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1.

INTRODUÇÃO
Medicina legal é a parte da medicina que trata de assuntos médicos que haja
interesse policial ou judiciário constituindo-se como arte (técnica própria) e ciência
(preceitos próprios) e está ligada tanto ao direito constituído (legislação em vigor)
quando ao direito constituindo (legislação que vai ser elaborada). Este artigo tem como
objectivo fazer uma revisão de alguns aspectos englobando: conceito de gravidez, sinais
e sintomas, fisiologia, fecundação, parto, complicações e cuidados durante a gravidez.

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2. CONCEITO DE GRAVIDEZ
Chamamos de gravidez o período de crescimento e desenvolvimento de um ou
mais embriões no interior do útero.

Para que ocorra a gravidez é necessário que o óvulo, gâmeta feminino, seja
fecundado pelo espermatozóide, gâmeta masculino. O resultado dessa fecundação dá
origem ao zigoto, que após várias mitoses se transforma no embrião. Quando esse
embrião chega ao útero, ele se fixa na parede uterina em um processo que conhecemos
como nidação, que ocorre geralmente no 7º dia após a fecundação. Assim que ocorre a
nidação, tem-se o início da gravidez, também chamada de gestação. Na espécie humana,
a gravidez dura aproximadamente nove meses ou cerca de trinta e nove semanas.

Durante as primeiras semanas após a fecundação, a futura mamãe ainda não


sente os efeitos da gravidez, mas isso não quer dizer que seu bebê não esteja se
desenvolvendo, pelo contrário, ele continua crescendo a cada segundo. Como o corpo
da mulher está se preparando para abrigar um novo ser, ele também sofrerá diversas
transformações. A primeira delas é a ausência de menstruação, que se dá pela produção
de determinados hormónios que impedem a descamação do endométrio. A partir da
quarta semana após a fecundação, o embrião começa a produzir o hormónio
Gonadotrofina Coriônica Humana beta ou beta-HCG, sigla em inglês, que causa
sintomas como náuseas, cansaço e dores nos seios. Nesse período, os testes de gravidez
comercializados em farmácias podem não conseguir detectar o hormónio presente na
urina, mas um exame de sangue certamente conseguirá detectar a gravidez.

Assim que a mulher souber que está grávida, é extremamente importante que ela
inicie o pré-natal com um médico de sua confiança. Esse acompanhamento é importante
tanto para a saúde da mãe, como para a saúde do bebê.

A futura mamãe também deverá se preocupar com os alimentos que ingere, pois
alimentos crus ou mal cozidos podem transmitir doenças como a toxoplasmose, que
podem atingir o embrião causando sérios prejuízos e até mesmo a morte do bebê.

Aproximadamente na sétima semana de gestação, um tampão de muco com a


função de impedir o contacto do útero com o meio externo se desenvolverá no colo
uterino, dando ao bebê uma maior protecção. É provável que a gestante sinta cólicas
leves à medida que o embrião se implanta no útero. É muito importante lembrar que
cólicas fortes e sangramentos não são normais e que ocorrendo qualquer um desses
sintomas, a mulher deverá entrar em contacto com seu médico imediatamente.

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2.1 Sinais e sintomas
Entre os sintomas mais comuns e normais que antecipam ou anunciam este
momento tão esperado pelos casais que decidem ter filhos estão: a ausência do período
menstrual ou amenorreia, hipersensibilidade nos mamilos, aumento do tamanho dos
seios, sonolência, vómitos matutinos, enjoo, mudanças na hora de perceber os cheiros
que estava acostumada e a necessidade de ingerir determinado tipo de comida ou
alimento, o que comummente conhecemos como desejo.

Os primeiros sinais e sintomas de uma gravidez são a ausência do período


menstrual, náuseas, vómitos e dor ou sensibilidade nas mamas. Os testes de gravidez
biológicos têm uma precisão de 95% e detectam a presença na urina ou no sangue de
gonadotrofina coriónica humana, uma hormona produzida pela placenta durante a
gravidez. A partir das 16-20 semanas é possível ouvir com um estetoscópio o batimento
cardíaco fetal e confirmar em definitivo a gravidez. Ao longo da gestação, as ecografias
permitem observar o feto em crescimento e por volta das 18-20 semanas é possível
começar a sentir os movimentos fetais.

2.2 Fisiologia
Ao longo da gravidez, a mulher passa por diversas alterações fisiológicas
perfeitamente normais, incluindo alterações cardiovasculares, hematológicas,
metabólicas, renais e respiratórias, que asseguram a viabilidade do feto e têm um papel
fundamental no caso de complicações.

A gravidez é geralmente dividida em três trimestres, cada um com a duração


aproximada de três meses. Os obstetras definem cada trimestre com a duração de 14
semanas, num total de 42. Embora não haja limites precisos entre eles, esta distinção é
útil para descrever as diferentes alterações fisiológicas e anatómicas que ocorrem em
cada um deles.

2.3 Fecundação
Uma gravidez tem início com a fecundação de um óvulo (gâmeta feminino) por
um espermatozóide (gâmeta masculino). Ao longo do ciclo menstrual que antecede a
gravidez o corpo da mulher sofre alterações no sentido de se preparar para uma possível
fecundação. Com a ovulação, o óvulo maduro liberta-se do seu folículo e deposita-se
numa das trompas de falópio.

Através da ejaculação de sémen durante uma relação sexual são depositados na


vagina milhões de espermatozóides, que percorrem todo o útero e trompas de falópio até
cercarem o óvulo.

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2.3.1 Desenvolvimento embrionário
Nos seres humanos, a embriogénese, ou período embrionário, tem início com a
fecundação e prolonga-se até ao início do período fetal. Após a fecundação, o zigoto
desloca-se lentamente ao longo da trompa de Falópio em direcção ao útero. Ao longo
desta viagem de mais de uma semana, o zigoto divide-se em células idênticas. Esta
divisão celular tem início aproximadamente entre 24 a 36 horas após a fecundação. Ao
fim do 4º dia de divisão celular, o zigoto dá origem a uma esfera sólida de 16 ou 32
células denominada mórula.

2.3.2 Desenvolvimento fetal


Ao fim da décima semana de idade gestacional, o embrião passa a ser
denominado feto. Termina assim o período embrionário e inicia-se o período fetal. No
início da fase fetal, o risco de aborto diminui acentuadamente. O feto tem agora cerca de
30 mm de comprimento e através de ecografia é possível observar o batimento cardíaco
e a realização de vários movimentos involuntários. Entre as 11 e 14 semanas de idade
gestacional, as pálpebras do feto estão cerradas e só se voltarão a abrir por volta da 28ª
semana. A face está bastante desenvolvida, os membros apresentam-se longos e esguios
e o fígado já produz glóbulos vermelhos.

Neste intervalo aparecem as unhas nos pés e nas mãos, os órgãos genitais e os
brotos para os futuros dentes. A cabeça é proporcionalmente muito grande, cerca de
metade do tamanho do feto. Entre as 15 e 18 semanas de gestação o bebé começa-se a
mexer e a esticar. A pele é praticamente transparente e surge um tipo de cabelo muito
fino denominado lanugo. Desenvolvem-se os tecidos musculares, os ossos tornam-se
mais fortes e o fígado e o pâncreas já produzem secreções.

2.3.3 Útero e placenta


Ao longo dos meses do segundo e terceiro trimestres, o útero em expansão
ocupa uma porção cada vez maior do abdómen da mulher (esquerda). Durante a fase
final da gestação, entre as 36 e 40 semanas, o feto e o útero descem para uma posição
inferior, o que popularmente se denomina "descida da barriga" (direita).

O útero é um órgão de forma semelhante a uma pêra, que compreende uma


extremidade inferior, denominada colo do útero (ou cérvix), adjacente a uma parte
bolbosa maior, denominada corpo do útero. Numa mulher não grávida com cerca de
vinte anos, o útero mede aproximadamente sete centímetros de comprimento e pesa
cerca de 30 gramas. No termo de uma gravidez, o útero mede cerca de 30 cm de
comprimento, pesa cerca de 1200 g e tem uma capacidade líquida entre 4 e 5 litros. Este
aumento significativo de tamanho durante a gravidez deve-se ao aumento da quantidade
de fibras musculares, vasos sanguíneos, nervos e vasos linfáticos na parede uterina.

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2.3.4 Região pélvica
Na região pélvica, os vasos sanguíneos e linfáticos aumentam de tamanho e
desenvolvem novas ramificações de modo a suportar o aumento de fluxo de sangue ao
útero e restante órgãos. À medida que a gravidez avança, os músculos, ligamentos e
outros tecidos da região tornam-se gradualmente mais pronunciados, elásticos e fortes
de modo a permitir que o útero cresça para além da pélvis e que o bebé possa atravessar
o canal de parto com maior facilidade. Os ossos pélvicos sofrem poucas alterações
durante a gravidez. No entanto, a hormona relaxina relaxa a união entre os ossos
frontais da bacia e entre a bacia e o sacro.

2.3.5 Mamas
Durante o início da gravidez, uma das alterações mais perceptíveis nas mamas é
o agravamento da sensação de desconforto e saturação características do período pré-
menstrual, que é de tal forma específica que pode ser um sinal da gravidez. À medida
que a gravidez avança, os seios aumentam de tamanho, a pigmentação da aréola torna-
se cada vez mais escura, e as artérias por baixo da pele e as glândulas de Montgomery
tornam-se mais proeminentes.

2.3.6 Pele
Durante a gravidez aumenta a pigmentação da pele, sendo bastante comum o
aparecimento de manchas irregulares na face.

Um dos sinais mais visíveis da gravidez é o aparecimento de estrias nas mamas e


abdómen, devido ao rompimento das fibras elásticas da pele e à deposição de gordura
subcutânea. Após o parto, estas marcas podem-se tornar permanentes, embora não se
manifestem em muitas mulheres.

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2.4 Parto

O parto é o processo pelo qual nasce o bebé. Considera-se que a mulher está em
trabalho de parto quando começa a sentir contracções uterinas em intervalos regulares e
progressivas que gradualmente fazem descer o feto pelo colo do útero e pela vagina
(canal de parto) até à sua expulsão para o exterior. Estas contracções são acompanhadas
por alterações no colo do útero, o qual dilata e se torna cada vez mais fino até
desaparecer. Embora a maior parte dos nascimentos ocorra por parto vaginal, podem
surgir determinadas complicações que obriguem à realização de uma cesariana.

2.4.1 Trabalho de parto


O trabalho de parto tem início com a expulsão do rolhão mucoso, a rotura da
bolsa de águas e contracções uterinas em intervalos regulares. Durante a fase de
dilatação o colo do útero dilata até 10 cm e extingue-se, permitindo a passagem do bebé
pela vagina na fase expulsiva. Após o nascimento, é cortado o cordão umbilical
(imagem) e são realizados vários exames ao recém-nascido.

Os primeiros sinais que indicam o início de trabalho de parto são a expulsão do


rolhão mucoso, a rotura da bolsa de águas e contracções uterinas em intervalos
regulares. A expulsão do rolhão mucoso consiste na expulsão pela vagina de um muco
gelatinoso, o qual pode ser rosado ou acastanhado. Esta expulsão pode ocorrer horas ou
até mesmo dias antes do parto, significando que o nascimento poderá ocorrer em breve.
A rotura da bolsa de águas é a saída do líquido amniótico pela vagina, causada pela
rotura das membranas que envolvem o bebé.

2.5 Complicações
Ao contrário dos incómodos e desconfortos, que são normais e não apresentam
um risco para a saúde da mãe e do bebé, as complicações da gravidez são problemas de
saúde causados pela gravidez. No entanto, a maioria destas complicações pode ser
tratada e, mesmo após um aborto, uma mulher pode voltar a ter uma gravidez
perfeitamente normal.

Os factores de risco mais comuns numa gravidez são uma idade superior a 35
anos, o consumo frequente de álcool, tabaco e drogas; historial familiar de
malformações, síndroma de Down, atraso mental ou doenças congénitas; hipertensão
arterial, diabetes, epilepsia, artrite reumatoide, problemas do coração, dos rins ou da
tiroide; infecções como a rubéola ou a toxoplasmose, incluindo infecções de
transmissão sexual como sífilis ou sida; e má nutrição ou excesso de peso.

A grávida apresenta um risco acrescido de contrair determinadas infecções


como, por exemplo, gripe, hepatite E, herpes e malária. Isto deve-se ao aumento da
tolerância imunológica na gravidez, que impede a reacção imunitária contra o feto, e a

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algumas das alterações fisiológicas maternas, entre as quais a diminuição do volume
respiratório e a retenção urinária. A mastite, ou inflamação das mamas, ocorre em 20%
das lactantes.

2.5.1 Complicações maternas


Anemia

A anemia por deficiência de ferro é uma complicação da gravidez bastante


comum. No entanto, pode ser facilmente tratada ou prevenida através de suplementação
com comprimidos de ferro e ácido fólico.

Anemias são doenças em que a quantidade de glóbulos vermelhos ou de


hemoglobina é inferior aos valores normais. Durante a gravidez, o tipo de anemia mais
comum é a anemia por deficiência de ferro, causada pela insuficiência de ferro ou ácido
fólico na dieta. A maioria das gestantes são aconselhadas a tomar suplementos de ferro
e ácido fólico para tratar ou prevenir eventuais anemias. Cerca de metade das gravidezes
à escala mundial são acompanhadas de anemia. A prevalência varia entre 18% nos
países desenvolvidos e 75% no sul da Ásia.

Hiperémese gravídica

A hiperémese gravídica é a presença de vómitos severos e persistentes, ao ponto


de causarem desidratação e perda de peso, o que pode provocar alterações perigosas nos
valores de electrólitos no sangue, lesões no fígado e hemorragias na retina. São mais
graves do que os comuns enjoos matinais e estima-se que afectem entre 0,5 e 2% das
grávidas. A causa é desconhecida, mas podem-se agravar ou desencadear por factores
psicológicos. O tratamento requer hospitalização.

Doenças hipertensivas da gravidez

Cerca de 10% das gravidezes são complicadas por doenças hipertensivas, nas
quais se inclui pré-eclampsia, eclampsia, hipertensão gestacional e hipertensão crónica.
[135] A pré-eclampsia é uma doença caracterizada por tensão arterial elevada (>140/90
mmHg ou subida considerável da tensão) acompanhada por valores anormalmente
elevados de proteínas na urina (>300 mg) e retenção de líquidos na cara e nas mãos.
Afecta entre 5 e 8% das gravidezes e geralmente ocorre entre a 20.ª semana de gestação
e uma semana após o parto.

O risco mais significativo é o desprendimento prematuro da placenta.


Geralmente recomenda-se a ingestão de líquidos e o repouso na cama virada sobre o
lado esquerdo mas, se a condição não melhorar com rapidez, exige hospitalização. A
eclampsia é uma forma mais grave da doença que surge em 0,5% das mulheres com pré-
eclampsia, podendo provocar convulsões, coma e morte se não for tratada com rapidez.
Um quarto dos casos de eclampsia ocorre após o parto.

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Doença de Rhesus

A doença de Rhesus ocorre quando existe incompatibilidade do grupo Rh entre o


sangue da mãe e do feto; ou seja, quando o sangue da mãe é Rh-negativo e o sangue do
feto é Rh-positivo, herdado de um pai Rh-positivo. Se o sangue do feto entrar em
contacto com o sangue da mãe através da placenta, o que acontece sobretudo durante o
parto, o organismo da mãe pode considerar os glóbulos vermelhos do feto elementos
estranhos e produzir anticorpos que os vão destruir (anticorpos antiRh).

Erupções cutâneas

As dermatoses da gravidez são condições cutâneas que ocorrem apenas durante a


gravidez. Entre as mais comuns estão as pápulas e placas urticariformes e pruriginosas
da gravidez (PPUPG ou PUPPP) e o prurigo da gravidez. As PPUPG ocorrem numa em
cada 160 gravidezes e geralmente manifestam-se no terceiro trimestre ou, mais
raramente, após o parto. São caracterizadas por manchas de pápulas e placas
eritematosas intensamente pruriginosas, que geralmente aparecem no abdómen superior
e se estendem em poucos dias para os braços, coxas e mamas.

2.6 Cuidados durante a gravidez


A gravidez é um momento ideal para começar a se cuidar a sério, tanto em
termos físicos como emocionais. A chance de ter uma gestação tranquila e um bebê
saudável aumentarão muito se a mulher seguir algumas orientações simples:

1. Comece seu pré-natal o quanto antes

Um bom pré-natal é essencial para a saúde do bebê. Assim que pegar o teste de
gravidez positivo, decidir onde vai fazer o pré-natal e marcar a primeira consulta.

Pedir recomendações às suas amigas. Se tiver plano de saúde, entre em contacto


para ver se há algum serviço especial para a gravidez, se há algum tipo de carência e
precisa-se de apresentar algum documento.

2. Alimente-se bem

Não precisa comer mais porque está grávida, mas é importante ter uma
alimentação equilibrada e saudável.

Muitas mulheres param de comer certo tipo de alimento por causa do enjoo, mas
é sempre possível arranjar um substituto que tenha valor nutricional parecido.

O ideal é ter uma dieta que inclua verduras, legumes e frutas, carboidratos (de
preferência integrais), proteína que pode vir do peixe, da carne, do frango, dos ovos, de
castanhas ou sementes e também leite e lacticínios em geral.

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3. Tome cuidado com o que come

Evitar certos alimentos na gravidez, porque eles podem representar risco para o
bebê se estiverem contaminados.

A listeriose, doença que provoca aborto espontâneo ou problemas graves no


recém-nascido, pode ser transmitida por queijos como o brie, camembert, roquefort,
gorgonzola e os queijos brancos tipo frescal ou de Minas, se não forem industrializado.

Devido ao risco de toxoplasmose, que embora seja pequeno existe, evitar comer
carne crua ou malpassada. Lavar bem as verduras, legumes e frutas para tirar todo
resquício de terra ou sujeira, e lavar bem as mãos antes de comer.

Infecções alimentares por salmonela (salmonelose) são transmitidas por


alimentos de origem animal, como carnes, peixes, ovos e leite, portanto segurar a
vontade de lamber a colher de massa de bolo crua.

4. Tome suplemento de ácido fólico

O único suplemento que é considerado vital na gravidez é o ácido fólico, que


ajuda a prevenir problemas congénitos no bebê ligados ao fechamento do tubo neural,
como a espinha bífida, ou mielomeningocele.

Todas as mulheres que estejam pensando em engravidar devem tomar um


suplemento diário de pelo menos 400 mcg de ácido fólico, desde antes da concepção.

O ácido fólico é vendido barato na farmácia ou distribuído gratuitamente em


postos de saúde.

Outros nutrientes importantes para a saúde mãe e do bebê são o ferro e o cálcio,
que podem ser supridos normalmente pela alimentação. No entanto, muitos médicos
receitam suplementos vitamínicos especiais para grávidas, que contêm reforços desses
nutrientes.

A gordura natural dos peixes, como o ómega 3, também tem um efeito benéfico
no peso do bebê e no desenvolvimento do cérebro e dos nervos no final da gravidez. Os
peixes que mais contêm esse tipo de ácido graxo são o salmão, a sardinha, a truta, a
cavalinha e o arenque.

5. Fazar actividade física regularmente

Um bom programa de exercícios vai lhe dar a força e a resistência necessárias


para carregar o peso extra da gravidez e para aguentar o estresse físico do parto.

Também contribui para que a mãe entre em forma mais rápido depois que o bebê
nascer. Sem contar que ajuda a melhorar o humor, com a liberação da serotonina o que
reduz o risco da mãe sucumbir a uma certa tristeza comum nessa fase.

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Se a mãe já está acostumada a se exercitar, o mais provável é que possa
continuar com a mesma actividade, desde que esteja se sentindo confortável. Conversar
com a pessoa que orienta seu treino e avise que está grávida.

Não faça esportes em que corra o risco de cair ou levar impactos. Os mais
benéficos são as actividades mais amenas, como caminhadas, natação, hidroginástica e
ioga.

6. Comece a exercitar os músculos da região da vagina

Pode ser que a mãe nunca tenha ouvido falar disso, mas esse tipo de exercício,
nos músculos da região pélvica, devia ser feito por todas as mulheres desde a
adolescência.

Além de combater o problema da incontinência urinária, ele contribui para


aumentar o prazer sexual por isso é usado nas técnicas de pompoarismo.

A vantagem é que a mãe pode fazê-lo a qualquer hora, em qualquer lugar, sem
ninguém perceber.

Várias vezes por dia por exemplo, enquanto lava as mãos, escova os dentes ou
prepara o café, faça dez contracções lentas e dez rápidas dos músculos do assoalho
pélvico.

Um bom jeito de sentir como fazer essas contracções é imaginar que está
fazendo xixi e interromper o fluxo imaginário de urina.

7. Não tome remédios sem falar com o médico

Agora que está grávida, não tome nenhum tipo de remédio sem antes perguntar
para o médico se pode.

Se costuma usar algum medicamento, pergunte na primeira consulta do pré-natal


se vai poder continuar tomando. No caso de tomar remédio para hipotireoidismo,
mantenha a medicação e marque a consulta o quanto antes.

Antes da consulta, tente lembrar os problemas que costuma ter com frequência e
os remédios que toma (como para alergia, cólicas, dor de cabeça, problemas de pele
etc.). Faça uma lista e verifique com o médico o que vai poder tomar se precisar.

8. Reduza seu consumo de cafeína

O café, o chá e os refrigerantes à base de cola são estimulantes. Pesquisas


indicam que o excesso de cafeína pode contribuir para o risco de o bebê nascer abaixo
do peso, ou até problemas para a gravidez.

A quantidade máxima aceitável é de três cafezinhos por dia, mas o melhor


mesmo é reduzir o consumo o máximo que conseguir.

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9. Pare de fumar e de beber

Mulheres que fumam têm risco maior de aborto espontâneo, de parto prematuro
e de ter um bebê de baixo peso. Quanto antes a mãe parar de fumar, mais o bebê vai se
beneficiar.

Se não conseguir parar, qualquer redução no número de cigarros que a mãe fuma
por dia já facilita um pouco a vida do seu bebê.

Não consuma bebidas alcoólicas regularmente. O álcool chega rapidamente ao


bebê pela placenta, e a grande ingestão de álcool durante a gravidez está ligada a
doenças da síndrome alcoólica fetal, que inclui desde dificuldades de aprendizagem até
problemas congénitos graves.

Beber muito, mas de uma vez só, numa saída à noite, por exemplo, também é
prejudicial. O mais garantido é seguir a orientação do Ministério da Saúde e da
Organização Mundial da Saúde e não beber durante a gravidez.

10. Descanse

O cansaço e o sono que a mãe sente no primeiro e no terceiro trimestre da


gravidez não são nada mais que seu corpo pedindo para mãe pegar leve.

No melhor dos mundos, uma soneca todo dia depois do almoço seria perfeita. Se
não dá, tente dar uma relaxadinha de meia hora, pôr os pés para cima, do jeito que
conseguir.

Não estranhe se começar a preferir ficar em casa em vez de sair à noite. Escute
seu corpo.

Técnicas de relaxamento como ioga, alongamentos e massagem ajudam a


reduzir o estresse e colaboram para mãe dormir bem.

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3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Depois de um longo período de investigação, concluiu-se que a gravidez humana
dura um total de 40 semanas, equivalente a 9 meses do calendário. Nas principiantes,
como são chamadas as mulheres que dão a luz pela primeira vez, e nas que não, porém
existem menos possibilidades, o primeiro trimestre de gravidez é aquele que tem mais
risco pela possibilidade de perda (aborto espontâneo). No entanto, a partir do terceiro
mês inicia a viabilidade do feto, isto significa que o bebê já é capaz de sobreviver sem
necessidade de suporte médico.

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4. RECOMENDAÇÕES

Recomenda-se os seguintes:

1) Não coma por dois

Apesar de ter um bebé a crescer na sua barriga não tem de comer a dobrar, nem
deve fazê-lo. O importante é fazer uma alimentação variada e equilibrada e ainda
fraccionar as refeições. Recorde-se que deve ter certos cuidados, uma vez que os
excessos poderão originar o aparecimento de diabetes gestacional, um problema que
potencia o aparecimento de outros, como a hipertensão ou a necessidade de ser feito um
parto por cesariana em vez de parto normal devido ao peso do bebé.

É importante fraccionar a alimentação. O ideal é comer de três em três horas


para manter os níveis de açúcar no sangue estáveis.

O seu médico irá também dar-lhe alguns conselhos em relação aos alimentos que
deve evitar, os alimentos mais ricos para si, para o bebé e os cuidados a ter.

2) Atenção à toxoplasmose

Uma das várias análises sanguíneas que irá realizar durante a gravidez servirá
para determinar se o seu organismo está ou não imune à toxoplasmose. Se não estiver
imune (o que acontece a grande parte das mulheres), deverá ter especial cuidado com o
consumo de vegetais crus que tenham sido extraídos da terra, tais como alfaces, tomates
e morangos.

3) Eliminar o tabaco e as bebidas alcoólicas e evite o café

Ambos são prejudiciais para o bebé e deverão ser banidos dos hábitos diários.

O tabaco é prejudicial para a saúde da mãe e do bebé, podendo ter repercussões


na saúde futura do bebé. O tabaco contém compostos químicos que ao serem
consumidos pela mãe são transportados pela corrente sanguínea, passando directamente
para o bebé. O resultado:

 Diminuição da quantidade de oxigénio para o bebé e para a mãe;


 Aumento do batimento cardíaco do bebé;
 Potencia o risco de aborto, parto prematuro ou baixo peso do bebé;
 Afecta a saúde actual e futura do bebé;
 Aumenta o risco de Síndrome de Morte Súbita (morte do bebé durante o sono
sem razão aparente. É a principal causa de morte infantil durante o primeiro ano
de vida);
 As bebidas alcoólicas também devem ser abolidas durante a gravidez.

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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 «Gravidez reduz massa cinzenta e altera cérebro das mulheres, diz estudo». Portal
Terra + BBC Brasil. 20 de Dezembro de 2016. Consultado em 25 de Dezembro de
2016.
 Freitas, Sandra L. Felix; Gerk, Maria; Arantes, Sandra; Nunes, Cristina; Luizari,
Marisa (2010). Nomenclatura obstétrica: Centro de Ciências Biológicas e da Saúde,
Departamento de Enfermagem Ginecológica e Obstétrica. pp. 1–5
 Dicionário de Termos Médicos da Porto Editora. «Parto». Consultado em 14 de
Junho de 2015
 Encyclopædia Britannica. Pregnancy. Consultado em 6 de Julho de 2015
 «Pregnancy Symptoms». National Health Service. 11 de Março de 2010. Consultado
em 11 de Março de 2010
 David C. Dugdale, Susan Storck (19 de Dezembro de 2012). «Breast pain».
MedlinePlus - US National

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