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TECNICO EM ENFERMAGEM

SAUDE DA MULHER

KLÍCIA CARDOSO
Apostila

1. PROGRAMA DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA MULHER (PAISM)

Diante da representatividade dos problemas relacionados á saúde da mulher no Brasil, tais como mortalidade
materna, aborto, gravidez indesejada e doenças sexualmente transmissíveis (DST), o Ministério da Saúde
decide lançar, em 1983, o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM).
O PAISM enquanto política de saúde surge como resposta aos problemas de saúde e às necessidades da
população feminina (MATTOS, 2001). Representou a primeira iniciativa do Ministério da Saúde de incluir o
planejamento familiar nas ações de atenção à saúde da mulher.
Nas diretrizes do PAISM, no tocante ao planejamento familiar, é possível identificar os seguintes
destaques (BRASIL, 1984):
-Oportunidade de acesso às informações.
-Abandono de qualquer espécie de ação coercitiva.
-Relação constante e integral com o sistema único de saúde (SUS).
O PAISM rompeu com a lógica do exagerado intervencionismo sobre o corpo da mulher, considerando-as
sujeitos de transformação de suas realidades, com direitos e deveres. Nesse sentido, destaca o caráter de
autonomia, condizente com os ideais feministas, que defendiam o lema “nosso corpo nos pertence”. Na
política do PAISM, o planejamento familiar ganha destaque nas questões referentes à acessibilidade da
população aos meios reversíveis de contracepção. Foi disponibilizado grande número de métodos
contraceptivos e desenvolvida, a nível nacional, a capacitação de profissionais de saúde para promover
assistência qualificada durante o planejamento familiar. Essas ações obtiveram impacto inicial, mas não se
verificou continuidade e resultados significativos na acessibilidade da população a métodos conceptivos e
contraceptivos nas décadas seguintes.
Uma das principais razões atribuídas à desaceleração das ações do PAISM residiu na interrupção, em 1997,
do fornecimento de métodos e insumos pelo Governo Federal. Quando o ministério descentralizou o PAISM,
atribuindo aos estados e municípios a compra e distribuição de métodos conceptivos e contraceptivos
ocorreram expressiva queda na oferta de métodos contraceptivos à população (BRASIL, 2005).
Em 2000 o Ministério da Saúde retomou a compra de métodos contraceptivos. Essa estratégia representou
aumento da distribuição de métodos e insumos para as secretarias estaduais de saúde. Em nível municipal,
todavia, foram identificadas condições inadequadas de armazenamento, assim como distribuição irregular.
Diante disso, a aquisição de métodos pelo governo federal foi novamente interrompida.
Em 2001, uma comissão formada por representantes das secretarias estaduais, municipais e do Governo
Federal decidiu ampliar a distribuição de métodos anticoncepcionais.
A aquisição de métodos reversíveis voltou a ser atribuição do ministério da Saúde, sendo que os
municípios a serem beneficiados deveriam obedecer a, pelo menos, um dos seguintes requisitos
- Possuir, no mínimo, uma equipe do programa de Saúde da Família Habilitada; ou - Estar com o termo de
adesão ao Programa de Humanização Pré-natal e Nascimento aprovado; ou - Contar com pelo menos uma
equipe do Programa de Interiorização do trabalho em saúde.

Os municípios beneficiados recebem os métodos contraceptivos sob duas formas: o kit básico ou o kit
complementar. O kit básico é composto por pílula combinada de baixa dosagem, pílula exclusiva de
progestágeno e preservativo masculino. O kit complementar comporta o dispositivo intrauterino (DIU) e o
anticoncepcional injetável trimestral.
O critério de elegibilidade para fornecimento do kit complementar reside no fato de o município possuir
população igual ou superior a 50.000 habitantes, ou quando os médicos forem capacitados para inserir o DIU
(BRASIL, 2005).
Diante disso, é importante ressaltar a necessidade de que, cada vez mais, profissionais de saúde se
qualifiquem na assistência ao planejamento familiar, a fim de assegurar o acesso da população a todos os
métodos contraceptivos disponíveis.
Essa estratégia tem possibilitado acesso a maior quantidade de métodos contraceptivos. Verifica-se que, a
cada ano, tem aumentado o número de métodos distribuídos aos municípios.
Entre as perspectivas para os próximos anos estão as seguintes:
- Ampliação da oferta de métodos anticoncepcionais reversíveis no SUS.
- Elaboração e distribuição de manuais técnicos e de cartilhas educativas.
- Capacitação de profissionais de saúde da atenção básica para assistência em planejamento familiar.
- Atenção em Reprodução Humana Assistida na rede SUS
-Ampliação do acesso à esterilização cirúrgica voluntária no SUS
- Ampliação do Programa Saúde e Prevenção nas Escolas

2. CICLO REPRODUTIVO FEMININO

Os órgãos genitais femininos são incumbidos da produção dos óvulos, e depois da fecundação destes
pelos espermatozoides, oferecem condições para o desenvolvimento até o nascimento do novo
ser. Os órgãos genitais femininos consistem de um grupo de órgãos internos e outro de órgãos externos. Os
Órgãos Internos estão no interior da pelve e consistem dos Ovários, Tubas Uterinas, Útero e Vagina. Os
Órgãos Externos são superficiais ao diafragma urogenital e acham-se abaixo do arco púbico. Compreendem
o Monte do Púbis, os Lábios Maiores e Menores do pudendo, o Clitóris, o Bulbo do Vestíbulo e as Glândulas
Vestibulares Maiores. Estas estruturas formam a vulva ou pudendo feminine.

Ciclo Reprodutivo
No sistema genital feminino, os ovários são estimulados por um hormônio produzido pela placenta,
chamado de gonadotrofina coriônica humana (HCG), e começam a funcionar ainda na fase
embrionária. O HCG é um hormônio muito semelhante ao hormônio luteinizante (LH). Ao nascer, a mulher
possui aproximadamente um milhão de folículos primários, também chamados de primordiais, em cada
ovário. A maioria desses folículos se degenera e a mulher chega à puberdade com cerca de 400 mil
folículos em cada ovário.

Fonte: google/imagens_menstrual

Hormônios e o cliclo reprodutivo


BHCG (beta HCG) é o nome de um teste de gravidez que verifica os níveis do hormônio HCG no sangue.
HCG é a sigla de Human Chorionic Gonadotropin que significa Gonadotrofina Coriónica Humana.
O hormônio HCG é exclusivo da gravidez. Ele é produzido após a fixação do embrião na parede do
útero. É através da alta concentração desse hormônio no sangue e na urina que se consegue detectar
uma gravidez.

Hormônio Luteinizante (LH)


É um hormônio produzido pela adenoipófise. Em mulheres, a acentuada elevação dos níveis de LH
desencadeia a ovulação e o desenvolvimento do corpo lúteo, além de coordenar a secreção de progesterona.
O LH tem grande importância para a reprodução.
FSH (Hormônio Folículo Estimulante)
O FSH regula o desenvolvimento, crescimento, a maturação na puberdade e os processos reprodutivos do
corpo humano. O FSH e a hormônio luteinizante (LH) atuam em conjunto para a reprodução.

Estrógeno
Controle da ovulação e com o desenvolvimento de características femininas. Os estrógenos são produzidos
pelos folículos ováricos maduros. A falta de estrogênios causa as ondas de calor ou fogachos em
aproximadamente 75 a 80 % das mulheres.

Progesterona
Progesterona é um hormônio produzido, a partir da puberdade, pelo corpo lúteo e pela placenta
durante a gravidez. A progesterona é o segundo hormônio feminino e é produzida principalmente no ovário.
No processo da ovulação, o óvulo, célula fértil feminina, se encontra dentro de uma pequena bolinha de
líquido chamada folículo. Este folículo produz o estrógeno, hormônio feminino básico. É o estrógeno que faz
o aspecto físico da mulher. Após a liberação do óvulo este folículo se transforma em corpo amarelo ou lúteo,
e começa a produzir progesterona, a qual prepara a mulher para a gestação e o aleitamento.

Obs.: Corpo Lúteo


O corpo lúteo forma-se em todos os ciclos menstruais, com o rompimento do folículo no ovário para
liberar o ovócito maduro na ovulação. Permanece produzindo hormônios no ovário e caso não ocorra
gravidez dura cerca de 14 dias (fase lútea) até começar a degenerar. Ao degenerar origina o corpo
hemorrágico e posteriormente, é substituído por tecido cicatricial branco.

Para as mulheres, é o início da menstruação, que ocorre em média entre 12 e 13 anos A partir do
momento que a mulher começa a produzir os hormônios sexuais, uma vez por mês ela irá ovular, dando
início ao seu ciclo menstrual, que ocorrerá a cada 28 dias aproximadamente.
A menstruação costuma durar de 3 a 6 dias. Mas esse período, assim como a quantidade de sangue
expelido, varia de mulher para mulher.

Menstruação é a descamação das paredes internas do útero quando não há fecundação. Essa descamação
faz parte do ciclo reprodutivo da mulher e acontece todo mês.
O corpo feminino se prepara para a gravidez, e quando esta não ocorre, o endométrio (membrane interna
do útero) se desprende.

O CICLO REPRODUTIVO SE DIVIDE EM QUATRO FASES:

Menstruação: Perda de sangue que ocorre periodicamente. Devido a estímulos hormonais, a superfície
do endométrio se rompe e é excretada pela vagina, sob a aparência de um fluido de sangue. Em geral, a
primeira menstruação (menarca) ocorre aos dozes anos;
Fase pré-ovulatória: Período em que o óvulo se desenvolve para sair do ovário e o útero se prepara para
poder receber um óvulo fecundado;
Ovulação: Processo que ocorre entre o 13º e 15º dia antes da próxima menstruação. Nessa fase, a mulher
está fértil e tem maiores chances de engravidar;
Fase pós-ovulatória: quando o óvulo não é fecundado, ele morre após 12 ou 24 horas. Após essa morte,
há o início de uma nova menstruação.
Fonte: google/imagens_ciclo_menstrual_

MENOPAUSA
A menopausa ocorre geralmente entre os 49 e 52 anos de idade. É a diminuição da produção de hormônios
nos ovários. Climatério é o período de transição em que a mulher passa da fase reprodutiva para a fase de
pós-menopausa. Dessa forma, a menopausa (última menstruação) é um fato que ocorre durante o climatério.
No climatério há uma diminuição das funções ovarianas, fazendo com que os ciclos menstruais se tornem
irregulares, até cessarem por completo.

3 MÉTODOS CONTRACEPTIVOS NATURAIS (alguns exemplos)

Tabelinha (método rítmico ou Ogino-Knaus)


Nesse método, a mulher calcula o início e o fim de seu período fértil, para que, com esses dados, possa
saber o seu período fértil e assim poderá não ter uma relação sexual durante essa data. Porém, é um método
ineficaz que somente pode ser feito por mulheres que tenham um ciclo menstrual regular.
• É recomendável que seja utilizado em conjunto com os preservativos, pois o período fértil de uma
mulher é a época em que ela sente mais desejo sexual. A tabelinha não protege contra as doenças
sexualmente transmissíveis.
Esse método ocorre da seguinte forma: a mulher deve contar o primeiro dia de menstruação, que é
o início de seu ciclo, e o dia que antecede ao início da próxima menstruação, que é o seu último dia de
ciclo menstrual. O resultado será correspondente ao número de dias que tem seu ciclo (variam entre
26, 28 e 32 dias).
Fonte: google/imagens_tabelinha

Coito interrompido
O coito interrompido é um método contraceptivo onde o homem, antes de ejacular, retira o pênis da
vagina e ejacula fora dela. Não é um método confiável, pois o pênis solta secreções durante a excitação e
nela podem estar contidos espermatozoides vivos. Outro motivo é a dificuldade que o homem tem para
controlar sua ejaculação. Esse método exige um autocontrole do homem e não dá a proteção necessária
contra as doenças sexualmente transmissíveis. Além disso, possui um alto índice de falhas porque se
uma pequena quantidade de esperma cair na vagina, pode ocorrer a gravidez.

Muco Cervical
Esse método trabalha com a observação do muco cervical para identificar o período fértil. Pode ser feito pelo
autoexame ou com a percepção da sensação que ocorre na vagina e na vulva. É uma observação que deve
ser feita diariamente. O muco cervical aparece de 2 a 3 dias depois da menstruação em uma forma
pouco consistente e espessa. Antes que a ovulação ocorra, ele fica com um aspecto grudento, aumenta
a quantidade e fica transparente. Após a mulher ovular, ele fica branco e opaco o que determina que a
ovulação acabou. O teste do muco pode ser feito tentando separá-lo com o polegar e o indicador. As relações
sexuais devem ser interrompidas por no mínimo 4 dias após o aumento na produção do muco. É um método
que necessita de uma grande observação da mulher e um grande conhecimento de seu corpo. Não é
confiável, pois além de exigir disciplina da mulher, o muco pode ser alterado por causa de algum problema
de saúde como os corrimentos.
Fonte: google/imagens_muco_cervical

MÉTODOS CONTRACEPTIVOS DE BARREIRA


Anticoncepcional Oral
A combinação de estrogênio e progestina impede que os ovários liberem óvulos. A pílula deve ser tomada
diariamente por três semanas, e durante a quarta semana haverá um sangramento semelhante à
menstruação.

Pílula do dia seguinte


É um anticoncepcional usado em emergências quando o casal não conseguiu utilizar nenhum outro
método contraceptivo. São dois comprimidos: o primeiro é tomado em até 72 horas depois da relação sexual
e, depois, se toma o segundo comprimido, 12 horas após o primeiro.
Ele pode causar efeitos colaterais fortes como: tontura, problemas no ciclo menstrual, dor de cabeça,
fadiga, entre outros. É recomendável que não se faça uso desse medicamento de forma contínua, somente
nos casos de urgência.

Adesivo anticoncepcional
O adesivo é um objeto de plástico fino da cor bege, semelhante a um curativo quadrado. É fácil de usar e
funciona como a pílula, mas só precisa ser trocado uma vez por semana. Aplicado à pele, o adesivo solta
hormônios que impedem que os ovários liberem óvulos.

Fonte: google/imagens_adesivo_anticon_pcional
Métodos Injetáveis
Os métodos injetáveis possuem em sua composição o hormônio progesterona ou uma determinada
associação de estrogênios que são introduzidos na paciente. São doses que duram por um longo
período, que varia de 1 a 3 meses. Quando a progesterona é usada, sua eficiência dura 3 meses e a eficácia
dura um mês quando é o estrogênio. A probabilidade desse método falhar é de 0,1% a 0,6%, com referência
a mil mulheres. O uso dos anticoncepcionais injetáveis pode causar mudanças no ciclo menstrual, dores
de cabeça, vertigem e aumento de peso.

Camisinha masculina e feminina


Camisinha é um método contraceptivo do tipo barreira. Feita de látex ou poliuretano, impede a ascensão dos
espermatozoides ao útero, prevenindo uma gravidez não planejada. Também é eficiente na proteção contra
doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), como AIDS e HPV.
Há dois tipos de camisinha: masculina e feminina. A camisinha masculina é um envoltório, geralmente de
látex, que recobre o pênis, e retém o esperma durante o ato sexual. Já a camisinha feminina é um tubo de
poliuretano com uma extremidade fechada e a outra aberta, acoplado a dois anéis flexíveis.
É um dos métodos contraceptivos mais eficientes, pois apresenta taxa de 90-95% de eficácia na prevenção
da transmissão de DSTs e gravidez. Deve ser utilizada em todas as relações sexuais (genital, oral e anal). É
acessível a todas as pessoas e não tem contraindicação.

MÉTODO CONTRACEPTIVO DEFINITIVO


Laqueadura Tubária
Esse é um método cirúrgico que impede que o óvulo seja fecundado pelo espermatozoide. Em alguns casos,
as trompas são cortadas ou é colocado um anel que impede a passagem. É um processo irreversível que
não protege contra as IST’s.

Vasectomia
A vasectomia é um método contraceptivo feito por meio de uma cirurgia de interrupção no canal onde
passam os espermatozoides. A ejaculação ainda irá ocorrer, sendo necessário que o homem assim o faça
por até 20 vezes, após o procedimento cirúrgico, até que não exista mais espermatozoides no esperma.
Não compromete a relação sexual e tem um índice de falha de aproximadamente 0,15%.

4 PLANEJAMENTO FAMILIAR

Conforme a lei federal 9.263/96, o planejamento familiar é direito de todo o cidadão e se caracteriza pelo
conjunto de ações de regulação da fecundidade que garanta direitos iguais de constituição, limitação ou
aumento da prole pela mulher, pelo homem ou pelo casal. Em outras palavras, planejamento familiar é dar à
família o direito de ter quantos filhos quiser, no momento que lhe for mais conveniente, com toda a assistência
necessária para garantir isso integralmente.
Para o exercício do direito ao planejamento familiar, devem ser oferecidos todos os métodos e técnicas de
concepção e contracepção cientificamente aceitos e que não coloquem em risco a vida e a saúde das
pessoas, garantindo a liberdade de opção.
As áreas englobadas por ações preventivas e educativas, com garantia de acesso às informações, meios,
métodos e técnicas disponíveis incluem o auxílio à concepção e contracepção, o atendimento pré-natal, a
assistência ao parto, puerpério e ao neonato, o controle das doenças sexualmente transmissíveis e controle
e prevenção do câncer de colo do útero, de mama e de pênis.
A lei de planejamento familiar também estabelece as regras de esterilização cirúrgica. Somente podem
submeter-se a ela homens e mulheres com capacidade civil plena e maiores de vinte e cinco anos de idade
ou, pelo menos, com dois filhos vivos, desde que observado o prazo mínimo de sessenta dias entre a
manifestação da vontade e o ato cirúrgico, período no qual será propiciado à pessoa interessada acesso a
serviço de regulação da fecundidade, incluindo aconselhamento por equipe multidisciplinar, visando
desencorajar a esterilização precoce; Ela também pode ser realizada quando uma nova gravidez pode trazer
risco à vida ou à saúde da mulher ou do futuro concepto.
Não pode ser realizada durante os períodos de parto ou aborto, exceto nos casos de comprovada
necessidade, por sucessivas cesarianas anteriores. As únicas formas aprovadas para esterilização são a
laqueadura tubária e a vasectomia, não sendo permitida sua realização pela retirada do útero ou dos ovários.
É importante lembrar que a esterilização cirúrgica é um método irreversível, mas que também pode
apresentar falhas. A pessoa que realiza esse procedimento deve estar ciente desses termos e manifestar
sua vontade por escrito após a informação a respeito dos riscos da cirurgia, possíveis efeitos colaterais,
dificuldades de sua reversão e opções de contracepção reversíveis existentes.

5 AFECÇÕES GINECOLÓGICAS

Vulvovaginite - Esta doença consiste numa infeção da vulva, vagina e do colo do útero, que geralmente é
causada por bactérias, fungos ou até mesmo pela alteração da flora bacteriana. Normalmente esta surge
pelo aumento das bactérias, quando a imunidade está mais baixa.

Sintomas:
- corrimento liquido;
- odor forte;
- comichão na vagina;
- vermelhidão;
- surgimento de bolhas, úlceras e também verrugas; - ocorrência de dor durante o ato sexual.

A vulvovaginite não é contagiosa e pode ser tratada através de antibióticos, uso de roupas adequadas e
também de cortisona.

Endometriose - Designada de "doença da mulher moderna", costuma surgir pelo facto de as mulheres
adiarem cada vez mais a maternidade, ou simplesmente por decidirem não ter filhos. É uma doença
caracterizada pela presença de tecido endométrico fora do seu local, ou seja quando este acaba por revestir
mais do que o interior do útero. Embora nem todas as mulheres sofram destes sintomas, estes podem ser:

- cólicas menstruais;
- ocorrência de dor durante o sexo;
- libertação de sangue ou dor ao fazer xixi; - constipação intestinal.

São no entanto também, realizados exames como é o caso da ecografia, ressonância magnética e ainda
exames de sangue. No caso das mulheres que pretenderem ser mães, são feitos vários tratamentos como a
inseminação intrauterina ou a fertilização in vitro.

Mioma uterino - Caracterizado por um tumor benigno no útero, geralmente surge em mulheres entre os 30
e os 50 anos. Genético, este pode apresentar um crescimento significativo e assim causar hemorragias,
cólicas, aumento do útero e ainda infertilidade.
Fonte: google/imagens_mioma_uterino

Os sintomas mais comus desta doença são:

- cólicas; vontande constante de urinar; excesso de sangue durante a menstruação;


- sensação de pressão na barriga; ocorrência de dores durante o sexo

Neste caso existem duas soluções, a primeira e quando os miomas são pequenos apenas precisam de irem
sendo observados, para garantir que está tudo bem. A segunda solução, para os miomas que tem tamanhos
consideráveis, é retirada do útero.

Doença inflamatória pélvica - Esta é a doença mais rara, de todas as que já lhe demos a conhecer. Atinge
apenas 3% das mulheres, sendo na maior parte dos casos jovens e com uma vida sexual bastante ativa.
Como é uma doença causada por múltiplas bactérias, os seus sintomas são:

- corrimento com forte odor;


- febre;
- dor na zona abaixo da cicatriz umbilical.

O tratamento é feito com o uso de antibióticos e em alguns casos, a paciente precisa mesmo de ser internada
no hospital, para que possa receber o tratamento pela veia. É uma doença ginecológica que embora seja
tratada, pode voltar a reaparecer.

6 INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (IST’s)

As Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) são causadas por vírus, bactérias ou outros
microrganismos. São transmitidas, principalmente, por meio do contato sexual (oral, vaginal, anal) sem o
uso de camisinha masculina ou feminina com uma pessoa que esteja infectada. A transmissão de uma IST
pode acontecer, ainda, da mãe para a criança durante a gestação, o parto ou a amamentação.
O Ministério da Saúde recomenda aos órgãos que trabalham com saúde pública e saúde coletiva o uso da
nomenclatura “IST” (infecções sexualmente transmissíveis) no lugar de “DST” (doenças sexualmente
transmissíveis). A denominação ‘D’, de ‘DST’, vem de doença, que implica em sintomas e sinais visíveis no
organismo do indivíduo. Já as ‘Infecções’ podem ter períodos assintomáticos, ou se mantém assintomáticas
durante toda a vida do indivíduo, como são os casos da infecção pelo HPV e o vírus do Herpes, detectadas
por meio de exames laboratoriais. O termo IST é mais adequado e já é utilizado pela Organização Mundial
de Saúde (OMS).

Cancro mole
Causado pela bactéria Haemophilus ducreyi, transmite-se pela relação sexual com uma pessoa infectada
sem o uso da camisinha masculina ou feminina. Provoca feridas múltiplas e dolorosas de tamanho pequeno
com presença de pus, que aparecem com frequência nos órgãos genitais. Podem aparecer nódulos (caroços
ou ínguas) na virilha. Ao se observar qualquer sinal e sintoma de cancro mole, a recomendação é procurar
um serviço de saúde. O tratamento deverá ser prescrito pelo profissional de saúde.

Gonorreia e infecção por Clamídia


São IST causadas por bactérias (Neisseria gonorrhoeae e Clamídia trachomatis, respectivamente). Na
maioria das vezes estão associadas, causando a infecção que atinge os órgãos genitais, a garganta e os
olhos. Quando não tratadas, podem causar infertilidade (dificuldade para ter filhos), dor durante as relações
sexuais, gravidez nas trompas, entre outros danos à saúde. A transmissão é sexual e o uso da camisinha
masculina ou feminina é a melhor forma de prevenção. Os sintomas são: dor ao urinar ou no baixo ventre
(pé da barriga), corrimento amarelado ou claro, fora da época da menstruação, dor ou sangramento durante
a relação sexual.
A maioria das mulheres infectadas não apresentam sinais e sintomas. Já os homens podem apresentar ardor
e esquentamento ao urinar, podendo haver corrimento ou pus, além de dor nos testículos. Na presença de
qualquer sinal ou sintoma dessas IST, recomenda-se procurar um serviço de saúde para o diagnóstico
correto e indicação do tratamento com antibiótico adequado. As parcerias sexuais devem ser tratadas, ainda
que não apresentem sinais e sintomas.

Doença Inflamatória Pélvica


É uma síndrome clínica, que ocorre quando a gonorreia e a infecção por clamídia não são tratadas, atingindo
os órgãos sexuais internos da mulher, como útero, trompas e ovários, e causando inflamações. Essa infecção
pode ocorrer por meio de contato com as bactérias após a relação sexual desprotegida. A maioria dos casos
ocorre em mulheres que tem outra IST, principalmente gonorreia e infecção por clamídia não tratadas;
entretanto também pode ocorrer após algum procedimento médico local, como a inserção de Dispositivo
Intra-Uterino (DIU), biópsia na parte interna do útero, e curetagem.
Os sinais e sintomas mais frequentes são dor na parte baixa do abdômen e durante a relação sexual; dor
abdominal e nas costas, além de febre, fadiga e vômitos. O uso da camisinha masculina ou feminina é a
melhor forma de prevenção. Na presença de qualquer sinal ou sintoma de DIP, recomenda-se procurar
imediatamente um profissional de saúde para o diagnóstico correto e indicação do tratamento adequado.

Herpes Genital
É causado por um vírus, transmitido pela relação sexual com uma pessoa infectada sem o uso da camisinha.
É transmitido por meio de relação sexual (oral, anal ou vaginal) sem camisinha masculina ou feminina com
uma pessoa infectada. Por ser muito contagiosa, a primeira orientação a quem tem herpes é uma maior
atenção aos cuidados de higiene: lavar bem as mãos, não furar as bolhas, evitar contato direto das bolhas e
feridas com outras pessoas, não aplicar pomadas no local sem recomendação profissional. Após o contágio,
os sinais e sintomas podem aparecer em média após seis dias, e geralmente são pequenas bolhas
agrupadas que se rompem e tornam-se feridas dolorosas no pênis, ânus, vulva, vagina ou colo do útero.
Essas feridas podem durar, em média, de duas a três semanas e desaparecem. Formigamento, ardor,
vermelhidão e coceira no local, além de febre, dores musculares, dor ao urinar e mal-estar, também podem
surgir. Os sinais e sintomas podem reaparecer, dependendo de fatores como estresse, cansaço, esforço
exagerado, febre, menstruação, exposição prolongada ao sol, traumatismo ou uso de antibióticos.
Na presença de qualquer sinal ou sintoma de herpes genital, recomenda-se procurar um profissional de
saúde para o diagnóstico correto e indicação do tratamento adequado. A infecção tem tratamento e os seus
sinais e sintomas podem ser reduzidos, mesmo que não haja cura (a pessoa permanece com o vírus).

Infecção pelo HTLV


É causada pelo vírus T-linfotrópico humano (HTLV), que atinge as células de defesa do organismo, os
linfócitos T. O HTLV foi o primeiro retrovírus humano isolado (no início da década de 1980) e é classificado
em dois grupos: HTLV-I e HTLV-II. A transmissão do HTLV ocorre pela relação sexual sem camisinha com
uma pessoa infectada, compartilhamento de seringas e agulhas durante o uso de drogas e da mãe infectada
para o recém-nascido (também chamado de transmissão vertical), principalmente pelo aleitamento materno.
A maioria das pessoas infectadas pelo HTLV não apresentam sinais e sintomas durante toda a vida. Dos
infectados pelo HTLV, 10% apresentarão algumas doenças associadas a esse vírus, entre as quais podemse
citar: doenças neurológicas, oftalmológicas, dermatológicas, urológicas e hematológicas (ex.:
leucemia/linfoma associada ao HTLV). O tratamento é direcionado de acordo com a doença relacionada ao
HTLV. A pessoa deverá ser acompanhada nos serviços de saúde do SUS e, quando necessário, receber
seguimento em serviços especializados para diagnóstico e tratamento precoce de doenças associadas ao
HTLV. Usar camisinha masculina ou feminina – disponíveis gratuitamente na rede pública de saúde – em
todas as relações sexuais e não compartilhar seringas, agulhas ou outro objeto cortante.

Linfogranuloma venéreo
É uma infecção crônica causada pela Chlamydia trachomatis, que atinge os órgãos genitais e os gânglios da
virilha. É popularmente conhecida como “mula”. A transmissão ocorre pelo sexo desprotegido com uma
pessoa infectada. Por isso, recomenda-se sempre o uso da camisinha masculina ou feminina e o cuidado
com a higiene íntima após a relação sexual. Os sinais e sintomas mais frequentes são feridas nós órgãos
genitais (pênis, vagina, boca, ânus e colo do útero) que, muitas vezes, não são percebidas e desaparecem
sem tratamento.
Entre uma a seis semanas após a ferida inicial, surge um inchaço doloroso (caroço ou íngua) na virilha, que,
se não for tratado, rompe-se, com a saída de pus. Pode haver sintomas por todo o corpo, como dores nas
articulações, febre e mal-estar. Na presença de qualquer sinal ou sintoma dessas IST, recomenda-se
procurar um serviço de saúde para o diagnóstico correto e indicação do tratamento com antibiótico adequado.
As parcerias sexuais também precisam ser tratadas.

Tricomoníase
É uma infecção causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis. A transmissão ocorre pelo sexo
desprotegido com uma pessoa infectada. Por isso, é preciso sempre usar camisinha masculina ou feminina
e cuidar da higiene íntima após a relação sexual. Pode atingir o colo do útero, a vagina, a uretra e o pênis.
Os sinais e sintomas são: dor durante a relação sexual, ardência e dificuldade para urinar, coceira nos órgãos
sexuais, corrimento abundante, amarelado ou amarelo esverdeado, bolhoso. Na presença de qualquer sinal
ou sintoma de tricomoníase, recomenda-se procurar um profissional de saúde para o diagnóstico correto e
indicação do tratamento adequado. As parcerias sexuais devem ser tratadas, ainda que não apresentem
sinais e sintomas.

7 CÂNCER DE MAMA E COLO DO ÚTERO

O câncer de mama é uma doença causada pela multiplicação desordenada de células da mama. Esse
processo gera células anormais que se multiplicam, formando um tumor.
Há vários tipos de câncer de mama. Por isso, a doença pode evoluir de diferentes formas. Alguns tipos têm
desenvolvimento rápido, enquanto outros crescem mais lentamente. Esses comportamentos distintos se
devem a característica próprias de cada tumor.
O câncer de mama é o tipo da doença mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil, depois do de
pele não melanoma, correspondendo a cerca de 25% dos casos novos a cada ano. No Brasil, esse percentual
é de 29%.
Para 2018, foram esperados 59.700 casos novos de câncer de mama no Brasil. Excluído o câncer de pele
não melanoma, é o mais frequente nas mulheres das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. O
câncer de mama também acomete homens, porém é raro, representando apenas 1% do total de casos da
doença.
Existe tratamento para câncer de mama, e o Ministério da Saúde oferece atendimento por meio do Sistema
Único de Saúde (SUS). O câncer de mama não tem somente uma causa.
A idade é um dos mais importantes fatores de risco para a doença (cerca de quatro em cada cinco casos
ocorrem após os 50 anos). Outros fatores que aumentam o risco da doença são:
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Fonte: google/imagens_cancer_mama

*A mulher que possui um ou mais desses fatores genéticos/hereditários é considerada com risco elevado
para desenvolver câncer de mama.
O câncer de mama de caráter genético/hereditário corresponde a apenas 5% a 10% do total de casos da
doença.
Atenção: a presença de um ou mais desses fatores de risco não significa que a mulher necessariamente terá
a doença.
É importante ressaltar que não ter amamentado não é fator de risco para câncer de mama. Amamentar o
máximo de tempo possível é um fator de proteção para o câncer. Então, o não aleitamento promove a perda
de um fator de proteção, o que é diferente de significar fator de risco.
Exposição a determinadas substâncias e ambientes, como agrotóxicos, benzeno, campos eletromagnéticos
de baixa frequência, campos magnéticos, compostos orgânicos voláteis (componentes químicos presentes
em diversos tipos de materiais sintéticos ou naturais, caracterizados por sua alta pressão de vapor sob
condições normais, fazendo com que se transformem em gás ao entrar em contato com a atmosfera),
hormônios e dioxinas (poluentes orgânicos persistentes altamente tóxicos ao ambiente. São normalmente
subprodutos de processos industriais e de combustão) pode estar associada ao desenvolvimento da doença.
Os profissionais que apresentam risco aumentado de desenvolvimento de câncer de mama são os
cabeleireiros, operadores de rádio e telefone, enfermeiros e auxiliares de enfermagem, comissários de bordo,
trabalhadores noturnos. As atividades econômicas que mais se relacionam ao desenvolvimento da doença
são as da indústria da borracha e plástico, química e refinaria de petróleo.
Cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis como:
Praticar atividade física;
• Alimentar-se de forma saudável;
• Manter o peso corporal adequado;
• Evitar o consumo de bebidas alcoólicas;
• Amamentar
• Evitar uso de hormônios sintéticos, como anticoncepcionais e terapias de reposição hormonal.

O câncer de mama pode ser percebido em fases iniciais, na maioria dos casos, por meio dos
seguintes sinais e sintomas:

• Nódulo (caroço), fixo e geralmente indolor: é a principal manifestação da doença, estando presente em
cerca de 90% dos casos quando o câncer é percebido pela própria mulher
• Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja
• Alterações no bico do peito (mamilo)
• Pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço
• Saída espontânea de líquido anormal pelos mamilos
Esses sinais e sintomas devem sempre ser investigados por um médico para que seja avaliado o risco de se
tratar de câncer.
É importante que as mulheres observem suas mamas sempre que se sentirem confortáveis para tal (seja no
banho, no momento da troca de roupa ou em outra situação do cotidiano), sem técnica específica, valorizando
a descoberta casual de pequenas alterações mamárias.
Em caso de permanecerem as alterações, elas devem procurar logo os serviços de saúde para avaliação
diagnóstica.
A postura atenta das mulheres em relação à saúde das mamas é fundamental para a detecção precoce do
câncer da mama.
O câncer de mama pode ser detectado em fases iniciais, em grande parte dos casos, aumentando assim a
possibilidade de tratamentos menos agressivos e com taxas de sucesso satisfatórias.
Todas as mulheres, independentemente da idade, devem ser estimuladas a conhecer seu corpo para saber
o que é e o que não é normal em suas mamas. A maior parte dos cânceres de mama é descoberta pelas
próprias mulheres.
Além disso, o Ministério da Saúde recomenda que a mamografia de rastreamento (exame realizado quando
não há sinais nem sintomas suspeitos) seja ofertada para mulheres entre 50 e 69 anos, a cada dois anos. A
recomendação brasileira segue a orientação da Organização Mundial da Saúde e de países que adotam o
rastreamento mamográfico.
Mamografia é uma radiografia das mamas feita por um equipamento de raios X chamado mamógrafo, capaz
de identificar alterações suspeitas de câncer antes do surgimento dos sintomas, ou seja, antes que seja
palpada qualquer alteração nas mamas.
Mulheres com risco elevado de câncer de mama devem conversar com seu médico para avaliação do risco
e definição da conduta a ser adotada.
A mamografia de rastreamento pode ajudar a reduzir a mortalidade por câncer de mama, mas também expõe
a mulher a alguns riscos. Os principais benefícios e riscos desse exame são: Benefícios:
• Encontrar o câncer no início e permitir um tratamento menos agressivo.
• Menor chance de a paciente morrer por câncer de mama, em função do tratamento precoce.
Riscos:
• Resultados incorretos: o Suspeita de câncer de mama, sem que se confirme a doença. Esse alarme falso
(resultado falso positivo) gera ansiedade e estresse, além da necessidade de outros exames. o Câncer
existente, mas resultado normal (resultado falso negativo). Esse erro gera falsa segurança à mulher.
• Ser diagnosticada e submetida a tratamento, com cirurgia (retirada parcial ou total da mama),
quimioterapia e/ou radioterapia, de um câncer que não ameaçaria a vida. Isso ocorre em virtude do
crescimento lento de certos tipos de câncer de mama.
• Exposição aos Raios X. Raramente causa câncer, mas há um discreto aumento do risco quanto mais
frequente é a exposição. Esse dado não deve desestimular as mulheres a se submeterem à mamografia,
já que a exposição ao Raio X durante esse exame é bem pequena, tornando o método bastante seguro
para a detecção precoce.
A mamografia diagnóstica, exame realizado com a finalidade de investigação de lesões suspeitas da mama,
pode ser solicitada em qualquer idade, a critério médico. Ainda assim, a mamografia diagnóstica não
apresenta uma boa sensibilidade em mulheres jovens, pois nessa idade as mamas são mais densas, e o
exame apresenta muitos resultados incorretos.
O SUS oferece exame de mamografia para todas as idades, conforme indicação médica.
Um nódulo ou outro sintoma suspeito nas mamas deve ser investigado para confirmar se é ou não câncer de
mama. Para a investigação, além do exame clínico das mamas, exames de imagem podem ser
recomendados, como mamografia, ultrassonografia ou ressonância magnética. A confirmação diagnóstica
só é feita, porém, por meio da biópsia, técnica que consiste na retirada de um fragmento do nódulo ou da
lesão suspeita por meio de punções (extração por agulha) ou de uma pequena cirurgia. O material retirado
é analisado pelo patologista para a definição do diagnóstico.
Muitos avanços vêm ocorrendo no tratamento do câncer de mama nas últimas décadas. Há hoje mais
conhecimento sobre as variadas formas de apresentação da doença e diversas terapêuticas estão
disponíveis.
O tratamento do câncer de mama depende da fase em que a doença se encontra (estadiamento) e do tipo
do tumor. Pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica (terapia alvo).

Quando a doença é diagnosticada no início, o tratamento tem maior potencial curativo. No caso de a doença
já possuir metástases (quando o câncer se espalhou para outros órgãos), o tratamento busca prolongar a
sobrevida e melhorar a qualidade de vida.
ESTADIAMENTO
O tratamento varia de acordo com o estadiamento da doença, as características biológicas do tumor e as
condições da paciente (idade, se já passou ou não pela menopausa, doenças preexistentes e preferências).
As modalidades de tratamento do câncer de mama podem ser divididas em:
- Tratamento local: cirurgia e radioterapia.
- Tratamento sistêmico: quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica.
Estádios I e II
A conduta habitual nas fases iniciais do câncer de mama é a cirurgia, que pode ser conservadora (retirada
apenas do tumor) ou mastectomia (retirada da mama) parcial ou total, seguida ou não de reconstrução
mamária.
Após a cirurgia, tratamento complementar com radioterapia pode ser indicado em algumas situações. Já a
reconstrução mamária deve ser sempre considerada nos casos de retirada da mama para minimizar os danos
físicos e emocionais do tratamento.
O tratamento sistêmico, após o tratamento local, será indicado de acordo com a avaliação de risco de a
doença retornar (recorrência ou recidiva) e considera a idade da paciente, o tamanho e o tipo do tumor e se
há comprometimento dos linfonodos axilares.
A mensuração (medição) dos receptores hormonais (receptor de estrogênio e progesterona) do tumor, por
meio do exame de imunohistoquímica, é fundamental para saber se a hormonioterapia pode ser indicada
(tratamento de uso prolongado em forma de comprimidos para diminuir a produção dos hormônios femininos
do organismo). A informação sobre a presença do HER-2 (fator de crescimento epidérmico 2) também é
obtida por meio desse exame e poderá indicar a necessidade de terapia biológica anti-HER-2.
Para algumas pacientes com tumores medindo entre 2,1cm e 5cm com comprometimento dos linfonodos
axilares, embora sejam entendidas como estadiamento II, pode ser considerado iniciar o tratamento por
terapias sistêmicas (quimioterapia) dependendo da imuno-histoquímica (o chamado down stage [redução de
estágio]. Essa decisão individualizada permite que pacientes que seriam submetidas à retirada da mama e
dos linfonodos axilares possam, eventualmente, ter essas áreas preservadas.

Estádio III
Pacientes com tumores maiores que 5cm, porém ainda localizados, enquadram-se no estádio III. Nessa
situação, o tratamento sistêmico (na maioria das vezes, com quimioterapia) é a opção inicial. Após a redução
do tumor promovida pela quimioterapia, segue-se com o tratamento local (cirurgia e radioterapia).
Estádio IV
Nessa fase, em que já há metástase (o câncer se espalhou para outros órgãos) é fundamental buscar o
equilíbrio entre o controle da doença e o possível aumento da sobrevida, levando-se em consideração os
potenciais efeitos colaterais do tratamento.
A atenção à qualidade de vida da paciente com câncer de mama deve ser preocupação dos profissionais de
saúde ao longo de todo o processo terapêutico.
Fonte: google/imagens_cancer_mama_

O CÂNCER DO COLO DO ÚTERO, também chamado de câncer cervical, é causado pela infecção
persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano - HPV (chamados de tipos oncogênicos).
A infecção genital por esse vírus é muito frequente e não causa doença na maioria das vezes. Entretanto,
em alguns casos, ocorrem alterações celulares que podem evoluir para o câncer. Essas alterações são
descobertas facilmente no exame preventivo (conhecido também como Papanicolaou ou Papanicolau), e são
curáveis na quase totalidade dos casos. Por isso, é importante a realização periódica desse exame.
Excetuando-se o câncer de pele não melanoma, é o terceiro tumor maligno mais frequente na população
feminina (atrás do câncer de mama e do colorretal), e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no
Brasil.
O que aumenta o risco
• Início precoce da atividade sexual e múltiplos parceiros.
• Tabagismo (a doença está diretamente relacionada à quantidade de cigarros fumados).
• Uso prolongado de pílulas anticoncepcionais.
• A prevenção primária do câncer do colo do útero está relacionada à diminuição do risco de contágio pelo
Papilomavírus Humano (HPV). A transmissão da infecção ocorre por via sexual, presumidamente por meio
de abrasões microscópicas na mucosa ou na pele da região anogenital. Consequentemente, o uso de
preservativos (camisinha masculina ou feminina) durante a relação sexual com penetração protege
parcialmente do contágio pelo HPV, que também pode ocorrer pelo contato com a pele da vulva, região
perineal, perianal e bolsa escrotal.

Vacinação contra o HPV


• O Ministério da Saúde implementou no calendário vacinal, em 2014, a vacina tetravalente contra o HPV
para meninas de 9 a 13 anos. A partir de 2017, o Ministério estendeu a vacina para meninas de 9 a 14
anos e meninos de 11 a 14 anos. Essa vacina protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do HPV. Os dois
primeiros causam verrugas genitais e os dois últimos são responsáveis por cerca de 70% dos casos de
câncer do colo do útero.
• A vacinação e a realização do exame preventivo (Papanicolau) se complementam como ações de
prevenção desse tipo de câncer. Mesmo as mulheres vacinadas, quando alcançarem a idade preconizada
(a partir dos 25 anos), deverão fazer o exame preventivo periodicamente, pois a vacina não protege contra
todos os tipos oncogênicos do HPV.
O câncer do colo do útero é uma doença de desenvolvimento lento, que pode não apresentar sintomas em
fase inicial. Nos casos mais avançados, pode evoluir para sangramento vaginal intermitente (que vai e volta)
ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal e dor abdominal associada a queixas urinárias ou
intestinais.

A detecção precoce do câncer é uma estratégia para encontrar um tumor numa fase inicial e, assim,
possibilitar maior chance de tratamento.
A detecção pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos, de
pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença (diagnóstico precoce), ou com o uso de exames
periódicos em pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento) mas pertencentes a grupos com maior chance
de ter a doença.
Existe uma fase pré-clínica (sem sintomas) do câncer do colo do útero, em que a detecção de lesões
precursoras (que antecedem o aparecimento da doença) pode ser feita através do exame preventivo
(Papanicolaou). Quando diagnosticado na fase inicial, as chances de cura do câncer cervical são de 100%.
A doença é silenciosa em seu início e sinais e sintomas como sangramento vaginal, corrimento e dor
aparecem em fases mais avançadas da doença

Exame preventivo

O exame preventivo do câncer do colo do útero (Papanicolau) é a principal estratégia para detectar lesões
precursoras e fazer o diagnóstico precoce da doença. O exame pode ser feito em postos ou unidades de
saúde da rede pública que tenham profissionais capacitados. Sua realização periódica permite reduzir a
ocorrência e a mortalidade pela doença.

O exame preventivo é indolor, simples e rápido. Pode, no máximo, causar um pequeno desconforto. Para
garantir um resultado correto, a mulher não deve ter relações sexuais (mesmo com camisinha) no dia anterior
ao exame; evitar também o uso de duchas, medicamentos vaginais e anticoncepcionais locais nas 48 horas
anteriores à realização do exame. É importante também que não esteja menstruada, porque a presença de
sangue pode alterar o resultado. Mulheres grávidas também podem se submeter ao exame, sem prejuízo
para sua saúde ou a do bebê.

Como é feito o exame

• Para a coleta do material, é introduzido na vagina um instrumento chamado espéculo (conhecido


popularmente como “bico de pato”, devido ao seu formato);
• O profissional de saúde faz a inspeção visual do interior da vagina e do colo do útero;
• O profissional promove a escamação da superfície externa e interna do colo do útero com uma espátula
de madeira e uma escovinha;
• As células colhidas são colocadas numa lâmina de vidro para análise em laboratório especializado em
citopatologia.

Toda mulher que tem ou já teve vida sexual e que estão entre 25 e 64 anos de idade. Devido à longa evolução
da doença, o exame pode ser realizado a cada três anos. Para maior segurança do diagnóstico, os dois
primeiros exames devem ser anuais. Se os resultados estiverem normais, sua repetição só será necessária
após três anos.

A mulher deve retornar ao local onde foi realizado o exame (ambulatório, posto ou centro de saúde) na data
marcada para saber o resultado e receber instruções. Tão importante quanto realizar o exame é buscar o
resultado e apresentá-lo ao médico.
Negativo para câncer: Se esse for o seu primeiro resultado negativo, você deverá fazer novo exame
preventivo daqui a um ano. Se você já tem um resultado negativo no ano anterior, deverá fazer o próximo
exame preventivo daqui a três anos;
Infecção pelo HPV ou lesão de baixo grau: Você deverá repetir o exame daqui a seis meses;

Lesão de alto grau: O médico decidirá a melhor conduta. Você vai precisar fazer outros exames, como a
colposcopia;

Amostra insatisfatória: A quantidade coletada de material não foi suficiente para fazer o exame. Você deve
repetir o exame logo que for possível.

Os seguintes testes podem ser utilizados:


1. Exame pélvico e história clínica: exame da vagina, colo do útero, útero, ovário e reto através de avaliação
com espéculo, Papanicolau, toque vaginal e toque retal.
2. Exame Preventivo (Papanicolau)
3. Colposcopia – exame que permite visualizar a vagina e o colo de útero com um aparelho chamado
colposcópio, capaz de detectar lesões anormais nessas regiões
4. Biópsia – se células anormais são detectadas no exame preventivo (Papanicolau), é necessário realizar
uma biópsia, com a retirada de pequena amostra de tecido para análise no microscópio.

O tratamento para cada caso deve ser avaliado e orientado por um médico. Entre os tratamentos para o
câncer do colo do útero estão a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia. O tipo de tratamento dependerá do
estadiamento (estágio de evolução) da doença, tamanho do tumor e fatores pessoais, como idade da
paciente e desejo de ter filhos. Se confirmada a presença de lesão precursora, ela poderá ser tratada a nível
ambulatorial, por meio de uma eletrocirurgia.
Fonte: google/imagens_cancer_colo_utero

Bibliografia recomendada
BARROS, Sonia Maria Oliveira. Enfermagem no ciclo gravídico-puerperal. Barueri-SP: Manole, 2006.
BEREK,
Jonathan S. NOVAK / TRATADO DE GINECOLOGIA Editora: Guanabara Koogan, 13° ed.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de
Gestão e Incorporação de Tecnologias
em Saúde. Diretrizes nacionais de assistência ao parto normal: versão resumida [recurso eletrônico] /
Ministério da Saúde, Secretaria de Ciência,
Tecnologia e Insumos Estratégicos, Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias em Saúde. –
Brasília : Ministério da Saúde, 2017.
BRASIL. Lei Maria da Penha. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004
2006/2006/lei/l11340.htm >
BRASIL. Ministério da Saúde. Biblioteca Virtual em Saúde. Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/dicas-em-saude/1090-climaterio>
. Ministério da Saúde. Manual de Atenção à Mulher no Climatério / Menopausa. Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_atencao_mulher_climaterio.pdf > .
Ministério da Saúde. Protocolos de atenção básica: saúde das mulheres. Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolos_atencao_basica_saude_mulheres.pdf> .
Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Aleitamento
materno, distribuição de
fórmulas infantis em estabelecimentos de saúde e a legislação / Ministério da Saúde. Secretaria de
Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.
Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas – Brasília : Ministério da Saúde, 2012.
. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança:
nutrição infantil:
aleitamento materno e alimentação complementar / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde,
Departamento de Atenção Básica. –
Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2009.
. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da
criança: aleitamento materno e alimentação complementar / Ministério da Saúde, Secretaria de
Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 2. ed. – Brasília :
Ministério da Saúde, 2015.
. Ministério da Saúde. Pré-natal e puerpério: atenção qualificada e humanizada: manual técnico. Brasília, DF:
Ministério da Saúde,
2006. Cabral, Antonio Carlos Viera. OBSTETRÍCIA Editora: REVINTER. 2º Ed.
Correa, Mario Dias. NOÇÕES PRÁTICAS DE OBSTETRÍCIA. Editora COPMED, 13° ed.

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