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INTRODUÇÃO
PROF. MONALISA
CARVALHO
@dra.monalisacarvalho
@estrategiamed t.me/estrategiamed
Estratégia
MED
GINECOLOGIA Prof. Monalisa Carvalho | Vulvovaginites 3
Ao final deste livro digital, você saberá como é composta a flora vaginal normal e como diagnosticar e conduzir as principais
vulvovaginites.
Estratégia
MED
GINECOLOGIA Vulvovaginites Estratégia
MED
SUMÁRIO
5 .4 . E X A M E S E S P E C Í F I COS 20
5.4.1 CULTURA EM MEIOS SELETIVOS 20
6 .3 . FAT O R E S D E R I S C O 23
6 .4 . Q U A D R O C L Í N I C O 23
6 .5 . CON S E Q U Ê N C I A S D A INFEC Ç ÃO 24
6 .6 . DIA G N Ó S T I C O 24
6.6.1 CRITÉRIOS DE AMSEL 24
6 .7 . T RATA ME N T O 26
6.7.1 USO DE PROBIÓTICOS 28
8.0 TRICOMONÍASE 44
8 .1 . IN T R O D U Ç Ã O 44
8 .2 . F IS I O PAT O L O G I A 44
8 .3 . CON S E Q U Ê N C I A S D A INFEC Ç ÃO 44
8 .4 . Q U A D R O C L Í N I C O 45
8 .5 . DIA G N Ó S T I C O 47
8 .6 . T RATA ME N T O 48
8.6.1 TRATAMENTO NA GRAVIDEZ 49
8.6.4 SEGUIMENTO 49
10.1.3 DIAGNÓSTICO 55
10.1.4 TRATAMENTO 55
1 0 .2 . VA G I N I T E A E R Ó B IA 55
10.2.1 FISIOPATOLOGIA 55
10.2.3 DIAGNÓSTICO 56
10.2.4 TRATAMENTO 56
10.3.3 DIAGNÓSTICO 58
10.3.4 TRATAMENTO 58
1 0 .4 . VA G I N I T E AT R Ó F I C A 58
10.4.1 FISIOPATOLOGIA 58
10.4.3 DIAGNÓSTICO 59
10.4.4 TRATAMENTO 59
11.0 RESUMO 60
12.0 QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES RESOLVIDAS E COMENTADAS 63
13.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 64
14.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS 65
CAPÍTULO
A região vulvovaginal normalmente apresenta um conteúdo líquido em pequena quantidade de cor transparente ou branca no fundo
de saco posterior, que tem origem nas glândulas de Bartholin, sebáceas e sudoríparas do vestíbulo vulvar, das células vaginais descamadas e
do muco cervical.
Como diversos agentes químicos, físicos e biológicos agridem o epitélio vaginal ou modificam a sua microbiota, provocando corrimento,
é muito importante que você saiba distinguir a secreção vaginal normal da alterada. O quadro abaixo traz as principais características do
corrimento vaginal fisiológico:
pH entre 4,0-4,5.
Odor ausente.
Ausência de prurido.
CAPÍTULO
Anatomia.
Estrutura elástica e cilíndrica.
Microbioma vaginal.
VAGINA
pH ácido.
Epitélio das paredes vaginais.
Resposta imune à agressão.
2 .1 . A N AT O MI A
A anatomia do trato genital inferior oferece barreira contra agentes patogênicos. A vulva protege a vagina da entrada de microrganismos,
através dos pelos, dos pequenos lábios e do epitélio queratinizado. Entretanto, essa barreira cutânea é facilmente rompida por diversos
fatores. A oclusão, pelo uso de roupas íntimas, os absorventes higiênicos, a própria menstruação e o uso de produtos de higiene inadequados
agridem a barreira cutânea, tornando a pele da vulva susceptível.
A conformação anatômica da vagina favorece a eliminação de secreções. Sua estrutura cilíndrica e elástica dificulta os danos teciduais
e, por ser um canal virtual, dificulta o acúmulo de secreções. O epitélio vaginal, por ter múltiplas camadas de tecido estratificado pavimentoso,
promove uma barreira física contra os patógenos. Situações em que há atrofia de mucosa e afinamento desse epitélio, como na menopausa,
tornam possível a entrada de microrganismos.
2 .2 . M ICROB I O M A VA G I N AL
A flora vaginal normal é constituída principalmente por diferentes espécies de lactobacilos (L. acidophilus ou bacilos de
Doderlein), bactérias aeróbias Gram-positivas. Também pode incluir a presença de outras bactérias Gram-positivas (Staphylococcus
epidermidis e Streptococcus agalactiae), Gram-negativas (Escherichia coli), anaeróbios (Gardnerella vaginalis, presente em 5% - 60%
da flora vaginal normal) e fungos.
Existem diversas espécies de lactobacilos, mas geralmente três ou quatro estão predominantes no microambiente vaginal, que
correspondem ao complexo de Lactobacillus acidophilus (L. crispatus, L. iners, L. jensenii e L. gasseri), com destaque para L. crispatus e L. iners.
Os lactobacilos são o “escudo” do meio vaginal. Atuam inibindo a adesão, o crescimento e a proliferação de outros microrganismos
estranhos ao meio vaginal, mediante diferentes mecanismos (figura 1): secreção de ácidos orgânicos, produção de substâncias antimicrobianas
(peróxido de hidrogênio, bacteriocinas e biossurfactantes), competição por nutrientes e por receptores e ativação de linfócitos T.
Em situações fisiológicas, o epitélio escamoso estratificado não-queratinizado da vagina de mulheres na pré-menopausa é rico em
glicogênio. O glicogênio das células esfoliadas é o substrato dos bacilos de Doderlein, que o convertem em glicose e ácido lático, criando
um ambiente vaginal ácido (pH 4,0 a 4,5) (figura 2). Essa acidez ajuda a manter a flora vaginal normal e inibe o crescimento de organismos
patogênicos.
A ruptura do ecossistema normal leva à disbiose vaginal. Algumas das condições que levam a essa ruptura incluem doenças
sexualmente transmissíveis, antibióticos, corpo estranho, nível de estrogênio, uso de produtos de higiene, gravidez, atividade sexual e escolha
de contraceptivos.
A mucosa vaginal tem capacidade de responder às agressões teciduais, por meio de resposta imune local, celular ou humoral.
A imunidade celular é realizada por linfócitos T, células natural killer (NK), macrófagos e agregados de tecido linfoide associados à
mucosa (MALT). As células de defesa controlam o crescimento bacteriano e fúngico, mediante fagocitose. Caso esse mecanismo não funcione,
entra em ação a imunidade humoral, através de anticorpos IgE produzidos pelos mastócitos e IgA produzidos por linfócitos B e plasmócitos.
A IgA secretória evita os danos provenientes da reação inflamatória, contribuindo para a manutenção da integridade das mucosas, servindo
de barreira física entre o hospedeiro e o microrganismo.
PONTOS-CHAVE
Comentário:
Como aprendemos, os lactobacilos constituem a espécie microbiana mais frequente da flora vaginal, sob
Correta a alternativa D.
condições fisiológicas. Estima-se que existam 10 8 -10 9 lactobacilos na vagina de mulheres saudáveis. O
estrogênio estimula o depósito de glicogênio nas células epiteliais vaginais, que posteriormente é degradado em glicose e ácido lático, por
ação dos lactobacilos. Isso resulta em um pH vaginal igual ou menor a 4,5 na maioria das mulheres assintomáticas na idade reprodutiva.
Sendo assim, a flora vaginal normal é composta predominantemente por lactobacilos, bactérias Gram-positivas e aeróbias, produtores de
ácido lático, que faz com que o pH vaginal se situe entre 3,5-4,5.
CAPÍTULO
3 .1 . F L O RA VA G I N A L N A S RE C É M-NASC ID AS
Como as recém-nascidas adquirem estrogênio transplacentário, a colonização vaginal por lactobacilos é abundante por tempo limitado.
3 .2 . F L O RA VA G I N A L N A S C RIANÇ AS
Nas crianças as vulvovaginites são comuns, mas geralmente são inespecíficas e não infecciosas, pois quase metade das crianças sem
infecção apresenta irritação e hiperemia do canal vaginal. Esses episódios são autolimitados.
A concentração reduzida de estrogênios e a consequente menor quantidade de ácido lático levam a pH vaginal alcalino e aumento do
risco de vulvovaginite na criança. Somado a isso, outros fatores podem ser listados:
1. Higiene precária efetuada pela própria criança;
2. Vulva hipodesenvolvida, com poucas glândulas sudoríparas e sebáceas e pelos raros ou ausentes;
3. Oclusão da vulva e vagina pelo uso de fraldas;
4. Possibilidade da presença de corpos estranhos.
3.3 . F L O RA VA G I N A L N A GRAVID E Z
Na gravidez, a concentração de lactobacilos eleva-se devido ao excesso de hormônios, acidificando o meio vaginal.
3 .4 . FLO RA VA G I N A L N O C L IMATÉRIO
As mulheres nessa fase têm menores níveis de glicogênio, devido ao hipoestrogenismo, e depleção dos lactobacilos vaginais. A
colonização por Escherichia coli é maior nessas pacientes, independente da atividade sexual.
Comentário:
As queixas vulvovaginais em crianças pré-púberes podem ser resultado de infecção, anormalidades congênitas, trauma ou condições
dermatológicas. A vaginite pode ter uma etiologia inespecífica ou devido a patógenos conhecidos. Os sintomas incluem corrimento vaginal,
eritema, dor, prurido, disúria e sangramento.
Nos casos de corrimento com odor, sem melhora com medidas iniciais, especialmente em crianças bem pequenas, sempre devemos pensar
em corpo estranho!
Incorreta a alternativa A. Mesmo na suspeita de corpo estranho, alguns dos objetos introduzidos pela criança podem não ser radiopacos.
Além disso, a sedação para realização de exame direto já possibilitaria não só o diagnóstico, como também a retirada do objeto.
Incorretas as alternativas B e E. A criança já realizou tratamento guiado por exames bacteriológicos.
Correta a alternativa C. Corpos estranhos em crianças podem causar vulvovaginite recorrente. Corrimento vaginal crônico,
sangramento intermitente ou manchas e / ou odor fétido são as manifestações clínicas comuns. O papel higiênico é o corpo estranho mais
comum encontrado nas vaginas das crianças; brinquedos pequenos, faixas de cabelo e clipes de papel também são comuns. O exame sob
sedação e/ou anestesia pode ser necessário para a extração de corpos estranhos maiores e aqueles que não podem ser removidos com
irrigação.
Incorreta a alternativa D. O corrimento vaginal é mucopurulento, o que não é compatível com quadro de infecção fúngica.
CAPÍTULO
4.1 . F L O RA T I P O I
É a flora vaginal normal. Apresenta células epiteliais, predomínio de lactobacilos (80% - 95%) e polimorfonucleares raros ou ausentes
(figura 3). Nesse caso, o pH é ácido.
Nesse tipo de flora, pode ocorrer exacerbação dos lactobacilos, causando um quadro patológico denominado vaginose citolítica
(veremos adiante sobre ela), e também a exacerbação de fungos, devido à acidez vaginal.
4 .2 . FLO RA T I P O I I
Na flora tipo 2 existem células epiteliais, raros polimorfonucleares e flora bacteriana formada por 50% de lactobacilos e 50% de outras
bactérias. Pode representar um início de desvio de flora ou a recuperação da flora proveniente de uma disbiose vaginal.
4 .3 F L O RA T I P O I I I
Na flora tipo 3 existem células epiteliais, raros polimorfonucleares, ausência de lactobacilos e 100% de outras bactérias. É a flora
vaginal patológica propriamente dita, que ocorre na tricomoníase e na vaginose bacteriana, que veremos adiante.
COMUNIDADES VAGINAIS
A tendência atual é a classificação dos tipos de flora vaginal em “comunidades vaginais”, baseadas
no tipo de microrganismo predominante, pois dá um melhor entendimento de como certos subgrupos
de pacientes tem maior tendência a vulvovaginites, seja por menor produção de ácido lático, seja por
maior flora patogênica.
Por ela, existem cinco tipos de flora vaginal:
1. Comunidade tipo 1: predomínio de L. crispatus. Alta produção de ácido lático;
2. Comunidade tipo 2: predomínio de L. gasseri. Alta produção de ácido lático;
3. Comunidade tipo 3: predomínio de L. iners. Baixa produção de ácido lático;
4. Comunidade tipo 4: predomínio de flora mista, não lactobacilar, a maioria anaeróbios. Maior
tendência à disbiose;
5. Comunidade tipo 5: predomínio de L. jensenii. Alta produção de ácido lático.
CAPÍTULO
5.1 . A N A M N E S E
5 .2 . E XA ME F Í S I C O
Antes da realização do exame ginecológico, a paciente deve ser orientada a não utilizar duchas ou cremes vaginais e abster-se de
atividade sexual por 48-72 horas.
Não basta apenas observar intensidade, cor e textura do corrimento vaginal. Os seguintes detalhes também devem ser avaliados:
1. Alterações da pele vulvar e das glândulas de Bartholin e Skene;
2. Presença de perda urinária;
3. Trofismo, elasticidade e cor da mucosa vaginal;
4. Aspecto e volume do colo uterino (colo uterino edemaciado pode sugerir infecção aguda ou crônica da endocérvice);
5. Coloração do colo uterino e paredes vaginais (hiperemia e colpite focal ou difusa denotam alteração inflamatória do epitélio).
5 .3 . E XA ME S A U X I L I A R E S
Existem alguns testes que ajudam na identificação do corrimento vaginal, porém todos têm sensibilidade e especificidade limitada.
Portanto, cabe ao médico interpretar cada exame, juntamente com os dados do exame físico da paciente.
5.3.1 MEDIDA DE PH VAGINAL
Método de muito fácil execução. A fita de pH deve ser colocada em contato com a parede vaginal lateral, evitando o fundo de saco e o
colo uterino (o muco cervical tem pH alcalino). A cor da fita é comparada com o padrão do fabricante (figura 4).
O pH de 3,5-4,5 é considerado normal, mas veremos adiante que está presente também nos casos de candidíase e vaginose citolítica.
Valores acima de 4,5 sugerem alteração de flora e patologias como tricomoníase e vaginose bacteriana.
O teste baseia-se na liberação de substâncias com odor desagradável após a colocação de KOH 10%. A flora vaginal anaeróbia produz
aminas (putrescina, cadaverina), que, em contato com o KOH, sofrem volatização e liberam odor semelhante ao de “peixe podre”. Apesar de
subjetivo e pouco específico, é um método sensível e de baixo custo.
Deve ser feita a coleta do conteúdo vaginal com espátula de madeira e o material disposto em lâminas de vidro para coloração de
Gram, exame a fresco e colocação de KOH a 10%.
No Gram, são identificados os tipos de flora (como descritos anteriormente) e a presença de tricomonas, hifas e polimorfonucleares.
No exame a fresco podem ser vistos tricomonas móveis, anaeróbios (clue cells - veremos essa definição adiante), lactobacilos e cocos. Na
lâmina com KOH, além da avaliação do cheiro descrita acima, procuram-se hifas e blastóforos.
5 .4 . E XA M E S E S P E C Í F I C O S
O pedido de cultura sempre deve ser específico (ex.: cultura de secreção vaginal para fungos), pois como a vagina é um meio
contaminado, pode haver o crescimento de diversos microrganismos que são comensais.
Esse exame deve ser solicitado para pesquisa específica de microrganismos. Tem grande valia no diagnóstico das endocervicites (para
detalhes sobre esse tema, veja o livro digital específico).
A seguir, veremos em detalhes as principais vulvovaginites e vaginoses:
CAPÍTULO
6 .1 . IN T ROD U Ç Ã O
A vaginose bacteriana (VB) é a principal causa de corrimento vaginal de origem infecciosa, sendo responsável por aproximadamente
40% - 50% de todos os casos. O termo “vaginose” descreve a presença de leucorreia sem sinais clínicos de inflamação e nem leucócitos no
esfregaço (o que o diferencia de “vaginite”).
É uma síndrome polimicrobiana caracterizada pelo desbalanço da flora vaginal, com aumento maciço de anaeróbios,
particularmente Gardnerella vaginalis e espécies de Mobiluncus e Bacteroides, e diminuição dos lactobacilos.
Na menacme, é a principal causa de corrimento vaginal infeccioso, mas pode ocorrer em qualquer fase da vida. É frequente em
mulheres lésbicas, sendo encontrada em 30% dessa população.
Os mecanismos implicados na fisiopatologia da VB ainda não estão totalmente esclarecidos. Sabemos que os lactobacilos produtores
de peróxido de hidrogênio são importantes na prevenção do crescimento excessivo dos anaeróbios normalmente presentes na microbiota
vaginal.
Na VB, ocorre diminuição dos lactobacilos produtores de ácido lático e peróxido de hidrogênio. Consequentemente, há aumento
de pH e aumento da concentração de anaeróbios, tais como: Gardnerella vaginalis, Peptostreptococcus, Bacteroides sp., Mobiluncus sp.,
Fusobacterium, Atopobium vaginae e Mycoplasma hominis.
A proliferação de anaeróbios é acompanhada de produção de enzimas proteolíticas que liberam aminas (putrescina, cadaverina e
trimetilamina). Essas, por sua vez, atuam aumentando a transudação de fluidos vaginais e esfoliação de células epiteliais, resultando no
corrimento característico da patologia.
As células epiteliais, quando descamam, são chamadas de clue cells ou “células-guia” e são vistas no exame a fresco ou na bacterioscopia
corada pelo Gram como células epiteliais de contorno pouco nítido, rodeadas por anaeróbios (figura 5).
6.2.1 BIOFILME
Evidências atuais sugerem que o principal patógeno envolvido na VB é a Gardnerella vaginalis e o desenvolvimento de um biofilme
pode ser um componente essencial desse processo. Nessa teoria, a Gardnerella adere ao epitélio vaginal, formando um biofilme, que provoca
a aderência dos demais anaeróbios.
A presença desse biofilme pode dificultar a erradicação da VB e aumentar as taxas de recorrência.
6.3 . FATO R E S D E R I S C O
6.4 . Q U A D R O C L Í N I C O
6 .5 . CO N S E Q U Ê N C I A S D A INFE C Ç ÃO
6 .6 . DIA G N Ó S T I C O
Os resultados do exame clínico (característica do corrimento e pH vaginal) já fornecem alguns subsídios para o diagnóstico e podem ser
utilizadas isoladamente em locais que a microscopia não está disponível.
Para homogeneizar o diagnóstico entre os profissionais, foram propostos alguns critérios, sendo os mais conhecidos e divulgados os
de Amsel e os de Nugent:
Os critérios de Amsel são utilizados para o diagnóstico clínico da vaginose bacteriana. Para isso, a paciente deve ter pelo menos três
dos quatro critérios a seguir:
CRITÉRIOS DE AMSEL
pH > 4,5
Esses critérios são o padrão-ouro para diagnóstico, mas pouco utilizados na prática clínica, pois exigem mais tempo e custos. Por isso,
são mais utilizados em pesquisa clínica. A secreção vaginal é colocada em lâmina para coloração de Gram e são quantificados os elementos
microbiológicos. Fundamentam-se basicamente na presença ou não de lactobacilos. A flora vaginal é considerada normal de 0 a 3; flora
vaginal indefinida com score de 4 a 6 e o diagnóstico de vaginose bacteriana quando o score é de 7 a 10 (figura 6).
Figura 6: critérios de Nugent. O número de bactérias é avaliado por campo de grande aumento.
A cultura para G. vaginalis não é recomendada, pois não é específica (pode ser detectada em metade das mulheres assintomáticas para
VB). A citologia oncótica não tem utilidade clínica para o diagnóstico de vaginose bacteriana, pois tem baixa sensibilidade e especificidade.
6 .7 . TRATAM E N T O
Não há indicação de rastreio de vaginose bacteriana em pacientes assintomáticas, pois o uso de antibióticos pode desencadear
modificação da flora e posterior infecção sintomática por leveduras. O tratamento deve ser feito para:
1. Mulheres sintomáticas;
Benefícios: alívio dos sintomas e redução do risco de aquisição de ISTs.
2. Mulheres assintomáticas grávidas, especialmente aquelas com história de parto pré-termo;
3. Mulheres assintomáticas que realizarão procedimentos, como inserção de DIU, cirurgias ginecológicas e exames invasivos no trato
genital inferior.
O CDC - Centers of Disease Control and Prevention (2015) acrescenta algumas opções de medicações para o tratamento das não-
gestantes:
Metronidazol 250mg, 2cp, VO, de 12/12h por 7 dias. Tinidazol 2g, VO, 1x/dia, por 2 dias.
Ou Ou
Metronidazol gel 0,75%, um aplicador cheio, via vaginal, Tinidazol 1g, VO, 1x/dia por 5 dias.
1x/dia, por 5 dias. Ou
Ou Clindamicina 300mg, VO, 12/2h, por 7 dias.
Clindamicina creme 2%, um aplicador cheio, 1x/dia por Ou
7 dias. Clindamicina 100mg óvulo vaginal, 1x/dia, por 3 dias.
A recomendação da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) é semelhante à do CDC.
Os probióticos foram usados isoladamente e como adjuvante ao tratamento com antibióticos a fim de prevenir as recaídas da VB.
Entretanto, ainda não há evidências que comprovem a sua eficácia. Além disso, é necessário maior investigação para avaliar qual a melhor via
de administração, oral ou vaginal, dose e duração de uso.
Como já dissemos, apesar da atividade sexual ser um fator de risco para a VB, não há dados que confirmem a necessidade de tratamento
de parceiros assintomáticos. Por isso, tanto o Ministério da Saúde quanto o CDC não recomendam o tratamento das parcerias sexuais.
As mulheres lésbicas portadoras de vaginose bacteriana devem orientar suas parcerias quanto aos sintomas, devido ao alto risco de
infecção concordante (aproximadamente 30%).
Aproximadamente 30% dos pacientes com respostas iniciais à terapia apresentam recorrência dos sintomas em 3 meses e mais de
50% apresentam recorrência em 12 meses. Pode haver reinfecção, porém é mais provável que algumas mulheres, mesmo que tratadas
adequadamente, não erradiquem as bactérias patogênicas ou não consigam reestabelecer a flora normal.
As hipóteses para a recorrência são:
1. Formação do biofilme (já explicado acima);
2. Bactérias resistentes aos imidazólicos: o Atopobium vaginae é resistente ao metronidazol, antibiótico mais utilizado no tratamento.
Essa bactéria é sensível a clindamicina.
No tópico sobre tratamento, vimos que um dos esquemas propostos pelo MS é a associação do metronidazol com ácido bórico. O papel
desse último é remover o biofilme vaginal que facilita a adesão das bactérias patogênicas.
A diretriz do Ministério da Saúde não traz a definição de VB recorrente, mas a literatura recomenda que pacientes com mais
de 3 episódios documentados de VB no período de 12 meses necessitam de terapia de manutenção.
Comentário:
Paciente com corrimento vaginal sugestivo de vaginose bacteriana: homogêneo, acinzentado, com odor fétido,
Correta a alternativa C.
que piora após menstruação ou atividade sexual (devido ao aumento do pH vaginal). A vaginose bacteriana
é um desbalanço da flora vaginal no qual há redução da flora lactobacilar e aumento da população de anaeróbios, como Gardnerella,
Atopobium, Prevotella e Mobiluncus. O diagnóstico é feito através dos critérios de Amsel (descritos no tópico Diagnóstico). As clue cells são
um dos critérios diagnósticos de Amsel. São células epiteliais com citoplasma borrado, pois estão envoltas por anaeróbios.
Comentário:
Estamos diante de uma paciente de 27 anos com queixa de corrimento vaginal. Ao exame especular não é
Correta a alternativa C.
possível identificar o provável agente etiológico, o pH > 4,5 e o teste das aminas foi duvidoso. O diagnóstico
final então será dado pela bacterioscopia (imagem), na qual se observam as famosas clue cells.
Como identificá-las na imagem? No centro podemos ver a célula escamosa poligonal e ao seu redor, obscurecendo suas bordas, numerosas
bactérias (bactérias aneróbias, especialmente Gardnerella e Mobiluncus). Não são vistos lactobacilos.
Sendo assim, pelos critérios de Amsel, temos o diagnóstico de vaginose bacteriana (pH > 4,5, clue cells e teste das aminas duvidoso).
As pacientes com vaginose bacteriana possuem flora vaginal tipo III. O tratamento da vaginose pode ser feito via oral ou vaginal e a inserção
do DIU só deve ser realizada após recuperação da flora, para que não haja risco de infecções.
PONTOS-CHAVE
1. A vaginose bacteriana é um desbalanço de flora vaginal, no qual há aumento dos anaeróbios e redução da flora lactobacilar;
2. Corrimento característico: branco acinzentado, homogêneo, com odor fétido;
3. Diagnóstico: critérios de Amsel;
4. Devem ser tratadas as mulheres sintomáticas e as assintomáticas, em situações específicas (gestantes ou aquelas que serão
submetidas a procedimentos ginecológicos);
5. O tratamento pode ser oral ou tópico;
6. Não é considerada uma IST, portanto, não há necessidade do tratamento das parcerias.
CAPÍTULO
7.0 CANDIDÍASE
7 .1 . IN TROD U Ç Ã O
A candidíase é um processo descamativo e transudativo, que acomete o epitélio vulvovaginal, causado pela presença de
espécies de Candida sp., resultando em sintomas de vaginite, prurido e eritema.
A candidíase vulvovaginal (CVV) é a segunda causa mais comum de vulvovaginites (ficando atrás apenas da vaginose bacteriana) e é
responsável por um terço dos casos de vulvovaginites. A prevalência real dessa doença é difícil de determinar, pois a Candida é encontrada na
flora vaginal de 20% - 25% das mulheres saudáveis na menacme.
75% das mulheres adultas irão apresentar pelo menos um episódio de candidíase na vida e que 5% - 10% das pacientes apresentarão
recorrência (4 ou mais infecções em 12 meses). Candida albicans é o agente etiológico da CVV em 80% - 92% dos casos, podendo o restante
ser devido às espécies não albicans (glabrata, krusei, parapsilosis) e Saccharomyces cerevisiae.
Candida sp. é um fungo de forma ovalada que se reproduz por brotamento e, sob certas circunstâncias, pode assumir forma tubular
ou de hifa. Esse fungo, por si só, não costuma se apresentar como agente agressor, vivendo muitas vezes como comensal. Entretanto, tem a
habilidade de tirar proveito das alterações do meio vaginal do hospedeiro para agredir a mucosa e gerar doença.
Os organismos de Candida provavelmente acessam a vagina através da migração do reto pela área perianal. Menos comumente, a
fonte de infecção é sexual ou recidiva de um reservatório vaginal.
A doença sintomática está associada ao crescimento excessivo do organismo e a aderência às células epiteliais superficiais da parede
vaginal. As espécies albicans aderem mais efetivamente que as não albicans. O mecanismo pelo qual as espécies de Candida se transformam
da colonização assintomática em uma forma invasiva, causando doença vulvovaginal sintomática, é complexo, envolvendo respostas
inflamatórias do hospedeiro e fatores de virulência da levedura.
7.3 . FATO R E S D E R I S C O
Os casos de CVV esporádica geralmente ocorrem sem um fator precipitante identificável. Entretanto, existem alguns fatores de risco
que predispõem à infecção sintomática:
Gravidez
Imunossupressão
Diabetes mellitus
Estresse
1. Gravidez: os altos níveis de hormônios dessa fase aumentam o glicogênio das células epiteliais, favorecendo o crescimento e a
germinação de Candida. Além disso, o calor e a umidade durante a gestação são fatores importantes para o desencadeamento das crises. Os
episódios e as recorrências são mais frequentes no terceiro trimestre;
2. Imunossupressão: as infecções por Candida são mais comuns em pacientes imunossuprimidos e também naqueles que tomam
glicocorticoides ou outros medicamentos imunossupressores, além daqueles com infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV);
3. Diabetes: tanto essa doença aumenta a frequência e a intensidade dos episódios de CVV quanto a falta de controle da CVV pode
dificultar o controle do diabetes. As pacientes com diabetes tipo 2 parecem ser mais propensas a ter espécies não albicans;
4. Uso de antibióticos: o uso de antibióticos de amplo espectro modifica a flora vaginal, favorecendo o aparecimento de candidíase;
5. Estresse: o estresse constante libera altos níveis de catecolaminas e cortisol, que favorecem o crescimento de fungos devido às
modificações provocadas no microambiente vaginal;
6. Uso de contraceptivos hormonais: anticoncepcionais hormonais com altos níveis de estrogênio aumentam os episódios de CVV
pelo mesmo mecanismo envolvido na gravidez;
7. Hábitos de higiene inadequados: utilização de tecidos sintéticos e roupas apertadas aumentam a umidade e o calor local, facilitando
a proliferação dos fungos. O uso de absorventes perfumados ou desodorantes íntimos pode causar reação alérgica local;
8. Uso de DIU e diafragma: foi associado ao aumento de CVV, mas não de forma consistente. Alguns estudos mostram que espécies
de Candida conseguem formar um biofilme ligadas ao DIU.
7 .4 . Q U A D R O C L Í N I C O
O quadro clínico da vulvovaginite fúngica caracteriza-se por prurido, de intensidade variável, acompanhado de corrimento vaginal
esbranquiçado com aspecto de “leite coalhado” ou “queijo cottage”, sem odor associado. Se houver muita inflamação, pode haver queixa
de dispareunia, queimação e disúria. Os sintomas geralmente são piores na semana que antecede a menstruação.
Ao exame ginecológico, pode ser observada hiperemia vulvar, edema e fissuras. O exame especular mostra mucosa vaginal hiperemiada
e o corrimento vaginal aderido às paredes vaginais (figura 7).
Figura 7: candidíase.
7.5 . CL A S S I F I C A Ç Ã O
A candidíase pode ser classificada em “não complicada” e “complicada”. Essa última ocorre em 10% - 20% dos casos. É considerada
“não complicada” quando ocorrem episódios esporádicos, de intensidade leve a moderada, provavelmente por Candida albicans e em
mulheres imunocompetentes. Já o termo “candidíase complicada” se refere aos episódios recorrentes ou severos, por espécies não albicans
e em pacientes imunossuprimidas, gestantes ou com diabetes descontrolado. A tabela a seguir traz as principais diferenças entre elas:
A definição de candidíase vulvovaginal recorrente muda na literatura. Para a prova, utilize como
critério a presença de 4 ou mais episódios de candidíase em 12 meses, pois é a definição adotada pelo Sobel
(principal referência em vulvovaginites), manual do CDC e do Ministério da Saúde.
7 .6 . DIA G NÓ S T I C O
No consultório, além da anamnese e da avaliação do corrimento vaginal, também pode ser realizada a medida do pH vaginal e a
microscopia.
1. Anamnese: além da queixa do corrimento vaginal e de prurido, devem ser avaliados a ciclicidade do corrimento (a candidíase tende
a iniciar os sintomas na fase que antecede o período menstrual) e os fatores de risco para a doença;
2. pH vaginal: o pH vaginal da candidíase é ácido, quase sempre abaixo de 4,5;
3. KOH 10%: nesse caso, o teste das aminas é negativo;
4. Microscopia (figura 8): a secreção vaginal deve ser colocada em, no mínimo, duas lâminas, uma com solução salina e outra com
KOH 10%. A preparação com KOH destrói os elementos celulares e facilita o reconhecimento do fungo (leveduras, hifas e pseudo-hifas). No
entanto, a microscopia é negativa em até 50% dos pacientes com candidíase vulvovaginal confirmada por cultura;
5. Cultura: a secreção vaginal é inoculada no meio de ágar Sabouraud ou meio de Nickerson. A cultura está recomendada nos seguintes
casos:
a. Alta suspeita de candidíase com microscopia negativa;
O CDC recomenda que, nesse grupo de pacientes, caso a cultura não possa ser realizada, deve ser feito o tratamento empírico.
b. Mulheres com sintomas persistentes ou recorrentes (para avaliar a possibilidade de espécies não albicans).
A cultura não está recomendada em pacientes sem sintomas, pois a Candida sp. cresce em 10% - 20% das mulheres saudáveis.
O diagnóstico diferencial da CVV deve ser feito com o líquen escleroso (lembre-se disso nas provas, principalmente em idosas com
prurido vulvar crônico! Para detalhes sobre a doença, veja o livro digital de Doenças de vulva e vagina), dermatite vulvar, vulvodínea, vaginose
citolítica, vaginite inflamatória descamativa, formas atípicas de herpes genital e reações de hipersensibilidade.
Como vimos, 5% - 10% das pacientes com candidíase irão apresentar a forma recorrente (CVVR), definida como 4 ou mais episódios
da doença em um período de 12 meses. Isso ocorre devido à falha do hospedeiro em controlar o crescimento fúngico e não à resistência dos
fungos ao tratamento. Cerca de 50% das pacientes tratadas com o esquema para CVVR (veremos as opções adiantes) voltam a apresentar o
problema após a descontinuação do tratamento.
Mulheres portadoras do vírus HIV têm maiores taxas de candidíase vulvovaginal recorrente (CVVR). Além disso, são também mais
acometidas por candidíase oral, que raramente ocorre em mulheres imunocompetentes. A candidíase oral é uma evidência clínica de depleção
do sistema imune celular nas pacientes com HIV.
Em relação às manifestações clínicas e resposta à terapia antimicótica da CVV, não há diferença significativa entre as mulheres HIV
positivas e negativas.
7 .9 . TRATAME N T O
O tratamento da CVV visa a melhora dos sintomas, reduzindo a população fúngica no epitélio vaginal. Para isso, além do uso dos
antifúngicos, os fatores de risco para a doença devem ser eliminados, para melhorar as condições físicas e químicas vaginais.
Para os episódios de candidíase “não complicada”, os tratamentos de dose única ou de curta duração (1 a 3 dias) costumam ser eficazes.
Seguem as recomendações do Ministério da Saúde:
O CDC- Centers of Disease Control and Prevention (2015) acrescenta algumas medicações às opções de tratamento:
1. As parcerias sexuais não precisam ser tratadas. Os parceiros sexuais masculinos com balanite
beneficiam-se do tratamento com antifúngicos tópicos;
2. Os cremes e supositórios são à base de óleo e podem enfraquecer preservativos e diafragmas de
látex;
3. O CDC não recomenda nistatina, pois tem menor eficácia comparada aos derivados azólicos.
A Febrasgo e o CDC recomendam a confirmação diagnóstica através de cultura para a identificação de eventuais cepas não albicans e
para realizar diagnóstico diferencial com a vaginose citolítica (veremos adiante) e as dermatopatias. O manual do Ministério da Saúde não faz
menção à necessidade de cultura nesses casos.
LEMBRE-SE:
A maioria dos episódios de recorrência são causados pela C. albicans. Cerca de 10% - 20% dos casos têm como agente etiológico
a C. glabrata e as espécies não albicans. As espécies não albicans costumam ser resistentes tanto ao fluconazol como ao itraconazol.
Assim, na falha persistente dessas medicações, é importante solicitar cultura para fungos.
Episódios isolados geralmente respondem aos esquemas anteriormente citados. Entretanto, na candidíase recorrente, alguns
especialistas recomendam esquemas de remissão após o tratamento dos episódios agudos. Entretanto, 30% - 50% das mulheres terão doença
recorrente mesmo após o esquema de remissão.
Seguem as recomendações do Ministério da Saúde:
OU
OU
OU
OU
O CDC e a Febrasgo recomendam que o tratamento do episódio agudo seja semelhante ao da candidíase não complicada ou que esse
regime seja estendido por 7 a 14 dias (no caso da terapia tópica) ou realizado por via oral com fluconazol em 3 doses (1, 4 e 7, semelhante ao
tratamento de indução do MS). Já o tratamento de manutenção deve ser feito com fluconazol semanal por 6 meses. Não existem recomendações
terapêuticas comprovadamente eficazes para o tratamento das espécies não albicans. Alguns autores recomendam tratamento prolongado
(7-14 dias) com os medicamentos que não sejam o fluconazol, outros recomendam a utilização de ácido bórico (óvulos vaginais manipulados
de 600mg por 14 dias).
Como vimos, todas as diretrizes recomendam apenas tratamento tópico na gravidez, devido aos efeitos adversos ao feto dos derivados
azólicos orais (risco de aborto espontâneo no primeiro trimestre e inexistência de estudos suficientes sobre os riscos de defeitos congênitos).
A candidíase vulvovaginal não está associada a resultados adversos na gestação.
Embora a transmissão sexual de espécies de Candida possa ocorrer, como vimos, não há recomendação de tratamento das parcerias
sexuais, uma vez que a atividade sexual não é uma causa significativa de infecção ou reinfecção.
Não há evidências que sugiram o uso de probióticos em pacientes com candidíase vulvovaginal recorrente.
Comentário:
Incorreta a alternativa A. A candidíase apresenta-se como um corrimento vaginal grumoso, aderido em paredes vaginais. O pH vaginal
encontra-se abaixo de 4,5.
Incorreta a alternativa B. Não há relação da candidíase com promiscuidade sexual, portanto não há necessidade de tratamento do
parceiro. A fisiopatologia está associada a fatores ainda pouco conhecidos que fazem com que a Candida albicans passe do estado de saprófita
para o estado infeccioso, invadindo as camadas do epitélio vaginal e promovendo resposta inflamatória acentuada.
Incorreta a alternativa C. Candida albicans pode fazer parte da flora normal em baixas concentrações. Assim, um achado desse fungo
no exame citológico em pacientes assintomáticas não indica tratamento.
Incorreta a alternativa D. A principal causa de vulvovaginite na menacme é a vaginose bacteriana.
As principais queixas da candidíase são corrimento vaginal e prurido, mais intensos no período pré-menstrual.
Correta a alternativa E.
Devido à intensa reação inflamatória, dispareunia e disúria também podem estar presentes, sendo diagnóstico
diferencial para infecção do trato urinário.
PONTOS-CHAVE
CAPÍTULO
8.0 TRICOMONÍASE
8 .1 . IN TROD U Ç Ã O
A tricomoníase é a infecção sexualmente transmissível (IST) de etiologia não viral mais comum no mundo e é a terceira maior causa
de vulvovaginite em mulheres no menacme. Seu agente etiológico é o protozoário flagelado anaeróbio Trichomonas vaginalis. Os seres
humanos são o único hospedeiro natural desse microrganismo.
Cerca de 55% dos pacientes com tricomonas são assintomáticos e não recebem tratamento. A faixa etária acometida é dos 20 - 40
anos, sendo as mulheres 20 vezes mais afetadas que os homens. Os homens eliminam o microrganismo rapidamente e são, na sua maioria,
assintomáticos, mas podem apresentar uretrite em 1/3 dos casos. Na mulher, o protozoário tem predileção para o epitélio vaginal, mas pode
causar infecção no colo uterino, útero, glândulas de Bartholin e Skene, bexiga e uretra.
Além da transmissão sexual (principal), há transmissão de mães infectadas para recém-nascidos (2% - 17%). Embora a sobrevivência
em fômites tenha sido relatada, a transmissão não foi diretamente comprovada.
A coexistência de patógenos de T. vaginalis e vaginose bacteriana é comum. As taxas de coinfecção variam de 20% - 60%, por isso o
teste das aminas pode ser positivo nessa doença.
8 .2 . F ISIO PAT O L O G I A
O mecanismo da infecção pelo tricomonas não está totalmente esclarecido. Acredita-se que o principal artifício desse protozoário seja
a produção de enzimas proteolíticas que facilitam a sua aderência ao epitélio vaginal.
A resposta imune celular ao tricomonas é intensa. Ocorre intensa infiltração de leucócitos T CD4 e o principal mecanismo de controle
da infecção é a fagocitose dos microrganismos.
8 .3 . CO N S E Q U Ê N C I A S D A INFE C Ç ÃO
8.4 . Q U A D R O C L Í N I C O
Cerca de 50% - 85% das mulheres são assintomáticas. Quando sintomáticas, a queixa mais comum é de corrimento amarelo-
esverdeado, fluido, abundante, bolhoso, podendo ter odor desagradável (quando ocorre coinfecção com vaginose bacteriana, pois os
tricomonas fagocitam os lactobacilos, alcalinizando o meio vaginal e aumentando os anaeróbios). Devido à intensa reação inflamatória,
ocorre ardor, prurido, dispareunia e disúria (figura 9). Esses sintomas são cíclicos e acentuam-se durante o período menstrual.
Figura 9: tricomoníase. Intensa reação inflamatória vulvar (à direita) e corrimento vaginal amarelo-esverdeado bolhoso (à esquerda).
Ao exame físico, podem ser observados eritema e edema de vulva, com ou sem escoriações. Ao exame especular podem ser visíveis
hemorragias pontuais no colo uterino e na vagina em 2% dos casos, o famoso “colo em framboesa/em morango”, que, após a aplicação da
solução de lugol, traduz-se como Schiller malhado ou “colo tigroide” (figura 10).
Figura 10: exame especular na tricomoníase. Colo em framboesa (à esquerda) e colo tigroide (à direita), após a aplicação do lugol.
8 .5 . DIA GN Ó S T I C O
Além do quadro clínico já descrito acima, outros testes devem ser realizados para o diagnóstico:
1. Microscopia: deve ser o primeiro passo após a avaliação do corrimento vaginal, pois tem baixo custo e consegue identificar o
parasita. Se positiva, nenhum outro teste precisa ser realizado. A amostra do conteúdo vaginal é colocada em lâmina, com uma gota de
solução salina. O teste é positivo quando consegue visualizar a presença de tricomonas que, em geral, estão em movimento (figura 11).
Também há aumento de polimorfonucleares na lâmina. O exame tem 30% de falso negativos;
8.6 . TRATAM E N T O
1. Durante o tratamento com imidazólicos e até 24 horas após o uso de metronidazol e 72h após o uso de tinidazol, deve-se evitar a
ingestão de álcool, devido ao efeito antabuse (mal-estar, náuseas, tontura e “gosto metálico na boca”);
2. Todas as parcerias sexuais, mesmo assintomáticas, devem receber tratamento, preferencialmente em dose única.
Apesar de o metronidazol atravessar a placenta, estudos não mostraram teratogenicidade da droga (categoria B). Como a infecção pelo
tricomonas está associada a efeitos adversos na gestação e ao risco (mesmo que baixo) de transmissão para o feto, todas as gestantes com
essa doença devem ser tratadas.
O tratamento deve ser feito com metronidazol via oral, independente da fase da gravidez. O tinidazol deve ser evitado na gestação,
especialmente no primeiro trimestre, pois não há estudos comprovando sua segurança.
O tratamento das imunossuprimidas deve ser feito com metronidazol 500mg, VO, de 12/12h por 7 dias (recomendação da Febrasgo e
do CDC), pois o metronidazol em dose única é menos efetivo devido às altas taxas de coinfecção com vaginose bacteriana.
Como vimos, todas as parcerias sexuais devem ser tratadas para alívio sintomático, cura microbiológica e prevenção de transmissão e
reinfecções.
8.6.4 SEGUIMENTO
Não há recomendação de seguimento pós-tratamento na Febrasgo e no MS, porém o CDC recomenda o reteste com PCR duas semanas
e três meses após o tratamento. A lógica dessa recomendação é a taxa de reinfecção de 17% após três meses.
A) Vaginite citolítica.
B) Vaginose bacteriana.
C) Tricomoníase.
D) Cervicite por clamídia.
E) Candidose.
Comentário:
Incorreta a alternativa A, pois vaginite citolítica é uma vulvovaginite menos comum, que se caracteriza por corrimento esbranquiçado,
podendo associar-se a dispareunia, prurido e disúria, com piora dos sintomas durante a fase lútea, na qual há um crescimento exacerbado
de lactobacilos, ocasionando hiperacidez e citólise. No entanto, é necessária a exclusão de candidíase por cultura. Veremos mais sobre essa
patologia adiante.
Incorreta a alternativa B, pois a vaginose bacteriana cursa com corrimento fino de aspecto acinzentado, com odor de peixe podre,
sendo incomum a concomitância com sintomas de disúria, queimação e dispareunia, que sugerem uma coinfecção com outros patógenos.
pois a vaginite por tricomonas caracteriza-se por corrimento de odor fétido, amarelo-esverdeado bolhoso,
Correta a alternativa C,
que pode estar associado a disúria, queimação e dor pélvica. Ao teste de Schiller nota-se aspecto de
coloração irregular em meio a áreas claras, aspecto denominado “colo tigroide”, bem sugestivo desta patologia.
Incorreta a alternativa D, pois, embora a infecção vaginal por clamídia possa cursar com corrimento cervical, na maioria das vezes as
pacientes são portadoras assintomáticas.
Incorreta a alternativa E, pois candidíase vaginal cursa com corrimento esbranquiçado grumoso (aspecto “leite coalhado"), inodoro,
associado à disúria, prurido vulvar intenso e dispareunia superficial.
PONTOS-CHAVE
CAPÍTULO
CAPÍTULO
1 0 .1 . VA G I N O S E C I T O L Í T I CA
A vaginose citolítica é uma condição pouco diagnosticada, devido tanto à falta do conhecimento da sua existência por parte dos
profissionais de saúde quanto ao seu quadro clínico, que é muito semelhante ao da candidíase vulvovaginal. A prevalência dessa doença varia
de 1,8% a 7,1% e é causa de vulvovaginite cíclica em mulheres em idade reprodutiva.
LEMBRE-SE:
Devido ao quadro clínico semelhante ao da CVV, a vaginose citolítica entra no diagnóstico diferencial das candidíases.
10.1.1 FISIOPATOLOGIA
As pacientes com essa vulvovaginite apresentam proliferação excessiva de lactobacilos, que diminuem o pH vaginal. Esses,
isoladamente ou em conjunto com outros microrganismos, danificam as células da camada intermediária vaginal, causando citólise. A acidez
vaginal excessiva junto com os produtos da citólise levam aos sintomas da doença.
Os sintomas da vaginose citolítica são semelhantes aos da candidíase: corrimento vaginal esbranquiçado com prurido, sensação de
queimação, desconforto e dispareunia, que se acentuam no período pré-menstrual.
Ao exame especular, observa-se corrimento vaginal abundante, esbranquiçado, que pode ou não estar aderido às paredes vaginais.
Sinais inflamatórios também podem ser encontrados, devido à acidez excessiva e à citólise.
10.1.3 DIAGNÓSTICO
Além do quadro clínico já descrito acima, outros testes devem ser realizados para o diagnóstico:
1. Microscopia/bacterioscopia (Gram): observa-se excesso de lactobacilos (acima de 1000/campo), leucócitos raros ou ausentes,
núcleos celulares desnudos e restos celulares (devido à citólise). Importante ressaltar que não são vistos elementos fúngicos ou tricomonas;
2. pH vaginal: geralmente menor ou igual a 4,0;
3. Cultura para fungos (meio de ágar Sabouraud): deve ser realizada, para realizar o diagnóstico diferencial com candidíase. Caso
negativa, com a microscopia sugestiva, fecha o diagnóstico de vaginose citolítica;
4. Teste das aminas: não deve ser realizado. Se realizado, será negativo.
10.1.4 TRATAMENTO
Não há tratamento específico. São recomendadas medidas de alcalinização do meio vaginal, especialmente no período pré-menstrual,
como duchas de bicarbonato de sódio. Recomenda-se a colocação de uma colher de sopa de bicarbonato de sódio em 1 litro de água
destilada, com aplicações intravaginais com seringas plásticas, 1x/dia, por 10 dias.
10 .2 . VA G I N I T E A E R Ó B I A
A vaginite aeróbia é um desequilíbrio de flora vaginal caracterizado pela redução de lactobacilos, aumento de bactérias aeróbias
entéricas e de leucócitos, além de maturação epitelial deficiente. As bactérias predominantes nessa patologia são Escherichia coli,
Streptococcus sp. e Staphylococcus aureus.
10.2.1 FISIOPATOLOGIA
A fisiopatologia é desconhecida. Ainda não se sabem os fatores que levam as bactérias supracitadas a deixarem o estado de comensais,
passando a agir como agressoras.
As pacientes têm queixa de corrimento vaginal amarelado, purulento, com odor desagradável. Ao exame ginecológico, podem ser
observados diferentes graus de inflamação vulvovaginal.
A vaginite aeróbia parece a vaginose bacteriana (redução de lactobacilos, corrimento com odor, pH vaginal alto), porém com
inflamação.
10.2.3 DIAGNÓSTICO
Além do quadro clínico já descrito acima, outros testes devem ser realizados para o diagnóstico:
1. pH vaginal: devido à queda dos lactobacilos, o pH vaginal está elevado, acima de 4,5;
2. Microscopia: aumento de polimorfonucleares, presença de células parabasais e possível encontro das bactérias citadas acima;
3. Teste das aminas (KOH 10%): apesar do corrimento com odor desagradável, o teste das aminas é negativo.
10.2.4 TRATAMENTO
Não existem protocolos de tratamento, que dependerá dos achados da microscopia e do exame físico:
• Se inflamação intensa: hidrocortisona creme a 10% via vaginal;
• Se atrofia ou excesso de células parabasais: acrescentar estrogênio tópico;
• Se microscopia com excessivo número de bactérias: acrescentar antibiótico (clindamicina creme vaginal a 2%).
É uma forma pouco frequente, mas severa, de vaginite purulenta crônica, não infecciosa, que ocorre principalmente em mulheres na
peri e pós-menopausa.
10.3.1 FISIOPATOLOGIA
A fisiopatologia dessa doença é desconhecida. Devido à faixa etária de acometimento, um dos mecanismos propostos é a mudança de
flora vaginal (queda da população lactobacilar) devido à queda do estrogênio. Outras teorias são a presença de anormalidades imunológicas
ou uma reação tóxica ao Staphylococcus. Devido à mudança da flora vaginal, ocorre crescimento bacteriano secundário. Alguns autores a
consideram como um espectro da vaginite aeróbia.
Ocorre intensa resposta inflamatória, com aparecimento de corrimento vaginal moderado ou profuso, purulento, acompanhado
de desconforto ou dispareunia (figura 12). É comum as pacientes com essa patologia apresentarem os sintomas por muito tempo e serem
tratadas para as outras vulvovaginites mais comuns.
A vaginite inflamatória descamativa parece com a tricomoníase (pH vaginal alto, corrimento profuso, bolhoso, aumento de
células inflamatórias), mas geralmente a paciente já foi tratada para tal e não houve resposta.
Ao exame ginecológico, observa-se inflamação de intensidade variável. O vestíbulo vulvar pode apresentar afinamento do seu epitélio
e edema, devido às escoriações ou à reação inflamatória local (figura 12). Vagina e colo uterino podem apresentar erupções equimóticas
semelhantes à tricomoníase. Não ocorrem achados extragenitais.
10.3.3 DIAGNÓSTICO
Além do quadro clínico já descrito anteriormente, outros testes devem ser realizados para o diagnóstico:
1. pH vaginal: devido à queda dos lactobacilos, o pH vaginal está elevado, acima de 4,5;
2. Microscopia: observa-se aumento dos polimorfonucleares e das células escamosas parabasais;
3. Devem ser excluídas: vaginose bacteriana, tricomoníase e infecção por clamídia e gonococo.
10.3.4 TRATAMENTO
Os tratamentos mais utilizados são a clindamicina creme vaginal e os glicocorticoides vaginais, porém não existem estudos randomizados
de eficácia. As doses utilizadas são:
• Clindamicina creme vaginal a 2% - 1 aplicador (5g), via vaginal, 1x/dia, por 14 dias; OU
• Hidrocortisona creme a 10% - 1 aplicador (5g), via vaginal, 1x/dia, por 2 a 4 semanas (não disponível comercialmente, deve ser
manipulado).
O índice de recidiva após o término do tratamento é de 30%.
1 0 .4 . VA G I N I T E AT R Ó F I C A
A vaginite atrófica faz parte da síndrome genitourinária da menopausa (SGM), que corresponde às alterações histológicas e físicas
da vulva, vagina e trato urinário baixo devidas à deficiência estrogênica (para mais detalhes sobre o tema, consulte o livro digital sobre
Climatério). Tem prevalência de 50% - 90% das pacientes na menopausa.
10.4.1 FISIOPATOLOGIA
A queda do estrogênio provoca a queda do glicogênio nas células epiteliais intermediárias, que causa redução da produção do ácido
lático e aumento do pH vaginal. O pH alcalino causa redução dos lactobacilos, predispondo a infecções e vaginite atrófica.
As pacientes queixam-se de dispareunia, disúria e redução da lubrificação vaginal. O corrimento vaginal é escasso. O epitélio vaginal
torna-se fino e friável, com sangramento ao toque e vulnerável a traumas.
10.4.3 DIAGNÓSTICO
O diagnóstico da vaginite atrófica é clínico. Entretanto, pode ser observado pH vaginal alcalino e, na microscopia, há redução da
população lactobacilar e aumento de células parabasais.
10.4.4 TRATAMENTO
O tratamento padrão para a vaginite atrófica é o uso de estrogênios vaginais. Para as pacientes que têm contraindicação ao uso de
estrogênios (ex.: pacientes portadoras de câncer de mama) podem ser utilizados hidratantes vaginais, laserterapia fracionada e radiofrequência.
CAPÍTULO
11.0 RESUMO
A tabela a seguir resume as principais características das principais vulvovaginites:
Branco,
CANDIDÍASE Esporos, hifas,
grumoso, tipo Ardor, prurido. < 4,5 Negativo.
pseudo-hifas.
VULVOVAGINAL leite coalhado.
Dispareunia, Trichomonas
Amarelo-
prurido, Pode ser (protozoário
esverdeado, > 4,5
TRICOMONÍASE disúria, pode positivo. flagelado
bolhoso.
ter odor. móvel).
Aumento de
Prurido, lactobacilos,
VAGINOSE Esbranquiçado,
queimação, < 4,5 Negativo. leucócitos
CITOLÍTICA quantidade dor. raros ou
variável. ausentes.
Aumento de
VAGINITE Purulento,
Dor, polimorfonucleares
INFLAMATÓRIA em grande > 4,5 Negativo.
dispareunia. e células
DESCAMATIVA quantidade.
parabasais.
Aumento
de células
VAGINITE Disúria,
Escasso. > 4,5 Negativo. parabasais e
ATRÓFICA dispareunia.
redução de
lactobacilos.
O fluxograma a seguir é uma sugestão para o manejo das pacientes com corrimento vaginal. Diferente do fluxograma proposto pelo
Ministério da Saúde, esse é bem mais simples e envolve as principais vulvovaginites estudadas no livro:
A) pH maior que 4,5, corrimento fétido, acinzentado e bolhoso sugere vaginose bacteriana.
B) fluxo uretral amarelado associado a disúria sugere tricomoníase.
C) corrimento hialino sem prurido sugere candidíase.
D) corrimento em placas esbranquiçadas e aderentes sugere clamídia.
E) corrimento fétido, bolhoso e amarelado sugere gonococo.
Comentário:
pois a vaginose bacteriana cursa com corrimento fino de aspecto acinzentado, com mau odor (odor de peixe),
Correta a alternativa A,
que pode se acentuar após relações sexuais. É ocasionada por uma mudança do padrão normal da flora,
usualmente rica em lactobacilos, para anaeróbios, a exemplo da Gardnerella vaginalis e Mobiluncus.
Incorreta a alternativa B, pois é a tricomoníase que se caracteriza por corrimento de odor fétido, bolhoso, amarelo-esverdeado bolhoso,
que pode estar associado a disúria, queimação e dor pélvica. Ao teste de Schiller nota-se aspecto de coloração irregular em meio a áreas
claras, aspecto denominado colo tigroide, bem sugestivo dessa patologia.
Incorreta a alternativa C, candidíase apresenta corrimento branco grumoso, aderido em paredes vaginais, associado a prurido.
Incorreta a alternativa D, sugere candidíase. Clamídia é usualmente assintomática ou oligossintomática.
Incorreta a alternativa E, pois a cervicite por gonococo pode ser assintomática ou apresentar corrimento vaginal purulento, associado
a dor na atividade sexual e disúria.
https://estr.at/37NZ9MH
CAPÍTULO
CAPÍTULO
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