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Introdução

Neste presente trabalho iremos debruçar sobre o tema distúrbios reprodutivos nos animais
domésticos, mas concretamente do bovino, bem como o anestro pós-parto, estro prolongando,
mortalidade embrionária e aborto, e gestação gemelar, o sistema reprodutivo dos mamíferos é
dirigido por dois sistemas regulatórios: o sistema endócrino e o sistema nervoso, cada um têm
um funcionamento específico, e a interação entre os dois é fundamental para os eventos que
resulta no nascimento e criação de uma prole saudável, o processo reprodutivo é composto
por uma serie complexa de eventos que ocorrem de uma forma ordenada e no tempo exato.
Diversos factores podem interromper este cisto reprodutivo causando infertilidade ou
esterilidade, os princípios do mecanismo hormonal da reprodução são basicamente os
mesmos para todas as espécies de animais domesticadas, embora haja algumas diferenças
entre eles, alguns animais são poli-éstricos como os bovinos e os suínos, ciclando durante
todo o ano, enquanto outros são poli-éstricos estacionais, como os equinos, ovinos e felinos.
Já a cadela é monoéstrica, em geral, o ciclo estral da vaca não depende da estação do ano, o
estro ou “cio” é observado a cada 21 dias em média, com uma faixa de 18 a 24 dias.
O estro é considerado como dia zero do ciclo, é de duração relativamente curta, em média 18
horas, com uma faixa de 4 a 24 horas, a ovulação ocorre cerca de 30 horas após o início do
estro, ou seja, após o final dos sintomas de estro, a fertilização do oócito ocorre no oviduto.
O blastocisto chega ao útero por volta do dia 5, a prenhez dura de 279 a 290 dias, o intervalo
do parto até a primeira ovulação varia bastante, conforme a raça da vaca, nutrição, produção
de leite, estação e presença de bezerro, a primeira ovulação após o parto frequentemente não
é acompanhada de comportamento estral, sendo conhecida como “cio silencioso”.
Um outro estudo avaliou os efeitos do GnRH no período pós-parto. Onde foram utilizadas
vacas de corte com cria ao pé, pré-tratamento com GnRH aumentou a taxa de prenhez
durante o estacão de monta nos animais co CC maior ou igual a 5,5, mas não teve efeito na
taxa de prenhez de animais com baixas condições corporais (DEJARNETTE et al., 2001).
Em um estudo com 3.740 éguas, realizado na França, a taxa de morte embrionária observada
foi de 8,9% (deduzida através de exames realizados entre os dias 22 e 40 de gestação)
(Chevalier Clément 1989).
Estudos tem demostrados que, para algumas espécies de animais domésticos, sobretudo os de
produção, tanto mono quanto poli ovulatórias, a indução da gestação gemelar ou múltipla
pode se constituir em ferramenta importante na busca por melhores índices produtivos e
sustentabilidade do sistema (CAVALIERI et al., 2018).

Objetivos
Geral
 Conhecer os distúrbios reprodutivos.
 Conhecer o anestro pós-parto.
 Conhecer o estro prolongando.
 Conhecer a mortalidade embrionária e aborto.
 Conhecer a gestação gemelar.
Especificos
 Descrever os principais mecanismos fisiológicos relacionados ao anestro pós-parto.
 Descrever as alternativas hormonais visando reduzir visando reduzir este período.
 Descrever a morte embrionária e o aborto.
 Descrever a insuficiência luteinica como causa de perda da gestação.
 Descrever a insuficiência luteinica prococe.
 Descrever o suporte farmacológico do início da função luteinica.
 Descrever a gestação gemelar.

Revisão da literatura
Um dos factores mais importantes responsáveis pelo prolongamento do intervalo parto-
Concepção é o anestro pós-parto, e o período transitório durante o qual o eixo hipotálamo-
hipófise-útero-ovário se recupera de uma prévia gestação. E caracterizado por um período de
2 a 3 semanas necessárias para a involução uterina, reabastecimento das reservas de
hormônio latinizante (LH) na hipófise anterior, e para as ondas foliculares retornarem o
crescimento (Yavas & Walton, 2000).
Conceitos

Distúrbios reprodutivos
O processo reprodutivo é composto de uma série complexa de eventos que ocorrem de uma
forma ordenada e no tempo exato, diversos fatores podem interromper este ciclo reprodutivo
causando infertilidade ou esterilidade.

Anestro: e o período completo de inatividade sexual, caracterizado pela ausência da


manifestação de cio. O período anestro ocorre principalmente durante o período pós-parto e a
lactação.
A incidência e a duração ao anestro pós-parto variam de diferentes raças bovinas de acordo
com o nível nutricional, idade, produção de leite, intensidade e frequência da amamentação,
época do parto, grau de inovulação do útero,etc.
O anestro ocorre durante o período que antecede a puberdade das novilhas e durante a
gestação, as condições patológicas dos ovários e do útero também contribuem para a
incidência do anestro pós-parto.
Hipoplasia ovariana: animais com hipoplasia ovariana parcial ou total, atingindo um ou dois
ovários, apresentam sinais de subfertilidade ou infertilidade, entretanto, a incidência desta
anormalidade é baixa em bovinos, clinicamente, os ovários são pequenos, consistentes e lisos,
os cios são irregulares e muito espaçados quando a hipoplasia é parcial, no caso de hipoplasia
total e bilateral os animais apresentam trato reprodutivo infantil e nunca manifestam cio.
Cistos foliculares: são folículos que acumularam grande quantidade de fluido, mas não
ovularam, a incidência de cistos foliculares é mais frequente em bovinos leiteiros, nos três
primeiros meses de lactação, do que em bovinos de corte, vacas com cistos foliculares
exibem manifestação sexual intensa (ninfomania) a intervalos irregulares, relaxamento dos
ligamentos sacrociáticos e cauda elevada, acentuado corrimento de muco pela vulva e podem
desenvolver caracteristicas secundárias masculinas, como é uma condição de caráter
hereditário, os animais portadores devem ser eliminados.
Freemartinismo: é a modificação das estruturas do trato reprodutivo da fêmea durante a vida
intra-uterina, quando gêmea de um bezerro macho, a genitália externa, com raras exceções,
assemelha-se à de fêmeas normais, porém o tamanho da vagina é reduzido, as glândulas
mamárias e as tetas são rudimentares quando comparadas àquelas de animais normais na
mesma faixa de idade.
Fatores uterinos: a distensão do útero em bovinos devido a condições patológicas
(piometra, mumificação e maceração fetal) está associada à persistência do corpo lúteo e,
como consequência, inibe a manifestação de ciclos estrais regulares.
Cio silencioso: é a ocorrência de ovulação sem que o animal apresente sinais externos de cio,
sua ocorrência é mais elevada em animais subnutridos, nos primeiros 60 dias pós-parto em
vacas de corte que amamentam seus bezerros e em vaca leiteiras submetidas a três ordenhas
diárias.

Anestro no pós-parto
O anestro pós-parto e o período que vai do parto até a manifestação do primeiro cio fértil,
tendo a sua duração influenciada por diversos factores, os principais factores que influenciam
o anestro pós-parto são: o estado nutricional pré e pós-parto, a inovulação uterina, o estímulo
da mamada, a produção leiteira, o número de parições e a exposição a touro touros apos o
parto. Esses factores actuando negativamente interrompem o mecanismo endócrino que
controla a manifestação de estro e subsequente a ovulação.
O prolongamento do período de anestro pós-parto leva a perdas económicas, por aumentar o
intervalo parto-Concepção e, consequentemente comprometer a eficiência reprodutiva de um
rebanho bovino impedindo que se atinja a meta de um parto por vaca por ano. Isto casa uma
diminuição na produção de terneiros e no seu peso ao desmame na bovinicultura de corte e
diminuição do número de lactações com consequente menor produção de leite, na vida útil da
vaca leiteira. O intervalo entre partos ideal, para que se obtenha o maximo da eficiência
reprodutiva de uma fémea bovina e de doze (12) meses, com intervalo parto-Concepção
próximo a 85 dias, Vacas de corte com cria ao pé, especialmente as primíparas, e vacas
leiteiras com baixa condição corporal no pós-parto são as categorias que apresentam maior
incidência de anestro pós-parto prolongado. Com o intuito de aumentar a eficiência
reprodutiva de bovinos, podem ser empregadas técnicas para diminuir o período de anestro
pós-parto. Entre estas pode-se citar o uso de tratamentos hormonais para indução de cio e
ovulação, e ainda a técnicas de manejo como desmame precoce (60 a 90 dias) ou
interrompido (48 a 96 horas), e restrição da mamada (uma ou duas vezes ao dia). São
descritos na literatura varios protocolos hormonais para indução de ovulação, os quais podem
ser associados ou não, com desmame dos terneiros, tendo resultados variáveis na indução da
ovulação em vacas em anestro, geralmente em função do estado nutricional.
Mecanismos fisiológicos envolvidos no prolongamento do anestro pós-parto.

A eficiência reprodutiva de bovinos e dependente do tempo decorrente entre o parto e o


retorno a ciclicidade pós-parto, os factores envolvidos na duração do período de anestro em
bovinos, destacam-se o estado nutricional pré e pós-parto, a ocorrencia de balanco energético
negativo, o estímulo da mamada e a alta produção de vacas leiteiras. Estes factores
influenciam o funcionamento do eixo hipotálamico-hipofisiario, pois actuam na regulação da
liberação de GnRH e gonadotrofinas hipofisárias. Os varios mecanismos que actuam na
regulação do anestro pós-parto podem actuar isoladamente ou de forma conjunta, podendo
haver interação entre mecanismos hormonais, sensoriais, nutricionais e comportamentais na
regulação da reprodução no período puerperal, estado nutricional pré e pós-parto, o estado
nutricional das fêmeas no período pré e pós-parto é um dos principais factores determinantes
para o prolongamento do anestro pós-parto e muitas vezes limitantes para a adequada
resposta aos tratamentos de indução de cio, em vacas leiteiras de alta produção de alta
produção, o principal factor determinante para o prolongamento do anestro pós-parto é o
balanco energético negativo, devido a excessiva perda de peso após parto, neste período o
requerimento nutricional aumenta abruptamente, devido ao rápido aumento da produção
leiteira, enquanto o momento de capacidade máxima de ingestão de matéria seca ocorre
somente 4 a 6 semanas apos o pico de produção, resultando em um período de balanco
energético negativo que pode se prolongar por 10-12 semanas apos o parto. O balanco
energético negativo durante a primeiras 3-4 semanas apos o parto é altamente correlacionado
com o intervalo para a ocorrencia da primeira ovulação, existem varias evidências de que os
hormônios metabólicos, como hormônio do crescimento (GH), insulina, factor de
crescimento semelhante a insulina (IGF-I) e leptina são importantes mediadores dos efeitos
do balanco energético no desenvolvimento folicular avariano de bovinos. Os hormônios IGF-
I e insulina têm importante função no crescimento folicular, estimulando a mitogenes e
esteroide génese, mediante indução do LH, das células tecais observaram que existe relação
entre os níveis de IGF-I e a CC de vacas de corte, mas não encontrou relação estre esta e o
tempo para aparecimento do primeiro folículo dominante no pós-parto. A suplementação de
energia no período pós-parto leva a um retorno mais precoce a ciclicidade. Embora não haja
diferença no período para a detenção da emergência da primeira onda folicular pós-parto
entre vacas com altos e baixos níveis de energia possuem um maior número de ondas
foliculares antes da primeira ovulação. Isto se deve provavelmente as concentrações
insuficientes de LH para estimular a maturação final do folículo pré-ovulatório. Em vacas de
corte primíparas com cria ao pé recebendo dieta com alto nível de energia há um acréscimo
nas concentrações de LH, além de uma maior libertação de LH em resposta a aplicacao de
benzoato de estradiol (BE) e menor intervalo entre a aplicacao e o pico maximo de LH. Foi
proposto também que períodos de restrição de energia afectam o desempenho reprodutivo em
nível hipotalamico ou hipofisário, por inibir a liberação de GnRH e ou reduzir a sensibilidade
hipofisário ao GnRH. Isto pode levar a uma menor eficiência dos protocolos de indução da
ovulação, devido a uma liberação insuficiente de LH em resposta a aplicacao de GnRH
exógeno, a CC pós-parto e um reflexo do estado nutricional pré-parto, sendo que a função
reprodutiva e mais afectado pelos níveis de energia antes do parto do que depois deste. Porem
vacas que sofreram restrição energética no pré-parto, mas que no momento do parto
apresentam CC moderada (5 a 6, num escala de 1 a 9), não tiveram sua performance
reprodutiva pós-parto afectado, além disso, uma dieta rica em energia no pós-parto diminui,
mas não elimina totalmente o efeito negativo de uma dieta pré-parto deficiente, quando vacas
de corte primípara então e beneficio energético negativo pré-parto, a variação na CC no parto
e a o mais importante factor determinando a duração do período de anestro, as vacas
primíparas foram submetidas a dietas com restrição de nutrientes no pré-parto, parindo com
CC média de 4 (escala de 1 a9), tendo como consequência um período de anestro pós-parto
de 127 dias, concordando com resultados de outros estudos que indicam que vacas parindo
em baixas CC tem o período parto ou primeira ovulação prolongado.
A suplementação de gordura para vacas no pós-parto acentua o crescimento folicular
ovariano, promovendo o crescimento de um grande número de folículos com tamanho
ovulatório, alem disso, há um aumento da CC e taxa de prenhez, mas não há alteração no
período de anestro, a suplementação de gordura na dieta pré e pós-parto aumenta a eficiência
reprodutiva por diminuir o tempo para ocorrencia do primeiro estro pós-parto.
Dentre as formas de gordura que podem ser fornecidas, a gordura polinsaturada é mais
eficiente que a gordura saturada ou altamente polinsaturada para estimular o crescimento
folicular.

Produção leiteira
As vacas com alta produção de leite são mais susceptiveis ao desenvolvimento do anestro
prolongado, a seleção de vacas para alta produção leiteira tem sido acompanhada por um
decréscimo na eficiência reprodutiva e nas concentrações sanguíneas da insulina no pós-parto
recente, este mediador metabólico tem um efeito estimulador na esteroidegénese ovariana e
falhas na ovulação da primeira onda folicular estão associados a baixos níveis de insulina.
Um estudo conduzido para avaliar o efeito de uma dieta que induz altas concentrações de
insulina, em vacas com alto e baixo mérito genético para a produção leiteira, nos primeiros
100 dias pós-parto, verificou que esta dieta não só reduziu o intervalo do parto ao primeiro
serviço e Concepção, como aumentou a taxa de Concepção no primeiro serviço e o numero
de serviços por Concepção, este facto indica que o fornecimento de dietas que aumentam as
concentrações séricas de insulina no inicio da lactação podem aumentar a eficiência
reprodutiva, outro aspecto relevante em vacas de alta produção leiteira, diz respeito a
disfunções ovarianas, tais como o prolongamento da fase luteal, que também podem
prolongar o anestro pós-parto.

Estímulo da mamada
O estimulo da mamada aumenta o período de anestro e sua remoção restabelece a actividade
ovariana pós-parto, por eliminação de seu efeito supressivo na liberação de gonadotrofinas
hipofisárias, sendo o intervalo entre o parto e a primeira ovulação menor em vacas em que o
terneiro e desmamado ou impedido seu contacto com ubere da fêmea apos 13 dias do parto, o
efeito supressivo da mamada na ovulação pós-parto é medido pelo estimulo táctil na área
inguinal da vaca, enquanto estimulada por sua própria cria, ou mesmo uma outra cria apos
estabelecimento de uma nova relação materna, esta inibição na liberação pulsátil de LH e
modulada por estrogénios ovarianos, ou seja, a mamada aumenta a sensibilidade do
hipotálamo para o feedback negativo do estrogénio, resultando na supressão dos pulsos de
LH. Entre os dias 10 e 30 pós-parto, ocorre um aumento na produção e liberação de LH na
hipófise, após este período, a ausência dos pulsos de LH é dependente da mamada, assim, o
desmame completo, temporário (48 a 96 horas) ou parcial (restrição da mamada em uma ou
duas vezes ao dia) causa o aumento da frequência dos pulsos de LH e, consequentemente, um
aumento da concentração de receptores foliculares para LH e FSH, ocorrendo ovulação em
poucos dias, alem disso, em protocolo de indução de cio associados ao desmame temporário,
o retorno das vacas a presença dos terneiros diminui a frequência dos pulsos de LH e diminui
a amplitude dos picos, além de diminuir a resposta do LH a aplicacao de GnRH exógeno, por
tanto a mamada do terneiro tem influência na secreção de LH, sendo que vacas amamentando
têm uma menor secreção deste hormônio, quando comparadas com as vacas que não estão
amamentando, o mecanismo envolvido na supressão da libertação de LH em função da
presença do terneiro se da através ação dos opióides endógenos durante o período de anestro
pós-parto, sendo que a remoção do terneiro resulta na interrupção da inibição do opióide na
secreção de LH, a concentração de ꞵ-endorfina (opióide) no hipotálamo é negativamente
correlacionado com a concentração de GnRH, alem disso, a concentração de RNAm para
proopiomelanocortina (percursor da ꞵ-endorfina) no hipotálamo é maior em vacas
amamentando do que em vacas não amamentando e a sua concentração e negativamente
correlacionada com a concentração de LH, sendo assim os opióide tem influencia no retorno
a actividade ovariana pós-parto, inibindo a produção de GnRH no hipotálamo e indiretamente
suprimindo a libertação de LH pela hipófise.
O intervalo entre parto e a primeira ovulação é maior em vacas com cria ao pé e com
restrição da mamada em duas vezes ao dia. Porém em vacas com terneiros desmamados
permanentemente, ordenhados, ou com terneiro, mas sem contacto deste com o úbere, o
período de anestro encurtado, assim a restrição da mamada em duas vezes ao dia não é
suficiente para diminuir a duração do anestro, suprimido a actividade ovariana quanto a
mamada permanente os glucocorticoides têm importante actuação na lactogenes e a remoção
do leite é associado à aumento na sua concentração sérica, o possível efeito dos
glucocorticoides na ciclicidade pós-parto não esta claro, necessitando de maiores estudos, de
acordo com os glucocorticoides podem actuar inibindo o retorno a ciclicidade pós-parto,
ainda que este efeito nem sempre seja evidente em vacas amamentando.

Exposição a touros após o parto


O efeito touro actua aumentando a sensibilidade do hipotálamo ao feedback positivo do
estrogénio induzindo a liberação de LH da hipófise, porém, o mecanismo que leva a este
aumento ainda não esta bem esclarecido, sendo em parte devido a liberação de feromonios,
outra possibilidade é que o estimulo do touro actue diretamente sobre os ovários, aumentando
o numero de receptores foliculares ao LH, os feromonios presentes na urina do touro podem
também acelerar o inicio da puberdade em novilhas, estes feromonios são secretados por
machos e fêmeas e, aparentemente, alguns são menos voláteis e só são menos voláteis e só
são detectados pelo órgão vômero-nasal, este órgão é conectado por dois pequenos
canalículos ao lábio superior induzindo ao comportamento característico de elevação da
cabeça e lábio superior conhecido como flehmen, vacas expostas ao touro constantemente
logo após o parto ou 30 dias pós-parto apresentam um menor intervalo entre o parto e a
primeira manifestação de cio, já em vacas expostas intermitentemente ou isoladas da
presença de touros, este intervalo é maior.
Involução uterina

O tempo necessário para que ocorra a involução uterina pós-parto tem relação com a duração
do período de anestro, sendo influenciada principalmente pela condição puerperal, fêmeas
sem complicações puerperais tem um período de inatividade ovariana pós-parto menor do
que aquelas com anormalidades puerperais (distocia, retenção do placenta, infeção uterina,
cetose, hipocalcemia puerperal), alem disso, actividade folicular é suprimida no ovário
ipsilateral ao corno previamente gestante entre 14 a 28 dias pós-parto, a exposição de vacas
de corte no pós-parto a presença de touros não tem influência na involução uterina.

Números de parições
O número de parições tem influência na duração do período de anestro, sendo que com o
decorrer das parições durante a vida útil da vaca, a duração do anestro tende a diminuir.
O intervalo pós-parto geralmente é mais longo em vacas primíparas do que em multíparas,
devido ao benefício energético negativo ser mais pronunciado em primíparas, isto se deve às
vacas primíparas ainda apresentarem-se em fase de crescimento após o parto.

Alternativas hormonais para reduzir o período de anestro pós-parto.


Com o intuito de encurtar o período para ocorrência da primeira ovulação podem ser
utilizados protocolos de indução do cio visando induzir o crescimento folicular e posterior
ovulação em fêmeas que se apresentam em anestro, varios protocolos de indução de cio
visando induzir o crescimento folicular e posterior ovulação em fêmeas que se apresentam
em anestro, vários protocolos são descritos pela literatura, os quais apresentam resultados
variáveis, dependendo da condição sanitária e nutricional da fêmeas, para a escolha do
protocolo, devem ser analisadas as condições individuais de cada rebanho, levando em
consideração as condições citadas anteriormente, além da relação custo ou beneficio do seu
uso. Os principais hormônios utilizados na indução do cio e ou ovulação são progetágenos e
GnRH, os quais muitas vezes são utilizados em associação com outros hormônios, como
PGF2 (e seus análogos sintéticos), estradiol e gonadotrofina coriônica equina (eCG), estas
associações visam aumentar a fertilidade do cio induzido e aumentar a precisão do momento
da ovulação, quando se utilizam protocolos de inseminação artificial em tempo fixo. A
progesterona e sua associação hormônio e amplamente empregada no tratamento do anestro
pós-parto em bovinos, tendo resultados variáveis na indução de cio. Os resultados variam de
acordo com o tipo de progesterona que é utilizada (natural ou sinectica) e com o tempo de
tratamento, a administração contínua de progesterona por alguns dias (5 a 9 dias) inibe a
liberação de LH e quando há a interrupção de seu fornecimento, é desencadeada uma onda de
LH capaz de induzir o crescimento final do folículo pré-ovulatório, culminando com a
ovulação, a frequência da secreção pulsátil de LH aumenta com o uso de tratamento continuo
de progesterona por 5 dias no período pós-parto, além de aumentar a resposta de expressão de
cio à administração de estradiol, assim o tratamento com progesterona aparentemente
sensibiliza vacas em anestro em resposta ao nível folicular de estradiol. O efeito da
progesterona em vacas leiteiras primíparas, com baixa CC na terceira semana pós-parto, não
observou uma resposta efetiva na indução de uma onda de LH, ovulação e estro em vacas
anovulatórias, o uso de Norgestomet (progesterona sintética) associado à remoção dos
terneiros tem demonstrado eficiência na indução de cio ovulatório em vacas em anestro, o
uso de norgestoment, associado ou não à remoção dos terneiros, é mais efetivo na indução de
cio do que somente a realização de desmame, utilizando-se norgestoment associado ao
valerato do estradiol em animais em anestro, as concentrações plasmática de progesterona são
iguais ou superiores aos animais que apresentavam ciclo normal, e um quantidade
insignificante de fêmeas apresenta ciclo de curta duração, com relação a indução da liberação
de LH, grande percentagem das fêmeas em anestro apresentam pico de LH apos o tratamento,
além disso, tanto as vacas quanto as novilhas em anestro alcançam o pico de LH é um tempo
inferior às cíclicas, a taxa de ovulação e maior em vacas tratadas co GnRH do que aquelas
tratadas apenas com norgestomet, porém, o pico de LH e concentrações medias de LH são
maiores em vacas previamente tratadas com este progestágeno do que nas vacas tratadas
somente com GnRH, as taxas de prenhez são maiores nas vacas tratadas com a associação
destes dois hormônios do que naquelas tratadas somente com GnRH ou Norgestomet, a
iniciação de uma nova onda folicular após o GnRH na presença de progestageno tende a
estimular maiores diâmetros foliculares e mais estradio-17 ꞵ em vacas não-cíclicas
comparadas com aquelas tratadas apenas com GnRH, isto indica que esta associação
hormonal é eficaz na indução de cio em vacas em anestro, e que o GnRH dado
individualmente ou após a exposição ao Norgestomet aumenta a ocorrencia de actividade
luteal normal após a ovulação em vacas de corte com cria ao pé, comparando-se o efeito da
aplicação de eCG ou estradiol na taxa de expressão de cio após remoção de implante de
Norgestomet, em vacas de corte com cria ao pé não cíclicas, não há diferença no numero de
vacas detectadas em cio, as vacas tratadas com eCG no estágio de pré-seleção do folículo
dominante tiveram maior taxa de ovulação que as vacas tratadas com estradiol, e somente
vacas tratadas com eCG tiveram múltiplas ovulações, taxa de Concepção é maior em vacas
tratadas com acetato de melengestrol (MGA) do que em vacas que foram sincronizados com
PGF2α e sem MGA. Porém estudo concluiu que o MGA não induz ciclicidade em vacas em
anestro, como relatado em outros estudos, a utilização de progesterona natural no tratamento
do anestro pós-parto tem demostrado resultados superiores aos obtidos com MGA,
principalmente por diminuir a ocorrencia de corpos lúteos de curta duração após o tratamento
de indução de cio, a forma de utilização mais comum de progesterona natural é como aparato
de plástico em forma de Y para o uso intravaginal, denominado CDR®, o qual pode conter
1,9 ou 1,38g de progesterona, outra forma de aplicacao de progesterona natural é através de
aparato plástico na forma espiral, para aplicacao intravaginal, denominada PRID®, na
realização de indução de cio em vacas de corte com PRID® e eCG, a aplicacao de PGF2α 48
horas antes da remoção do progestegeno, aumenta as taxas de indução de cio e concepção, o
acetato de medroxiprogesterona (MPA), utilizado na forma de pássaro intravaginal, contendo
250mg de progestageno, é amplamente utilizado na sincronização de cios em bovinos, este
progestageno, quando ao benzoato de estradiol (BE), é efetivo na indução de ovulação em
vacas em anestro, com alta taxa de ovulação, a adição de BE apos o termino do tratamento do
gado em anestro, com uma grande proporção de vacas sendo induzidos ao retorno a
ciclicidade.

GnRM
O hormônio libertador de gonadotrofinas (GnRH) é produzido no hipotálamo e, através do
sistema porta hipotalamico-hipofisiario, chega à hipófise, onde actua estimulando a produção
e liberação das gonadotrofinas hipofisárias (LH e FSH), a administração de análogos de
GnRH actuam da mesma forma, estimulando a liberação de gonadotrofinas, e assim
estimulam o crescimento folicular e induzem a ocorrencia da ovulação, a aplicacao de GnRH
no inicio do período pós-parto em vacas de alta produção leiteira com lenta involução do
trato reprodutivo diminui a duração do anestro e aumenta a taxa de prenhez em vacas com
mais de 85 dias pós-parto, a sincronização da emergência da onda folicular e da ovulação
com GnRH aumenta a taxa de uso de inseminação artificial em bovinos de corte, devido ao
pequeno numero de intervenções que são necessárias, precisão do estro e alta taxa de
fertilidade obtida, em gado leiteiro, onde a inseminação artificial è mais utilizada e a deteção
de cio é problemática, o GnRH permite a realização da IATF, sendo assim, o GnRH aumenta
a precisão de sincronização de cios em vacas ciclando e em anestro.
Prostaglandina e GnRH

O GnRH em associação com a PGF2α, também conhecido como protocolo Ovsynch®, é


utilizado para indução de cio, em vacas de corte em más condições nutricionais, o protocolo
Ovsnch® juntamente com remoção dos terneiros é capaz de induzir uma ovulação fértil em
vacas em anestro, com este protocolo, a taxa de prenhez pode ser superior à obtida com
norgestomet e remoção dos terneiros, ainda que alguns estudos indiquem que o protocolo
Ovsynch® e efetivo em vacas leiteiras em condições de campo, em vacas de corte com cria
ao pé, seus resultados são inconsistentes, alguns resultados sugerem que a PGF2α pode
exercer um efeito na ciclicidade por causar a liberação de LH, independente dos níveis de
progesterona, e que a administração de PGF2α 30 horas antes do GnRH aumenta o efeito de
indução deste na liberação de LH e resposta ovulatória.

Primeiro ciclo pós-parto


Depois de 30 dias pós-parto, o pulso gerador de GnRH fica menos sensível ao efeito feedback
negativo, resulta em uma frequência crescente de descarga de GnRH e pulsos de LH, o
folículo dominante deixa de entrar em atresia e faz sua maturação final, as vacas em anestro
pós-parto demostraram que na primeira ovulação pós-parto apenas uma vaca exibiu sinais
comportamentais característicos de estro, 2 vacas apresentara maior actividade (tentativas de
monta sem aceitar ser montada), e 10 vacas não exibiram sinal de estro antes da ovulação. Já
na segunda ovulação pós-parto todas as vacas exibiram estro, mostraram que todas as vacas
apresentaram um ciclo curto apos a primeira a primeira ovulação pós-parto, com um intervalo
medio de 8,5 dias entre a primeira e a segunda ovulação ou seja, menor que 12 dias.

Estro prolongado
Estro ou cio, comumente referido como dia zero do ciclo estral, é o período da fase
reprodutiva do animal no qual a fêmea apresenta sinais de receptividade sexual, seguida de
ovulação, em bovinos, a duração média do estro é de, aproximadamente, 12 horas, e a
ovulação ocorre de 12 a 16 noras após o término do cio, a duração do cio e o momento de
ovulação apresentam pequenas variações entre fêmeas da mesma espécie, em função de
fatores endógenos e exógenos, quando não ocorre a fecundação, o intervalo médio entre os
dois cios consecutivos é de 21 dias, e é denominado ciclo estral.
O estro prolongado geralmente ocorre no final do período de transição e tem como causa
mais frequente a presença de um folículo grande e persistente, que permanece produzindo
estrógeno, de um modo geral, a terapia com progestágenos é eficiente o uso de um
dispositivo intravaginal de liberação de progesterona foi eficaz na supressão do estro, com
estro normal apresentado pela maioria das éguas logo após a retirada do dispositivo
Progestágenos orais, também podem ser utilizados, e o estro seguinte se inicia 2 a 3 dias após
a suspensão do tratamento, análogos sintéticos de GnRH também podem ser usados, pois eles
diminuem a duração do estro através da indução da ovulação do folículo persistente.

Mortalidade embrionária e aborto


A morte embrionária precoce e a perda de prenhez durante os primeiros 40 dias da gestação.
o aborto refere-se a perda da gestação entre os 40 a 300 dias, a taxa de morte embrionária e
avaliada pela mensuração das perdas ocorridas entre o primeiro diagnóstico de prenhez e a
reavaliação do 40◦ dia de gestação, as taxas de mortalidade embrionária variam de 5 e 15%.
A perda na gestação pode ocorrer por causas infeção por, EHV-1, ou por causas não
infecciosas, como uma gestação gemelar, ou por causas desconhecidas, a prevenção só pode
ser feita para as duas primeiras causas, o momento da cobertura (natural ou por IA) em
relação a ovulação e importante para prevenção da morte embrionária precoce, éguas devem
ser inseminadas no período compreendido entre 30 h pré-ovulação 12h depois.

A insuficiência luteinica como causa de perda da gestação


Os níveis adequados de progesterona são essenciais para o desenvolvimento e para a
manutenção da gestação, em outras espécies a insuficiência luteinica e causa de perda de
gestação.
Insuficiência luteinica precoce
O que acontece em outra s espécies, o corpo lúteo se torna susceptivel a ação luteolitica das
prostaglandinas endógenas a partir 18◦ dia pos-fertilizacao, em decorrência da nova
expressão dos receptores de ocitocina do endométrio que estavam suprimidos, o início da
secreção de eCG, entre os 38 e 40, o corpo lúteo não tem suporte lute trófico e parece ser
altamente susceptivel a luteolise.
Aborto
Define-se o aborto na vaca como a morte e expulsão fetal entre o dia 45 e o dia 265 da
prenhez, uma taxa de aborto anual de 5% é considerada normal, essa cifra exclui a maioria
dos abortos que ocorrem durante o segundo e terceiro mês de gestação, uma vez que estes
frequentemente passam despercebidos, uma taxa de abortos acima de 10% é considerada um
problema grave, o diagnóstico da causa do aborto é difícil; em apenas 20% a 30% dos casos
se faz um diagnóstico, a falta de amostra apropriada e má qualidade das amostras (autólise)
são razões importantes para essa baixa taxa de sucesso, a sorologia frequentemente é
imprópria, toda uma gama de causas infecciosas e não infecciosas do aborto tem sido
relatada, o aborto ocorre no meio da gestação, geralmente entre o quarto e o sexto mês, sem
nenhum sinal clínico de doença na mãe, os fetos abortados geralmente são autolisados sem
nenhuma lesão grosseira, e a placenta não fica retida, o cérebro, coração, fígado, placenta e
líquidos corporais ou soro são as melhores amostras para diagnóstico, e as taxas diagnósticas
são mais altas se forem examinados múltiplos tecidos, embora sejam encontradas lesões de
neosporose em vários órgãos, o cérebro fetal é o órgão afetado com mais frequência, a lesão
de neosporose mais característica é a encefalite focal, caracterizada por necrose e inflamação
não supurativa.
Neosporose
O Neospora caninum é um parasita protozoário estreitamente relacionado ao Toxoplasma
gondii, que apareceu como uma importante causa de falhas reprodutivas em bovinos no
mundo inteiro, até agora, o cachorro e o coiote foram identificados como hospedeiros defi
nitivos do Neospora caninum, enquanto uma forma clínica de endósporos foi descrita em
bovinos, caprinos, ovinos, cervídeos e equinos, os bovinos parecem ser o hospedeiro
intermediário mais importante para o parasita, foi demonstrada a presença de anticorpos
específico cos do neospora em inúmeras espécies, a consequência da infeção nas vacas
prenhes dependerá de vários fatores, inclusive da idade do feto no momento da infecção e da
condição imunológica da matriz, as consequências clinica de infeção durante a prenha
podem incluir o aborto do feto, nascimento de um bezerro fraco às vezes com sinais
neurológicos ou nascimento de um bezerro clinicamente sadio mas persistentemente
infectado, o aborto ocorre no meio da gestação, geralmente entre o quarto e o sexto mês, sem
nenhum sinal clínico de doença na mãe, os fetos abortados geralmente são autolisados sem
nenhuma lesão grosseira, e a placenta não fica retida, o cérebro, coração, fígado, placenta e
líquidos corporais ou soro são as melhores amostras para diagnóstico, e as taxas diagnósticas
são mais altas se forem examinados múltiplos tecidos,
Diagnostico deferencial de abortos em bovinos

Causas não infecciosas Causas infecciosas


Aberrações genéticas: Vírus:
Anormalidades cromossómicas, Herpes vírus bovino 1 (BHV1)
Fito-teratógenos. Herpes vírus bovinos 4 (BHV4)
Nutricional: Vírus da diarreia viral bovina (BVDV)
Plantas toxicas Vírus da para-influenza 3 (PI-3)
Envenenamento por nitrato Parvo vírus
Fito-estrógenos Bactérias:
Deficiência de iodo Bricella abortus
Deficiência de vitamina A Campylobacterr foetus
Deficiência de Silénio Chlamydia psittaci
Intoxicação por chumbo Leptospira hardjo/pomona
Intoxicação por cadmio Listeria moncytogenes
Estresse: Staphylococci
Manejo Streptococcisamonella dublin/tiphyimurium
Alta temperatura ambiental Pasteurela spp,
Trauma E. cóli etc.
Cirurgia Protozoários:
Seca Toxiplasma gondii
Ansiedade Sarcocystis
Vacinações Neospora caninum
Miscelâneas: Trichomonas foetus
Prenhes múltiplas Fungos:
Inseminação Aspergillus spp.
Terapia com corticoides Mycoplasma spp.
Tratamento com prostaglandinas
Alergias
Desidratação.

Gestação gemelar
A gestação ou prenhez è um fenómeno fisiológico que ocorre nos mamíferos, sendo
caracterizada pela fecundação do ovulo materno pelo espermatozoide paterno, dando origem
a um novo individuo, a gestação pode ser classificada com simples ou única, que gera apenas
um embrião, ou gemelar ou múltipla que resulta em dois ou embriões.
A gestação gemelar é uma condição complexa observada na maioria das espécies animais
selvagens ou domesticas, e ocorre quando a fêmea dá à luz dois ou mais filhotes, oriundos,
geralmente, do mesmo acasalamento, a gestação gemelar pode acontecer quando o embrião
se divide em dois, originando gémeos idênticos ou, uma forma mais comum, quando ocorre
ovulação múltipla devido a desequilíbrios hormonais, gerando indivíduos diferentes.
A bovinicultura de leite, a indução da gestação gemelar em vacas de corte pode ser uma
alternativa viável, pois pode incrementar os resultados do emprego das biotécnicas da
reprodução, sendo uma opção viável na promoção da eficiência biológica e económica dos
rebanhos de corte, ampliando em 20 a 25% o potencial de produção de carne.
Alguns autores apontam resultados negativos sobre a indução de gestação gemelar em vacas
de corte, como atraso no reinício das actividades ovariana das vacas pós-parto e aumenta na
ocorrencia de casos de retenção de placenta e de partos distócicos, a ocorrencia de gestação
gemelar em bovinos é rara e, caso aconteça, poderá comprometer o desempenho da vaca e os
índices de produtividade do rebanho, sobre tudo de bovinos de leite.
Na vaca leiteira, os gêmeos estão associados a maior mortalidade de bezerros, retenção de
placenta, maiores intervalos parto concepção e redução na produção de leite, se esses
problemas puderem ser controlados por meio de manejo cuidadoso, a indução de uma
prenhez gemelar pode ter vantagens econômicas, em bovinos de corte, nos quais o
rendimento de leite não é a principal fonte de receita, a parição de gêmeos pode trazer
vantagens interessantes, o uso de gonadotrofina para induzir uma superovulação moderada
aumenta não só a frequência de gêmeos mas também pode levar a alguns casos de trigêmeos
e quadrigêmeos, em transferência de dois embriões, ou a transferência de um único embrião
em animais inseminados, aumenta o número total de bezerros nascidos e a proporção (40% a
60%) de prenhezes gemelares. Nesse caso, o resultado econômico da técnica depende em
grande parte do custo do embrião em relação ao preço do bezerro.
Discussão.
Os distúrbios reprodutivos são os principais responsáveis por prejuízos onerosos nas
propriedades leiteiras já que afetam a produção e a qualidade do leite; reduzem a fertilidade;
geram repetição de cio, perdas de bezerros decorrente de abortos ou partos distócicos;
descartes de vacas devido à infertilidade (CAMARGOS et. al., 2013); além de custos com
medicamentos e técnicas reprodutivas como a Inseminação Artificial em Tempo Fixo
(REZENDE et al., 2013).
Os distúrbios reprodutivos geram pontos negativos, é fundamental diagnosticá-los
precocemente, a fim de minimizar custos, diminuir a chance de descarte dos animais e gastos
desnecessários com medicamentos, logo, é importante buscar estratégias de prevenção e
tratamentos, além de adoção de manejos reprodutivos periódicos, já que seu sucesso é
dependente da interação de todos os fatores envolvidos no sistema de produção animal
(FLEISHER et al., 2001).
Estudos indicam que a exposição de fêmeas à presença de touros após o parto diminui a
duração do período de anestro, por estimular o reinício das actividades ovariana
(FERNANDEZ et al., 1996; LANAETA-HERNANDEZ et al., 2004).

Constatações
Neste trabalho abordamos os distúrbios reprodutivos onde vimos que a duração do período
de anestro pós-parto em bovinos envolve diversos mecanismos fisiológicos que podem actuar
isoladamente ou de forma conjunta, interrompendo o mecanismo endócrino que controla a
manifestação de estro e subsequente ovulação, para que este período anovulatório seja
encurtado são empregadas técnicas de manejo e tratamentos hormonais de indução da
ovulação, os quais visam diminuir o intervalo parto-Concepção e, assim, reduzir as perdas
económicas decorrentes de longos período de anestro.

Citações
Referências Bibliográficas
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cios de doadoras e receptoras de embriões em bovinos. Revista Brasileira de
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