.4.14- Cadastrar no livro de injetáveis todo o receituário dispensado para este fim. 5.4.15-
É dever dos farmacêuticos responsáveis:
_ Esclarecer ao usuário sobre a existência do medicamento genérico, substituindo, se for o caso, o
medicamento prescrito exclusivamente pelo medicamento genérico correspondente, salvo restrições
expressas de próprio punho consignadas no documento pelo profissional prescritor;
_ Indicar, no verso da prescrição a substituição realizada, citando o nome genérico do medicamento e
a indústria produtora, apondo o carimbo que conste seu nome e número de inscrição no CRF, local e
data, assinando à declaração;
_ No ato da dispensação explicar detalhadamente ao paciente sobre a utilização do medicamento,
fornecendo toda a orientação necessária ao seu consumo racional;
_ Informar ao paciente e ao prescritor sobre a existência ou não de medicamentos genéricos,
diferenciando-os dos similares; A automedicação responsável é responsabilidade do farmacêutico,
relativamente a cada patologia que possa ser objeto de sua intervenção no processo saúde/doença;
_ O farmacêutico deve promover ações de informação e educação sanitária dirigidas ao consumidor ou
doente de modo que relativamente aos medicamentos se possa fazer uma opção e não um abuso;

DISPENSAÇÃO DE MEDICAMENTOS

5.5 - COMUNICAÇÕES NO ATENDIMENTO


Existem inúmeros tipos de pacientes/ clientes. Ao se comunicar procure:
_ Usar uma linguagem clara e objetiva;
_ Pergunte seu nome e procure chamá-lo pelo nome;
_ Faça somente perguntas claras e objetivas;
_ Saiba ouvir com atenção;
_ Nunca interrompa sua fala;
_ Mantenha um sorriso cordial e sincero durante o
atendimento;
_ É necessário manter uma aparência saudável e asseio
corporal;
O farmacêutico deve apresentar-se com o jaleco de
farmacêutico facilitando sua identificação pelo cliente;
_ Seja honesto;
_ Demonstre confiança e interesse pelo usuário,
evitando displicência ou desatenção. Para atender bem é necessário:
_ Desenvolver sua habilidade pessoal;
_ Conhecer bem a empresa e o trabalho a ser desenvolvido;
_ Manter a calma em qualquer situação, mesmo que o cliente se descontrole;

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_ Saber ouvir é indispensável para quem atende ao público, pois, olhar, acompanhar as ponderaçÑes,
e necessidades do interlocutor são importantes requisitos para identificar o tipo de cliente e atendê-lo
da forma mais conveniente possível.

ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO

1 – OBJETIVO
Descrever o estabelecimento, sua disposição espacial e seus pertences. Descrever as técnicas de
limpeza do estabelecimento. Segurança e riscos contra acidentes e incêndios

2 – APLICAÇÃO
Aplica-se somente na área física da farmácia. Estando o estabelecimento aprovado pela vigiläncia
sanitária, o espaço físico atende as
exigências determinadas, como paredes na cor branca,
chão de piso frio azulejado em todas as áreas, área de
dispensação, sala de aplicação, banheiros (fem/masc),
refeitÉrio, instalaçÑes elétricas adequadas, ambiente
amplo, arejado e em boas condiçÑes para o
acondicionamento apropriado dos medicamentos. Sala
de aplicação com paredes azulejadas até sua
metade em
extensão vertical e tinta lavável até o limite superior, pisos laváveis, pia com balcão, e material
necessário a anti-sepsia da aplicação. Dois banheiros com pias para o uso de funcionários e clientes,
um refeitÉrio onde encontra-se uma pia e uma geladeira.

3 – DEFINIÇÕES
3.1 InstalaçÑes físicas: Espaço físico destinado ao desenvolvimento das atividades, e serviços prestados
pelo estabelecimento.
3.2 - Estabelecimento: Unidade da empresa destinada ao comércio de fármacos, medicamentos,
insumos farmacêuticos e correlatos;
3.3 - Farmácia: Estabelecimento de manipulação de fÉrmulas magistrais e oficinais, de comércio de
drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, compreendendo o de dispensação e o de
atendimento privativo de unidade hospitalar ou de qualquer outra equivalente de assistência médica;
3.4 - Drogaria: Estabelecimento de dispensação e comércio de drogas, medicamentos, insumos
farmacêuticos e correlatos em suas embalagens originais;
3.5 - Ervanário: Estabelecimento que realiza dispensação de plantas medicinais;
3.6 – Distribuidor, representante, importador e exportador: Empresa que exerça direta ou indiretamente
o comércio atacadista de drogas, medicamentos em suas embalagens originais, insumos farmacêuticos
e de correlatos;
3.7 – Dispensação: é o ato profissional farmacêutico de proporcionar um ou mais medicamentos a um
paciente, geralmente como resposta a apresentação de uma receita elaborada por um profissional
autorizado. Neste ato o farmacêutico informa e orienta o

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paciente sobre o uso adequado do medicamento. São elementos importantes da orientação, entre
outros, a ênfase no cumprimento da dosagem, a influência dos alimentos, a interação com outros
medicamentos, o reconhecimento de reaçÑes adversas potenciais e as condiçÑes de conservação dos
produtos.
3.8 - Superfícies fixas: Aquelas de grande extensão, tais como pisos, paredes, mobiliários etc.
3.9 - Produto dietético - produto tecnicamente elaborado para atender âs necessidades dietéticas de
pessoas em condiçÑes fisiolÉgicas especiais.

4 – RESPONSABILIDADE:
4.1 – é de responsabilidade dos Funcionários e Farmacêuticos manter o ambiente de trabalho sempre
limpo e organizado, pois a organização das prateleiras, gôndolas, equipamentos, sala de aplicação de
injetáveis e instalaçÑes sanitárias causam boa impressão ao público, bem como tornam o
funcionamento da farmácia mais dinämico e prático.

5 – PROCEDIMENTO
A higiene e ordem são elementos que concorrem decisivamente para a sensação de bem-estar,
segurança, e conforto dos profissionais, clientes, pacientes e familiares.

DOS SERVIÇOS DE LIMPEZAS

Os funcionários devem:
Manter perfeita higiene pessoal, usar roupas limpas, usar equipamento de proteção individual (luvas),
quando recomendado, lavar as mãos com água e sabão apÉs uso do sanitário, antes da alimentação, ao
iniciar e terminar as atividades.
A- Lavagem das mãos, ponto chave contra a contaminação. Técnica correta de lavagem das mãos:
• Abrir a torneira;
• Molhar as mãos e aplicar o sabão de preferência líquido;
• Friccionar as mãos com o sabão durante 15 segundos;
• Enxaguar as mãos;
• Enxugar as mãos com papel toalha;
• Fechar a torneira com o papel toalha utilizado no item anterior.
Retirar anéis, pulseiras e relÉgios, lavar todas as regiÑes, o dorso, a região palmar, entre os dedos e
ao redor das unhas. Para complementar, lavar os antebraços, secar com papel toalha.

Os materiais utilizados para a limpeza são guardados em lugar especifico para a guarda deste equipamento.
São eles:
• Rodo;
• Balde;
• Escada;
• Panos;
• Esponjas;
• Toalhas de papel;

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• Sabão liquido;
• Desinfetantes adequados;
• Sacos plásticos;
• Vassouras;
• Pá de lixo.
O ambulatÉrio ou sala de aplicação é uma área semi-crítica, ou seja, que oferece um pequeno risco de
contaminação, as demais áreas não apresentam risco.
Realiza-se a limpeza de pisos, paredes, tetos, portas, mobiliários e equipamentos por não representarem
risco significativo de contaminação e infecção, a menos que haja qualquer respingo eventual, ou
deposição de material orgänico. Utiliza-se nesta limpeza água e hipoclorito, ou domissanitário
adequado.
Nas superfícies da sala de aplicação ou ambulatÉrio, realiza-se a desinfecção.
ólcool 70% - o álcool etílico tem maior atividade germicida, menor custo e menor toxicidade,
desinfecção de artigos e superfícies com tempo de exposição de 10 minutos. As aplicaçÑes devem ser
feitas em três tomadas, aplicando e friccionando.
Hipoclorito de SÉdio – aplicar nos chão, ou superfície contaminada e aguardar 10 minutos, com 1%
de cloro ativo.
O chão deve ser varrido com vassoura, recolhido seus objetos estranhos, e passar pano com rodo
contendo hipoclorito de sÉdio, técnica dos dois baldes.
Diariamente
• Recolher o lixo de dentro e segregar quando não for o dia da coleta;
• Limpar o pÉ dos mÉveis e acessÉrios;
• Limpar os banheiros (incluindo acessÉrios);
• Limpar o piso e as paredes azulejadas (ambulatÉrio);
• Repor papel higiênico, papel toalha e sabão liquido;
• Limpar os telefones, computador e acessÉrios.
Semanalmente
• Limpar as lixeiras e secar;
• Limpar paredes e prateleiras, gôndolas ;
• Limpar as portas;
• Limpar a geladeira.
Quinzenalmente
• Limpeza de vidros, janelas e peitoris;
• Limpezas de esquadrarias.
Mensalmente
Limpeza geral das paredes, e tetos; Limpeza dos
aparelhos de iluminação.

DA DISPOSIÇÃO DOS PRODUTOS

O estabelecimento referenciado está em conformidade com as normas de qualidade de


prestação de serviços â venda de medicamentos não-controlados e controlados. DispÑe de área de
venda,onde se acondicionam os medicamentos (líquidos –xaropes, suspensÑes; sÉlidos- comprimidos,
comprimidos revestidos, pÉs e semi-sÉlidos- cremes, pomadas, ungüentos, géis) em prateleiras, de
ferro pintadas de branco, por ordem alfabética de nome comercial (marca registrada) e de nome
comercial similar ou genérico. Do lado externo deste balcão encontram- se gôndolas de aço, onde
estão dispostos produtos que não apresentam as exigências de cuidados de dispensação, e de livre

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comércio, sendo eles cosméticos, produtos de higiene pessoal, produtos diversos de utilidade
feminina, linhas de produtos infantis entre outros.
Dentro da área de medicamentos e de dispensação, que é situada atrás de um balcão em vidro
e madeira, compartimentado para outros medicamentos e produtos correlatos.
Ao redor e centro da farmácia encontram-se as gôndolas e prateleiras dispostas a facilitar a
visualização dos clientes e funcionários, dos produtos que ali se encontram para o comércio livre, como
os produtos cosméticos: tinturas de cabelo, xampus, condicionadores, sabonetes, sabonetes líquidos,
cremes dentais, cremes hidratantes, entre outros, dispÑem-se ao cliente escolher os de sua preferência.
O armário de medicamentos de controle especial é de madeira, resistente â luz (opaco), trancado
com chave, situado no fundo da farmácia atrás das prateleiras de medicamentos.

E - RESPONSABILIDADES

é de responsabilidade de todos os funcionários as operaçÑes descritas neste procedimento


operativo padrão.

FARMACOVIGILêNCIA NA FARMÉCIA

1 – OBJETIVO
Dar diretrizes de como notificar as reaçÑes não desejadas e as queixas técnicas dos
medicamentos, beneficiando todos os segmentos
envolvidos.

2 – DEFINIÇÕES
2.1 – ReaçÑes Adversas a Medicamento (RAM) –
Qualquer efeito nocivo, não intencional e
indesejado de um medicamento observado com doses terapêuticas
habituais em seres humanos para o tratamento, profilaxia ou
diagnÉstico.

3 – RESPONSABILIDADE
3.1 – é de responsabilidade de o Profissional Farmacêutico notificar toda suspeita de reação adversa a
qualquer medicamento, bem como qualquer problema com o medicamento relacionado com a falta de
efeito terapêutico, alteraçÑes organolépticas (cor, odor, sabor), turbidez, contaminação, problemas com
embalagem, bula, rÉtulo e suspeitas de falsificaçÑes, enviando o Formulário de Notificação para
farmácia.

4 – PROCEDIMENTO
4.1 – Como Notificar:
4.1.1. Preencher o Formulário on-line www.anvisa.gov.br/multimidia/Formulario/notifica Dados do
Paciente: Nome (se preferir, indique sÉ as iniciais para proteger a identidade do paciente), sexo,

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idade (< 1 ano/meses), peso (considere os decimais em crianças). Registre o número de cadastro do
paciente na farmácia, se for o caso.
Descrição da reação Adversa: Descrever o diagnÉstico clínico – na sua ausência, os sinais e sintomas
(ex.: icterícia, náusea, tontura, choque anafilático). Assinale a data (dia/mês/ano) do início e fim da
reação, bem como a duração aproximada (em dias ou horas). Favor incluir dados laboratoriais
relevantes.
Medicamento(s) suspeito(s) de causar RAM: Notifique o medicamento que considere o mais provável
por ter produzido a reação, citando o nome comercial.
Registre: Dose diária;
Via de administração: Informe se oral, intravenosa, subcutänea, intradérmica, ocular, sublingual,
retal, tÉpica, etc.
Tratamento: Data do início e do fim da terapêutica (dia/mês/ano) e duração (aproximada em dias ou
horas);
Motivo da indicação: Indique causa ou sintomatologia que motivou a medicação. Caso existam
mais medicamentos suspeitos, notificá-los.
Medicamentos prescritos ou tomados por automedicação: Notificar os demais medicamentos
prescritos e os utilizados nos últimos 15 dias, incluindo automedicação, excluídos aqueles utilizados
para o tratamento da RAM.
Evolução do Paciente: marque com “X” os itens relacionados a suspeita da RAM, especificando
quando for o caso.
Conduta: Marque com “X” a terapêutica eventualmente instituída para o controle da RAM.
Reexposição: Marque com “X” o fato em que ocorreu a reexposição do medicamento.
Dados do Notificador: Não se esqueça de se identificar. A sua identidade será o vínculo para contatos
futuros para remessa de material bibliográfico e a avaliação do caso notificado. Queixas Técnicas (ou
suspeitas de desvios de qualidade): Notifique problemas de qualidade de medicamentos tendo ou
não ocorrência de eventos adversos associados. Favor preencher os dados do notificador.
5.2 – O que notificar:
Toda suspeita de reação adversa a qualquer medicamento, bem como a falta de efeito terapêutico do
mesmo, além de queixas técnicas ou suspeitas de desvio de qualidade. Notificar mesmo se não existir
certeza da relação entre a administração do medicamento e o desenvolvimento da reação, ou mesmo se
não se dispÑe de todos os detalhes do caso.

AVALIAÇÃO FARMACÊUTICA DA RECEITA

1 – OBJETIVO
O procedimento visa descrever a tarefa de conferência do conteúdo de receita para garantir a
segurança e eficácia do tratamento prescrito (dispensação com qualidade).

2 - DOCUMENTOS COMPLEMENTARES
_ Receita Médica
_ RDC 44/2009
_ Portaria SVS/MS në 344/98

3 – RESPONSABILIDADE
Cabe ao farmacêutico responsável a avaliação da prescrição.

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4 – DEFINIÇÕES
_ Medicamento - produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado, com finalidade profilática,
curativa, paliativa ou para fins de diagnÉstico;
_ Dispensação - ato de fornecimento de medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos,
acompanhado de orientação para o uso correto, a título remunerado ou não;
_ Denominação Comum Brasileira (DCB) – denominação do fármaco ou princípio farmacologicamente
ativo aprovada pelo Érgão federal responsável pela vigiläncia sanitária.
_ Denominação Comum Internacional (DCI) – denominação do fármaco ou princípio
farmacologicamente ativo recomendada pela Organização Mundial de Saúde.
_ CID - Classificação Internacional de Doenças.

5 – PROCEDIMENTO
5.1. Verificar os seguintes itens:
a) Legibilidade e ausência de rasuras;
b) Identificação do profissional prescritor com o número de registro no respectivo Conselho
Profissional, endereço do seu consultÉrio ou endereço da instituição a que pertence carimbo e
assinatura;
c) Identificação do paciente e seu endereço residencial;
d) Identificação da substäncia ou medicamento prescrito; DCB/DCI, concentração/dosagem, forma
farmacêutica, via de administração, quantidades e unidades;
e) Modo de usar;
f) Local e data de emissão.
OBS.: A ausência de qualquer um dos itens acima pode acarretar o não atendimento da prescrição.
5.2. Avaliar cada prescrição quanto â viabilidade e compatibilidade dos medicamentos entre si,
suas concentraçÑes e doses máximas, antes da sua dispensa€ão.
5.3. Quando a dose ou posologia dos produtos prescritos ultrapassarem os limites farmacolÉgicos ou a
prescrição apresentar incompatibilidade ou interaçÑes potencialmente
perigosas. Deve o farmacêutico testar entendimento com o prescritor. Na ausência ou negativa da
confirmação, é facultado ao farmacêutico a não dispensação do produto.
5.4. Anotar na receita as alteraçÑes realizadas na prescrição e confirmadas pelo prescritor. Datar,
carimbar e assinar.
5.5. é vedado fazer alteraçÑes nas prescriçÑes de medicamentos â base de substäncias incluídas nas
listas constantes da Portaria SVS/MS no. 344/98 - Regulamento Técnico sobre substäncias e
medicamentos sujeitos a controle especial.
5.6. A intercambialidade do medicamento prescrito pelo Genérico correspondente deve ser
oportunizada exclusivamente pelo farmacêutico ao usuário no ato da dispensação. Caso a
intercambialidade seja efetivada, o farmacêutico deve aplicar o carimbo “substituído por genérico” e
assinar.
5.7. A intercambialidade do medicamento prescrito jamais pode ser pelo similar sem a autorização do
prescritor.
5.8. Jamais aviar uma receita prescrita em cÉdigos, siglas ou números.
5.9. Em caráter excepcional, na indisponibilidade do medicamento, na dose/concentração e/ou forma
farmacêutica compatíveis com a prescrição, o farmacêutico pode fracionar adaptar a dose/concentração
e/ou quantidade, de forma a adequá-la â prescrição médica.

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SISTEMA NACIONAL DE GERENCIAMENTO DE PRODUTOS CONTROLADOS


(SNGPC) E MEDICAMENTOS SUJEITOS AO CONTROLE ESPECIAL

O Sistema Nacional de
Gerenciamento de Produtos Controlados
(SNGPC) é um conjunto de instrumentos
informatizados utilizados para realizar o
monitoramento da movimentação de
medicamentos e substäncias sujeitos a
controle especial conforme a Portaria
SVS/MS 344, de 12 de maio de 1998 e a
Portaria SVS/MS 6, de 29 de janeiro de 1999.
A norma que dispÑe
sobre o SNGPC é a RDC 27 de 30 de março de 2007.

1 – OBJETIVOS
_ Monitorar a dispensação de medicamentos e substäncias entorpecentes e psicotrÉpicas e seus
precursores;
_ Otimizar o processo de escrituração;
_ Permitir o monitoramento de hábitos de prescrição e consumo de substäncias controladas em
determinada região para propor políticas de controle;
_ Captar dados que permitam geração de informação atualizada e fidedigna para o SNVS para
tomada de decisão;
_ Dinamizar as açÑes da Vigiläncia Sanitária.

2 – DEFINIÇÕES:
2.1. SNGPC – Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados.
2.2. CID – Classificação Internacional de Doenças.
2.3. DCB – Denominação Comum Brasileira.
2.4. DCI – Denominação Comum Internacional.
2.5. Droga – Substäncia ou matéria-prima que tenha finalidade medicamentosa
ou sanitária.
2.6. Entorpecentes – Substäncia que pode determinar dependência física ou
psíquica relacionada, como tal, nas listas aprovadas pela Convenção Única sobre
Entorpecentes, reproduzidas nos anexos deste Regulamento Técnico.
2.7. Medicamento – Produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou
elaborado, com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnÉstico.
2.8. Notificação de Receita – Documento padronizado destinado â notificação de prescrição de
medicamentos: a) Lista A (cor amarela), b) psicotrÉpicos – Lista B1 e B2 (cor azul) e c) retinÉides e
anabolizantes de uso sistêmico e imunossupressores – Lista C1, C2, C3, C4 e C5(cor branca). A
Notificação concernente aos dois primeiros grupos (a e b) deverá ser firmada por profissional
devidamente inscrito no Conselho Regional de Medicina, no

Sistema de Ensino Inove Interativa P á g i n a 25


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Conselho Regional de Medicina Veterinária ou no Conselho Regional de Odontologia; a concernente


ao terceiro grupo (c), exclusivamente por profissional devidamente inscrito no Conselho Regional de
Medicina.
2.9. PsicotrÉpico – Substäncia que pode determinar dependência física ou psíquica e relacionada,
como tal, nas listas aprovadas pela Convenção sobre Substäncias PsicotrÉpicas.
2.10. Receita – Prescrição escrita de medicamento, contendo orientação de uso para o paciente,
efetuada por profissional legalmente habilitado, quer seja de formulação magistral ou de produto
industrializado.

3 – RESPONSABILIDADE:
é de responsabilidade do Farmacêutico escriturar as receitas por meio de sistema informatizado
compatível com as especificaçÑes e padrÑes de transmissão estabelecidos pela ANVISA e transmitida
em intervalos de no mínimo 1 dia e no máximo 7 dias (ainda que não tenha ocorrido movimentação no
estoque) e manter sempre em ordem os arquivos dos Registros de Escrituração de Medicamentos e
substäncias pertencentes â Portaria 344/98, seguindo-se as etapas previstas neste Procedimento
Corporativo Farmácia.

4 – MOVIMENTAÇÃO:
O estabelecimento não poderá comercializar dispensar as substäncias ou medicamentos controlados
durante a ausência ou afastamento do Responsável Técnico (RT), salvo se houver substituto,
devidamente cadastrado no SNGPC. O sistema permitirá que o novo RT ou Responsável Técnico
substituto verifique o inventário final, realize um novo inventário e dê continuidade âs transmissÑes,
mediante prévia atribuição de perfil de acesso pelo gestor de segurança.

5 – FISCALIZAÇÃO E GESTÃO:
O SNGPC permitirá a emissão de relatÉrios que contenham no mínimo os mesmos dados e
informaçÑes exigidos para fins de escrituração no livro. A qualquer momento a autoridade sanitária
poderá solicitar a emissão de relatÉrios como o histÉrico de movimentação.

6 – PROCEDIMENTO:
6.1. Registros
A farmácia escritura e mantém, para efeito de fiscalização e controle, os livros com registro eletrônico
dos arquivos enviados â ANVISA através do SNGPC.
6.1.1. Livro de Receituário Geral: é o livro que destina ao registro de todas as receitas com
medicamentos magistrais aviadas em farmácias. Obedece a ordem seqüencial de recebimento da
receita. A farmácia, ao receber a receita médica, numera a mesma através de carimbo.
6.1.1.1 O registro contém os seguintes dados:
a) ní de ordem da receita;
b) data do aviamento;
c) nome e endereço do comprador;
d) nome do prescritor e número do Conselho;
e) descrição da formulação contendo todos os componentes e concentraçÑes;
f) lote do medicamento;
g) visto do Responsável Técnico, ou de seu substituto;
h) data da dispensação.

Sistema de Ensino Inove Interativa P á g i n a 26


ATENDENTE DE FARMÁCIA – MÓDULO Il

O carimbo usado na dispensação deve ser acrescido do número do lote do medicamento, alémdas
demais informaçÑes.
6.2. Documentos hábeis para escrituração: Os documentos abaixo descritos são documentos hábeis
para a escrituração:
6.2.1. Entrada: Nota Fiscal ou Nota Fiscal Fatura, ou documento equivalente da Instituição
Pública;
6.2.2. Saída: Receitas, NotificaçÑes de Receitas “A”, “B” e Especial, Prescrição Diária de
Medicamentos ou Receitas privativas da Unidade Hospitalar;
6.2.3. Perdas: Justificativa de perda (vencidos, quebra, extravio (boletim de ocorrência policial)), perda
no processo, requisição para amostra do Controle de Qualidade, Termo de Inutilização expedido pelo
ôrgão competente de Vigiläncia Sanitária.
6.3. Encerramento dos livros manuais: ApÉs o credenciamento no SNGPC, o livro de Registro deverá
ser devidamente encerrado junto a VISA competente e permanecer arquivado pelo prazo estabelecido
em legislação específica.
6.4. Padrão SNGPC e Sistema Informatizado do Estabelecimento:
As sistemáticas devem ser desenvolvidas ou adaptadas segundo as especificaçÑes estabelecidas pelos
padrÑes de transmissão (Schemas) do SNGPC na página da ANVISA.
O desenvolvimento, aquisição ou adaptação de programa ou sistema informatizado compatível com
o SNGPC constitui responsabilidade de cada estabelecimento.
Tipo de transmissão que será utilizado: a transmissão dos arquivos contendo as movimentaçÑes será
via formato XML (eXtensible Markup Language) que é um formato de transmissão internacionalmente
reconhecido e aceito, aberto, suportado de maneira nativa por uma imensa gama de aplicaçÑes,
fornecedores e sistemas operacionais. Ele é uma forma de representação da informação em que cada
parte do arquivo possui uma formação semäntica específica, o que permite uma validação automática
da sua estrutura e do formato do conteúdo.
O XML é um sistema de fácil conversão para outros formatos (inclusive para o prÉprio XML), não
fabrica dados artificiais ou de duvidosa efetividade, os custos para desenvolvimento são menores,
oferece maior agilidade do desenvolvimento e estabelece um padrão que tende a tornar-se muito
estável.
Forma de obtenção dos requisitos e das especificaçÑes do Padrão de Transmissão do SNGPC para fazer
as adaptaçÑes no programa que o estabelecimento utiliza: a forma de declarar explicitamente qual o
conteúdo de um XML utilizado pelo SNGPC é o XML Schema (ou esquema). Os esquemas são
arquivos XML de um formato especial que descrevem detalhadamente como se deseja que um XML
seja e que tipos de dados cada “tag” podem conter. Normalmente usa-se a extensão .xsd para os
esquemas e, por isso, eles são chamados de XSDs.
6.5.1 Passo -a- Passo do SNGPC:
O acesso ao ambiente SNGPC da ANVISA se dará através do endereço eletrônico:
www.anvisa.gov.br/hotsite/sngpc/index.asp . Clicando em Acesso aos Sistemas, Entrada no Empresas
e do Usuário.
A partir daí, o Farmacêutico seguirá os passos que forem solicitados: Selecionar a Empresa que
representa, conferir se os dados da Empresa estão corretos, dar entrada no Inventário.
Neste primeiro acesso, deverá ser feito o inventário inicial, isto é, a declaração de todos os
medicamentos sujeitos ao controle especial que a farmácia possui, selecionando se sua farmácia possui
produtos industrializados ou manipulados.

Sistema de Ensino Inove Interativa P á g i n a 27


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Clicar em Medicamentos inserir o número de Registro que está na embalagem e clicar em Consultar
Medicamentos, os dados aparecerão automaticamente. Inserir o número do lote que está na embalagem
e a quantidade de estoque que possui deste medicamento e clicar em Incluir no Inventário.
ApÉs dar entrada em todo o estoque inicial, clicar em Confirmação de Inventário, conferir os dados e
confirmar. Poderá ser visualizado o estoque inicial do Inventário. Clicar em RelatÉrios para imprimir
o Certificado de Escrituração Digital (ATENÇÃO: para imprimir, é necessário o Programa Acrobat
Reader instalado no computador). Com este Certificado em mãos, o Farmacêutico deverá levar os livros
de escrituração para serem encerrados na Vigiläncia Sanitária junto com o relatÉrio do inventário
inicial. A partir deste passo concluído, a farmácia está apta a fazer as movimentaçÑes relativas â
entrada e saída de medicamentos.
Sair do sistema e clicar em Envio de Movimentação de Produtos (XML). O Farmacêutico entra com
seu e-mail e senha, clica em procurar para localizar o arquivo em seu computador e depois clica em
transferir.
Para imprimir, clicar em RelatÉrios, selecionar o RelatÉrio desejado, datar o período e clicar em Gerar
RelatÉrio.
6.6. Notificação de Receita:
6.6.1. A farmácia ou drogaria somente poderá aviar ou dispensar quando todos os itens da receita
e da respectiva Notificação de Receita estiverem devidamente preenchidos.
6.6.2. A Notificação de Receita será retida pela farmácia ou drogaria e a receita devolvida ao
paciente devidamente carimbada, como comprovante do aviamento ou da dispensação.
6.6.3. A Notificação de Receita deve conter os seguintes itens devidamente impressos e apresentando
as seguintes características:
a) sigla da Unidade da Federação;
b) identificação numérica;
c) identificação do emitente:
_ Nome do profissional com sua inscrição no Conselho Regional com a sigla da respectiva Unidade de
Federação; ou o nome da Instituição, endereço completo e telefone; OBS.: A inscrição no Conselho
Regional sÉ é válida na Unidade da Federação onde o profissional foi inscrito.
d) identificação do usuário: nome e endereço completo do paciente e no caso de uso veterinário, nome
e endereço completo do proprietário e identificação do animal;
e) nome do medicamento ou da substäncia: prescritos sob a forma de Denominação Comum Brasileira
(DCB), dosagem ou concentração, forma farmacêutica, quantidade (em algarismos arábicos e por
extenso) e posologia;
f) símbolo indicativo: no caso da prescrição de retinÉicos deverá conter um símbolo de uma mulher
grávida, recortada ao meio, com a seguinte advertência: “Risco de graves defeitos na face, nas orelhas,
no coração e no sistema nervoso do feto.”
g) data da emissão;
h) assinatura do prescritor: quando os dados do profissional estiverem devidamente impressos no
campo do emitente, este poderá apenas assinar a Notificação de Receita.No caso de o profissional
pertencer a uma instituição ou estabelecimento hospitalar, deverá identificar a assinatura com carimbo,
constando a inscrição no Conselho Regional, ou manualmente, de forma legível;
i) identificação do comprador: nome completo, número do documento de identificação, endereço
completo e telefone;

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j) identificação do fornecedor: nome e endereço completo, nome do responsável peladispensação e


data do atendimento;
l) identificação da gráfica: nome, endereço e CNPJ/CGC impressos no rodapé de cada folha do
talonário. Deverá constar também, a numeração inicial e final concedida ao profissional ou instituição
e o número da Autorização para confecção de talonários emitida pela Vigiläncia Sanitária local;
m) identificação do registro: anotação da quantidade aviada, no verso, e quando tratar-se
deformulaçÑes magistrais, o número de registro da receita no livro de receituário.
6.6.4. Em caso de emergência, pode ser aviada a receita de medicamentos sujeitos a Notificação de
Receita a base de substäncias constantes das listas da Portaria SVS/MS 344/98 e de suas atualizaçÑes,
em papel não oficial, contendo obrigatoriamente: o diagnÉstico ou CID, a justificativa do caráter
emergencial do atendimento, data, inscrição no Conselho Regional e assinatura devidamente
identificada. Se o estabelecimento aviar a referida receita, deve anotar a identificação do comprador e
apresentar â Autoridade Sanitária local dentro de 72 (setenta e duas) horas, para “visto”. 6.6.5. A
farmácia ou drogaria é obrigada a apresentar dentro do prazo de 72 (setenta e duas) horas, â Autoridade
Sanitária local, as NotificaçÑes de Receita “A” procedentes de outras Unidades Federativas, para
averiguação e visto.
6.6.6. No momento do envio da Relação Mensal de Notificação de Receita “A” – RMNRA â Autoridade
Sanitária Municipal, Estadual ou do Distrito Federal, o estabelecimento deve enviar a Notificação de
Receita “A” acompanhada da justificativa.

VERIFICAÇÃO DE PRESSÃO SANGUÍNEA

1- Objetivo:
Este procedimento visa estabelecer uma sistemática padrão
para o Procedimento de Monitorização da pressão arterial na
farmácia.

2- Definições:
Para a medição de parâmetros fisiológicos e bioquímicos
deverão ser utilizados materiais, aparelhos e acessórios que
possuam registro, notificação, cadastro, salvo se forem
legalmente dispensados. No caso especifico da glicemia
capilar, a medição deverá ser feita por equipamento de autoteste.
As técnicas e metodologias utilizadas, paramentos de interpretação de resultados e referências
bibliográficas.

3- Responsabilidade:
É de responsabilidade de o Farmacêutico fazer a monitorização da pressão, bem como orientar seu
cliente em relação ao resultado, seus cuidados e controle.

4- Procedimento:
Verificação da Pressão Arterial. A verificação da pressão arterial é realizada em sala específica para
este serviço, pelo farmacêutico ou sob sua supervisão, utilizando-se um esfigmomanômetro e
estetoscópio. O primeiro som claro, quando o sangue flui, através da artéria comprimida é a pressão

Sistema de Ensino Inove Interativa P á g i n a 29


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sistólica. A pressão diastólica ocorre no ponto em que o som muda ou desaparece. Os aparelhos
utilizados são levados para calibração periodicamente (semestralmente).

Procedimento para verificaçào da pressào arterial

1. Colocar o indivíduo em local calmo com o braço apoiado


a nível do coração e deixando-o à vontade, permitindo 5 min.
tos de repouso;
2. Localizar o manômetro de modo a visualizar claramente os
valores da medida;
3. Selecionar o tamanho da braçadeira para adultos ou
crianças. A largura do manguito deve corresponder a 40% da
circunferência braquial e seu comprimento a 80%;
4. Localizar a artéria braquial ao longo da face interna superior
do braço palpando-a;
5. Envolver a braçadeira, suave e
confortavelmente, em torno do braço, centralizando o manguito sobre a artéria braquial.
Manter a margem inferior da braçadeira 2,5cm acima da dobra do cotovelo. Encontrar o centro do
manguito dobrando-o ao meio;
6. Determinar o nível máximo de insuflação palpando o pulso radial até seu desaparecimento,
registrando o valor (pressão sistólica palpada) e aumentando mais 30 mmHg;
7. Desinsuflar rapidamente o manguito e esperar de 15 a 30 segundos antes de insuflá-lo de novo;
8. Posicionar o estetoscópio sobre a artéria braquial palpada abaixo do manguito na fossa antecubital.
Deve ser aplicado com leve pressão assegurando o contato com a pele em todos os pontos. As olivas
devem estar voltadas para frente;
09. Fechar a válvula da pêra e insuflar o manguito rapidamente até 30 mmHg acima da pressão
sistólica registrada;
10. Desinsuflar o manguito de modo que a pressão caia de 2 a 3 mmHg por segundo;
11. Identificar a Pressão Sistólica (máxima) em mmHg, observando no manômetro o ponto
correspondente ao primeiro batimento regular audível (sons de Korotkoff);
12. Identificar a Pressão Diastólica (mínima) em mmHg, observando no manômetro o ponto
correspondente ao último batimento regular audível. Desinsuflar totalmente o aparelho com atenção
voltada ao completo desaparecimento dos batimentos;
13. Registrar valores de pressão arterial Sistólica e Diastólica encontrados em mmHg. 14
Retirar o aparelho do braço e guardá-lo cuidadosamente a fim de evitar danos.

MONITORIZAÇÃO DA GLICEMIA CAPILAR

1- Objetivo:
Este procedimento visa estabelecer sistemática padrão para o
Procedimento de Monitorização da Glicemia Capilar na farmácia.

2- Definições:

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2.1. Glicemia: Concentração de glicose no sangue. A glicemia


normal (euglicemia) está entre 70 e 99 mg/dl em jejum e inferior
a 140 mg/dl até 2 (duas) horas após sobrecarga de glicose.
2.2. Glicosímetro: Aparelho manual utilizado para determinar os níveis de glicemia.
2.3. Fita Reagente ou Fita Teste: Fita utilizada para inserir uma gota de sangue e ao ser encaixado no
glicosímetro fará o cálculo da glicemia.
2.4. Lanceta: Instrumento pérfuro-cortante estéril.
2.5. Lancetador: Responsável por fazer a retirada da gota de sangue no teste de glicemia.

3- Responsabilidade:
É de responsabilidade de o Farmacêutico fazer a monitorização da glicemia capilar, bemcomo
orientar seu cliente em relação ao Diabetes, seus cuidados e controle.
4- Procedimento:
4.1. Preparar o glicosímetro e o lancetador;
4.2. Lavar e fazer assepsia das mãos, conforme PC-FF-03;
4.3. Calçar as luvas, realizando a assepsia com álcool 70%;
4.4. Retirar a Fita Teste da embalagem;
4.5. Orientar o cliente a lavar as mãos com água e sabão e secá-las bem;
4.6. Escolher o local para a punção, o melhor é a ponta dos dedos, evitando a polpa digital;
4.7. Fazer a assepsia do local com álcool 70%, lembrando que o dedo deve estar totalmente seco
antes de fazer a punção;
4.8. Fazer a punção utilizando o lancetador, para colher uma gota de sangue;
4.9. Encostar a gota de sangue na área branca localizada na ponta da Fita Teste;
4.10. Manter a gota de sangue em contato com a ponta da Fita Teste até o glicosímetro começar
a realizar o teste;
4.11. Fazer a leitura do resultado;
4.12. O glicosímetro desligará automaticamente após o término do exame;
4.13. Fazer pressão no local da punção por alguns instantes com algodão embebido comálcool 70%;
4.14. Descartar a lanceta e tira em lixo de risco biológico e a coleta será realizada por empresa
especializada;
4.15. Retirar as luvas e fazer uma lavagem completa das mãos;
4.16. Anotar o resultado do exame na carteirinha de medição de glicemia do cliente;
4.17. Orientar o cliente sobre o resultado do exame. Se apresentar por seguidas vezes valores fora da
normalidade, deve ser orientado a consultar um médico, seguir a prescrição médica, fazer dieta
adequada e/ou fazer atividade física moderada.

ROTINA DE APLICAÇÃO DE INJETÉVEIS

1 – OBJETIVO
Este procedimento visa estabelecer uma sistemática padrão para o Procedimento de Aplicação de
Injetáveis.

2 – DEFINIÇÕES
2.1 Sanitização: conjunto de procedimentos que visam a manutenção
das condiçÑes de higiene.
2.2 Solução Sanitizante: é um agente/produto que reduz o número de

Sistema de Ensino Inove Interativa P á g i n a 31


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bactérias a níveis seguros de acordo com as normas de saúde. (Res.


GMC Ní 26/96)
2.3 Desinfecção: Descreve o método capaz de eliminar muitos ou todos os microorganismos
patogênicos, com exceção dos esporos.
2.4 Desinfetante: é um produto que mata todos os microrganismos patogênicos, mas não
necessariamente todas as formas microbianas esporuladas em objetos e superfícies inanimadas.
(Res.GMC Ní 26/96).
2.5 Germicida: é um produto de ação letal sobre os microrganismos, especialmente os patogênicos
(germes). (Res. GMC Ní 26/96).
2.6 Superfícies fixas: Aquelas de grande extensão, tais como pisos, paredes, mobiliários etc.
2.7 Medicamentos Injetáveis: PreparaçÑes para uso parenteral, estéreis, destinadas a serem injetadas
no corpo humano.
2.8 Procedimento asséptico: Operação realizada com a finalidade de preparar injetáveis coma
garantia de sua esterilidade.
2.9 Recipiente: Embalagem primária destinada ao acondicionamento do injetável, de vidro ou de
plástico, que atendam os requisitos sanitários legais.
2.10 Produto estéril: Medicamento ou material estéril para uso ou aplicação parenteral.
2.11 Anti-sepsia: Emprego de substäncia ou método capaz de impedir a ação de microrganismos.
2.12 Drogaria: Estabelecimento de dispensação e comércio de drogas, medicamentos, insumos
farmacêuticos e correlatos em suas embalagens originais.
2.13 Farmácia: Estabelecimento de prestação de serviços farmacêuticos de interesse público e/ou
privado destinada a prestar assistência farmacêutica e orientação sanitária individual ou coletiva, onde
se processe a manipulação e/ou dispensação de produtos e correlatos com finalidade profilática,
curativa, paliativa, estética ou para fins de diagnÉsticos.
2.14 Medicamento: Produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado, com finalidade
profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnÉstico.
2.17 Receita: Prescrição do medicamento, contendo orientação de uso para o paciente, efetuada por
profissional legalmente habilitado.
2.18 Responsabilidade Técnica: é o ato de aplicação dos conhecimentos técnicos e profissionais, cuja
responsabilidade objetiva, está sujeita â sançÑes de natureza cível, penal e administrativa.
2.19 Supervisão Farmacêutica: Constitui a supervisão, no estabelecimento, efetuada pelo farmacêutico
responsável técnico ou seu farmacêutico substituto.
2.20 Funcionário Habilitado â Aplicação de Injetáveis: Funcionário da farmácia que tenha recebido
treinamento e/ou curso específico para aplicação de injetáveis, cujo certificado seja
reconhecido pela autoridade sanitária competente. A cÉpia do mesmo deve permanecer na farmácia.

3 – RESPONSABILIDADE
3.1 – é de responsabilidade de o Farmacêutico dar treinamento e suporte técnico padrão, bem como
supervisionar os Funcionários devidamente habilitados, no procedimento de Aplicação de
Medicamentos Injetáveis.
3.2 – é de responsabilidade dos Funcionários habilitados da farmácia seguir corretamente as instruçÑes
preconizadas, assim como as orientaçÑes do Farmacêutico no que concerne â aplicação de
Medicamentos Injetáveis.

4 – PROCEDIMENTO
4.1 - ROTINA DE APLICAÇÃO:

Sistema de Ensino Inove Interativa P á g i n a 32


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O profissional que efetua este procedimento segue esta rotina:


4.1.1. Lê e interpreta a prescrição médica, avaliando a dosagem, via de administração;
4.1.2. Conversa com o paciente, buscando mais informaçÑes, como histÉrico fisiopatolÉgico e de
reaçÑes alérgicas;
4.1.3. Anota no livro específico todos os dados da prescrição;
4.1.4. Em caso de paciente com histÉrico de variação de PA (Pressão Arterial), esta deve ser aferida
antes de qualquer procedimento;
4.1.5. Em caso de pessoas idosas a PA deve ser sempre verificada;
4.1.6. Constatando-se PA em níveis fora da normalidade, o paciente deve ser informado e
encaminhado ao médico;
4.1.7. Separa e retira da embalagem primária a medicação a ser aplicada;
4.1.8. Em caso de frasco ampola, realiza a assepsia do anel de abertura com álcool 70%; 4.1.9. Em caso
de frasco com rolha de borracha, retira cuidadosamente o lacre sem tocar na borracha;
4.1.10. Lava e faz assepsia das mãos;
4.1.11. Calça as luvas, realizando a assepsia com álcool 70%;
4.1.12. Abre a embalagem da seringa, utilizando o sistema de descolamento de celulose, evitando rasgar
o papel da embalagem;
4.1.13. Aspira a medicação na seringa utilizando a primeira agulha;
4.1.14. Realiza a troca da agulha, escolhendo o modelo adequado â aplicação;
4.1.15. Faz assepsia com álcool 70% no local da aplicação;
4.1.16. Descarta a seringa sem separar a agulha do corpo da mesma na caixa de
perfurocortantes;
4.1.17. O lixo gerado é recolhido pelas autoridades responsáveis, as quais dão o fimapropriado
(consultar PGRSS).
4.2 - TéCNICAS DE APLICAÇÃO:
Seringas: São usadas somente seringas descartáveis, de uso único e mantidas invioladas.
4.2.1. VIA INTRAMUSCULAR: 5.2.1.2. Verifica se o bizel da agulha está no sentido das fibras
musculares, evitando o corte das mesmas;
4.2.1.3. Introduz a agulha em um ängulo de 90ë neste local;
4.2.1.4. Antes de injetar o medicamento, puxa o êmbolo da seringa para trás, para verificar se a agulha
atingiu algum vaso sangüíneo. Se aparecer sangue na seringa, deve-se retirar a agulha, trocar a mesma
e repetir os itens 1,2 e 3.
4.2.1.5. Após a aplicação do medicamento, retira o conjunto, descartando-o em embalagem específica
(DescarPack, ou outras do tipo) e faz pressão por alguns instantes no local, com algodão embebido em
álcool 70%;
4.2.1.6. Coloca o Pad no local da aplicação;
Obs.: Jamais se deve massagear o local após a aplicação.
4.2.2. VIA INTRADÉRMICA:
É utilizada seringa tipo insulina ou tuberculina, e agulhas pequenas e finas (13X3, 13X4,5);
O volume máximo é de 0,5mL de medicamento em soluções cristalinas e isotônicas. 4.2.2.1.
Escolhe a área de aplicação e realiza a assepsia com álcool 70%;
4.2.2.2. Distende a pele do local de aplicação e introduz a agulha com o bizel para cima,
paralelamente à pele, numa extensão de 2 mm;
4.2.2.4. Observa a formação de pápula (não se deve apertar ou massagear a mesma).
4.2.3. VIA SUBCUTÂNEA:
São utilizadas agulhas 20X6, 10X6 ou 10X5. Esta via é indicada para drogas de absorção lenta e
contínua.

Sistema de Ensino Inove Interativa P á g i n a 33


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4.2.3.1. Faz assepsia do local, distende a pele do local da aplicação com o dedo indicador e polegar,
mantendo a região firme;
4.2.3.2. Introduz a agulha com rapidez e firmeza, em ângulo de 45°;
4.2.3.3. Solta a pele e puxa o êmbolo da seringa para trás, a fim de verificar se algum vaso foi atingido;
4.2.3.4. Injeta lentamente a medicação;
4.2.3.5. Após a aplicação do medicamento, retira o conjunto, descartando-o em embalagem específica
(DescarPack, ou outras do tipo) e faz pressão por alguns instantes no local, com algodão embebido em
álcool 70%;
4.2.3.6. Coloca o Pad no local da aplicação;

PERFURA•‚O

1- OBJETIVO:
Este procedimento visa estabelecer sistemática padrão para o
Procedimento de perfuração somente efetuada com pistola na
farmácia.

2- DEFINIÇÕES:
A perfuração somente pode ser efetuada compistola e brincos
regularizados junto à Anvisa. Não podem ser utilizadas agulhas
de aplicação de injeção, agulhas de suturas ou outros objetos.

3- RESPONSABILIDADE:
É de responsabilidade de o Farmacêutico fazer a
perfuração do lóbulo da orelha, bem como orientar seu paciente sobre seus cuidados e controle.

4- PROCEDIMENTO:
Colocação de Brincos: os brincos são colocados com o aparelho específico e os brincos utilizados estão
devidamente acondicionados em embalagens estéreis, visando â proteção do usuário.
4.1. Preparar o a pistola de perfuração já esterelizada;
4.2. Lavar e fazer assepsia das mãos, conforme quadro informativo,
4.3. Calçar as luvas, realizando a assepsia com álcool 70%;
4.4. Retirar o brinco da embalagem original, na frente do paciente.
4.5. Escolher o local para a perfuração
4.6. Fazer a assepsia do local com álcool 70%, lembrando que as mãos devem estar totalmente
secas.
4.7. Retirar as luvas e fazer uma lavagem completa das mãos;
4.8 Orientar paciente sobre cuidados com local.

ARMAZENAMENTO DE MEDICAMENTOS VENCIDOS

1 OBJETIVO
Definir procedimentos para acompanhamento e guarda
de produtos vencidos.

2 RESPONSABILIDADE / ATRIBUIÇÕES

Sistema de Ensino Inove Interativa P á g i n a 34


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- Farmacêutico responsável
- Setor de compras

3 PROCEDIMENTOS
Mensalmente é feita a checagem dos prazos de validade dos
produtos;
Comunica-se ao farmacêutico quando há entrada de algum produto no período crítico de 180
dias de vencimento da validade;
Identificam-se os produtos vencidos com etiqueta com os dizeres “VENCIDO”;
Estes produtos são identificados corretamente e armazenados separadamente, até que seja feita a
coleta pela empresa de coleta de mediamentos, a qual dará destinação final conforme contrato de
prestação de serviços seguindo as normas da lei vigente.

PROGRAMA FARMÉCIA POPULAR

Com o Saúde Não Tem Preço, a população brasileira que sofre com hipertensão ou diabetes
passa agora a ter acesso gratuito aos medicamentos para o tratamento destas doenças.
Esta oferta de medicamentos gratuitos na rede Aqui Tem Farmácia Popular é resultado de um
acordo do Ministério da Saúde com sete entidades da indústria e do comércio. O acordo beneficia
33 milhÑes de brasileiros hipertensos e 7,5 milhÑes de diabéticos. Além de ajudar no orçamento das
famílias mais humildes, que comprometem 12% de suas rendas com medicaçÑes.

Farmâcia Popular

O Farmácia Popular foi criado em 2004 com unidades prÉprias para oferecer â população mais
uma forma de acesso aos medicamentos. Em 2006 a iniciativa cresceu e alcançou a rede privada sendo
chamado de “Aqui Tem
Farmácia Popular”. Hoje, mais de 2,5 mil municípios possuem
estabelecimentos do programa e cerca de 1,3 milhão de brasileiros por
mês são beneficiados. Sendo aproximadamente 660 mil hipertensos e
300 mil diabéticos.
Com o programa, os brasileiros passaram a ter acesso a 24 tipos
de medicamentos para hipertensão, diabetes e outras cinco doenças
incluindo asma, rinite, malde Parkinson, osteoporose e glaucoma, além
de fraldas geriátricas. Os medicamentos estão disponíveis na rede de
farmácias e drogarias conveniadas â rede Aqui Tem Farmácia Popular.
Com exceção dos medicamentos para diabetes e hipertensão que são
gratuitos, o programa Aqui Tem Farmácia Popular oferece os
medicamentos com descontos de até 90%.
O Programa Farmácia Popular do Brasil é um programa coordenado pelo Ministério
da Saúde e visa disponibilizar medicamentos â população para doenças e agravos de maior prevalência
e impacto social. Trata-se de uma oferta de medicamentos complementar â política de assistência
farmacêutica do Sistema Único DE Saúde (SUS), cujos recursos financeiros não colidem com os
recursos aplicados sistematicamente pelo Ministério da Saúde no financiamento da assistência
farmacêutica básica. Os recursos para aquisição de medicamentos da assistência farmacêutica básica

Sistema de Ensino Inove Interativa P á g i n a 35


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são transferidos mensalmente para o seu município nos termos da Portaria 4.217/2010.
A portaria 184 de 2011 do Ministério da Saúde dispÑe das normas operacionais para o programa
Aqui tem Farmácia Popular.

Como funciona

Para ter acesso gratuito aos medicamentos, basta que o usuário apresente o CPF, umdocumento
com foto e a receita médica válida (validade de 120 dias) em qualquer um dos
15.069 estabelecimentos credenciados da rede de farmácias e drogarias conveniadas â rede Aqui
Tem Farmácia Popular.

Como posso conveniar minha drogaria ao programa Farmácia Popular

Para ingressar no Programa, o estabelecimento interessado


deverá acessar a página da Caixa Econômica Federal
(www.caixa.gov.br/farmaciapopular), onde irá efetuar o seu pré-
cadastro e, em seguida, seu cadastro on line.
ApÉs concluído o cadastro eletrônico, o responsável legal da empresa deverá comparecer a uma
agência da CEF de sua preferência para entregar documentação previamente solicitada por e-mail.
ApÉs validação da CEF, a empresa deverá encaminhar â SCTIE Requerimento e Termo de Adesão –
RTA assinado na agência, subscrito pelo proprietário, dirigente ou mandatário com poderes bastantes
para firmá-lo. Os demais documentos: Alvará Sanitário, Comprovante de Responsável Técnico,
Original de Cupom Fiscal e Autorização de Emissor de Cupom Fiscal emitida pela Secretaria de
Fazenda Estadual serão entregues na prÉpria agência bancária.
A empresa acompanha o processo no sítio www.caixa.gov.br/farmaciapopular- Link SIFAP,
utilizando como login o número do PIS e a senha feita na CEF. Em caso de dúvidas, usar a Central de
atendimento da CEF 0800 7260104, Opção 9 e, em seguida, 3. Ou, ainda, o e-mail
gepos02@saude.gov.br.

Dúvidas sobre o Programa Aqui tem Farmâcia Popular

1. O que eu preciso para adquirir o medicamento pelo Aqui Tem Farmâcia Popular? Para ter
acesso ao medicamento, o cidadão precisa comparecer ao estabelecimento credenciado portando
CPF prÉprio, receita médica válida e documento com foto.

2. Serâ aceito qualquer tipo de receita?


A receita deverá ser prescrita por um profissional médico e vale tanto para médico particular quanto
para médico do SUS. A validade das receitas varia da seguinte forma: anticoncepcionais – 1 ano;
demais medicamentos e fraldas geriátricas – 120 dias.

3. Em caso de menores de idade, como è feita a compra do medicamento? No caso


de menores, pode-se aceitar o CPF dos pais, até providenciar um prÉprio. Ressalta-se que existe limite
por CPF para aquisição de medicamentos neste Programa. Na falta do CPF, o cidadão deverá
providenciar a emissão do mesmo para a aquisição do produto.

4. Caso o paciente esteja impossibilitado de comparecer à farmâcia ou drogaria, como fazer para

Sistema de Ensino Inove Interativa P á g i n a 36


ATENDENTE DE FARMÁCIA – MÓDULO Il

adquirir o medicamento ou a fralda?


Fica dispensada a obrigatoriedade da presença física do paciente, titular da prescrição médica e/ou
laudo/atestado médico, quando se enquadrar na seguinte condição: incapacidade nos termos dos art. 3í
e 4í do CÉdigo Civil; desde que comprovado. Nesse caso, a dispensação somente será realizada
mediante a apresentação dos seguintes documentos:
a) do paciente, titular da receita, CPF, RG ou certidão de nascimento; e
b) do representante legal, o qual assumirá, juntamente com o estabelecimento, as responsabilidades
pela efetivação da transação: CPF e RG.
Considera-se representante legal aquele que for:
a) declarado por sentença judicial;
b) portador de instrumento público de procuração que outorgue plenos poderes ou poderes específicos
para aquisição de produto de higiene pessoal junto ao Programa; ou
c) portador de instrumento particular de procuração com reconhecimento de firma, que autorize a
compra de produto de higiene pessoal junto ao Programa.

5. A farmâcia ou drogaria vai reter minha receita?


Não. O estabelecimento irá providenciar uma cÉpia de sua receita para arquivamento em cada compra.

6. Preciso assinar algum documento no ato da aquisiçào?


Sim, o estabelecimento deverá emitir 02 vias do Cupom Vinculado, além do Cupom Fiscal, onde o
usuário deverá assinar e ficar com 01 via de cada. A outra permanece na farmácia.

7. Os usuârios que nào assinam poderào adquirir os produtos da Farmâcia Popular? Para
usuários comprovadamente analfabetos, será aceito a digital nos Cupons Vinculados e a farmácia
irá providenciar uma cÉpia da identidade para comprovação, desde que o prÉprio paciente
compareça ao estabelecimento credenciado.

Lista de Medicamentos para Hipertensão

Captopril 25 mg, comprimido


Maleato de enalapril 10 mg, comprimido Cloridrato de
propranolol 40 mg, comprimido Atenolol 25 mg,
comprimido Hidroclorotiazida 25 mg, comprimido
Losartana Potássica 50 mg

Lista de Medicamentos para Diabetes

Glibenclamida 5 mg, comprimido


Cloridrato de metformina 500 mg, comprimido Cloridrato de
metformina 850 mg, comprimido Cloridrato de metformina 500
mg, comprimido de ação prolongada
Insulina Humana NPH 100 UI/ml – suspensão injetável, frasco- ampola 10 ml
Insulina Humana NPH 100 UI/ml – suspensão injetável, frasco-ampola 5 ml Insulina
Humana NPH 100 UI/ml – suspensão injetável, refil 3ml (carpule) Insulina Humana

Sistema de Ensino Inove Interativa P á g i n a 37


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NPH 100 UI/ml – suspensão injetável, refil 1,5ml (carpule) Insulina Humana Regular
100 UI/ml, solução injetável, frasco-ampola 10 ml Insulina Humana Regular 100 UI/ml,
solução injetável, frasco-ampola 5 ml Insulina Humana Regular 100UI/ml, solução
injetável, refil 3ml (carpules) Insulina Humana Regular 100UI/ml, solução injetável,
refil 1,5ml (carpules)

Os medicamentos genèricos

Utilizados amplamente em países como os EUA e o Canadá - chegaram ao Brasil e já despertam o


interesse do consumidor. Mas
também geram muitas dúvidas. Funcionamcomo os
medicamentos de marca famosa? Qual é, afinal, a
diferença entre um genérico e um similar? Existem
genéricos para todos os medicamentos de referência?

Para responder a essas e a outras perguntas, o


Ministério da Saúde lançou uma grande campanha
informativa dirigida à população em geral. Mas, para
que essa
campanha surta o efeito desejado, também precisamos da colaboração de quem está em contato direto
com o consumidor: você, profissional farmacêutico. Por isso, informe-se sobre os medicamentos
genéricos e esclareça seus clientes. Você estará contribuindo para o grande projeto de levar
medicamentos de qualidade a um custo acessível a todos os brasileiros. A saúde do país agradece!

O que è um medicamento genèrico?


Medicamento genérico é aquele que contém o mesmo princípio ativo - na mesma dose e forma
farmacêutica - de um medicamento de referência. Também é administrado pela mesma via e tem
indicação idêntica. E o mais importante: é tão seguro e eficaz quanto o medicamento de marca, mas em
geral custa menos.

O medicamento genèrico è, entào, uma cópia do medicamento de referência?


Na verdade, quanto maior a semelhança entre os dois, melhor. Mas é preciso ressaltar que o processo
de obtenção e os componentes utilizados não são idênticos. Ainda assim, é totalmente possível
garantir a intercambialidade.

Mas como se pode saber se um determinado genèrico è mesmo eficaz?


Antes de um medicamento genérico chegar ao mercado, ele é submetido a testes para que seja
comprovada a sua eficácia. São os chamados testes de intercambialidade.

E por que os genèricos sào mais baratos?


Porque no seu preço não estão embutidos os gastos com propaganda (genéricos não têm "marca") nem
os custos de pesquisa, pois se trata de cópias de medicamentos desenvolvidos por outros laboratórios.
Experiências em outros países mostram que os preços podem cair de 20% a 40%, ou até mais em alguns
casos. No mercado inglês, por exemplo, há medicamentos genéricos que custam dez vezes menos do

Sistema de Ensino Inove Interativa P á g i n a 38


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que os originais.

Qual a diferença entre o medicamento genèrico e o chamado similar?


Os similares são medicamentos comercializados sob nomes-fantasia e também sob a Denominação
Comum Brasileira (DCB) que, de um modo geral, não comprovaram - através de testes apropriados -
a equivalência com os medicamentos de referência. Ou seja, não comprovaram sua intercambialidade.

Como fica a situaçào do mercado nacional?


No início, vão existir três tipos de medicamento: os de referência, os genéricos e os
similares. O importante é saber que a substituição só será permitida entre o
medicamento de referência e o genérico. Os similares, portanto, só poderão ser
indicados por médicos (os farmacêuticos não podem indicar um similar no lugar de
um medicamento de referência). Assim, a tendência é que os similares comprovem
a intercambialidade e se transformem em genéricos.

Como o consumidor vai identificar os genèricos?


Na embalagem de todos os medicamentos desse tipo vai constar a expressão
"Medicamento genérico" e o número da lei que deu origem a eles (Lei 9.787/99).

E quais serào os medicamentos de referência?


Serão aqueles escolhidos e divulgados oficialmente pelo Ministério da Saúde. A Resolução 391/99 já
divulga os cem primeiros medicamentos de referência.

Afinal, o que muda para o farmacêutico? E para o


consumidor?
O farmacêutico terá um papel ainda mais relevante, pois contribuirá para o uso racional e adequado dos
medicamentos. Além disso, haverá novos campos de trabalho para esse profissional, pois ganham
importância atividades como o desenvolvimento de metodologia analítica, a validação de processos de
produção e o desenvolvimento farmacotécnico voltado à garantia de intercambialidade. Já o
consumidor ganha acesso a medicamentos de qualidade a um preço bem menor.

O que sào medicamentos similares?


Os similares são medicamentos que possuem o mesmo fármaco, a mesma concentração, forma
farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica do medicamento de referência
(ou marca), mas não têm sua bioequivalência com o medicamento de referência comprovada.

O que sào medicamentos de referência?


São, normalmente, medicamentos inovadores, cuja eficácia, segurança e qualidade foram comprovadas
cientificamente, por ocasião do registro junto ao Ministério da Saúde, através da ANVISA. São os
medicamentos que, geralmente, se encontram há bastante tempo no mercado e tem uma marca
comercial conhecida.

Como identificar os três tipos de medicamentos existentes no mercado brasileiro: os genèricos, os


similares e os de marca?
A diferença na identificação está na embalagem.
Apenas os medicamentos genéricos contêm, em sua embalagem, logo abaixo do nome do princípio

Sistema de Ensino Inove Interativa P á g i n a 39


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ativo que os identifica, a frase "Medicamento genérico - Lei 9.787/99". Os demais medicamentos não
possuem esta identificação.

Quem faz os testes que possibilitam que um produto receba o registro de genèrico? Os testes
de equivalência farmacêutica e bioequivalência são realizados em centros habilitados junto à
ANVISA.

O que è o teste de biodisponibilidade?


A biodisponibilidade relaciona-se à quantidade absorvida e à velocidade do processo de absorção do
fármaco liberado a forma farmacêutica administrada. Quando dois medicamentos apresentam a mesma
biodisponibilidade no organismo, sua eficácia clínica é considerada comparável.

O que è o teste de bioequivalência?


O teste de bioequivalência consiste na demonstração de que o medicamento genérico e seu respectivo
medicamento de referência (aquele para o qual foi efetuada pesquisa clínica para comprovar sua eficácia
e segurança antes do registro) apresentam a mesma biodisponibilidade no organismo. A
bioequivalência, na grande maioria dos casos, assegura que o medicamento genérico é equivalente
terapêutico do medicamento de referência, ou seja, que apresenta a mesma eficácia clínica e a mesma
segurança em relação ao mesmo.

O que è princípio ativo?


É a substância existente na formulação do medicamento, responsável pelo seu efeito terapêutico.
Também denomina-se fármaco.

As indústrias estrangeiras instaladas no Brasil fabricam mais similares ou genèricos? E as


nacionais?
As indústrias farmacêuticas estrangeiras, instaladas no Brasil, fabricam mais medicamento de
referência ou de marca, porque fazem pesquisas em grandes centros de alta tecnologia no seu país de
origem, com grande capital de giro para investir. No entanto, as referidas indústrias produzem similares
e podem produzir genéricos. As indústrias nacionais têm maior produção de medicamentos similares.
Atualmente, os medicamentos genéricos já fazem parte da produção nacional.

MEDICAMENTOS MANIPULADOS

O mercado de medicamentos manipulados vem crescendo significativamente nos últimos anos.


É o que mostram os dados da última pesquisa feita pela Associação Nacional dos Farmacêuticos
Magistrais (Anfarmag). De acordo com o levantamento, o número de farmácias que produzem
medicamentos manipulados aumentou de 2.100 em 1998, para 7.850 em 2009. Ainda segundo a
Anfarmag, mais de 60 milhões de receitas são manipuladas anualmente.
Para a farmacêutica Adriana Valente Teixeira Volpe, da Farmácia Dermatológica de Maringá, a
principal vantagem dos medicamentos manipulados é a adequação da dose, de acordo com as
necessidades individuais.
Divulgação

Sistema de Ensino Inove Interativa P á g i n a 40


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Fabricação na quantidade exata de medicamentos evita desperdício. Ela


também cita como benefícios, as associações de princípios ativos; a segurança, devido à
possibilidade de ser prescrito na quantidade exata do tratamento; rótulo personalizado, que evita trocas
de medicamentos quando outros familiares fazem outro tratamento; além de permitir a escolha do
formato, que pode ser em cápsulas, xarope, sachês, shakes, supositórios, gomas, entre outros. O
comprador também pode optar pela cor desejada de cápsulas e ainda a
adição de sabores especiais. Apesar da crescente procura pelos produtos,
muitos consumidores têm dúvidas sobre a segurança dos medicamentos. De acordo com a
farmacêutica, não há diferença entre os
medicamentos convencionais e os manipulados.
"Compramos os ativos dos mesmos fornecedores que as indústrias farmacêuticas, porém na
manipulação fabricamos o medicamento especial para cada indivíduo", diz. Para pacientes
diabéticos, segundo a farmacêutica, os medicamentos são manipulados

sem açúcar. "Já para pacientes sensíveis, podemos manipular medicamento em cápsulas incolores e
prescrições líquidas, sem corante. Ainda manipulamos cosméticos diferenciados, respeitando
cada tipo de pele", revela. A especialista
alerta que mesmo oferecendo diversas vantagens, todos os medicamentos devem ser
utilizados com cautela. "As contraindicações são as mesmas dos
medicamentos industrializados", alerta.
A farmacêutica também revela que atualmente é possível manipular todos os ativos
que não são patenteados pela indústria.
A farmácia produz o medicamento na quantidade que o paciente precisa, evitando assim sobras
e desperdícios, e diminuindo o custo do tratamento.
De acordo coma Anfarmag, 30% da fabricação dos manipulados atendem a demanda da área
de dermatologia. O restante é da ginecologia, cirurgia plástica, gastroenterologia e endocrinologia, entre

Sistema de Ensino Inove Interativa P á g i n a 41


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outras especialidades.

Porque o manipulado è mais barato?

 A grande vantagem em se comprar o remédio manipulado é a economia.


 Na maioria das vezes o custo é de 30% a 40% menor do que os medicamentos de drogarias, até
mesmo os genéricos. Essa grande diferença de preço em relação aos medicamentos industrializados
é porque os manipulados são fabricados somente por prescrição, na quantidade certa para o cliente
seguir cada tratamento, não existindo sobras e desperdícios - consequentemente, a pessoa paga
somente o que usa.

Importante

Vale lembrar que o uso dos produtos manipulados impede a automedicação, já que eles
só podem ser produzidos com prescrição médica e vem exatamente na quantidade que o
consumidor necessita. Esse ponto é importante, visto que a automedicação é a terceira causa de
internação por alergia ou intoxicação aos medicamentos.
Verifique se a farmácia possui um farmacêutico no local. Ele é o profissional certo para falar
sobre os produtos. Deve-se exigir a sua presença quando houver dúvidas. O profissional pode informar
se o remédio deve ou não ser tomado com leite ou se há riscos do remédio causar algum problema,
quando ingerida com outro medicamento A presença do especialista é um dos requisitos para saber se
a farmácia é de confiança.

Orientações

 Obxerve se o medicamento impresso no rótulo condiz com a receita de seu médico.


 Observe os componentes da fórmula para comprovar que você não tem hipersensibilidade
(alergia) a algum deles.
 Confira se as doses das substâncias prescritas cabem na capacidade das cápsulas.
 Use medicamento manipulado somente em farmácia de manipulação especializada neste setor.
 Não altere sua formulação sem autorização do médico.
 Observe atentamente as instalaçÑes da farmácia de manipulação e suas condiçÑes
higiênicas.
 Em caso de cremes, procure utilizar a espátula que acompanha o pote, pois existem
determinados componentes que se oxidam caso o produto seja contaminado com as mãos.
 O remédio manipulado é feito sempre de acordo com uma receita médica e atende a um tempo
determinado de tratamento. Eles são produtos extemporäneos, isto é, não são feitos para durar
por certo período. Portanto, tome-os imediatamente apÉs a manipulação e não guarde restos de
medicamento. Se o problema voltar, procure novamente o seu médico (não repita a receita).
 As farmácias seguem as boas práticas de Manipulação de preparaçÑes magistrais e oficiais para
uso humano – RDC 67/07, determinadas pela Anvisa, o que assegura maior qualidade das
substäncias utilizadas nos medicamentos.

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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA

CONCEITO DE ANATOMIA

No seu conceito mais amplo, a Anatomia é a ciência que estuda, macro e microscopicamente,
constituição e o desenvolvimento dos seres organizados.
Um excelente e amplo conceito de Anatomia foi proposto em 1981 pela American Association
of Anatomists: anatomia é a análise da estrutura biológica, sua correlação com a função e com as
modulações de estrutura em resposta a fatores temporais, genéticos e ambientais. Tem como metas
principais a compreensão dos princípios arquitetônicos da construção dos organismos vivos, a
descoberta da base estrutural do funcionamento das várias partes e a compreensão dos mecanismos
formativos envolvidos no desenvolvimento destas. A amplitude da anatomia compreende, em termos
temporais, desde o estudo das mudanças a longo prazo da estrutura, no curso de evolução, passando
pelas das mudanças de duração intermediária em desenvolvimento, crescimento e envelhecimento; até
as mudanças de curto prazo, associadas com fases diferentes de atividade funcional normal. Em
termos do tamanho da estrutura estudada vai desde todo um sistema biológico, passando por
organismos inteiros e/ou seus órgãos até as organelas celulares e macromoléculas.
A palavra Anatomia é derivada do grego anatome (ana = através de; tome = corte).
Dissecação deriva do latim (dis = separar; secare = cortar) e é equivalente etimologicamente a
anatomia. Contudo, atualmente, Anatomia é a ciência, enquanto dissecar é um dos métodos desta
ciência.

Seu estudo tem uma longa e interessante histÉria, desde os


primÉrdios da civilização humana. Inicialmente limitada ao observável

Sistema de Ensino Inove Interativa P á g i n a 43


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a olho nu e pela manipulação dos corpos, expandiu-se, ao longo do


tempo, graças a aquisição de tecnologias inovadoras.
Atualmente, a Anatomia pode ser subdividida em três grandes
grupos: Anatomia macroscÉpica, Anatomia microscÉpica e Anatomia
do desenvolvimento.
A Anatomia MacroscÉpica é o estudo das estruturas observáveis
a olho nu, utilizando ou não recursos tecnolÉgicos os mais variáveis
possíveis, enquanto a Anatomia MicroscÉpica é aquela relacionada com
as estruturas corporais invisíveis a olho nu e requer o uso de
instrumental para ampliação, como lupas, microscÉpios Épticos e eletrônicos. Este grupo é dividido em
Citologia (estudo da célula) e Histologia (estudo dos tecidos e de como estes se organizam para a
formação de Érgãos).
A Anatomia do desenvolvimento estuda o desenvolvimento do indivíduo a partir do ovo
fertilizado até a forma adulta. Ela engloba a Embriologia que é o estudo do desenvolvimento até o
nascimento.
Embora não sejam estanques, a complexidade destes grupos torna necessária a existência de estudos
específicos.

NORMAL E VARIAÇÃO ANATÔMICA

Normal, para o anatomista, é o estatisticamente mais comum, ou seja, o que é encontrado na


maioria dos casos. Variação anatômica é qualquer fuga do padrão sem prejuízo da função. Assim, a
artéria braquial mais comumente divide-se na fossa cubital. Este é o padrão. Entretanto, em alguns
indivíduos esta divisão ocorre ao nível da axila. Como não existe perda funcional esta é uma variação.
Quando ocorre prejuízo funcional trata-se de uma anomalia e não de uma variação. Se a
anomalia for tão acentuada que deforme profundamente a construção do corpo, sendo, em geral,
incompatível com a vida, é uma monstruosidade.

NOMENCLATURA ANATÔMICA

Como toda ciência, a Anatomia tem sua linguagem prÉpria. Ao conjunto de termos empregados
para designar e descrever o organismo ou suas partes dá-se o nome de Nomenclatura Anatômica. Com
o extraordinário acúmulo de conhecimentos no final do século passado, graças aos trabalhos de
importantes “escolas anatômicas” (sobretudo na Itália, França, Inglaterra e Alemanha), as mesmas
estruturas do corpo humano recebiam denominaçÑes diferentes nestes centros de estudos e pesquisas.
Em razão desta falta de metodologia e de inevitáveis arbitrariedades, mais de 20 000 termos
anatômicos chegaram a ser consignados (hoje reduzidos a poucos mais de 5 000). A primeira tentativa
de uniformizar e criar uma nomenclatura anatômica internacional ocorreu em 1895. Em sucessivos
congressos de Anatomia em 1933, 1936 e 1950 foram feitas revisÑes e finalmente em 1955, em
Paris, foi aprovada oficialmente a Nomenclatura Anatômica, conhecida sob a sigla de P.N.A.
(Paris Nomina Anatomica). RevisÑes subseqüentes foram feitas em 1960, 1965 e 1970, visto que a
nomenclatura anatômica tem caráter dinämico, podendo ser sempre criticada e modificada, desde que
haja razÑes suficientes para as modificaçÑes e que estas sejam aprovadas em Congressos
Internacionais de Anatomia . A língua oficialmente adotada é o latim (por ser “língua morta”),
porém cada país pode traduzi-la para seu prÉprio vernáculo.

Sistema de Ensino Inove Interativa P á g i n a 44


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Ao designar uma estrutura do organismo, a nomenclatura procura utilizar termos que não sejam
apenas sinais para a memÉria, mas tragam também alguma informação ou descrição sobre a referida
estrutura. Dentro deste princípio, foram abolidos os epônimos (nome de pessoas para designar
coisas) e os termos indicam: a forma (músculo trapézio); a sua posição ou situação (nervo mediano);
o seu trajeto (artéria circunflexa da escápula); as suas conexÑes ou inter-relaçÑes (ligamento
sacroilíaco); a sua relação com o esqueleto (artéria radial); sua função (m. levantador da escápula);
critério misto (m. flexor superficial dos dedos
– função e situação). Entretanto, há nomes imprÉprios ou não muito lÉgicos que foram conservados,
porque estão consagrados pelo uso.

POSIÇÃO ANATÔMICA

Para evitar o uso de termos diferentes nas descriçÑes anatômicas, considerando-se que a
posição pode ser variável, optou-se por uma posição padrão, denominada posição de descrição
anatômica (posição anatômica). Deste modo, os anatomistas, quando escrevem seus textos, referem-se
ao objeto de descrição considerando o indivíduo como se estivesse sempre na posição padronizada.
Nela o indivíduo está em posição ereta (em pé, posição ortostática ou bípede), com a face voltada
para a frente, o olhar dirigido para o horizonte, membros superiores estendidos, aplicados ao tronco e
com as palmas voltadas para frente, membros inferiores unidos, com as pontas dos pés dirigidas para
frente.

DIVISÃO DO CORPO HUMANO

O corpo humano divide-se em cabeça, pescoço, tronco e membros. A cabeça corresponde â


extremidade superior do corpo estando unida ao tronco por uma porção estreitada, o pescoço. O tronco
compreende o tÉrax e o abdome com as respectivas cavidades torácica e abdominal; a cavidade
abdominal prolonga-se inferiormente na cavidade pélvica. Dos membros, dois são superiores ou
torácicos e dois inferiores ou pélvicos. Cada membro apresenta uma raiz, pela qual está ligada ao
tronco, e uma parte livre.

PLANOS DE DELIMITAÇÃO E SECÇÃO DO CORPO HUMANO

Na posição anatômica o corpo humano pode ser delimitado por planos tangentes â sua superfície,
os quais, com suas intersecçÑes, determinam a formação de um sÉlido geométrico, um paralelepípedo.
Tem-se assim, para as faces desse sÉlido, os seguintes planos correspondentes: dois planos
verticais, um tangente ao ventre – plano ventral ou anterior – e outro ao dorso – plano dorsal ou
posterior. Estes e outros a eles paralelos são também designados como planos frontais, por serem
paralelos â “fronte”; dois planos verticais tangentes aos lados do corpo – planos laterais direito e
esquerdo e, finalmente, dois planos horizontais, um tangente â cabeça – plano cranial ou superior – e
outro â planta dos pés – plano podálico – (de podos = pé) ou inferior.
O tronco isolado é limitado, inferiormente, pelo plano horizontal que tangencia o vértice do
cÉccix, ou seja, o osso que no homem é o vestígio da cauda de outros animais. Por esta razão, este
plano é denominado caudal.

Sistema de Ensino Inove Interativa P á g i n a 45


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Os planos descritos são de delimitação. é possível traçar também planos de secção: o plano que
divide o corpo humano em metades direita e esquerda é denominado mediano. Toda secção do corpo
feita por planos paralelos ao mediano é uma secção sagital (corte sagital) e os planos de secção são
também chamados sagitais; os planos de secção que são paralelos aos planos ventral e dorsal são ditos
frontais e a secção é também denominada frontal (corte frontal); os planos de secção que são paralelos
aos planos cranial, podálico e caudal são horizontais. A secção é denominada transversal.

TERMOS DE POSIÇÃO E DIREÇÃO

A situação e a posição das estruturas anatômicas são indicadas em função dos planos de
delimitação e secção.
Assim, duas estruturas dispostas em
um plano frontal serão chamadas de medial
e lateral conforme estejam,
respectivamente, mais prÉxima ou
mais distante do plano mediano do corpo.
Duas estruturas localizadas
em um plano
sagital serão chamadas de anterior (ou ventral) e posterior (ou dorsal) conforme estejam,
respectivamente, mais prÉxima ou mais distante do plano anterior.
Para estruturas dispostas longitudinalmente, os termos são superior (ou cranial) para a mais
prÉxima ao plano cranial e inferior (ou caudal) para a mais distante deste plano.
Para estruturas dispostas longitudinalmente nos membros emprega-se, comumente, os termos
proximal e distal referindo-se âs estruturas respectivamente mais prÉxima e mais distante da raiz do
membro. Para o tubo digestivo emprega-se os termos oral e aboral, referindo-se âs estruturas
respectivamente mais prÉxima e mais distante da boca.
Uma terceira estrutura situada entre uma lateral e outra medial é chamada de intermédia. Nos
outros casos (terceira estrutura situada entre uma anterior e outra posterior, ou entre uma superior
e outra inferior, ou entre uma proximal e outra distal ou ainda uma oral e outra aboral) é denominada
de média.
Estruturas situadas ao longo do plano mediano são denominadas de medianas, sendo este um
conceito absoluto, ou seja, uma estrutura mediana será sempre mediana, enquanto os

outros termos de posição e direção são relativos, pois baseiam-se na comparação da posição de
uma estrutura em relação a posição de outra

SISTEMA ESQUELÉTICO

O Sistema esquelético (ou esqueleto) humano consiste em um conjunto de ossos, cartilagens e


ligamentos que se interligam para formar o arcabouço do corpo e desempenhar várias funções, tais
como: proteção (para órgãos como o coração, pulmões e sistema nervoso central); sustentação e
conformação do corpo; local de armazenamento de cálcio e fósforo (durante a gravidez a calcificação
fetal se faz, em grande parte, pela reabsorção destes elementos armazenados no organismo materno);
sistema

Sistema de Ensino Inove Interativa P á g i n a 46


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de alavancas que movimentadas pelos músculos permitemos


deslocamentos do corpo, no todo ou em parte e,finalmente, local
de produção de várias células do sangue. O sistema esquelético
pode ser dividido em duas grandes porções: uma mediana,
formando o eixo do corpo, composta pelos ossos da cabeça,
pescoço e tronco, o esqueleto axial; outra, apensa a esta, forma os
membros e constitui o esqueleto apendicular. A união entre estas
duas porções se faz por meio de cinturas: escapular (outorácica),
constituída pela escápula e clavícula e pélvica
constituída pelos ossos do quadril.
No adulto existem 206 ossos, distribuídos conforme mostra a tabela 2. Este número varia de
acordo com a idade (do nascimento a senilidade há uma redução do número de ossos), fatores
individuais e critérios de contagem.

CLASSIFICAÇÃO DOS OSSOS

Há várias maneiras de classificar os ossos. Uma delas é classificá-los por sua posição
topográfica, reconhecendo-se ossos axiais (que pertencem ao esqueleto axial) e apendiculares (que
fazem parte do esqueleto apendicular). Entretanto, a classificação mais difundida é aquela que leva em
consideração a forma dos ossos, classificando-os segundo a relação entre suas dimensões lineares
(comprimento, largura ou espessura), em ossos longos, curtos, laminares e irregulares.

 osso longo: seu comprimento é consideravelmente maior que a largura e a espessura. Consiste em
um corpo ou diáfise e duas extremidades ou epífises. A diáfise apresenta, em seu interior, uma
cavidade, o canal medular, que aloja a medula óssea. Exemplos típicos são os ossos do esqueleto
apendicular: fêmur, úmero, rádio, ulna, tíbia, fíbula, falanges.
 osso laminar: seu comprimento e sua largura são equivalentes, predominando sobre a espessura.
Ossos do crânio, como o parietal, frontal, occipital e outros como a escápula e o osso do quadril,
são exemplos bem demonstrativos. São também chamados (impropriamente) de ossos planos.
 osso curto: apresenta equivalência das três dimensões. Os ossos do carpo e do tarso são excelentes
exemplos.
 osso irregular: apresenta uma morfologia complexa não encontrando correspondência em formas
geométricas conhecidas. As vértebras e osso temporal são exemplos marcantes
Estas quatro categorias são as categorias principais de se classificar um osso quanto à sua forma.
Elas, contudo, podem ser complementadas por duas outras:
 osso pneumático: apresenta uma ou mais cavidades, de volume variável, revestidas de mucosa e
contendo ar. Estas cavidades recebem o nome de sinus ou seio. Os ossos pneumáticos estão situados
no crânio: frontal, maxilar, temporal, etmóide e esfenóide.

 osso sesamóide que se desenvolve na substância de certos tendões ou da cápsula fibrosa que
envolve certas articulações. os primeiros são chamados intratendíneos e os segundos periarticulares. A
patela é um exemplo típico de osso sesamóide intratendíneo.
Assim, estas duas categorias adjetivam as quatro principais: o osso frontal, por exemplo, é um
osso laminar, mas também pneumático; o maxilar é irregular, mas também pneumático, a patela é um

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osso curto, mas é, também um sesamóide (por sinal, o maior sesamóide do corpo).

ESTRUTURA DOS OSSOS

O estudo microscópico do tecido ósseo distingue a substância óssea compacta e a esponjosa.


Embora os elementos constituintes sejam os mesmos nos dois tipos de substância óssea, eles dispõem-
se diferentemente conforme o tipo considerado e seu aspecto macroscópico também difere. Na
substância óssea compacta, as lamínulas de tecido ósseo encontram-se fortemente unidas umas às outras
pelas suas faces, sem que haja espaço livre interposto. Por esta razão, este tipo é mais denso e rijo. Na
substância óssea esponjosa as lamínulas ósseas, mais irregulares em forma e tamanho, se arranjam de
forma a deixar entre si espaços ou lacunas que se comunicam umas com as outras e que, a semelhança
do canal medular, contém medula Nos ossos longos a diáfise é composta por osso compacto

externamente ao canal medular, enquanto as epífises são compostas por osso esponjoso envolto por
uma fina camada de osso compacto.
Nos ossos planos, a substância esponjosa situa-se entre duas camadas de substância compacta.
Nos ossos da abóbada craniana, a substância esponjosa é chamada de díploe.
Os ossos curtos são formados por osso esponjoso revestido por osso compacto, como nas
epífises dos ossos longos.

PERIÓSTEO

No vivente e no cadáver o osso se encontra sempre


revestido por delicada membrana conjuntiva, com exceção das
superfícies articulares. Esta membrana é denominada periósteo e
apresenta dois folhetos: um superficial e outro profundo, este em
contato direto com a superfície óssea. A camada profunda é
chamada osteogênica pelo fato de suas células se transformarem
em células ósseas, que são incorporadas à superfície do osso,

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promovendo assim o seu espessamento.


Os ossos são altamente vascularizados. As artérias do periósteo penetram no osso, irrigando-o e
distribuindo-se na medula óssea. Por esta razão, desprovido do seu periósteo o osso deixa de ser
nutrido e morre.

CARTILAGEM

A cartilagem é uma forma de tecido de suporte firme e resistente, mas


não tanto como o osso. Não tem vasos sangüíneos nem linfáticos e não recebe
nervos. Três tipos são conhecidos - cartilagem hialina, fibrocartilagem e
cartilagem elástica.

 a cartilagem hialina tem uma aparência translúcida, branco- azulada. É o


tipo de mais larga distribuição e aparece no modelo cartilagíneo dos
ossos em desenvolvimento. Ela
persiste, na vida adulta, como cartilagem articular, nas extremidades dos ossos; como cartilagens
costais, da traquéia, do nariz, septo nasal dos brônquios e como as maiores cartilagens da laringe.
Os representantes não-articulares da cartilagem hialina têm tendência a se ossificar mais tarde na
vida.
 a fibrocartilagem consiste em coleções densas de fibras colágenas nas quais está misturada uma
matriz cartilagínea. Ela é menos homogênea que a cartilagem hialina, porém é mais resistente e
mais flexível. Ocorre nos discos intervertebrais e articulares e nas orlas glenoidais de certas
articulações. Está presente na sínfise púbica e cobre tendões onde estes têm relação com ossos.
 a cartilagem elástica é atravessada por uma rica rede de fibras elásticas, o que lhe dá, além de uma
aparência amarelada, a capacidade de retornar rapidamente a sua forma original, quando
tracionada ou torcida. A cartilagem elástica ocorre somente nas partes móveis do ouvido externo,
no nariz e na epiglote.

LIGAMENTOS

Um ligamento é uma faixa ou corda bem definida de tecido


fibroso unindo dois ossos. A maioria dos ligamentos atua
resistindo ao movimento de uma articulação em uma direção
específica. Existem aqueles que são espessamentos localizados da
cápsula da articulação (ligamentos capsulares), outros que são
completamente isolados da cápsula da articulação sobre a qual
atuam (ligamentos extracapsulares) e outros, ainda, que estão
situados dentro da articulação (ligamentos intracapsulares).
Algumas estruturas, tais como o ligamento inguinal e o ligamento redondo do fígado, que
recebem a denominação de ligamentos não o são no sentido estrito do termo. Também distantes deste
sentido estrito, recebem o nome de ligamentos, algumas pregas do peritônio, que contêm vasos
sangüíneos e tecido conjuntivo e unem uma víscera a outra ou a parede do corpo.

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ARTICULAÇÕES

Articulação ou juntura é a conexão entre duas ou mais peças esqueléticas


(ossos ou cartilagens). Essas uniões não só colocam as peças do esqueleto em
contato, como também permitem que o crescimento ósseo ocorra e que certas
partes do esqueleto mudem de forma durante o parto. Além disto, capacitam que
partes do corpo se movimentem em resposta a contração muscular.
Embora apresentem consideráveis variações entre elas, as articulações
possuem certos aspectos estruturais e funcionais em comum que permitem
classificá-las em três grandes grupos: fibrosas,
cartilaginosas e sinoviais. O critério para esta divisão é o da natureza do elemento que se interpõe às
peças que se articulam.

ARTICULAÇÕES FIBROSAS

As articulações nas quais o elemento que se interpõe às peças que se articulam é o tecido
conjuntivo fibroso são ditas fibrosas (ou sinartroses). O grau de mobilidade delas, sempre pequeno,
depende do comprimento das fibras interpostas. Existem três tipos de articulações fibrosas: sutura,
sindesmose e gonfose.
As suturas, que são encontradas somente entre os ossos do crânio, são formadas por várias
camadas fibrosas, sendo a união suficientemente íntima de modo a limitar intensamente os
movimentos, embora confiram uma certa elasticidade ao cränio. A maneira pela qual as bordas dos
ossos articulados entram em contato é variável, reconhecendo-se suturas planas (união linear retilínea
ou aproximadamente retilínea), suturas escamosas (união em bisel) e suturas serreadas (união em linha
“denteada”). No cränio, a articulação entre os ossos nasais é uma sutura plana; entre os parietais, sutura
denteada; entre o parietal e o temporal, escamosa.
No cränio do feto e recém-nascido, onde a ossificação ainda é incompleta, a quantidade de
tecido conjuntivo fibroso interposto é muito maior, explicando a grande separação entre os ossos e
uma maior mobilidade. Estas áreas fibrosas são denominadas fontículos (ou fontanelas). São elas que
permitem, no momento do parto, uma redução bastante apreciável do volume da cabeça fetal pela
sobreposição dos ossos do cränio. Esta redução de volume facilita a expulsão do feto para o meio
exterior.
Na idade avançada pode ocorrer ossificação do tecido interposto (sinostose), fazendo com que
as suturas, pouco a pouco, desapareçam e, com elas, a elasticidade do cränio.
Nas sindesmoses os ossos estão unidos por uma faixa de tecido fibroso, relativamente longa,
formando ou um ligamento interÉsseo ou uma membrana interÉssea, nos casos, respectivamente de
menor ou maior comprimento das fibras, o que condiciona um menor ou maior grau de movimentação.
Exemplos típicos são a sindesmose tíbio-fibular e a membrana interÉssea radio-ulnar.
Gonfose é a articulação específica entre os dentes e seus receptáculos, os alvéolos dentários. O
tecido fibroso do ligamento periodontal segura firmemente o dente no seu alvéolo. A presença de
movimentos nesta articulação significa uma condição patolÉgica.

ARTICULAÇÕES CARTILAGINOSAS

Nas articulaçÑes cartilaginosas o tecido que se interpÑe é a cartilagem. Quando se

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trata de cartilagem hialina, temos as sincondroses; nas sínfises a cartilagem é fibrosa. Em ambas a
mobilidade é reduzida. As sincondroses são raras e o exemplo mais típico é a sincondrose esfeno-
occipital que pode ser visualizada na base do cränio. Exemplo de sínfise é a união, no plano mediano,
entre as porçÑes púbicas dos ossos do quadril, constituindo a sínfise púbica. Também as articulaçÑes
que se fazem entre os corpos das vértebras podem ser consideradas como sínfise, uma vez que se
interpÑe entre eles um disco de fibrocartilagem - o disco intervertebral.

ARTICULAÇÕES SINOVIAIS

A mobilidade exige livre deslizamento de uma superfície Éssea contra outra e isto é impossível
quando entre elas interpÑe-se um meio de ligação, seja fibroso ou cartilagíneo. Para que haja o grau
desejável de movimento, em muitas articulaçÑes, o elemento que se interpÑe âs peças que se articulam
é um líquido denominado sinÉvia, ou líquido sinovial.
Além da presença deste líquido, as articulaçÑes sinoviais possuem três outras características básicas:
cartilagem articular, cápsula articular e cavidade articular.
a cartilagem articular é a cartilagem do tipo hialino que reveste as superfícies em contato numa
determinada articulação (superfícies articulares), ou seja, a cartilagem articular é a porção do osso
que não foi invadida pela ossificação. Em virtude deste revestimento as superfícies articulares se
apresentam lisas, polidas e de cor esbranquiçada. A cartilagemarticular é avascular e não possui
também inervação. Sua nutrição, portanto, principalmente nas áreas mais centrais, é precária, o
que torna a regeneração, em caso de lesões, mais difícil e lenta.
 a cápsula articular é uma membrana conjuntiva que envolve a articulação sinovial como um
manguito. Apresenta-se com duas camadas: a membrana fibrosa (externa) e a membrana sinovial
(interna). A primeira é mais resistente e pode estar reforçada, em alguns pontos, por ligamentos ,
destinados a aumentar sua resistência. Em muitas articulações sinoviais, todavia, existem
ligamentos independentes da cápsula articular e em algumas, como na do joelho, aparecem
também ligamentos intra-articulares.
 cavidade articular é o espaço existente entre as superfícies articulares, estando preenchido pelo
líquido sinovial
Ligamentos e cápsula articular têm por finalidade manter a união entre os ossos, mas além disto,
impedem o movimento em planos indesejáveis e limitam a amplitude dos movimentos considerados
normais.
A membrana sinovial é a mais interna das camadas da cápsula articular. É abundantemente
vascularizada e inervada, sendo encarregada da produção da sinóvia (líquido sinovial), o qual tem
consistência similar a clara do ovo e tem por funções lubrificar e nutrir as cartilagens articulares. O
volume de líquido sinovial presente em uma articulação é mínimo, somente o suficiente para revestir
delgadamente as superfícies articulares e localiza- se na cavidade articular.
Além destas características, que são comuns a todas articulações sinoviais, em várias delas
encontram-se formações fibrocartilagíneas, interpostas às superfícies articulares, os discos e meniscos,
de função discutida: serviriam à melhor adaptação das superfícies que se articulam (tornando-as
congruentes) ou seriam estruturas destinadas a receber violentas pressões, agindo como amortecedores.
Meniscos, com sua característica forma de meia lua, são encontrados na articulação do joelho. Discos
são encontrados nas articulações esternoclavicular e temporomandibular.

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MOVIMENTOS DAS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS

As articulações fibrosas e cartilagíneas tem um mínimo grau de


mobilidade. Assim, a verdadeira mobilidade articular é dada pelas
articulações sinoviais. Estes movimentos ocorrem, obrigatoriamente, em
torno de um eixo, denominado eixo de movimento. A direção destes
eixos é ântero-posterior, látero-lateral e longitudinal. Na análise do
movimento realizado, a determinação do eixo de movimento é feita
obedecendo a regra, segundo a qual, a direção do eixo de movimento é
sempre perpendicular ao plano no qual se realiza o movimento em
questão. Assim, todo movimento é realizado em um plano determinado
e o seu eixo de movimento é
perpendicular àquele plano. Os movimentos executados pelos segmentos do corpo recebem nomes
específicos e aqui serão definidos, a seguir, apenas os mais comuns:
 flexão e extensão são movimentos angulares, ou seja, neles ocorre uma diminuição ou um aumento
do ângulo existente entre o segmento que se desloca e aquele que permanece fixo. Quando ocorre
a diminuição do ângulo diz-se que há flexão; quando ocorre o aumento, realizou-se a extensão,
exceto para o pé. Neste caso, não se usa a expressão extensão do pé: os movimentos são definidos
como flexão dorsal e flexão plantar do pé. Os movimentos angulares de flexão e extensão ocorrem
em plano sagital e, seguindo a regra, o eixo desses movimentos é látero-lateral.
 adução e abdução que são movimentos nos quais o segmento é deslocado, respectivamente, em
direção ao plano mediano ou em direção oposta, isto é, afastando-se dele. Para os dedos prevalece
o plano mediano do membro. Os movimentos da adução e abdução desenvolvem-se em plano
frontal e seu eixo de movimento é ântero-posterior.
 rotação que é o movimento em que o segmento gira em torno de um eixo longitudinal (vertical).
Assim, nos membros, pode-se reconhecer uma rotação medial, quando a face anterior do membro
gira em direção ao plano mediano do corpo, e uma rotação lateral, no movimento oposto. A rotação
é feita em plano horizontal e o eixo de movimento, perpendicular a este plano é vertical.
 circundução, é o resultado do movimento combinatório que inclui a adução, extensão, abdução,
flexão e rotação. Neste tipo de movimento, a extremidade distal do segmento descreve um círculo
e o corpo do segmento, um cone, cujo vértice é representado pela articulação que se movimenta.

CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL DAS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS

O movimento nas articulações depende, essencialmente, da forma das superfícies que entram
em contato e dos meios de união que podem limitá-lo. Na dependência destes fatores as articulações
podem realizar movimentos em torno de um, dois ou três eixos. Este é o critério adotado para
classificá-las funcionalmente. Quando uma articulação realiza movimentos apenas em torno de um
eixo, diz-se que é mono-axial ou que possui um só grau de liberdade; será bi-axial a que os realiza em
torno de dois eixos (dois graus de liberdade); e tri-axial se eles forem realizados em torno de três eixos
(três graus de liberdade). Assim, as articulações que só permitem a flexão e extensão, como a do
cotovelo, são mono-axiais; aquelas que realizam extensão, flexão, adução e abdução, como a radio-
cárpica (articulação do punho), são bi-axiais; finalmente, as que além de flexão, extensão, abdução e
adução, permitem também a rotação, são ditas tri-axiais, cujos exemplos típicos são as articulações do
ombro e do quadril.

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CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DAS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS

O critério de base para a classificação morfológica das articulações sinoviais é a forma das
superfícies articulares. Contudo, às vezes é difícil fazer esta correlação. Além disto, existem
divergências entre anatomistas quanto não só a
classificação de determinadas articulações, mas também quanto à
denominação dos tipos. De acordo com a nomenclatura anatômica, os
tipos morfológicos de articulações sinoviais são:
 plana, na qual as superfícies articulares são planas ou ligeiramente
curvas, permitindo deslizamento de uma superfície sobre a outra em
qualquer direção. A articulação acromioclavicular (entre o acrômio da
escápula e a clavícula) é um exemplo. Deslizamento existe em todas
as articulações sinoviais mas nas articulações planas ele é
discreto, fazendo com que a amplitude do movimento seja bastante reduzida. Entretanto, deve-se
ressaltar que pequenos deslizamentos entre vários ossos articulados permitem apreciável variedade
e amplitude de movimento. É isto que ocorre, por exemplo, nas articulações entre os ossos curtos
do carpo, do tarso e entre os corpos das vértebras.
 gínglimo, ou dobradiça, sendo que os nomes referem-se muito mais ao movimento (flexão e
extensão) que elas realizam do que à forma das superfícies articulares. A articulação do cotovelo é
um bom exemplo de gínglimo e a simples observação mostra como a superfície articular do úmero,
que entra em contato com a ulna, apresenta-se em forma de carretel. Todavia, as articulações entre
as falanges também são do tipo gínglimo e nelas a forma das superfícies articulares não se
assemelha a um carretel. Este é um caso concreto em que o critério morfológico não foi
rigorosamente obedecido. Realizando apenas flexão e extensão, as articulações sinoviais do tipo
gínglimo são mono-axiais.
 trocóide, na qual, as superfícies articulares são segmentos de cilindro e, por esta razão, cilindróides
talvez fosse um termo mais apropriado para designá-las. Estas articulações permitem rotação e seu
eixo de movimento, único, é vertical: são mono-axiais. Um exemplo típico é a articulação radio-
ulnar proximal (entre o rádio e a ulna) responsável pelos movimentos de pronação e supinação do
antebraço. Na pronação ocorre uma rotação medial do rádio e, na supinação, rotação lateral. Na
posição de descrição anatômica o antebraço está em supinação.
 condilar, cujas superfícies articulares são de forma elíptica e elipsóide seria talvez um termo mais
adequado. Estas articulações permitem flexão, extensão, abdução e adução, mas não a rotação.
Possuem dois eixos de movimento, sendo portanto bi-axiais. A articulação radio-cárpica (ou do
punho) é um exemplo. Outros são a articulação temporomandibular e as articulações
metacarpofalângicas.
selar, na qual a superfície articular de uma peça esquelética tem a forma de sela, apresentando
concavidade num sentido e convexidade em outro, e se encaixa numa segunda peça onde
convexidade e concavidade apresentam-se no sentido inverso da primeira. A articulação carpo-
metacárpica do polegar é exemplo típico. É interessante notar que esta articulação permite flexão,
extensão, abdução, adução e rotação (conseqüentemente, também circundução) mas é classificada
como bi-axial. O fato éjustificado porque a rotação isolada não pode ser realizada ativamente
pelo polegar sendo só possível com a combinação dos outros movimentos.
 esferóide, que apresenta superfícies articulares que são segmentos de esferas e se encaixam em
receptáculos ocos. O suporte de uma caneta de mesa, que pode ser movimentado em qualquer

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direção, é um exemplo não anatômico de uma articulação esferóide. Este tipo de articulação permite
movimentos em torno de três eixos, sendo portanto, tri-axial. Assim, a articulação do ombro (entre
o úmero e a escápula) e a do quadril (entre o osso do quadril e o fêmur) permitem movimentos de
flexão, extensão, adução, abdução, rotação e circundução.

COMPLEXIDADE DE ORGANIZAÇÃO

Quando apenas dois ossos entram em contato numa articulação sinovial diz-se que ela é
simples (por exemplo, a articulação do ombro); quando três ou mais ossos participam da articulação ela
é denominada composta (a articulação do cotovelo envolve três ossos: úmero, ulna e rádio).

INERVAÇÃO

As articulações sinoviais são muito inervadas. Os nervos são derivados dos que suprem a pele
adjacente ou os músculos que movem as articulações.
As terminações nervosas sensíveis a dor são numerosas na membrana fibrosa da cápsula e nos
ligamentos e são sensíveis ao estiramento e à torção destas estruturas. Contudo, o principal tipo de
sensibilidade é a propriocepção.
Das terminações proprioceptoras da cápsula - fusos neurotendinosos -
partem impulsos que interpretados no sistema nervoso central informam
sobre a posição relativa dos ossos da articulação, do grau e direção de
movimento. As vezes, essas informações são inconscientes, e atuam em
nível de medula espinhal para controle dos músculos que agem sobre a
articulação.

MÚSCULOS

A capacidade de reagir em resposta a uma modificação do meio


ambiente constitui uma das propriedades fundamentais do protoplasma
animal. Assim, um ser unicelular em contato com um agente irritante
contrai-se no ponto de estímulo e emite um prolongamento do
citoplasma no ponto oposto àquele que foi estimulado. Diz-se que a
célula contraiu-se ao ser estimulada, distanciando-se do agente de
estímulo; em suma, ocorreu um movimento. Porém, sendo
unicelular, ele deve realizar com uma única célula, um sem número
de

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atividades: respiração, absorção, excreção etc. Nos seres multicelulares, as células diferenciam-se
para realizar funções específicas: algumas são apropriadas à respiração, outras à absorção, etc. As
chamadas células musculares especializam-se para a contração e o relaxamento. Estas células
agrupam-se em feixes para formar massas macroscópicas chamadas músculos, os quais acham-se
fixados pelas suas extremidades. Assim, músculos são estruturas que movem os segmentos do
corpo por encurtamento da distancia que existe entre suas extremidades fixadas, ou seja, por
contração. Dentro do aparelho locomotor, constituído pelos ossos, articulações e músculos, estes
últimos são os elementos ativos do movimento.
Além de tornar possível o movimento, a musculatura também mantém unidas as peças do
esqueleto, determinando a posição e a postura do esqueleto.

MÚSCULO ESQUELÉTICO

A célula muscular está normalmente sob o


controle do sistema nervoso. Cada músculo possui o seu
nervo motor, o qual divide-se em muitos ramos para
poder controlar todas as células do músculo. As divisões
mais delicadas, microscópicas, destes ramos terminam,
em cada célula muscular, num mecanismo
especializado conhecido como placa motora. Quando o
impulso nervoso passa através do nervo, a
placa motora transmite o impulso à célula muscular determinando a sua contração. Se o impulso para
a contração resulta de um ato de vontade diz-se que o músculo é voluntário; se o impulso parte de uma
porção do sistema nervoso sobre o qual o indivíduo não tem controle consciente, diz-se que o músculo
é involuntário. Os músculos voluntários distinguem-se histologicamente dos involuntários por
apresentar estriações transversais. Por esta razão são estriados, enquanto os involuntários são lisos. O
músculo cardíaco, por sua vez, assemelha-se ao músculo estriado, histologicamente, mas atua como
músculo involuntário, além de se diferenciar dos dois por uma série de características que lhe são
próprias. Também é possível distinguir os músculos estriados dos lisos pela topografia: os primeiros
são esqueléticos, isto é, estão fixados, pelo menos por uma das extremidades, ao esqueleto; os últimos
são viscerais, isto é, são encontrados na parede das vísceras de diversos sistemas do organismo.
Entretanto, músculos estriados são também encontrados em algumas vísceras, e músculos lisos podem
estar, excepcionalmente, submetidos ao controle da vontade.
Um músculo esquelético típico possui uma porção média e extremidades. A porção média
é carnosa, vermelha no vivente e recebe o nome de ventre muscular. Nele predominamas fibras
musculares, sendo, portanto a parte ativa do músculo, isto é, a parte contrátil.
Quando as extremidades são cilindróides ou então têm forma de fita, chamam-se tendões;
quando são laminares, recebem a denominação de aponeuroses.
Tanto tendões quanto aponeuroses são esbranquiçados e brilhantes, muito resistentes e
praticamente inextensíveis, constituídos por tecido conjuntivo denso, rico em fibras colágenas. De
um modo geral, os músculos se prendem a duas áreas do corpo, em geral no esqueleto, por seus tendões
e aponeuroses, enquanto o ventre muscular não se prende, para

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que possa contrair-se livremente. Na contração muscular, uma delas permanece fixa e a outra se move.
A fixa é a origem e a móvel é a inserção. Portanto, os conceitos de origem e inserção são dinâmicos,
dependendo de que peça se move e de qual permanece fixa.
Estes conceitos, que são genéricos, admitem algumas exceções, tais como: os tendões ou
aponeuroses nem sempre se prendem ao esqueleto, podendo fazê-lo em outros elementos (cartilagem,
cápsulas articulares, septos intermusculares, derme, tendão de outro músculo etc.); em um grande
número de músculos, as fibras dos tendões têm dimensões tão reduzidas que se tem a impressão de
que o ventre muscular se prende diretamente no osso; em uns poucos músculos, aparecem tendões
interpostos a ventres de um mesmo músculo, e esses tendões não servem para fixação no esqueleto.
A fáscia muscular é uma lâmina de tecido conjuntivo que envolve cada músculo. A espessura da
fáscia muscular varia de músculo para músculo, dependendo de sua função. Às vezes a fáscia muscular
é muito espessada e pode contribuir para prender o músculo ao esqueleto.
Para que os músculos possam exercer eficientemente um trabalho de tração ao se contrair, é
necessário que eles estejam dentro de uma bainha elástica de contenção, papel executado pela fáscia
muscular. Outra função desempenhada pelas fáscias é permitir o fácil deslizamento dos músculos entre
si.
Em algumas regiões do corpo as fáscias musculares vão além de serem somente envoltórios
musculares. Assim, nos membros, além de cada músculo ser envolvido por sua fáscia, todo o conjunto
muscular também é envolto por uma fáscia mais espessa, da qual partem prolongamentos que vão se
fixar nos ossos, separando grupos musculares. Estes prolongamentos são chamados de septos
intermusculares. A fáscia muscular que envolve os músculos da parede abdominal apresenta setores
ocupados por músculos e setores desocupados.

CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DOS MÚSCULOS ESQUELÉTICOS

Os músculos são classificados de várias formas. As mais comumente empregadas são as que o
fazem em relação à forma do músculo e ao arranjo de suas fibras e às extremidades e ao ventre muscular
A função do músculo condiciona sua forma e arranjo de suas fibras. como as funções dos
músculos são múltiplas e variadas, também o são sua morfologia e arranjo de suas fibras.
De um modo geral e amplo, os músculos têm as fibras dispostas paralelas ou oblíquas à direção
de tração exercida pelo músculo.
A disposição paralela das fibras pode ser encontrada tanto em músculos nos quais predomina o
comprimento - músculos longos-, quanto em músculos nos quais comprimento e largura se equivalem
- músculos largos -. Nos músculos longos é muito comum notar-se uma convergência das fibras
musculares em direção aos tendões de origem e inserção, de tal modo que na parte média o músculo
tem maior diâmetro que nas extremidades e por seu aspecto característico é denominado fusiforme.
Músculos fusiformes são muito freqüentes nos membros. Nos músculos largos, as fibras podem
convergir para um tendão em uma das extremidades, tomando o aspecto de leque.
Músculos cujas fibras são oblíquas em relação aos tendões denominam-se penados, porque esta
disposição lembra a das barbas de uma pena. Se os feixes musculares se prendem numa só borda do
tendão fala-se em músculo unipenado, se os feixes se prendem nas duas bordas do tendão, será
bipenado.

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Quando os músculos se originam por mais de um tendão, diz-se que apresentam mais de uma
cabeça de origem. São então classificados como músculos bíceps, tríceps ou quadríceps, conforme
apresentam 2, 3 ou 4 cabeças de origem. Exemplos clássicos são encontrados na musculatura dos
membros e a nomenclatura acompanha a classificação: m. bíceps braquial, m. tríceps da perna, m.
quadríceps da coxa.
Do mesmo modo, os músculos podem inserir-se por mais de um tendão. Quando há dois
tendões, são bicaudados; três ou mais, policaudados.
Alguns músculos apresentam mais de um ventre muscular, com tendões intermediários situados
entre eles. São digástricos os músculos que apresentam dois ventres e poligástricos os que apresentam
maior número de ventres.

CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL DOS MÚSCULOS ESQUELÉTICOS

Quando um músculo é o agente principal na execução de um movimento ele é um


agonista. Quando um músculo se opõe ao trabalho de um agonista, é um antagonista. Quando atua
no sentido de eliminar algum movimento indesejado que poderia ser produzido pelo agonista é um
sinergista. Assim, o músculo braquial quando se contrai é o agente ativo na flexão do antebraço,
sendo pois um agonista. O músculo tríceps braquial, que opõe-se a este movimento, retardando-o,
para que ele não ocorra bruscamente, atua como um antagonista. Na flexão dos dedos, os
músculos flexores dos dedos são os agonistas. Como os tendões de inserção destes músculos
cruzam a articulação do punho, a tendência natural é provocar também a flexão da mão. Isto não
ocorre porque outros músculos, como os extensores do carpo, se contraem e desta forma estabilizam
a articulação do punho, impedindo
o movimento indesejado e atuando assim como sinergistas.
Os músculos que fixam um segmento do corpo para permitir um apoio básico nos movimentos
executados por outros músculos são chamados de fixadores ou posturais, como ocorre na contração dos
músculos abdominais para permitir a flexão do braço contra resistência. Alguns anatomistas
consideram os sinergistas como uma subcategoria dos fixadores. Independente de sutilezas
conceituais, é importante notar que estes conceitos são dinâmicos, ou seja, um músculo que em
determinado momento é agonista em outro pode ser antagonista ou fixador ou sinergista.

MECêNICA MUSCULAR

A contração do ventre muscular vai produzir um trabalho mecânico, em geral representado pelo
deslocamento de um segmento do corpo. Ao contrair-se o ventre muscular, há um encurtamento do
comprimento do músculo e
conseqüente deslocamento da peça esquelética.
O trabalho realizado por um músculo depende da potência
do músculo e da amplitude de contração do mesmo. A amplitude
de contração depende do comprimento das fibras musculares.
Assim, um músculo longo tem o mais alto grau de encurtamento.
A potência (ou força) é função do número de fibras que se
contraem e número de fibras contido em uma

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secção transversal do músculo, o que é medido em ângulo reto com o eixo maior dos fascículos
musculares e não com o eixo maior do músculo como um todo.
Desta forma, o que um músculo penado perde em amplitude de contração, ganha em
força.
Como foi anteriormente dito, o trabalho do músculo se manifesta pelo deslocamento de um(ou
mais) osso(s). Os músculos agem sobre os ossos como potências sobre braços de alavancas. No caso
da musculatura cardíaca e dos músculos lisos, geralmente situadas nas paredes de vísceras ocas ou
tubulares, também se produz um trabalho: a contração da musculatura destes órgãos reduz seu volume
ou seu diâmetro e desta forma vai expelir ou impulsionar seu conteúdo.
A célula muscular obedece a chamada lei do tudo ou nada, ou seja, ou está completamente
contraída ou está totalmente relaxada. Assim, a quantidade de fibras musculares que vai estar
envolvida com o trabalho de um músculo, ao mesmo tempo, vai depender de quantas unidades motoras
ele possua. Denomina-se unidade motora ao conjunto de fibras de um músculo supridas pelo mesmo
neurônio. Desta forma um músculo com poucas unidades motoras é um músculo de movimentos
mais grosseiros, enquanto aquele que possui muitas unidades motoras é capaz de movimentos de alta
precisão e delicadeza.

SISTEMA CIRCULATÓRIO

O sistema circulatório é dividido em sistema circulatório sangüíneo, com as


funções de levar oxigênio e nutrientes aos tecidos e deles trazer seus produtos, que
serão redistribuídos a outros órgãos e tecidos e seus resíduos, que serão eliminados
(ver sistema urinário) e em sistema circulatório linfático, que transporta para a
circulação sangüínea o excesso de líquido intersticial, bem como substâncias de
grande tamanho, incapazes de passar diretamente dos tecidos para aquela. Além
disto ajuda na defesa do organismo contra o ataque de microrganismos.

Em síntese o sistema circulatório pode ser dividido em: sistema sangüíneo


composto por artérias, veias, capilares e coração e cujo fluido é o sangue e em
sistema linfático, formado por vasos linfáticos, linfonodos, tonsilas e órgãos
hemopoiéticos e cujo fluido é a linfa.

SISTEMA CIRCULATÓRIO SANGÜÍNEO

O sistema circulatório sangüíneo é formado por um circuito fechado de tubos (artérias, capilares
e veias) dentro dos quais circula o sangue e por um órgão central, o coração, que atua como bomba
aspirante-premente.

ARTÉRIAS

As artérias são os vasos que transportam o sangue centrifugamente ao coração. Distribuem-se


por praticamente todo o corpo, iniciando por grandes troncos que vão se ramificando progressivamente.
Estes ramos podem ser colaterais ou terminais. Quando uma artéria dá ramos e deixa de existir por

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causa desta divisão, diz-se que estes ramos são terminais. Quando a artéria emite ramos e continua a
existir, estes ramos são chamados de colaterais. Estes, que são a grande maioria dos ramos arteriais, se
separam do tronco arterial mais comumente em ângulo agudo, mas podem fazê-lo em ângulo reto
ou, mais raramente, em ângulo obtuso. Estes seguem um trajeto retrógrado e são denominados de
recorrentes.

CAPILARES
As artérias se ramificam e se tornam, progressivamente, menos calibrosas e com as paredes mais
finas, até chegarem aos capilares, que são de dimensões microscópicas e cujas paredes são uma simples
camada de células (endotélio). Sua distribuição é quase universal no corpo, sendo rara sua ausência,
como ocorre na epiderme, na cartilagem hialina, na córnea e no cristalino. É ao nível dos capilares,
graças a aberturas existentes entre células endoteliais vizinhas( poros capilares), que ocorrem as trocas
entre o sangue e os tecidos. Estas aberturas variam de dimensões de tecido para tecido.
VEIAS

As veias são os vasos que transportam o sangue


centripetamente ao coração. Sua formação lembra a formação
dos rios: afluentes vão confluindo no leito principal e o caudal
deste torna-se progressivamente mais volumoso. As veias
recebem numerosas tributárias e seu calibre aumenta à medida
que se aproximam do coração, exatamente o oposto do que
ocorre com as artérias, nas quais o calibre vai diminuindo à
medida que emitem ramos e se afastam do coração. De acordo
com sua localização em relação às camadas do corpo, as veias
são classificadas em superficiais e profundas. Estas
podem ser solitárias. ou seja, não acompanham artérias ou , o que é mais comum, satélites, quando
acompanham as artérias. Neste caso são, geralmente, em número de duas para cada artéria. As
veias superficiais possuem trajeto independente do das artérias e se comunicam com as profundas por
inúmeras anastomoses. Na superfície interna de muitas veias existem pregas membranosas, de forma
semilunar, geralmente aos pares, denominadas válvulas, as quais , por direcionarem o fluxo sangüíneo,
contrabalançam a ação da gravidade, desfavorável à circulação nas veias de trajeto ascendente. Assim,
nas veias dos membros as válvulas são comuns, enquanto na cabeça e pescoço são ausentes ou
vestigiais.

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CORAÇÃO
O coração, localizado no mediastino torácico ( porção mediana do tórax, compreendida entre
as cavidades pulmonares é um órgão muscular oco que funciona como uma bomba contrátil-
propulsora. O tecido
muscular que forma o coração é de tipo especial, tecido
muscular estriado cardíaco, e constitui sua camada
média, o miocárdio. Este é revestido internamente por
endotélio, o qual é contínuo com a camada íntima dos
vasos que chegam ou saem do coração. Esta camada
interna é o endocárdio. Externamente ao miocárdio, há
uma serosa revestindo-o, denominada epicárdio. A
cavidade do coração é subdividida em quatro câmaras:
duas à direita, o átrio e o
ventrículo direitos e duas à esquerda, o átrio e o ventrículo esquerdos. O átrio direito se
comunica com o ventrículo direito através do óstio atrioventricular direito, no qual existe um dispositivo
direcionador do fluxo, a valva tricúspide. O mesmo ocorre à esquerda, através do óstio atrioventricular
esquerdo, cujo dispositivo direcionador de fluxo é a valva mitral. As cavidades direitas são separadas
das esquerdas pelos septos interatrial e interventricular.
Ao átrio direito, através das veias cavas inferior e superior chega o sangue venoso do corpo (com
baixa pressão de O2 e alta pressão de CO2). Ele passa ao ventrículo direito através do óstio
atrioventricular direito e deste vai ao tronco pulmonar e daí, através das artérias pulmonares direita e
esquerda, dirige-se aos pulmões, onde ocorrerá a troca gasosa, com CO2 sendo liberado dos capilares
pulmonares para o meio ambiente e com O2 sendo absorvido do meio ambiente para os capilares
pulmonares. Estes capilares confluem e, progressivamente, se formam as veias pulmonares que levam
sangue rico em O2 para o átrio esquerdo. Deste, o sangue passa ao ventrículo esquerdo através do óstio
atrioventricular esquerdo e daí vai para a artéria aorta, que inicia sua distribuição pelo corpo.
O trajeto ventrículo esquerdo aorta artérias de calibres progressivamente menores capilares
veias de calibres progressivamente maiores veias cavas superior e inferior
átrio direito, é chamado de grande circulação ou circulação sistêmica.
O trajeto ventrículo direito tronco pulmonar artérias pulmonares direita e esquerda,
com redução progressiva de calibre capilares pulmonares veias pulmonares com aumento
progressivo de calibre átrio esquerdo, é chamado de pequena circulação ou circulação pulmonar.

PERICÉRDIO

Envolvendo o coração, separando-o dos outros órgãos do tórax e limitando sua distensão existe
um saco fibro-seroso, o pericárdio. Ele é constituído por uma camada externa fibrosa, o pericárdio
fibroso e por uma camada interna serosa, o pericárdio seroso. Este possui uma lâmina parietal, aderente
ao pericárdio fibroso e uma lâmina serosa, aderente ao miocárdio, ou seja, a lâmina serosa é o
epicárdio.

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SISTEMA CIRCULATÓRIO LINFÉTICO

O sistema linfático é formado por vasos linfáticos e linfonodos situados ao longo do trajeto dos
vasos. Estes atuam basicamente como um sistema auxiliar de drenagem, pois nem todas as moléculas
do líquido tecidual passam para os capilares sangüíneos, em especial as de grande tamanho, que são
recolhidas em capilares especiais, os capilares linfáticos, de fundo cego, de onde a linfa segue para os
vasos linfáticos e destes para os troncos linfáticos, os mais volumosos, que por sua vez lançam a linfa
em veias de médio ou grande calibre. Por serem capazes de absorver estruturas de maior calibre, os
capilares linfáticos podem captar também restos de células normais ou inflamatórias e bactérias.
Para evitar que estas substâncias estranhas ao organismo penetrem na circulação sangüínea e se
disseminem por todo o corpo existem ao longo dos vasos linfáticos estruturas denominadas
linfonodos, que atuam como uma barreira ou filtro contra estes agentes agressores. Os linfonodos
são, portanto, elementos de defesa do organismo e para tanto produzem glóbulos brancos,
principalmente linfócitos. Os linfonodos variam muito em forma, tamanho e coloração, ocorrendo
geralmente em grupos, embora possam apresentar-se isolados. Como resposta a uma inflamação,
o linfonodo pode intumescer-se e tornar-se doloroso, fenômeno conhecido tecnicamente como
linfadenite ou popularmente como íngua.
As tonsilas são órgãos linfóides situados na orofaringe compostos por linfonodos parcialmente
encapsulados.

SISTEMA NERVOSO

As funções orgânicas, bem como a integração ao meio ambiente estão na dependência de um


sistema especial denominado sistema nervoso. Isto significa que este sistema não só controla e
coordena as funções de todos os sistemas do organismo como também, ao receber os devidos
estímulos, é capaz de interpretá-los e desencadear respostas adequadas a eles. Desta forma, muitas
funções do sistema nervoso dependem da vontade (caminhar, por exemplo, é um ato voluntário) e
muitas outras ocorrem sem que se tenha consciência delas (a
secreção de saliva, por exemplo, ocorre independentemente da vontade).
O sistema nervoso é dividido em duas partes fundamentais que são o sistema nervoso central
(SNC) e o sistema nervoso periférico. O sistema nervoso central é a porção de recepção de estímulos,
de comando e desencadeadora de respostas, sendo formado pelo encéfalo e pela medula espinhal. A
porção periférica está constituída pelas vias que conduzem os estímulos ao sistema nervoso central ou
que levam até aos órgãos efetuadores as ordens emanadas da porção central, sendo formado pelos
nervos cranianos e espinhais, pelos gânglios e pelas terminações nervosas.

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SISTEMA NERVOSO CENTRAL

O sistema nervoso central é formado pelo


encéfalo e pela medula espinhal, protegidos,
respectivamente. pelo crânio e pela coluna vertebral
Esta proteção é reforçada pela presença de lâminas de
tecido conjuntivo, as meninges. Elas são, de fora para
dentro: dura-máter, aracnóide e pia-máter. A dura-
máter é a mais espessa delas, sendo que no crânio está
associada ao periósteo da face interna dos ossos,
enquanto entre ela e a coluna vertebral existe um
espaço, o espaço extradural (ou epidural). A pia-máter
é a mais fina e está intimamente aplicada ao encéfalo e
a medula espinhal. Entre a dura e a pia-máter
está a aracnóide, da qual partem fibras delicadas que vão a pia-máter, formando uma rede semelhante
a uma teia de aranha. A aracnóide é separada da dura-máter por um espaço capilar, o espaço subdural
e da pia-máter pelo espaço subaracnóideo, onde circula o líquido cérebro-espinhal ou líquor, o qual
funciona como absorvente de choques.
O encéfalo é dividido em cérebro, cerebelo, mesencéfalo, ponte e bulbo, sendo estes três
últimos conhecidos em conjunto como tronco encefálico. A maior parte do encéfalo corresponde ao
cérebro, constituído por duas massas, os hemisférios cerebrais, unidos por uma ponte de fibras
nervosas, o corpo caloso e separados por uma lâmina de dura-máter, a foice do cérebro. Na superfície
dos hemisférios existem depressões, os sulcos que delimitam giros. Os hemisférios podem ser divididos
em lobos, correspondendo cada um aos ossos do crânio com que guardam relações, existindo, portanto,
os lobos frontal, occipital, temporal e parietal. O cérebro responde pelas funções nervosas mais
elevadas, contendo centros para interpretação de estímulos bem como centros que iniciam movimentos
musculares. Ele armazena informações e é responsável também por processos psíquicos altamente
elaborados, determinando a inteligência e a personalidade. O cerebelo atua, basicamente, como
coordenador dos movimentos da musculatura esquelética e na manutenção do equilíbrio. O tronco
encefálico, além de ser a origem de dez dos doze nervos cranianos, é sede de várias funções ligadas ao
controle das atividades involuntárias e das emoções.
A medula espinhal é formada por trinta e um segmentos, cada um dos quais dá origem
a um par de nervos espinhais. Ela atua como um caminho pelo qual passam impulsos que vão ou vem
do encéfalo para várias partes do corpo.
A observação atenta de um corte de qualquer área do SNC permite reconhecer áreas claras e
escuras que representam, respectivamente, o que se chama de substância branca e substância cinzenta.
A primeira está constituída, predominantemente, por fibras nervosas mielínicas e a segunda por corpos
de neurônios. No cérebro e no cerebelo a estrutura geral é a mesma: uma massa de substância branca,
revestida externamente por uma fina camada de substância cinzenta e tendo no centro massas de
substância cinzenta constituindo os núcleos

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(acúmulos de corpos neuronais dentro do SNC). Na medula, a substância cinzenta forma um eixo
central contínuo envolvido por substância branca, enquanto no tronco encefálico a substância cinzenta
central não é contínua, apresentando-se fragmentada, formando núcleos.

SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO

O sistema nervoso periférico é composto por terminações nervosas, gânglios e nervos. Estes são
cordões esbranquiçados formados por fibras nervosas unidas por tecido conjuntivo e que têm por função
levar (ou trazer) impulsos ao (do) SNC. As fibras que levam impulsos ao SNC são chamadas de
aferentes ou sensitivas, enquanto que as que trazem impulsos do SNC são as aferentes ou motoras. Os
nervos são divididos em dois grupos: nervos cranianos e nervos espinhais.

NERVOS ESPINHAIS

O nervo espinhal é formado pela fusão de duas raízes: uma ventral e outra dorsal. Araiz
ventral possui apenas fibras motoras (eferentes), cujos corpos celulares estão situados na coluna anterior
da substância cinzenta da medula. A raiz dorsal possui fibras sensitivas (aferentes) cujos corpos
celulares estão no gânglio sensitivo da raiz dorsal, que se apresenta como uma porção dilatada da
própria raiz. Como o nervo espinhal é formado pela fusão destas raízes, ele é sempre misto, ou seja
tem fibras aferentes e eferentes. Logo após sua formação pela fusão das raízes ventral e dorsal o nervo
espinhal se divide em dois ramos: ramo dorsal, menos calibroso e que inerva a pele e os músculos do
dorso e ramo ventral, mais calibroso e que inerva os membros e a porção ântero-lateral do tronco.
Os ramos ventrais que inervam os membros se anastomosam amplamente formando os plexos,
dos quais emergem nervos terminais, de tal forma que cada ramo ventral contribuipara formar
vários nervos e cada nervo contem fibras provenientes de diversos ramos ventrais. Já no tronco não
há a formação dos plexos; cada ramo ventral segue seu curso isolado.

NERVOS CRANIANOS

Os nervos cranianos são doze pares de nervos que fazem conexão com o encéfalo. Os dois
primeiros têm conexão com o cérebro e os demais com o tronco encefálico. Os nervos cranianos são mais
complexos que os espinhais, havendo acentuada variação quanto aos seus componentes funcionais.
Alguns possuem um gânglio, outros tem mais de um e outros, ainda, não tem nenhum. Também não
são obrigatoriamente mistos como os nervos espinhais. Os nervos cranianos recebem denominações
próprias, bem como também são numerados em seqüência crânio-caudal, o que é mostrado na tabela
3, juntamente com suas respectivas funções.

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TERMINAÇÕES NERVOSAS E GêNGLIOS

As terminações nervosas existem na extremidade de fibras sensitivas e motoras. Nestas


últimas, o exemplo mais típico é a placa motora. Nas primeiras, as terminações nervosas são estruturas
especializadas para receber estímulos físicos ou químicos na superfície ou no interior do corpo.
Assim, os cones e bastonetes da retina são estimulados somente pelos raios luminosos; os receptores
do ouvido apenas por ondas sonoras; os gustativos por substâncias químicas capazes de determinar as
sensações de doce, azedo, amargo, etc.; na pele e nas mucosas existem receptores especializados para
os agentes causadores de calor, frio, pressão e tato, enquanto as sensações dolorosas são captadas por
terminações nervosas livres, isto é, não há uma estrutura especializada para este tipo de estímulo.
Enquanto acúmulos de neurônios dentro do SNC são chamados de núcleos, fora do SNC são
chamados de gânglios e se apresentam, em geral, como uma dilatação.
Do ponto de vista funcional pode-se dividir o sistema nervoso em SN somático e SN visceral.
Este é o conjunto de estruturas nervosas, centrais e periféricas, que se ocupam do controle do meio
interno, enquanto o SN somático, também formado por estruturas centrais e periféricas, têm por função
a interação do organismo com o meio externo. Assim, de uma forma geral, pode-se afirmar que o SN
somático cuida das atividades voluntárias enquanto o SN visceral o faz das involuntárias.

SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO

Tanto o SN somático quanto o SN visceral possuem uma parte aferente e outra


eferente. Denomina-se sistema nervoso autônomo (SNA) a parte eferente do SN visceral. O SNA por
sua vez é dividido em duas partes: o sistema simpático e o sistema parassimpático. O simpático
estimula as atividades que ocorrem em situações de emergência ou tensão, enquanto o parassimpático
é mais ativo nas condições comuns da vida, estimulando atividades que restauram e conservam a
energia corporal. O simpático tem origens nas regiões torácica e lombar da medula espinhal, enquanto
o parassimpático as tem porções no tronco encefálico e nos segmentos sacrais da medula espinhal.
Ambos possuem fibras pré- ganglionares que fazem conexões com gânglios (acúmulo de neurônios
fora do SNC) e dos quais partem fibras pós-ganglionares que vão até os órgãos efetuadores; contudo as
fibras pré- ganglionares simpáticas são curtas e as pós-ganglionares são longas, enquanto no
parassimpático ocorre o contrário. Existem várias outras diferenças, como no tipo dos mediadores
químicos, que fogem ao objetivo deste tópico.

SISTEMA RESPIRATÓRIO

O sistema respiratório contem os tubos que transportam o ar do meio externo aos pulmões e
vice-versa e os alvéolos dos pulmões, onde ocorrem as trocas gasosas. Respiração é o processo pelo
qual gases são trocados entre o meio ambiente e as células do corpo.

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ÓRGÃOS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO


O nariz, formado por ossos e cartilagens, apresenta duas aberturas, as narinas, que permitem a
entrada do ar.
A cavidade nasal é o espaço situado posteriormente ao nariz e é dividida medianamente pelo
septo nasal. As paredes laterais da cavidade nasal apresentam saliências, as conchas nasais, que
aumentam a superfície de contato entre o ar e a mucosa da cavidade nasal. Esta mucosa filtra, aquece
e umedifica o ar inspirado.
Os seios paranasais são cavidades existentes em
alguns ossos do crânio e que se abrem na cavidade nasal. Seu
revestimento é contínuo e idêntico ao da cavidade nasal.
Além de reduzirem o peso do crânio, apresentam as mesmas
funções da cavidade nasal.
A faringe apresenta três partes: naso, oro e
laringofaringe. Destas três, a nasofaringe é, exclusivamente,
via aérea. A laringofaringe é somente via digestiva e a oro
faringe é um caminho comum ao ar e aos alimentos. Da
orofaringe o ar inspirado vai para a laringe.
A laringe, atua como passagem de ar e
ajuda a evitar, através do reflexo da tosse, que corpos estranhos penetrem na traquéia. Além disto ela
contem as pregas vocais (errônea e popularmente chamadas de cordas vocais), saliências músculo-
ligamentares em sua luz, que produzem os sons básicos da fala, por vibrarem com a passagem do ar
durante a expiração. A movimentação das pregas vocais as leva a maior ou menor tensão ( o que
regula se os sons serão mais ou menos agudos) e a uma maior ou menor aproximação mediana (o que
produz sons mais ou menos intensos).
A traquéia além de servir de passagem de ar também ajuda a aquecê-lo e a umedificá- lo.
Termina dividindo-se em brônquios principais direito e esquerdo.
Os brônquios se ramificam progressivamente, formando a árvore bronquial, que leva o ar da traquéia
aos alvéolos pulmonares. Os pulmões são formados pelo conjunto dos alvéolos, da maior parte da árvore
bronquial e de tecidos de sustentação.

INSPIRAÇÃO E EXPIRAÇÃO

A inspiração (entrada do ar) e a expiração (saída do ar) são acompanhadas de alterações dos
diâmetros da caixa torácica.
Para que a inspiração ocorra é necessário que o
tórax se expanda, reduzindo assim a pressão dentro dele,
o que vai permitir a expansão dos tecidos pulmonares e a
sucção do ar do meio ambiente. Esta expansão do tórax
ocorre no diâmetro crânio-podálico as custas da contração
e conseqüente abaixamento (em direção ao abdome) do
músculo diafragma, constituindo o principal

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movimento inspiratório. Os diâmetros látero-lateral e ântero-posterior aumentam devido movimentos


das costelas.
A expiração, ao contrário da inspiração, que sempre envolve gasto energético, quando feita de
forma tranqüila, o que ocorre habitualmente, é passiva, sem gasto de energia, pois é feita às custas da
energia potencial acumulada nas fibras elásticas pulmonares, distendidas durante a inspiração (como
uma borracha estirada volta a seu tamanho original sem ser preciso empregar energia).

SISTEMA DIGESTIVO

Digestão é o processo de transformar os alimentos em formas possíveis de serem absorvidas


pelo organismo. O sistema digestivo, que realiza esta tarefa, é composto pelo canal alimentar ou tubo
digestivo e por várias glândulas anexas.

CANAL ALIMENTAR

A boca está adaptada a receber os alimentos e iniciar o processo


de digestão. Também atua como órgão da fala e do prazer. As bochechas
são seu limite lateral, enquanto que os lábios a delimitam superior e
inferiormente. Os lábios são muito móveis e possuem grande variedade e
quantidade de receptores sensitivos, utilizados para analisar as
características do alimento. A língua é, basicamente, uma
estrutura muscular revestida por
mucosa que atua misturando o alimento com a saliva e encaminhando-o à
faringe. A superfície irregular da língua, além de facilitar a
movimentação dos alimentos também
apresenta receptores gustativos.
O palato forma o teto da cavidade bucal e apresenta duas partes, o
palato duro, ósseo e o palato mole, muscular. Este se move e ajuda a ocluir
a comunicação com a cavidade nasal durante a passagem dos alimentos em
direção à faringe.
Os dentes (vinte, primariamente e trinta e dois, secundariamente)
atuam cortando o alimento em pedaços pequenos, aumentando assim a área
exposta às ações digestivas.
A faringe e esôfago atuam, somente, como tubos condutores, levando o alimento da boca
até ao estômago. A faringe é dividida em nasofaringe, orofaringe e laringofaringe. Destas três, a
nasofaringe é, exclusivamente, via aérea. A laringofaringe é somente via digestiva e a oro faringe
é um caminho comum ao ar e aos alimentos. A deglutição dos alimentos se inicia com eles
sendo misturados com a saliva, na boca, e empurrados para aorofaringe. A seguir, reflexos
involuntários encaminham o alimento até ao esôfago, do qual é
encaminhado ao estômago.
O estômago recebe os alimentos, mistura-os com o suco gástrico, absorve-os (limitadamente) e
os encaminha ao intestino delgado.

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O intestino delgado, composto de três partes (duodeno, jejuno e ílio) mede, no vivo, cerca de 3
a 4 metros de comprimento. Após a morte, pela perda do tônus muscular, pode atingir até 7 metros.
Ele recebe o bolo alimentar do estômago, mistura-o com secreções provenientes do pâncreas, da
vesícula biliar e dele mesmo e completa o processo de digestão, absorvendo seus produtos e
encaminhando seus resíduos ao intestino grosso.
O intestino grosso, formado pelo ceco, pelos colos ascendente, transverso, descendente e
sigmóide, pelo reto e pelo canal anal, recebe os resíduos da digestão vindos do intestino delgado,
reabsorve a água e os eletrólitos neles contidos e forma e estoca as fezes. Estas consistem de material
não digerido, água, eletrólitos, secreções mucosas e bactérias.

GLêNDULAS ANEXAS

As glândulas salivares secretam a saliva, a qual umedece os alimentos, facilita a mastigação,


possibilita a gustação, inicia a digestão e ajuda a limpar a língua. Existem três pares de glândulas
salivares maiores (parótida, submandibular e sublingual) e um número variável de glândulas salivares
menores disseminadas pela cavidade oral.
O pâncreas, estreitamente relacionado com o duodeno, produz o suco pancreático, Além disto,
tem ações como glândula endócrina, produzindo dois hormônios, a insulina e o glucagon, que atuam
no metabolismo dos açucares.
O fígado é a maior glândula do corpo humano. Além de produzir diversas substâncias
fundamentais para a vida, ele atua na digestão através da produção da bile, a qual é armazenada,
concentrada e excretada pela vesícula biliar.

SISTEMA URINÉRIO
O sistema urinário é constituído pelos rins, que removem substâncias do sangue, formam a
urina e auxiliam a regulação de diversos processos corporais; pelos ureteres, estruturas tubulares que
transportam a urina dos rins até a bexiga. Esta atua como reservatório de urina. Quando cheia, esvazia-
se para o exterior através de um tubo, a uretra.
Os rins são órgãos pares, situados um de cada lado da coluna vertebral, na parte mais superior
da parede posterior do abdome. Eles atuam removendo resíduos metabólicos do sangue, bem como
regulando o volume e a composição dos líquidos corporais.
A unidade funcional do rim é o nefron (em cada rim existem cerca de um milhão), de dimensões
microscópicas e composto pelo corpúsculo renal (formado pelo glomérulo e pela cápsula do glomérulo)
e pelos túbulos renais.
O glomérulo renal é formado por um aglomerado de capilares, através dos quais ocorre a
filtração do sangue. Este filtrado é recolhido pelos túbulos renais e, a nível destes, ocorre a reabsorção
de algumas substâncias, bem como a eliminação de outras. O que fica é a urina. A última parte dos
túbulos é o chamado ducto coletor. Estes progressivamente vão confluindo entre si até desaguarem na
pelve renal, que se continua no ureter.
Os capilares que formam os glomérulos renais tem uma característica própria: eles se interpõem
entre duas artérias e não, como é comum, entre uma artéria e uma veia. Isto ocorre, porque o sangue
após ser filtrado vai nutrir os tecidos renais, sendo necessário para tal a disposição habitual. Em
resumo, no rim as coisas acontecem assim: artéria capilares glomerulares artéria capilares

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comuns veia.

TABELA 1 - SISTEMAS ORGÂNICOS, SEUS PRINCIPAIS ÓRGÃOS E FUNÇÕES

PRINCIP
SISTEMA PRINCIPAIS
AIS FUNÇÕES
ÓRGÃO
S

Pele, cabelo, Protege tecidos subjacentes,


TEGUMENTA
unhas, regula a temperatura
R (pele e tela
glândulas corporal, atua como reserva
subcutânea)
sudoríparas e nutricional, contém
sebáceas terminações sensitivas

Sustenta e protege as
ESQUELÉTIC Ossos,
O partes moles, serve de
ligamentos,
fixação aos músculos,
cartilagens
produz células do sangue,
estoca sais inorgânicos

Articulações
ARTICULAR Unem peças esqueléticas,
fibrosas,
fixando-as ou permitindo que
cartilaginosas
ocorra sua movimentação
e sinoviais

Produzem movimentos,
MUSCULAR Músculos e
fáscias mantém a postura, produzem
os batimentos cardíacos

CIRCULATÓRI

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Coração, Move o sangue através dos


 sangüín
eo artérias, veias vasos sangüíneos e
e capilares distribuem substâncias por
todo o corpo

Traz de volta ao sangue os


 linfático Vasos
líquidos tissulares, absorve e
linfáticos,
transporta estruturas de maior
linfonodos,
volume, defende o organismo
timo, baço contra infecções

Cérebro,
Detecta alterações, recebe e
NERVOSO medula
interpreta informações,
espinhal,
estimula músculos e glândulas
nervos,
gânglios,
terminações
sensitivas

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Órgãos da visão, Fornecem informações complexas,


SENSORIAL
audição, provenientes dos meios externo e
equilíbrio, olfação interno ao sistema nervoso
e gustação

Glândulas que
secretam Controla as atividades metabólicas
ENDÓCRINO hormônios do organismo
(hipófise, tireóide,
paratireóide,
pâncreas,
adrenal, gônadas,
pineal)

Boca, língua,
dentes, glândulas
salivares, faringe, Recebe, quebra e absorve os
DIGESTIVO
esôfago, alimentos, elimina o material não
estômago, absorvido
fígado, vesícula
biliar, pâncreas,
intestinos delgado
e grosso

Cavidade
Inspira e expira o ar, promove a
RESPIRATÓRIO nasal, faringe,
troca de gases entre o sangue e o ar
laringe,
traquéia,

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brônquios,
pulmões

Remove os resíduos do sangue,


Rins, ureteres,
URINÁRIO mantêm o equilíbrio de água e
bexiga urinária,
eletrólitos, armazena e
uretra
transporta urina

testículo,
epidídimo, ducto
REPRODUTOR Produz e sustenta os
deferente, vesícula
MASCULINO espermatozóides; transfere- os para o
seminal, próstata,
sistema reprodutor feminino
glândulas bulbo-
uretrais uretra,
pênis

ovÄrios, tubas Produz e sustenta os óvulos, recebe e


REPRODUTOR
uterinas, útero, transporta os espermatozóides, sustenta
FEMININO
vagina, clitóris, o desenvolvimento do embrião, atua no
vulva processo de nascimento

Sistema de Ensino Inove Interativa P á g i n a 71


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TABELA 2 – DISTRIBUIÇÃO E NáMERO DOS OSSOS DO CORPO

LOCALIZAÇÃO NáME
RO

ESQUELETO AXIAL

Crànio e hióide 29

Vértebras 26

Costelas e esterno 25

TOTAL 80

ESQUELETO
APENDICULAR

Membro superior e cintura 64


escapular

Membro inferior e cintura 62


pélvica

TOTAL 126

TOTAL GERAL 206

TABELA 3 - NERVOS CRANIANOS E SUAS FUNÇÕES

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NERV TIP FUNÇ


O O ÃO

Fibras sensitivas transmitem impulsos


I - OLFATÓRIO sensitivo
relacionados ao sentido do olfato

Fibras sensitivas transmitem impulsos


II - ÓPTICO sensitivo
relacionados à visão

Fibras motoras transmitem impulsos

principalm que elevam as pálpebras, movem os


III - OCULOMOTOR olhos, ajustam a quantidade de luz
ente motor
que penetra no olho e foca o cristalino.
Algumas fibras sensitivas transmitem
impulsos relacionados as condições
dos músculos

Fibras motoras transmitem impulsos


principalm
IV - TROCLEAR aos músculos que movem os olhos.
ente motor
Algumas fibras sensitivas transmitem
impulsos relacionados as condições
dos músculos

V - TRIGÊMEO misto

Fibras sensitivas transmitem impulsos


 Oftálmic sensitivo
o provenientes dos olhos, glândulas
lacrimais, couro cabeludo, fronte e
pálpebras superiores

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Fibras sensitivas transmitem impulsos

 Maxilar sensitivo provenientes dos dentes superiores,


da gengiva superior, do lábio superior,
do palato e da pele da face

Fibras sensitivas transmitem impulsos

 Mandib provenientes do couro cabeludo, dos


misto dentes inferiores, da gengiva inferior,
ula r
do lábio inferior e da pele da
mandíbula. Fibras motoras transmitem
impulsos aos músculos da mastigação

Sistema de Ensino Inove Interativa P á g i n a 74


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Fibras motoras transmitem impulsos


principalm
VI - ABDUCENTE aos músculos que movem os olhos.
ente motor
Algumas fibras sensitivas transmitem
impulsos relacionados as condições
dos músculos

Fibras sensitivas transmitem impulsos

VII - FACIAL misto relacionados a gustação. Fibras


motoras transmitem impulsos aos
músculos da expressão facial e às
glândulas lacrimais e salivares

VIII - sensitivo
VESTIBULOCOCLEA
R

Fibras sensitivas transmitem impulsos


 Vestibular sensitivo
relacionados ao equilíbrio

Fibras sensitivas transmitem impulsos


 Coclear sensitivo relacionados ao sentido da audição

Fibras sensitivas transmitem impulsos


provenientes da faringe, das tonsilas,
IX - misto da língua e das artérias carótidas.
GLOSSOFARÍNGE
O Fibras motoras transmitem impulsos
aos músculos da faringe utilizados na
deglutição e às glândulas salivares.

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Fibras sensitivas transmitem impulsos


provenientes da faringe, da laringe,
do esôfago e das vísceras do tórax e
X - VAGO misto do abdome. Fibras motoras somáticas
transmitem impulsos aos músculos
associados a fala e a deglutição.
Fibras motoras autônomas transmitem
impulsos ao coração e aos músculos
lisos e glândulas das
vísceras torácicas e abdominais.

XI - ACESSÓRIO motor

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Fibras motoras transmitem impulsos


 Raiz craniana motor aos músculos da faringe, da laringe e
do palato mole

Fibras motoras transmitem impulsos


 Raiz espinhal motor
aos músculos do pescoço e da nuca

Fibras motoras transmitem impulsos


XII - HIPOGLOSSO motor
aos músculos que movem a língua.

Biodisponibilidade de Drogas

O tema biodisponibilidade de fármacos merece destaque. A Biodisponibilidade refere- se à


fração de uma dose ingerida de uma substância que tem acesso à circulação sistêmica na forma
quimicamente inalterada. A biodisponibilidade é calculada comparando os níveis plasmáticos da droga
após ser usada uma determinada via de administração (VO, IM, SC), com os níveis dessa droga
atingidos no plasma após injeção IV, na qual a totalidade do agente entra na circulação.
- Fatores que interferem com a biodisponibilidade da droga:
- Efeito de primeira passagem
- Solubilidade da droga
- Instabilidade química
- Fórmula farmacêutica
- Características individuais do paciente
O tema biodisponibilidade de fármacos merece destaque, tendo em vista que, segundo Lei n0
9.787 de 10/02/99 e Resolução n0 391 de 09/08/99 (publicada no Diário Oficial da União (DOU) de
10/08/99 e que regulamenta a referida lei), a implantação do uso de medicamentos genéricos em nosso
país é "prioridade política de medicamentos do Ministério da Saúde" e, tendo também em conta, a
necessidade de assegurar a qualidade, eficácia e segurança destes medicamentos, garantindo sua
intercambialidade com o medicamento referência.
A biofarmácia, como já exposto, é uma disciplina voltada à determinação da variabilidade da
ação farmacológica como conseqüência dos aspectos ligados à formulação e processo tecnológico dos
medicamentos; ela não se ocupa da atividade do fármaco em si, mas do modo com que ele é introduzido
no organismo. Seu objetivo final é de escolher as condições de administração em função da
disponibilidade fisiológica da substância ativa, uma vez que, sua atividade farmacológica depende
principalmente da quantidade do fármaco disponível para absorção e para atingir seu sítio receptor. Em
suma, a principal função da biofarmácia é a determinação, interpretação e modulação da
disponibilidade biológica

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(biodisponibilidade) dos medicamentos, objetivando a melhor forma farmacêutica para efeito terapêutico
máximo.
A biodisponibilidade é uma característica do medicamento administrado a um sistema
biológico intacto e indica simultaneamente, segundo que cinética e segundo que proporção um
fármaco alcança a circulação geral a partir da dose contida no medicamento administrado. A partir
deste conceito, podemos observar que a biodisponibilidade compreende dois aspectos distintos
e importantíssimos: velocidade e intensidade. O estudo da
biodisponibilidade, portanto, consiste em uma avaliação das características quantitativas e cinéticas
de um medicamento administrado a um organismo concreto, excluindo a utilização
de estudos in vitro.
A noção de disponibilidade da substância ativa a partir de um medicamento nasceu da
observação de não-eqüivalência terapêutica entre formulações contendo o mesmo fármaco, em um
mesmo teor e forma farmacêutica, até então consideradas substituíveis. Vários incidentes
(ineficácia) ou acidentes (toxicidade) foram à causa desta observação. Em 1968-69,
apareceram vários comunicados a respeito de uma epidemia de intoxicação por
anticonvulsivantes em epilépticos australianos. O surto foi investigado emBrisbane, onde todos os
pacientes afetados estavam tomando medicamentos à base de fenitoína e no qual a redução da
dose aboliu os sintomas. Observou-se que o excipiente nas cápsulas de fenitoína implicadas havia
sido mudado de sulfato de cálcio para lactose alguns meses antes do surto, e que tal mudança
podia resultar numa biodisponibilidade alterada do
fármaco e, conseqüentemente, em toxicidade.

MEMBRANAS BIOLÓGICAS

Desde sua descoberta, a célula vem sendo objeto de investigação científica, bem como os seus

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constituintes morfológicos básicos - membrana, citoplasma e núcleo. Entretanto, nossa explanação aqui
se dará principalmente sobre as membranas.
Sabe-se que as membranas possuem intensa atividade e que a estrutura das membranas são
diferenciadas pela sua atividade. Contudo, apesar de todas as diferenciações elas possuem traços em
comum:
 As membranas não são estruturas contínuas, mas sim organizaçõesmoleculares;
 Através das membranas realizam-se trocas materiais e energéticas,controladas e
seletivas;
 As membranas participam de processos energéticos de transporte;
 A estrutura das membranas é basicamente fosfolipídeos e proteínas.
Os fosfolipídeos são as moléculas encarregadas fundamentalmente da estrutura da membrana.
As proteínas são as moléculas que desempenham as funções específicas, como: reconhecimentos
imunológicos, ação enzimática, transporte específico de corpos através da membrana.

FICK E A DIFUSÃO

A lei de Fick trata do processo de difusão. O processo de


difusão está relacionado ao movimento de agitação térmica dos íons
numa solução. Os íons colidem com as moléculas do solvente, dando
origem a um movimento aleatÉrio sem nenhuma direção preferencial.

A distribuição de um grande de íons caracteriza-se por sua


concentração, correspondente ao número desses íons por
unidade de volume. Se essa concentração não for uniforme, a agitação térmica dos íons fará com que
ela se uniformize. Isso corresponde a um fluxo de cargas elétricas, ou seja, uma densidade de corrente
elétrica.

LIGAÇÃO A PROTEÍNAS PLASMÉTICAS

As drogas sofrem ligaçào a proteínas plasmâticas. A eficácia de uma droga é afetada pelo grau
em que ela se liga a proteínas no plasma sanguíneo. Quanto menos ligante a droga for, mais
eficientemente ela pode transpor as membranas celular ou se difundir. As proteínas em que as drogas
mais se ligam são a albumina, lipoproteína, glicoproteína e globulinas α, õ‚ e γ.
Uma droga existe no sangue em duas formas: ligada e não ligada a proteínas. Dependendo da
afinidade da droga específica pela proteína plasmática, uma porção da droga pode se tornar ligada âs
proteínas plasmáticas, enquanto o restante permanece não-ligado. Se a ligação â proteína é reversível,
então um equilíbrio químico irá existir entre os estados ligado e não-ligados, tal que:
Proteína + droga ⇌ Complexo proteína-droga
Notavelmente, é a fração não-ligada (ou livre) que exibe efeitos farmacolÉgicos. é também a
fração que pode ser metabolizada e/ou excretada. Por exemplo, a "fração ligante" do anticoagulante
varfarina é de 97%. Isso significa que 97% de toda varfarina presente no sangue está ligada a proteínas
plasmáticas. Os 3% restantes (fração não-ligada) são a fração que está realmente ativa e pode ser
excretada.
A ligação a proteínas pode influenciar na meia-vida biolÉgica no corpo. A porção ligada pode

Sistema de Ensino Inove Interativa P á g i n a 79


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atuar como um reservatÉrio ou depÉsito do qual a droga é lentamente liberada na forma não-ligada.
Como a forma não-ligada está sendo metabolizada e/ou excretada do corpo, a fração ligada será
liberada a fim de que se mantenha o equilíbrio.
Já que a albumina é básica, drogas neutras e ácidas irão primariamente se ligar a ela. Se a
albumina se tornar saturada, estas drogas irão se ligar então â lipoproteína. Drogas básicas irão se
ligar â alfa-1-glicoproteína ácida. Isto é importante, pois várias condiçÑes médicas afetam os níveis de
albumina, alfa-1-glicoproteína ácida e lipoproteína.

VOLUME DE DISTRIBUIÇÃO APARENTE

Após ser absorvido ou injetado na corrente sangüínea o fármaco distribui-se para os líquidos
extra e intracelular. O volume de distribuição aparente (Vd), é o parâmetro utilizado para descrever essa
distribuição e pode ser definido como o volume de líquido necessário para conter a quantidade total (Q)
da droga no corpo na mesma concentração presente no plasma (Cp) e é matematicamente expresso
como: Vd=Q/Cp em litros/Kg de peso corporal.
O Vd depende das propriedades físico-químicas da droga, como a sua solubilidade em água e
lipídeos e a capacidade de se ligar às proteínas (plasmáticas ou teciduais). O volume de distribuição
elevado indica que a droga é distribuída a várias partes do corpo, com a permanência de pequena fração
no sangue, e um pequeno volume de distribuição indica que a maior parte da droga permanece no
plasma provavelmente como resultado da ligação às proteínas plasmáticas (LPP).
A alteração de fármacos em nível de distribuição entre dois componentes medicamentosos se dá
principalmente por mecanismo competitivo frente a sítios comuns de ligação protéica.

METABOLISMO

A modificação bioquímica das drogas altera sua atividade farmacológica e sua velocidade de
excreção. Embora a atividade seja freqüentemente reduzida ou abolida (como no caso da oxidação
de barbitúricos, fenitoína e
álcool), pode às vezes ser aumentada, através da geração de
metabólitos ativos, como no caso da conversão de hidrato
de cloral em tricloroetanol, que mantém a ação anestésica.
A formação de metabólitos polares que tem menor
solubilidade lipídica resulta em uma reabsorção tubular
renal reduzida, e conseqüentemente, em velocidade maior
de excreção da droga.
Portanto, o metabolismo das drogas ocorre sempre
no sentido de tornar os agentes exógenos mais polares,
favorecendo sua eliminação.
Enzimas responsáveis pela biotransformação de muitos fármacos estão localizadas no retículo
endoplasmático liso do fígado (fração microssômica). Tais enzimas também são encontradas em outros
órgãos, como rins, pulmões e epitélio gastrointestinal, embora em menor concentração. Os fármacos
absorvidos pelo intestino estão, portanto, sujeitos ao efeito de primeira passagem.
As reações químicas da biotransformação enzimática são classificadas como reações de: Fase

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I e Fase II.

Reações de Fase I do Metabolismo: Convertem o fármaco original em um metabólito mais polar


através de reações de oxidação, redução ou hidrólise. O metabólito resultante pode ser
farmacologicamente inativo, menos ativo ou, às vezes, mais ativo que a molécula original. Quando o
próprio metabólito é a forma ativa, o composto original é denominado pró-droga (ex: enalapril).
Reações de oxidação: São catalisados por um grupo importante de enzimas oxidativas que fazem N- e
O- desalquilação, hidroxilação de cadeia lateral e de anel aromático, formação de sulfóxido, N-
oxidação, N- hidroxilação, desaminação de aminas primárias e secundárias e substituição de um átomo
de enxofre por um de oxigênio (dessulfuração).
A maioria das reações oxidativas é realizada por um grupo de hemoproteínas estreitamente
relacionadas denominadas de Citocromo P-450 que são encontradas principalmente no retículo
endoplasmático hepático, porém podem ocorrer também no córtex adrenal, nos rins, na mucosa
intestinal, os quais são locais de metabolização de droga. Outras enzimas oxidativas incluem a
Monoaminooxidase (MAO) e a Diaminooxidase (DAO) que são mitocondriais e desaminam
oxidativamente aminas primárias e aldeídos. A MAO está envolvida no metabolismo das
catecolaminas e alguns antidepressivos são seus inibidores e podendo interferir no metabolismo de
outras drogas.
Reações de Hidrólise: Ocorrem no fígado, no plasma, e em muitos tecidos. Ésteres como a procaína e
amidas como a lidocaína são hidrolisadas por várias esterases inespecíficas. As proteases hidrolisam os
polipeptídeos e proteínas e tem grande importância na aplicação terapêutica.
Reações de redução: São mais raras, mas algumas delas são importantes. Como exemplo, o fármaco
warfarina é inativa por conversão de um grupo cetônico em um grupo hidroxila. Os glicorticóides ainda
são ocasionalmente administrados como cetonas, que tem que ser reduzidas em compostos hidroxila
dos para poder agir.

MINHAS ANOTAÇÕES:

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MINHAS ANOTAÇÕES:

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