Você está na página 1de 108

P R O F .

H E L E N A S C H E T I N G E R

I M U N I Z AÇ Õ E S
PEDIATRIA Prof. Helena Schetinger | Imunizações 2

APRESENTAÇÃO

PROF. HELENA
SCHETINGER
Olá, Futuro Residente! Neste capítulo, vamos entrar em
uma área que eu, particularmente, gosto muito, Imunizações!
Imunizar é prevenir, é cumprir o juramento que fizemos
de cuidar das pessoas, mas antes mesmo que elas adoeçam! E é
por isso que este tema é tão interessante e tão importante para
sua vida profissional.
Além disso, é um assunto que os examinadores adoram
e que pode estar presente em qualquer área da sua prova, da
Pediatria até a Cirurgia. Responder corretamente a uma questão
sobre esse assunto pode fazer a diferença para sua aprovação.
Aqui, no Estratégia Med, montamos os capítulos baseados
em engenharia reversa. Isto é, respondemos às questões de
provas e transferimos para você o conhecimento necessário para
resolvê-las, salientando os pontos mais importantes e essenciais
para alcançar o sucesso no seu objetivo.
Neste capítulo, quero que conheça os conceitos
gerais de imunizações, os calendários vacinais e cada vacina
individualmente. Então, venha comigo explorar esse maravilhoso
mundo da prevenção.

Estratégia MED @prof.helenaped

@estrategiamed @estrategiamed

Estratégia
MED
t.me/estrategiamed /estrategiamed
PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

SUMÁRIO

1.0 HISTÓRICO 7
1.1 PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÕES (PNI) 7

2.0 CONCEITOS 8
2.1 IMUNIZAÇÃO PASSIVA 8

2.2 IMUNIZAÇÃO ATIVA 9

3.0 AS VACINAS 9
3.1 VACINAS VIVAS ATENUADAS 10

3.2 VACINAS INATIVADAS 10

3.4 COMO AS VACINAS FUNCIONAM 13

3.5 TIPOS DE VACINAS 14

3.6 COADMINISTRAÇÃO 15

3.7 VACINAS X IMUNOBIOLÓGICOS 17

3.8 VACINAS X ANTITÉRMICOS 18

3.9 ESQUEMA VACINAL 19

3.10 FALHA VACINAL 19

3.11 IMUNIDADE DE REBANHO 20

3.12 A SALA DE VACINAÇÃO 22

3.13 CONTRAINDICAÇÕES DAS VACINAS 22

3.13.1 FALSAS CONTRAINDICAÇÕES A VACINAS 22

3.14 REAÇÕES ADVERSAS DAS VACINAS 23

3.15 AS “FAKE NEWS” 24

4.0 CALENDÁRIOS VACINAIS 24


4.1 PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÕES 25

4.2 SOCIEDADE BRASILEIRA DE IMUNIZAÇÕES 32

4.3 SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA 36

4.4 TABELA MS X SOCIEDADES 37

4.5 CALENDÁRIOS ESPECIAIS 37

4.5.1 CALENDÁRIO DAS GESTANTES 38

4.5.2 CALENDÁRIO DOS PREMATUROS 40

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 3


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

4.5.3 CALENDÁRIO DOS CRIEs 42

5.0 ATUALIZAÇÕES 42
6.0 BCG 43
6.1 EVOLUÇÃO DA LESÃO 43

6.2 PREVENÇÃO 45

6.3 IDADE 45

6.4 REVACINAÇÃO 45

6.5 CONTRAINDICAÇÕES 46

6.6 SITUAÇÕES ESPECIAIS 46

6.7 REAÇÕES ADVERSAS 48

7.0 HEPATITE B 51
7.1 PREVENÇÃO 51

7.2 IDADE 51

7.3 REAÇÕES ADVERSAS E CONTRAINDICAÇÕES 52

7.4 IMUNOGLOBULINA ANTI-HEPATITE B 52

7.5 SITUAÇÕES ESPECIAIS 52

8.0 FAMÍLIA DTP 54


8.1 PREVENÇÃO 55

8.2 DTPW – TRÍPLICE BACTERIANA INFANTIL DE CÉLULAS INTEIRAS 55

8.3 DTPA - TRÍPLICE BACTERIANA INFANTIL ACELULAR 55

8.4 DT – DUPLA BACTERIANA INFANTIL 56

8.5 DT – DUPLA BACTERIANA ADULTA 56

8.6 DTPA – TRÍPLICE BACTERIANA ADULTA ACELULAR 57

8.7 REAÇÕES ADVERSAS E CONTRAINDICAÇÕES 60

8 .8 PREVENÇÃO DO TÉTANO ACIDENTAL 62

9.0 VACINA CONTRA HAEMOPHILUS INFLUENZAE TIPO B 65


9.1 PREVENÇÃO 65

9.2 IDADE 65

10.0 VACINAS CONTRA POLIOMIELITE 66


10.1 PREVENÇÃO 66

10.2 HISTÓRIA DA DOENÇA E DA VACINAÇÃO 66

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 4


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

10.3 IDADE 67

10.4 REAÇÕES ADVERSAS E CONTRAINDICAÇÕES 67

11.0 VACINA CONTRA ROTAVÍRUS 69


11.1 PREVENÇÃO 69

11.2 IDADE 70

11.3 REAÇÕES ADVERSAS E CONTRAINDICAÇÕES 71

12.0 VACINAS PNEUMOCÓCICAS 73


12.1 PREVENÇÃO 73

12.2 PNEUMOCÓCICA 10-VALENTE 73

12.3 PNEUMOCÓCICA 13-VALENTE E 15-VALENTE 73

12.4 PNEUMOCÓCICA 23-VALENTE 74

12.5 PACIENTES ESPECIAIS 74

13.0 VACINAS MENINGOCÓCICAS 76


13.1 PREVENÇÃO 76

13.2 MENINGOCÓCICA C 76

13.3 MENINGOCÓCICA ACWY. 77

13.4 MENINGOCÓCICA B 77

14.0 VACINA CONTRA A FEBRE AMARELA 78


14.1 PREVENÇÃO 78

14.2 IDADE 78

14.3 REAÇÕES ADVERSAS E CONTRAINDICAÇÕES 79

15.0 VACINA CONTRA SARAMPO, CAXUMBA, RUBÉOLA E VARICELA 81


15.1 PREVENÇÃO 81

15.2 VACINA TRÍPLICE VIRAL 82

15.3 VACINA VARICELA ISOLADA 83

15.4 REAÇÕES ADVERSAS E CONTRAINDICAÇÕES 83

15.5 IMUNOGLOBULINA ANTISSARAMPO E ANTIVARICELA-ZÓSTER. 84

16.0 VACINA CONTRA HEPATITE A 87


16.1 PREVENÇÃO 87

16.2 IDADE 87

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 5


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

17.0 VACINA CONTRA HPV 88


17.1 PREVENÇÃO 88

17.2 IDADE 88

17.3 REAÇÕES ADVERSAS E CONTRAINDICAÇÕES 89

18.0 VACINA INFLUENZA 89


18.1 PREVENÇÃO 90

18.2 IDADE 90

18.3 REAÇÕES ADVERSAS E CONTRAINDICAÇÕES 90

19.0 PALIVIZUMABE 92
19.1 PREVENÇÃO 92

19.2 INDICAÇÕES 92

20.0 VACINA E SORO CONTRA RAIVA 93


20.1 PREVENÇÃO 93

20.2 INDICAÇÕES 94

21.0 VACINAS CONTRA COVID 99


22.0 VACINA CONTRA HERPES-ZÓSTER 103
23.0 VACINA CONTRA DENGUE 104
24.0 LISTA DE QUESTÕES 105
25.0 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 106
26.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS 107

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 6


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

CAPÍTULO

1.0 HISTÓRICO

A história das imunizações inicia na China, no século 17, vacina.


uma época em que muitos indivíduos morriam por uma doença No Brasil, a vacina contra a varíola chegou em 1804, trazida
chamada varíola, porém a técnica utilizada era diferente da atual. pela corte portuguesa, porém encontrou oposição da população,
Eles raspavam as crostas das lesões da varíola, reduziam ela a pó que acreditava que ela poderia transmitir doenças das vacas, bem
e assopravam nas narinas do paciente. Esse e outros métodos, como, resistência do clero, que a considerava um “invento do
como enxertos de líquidos extraídos em feridas, eram utilizados Satã”. Os próprios médicos brasileiros desconfiavam da vacina, pois
no Oriente para prevenção, era a chamada “variolização”. Em muitos dos imunizados ainda desenvolviam a doença. Em 1891,
meados de 1716, a doença infectou a esposa do embaixador inglês a vacina contra varíola tornou-se obrigatória no Estado de São
em Istambul, Lady Mary Montagu, que, após se recuperar com Paulo e, posteriormente, em outros estados e provocou debates
sequelas, teve conhecimento do método e começou a explorá-lo. acirrados sobre a intervenção do Estado na liberdade individual. Em
Em 1798, Edward Jenner publicou um trabalho chamado “Variolae 1904, estoura a conhecida “Revolta da Vacina” no Rio de Janeiro,
Vaccinae”, em que ele observou que camponeses que tinham momento em que a população levantou-se contra a obrigatoriedade
contato com vacas infectadas por varíola bovina desenvolviam da imunização, que culminou em revogação da lei, prisão e exílio
uma forma branda da varíola humana ou até mesmo permaneciam dos líderes do movimento.
saudáveis após a exposição à doença. A palavra vacina surge nesse Nas décadas seguintes, intensificou-se o debate sobre saúde
momento, derivada da palavra “vaca”. Apenas em 1870, Louis pública. Em 1953, a saúde ganha um Ministério próprio e, em 1973,
Pasteur e Robert Koch estabelecem a relação entre patógenos e é criado o Programa Nacional de Imunizações (PNI).
doença e, em homenagem a Jenner, determinam que qualquer Como resultado de um esforço global, a varíola foi
preparado de patógenos para imunização deve ser chamado de considerada erradicada do mundo em 1980.

1.1 PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÕES (PNI)

Criado em 18 de setembro de 1973, é referência mundial em contar as vacinas para públicos e situações especiais e as novidades
imunizações e tem como princípio a vacinação gratuita para toda contra o coronavírus. Ao longo dos anos, obteve-se êxito em
população, de acordo com os calendários: infantil, do adolescente, diminuir a incidência de doenças que antigamente elevavam a
adulto, idoso, gestantes e indígenas. morbimortalidade da população brasileira, porém a baixa cobertura
Fazendo um parênteses aqui, meu caro aluno, esse conceito vacinal para algumas delas e o aumento do número de pessoas
de vacinação gratuita para toda população esbarra no custo dessa “antivacinas” trouxe de volta o risco de padecermos, novamente,
ação. Seria inviável financeiramente ofertar tudo a todos. Pensando de doenças antes controladas, como aconteceu com o sarampo, o
nisso, os calendários foram criados baseados em epidemiologia das que você deve ter visto em notícias recentes.
doenças, vacinando os mais afetados nas idades de maior risco. Agora, vamos explorar alguns conceitos sobre vacinas que
Mesmo assim, hoje, pelo Programa, são ofertadas 19 você precisa saber.
vacinas de rotina, que protegem contra 18 doenças, isso sem

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 7


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

CAPÍTULO

2.0 CONCEITOS
Imunizar é definido no dicionário como “tornar ou ficar imune a determinado agente patogênico, a uma doença infecciosa”. Ou seja, é
o ato de proteger-se de determinada patologia. E como isso funciona? Há dois tipos de imunização, vamos conhecê-los.

2.1 IMUNIZAÇÃO PASSIVA

É a introdução de anticorpos já prontos no organismo.


Vantagens: proteção imediata, não depende da resposta imune do indivíduo.
Desvantagens: é transitória, não promove memória imunológica, pode causar a doença do soro ou anafilaxia.
Estão contemplados nesse grupo as imunoglobulinas, os anticorpos de origem animal, anticorpos monoclonais, anticorpos maternos
transferidos via placenta (IgG) ou pelo leite materno (IgA).
Lembre-se!

• IgG – atravessa a barreira placentária


• IgA – adquirido pelo leite materno
• IgM – M de Materno, não ultrapassa a barreira placentária

As principais indicações desse grupo são prover imunidade em situações que necessitam de proteção imediata e resguardar indivíduos
imunodeprimidos, ou que não conseguem produzir seus próprios anticorpos, os imunodeficientes.
Darei um exemplo: em uma enfermaria pediátrica oncológica, temos um paciente X, não vacinado contra varicela, em tratamento
corticoterápico em dose imunossupressora e, no leito ao lado, um paciente Y que iniciou com lesões de varicela. A chance de o paciente X
infectar-se é muito grande e, por ser imunossuprimido, a chance de ocorrerem complicações também é. Então, precisamos de uma proteção
imediata. Ela será feita com imunoglobulina antivaricela. Simples, certo?

E quais são os tipos de imunoglobulina?


Homóloga: é feita a partir do plasma ou soro de um ou mais humanos que apresentam imunidade recente para a doença.

Heteróloga: é feita a partir do soro de animais, principalmente o


cavalo, e é utilizada em acidentes com animais peçonhentos.
Anticorpo monoclonal: é produzido contra um único antígeno,
por meio de um clone de linfócito B. O exemplo é o palivizumabe,
utilizado para prevenção do vírus sincicial respiratório. Vamos conhecê-
lo melhor ao longo do capítulo.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 8


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

2.2 IMUNIZAÇÃO ATIVA

A Imunização Ativa ocorre quando há um estímulo para produção de anticorpos próprios, através dos antígenos. Antígenos são
substâncias estranhas ao corpo, que estimulam uma resposta imune.
Ela pode ocorrer de forma natural, pela exposição à doença, ou artificial, por meio das vacinas.
Vantagem: produz memória imunológica.
Desvantagem: os anticorpos demoram de 10 a 14 dias para serem produzidos, então, a proteção não é imediata.
Vamos explorar mais esse tópico!

CAPÍTULO

3.0 AS VACINAS
As vacinas são micro-organismos inteiros, ou parte deles, injetados no corpo para prevenção de doenças infecciosas.
Apesar de a maioria induzir uma boa proteção contra infecções, a resposta imune dos indivíduos é geneticamente
determinada, portanto as respostas às vacinas não são iguais. Isso explica por que temos reações adversas diferentes entre
os indivíduos e afirmamos que nenhuma vacina tem 100% de eficácia.

LEMBRE-SE
Infelizmente, nenhuma vacina protege 100%, mas elas podem diminuir a gravidade da doença, fazendo com
que o indivíduo afetado tenha uma forma branda de infecção.

Antes de nos aprofundarmos, vamos dar uma olhada no que foi mais frequente sobre vacinas em geral nos últimos anos?

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 9


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

Agora que você já sabe o que focar, podemos continuar.


Elas são divididas em dois grandes grupos: vivas atenuadas e inativadas.

3.1 VACINAS VIVAS ATENUADAS

São vacinas que contém o patógeno, entretanto, de uma Essa imitação do ciclo faz com que elas tenham como
forma enfraquecida, em que eles perderam a capacidade de vantagem proporcionar uma imunidade mais duradoura que as
produzir a doença nos imunocompetentes. inativadas, além de necessitarem de um número menor de doses
São elas: BCG, Rotavírus, Pólio Oral, Tríplice Viral, Tetra Viral, para criar proteção efetiva.
Varicela Isolada, Dengue e Herpes-zóster (Zostavax ™). Como desvantagem, são perigosas para imunodeprimidos,
Elas imitam o ciclo da doença, produzindo uma espécie de imunodeficientes e gestantes, pois mesmo um agente enfraquecido
infecção branda. É como se você ficasse doente, mas de uma forma pode causar doença nesses grupos.
leve. A partir daí, você cria anticorpos próprios contra a doença e A maioria delas é de aplicação subcutânea. (Se ligue nesse
fica protegido em futuros contatos com o patógeno. dado! Algumas questões pedem a via de administração das vacinas!)

3.2 VACINAS INATIVADAS

As Vacinas Inativadas não contêm o patógeno vivo, portanto não têm capacidade de produzir a doença e não imitam o ciclo de infecção.
São elas: Tríplice e Dupla Bacteriana, Meningocócicas, Pneumocócicas, Hepatites A e B, Haemophilus influenzae tipo B, Pólio Inativada,
HPV, Influenza, Raiva e Herpes-zóster (Shingrix™).
Veja nesta Tabela como podem ser compostas:

COMPOSTA POR EXEMPLOS


Patógenos mortos Vacina Inativada Contra Poliomelite
Fragmentos do patógeno Vacina da Gripe
Fragmento da cápsula polissacarídea, conjugada ou não a
Meningocócica C e Pneumocócicas
proteínas
Gene de um patógeno replicado em outro agente para que este
Vacina recombinante contra Hepatite B e
expresse uma proteína de superfície que seja antigênica ao ser
Herpes-zóster (Shingrix™)
aplicada no corpo
Toxina modificada Difteria e Tétano

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 10


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

Exatamente por não conterem o patógeno, elas têm como tétano são aplicadas cinco vezes em crianças menores de dois anos
vantagem serem seguras para imunodeprimidos, imunodeficientes e reforçadas a cada 10 anos. Já a vacina viva contra tuberculose é
e gestantes. Como desvantagens, a imunidade gerada pode ser aplicada em dose única ao nascer e não necessita de reforço ao
mais curta, necessitando de doses de reforço e precisarem de um longo da vida.
número maior de doses para produzir a imunidade ideal. A maioria delas são aplicadas intramuscular. Não se esqueça
Vamos exemplificar: as vacinas inativadas contra difteria e disso!

O quadro abaixo traz a distribuição das vacinas virais e bacterianas entre os grupos.

VIVAS ATENUADAS INATIVADAS

Difteria
Tétano
Coqueluche
Bacterianas BCG
Meningocócicas C, B e ACWY
Pneumocócicas 7, 10, 13 e 23 valente
Haemophilus influenzae tipo B

Rotavírus
Febre amarela
Hepatites A e B
Sarampo
HPV
Caxumba
Pólio inativada
Virais Rubéola
Raiva
Varicela
Influenza
Pólio oral
Herpes -zóster (Shingrix™)
Dengue
Herpes-zóster (Zostavax™)

Para lembrar sem decorar, a maioria das vivas atenuadas são virais, a exceção é a BCG. Já a maioria das inativadas são as bacterianas,
as exceções são as Hepatites, HPV, Pólio Inativada, Raiva e Influenza.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 11


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

Dúvidas?
Apite: “PRIHHH” e lembre quais são as
Virais Inativadas!

CAI NA PROVA

(HMASP 2023) Entre as opções abaixo, encontram-se vacinas de vírus vivo atenuado, EXCETO:
A) tríplice viral (sarampo, caxumba, rubéola).
B) varicela.
C) poliomielite oral (VOP).
D) hepatite A.
E) febre amarela.

COMENTÁRIOS

Entre as vacinas virais, apenas as "PRIHH" são inativadas: pólio inativada, raiva, influenza, hepatites A e B, HPV. As demais são vivas
atenuadas.

Correta a alternativa D

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 12


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

(ENARE - NACIONAL - 2022) Assinale a alternativa que apresenta um exemplo de vacina inativada oferecida pelo Programa Nacional de
Imunizações.
A) Poliomielite oral.
B) Rotavírus humano.
C) Hepatite A.
D) Tríplice viral.
E) Tetra viral.

COMENTÁRIO

As vacinas inativadas são as bacterianas (exceto a BCG) + as PRIHH (pólio inativada, raiva, influenza, hepatite A, hepatite B, HPV).

Correta a alternativa C.

3.4 COMO AS VACINAS FUNCIONAM

Há dois tipos de resposta a vacinas: Humoral e Celular.


Na humoral, os linfócitos B diferenciam-se em plasmócitos, responsáveis pela produção de imunoglobulinas IgM, IgG e IgA. Essa
resposta é mais pobre, inespecífica e responde a qualquer antígeno polissacarídeo, portanto é ativada tanto pelas vacinas vivas como pelas
inativadas.

Já, a resposta imune celular, composta pelos linfócitos T CD4 e CD8 é mais eficaz e
específica, porém ela responde apenas a peptídeos, como nas vacinas vivas atenuadas.
As bactérias das vacinas inativadas são compostas por cápsulas polissacarídeas,
então, para que consiga estimular essa resposta, é necessário conjugá-la a uma proteína.
As duas respostas formam células de memória que, em um segundo momento, se o
micro-organismo entrar em contato novamente com o antígeno, é reconhecido de imediato
pelo sistema imune, ativando a produção de anticorpos pelos linfócitos mais rapidamente.
RESPOSTA HUMORAL → Inespecífica e pobre. Vacinas vivas e inativadas.
RESPOSTA CELULAR → Específica e rica. Vacinas vivas ou inativadas conjugadas a proteínas.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 13


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

CAI NA PROVA
(UNIOESTE/PR/2015) Em relação às vacinas vivas ou atenuadas, assinale a alternativa INCORRETA.

A) O patógeno é cultivado para diminuir sua capacidade patogênica a partir de métodos químicos ou físicos; entretanto, ele mantém sua
capacidade antigênica.
B) A imunização com agentes vivos é geralmente preferível à imunização com vacinas mortas, devido à resposta superior e duração mais
prolongada.
C) São exemplos de vacinas vivas: a BCG, Febre Amarela, Sarampo, vacina contra hepatite B e rotavírus.
D) A vacinação por vacinas vivas tem por objetivo substituir uma infecção natural perigosa, por uma infecção não perigosa mas imunizante.
E) As vacinas vivas ou atenuadas promovem no indivíduo o desenvolvimento de imunidade humoral e celular

COMENTÁRIO

Observe que o examinador pede a incorreta!


Correta a alternativa A. O patógeno está presente, perdeu a capacidade de produzir doença em imunocompetentes, mas manteve o potencial
antigênico.
Correta a alternativa B. O patógeno vivo produz resposta imune maior e mais duradoura.

Incorreta a alternativa C. Hepatite B é uma vacina viral inativada, as demais são vivas atenuadas.

Correta a alternativa D. Esse é o princípio básico! Injetamos um patógeno que mimetiza o ciclo da doença, porém enfraquecido. Assim,
criamos uma resposta imune contra a doença grave.
Correta a alternativa E. O patógeno vivo atenuado estimula tanto a resposta humoral quanto a celular.

3.5 TIPOS DE VACINAS

Como as vacinas são compostas?


Elas podem ser ISOLADAS, quando contêm um único antígeno. Exemplo: Vacina isolada contra varicela.
Também podem ser COMBINADAS, quando contêm mais de um antígeno no mesmo frasco. Exemplo: vacina tetravalente, composta
de antígenos de sarampo, caxumba, rubéola e varicela. Atenção: vacinas vivas e inativadas não podem ser combinadas!
MULTIDOSES, quando contêm um único antígeno, com mais de uma dose no mesmo frasco. Exemplo: vacina contra febre amarela.
CONJUGADAS a uma proteína para aumentar a resposta imune ao estimular a resposta celular do linfócito T dependente, além da
humoral. Exemplo: vacina conjugada antimeningococo C.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 14


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

3.6 COADMINISTRAÇÃO

É seguro e eficaz coadministrar vacinas no mesmo dia. Vacinas inativadas, e inativadas e vivas, podem ser administradas no mesmo
dia ou com qualquer intervalo de tempo. Vacinas vivas, se não administradas no mesmo dia, precisam de 4 semanas de intervalo entre elas.

Administrar no mesmo dia


Inativada x Inativada
ou com qualquer intervalo de tempo

Administrar no mesmo dia


Inativada x Viva
ou com qualquer intervalo de tempo

Administrar no mesmo dia


Viva x Viva
ou com 4 semanas de intervalo entre elas

Há uma exceção e ela cai MUITO em prova! As vacinas que contém sarampo - tríplice ou tetra viral - com a febre amarela em crianças
menores de 2 anos, não podem ser administradas no mesmo dia. Deve ser respeitado um intervalo mínimo de 15 dias entre elas, 30 dias
idealmente. Estudos mostraram que há perda de imunogenicidade quando aplicadas juntas.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 15


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

É para decorar!
Mas, você pode aproveitar essa associação, que fica fácil:

NÃO

Imagine duas pessoas mortas (inativadas). Então, pode fazer as vacinas no mesmo dia,
Elas podem brigar? com qualquer intervalo de tempo!

NEM
PENSAR

Uma pessoa morta (inativada) e uma viva Então, pode fazer as vacinas no mesmo dia,
podem brigar? com qualquer intervalo de tempo!

SIM

Então, faça no mesmo dia, ou com 4 semanas


Duas pessoas vivas podem brigar?
de intervalo!

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 16


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

CAI NA PROVA

(PUC SOROCABA 2020) Lactente, 15 meses, comparece à Unidade Básica de Saúde para vacinação rotineira, com calendário atualizado até 12
meses. A mãe informa que o seu pai foi transferido para país da América do Sul que exige vacinação para febre amarela. Em 20 dias, viajarão
para lá, onde vão morar, em região que exige esta vacina. Das vacinas abaixo qual NÃO pode ser aplicada simultaneamente com a da febre
amarela?

A) Tetra viral.
B) Poliomielite.
C) Meningocócica C ou ACWY.
D) Tríplice bacteriana (DPT).

COMENTÁRIO

Lembre-se: estudos demonstraram que a vacina contra o sarampo, presente tanto na tríplice viral quanto na tetra viral, tem menor
imunogenicidade quando aplicada junto à vacina para febre amarela em pacientes menores de dois anos, então, não são administradas
simultaneamente.

Correta a alternativa A.

3.7 VACINAS X IMUNOBIOLÓGICOS

A coadministração de vacinas vivas atenuadas e de A administração de vacinas após transfusão de sangue


imunoglobulinas não é indicada, exceto em situações de alto risco. também segue o mesmo princípio e deve ser obedecido um
Pense comigo, quando injetamos imunoglobulina, estamos intervalo mínimo de 5 meses, de acordo com o Ministério da Saúde.
introduzindo anticorpos já prontos no organismo. A vacina viva Já, a coadministração com imunossupressores é
atenuada contém o patógeno enfraquecido, com o objetivo de contraindicada para vacinas vivas. O tempo recomendado entre a
induzir a formação de anticorpos próprios. Se juntarmos a vacina retirada dos medicamentos e a administração das vacinas atenuadas
com a imunoglobulina, os anticorpos exógenos combaterão os varia de acordo com a droga. Para o corticoide, o Ministério da Saúde
patógenos e impedirão a produção dos endógenos. Portanto, a e a Sociedade Brasileira de Imunizações referem um tempo mínimo
indicação é esperar, no mínimo, 2 semanas, mas, idealmente, no de 30 dias. A reintrodução dos medicamentos imunossupressores
mínimo, 3 meses entre um e outro. após a vacina deve respeitar o tempo mínimo de 3 semanas.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 17


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

Vacinas vivas atenuadas + Intervalo sugerido (Ministério da Saúde)

iImunoglobulina antitetânica 3 meses

Imunoglobulina anti-hepatite B 3 meses

Imunoglobulina antirrábica 4 meses

Imunoglobulina antivaricela zóster 5 meses

Concentrado de hemácias 5 meses

Plasma ou plaquetas 7 meses

Imunoglobulina terapêutica 1g/kg 10 meses


1,6 a 2g/kg 11 meses

Corticoterapia em dose imunossupressora 1 mês


Tabela: Intervalo entre vacinas vivas, imunoglobulinas e derivados de sangue.

3.8 VACINAS X ANTITÉRMICOS

Os estudos mostraram que há perda de imunogenicidade quando administramos antitérmicos antes ou imediatamente após a
vacinação, portanto eles são CONTRAINDICADOS. A única exceção é a vacina meningocócica B, que está liberada para ser aplicada com o
antitérmico paracetamol.

CAI NA PROVA

(UFMA/MA/2017) Qual vacina abaixo pode ser realizada o uso de antitérmico antes de sua administração, não afetando a imunorreatividade?

A) Pentavalente.
B) Meningococo B.
C) BCG.
D) Tríplice viral.

COMENTÁRIO

Apenas a vacina meningocócica B está liberada para o uso com o antitérmico paracetamol.

Correta a alternativa B.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 18


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

3.9 ESQUEMA VACINAL

O esquema vacinal depende de cada vacina e é definido como é feita aos 2, 4 e 6 meses na primovacinação e aos 15 meses e 4
o número de doses que deve ser feito para atingir a imunidade anos como reforço.
ideal. Ele precisa ser comprovado, por meio da carteirinha, do Quando o esquema vacinal estiver incompleto, devemos
registro eletrônico ou pela cicatriz vacinal, no caso da BCG. Para sempre completá-lo com as doses que faltam. Não há necessidade
lembrar, decore a rima: "sem comprovação, revacinação". de reiniciar a vacinação para nenhuma vacina. Exemplo: se um
Pacientes vacinados com menos doses que o número ideal adulto aplicou duas doses da vacina da hepatite B na infância, deve
podem apresentar a doença ou uma forma branda dela. aplicar mais uma dose agora para completar o esquema de três
A PRIMOVACINAÇÃO é a primeira série de vacinas que a doses.
criança recebe no primeiro ano de vida e o REFORÇO é o que for Confira a frase utilizada pela Sociedade Brasileira de
dado após esse período. Por exemplo: a vacina contra coqueluche Imunizações que define muito bem o caso:

“DOSE DADA NÃO É DOSE PERDIDA”

3.10 FALHA VACINAL

Como vimos, nenhuma vacina protege 100%, podem ocorrer falhas na própria vacina ou em quem recebe.

Falha Vacinal Primária: é a falha da própria vacina, por perda de imunogenicidade. Pode ser causada por contaminação, desvios de
temperatura ou problemas na fabricação.
Falha Vacinal Secundária: ocorre por problemas de imunidade do paciente, como em imunodeficiências primárias.

Vamos ver um exemplo cobrado em prova.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 19


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

CAI NA PROVA

(UNIFESP/SP/2016) Você recebe o resultado de uma cultura de liquor positiva para Haemophilus influenzae tipo B (Hib) de uma criança de
7 meses com meningite. Ao avaliar a sua carteira de vacinação, você observa que ela está em dia, com 3 doses da vacina pentavalente. A
conduta mais adequada após a recuperação clínica da criança é:

A) Investigar uma possível imunodeficiência.


B) Administrar uma dose de reforço da vacina Hib.
C) Repetir o esquema completo de 3 doses da vacina Hib.
D) Iniciar ampicilina como profilaxia de outras infecções bacterianas graves.
E) Investigar tuberculose como possível desencadeante do quadro meníngeo.

COMENTÁRIO

A questão fala sobre uma criança devidamente imunizada, que apresentou uma doença grave por um patógeno que deveria ter sido
evitado pela vacinação. Como a criança aplicou três doses da vacina, a chance das três terem falhado por causa da vacina (falha primária) é
muito pequena, então, nesse caso, temos que investigar a imunodeficiência dessa criança (falha secundária).

Correta a alternativa A.

3.11 IMUNIDADE DE REBANHO

Preste bem atenção neste conceito, pois ultimamente tem-


se ouvido falar muito dele!

A imunidade de rebanho ocorre quando temos dois grupos


de pessoas em uma mesma comunidade:
1) Imunizados para determinada doença, que precisam ser
a maioria.
2) Não imunizados para a tal doença, que precisam ser a
minoria.
O primeiro grupo, como está protegido, não irá se infectar
com a doença, assim, não será fonte de infecção para o segundo
grupo. É como se fizéssemos um casulo de proteção contra a
doença, que beneficiará aquele indivíduo não imunizado.

Agora, muita atenção, pois isso só vale para doenças com transmissão interpessoal!
Outro tipo de imunidade de rebanho ocorre na vacina contra poliomielite oral, em que os vírus vacinais enfraquecidos, excretados
pelas fezes, competem com os vírus selvagens na colonização do intestino, não deixando os patógenos selvagens infectarem a pessoa. Vamos
conhecer melhor a vacina em tópico específico.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 20


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

Deixo aqui um exemplo prático para fixar melhor o conceito. imunodeprimidos.


Um paciente X, de 28 anos, é HIV positivo, com atual O irmão Y pode se imunizar contra o sarampo? Pode e deve!
imunodepressão e mora com seu irmão Y de 18. Nenhum dos dois Assim, ele fica protegido contra a doença e não será fonte de
é imunizado contra o sarampo. infecção ao seu irmão. Essa é a imunidade de rebanho.
O irmão X pode se imunizar contra o sarampo? Não, pois essa Agora, vamos resolver uma questão bastante interessante
é uma vacina viva atenuada e não pode ser aplicada em pacientes sobre esse tema.

CAI NA PROVA

(USP 2022) Você trabalha como médico em uma Unidade de Saúde da Família e atende um paciente de 45 anos, lavrador, hígido, que foi
orientado a atualizar sua carteira vacinal pelo agente comunitário de saúde, mas recusou-se a fazê-lo. O paciente rejeitou a aplicação das
vacinas contra hepatite B e febre amarela, alegando que sua esposa e filhos são vacinados contra essas doenças e que, por isso, ele se sente
protegido contra elas.
Assinale, entre as alternativas abaixo, aquela que indica a melhor orientação a ser oferecida a esse paciente.

A) Explicar que a vacinação de sua família não confere a ele nenhuma proteção contra hepatite B nem contra febre amarela silvestre.
Recomendar a aplicação de ambas as vacinas.
B) Explicar que a vacinação de sua família não confere a ele nenhuma proteção contra hepatite B, mas sim contra a febre amarela silvestre.
Recomendar a aplicação da vacina contra hepatite B.
C) Explicar que a vacinação de sua família confere a ele, parcialmente, alguma proteção contra hepatite B e nenhuma contra febre amarela
silvestre. Recomendar a aplicação de ambas as vacinas.
D) Explicar que a vacinação de sua família confere a ele, parcialmente, alguma proteção contra hepatite B e parcialmente contra febre
amarela silvestre. Recomendar a aplicação de ambas as vacinas.

COMENTÁRIOS

Lembre-se de que a imunidade de rebanho é válida para infecções interpessoais.


Então, vamos analisar as vacinas em questão.
- Hepatite B: é recomendada para qualquer idade, no esquema de 3 doses.
A hepatite B é uma doença de transmissão interpessoal, através de secreções corporais, sendo a sexual a principal via.
O paciente recusa a vacinação, mas sua esposa está protegida. Sendo assim, a imunidade de rebanho funciona parcialmente, pois
ele estará protegido de infectar se pela via sexual, mas não por outras vias, como objetos contaminados (lâmina de barbear, alicate),
drogas injetáveis e por contato sexual com outras pessoas.
- Febre amarela: recomendada em dose única para adultos até os 59 anos.
A transmissão da febre amarela não é interpessoal, mas sim por meio de mosquitos infectados. Sendo assim, de nada adianta a
vacinação de sua família, visto que ele ainda poderá adoecer de febre amarela silvestre.
Portanto, é correto dizer que "a vacinação de sua família confere a ele parcialmente alguma proteção contra hepatite B e nenhuma
contra febre amarela silvestre. Recomendar a aplicação de ambas as vacinas".

Correta a alternativa C.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 21


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

3.12 A SALA DE VACINAÇÃO

As vacinas devem ser mantidas na temperatura de +2°C a +8°C e devem ter suas temperaturas medidas no início e no final do dia em
refrigerador exclusivo (não misturar com alimentos).
O profissional presente na sala de vacinação deve estar atualizado e capacitado. Ele deve avaliar a carteirinha de todos os pacientes
para verificar se o calendário vacinal está completo.

3.13 CONTRAINDICAÇÕES DAS VACINAS

Preste atenção, pois este tópico é o queridinho das provas de Residência!


As vacinas têm poucas contraindicações absolutas.
Anafilaxia em dose anterior e alergia grave a algum dos componentes contraindicam a vacina que provoca
alergia no paciente.
Imunodeprimidos, imunodeficientes e gestantes não devem aplicar vacina viva atenuada sob o risco de serem
infectados. As vacinas inativadas são seguras para esses pacientes.
Doença febril aguda contraindica a vacina no momento da doença, devendo ela ser aplicada após a resolução
do quadro. Agora, o que é doença febril aguda? O Ministério da Saúde não explica! Então, vamos determinar de
acordo com nossa prática clínica: é aquela criança com febre e queda do estado geral.

Decore
CONTRAINDICAÇÕES Anafilaxia em dose anterior
ABSOLUTAS DAS VACINAS
Alergia grave a algum componente

CONTRAINDICAÇÕES Imunodeprimidos gestantes


A VACINAS VIVAS

CONTRAINDICAÇÃO
Doença febril aguda
PONTUAL

3.13.1 FALSAS CONTRAINDICAÇÕES A VACINAS

Muitas vezes, o examinador colocará uma das situações abaixo para que você se confunda, não caia nessa, Estrategista! Elas não
contraindicam a vacinação.

• Uso de corticosteroides: apenas são contraindicados se utilizados em doses imunossupressoras. Corticoides inalatórios ou tópicos
não impedem a vacinação.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 22


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

DOSE IMUNOSSUPRESSORA: > 2mg/kg/dia ou 20mg/dia de Prednisona ou equivalente por 14 dias ou mais

• Doenças agudas afebris: resfriados, gripes e diarreias não contraindicam a vacina se o paciente não estiver febril.
• Uso de antibiótico, desde que não esteja em vigência de febre.
• História familiar de alergias e crises convulsivas.
• Dermatites: apenas devemos cuidar para não aplicar a vacina em cima do rash cutâneo.
• Choro e febre persistentes pós-vacinação prévia.
• Desnutrição: os desnutridos mantêm sua capacidade imune e são mais suscetíveis a adoecer, portanto, devem obrigatoriamente
ser vacinados.
• Filhos de mães HIV positivo: a criança exposta ao HIV vertical deve ser vacinada com todas as vacinas do calendário até que se
prove laboratorialmente ou clinicamente a imunodepressão. Vacinas inativadas podem ser feitas independentemente do estado
imune do paciente.
Veremos mais contraindicações quando explorarmos cada vacina individualmente.

CAI NA PROVA

(UFPB 2023) De acordo com o manual de normas de vacinação do Programa Nacional de Imunizações (PNI), a situação que constitui uma
contraindicação às vacinas de bactérias e vírus atenuados na infância é:
A) doença neurológica com sequelas.
B) antecedente familiar com histórico de convulsões.
C) impetigo.
D) desnutrição.
E) uso de 2 mg/kg/dia de prednisona durante os últimos 15 dias.

COMENTÁRIOS

Das situações acima, apenas a prednisona em dose imunossupressora contraindica a vacinação com agentes vivos.
Correta a alternativa E.

3.14 REAÇÕES ADVERSAS DAS VACINAS

As reações adversas variam de acordo com cada indivíduo. A maioria das vacinas apresenta apenas reações leves:
Locais: dor no local da aplicação, edema, enduração, eritema.
Sistêmicas: febre, mal-estar, dor no corpo.
As reações graves são raras e serão vistas quando falarmos individualmente em cada vacina. É importante saber que qualquer reação
grave ou que ocorra em surtos, isso é, um número de reações maior que o esperado para aquela população ou óbitos pós-vacinais, devem
ser notificados ao sistema de vigilância epidemiológica em até 24 horas.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 23


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

O Ministério da Saúde orienta a lactante a amamentar a criança imediatamente antes e durante a administração de
vacinas injetáveis, a fim de diminuir a dor. Se houver vacinas orais e injetáveis a serem administradas na mesma visita ao
serviço de saúde, deve-se administrar primeiramente a vacina oral e, posteriormente, iniciar a amamentação para que seja
realizada a administração das vacinas injetáveis.

3.15 AS “FAKE NEWS”

Vacinas são sempre polêmicas, não é à toa que hoje temos até alguns grupos antivacinação.
Principalmente, porque as pessoas acreditam em notícias falsas.
Vamos explorar as principais delas.
Vacinas causam autismo: nos anos 90, foi publicado um artigo que relacionava a vacina tríplice viral ao
autismo. O estudo, além de falho cientificamente, foi escrito por um autor que havia recebido dinheiro de um
escritório de advocacia envolvido com processos contra a indústria farmacêutica. O autor teve seu registro

de médico cassado e o artigo apagado do banco de dados, mas o estrago já estava feito. Esse artigo é o principal argumento dos grupos
antivacinas de hoje. Vários estudos posteriores não encontraram essa mesma associação.

Vacinas causam síncope: quando a vacina do HPV foi lançada, ocorreram alguns casos de adolescentes que sofreram desmaios ao se
imunizar. Estudos mostraram que esses episódios estavam relacionados a medo e ansiedade, não aos componentes vacinais.

Várias vacinas aplicadas ao mesmo tempo sobrecarregam o sistema imunológico: não há limites para aplicação de vacinas. Aplicar
mais de uma ao mesmo tempo é seguro e promove imunidade sem prejuízos.

Não é necessário se vacinar para doenças pouco prevalentes: essa é a maior causa de reintrodução de doenças na população, como
no caso do sarampo no Brasil. Apesar de poucos casos acontecerem em uma determinada população, devemos manter a cobertura vacinal
alta para nos protegermos de possíveis casos que venham de outros locais.

Quem já teve a doença não pode se vacinar: dois pontos são importantes aqui. Primeiro: muitas doenças têm sinais e sintomas
parecidos e podem ser confundidas, mas se a pessoa teve, comprovadamente, a doença, ela não precisaria aplicar a vacina. Segundo: o uso
da vacina mesmo em quem já se infectou não é contraindicado, elas podem ser aplicadas sem prejuízos.

CAPÍTULO

4.0 CALENDÁRIOS VACINAIS


Estrategista, esse é um tópico que precisa ser decorado, principalmente o calendário pediátrico. Não dá para ir à prova sem saber ele
na "ponta da língua". Dê uma olhada na estatística dos últimos anos e veja o quanto é importante essa faixa etária!

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 24


60%

12%
PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

FREQUÊNCIA DE QUESTÕES SOBRE CADA CALENDÁRIO NOS ÚLTIMOS 4 ANOS

14%

8% Pediátrico

6% Adultos Prematuros
60%

12% Gestantes Adolescentes

4.1 PROGRAMA Pediátrico


NACIONAL DE IMUNIZAÇÕES
Adultos Prematuros
Caro aluno, a maioria das questões cobrará conhecimento do Calendário do Programa Nacional de Imunizações
Gestantes Adolescentes
(PNI) do Ministério da Saúde. Ele pode ser dividido em calendário da criança, do adolescente, do adulto, do idoso. Os
indígenas também apresentam calendário próprio para cada faixa de idade, mas não vimos eles serem cobrados em
provas. É fundamental decorar os calendários para que você responda às questões e, claro, você deve encontrar a melhor
maneira de fazer isso.
Uma dica pessoal: desenhe o calendário em cada questão que você for responder. Facilitará a visualização e estimulará
sua memória.
CALENDÁRIO VACINAL DAS CRIANÇAS DO PNI

Ao 2 3 4 5 6 9 12 15 4a
VACINAS
nascer meses meses meses meses meses meses meses meses 6 anos

Dose
BCG
única

Dose
Hepatite B
única

Pentavalente
(Difteria,
1ª dose 2ª dose 3ª dose
tétano,
(2ª (3ª (4ª
coqueluche,
dose da dose da dose da
Hepatite B,
Hepatite Hepatite Hepatite
Haemophilus
B) B) B)
influenzae
tipo B)

Pólio inativada
1ª dose 2ª dose 3ª dose
(VIP/Salk)

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 25


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

Ao 2 3 4 5 6 9 12 15 4a
VACINAS
nascer meses meses meses meses meses meses meses meses 6 anos

Rotavírus 1ª dose 2ª dose

Pneumocócica
1ª dose 2ª dose Reforço
10-valente

1ª 2ª
Meningocócica Reforço
dose dose
C

1ª Reforço
Febre amarela
dose (4 anos)

Tríplice Viral
(Sarampo,
1ª dose
caxumba,
rubéola)

2ª dose
Tetra Viral sarampo,
(Sarampo, caxumba
caxumba, e
rubéola, rubéola
varicela) 1ª dose
varicela

DTP (Difteria,
tétano, Reforço Reforço
coqueluche)

Pólio Oral
Reforço Reforço
(VOP/Sabin)

Dose
Hepatite A
única

Varicela 2ª dose
isolada Varicela

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 26


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

CAI NA PROVA

(FAMEMA 2023) Criança, 6 anos, sexo feminino, previamente hígida, apresenta-se para consulta de rotina na unidade de saúde com todas as
vacinas em dia até os 15 meses de idade. De acordo com o Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde, a criança deve receber
as seguintes vacinas:
A) reforço da VIP para poliomielite, SCR e varicela, e reforço da hepatite A.
B) reforço da VOP para poliomielite, reforço da DTP, reforço da varicela e reforço da febre amarela.
C) reforço da VOP para poliomielite, reforço da DTP e dose única de ACWY.
D) reforço da VOP para poliomielite, reforço da DTP, dose única de ACWY e duas doses de HPV.

COMENTÁRIOS

Após os 15 meses, as próximas vacinas são aos 4 anos: reforço da DTP, reforço da VOP, varicela isolada e reforço da febre amarela.

Correta a alternativa B.

(SCMRP 2023) Lactente, 13 meses de idade, sexo feminino, procura Unidade Básica de Saúde para uma consulta de rotina e seu pediatra
verifica que a criança recebeu todas as vacinas recomendadas até os 9 meses de idade e indica a atualização das vacinas preconizadas para
essa idade. De acordo com o Programa Nacional de Imunizações, que vacinas ela deverá receber nesse dia?
A) Antipneumocócica-10 valente, antimeningocócica ACWY e vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola).
B) Antipneumocócica-10 valente, antimeningocócica ACWY e tetravalente viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela).
C) Vacina para a poliomielite oral, antipneumocócica-10 valente, antimeningocócica C e tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola).
D) Antipneumocócica-10 valente, antimeningocócica C e tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola).
E) Antipneumocócica-10 valente, antimeningocócica C, tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) e varicela.

COMENTÁRIOS

Entre 9 e 13 meses, temos vacinação aos 12 meses com reforço da meningocócica C, reforço da pneumocócica 10-valente e primeira dose da
tríplice viral.

Correta a alternativa C.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 27


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

(UFF 2021) Segundo o calendário rotineiro de vacinação da criança, do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde,
Brasil, as vacinas que devem ser aplicadas do nascimento até os seis meses de idade são:

A) BCG (1 dose – ao nascer); Hepatite B (1 dose – ao nascer); Pentavalente (3 doses – 2, 4 e 6 meses); Poliomielite (3 doses – VIP aos 2, 4 e
6 meses); Pneumocócica 10 valente (2 doses - aos 2 e 4 meses); Rotavírus humano (2 doses – 2 e 4 meses); Meningocócica C (2 doses – 3
e 5 meses).
B) Hepatite B (1 dose – ao nascer); BCG (1 dose – ao nascer); Pentavalente (3 doses – 2, 4 e 6 meses); Poliomielite (2 doses – VIP aos 2 e 4
meses,); Pneumocócica 10 valente (3 doses - aos 2, 4 e 6 meses); Rotavírus humano (2 doses – 2 e 4 meses); Febre Amarela (1 dose – 6
meses).
C) Hepatite B (1 dose – ao nascer); BCG (1 dose – 1 mês ); Pentavalente (2 doses – 2 e 4 meses); Poliomielite (2 doses – VIP aos 2 e 4 meses,);
Pneumocócica 10 valente (3 doses - aos 2, 4 e 6 meses); Rotavírus humano (2 doses – 3 e 5 meses); Meningocócica C (3 doses – 2, 4 e 6
meses);
D) BCG (1 dose – ao nascer); Hepatite B (1 dose – ao nascer); Pentavalente (3 doses – 2, 4 e 6 meses); Poliomielite (3 doses – VIP aos 2, 4
e 6 meses); Pneumocócica 10 valente (3 doses, aos 2, 4 e 6 meses); Rotavírus humano (3 doses – 2, 4 e 6 meses); Meningocócica C (2
doses – 3 e 5 meses).
E) Hepatite B (1 dose – ao nascer); BCG (1 dose – ao nascer); Pentavalente (3 doses – 2, 4 e 6 meses); Poliomielite (2 doses – VIP aos 2 e 4
meses,); Pneumocócica 10 valente (3 doses - aos 2, 4 e 6 meses); Meningocócica C (2 doses – 3 e 5 meses); Febre Amarela (1 dose – 6
meses).

COMENTÁRIOS

Ao nascimento, aplicamos: BCG e hepatite B.


Aos 2 meses: Pentavalente, Pneumocócica 10-valente, Rotavírus e Pólio inativada.
Aos 3 meses: Meningocócica C.
Aos 4 meses: Pentavalente, Pneumocócica 10-valente, Rotavírus e Pólio inativada.
Aos 5 meses: Meningocócica C.
Aos 6 meses: Pentavalente e Pólio inativada.

Correta a alternativa .

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 28


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

CALENDÁRIO VACINAL DOS ADOLESCENTES – 10 AOS 19 ANOS - DO PNI


Para não precisar decorar!
O calendário dos adolescentes é composto por:
• 2 vacinas próprias dos adolescentes: HPV e meningocócica ACWY.
• 1 vacina que gosto de chamar de grudenta ou de "chicleta", pois ela vai estar presente em todos os calendários a partir daqui: dT.
• 3 vacinas que "olham para trás", para o calendário anterior, pois, se já tiverem sido aplicadas, não precisam de novas doses:
hepatite B, febre amarela e tríplice viral.

VACINAS DOSES

9 a 14 anos
HPV
Duas doses

11 a 14 anos
Meningocócica ACWY
Dose única

Uma dose de reforço a cada 10 anos


Dupla bacteriana adulto (dT) Três doses, se não tiver o esquema
completo anteriormente

Três doses,
Hepatite B
se não tiver o esquema completo anteriormente

Febre amarela Dose única, se não tiver vacinação prévia

Tríplice viral Duas doses,


(sarampo, caxumba e rubéola) se não tiver o esquema completo anteriormente

CAI NA PROVA

(PSU MG 2023) Adolescente de 12 anos de idade procura o Posto de Saúde para atualização do cartão vacinal. A mãe informa que não
procurou o Posto de Saúde nos últimos três anos devido à pandemia de covid-19 e que, agora, gostaria de regularizar a situação vacinal de
seu filho. Em relação à vacinação desse adolescente, é CORRETO afirmar que:
A) se o adolescente ainda não recebeu nenhuma dose da vacina contra o HPV, deve receber apenas uma dose aos 12 anos.
B) se o adolescente ainda não recebeu nenhuma dose da vacina de febre amarela, deve receber duas doses com intervalo de um mês entre
elas.
C) se o adolescente recebeu duas doses da vacina tríplice viral, deve receber um reforço na adolescência.
D) se o adolescente recebeu três doses da vacina meningocócica C, deve receber a vacina ACWY.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 29


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

COMENTÁRIOS
Temos, aqui, um adolescente que precisa ser vacinado. Como a mãe diz que está atrasado na vacinação há apenas 3 anos, eliminamos
a necessidade da dT e das que "olham para trás". Resta-nos, então, vaciná-lo com 2 doses da HPV e 1 dose da ACWY. A única ressalva
nessa afirmativa é que ele irá receber a meningocócica ACWY independentemente de ter ou não feito o esquema completo prévio com a
meningocócica C.
Correta a alternativa D.

CALENDÁRIO VACINAL DO ADULTO – 20 AOS 59 ANOS - DO PNI


Esse é fácil! Aqui teremos:
• a "chicleta";
• as três que "olham para trás".

VACINAS DOSES

Uma dose de reforço a cada 10 anos


Dupla bacteriana adulto (dT)
Três doses, se não tiver o esquema completo anteriormente

Três doses,
Hepatite B
se não tiver o esquema completo anteriormente

Febre amarela Dose única, se não tiver vacinação prévia

Duas doses, se não tiver o esquema


Tríplice viral
completo anteriormente até os 29 anos
(sarampo, caxumba e rubéola)
Dose única dos 30 aos 59 anos

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 30


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

CALENDÁRIO VACINAL DO IDOSO – MAIOR DE 60 ANOS - DO PNI


No idoso temos:
• a "chicleta";
• apenas a hepatite B "olhando para trás";
• duas novas vacinas — influenza, pois idoso é grupo de risco, e pneumocócica 23-valente.

VACINAS DOSES

Uma dose de reforço a cada 10 anos


Dupla bacteriana adulto (dT) Três doses, se não tiver o esquema completo
anteriormente

Três doses,
Hepatite B
se não tiver o esquema completo anteriormente

Influenza Dose única anual

Uma dose para acamados ou moradores


Pneumocócica 23-valente
de instituições fechadas

CAI NA PROVA

(SES PERNAMBUCO 2022) Sobre o calendário nacional de vacinação do adulto e do idoso, assinale a alternativa INCORRETA.

A) Difteria e Tétano (dT) – reforço vacinal a cada 10 anos.


B) Pneumocócica 23-valente (Pncc 23) – reforço vacinal a cada 10 anos.
C) Influenza – conforme grupos prioritários – administrada em dose única anual.
D) Hepatite B – esquema básico deve iniciar ou completar 3 doses, de acordo com o histórico vacinal.
E) Febre Amarela – esquema básico administrado em dose única.

COMENTÁRIOS

Correta a alternativa A: a dT é aplicada a cada 10 anos em quem já tem o esquema primário completo.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 31


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

pelo PNI, a Pneumocócica 23 valente é dada em dose única para idosos acamados ou moradores de
Incorreta a alternativa B:
instituições fechadas.

Correta a alternativa C: a aplicação da Influenza é iniciada nos grupos prioritários, uma vez ao ano.
Correta a alternativa D: o esquema vacinal da Hepatite B é de 3 doses.
Correta a alternativa E: a Febre Amarela é dada em dose única após os 4 anos.

4.2 SOCIEDADE BRASILEIRA DE IMUNIZAÇÕES

Agora imagine se o custo não fosse limitado e pudessem ser vacinados todos os grupos etários com as vacinas licenciadas para eles.
Esse é o calendário da Sociedade Brasileira de Imunizações, que inclui tanto as vacinas do sistema público quanto do sistema privado.

CALENDÁRIO DA CRIANÇA (Clique aqui para ver este Calendário SBIM)

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 32


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

CALENDÁRIO DOS ADOLESCENTES (Clique aqui para ver este Calendário SBIM)

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 33


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

CALENDÁRIO DOS ADULTOS (Clique aqui para ver este Calendário SBIM)

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 34


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

CALENDÁRIO VACINAL DO IDOSO (Clique aqui para ver este calendário SBIM)

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 35


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

4.3 SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA

A Sociedade de Pediatria também tem seu calendário próprio. Ele é baseado no mesmo princípio da Sociedade de Imunizações e
recomenda as vacinas tanto do sistema público quanto do privado.

CALENDÁRIO VACINAL SBP (Clique aqui para ver este Calendário)

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 36


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

4.4 TABELA MS X SOCIEDADES

Sociedade Brasileira de Pediatria


Ministério da Saúde
Sociedade Brasileira de Imunizações

Opção de realizar 4 doses, como o Ministério da Saúde


Hepatite B 4 doses: ao nascer, com 2, 4 e 6 meses
ou 3 doses: ao nascer, com 2 e 6 meses.

Realizada com Pw – pertussis de células inteiras (whole Preferência à pertussis acelular (Pa) pela menor
DTP
cells). chance de eventos adversos.

VIP aos 2, 4 e 6 meses


Pólio Preferência à VIP em todas as doses.
VOP aos 15 meses e 4 anos

Haemophilus
Aplicada aos 2, 4 e 6 meses. Reforço dos 15 aos 18 meses.
influenzae B

Preferência à ACWY aos 3, 5 e 12 meses. Reforços aos


Meningocócica C aos 3, 5 e 12 meses.
Meningocócicas 4-6, 11-12 anos e 16 anos.
ACWY dos 11 aos 14 anos.
Meningocócica B aos 3, 5 e 12 meses.

Influenza Aplicada dos 6 meses aos 5 anos. Aplicada a partir dos 6 meses, sem limite de idade.

Hepatite A Dose única aos 15 meses. Duas doses: Aos 12 e 18 meses.

Varicela Aos 15 meses e 4 anos. Aos 12 e 15-24 meses.

HPV Dos 9 aos 14 anos. A partir dos 9 anos.

dT Aplicada a cada 10 anos após a última dose de DTPw. Realizar o reforço a cada 10 anos com a dTpa.

4.5 CALENDÁRIOS ESPECIAIS

Além desses, temos duas situações que você precisa conhecer, pois são muito cobradas em provas. O calendário das gestantes e dos
prematuros.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 37


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

4.5.1 CALENDÁRIO DAS GESTANTES

CALENDÁRIO VACINAL DA GESTANTE 2020 DO PNI


Aqui, temos 4 vacinas:
• duas vacinas próprias da gestante, que serão aplicadas todas as vezes que ela engravidar — influenza e dTpa;
• a hepatite B, mais uma vez, olhando para trás;
• e surpresa! A "chicleta", que será feita apenas se as doses anteriores da dT estiverem ausentes ou incompletas.

VACINAS DOSES

Influenza Uma dose anual

Uma dose a partir da 20ª semana de gestação até 45 dias


Tríplice bacteriana acelular (dTpa)
dos pós-parto

Três doses, se não tiver o esquema completo


Hepatite B
anteriormente

Duas doses, se não tiver o esquema completo


Dupla bacteriana adulto (dT) anteriormente. Completar o esquema de três doses com
uma dose de dTpa.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 38


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

CALENDÁRIO DA GESTANTE SBIM (Clique aqui para ver este Calendário)

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 39


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

As gestantes não devem utilizar vacinas vivas sob o risco de contraírem a doença. As vacinas indicadas de rotina, tanto no PNI quanto
na SBIM são a dT e hepatite B, caso não tenham se imunizado previamente. Influenza e dTpa em toda gestação, independentemente do uso
anterior.
As outras vacinas inativadas são feitas apenas sob recomendação médica e não estão disponíveis no PNI.

CAI NA PROVA

(UNICAMP 2021 - Discursiva) Mulher, 19a, G2P1A0C0, comparece à Unidade Básica de Saúde no dia 15 de abril de 2020 para consulta de pré-
natal. Data da última menstruação de certeza 15 de novembro de 2019. Traz carteira vacinal: tríplice viral (reforço há 3 anos), HPV (2 doses),
febre amarela (1 dose há 3 anos), antitetânica (3 doses, última há 10 anos), DTPa (1 dose há 2 anos, na sua primeira gestação), influenza
(última dose há 1 ano), Hepatite B (três doses há 2 anos, na sua primeira gestação).

AS DUAS VACINAS A SEREM REALIZADAS NESSA CONSULTA DE PRÉ-NATAL SÃO:


As vacinas indicadas de rotina para as gestantes são: dT, dTpa, Influenza e Hepatite B.
Como ela já possui o esquema completo para hepatite B e antitetânica, estão indicadas, nessa gestação, a dTpa (a partir de 20 semanas,
pelo PNI) e a Influenza (em qualquer idade gestacional).

4.5.2 CALENDÁRIO DOS PREMATUROS

Aqui, caro aluno, o que você precisa ter em mente é que os prematuros devem ser vacinados na idade cronológica. Não se deve corrigir
a idade gestacional!

PREMATUROS – VACINAR NA IDADE CRONOLÓGICA!

Então, a maioria das vacinas devem ser dadas na mesma idade das crianças nascidas a termo. Porém, algumas particularidades devem
ser levadas em conta, são elas:

CALENDÁRIO ESPECIAL DO PREMATURO DO PNI


VACINAS INDICAÇÃO
BCG Realizar apenas em bebês com mais de 2000g

Realizar obrigatoriamente 4 doses em menores de 1800g e/ou 33


Hepatite B
semanas

DTP Utilizar, preferencialmente, a DTPa (acelular)


Rotavírus e Pólio Oral Não utilizar em ambiente hospitalar
Aplicar nos meses de maior circulação do vírus sincicial
Palivizumabe
respiratório para pacientes selecionados

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 40


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

A vacina BCG deve ser realizada apenas em nascidos com porque causam menos efeitos colaterais, entre eles eventos
peso maior de 2000g, se não for o caso, esperar o bebê atingir esse cardiorrespiratórios e convulsões.
peso para vacinar. A rotavírus e a pólio oral têm excreção de vírus vacinais pelas
A hepatite B é indicada em três doses. No calendário fezes, portanto, não devem ser utilizadas em ambiente hospitalar.
infantil do PNI já é feita em quatro doses para as crianças, mas, no Por fim, o Palivizumabe é utilizado para prevenção contra
sistema privado, temos a opção de indicar apenas três doses. Aqui, o vírus sincicial respiratório em bebês nascidos com menos de
para prematuros menores de 1800 g e/ou 33 semanas de idade 32 semanas de idade gestacional, cardiopatas com repercussão
gestacional, é obrigatório realizar as quatro aplicações. hemodinâmica ou portadores de distúrbios pulmonares da
A DTP acelular é indicada em substituição da DTP de células prematuridade. Veremos suas indicações com detalhes mais
inteiras, principalmente em RNs internados em UTI neonatal, adiante.

CAI NA PROVA

(IAMSPE 2023) Acerca de imunizações em recém-nascidos prematuros, assinale a alternativa


A) Todos os bebês nascidos até 34 semanas devem receber palivizumabe.
B) A resposta imune pode ser inferior quando comparada à do bebê de termo.
C) As vacinas devem ser aplicadas de acordo com a idade corrigida.
D) A vacina contra o rotavírus pode ser livremente aplicada, mesmo em ambiente hospitalar.
E) Peso maior do que 2.000 g não é mais considerado critério para aplicação da BCG.

COMENTÁRIOS

Incorreta a alternativa A. O palivizumabe é aplicado apenas para menores de 32 semanas, cardiopatas com repercussão hemodinâmica ou
portadores de distúrbios pulmonares da prematuridade.
O bebê pré-termo é imaturo em tudo, inclusive na resposta imune, é por isso que temos que ter cuidados
Correta a alternativa B.
especiais com ele.
Incorreta a alternativa C. As vacinas são aplicadas em idade cronológica!
Incorreta a alternativa D. Rotavírus e pólio oral não podem ser aplicadas em ambiente hospitalar.
Incorreta a alternativa E. Ainda é critério, sim.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 41


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

4.5.3 CALENDÁRIO DOS CRIEs

CRIEs – Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais são centros pertencentes ao Ministério da Saúde que disponibilizam
vacinas e imunoglobulinas gratuitas para populações especiais. São elas:

• Imunocompetentes, mas comunicantes, suscetíveis de doenças transmissíveis ou que convivem com imunodeprimidos, profissionais
expostos a riscos biológicos e pós-exposição a doenças, viajantes para áreas endêmicas de doenças imunopreveníveis, pacientes
que apresentaram reações adversas à vacinação prévia e com doenças hemorrágicas.
• Gestantes pós-exposição a doenças imunopreveníveis.
• Prematuros e lactentes internados em UTIs neonatais.
• Imunodeprimidos com imunodeficiências congênitas ou adquiridas, transplantados, imunossuprimidos por medicamentos.
• Doentes crônicos, asplênicos, portadores de hemoglobinopatias.

Vamos conhecer ao longo do capítulo a atuação dos CRIEs nas imunizações


dos pacientes.
Bateu o desespero depois de ver todos esses calendários?
Calma! Relaxe!
Há muita coisa em comum entre eles e você não precisa decorar todos! Ao
longo do capítulo, vamos pontuar as diferenças para facilitar!

CAPÍTULO

5.0 ATUALIZAÇÕES
Os calendários vacinais mudam a cada ano e você precisa estar atualizado, pois os examinadores adoram cobrar as novidades nas
provas! Fique sempre ligado no Estratégia Med e fique em dia com o calendário vacinal!
Nos últimos 2 anos, as seguintes mudanças ocorreram.

• Ampliação da idade máxima para aplicação da vacina contra HPV em homens e mulheres portadores de HIV, transplantados ou
pacientes oncológicos em terapia imunossupressora. Agora, ela pode ser feita dos 9 aos 45 anos para ambos os sexos.

• Ampliação da idade de aplicação da vacina contra o HPV para meninos imunocompetentes. Agora, ela pode ser feita dos 9 aos 14
anos para ambos os sexos.
• Ampliação da idade de aplicação da vacina meningocócica ACWY para adolescentes de 13 e 14 anos.
• Atualização no protocolo de profilaxia pós-exposição à raiva humana.
• Lançamento no mercado brasileiro da vacina inativada contra herpes-zóster, Shingrix. Até então, só havia a vacina viva atenuada
Zostavax.
• Introdução da vacina bivalente contra SARS-CoV-2, do laboratório Pfizer.
• Lançamento no mercado privado da vacina Qdenga contra a dengue. Ela poderá ser aplicada independente do status sorológico
do paciente.
• Mudança no protocolo pós exposição da varicela. A imunoglobulina, antes aplicada em menores de 12 meses em contato hospitalar
com o vírus, passa a ser dada para menores de 9 meses. Acima dos 9 meses, está indicada a vacina.
• Introdução de uma dose a mais da vacina H. influenzae B para pacientes que utilizaram a DTPa no primeiro ano de vida.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 42


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

Agora, vamos explorar cada vacina individualmente e irei frisar para você o que é mais cobrado em provas.

Mas, antes, vamos dar uma olhada na frequência de cada vacina nas provas?

CAPÍTULO

6.0 BCG
BCG é uma vacina viva atenuada composta pela bactéria de origem bovina Mycobacterium bovis (atenção, a BCG não é produzida com
Mycobacterium tuberculosis!).
A administração é intradérmica em deltoide direito.

6.1 EVOLUÇÃO DA LESÃO

“Procurando bem todo mundo tem pereba, marca de bexiga ou vacina...”


A lesão provocada pela vacinação evolui em 6 a 12 semanas após a aplicação, tornando-se uma crosta e depois uma cicatriz. Por essa
evolução, a resposta à vacina demora cerca de 12 semanas, podendo se prolongar por até seis meses.

TEMPO TIPO DE LESÃO

Mácula avermelhada, com enduração de 5 mm a 15 mm de


1 a 2 semanas
diâmetro

3 a 4 semanas Pústula seguida de crosta

4 a 5 semanas Úlcera com a 10 mm de diâmetro

Após 6 a 12 semanas Cicatriz com 4 a 7 mm de diâmetro

Mácula. Fonte: Shutterstock. Pústula. Fonte: Shutterstock.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 43


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

Crosta por fora e úlcera central. Fonte: Shutterstock. Cicatriz. Fonte: Shutterstock.

CAI NA PROVA

(SCMSJC 2023) Mãe chega ao consultório com o filho de 1 mês e 5 dias preocupada porque o local em que foi administrada a vacina da BCG
apresenta uma lesão. Ao exame, é visualizada a formação de uma pústula e há dor à manipulação do membro. Assinale a alternativa correta.
A) Notificar o caso como evento adverso da vacina.
B) Iniciar tratamento com isoniazida na dose de 10 mg/kg/dia até a regressão completa da lesão.
C) Tranquilizar a mãe informando que se trata da evolução esperada para lesão vacinal, orientando limpeza com água e sabão.
D) Iniciar tratamento com antibiótico oral.

COMENTÁRIOS

A criança está com 4 semanas de vida e está seguindo a evolução habitual da vacina BCG. A conduta é apenas
Correta a alternativa C.
orientação dos pais e observação clínica.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 44


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

Lembra daquela música:

“Procurando bem todo mundo tem pereba,


marca de bexiga ou vacina...”?

6.2 PREVENÇÃO

Guarde essa informação! A vacina não protege contra a


infecção, nem desenvolvimento da tuberculose pulmonar, porém,
resguarda contra as formas graves da doença: tuberculose miliar
(disseminada) e meningoencefalite tuberculosa.

Tuberculose miliar

6.3 IDADE

A BCG deve ser aplicada ao nascer, em todos os bebês ele atingi-lo.


maiores de 2000 gramas. A recomendação do Ministério da Além disso, crianças maiores, adolescentes e adultos com
Saúde é não ultrapassar 4 anos, 11 meses e 29 dias. Caso o recém- situação vacinal desconhecida e sem cicatriz em deltoide direito
nascido não tenha esse peso, é necessário adiar a vacinação até devem receber uma dose.

6.4 REVACINAÇÃO

Não há necessidade de revacinar crianças sem cicatriz vacinal, nem realizar exames, simplesmente considere a criança como
imune.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 45


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

6.5 CONTRAINDICAÇÕES

• Pacientes imunossuprimidos, imunodeficientes e gestantes.


• Menores de 2000 g de peso.
• ​​Recém-nascidos de mães que utilizaram, durante os dois últimos trimestres da gestação, drogas imunomoduladoras que atravessam
a barreira placentária.

6.6 SITUAÇÕES ESPECIAIS

Bebês de mães HIV positivo, independentemente do isoniazida ou rifampicina e manter a medicação por 3 meses. Após
tratamento materno, devem receber a vacina ao nascer, pois esse período, realizar PPD, se não reativo, vacinar. Se reativo, não
ainda não temos comprovação clínica nem laboratorial de vacinar e manter a isoniazida por mais 3 meses. Outra opção de
imunossupressão. Crianças mais velhas só devem ser vacinadas se medicação para a profilaxia primária é a rifampicina. Se o PPD
não forem imunodeficientes. estiver reativo no terceiro mês, a profilaxia deve ser mantida por
Filhos de mãe com tuberculose bacilífera ativa no momento mais 1 mês. Observe o fluxo abaixo.
do parto não devem ser vacinados ao nascer. Devem iniciar

Iniciar QP
primária

3 meses depois,
PPD ≥ 5mm PPD < 5mm
fazer PPD

Isoniazida: manter
QP por mais 3 a 6 Suspender QP e
meses e não vacinar vacinar com BCG
Rifampicina: manter
QP por 1 mês

A amamentação desses RNs está liberada, desde que a mãe utilize máscara durante esse contato da amamentação.
Contactantes de Hanseníase. Maiores de um ano que tenham contatos intradomiciliares com portadores de hanseníase devem ser
vacinados com uma dose a mais de BCG.

LEMBRETE!
FILHOS DE MÃES HIV POSITIVAS: Vacinar ao nascer.
FILHOS DE MÃE COM TUBERCULOSE BACILÍFERA: Não vacinar ao nascer.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 46


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

CAI NA PROVA

Sobre a Vacina BCG (bacillus de Calmette-Guérin), é correto afirmar, EXCETO:


A) é produzida com bacilos vivos atenuados.
B) é administrada por via intradérmica.
C) imunodeficiência congênita contraindica sua aplicação.
D) é adiada em recém-nascidos com peso inferior a 2.000 g.
E) crianças expostas ao HIV no período perinatal não devem receber a vacina ao nascimento.

COMENTÁRIOS

Observe que estamos buscando a incorreta!


Correta a alternativa A. Essa é uma vacina viva atenuada.
Correta a alternativa B. Ela é de administração intradérmica.
Correta a alternativa C. Como é uma vacina viva atenuada, as imunodeficiências contraindicam sua aplicação.
Correta a alternativa D. Só pode ser aplicada em pacientes com mais de 2.000 g.

Incorreta a alternativa E. Até que se prove imunodeficiência, os filhos de mães HIV positivas fazem todas as vacinas do calendário.

(UNICAMP 2023) Menino, 15 dias de vida, é trazido para consulta de puericultura em aleitamento materno exclusivo, assintomático.
Antecedente pessoal: uma dose de vacina de hepatite B. Contactante domiciliar iniciou tratamento de tuberculose pulmonar há um dia.
Exame físico sem alterações, com ganho ponderal de 30 g/dia em relação à alta hospitalar. A CONDUTA É:
A) prescrever rifampicina oral por 3 meses e, após, indicar teste tuberculínico.
B) prescrever isoniazida oral por 3 meses e, após, indicar a vacina BCG.
C) indicar a vacina BCG.
D) indicar teste tuberculínico.

COMENTÁRIOS

Estrategista, atente-se ao fato de que, no histórico vacinal da criança, temos apenas a hepatite B, então ele não foi vacinado com a BCG na
maternidade. Como agora ele é contactante de bacilífero, temos que, ao invés de vaciná-lo,iniciar quimioprofilaxia e testar o PPD em 3 meses.

Correta a alternativa A.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 47


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

6.7 REAÇÕES ADVERSAS

São pouco frequentes. Pode ocorrer enfartamento Pode ocorrer também disseminação hematogênica do
ganglionar único ou múltiplo, localizado em região axilar, supra ou bacilo, mas isso é raro. Nesses casos, precisamos pesquisar
infraclavicular homolateral à vacina. Ele é móvel, indolor e mede imunodeficiências.
até 3cm de diâmetro, não acompanhado de sintomas sistêmicos e Vamos ver uma tabela com os principais eventos.
não necessita de tratamento.

EVENTO ADVERSO CONDUTA

Enfartamento ganglionar axilar, supra ou infraclavicular,


Expectante
homolateral à vacina, único ou múltiplo, móvel, indolor, <3cm

Notificar
Limpeza local
Úlcera >1cm Evitar medicamentos tópicos
Se não cicatrizar: iniciar isoniazida 10mg/kg/dia até a
regressão da lesão

Abscessos subcutâneos frios com ou sem fístula Notificar


(relacionados à aplicação errônea subcutânea) Iniciar isoniazida 10mg/kg/dia até a regressão da lesão

Notificar
Abscessos subcutâneos quentes com ou sem fístula
Considerar o uso de antimicrobiano sistêmico com cobertura
(relacionados à infecção cutânea por bactérias de pele)
para pele

Notificar
Granulomas Se não cicatrizar: iniciar isoniazida 10mg/kg/dia até a
regressão da lesão

Linfadenopatia maior que 3 cm sem supuração Notificar e observar

Notificar
Linfadenopatia maior que 3 cm com supuração
Iniciar isoniazida 10mg/kg/dia até a regressão da lesão

Queloide Expectante

Notificar
Iniciar esquema tríplice: isoniazida 10mg/kg/dia, rifampicina
Reação lupoide
10mg/kg/dia, etambutol 25mg/kg/dia por dois meses, seguido
de isoniazida e rifampicina por mais 4 meses

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 48


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

CAI NA PROVA

(FELUMA 2023) Você está atendendo em uma Unidade Básica de Saúde e é chamado na sala de vacina para avaliar um lactente de 5 meses
de vida, que recebeu a vacina BCG ao nascimento. Hoje, ele apresenta lesão ulcerada com 3 cm de diâmetro, não cicatrizada, no local da
aplicação. Com relação ao quadro clínico descrito acima, assinale a alternativa CORRETA.
A) Trata-se de evento adverso da vacina BCG, sendo indicada prescrição de isoniazida até cicatrização completa da lesão.
B) Trata-se de evolução normal da vacina BCG, sendo orientado aguardar resolução espontânea até os 6 meses de vida.
C) Trata-se de evento adverso da vacina BCG, sendo indicada biópsia da lesão e pesquisa de imunodeficiência.
D) Trata-se de evolução normal da vacina BCG, sendo orientado apenas curativo com antibiótico tópico.

COMENTÁRIOS

Estrategista, seguindo a evolução normal da lesão, com 5 meses, a criança deveria ter uma cicatriz. Além disso, a úlcera é maior do que
10 mm, portanto esse é um evento adverso da BCG. Como ela não está cicatrizada, a conduta é iniciar isoniazida 10 mg/kg/dia até a regressão
da lesão.

Correta a alternativa A.

(HOSPITAL ALBERT EINSTEIN 2022) Lactente de 2 meses de vida é levado à Unidade Básica de Saúde porque, há 2 dias, a mãe notou uma
lesão eritematosa, indolor, que tem aumentado de tamanho, em braço direito. Ao exame, a criança apresenta um abscesso frio, de 2 cm
de diâmetro, com um ponto de flutuação, na região ao redor do local de aplicação da vacina BC-ID. Nesse caso, a melhor conduta entre as
seguintes opções é:.
A) isoniazida até a completa resolução da lesão.
B) rifampicina por 6 meses.
C) tranquilizar os pais e observar a resolução espontânea da lesão.
D) antibiótico para bactérias Gram-positivas por 21 dias.

COMENTÁRIO

Abscessos frios estão relacionados a erro na aplicação e deverão ser tratados com isoniazida até sua resolução.
Correta a alternativa A

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 49


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

(UFMT 2021) Mãe leva seu filho para consulta de puericultura e, na queixa principal, relata que está preocupada, pois seu filho tem 10 meses
de idade e não possui a cicatriz da vacina BCG no local aplicado. O médico confirma o registro da vacina, na caderneta de vacinação, ao
nascimento.
Assinale a afirmativa correta segundo recomendações do Programa Nacional de Vacinação do Ministério da Saúde do Brasil.

A) Revacinar uma vez com BCG, porque a ausência de cicatriz de BCG após a vacinação aumenta o risco de infecção pela Mycobacterium
tuberculosis.
B) Não há indicação de revacinar, pois a ausência de cicatriz de BCG após a vacinação não é indicativa de que não há proteção contra
Mycobacterium tuberculosis.
C) Revacinar, porque a criança não apresenta cicatriz vacinal e já se passaram 6 meses da dose aplicada.
D) Deve-se realizar a prova tuberculínica (PPD), pois já se passaram 6 meses da dose aplicada. Caso o teste seja negativo, deve-se revacinar
uma vez com a BCG.

COMENTÁRIOS

Como a criança, comprovadamente, aplicou a BCG, ela é considerada imune e não precisa revacinar.

Correta a alternativa B.

Facilitando para você:

TOP 5 DOS PONTOS QUE MAIS APARECEM NAS PROVAS

1. Aplicada ao nascer em maiores de 2000 gramas.


2. Conduta nos eventos adversos.
3. Não revacinar na ausência de cicatriz vacinal.
4. RNs filhos de mãe HIV positiva devem receber a vacina ao nascer.
5. 5. RNs filhos de mãe com tuberculose bacilífera não devem receber a vacina, e sim iniciar
isoniazida.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 50


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

CAPÍTULO

7.0 HEPATITE B

A vacina para Hepatite B é inativada, constituída por proteínas de


superfície do vírus da doença, obtidas por meio da técnica de DNA recombinante.
Nessa técnica, isola-se o gene do vírus que codifica as proteínas de superfície,
transfere-o para leveduras que clonam essas proteínas. Posteriormente, elas são
extraídas e purificadas para servirem como antígenos.
A administração é intramuscular.

7.1 PREVENÇÃO

A vacina protege contra infecção pelo vírus da hepatite B, que pode causar cirrose e câncer de fígado.

7.2 IDADE

Ela está disponível para todas as faixas etárias no esquema de três doses, sendo o intervalo entre as doses de um mês da primeira para
a segunda e de 6 meses entre a primeira e a terceira. (0-1-6 meses).

No calendário da criança do PNI, estão indicadas quatro doses das vacinas. A primeira ao nascer, para todas as crianças,
independentemente de idade gestacional e peso; as outras três aos 2, 4 e 6 meses dentro da vacina combinada pentavalente, que conheceremos
a seguir. As Sociedades definem como possível o uso de três ou quatro doses em menores de um ano.
Para recém-nascidos, o Ministério da Saúde orienta que ela seja aplicada o mais precocemente possível, nas primeiras 24 horas,
preferencialmente nas primeiras 12 horas, ainda na maternidade ou na primeira visita ao serviço de saúde, com até 30 dias de vida.

HEPATITE B NO PNI: Ao nascer, 2, 4 e 6 meses.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 51


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

7.3 REAÇÕES ADVERSAS E CONTRAINDICAÇÕES

As contraindicações mais comuns são as locais: dor local, edema e eritema. As sistêmicas podem ser febre e mal-estar. Elas não
contraindicam doses subsequentes da vacina.
A púrpura trombocitopênica idiopática associada à vacinação é rara e surge até dois meses após a aplicação. Consiste em púrpuras,
petéquias, equimoses e sangramentos associados com trombocitopenia, sem outra causa diagnóstica. Ela contraindica doses subsequentes
da vacina.
Por ser inativada, é segura para imunodeprimidos e gestantes.

PACIENTES ESPECIAIS
Transplantados de órgãos sólidos, com neoplasia em tratamento imunossupressor e pacientes renais crônicos fazem obrigatoriamente
4 doses, com a dose dobrada.

SOROLOGIA
A sorologia NÃO é obrigatória após a imunização, exceto para casos especiais, como hepatopatas, imunodeprimidos, diabéticos,
doentes renais crônicos e profissionais da saúde.
O tempo ideal para a coleta de sorologia é de 30 a 60 dias após a última dose da vacina. É considerado imunizado aquele que apresenta
anti-Hbs maior que 10UI/mL.

7.4 IMUNOGLOBULINA ANTI-HEPATITE B

É feita com plasma de indivíduos submetidos recentemente à vacinação e contém anticorpos


anti-HBsAg em dose única intramuscular.
É indicada para indivíduos suscetíveis pós-exposição à doença em casos de:
• RNs filhos de mãe HBsAg positivas;
• Vítimas de acidentes com material biológico;
• Comunicantes sexuais de casos agudos de hepatite B;
• Vítimas de violência sexual;
• Imunodeprimidos mesmo que previamente vacinados.
Fonte:Shutterstock

7.5 SITUAÇÕES ESPECIAIS

Acorde!
RNs Filhos de Mães HBsAg Positivas:
Nesse caso, está indicada ao nascer, além da vacina contra hepatite B, uma
dose de imunoglobulina anti-hepatite B em até 12 a 24 horas após o parto, em
dose única. Elas devem ser aplicadas em grupos musculares diferentes, ou seja, se
uma for aplicada na coxa direita, a outra será aplicada na coxa esquerda. Quando
a situação da mãe em relação ao vírus da hepatite B for desconhecida, aplicamos
somente a vacina e solicitamos a pesquisa de HBsAg na mãe, caso resultado positivo,
ATENÇÃO ESTRATEGISTA!
aplicamos a imunoglobulina para o RN até o sétimo dia de vida.
TÓPICO MUITO RECORRENTE EM
PROVAS DE RESIDÊNCIA!

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 52


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

VACINA + IMUNOGLOBULINA
MÃES HBsAg POSITIVAS EM ATÉ 12 A 24 HORAS
APÓS O PARTO

RNs Prematuros:

A vacina é indicada ao nascer para todos os neonatos, independentemente do peso e da idade gestacional. Entretanto, crianças com
peso de nascimento menor ou igual a 2 quilos, ou com idade gestacional menor de 33 semanas, devem obrigatoriamente aplicar quatro
doses.

CAI NA PROVA

(FAMERP/SP/2022) Recém-nascido a termo com peso 3,5 kg, mãe com HBsAg+, nega uso de imunobiológicos durante a gestação, não sabia
do diagnóstico até a data do parto e não sabe seu histórico vacinal, qual é a conduta em relação ao recém-nascido?
A) Realizar vacinação e imunoglobulina contra hepatite B o mais precoce possível.
B) Realizar imunoglobulina humana contra hepatite B nas primeiras 12 horas e aguardar 7 dias para vacinação contra hepatite B.C.
C) Realizar vacinação contra hepatite B e coletar exame do RN para decidir sobre a necessidade de realizar imunoglobulina.
D) Realizar vacinação contra hepatite B nas primeiras 12 horas, aguardar 7 dias para realizar imunoglobulina humana contra hepatite B.

COMENTÁRIO

No caso de filhos de mãe com HbsAg positivo, está indicada ao nascer, além da vacina contra hepatite B, uma dose de imunoglobulina
anti-hepatite B em até 12 horas após o parto, em dose única.

Correta a alternativa A.

(INTO 2022) Considerando um recém-nascido de 32 semanas com peso de 1700 g, filho de mãe HbsAg negativa, segundo o Programa Nacional
de Imunização (PNI), a vacina para Hepatite B deverá ser aplicada da seguinte forma:

A) Primeira dose nas primeiras 12 horas e complementar com mais três doses (2,4 e 6 meses);
B) Administrar a primeira dose nas primeiras 12 horas e complementar com mais duas doses (2 e 4 meses);
C) Por ter idade gestacional < 33 semanas, a vacinação deve ser adiada até que a idade gestacional corrigida seja de 36 semanas;
D) Devido ao baixo peso ao nascer (< 2OOO g), o neonato deverá receber uma dose de reforço, totalizando cinco doses;
E) O baixo peso e a idade gestacional são contraindicações à vacina neste momento, estando indicada a imunoglobulina humana anti-
hepatite B.

COMENTÁRIOS

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 53


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

Para menores de 33 semanas e/ou de 2000 g, obrigatoriamente indicamos 4 doses da vacina contra hepatite B, no esquema 0,2,4
e 6 preferencialmente.

Correta a alternativa A.

Transplantados de órgãos sólidos que necessitem quimioterapia, corticoterapia ou radioterapia, pacientes renais crônicos pré-diálise
ou hemodialisados, precisam obrigatoriamente de quatro doses da vacina com o volume de administração dobrado.

Profissionais de saúde:

Devem aplicar as três doses da vacina e, após, realizar sorologia para confirmar a imunidade. São considerados imunizados aqueles
com anticorpos anti-HBs >10 UI/ml.

Facilitando para você:

TOP 3 DOS PONTOS QUE MAIS APARECEM NAS PROVAS

1. Se aplicada na criança, esquema de 4 doses: ao nascer e aos 2, 4 e 6 meses de idade


2. Esquema vacinal de três doses para outras idades, com intervalos de 0 - 1 - 6 meses.
3. Filhos de mães HBsAg positivas devem receber vacina e imunoglobulina em até 12 horas
após o parto.

CAPÍTULO

8.0 FAMÍLIA DTP


As vacinas contra Difteria, Tétano e Coqueluche (pertussis) andam juntas, em vacinas combinadas inativadas, administradas por via
intramuscular, que chamamos de “Família DTP”. Elas contêm toxoide diftérico, toxoide tetânico, bactérias Bordetella pertussis mortas ou
antígenos da coqueluche.
As vacinas que contêm esses componentes serão estudadas a seguir. São elas: DTPw, DTPa, DT, dT e dTpa.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 54


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

8.1 PREVENÇÃO

Difteria (Crupe): doença causada pela bactéria tétano acidental, causado por uma porta de entrada cutânea. Os
Corynebacterium diphtheriae que causa febre e pseudomembrana sintomas são crises convulsivas e contraturas musculares, que
em orofaringe, que pode se estender para vias aéreas e dificultar podem levar à insuficiência respiratória e ao óbito.
a respiração, além de linfonodomegalia cervical. Suas toxinas Coqueluche: infecção respiratória aguda causada pela
também podem disseminar-se e causar paralisia muscular, bem bactéria Bordetella pertussis que causa tosse persistente, podendo
como miocardite. estar associada à hipoxemia, insuficiência respiratória e levar ao
Tétano: doença causada pelas toxinas da bactéria Clostridium óbito lactentes jovens.
tetani. Pode causar o tétano neonatal, ou seja, quando o neonato Agora, vamos desenrolar a “sopa de letrinhas” da família
se infecta através de bactérias presentes no coto umbilical; ou o DTP.

8.2 DTPW – TRÍPLICE BACTERIANA INFANTIL DE CÉLULAS INTEIRAS

É uma vacina inativada que contém toxoides diftérico, Hepatite B + Haemophilus influenzae tipo B).
tetânico e bactérias Bordetella pertussis inativadas (mortas). Por A pentavalente está indicada no esquema de três doses, aos
conter a Bordetella inteira, ela é chamada de DTP de células inteiras. 2, 4 e 6 meses. Os reforços são aplicados aos 15 meses e 4 a 6 anos
Está presente no Programa Nacional de Imunizações dentro da com a DTPw. Idade máxima de aplicação: 7 anos.
vacina pentavalente, também chamada de Penta Brasil (DTPw +

PENTAVALENTE = DTPw + HEPATITE B + Haemophilus influenzae TIPO B


Aplicada aos 2, 4 e 6 meses.

REFORÇO COM DTPw


Aplicada aos 15 meses e 4 anos

8.3 DTPA - TRÍPLICE BACTERIANA INFANTIL ACELULAR

Vacina inativada que contém os toxoides diftérico, tetânico 7 anos.


e antígenos inativados da Bordetella pertussis: toxoide pertussis, Está disponível no sistema privado de imunizações, dentro
pertactina e hemaglutinina filamentosa. Pela ausência do micro- das vacinas hexavalente (DTPa + Hepatite B + Haemophilus
organismo inteiro, é chamada de DTP acelular. influenzae tipo B + Pólio inativada) ou pentavalente privada (DTPa +
Indicada no esquema de cinco doses, aos 2, 4 e 6 meses, com Haemophilus influenzae tipo B + Pólio inativada).
reforços aos 15 meses e 4 a 6 anos. Idade máxima de aplicação:

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 55


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

Não confunda!

Pentavalente do PNI:
DTPw + Hepatite B + Haemophilus influenzae tipo B

Pentavalente do Sistema Privado:


DTPa + Haemophilus influenzae tipo B + Pólio inativada

Por ser acelular, ela apresenta menos reações adversas, e é igualmente imunogênica, em comparação com a DTPw.
Ela também está disponível nos CRIEs para pacientes especiais. De acordo com o "Manual dos Centros de Referência Para Imunobiológicos
Especiais - 2023", são eles:
Pacientes que apresentaram eventos adversos graves com a aplicação da vacina pentavalente com componente de células inteiras:

• Convulsões nas primeiras 72 horas pós-vacinação.


• Episódio hipotônico-hiporresponsivo nas primeiras 48 horas após a vacinação.

Crianças com risco aumentado de desenvolvimento de eventos graves à vacina pentavalente com componente de células inteiras:

• Doença convulsiva crônica.


• Cardiopatias ou pneumopatias crônicas com risco de descompensação em vigência de febre.
• Doenças neurológicas crônicas incapacitantes.
• Crianças com neoplasias e/ou que necessitem de quimio, radio ou corticoterapia.
• RN que permaneça internado na unidade neonatal por ocasião da idade de vacinação.
• RN prematuro extremo (menor de 1.000 g ou 31 semanas).

8.4 DT – DUPLA BACTERIANA INFANTIL

Vacina inativada que apresenta apenas toxoides diftérico e tetânico, sem o componente da coqueluche. Indicada para pacientes que
não podem receber a DTPw ou a DTPa por terem apresentado encefalopatia em até 7 dias após essas vacinas.
Disponível apenas nos CRIEs para menores de 7 anos.

8.5 DT – DUPLA BACTERIANA ADULTA

Vacina inativada que apresenta toxoide diftérico em menor volume que as anteriores (preste atenção em como o “d” está em
minúsculo!) e toxoide tetânico.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 56


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

Indicada como reforço a cada 10 anos após a última dose de DTPw ou DTPa, o que ocorre geralmente dos 4 aos 6 anos. Indicada para
maiores de 7 anos. Caso o paciente não tenha sido vacinado anteriormente ou não tenha comprovação vacinal, devemos aplicar 3 doses com
intervalos de 2 meses entre a primeira e a segunda e 4 meses entre a primeira e a terceira (0-2-4m).
Disponível no PNI para maiores de 7 anos.

8.6 DTPA – TRÍPLICE BACTERIANA ADULTA ACELULAR

Vacina inativada que apresenta toxoide diftérico em menor no sistema privado de imunizações.
volume que as infantis, toxoide tetânico e componente acelular da No PNI, está indicada para gestantes da 20ª semana
coqueluche. de gravidez até os 45 dias após o parto em dose única, e para
Indicada pelas Sociedades para reforço a cada 10 anos, em profissionais de saúde que atuam em salas de parto a cada 10 anos.
substituição da dT em maiores de 7 anos, mas disponível apenas

ESQUEMA VACINAL DA GESTANTE

Vacinação da gestante contra difteria, tétano e pertussis


Se previamente vacinada com 3
Aplicar uma dose de dTpa a partir de 20 semanas de gestação.
doses de DTP
Se esquema incompleto para DTP Aplicar 1 ou 2 doses de dT que faltam + 1 dose de dTpa a partir de 20 semanas de gestação.
ou esquema desconhecido Intervalo de 60 dias entre elas.

Mas, por que é tão importante aplicar a vacina contra coqueluche em gestantes?

Caro aluno, visualize o cenário da coqueluche. A última dose a doença e suas complicações podem até levar ao óbito. Hoje,
aplicada pelo Ministério da Saúde é aos 4 anos, na DTP. Sabe-se para evitar esse cenário, é indicada a vacinação de gestantes com
hoje que a vacina não confere imunidade para a vida toda, portanto, a vacina dTpa, assim elas desenvolvem anticorpos e transferem-
após aproximadamente 10 anos, todos os vacinados voltam a ser os ao feto, que nasce protegido até que desenvolva seus próprios
suscetíveis à infecção e podem desenvolver a doença. anticorpos através da sua vacinação.
Nos bebês, aplica-se a vacina DTP apenas aos 2 meses de Todas as gestantes, a partir da 20ª semana, devem ser
idade, portanto, antes disso, estão suscetíveis por todo esse vacinadas. A indicação é estendida ao puerpério, mas, veja bem, se
período. Ao aplicar a primeira dose da vacina, desenvolvem aplicada após o parto, não há transferência de anticorpos pelo leite
proteção parcial, a proteção ideal só será atingida na terceira dose, materno, há apenas a proteção da mãe, prevenindo-a de infectar-
aos 6 meses. Por isso, até essa idade, os bebês podem desenvolver se e transmitir a doença.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 57


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

Observe a figura abaixo.

CAI NA PROVA

(SANTA CASA DE SÃO PAULO/SP/2019) A coqueluche é uma doença caracterizada por um quadro potencialmente grave em lactentes,
especialmente entre os que têm menos de três meses de vida. Considerando essa informação, assinale a alternativa que apresenta a estratégia
atualmente adotada no Brasil que se mostrou efetiva e segura para reduzir a morbidade e a mortalidade por essa doença em lactentes nos
primeiros meses de vida.

A) vacinação de todos os contactantes do recém nascido com a vacina tríplice acelular


B) vacinação do recém-nascido com vacina tríplice acelular (DTPa) nas primeiras doze horas de vida, antes da alta da maternidade
C) vacinação do lactente, a partir dos dois meses de vida, com a vacina tríplice acelular (DTPa)
D) vacinação da gestante com a vacina tríplice acelular (dTpa) a partir da 20.ª semana de gestação
E) vacinação da gestante com a vacina tríplice de células inteiras (DTP), entre a 32.ª e a 36.ª semana da gestação

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 58


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

COMENTÁRIO

A vacinação de gestantes com dTpa induz a formação de anticorpos, que serão transferidos via placentária, e protege o bebê nos
primeiros meses de vida. Ela é indicada a partir da 20a semana de gestação até 45 dias do puerpério.

Correta a alternativa D.

Resumindo a Família DTP

Até 7 anos Maiores de 7 anos

DTPw dT
PNI: 2, 4, 6 meses. Reforços com 15 meses e 4 anos. PNI: reforço a cada 10 anos ou três doses para não vacinados.

DTPa dTpa
Sistema privado: 2,4,6 meses. Reforços com 15 meses e 4 anos. PNI: gestantes a partir de 20 semanas até 45 dias do puerpério.
CRIEs: pacientes especiais. Sistema privado: a cada 10 anos.

DT
CRIEs: pós-encefalopatia com as vacinas anteriores.

PARA LEMBRAR SEM DECORAR:


Tudo que tem letra GRANDE é para gente PEQUENA (menores de 7 anos) e tudo que tem letra PEQUENA é para gente GRANDE
(maiores de 7 anos)!

CAI NA PROVA

(HOSPITAL DE OLHOS GROTTONE/SP/2017) Quando o adolescente refere nunca ter recebido vacina DPT (Difteria, Pertussis, Tétano), DT
(Difteria e Tétano) ou dT (Difteria e tétano) ou essa informação é impossível de ser obtida, a conduta mais adequada é:

A) Administrar três doses da vacina dT com intervalo de 60 dias ou intervalo mínimo de 30 dias. Reforço a cada 10 anos com a mesma vacina
(dT) ou com a dTpa (difteria, tétano e pertussis acelular).
B) Administrar três doses da vacina DPT com intervalo de 60 dias ou intervalo mínimo de 30 dias. Reforço a cada 10 anos com a vacina dT
ou com a dTpa.
C) Administrar uma dose da vacina dT. Reforço a cada 10 anos com a mesma vacina.
D) Administrar uma dose da DPT e duas doses de dT com intervalo de 60 dias entre elas. Reforço a cada 10 anos com a vacina dT.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 59


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

COMENTÁRIO

Incorreta a alternativa C. Quando o paciente for maior de 7 anos e não tiver tomado as vacinas ou não tiver a comprovação, aplicar a vacina
dT em 3 doses, com intervalo ideal de 60 dias entre elas e reforço a cada 10 anos, com a dT (sistema público) ou dTpa (sistema privado).
Incorretas as alternativas B e D. A DTP só pode ser aplicada em menores de 7 anos de idade. Lembre-se: “Tudo que tem letra grande é para
gente pequena, o que tem letra pequena é para gente grande!”

Correta a alternativa A.

8.7 REAÇÕES ADVERSAS E CONTRAINDICAÇÕES

PARE! RESPIRE FUNDO E PRESTE BEM ATENÇÃO AQUI!

O grande “vilão” da família DTP é o componente da Coqueluche! Ele é responsável pela maioria dos eventos
adversos da vacina!
Apesar de a grande maioria das reações serem brandas, como dor, edema e vermelhidão locais, febre e mal-estar,
temos quatro situações que você precisa conhecer relacionadas à vacina DTP de células inteiras e, consequentemente, da
vacina pentavalente do PNI.

1. Febre e choro persistentes: é caracterizado por irritabilidade após algumas horas da aplicação da vacina. O choro é inconsolável e
a febre persiste, mesmo com administração de medicamentos. Apesar de ser um evento dramático e preocupante para a maioria
dos pais, é benigno e autolimitado a algumas horas. Não contraindica doses subsequentes da vacina.

2. Episódio hipotônico-hiporresponsivo: ocorre em até 48 horas após a vacina e caracteriza-se por hipotonia muscular, pouca
responsividade a estímulos externos, cianose e palidez. Também é benigno e autolimitado, porém contraindica a vacinação com
DTPw e indica a DTPa em doses subsequentes.

3. Convulsões tônico-clônicas generalizadas: ocorrem em até 72 horas após a vacina e podem, ou não, estar acompanhadas de febre.
Contraindica a vacinação com DTPw e indica a DTPa em doses subsequentes.

4. Encefalopatia pós-vacinal: ocorre em até 7 dias e caracteriza-se por paralisias motoras, deficiências sensitivas e crises convulsivas
focais ou generalizadas. Contraindica a aplicação do componente pertussis, então, indica-se o uso de DT.

RESUMINDO PARA FACILITAR!

SITUAÇÃO INDICAÇÃO

Febre ou choro persistentes. Não contraindica a vacinação.

Episódio hipotônico-hiporresponsivo até 48h após. Utilizar a vacina DTPa.

Crise convulsiva até 72h após. Utilizar a vacina DTPa.

Encefalopatia até 7 dias após. Utilizar a vacina DT.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 60


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

CAI NA PROVA

(UNICAMP - SP 2022 - DISCURSIVA) Menino, 4m, hígido, sem uso de medicamentos, é trazido à Unidade Básica de Saúde para atualização do
calendário vacinal. Mãe refere que o filho apresentou convulsão em vigência de febre um dia após as vacinas dos dois meses e nega efeitos
colaterais após a vacina administrada aos três meses de idade. QUE VACINA A CRIANÇA DEVE RECEBER EM UM CENTRO DE REFERÊNCIA PARA
IMUNOBIOLÓGICOS ESPECIAIS?

COMENTÁRIO

Crianças que apresentam convulsão após o uso da Pentavalente devem ser vacinadas com a DTPa em doses subsequentes.

(USP 2020) Lactente feminino, 4 meses de idade, é levada à UBS pela mãe, que deseja orientações sobre vacinação. A mãe refere que a
criança apresentou com um quadro de palidez intensa, associado à hipotonia generalizada, iniciado 6 horas após a aplicação da vacina dos
2 meses de vida. Refere que a criança não reagia quando estimulada. À época, a mãe levou a criança ao serviço de saúde, mas o episódio
resolveu-se antes da chegada ao hospital. A criança foi avaliada, permaneceu em observação por algumas horas e depois foi liberada. Evoluiu
bem, sem novos episódios. Atualmente com desenvolvimento neuropsicomotor adequado para a idade.
Levando em consideração os dados informados pela mãe, a conduta é:
A) contraindicar as vacinas de vírus vivos atenuados (rotavírus e poliomielite) e encaminhar para imunologia pediátrica para avaliação.
B) administrar todas as vacinas previstas para a idade e manter observação médica por 6 horas após aplicação.
C) administrar cada uma das vacinas previstas para a idade em dias diferentes e observar possíveis reações de cada uma.
D) trocar avacina tríplice bacteriana de células inteiras (DPT) por DPT acelular e aplicar as demais vacinas previstas para a idade.

COMENTÁRIO

Aos 2 meses, a criança recebe as vacinas: pentavalente (difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e Haemophilus
Correta a alternativa D.
influenzae tipo B), pneumo 10-valente, pólio inativada e rotavírus. A criança apresenta sinais de episódio
hipotônico-hiporresponsivo e a vacina relacionada a esse evento adverso é a pentavalente, pelo componente pertussis (coqueluche). A
conduta para a vacina dos 4 meses é trocar a DTPw pela DTPa.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 61


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

8.8 PREVENÇÃO DO TÉTANO ACIDENTAL

O tétano acidental pode levar a uma alta morbimortalidade do paciente.


Apesar da recomendação de aplicarmos a vacina dT a cada 10 anos para a prevenção
da doença, quando nos deparamos com um paciente ferido, temos que analisar sua
situação vacinal para indicarmos apenas cuidados locais, vacinação de reforço ou
imunoglobulina antitetânica.
Observe o esquema a seguir trazido pelo Ministério da Saúde.

Fonte: Guia de Vigilância em Saúde. Ministério da Saúde. 2017

Vamos analisar para não precisarmos decorar!

1. Quando o paciente apresenta um esquema vacinal completo e a última dose tiver sido aplicada há menos de 5 anos, sorria, esse é
nosso melhor cenário! Não há necessidade de vacina ou imunoglobulina.

2. Ferimentos superficiais, limpos, sem corpos estranhos ou tecidos desvitalizados são chamados de “ferimentos com risco mínimo
de tétano” e devem ser lavados, desinfectados e desbridados. Não utilizamos imunoglobulina nesses casos. Aplicamos vacina se:
• Esquema vacinal desconhecido → 3 doses.
• Esquema vacinal incompleto → completar o esquema.
• Última dose da vacina há mais de 10 anos → 1 dose de reforço.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 62


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

3. Ferimento profundo, superficial sujo, com corpos


estranhos, tecidos desvitalizados, queimaduras, ferimentos
puntiformes, ferimentos por armas brancas ou de fogo,
mordeduras, politraumas ou fraturas expostas são chamados TOMOU VACINA HÁ MENOS DE 5 ANOS:
de “ferimentos com alto risco de tétano” e utilizarão vacina NÃO APLIQUE VACINA NEM IMUNOGLOBULINA

(exceto se última dose há menos de 5 anos, conforme falamos


acima) e imunoglobulina se: RISCO MÍNIMO ALTO RISCO

• Esquema vacinal desconhecido.


• Esquema vacinal incompleto.
• Vacina
• Não utilizar imunoglobulina
• Última dose da vacina há mais de 5 anos em situações • Imunoglobulina se:
• Vacina se:
especiais: imunodeprimidos, desnutrido grave, idoso. • Imunodeprimidos, idosos ou
• Desconhecido
desnutridos, com vacina > 5 anos
• Incompleto
• Última dose há mais de 10 anos e o médico julgar que o • Esquema incompleto
• > 10 anos
• Desconhecido
ferimento não será cuidado apropriadamente.

CAI NA PROVA

(FMABC 2023) Menino, 8 anos de idade, saudável e com vacinação completa segundo o calendário vacinal do PNI, estava empinando pipa
em terreno baldio, descalço, cortou o pé em caco de vidro parcialmente enterrado na terra. No pronto atendimento, o ferimento foi lavado e
suturado com 5 pontos feitos com fio de nylon. A conduta indicada para o quadro é:
A) aplicar penicilina benzatina e vacina para proteção contra tétano IM.
B) aplicar vacina para proteção contra tétano IM e soro antitetânico IV.
C) aplicar vacina para proteção contra tétano( e imunoglobulina antitetânica IM em grupos musculares diferentes.
D) internação hospitalar para tratamento inicial com ceftriaxona e amicacina.
E) orientação para manter o local seco e limpo; retornar se houver febre, dor ou secreção no local.

COMENTÁRIOS

O examinador trouxe um menino de 8 anos com calendário vacinal completo. Isso quer dizer que ele aplicou o esquema primário contra
o tétano aos 2, 4 e 6 meses, mais os reforços com 15 meses e 4 anos. Então, sorria, ele está em nosso melhor cenário e não há necessidade
de profilaxia para o tétano. Também não há indicação de antibioticoterapia, muito menos endovenosa!

Correta a alternativa E.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 63


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

(UFMT 2023) Paciente de 55 anos, morador de zona rural, pisou em um prego enferrujado no galinheiro de sua propriedade. Procurou a
UBS dois dias após o acidente devido à dor no local. Ao exame físico, observam-se sinais vitais normais. Há moderada hiperemia ao redor do
ferimento. Ao consultar o cartão de vacina do paciente, constata-se que a vacinação para tétano está em dia e sua última dose foi há 6 anos.
Em relação à profilaxia de tétano, a conduta adequada nesse caso é:
A) realizar soro e vacina antitetânica.
B) aguardar completar 10 anos para fazer a dose de reforço da vacina.
C) realizar soro antitetânico.
D) realizar uma dose de reforço da vacina antitetânica.

COMENTÁRIOS
O examinador traz um adulto de 55 anos com um ferimento de alto risco para tétano. Infelizmente, ele não está no melhor cenário, pois
sua última dose foi há mais de 5 anos, então, obrigatoriamente, ele irá receber uma dose de reforço. Agora, ele precisa de imunoglobulina?
Não, ele não é paciente de risco e seu esquema vacinal é completo. Portanto, correta a alternativa D.

Correta a alternativa D.

(SUS SP 2021) Paciente menor, sexo masculino, de 9 anos, hígido, brincava no terreno próximo a sua casa, região rural, quando foi ferido na
perna. Foi levado ao serviço de emergência e atendido cinco horas após o traumatismo. O exame físico revelou ferimento perfurocortante
profundo em membro inferior esquerdo, com 5 cm de comprimento. A ferida apresentava-se suja, com presença de restos de terra e folhagem.
A mãe trazia a carteira vacinal da criança onde constava que havia recebido quatro doses da vacina tríplice bacteriana, sendo a última dose
aplicada havia 8 anos.
Além da limpeza adequada da ferida e do curativo, assinale a alternativa que apresenta a conduta correta em relação à profilaxia de tétano
nesse paciente.
A) Administrar imunoglobulina humana antitetânica 5000 UI, via intramuscular.
B) Aplicar apenas dose de reforço da vacina antitetânica.
C) Refazer esquema de vacinação antitetânica com, pelo menos, 2 doses.
D) Aplicar dose de reforço da vacina antitetânica, mais imunoglobulina humana antitetânica 5000 UI, intramuscular.
E) Não há necessidade de medidas adjuvantes.

COMENTÁRIO

Qual seria a classificação do ferimento? Alto risco, afinal é perfurocortante, profundo e sujo. Quando a
Correta a alternativa B.
criança aplicou a vacina pela última vez? Há 8 anos. Portanto, ela entra na classificação de alto risco com
última dose há mais de 5 anos e deverá aplicar uma dose de reforço. Não há necessidade de imunoglobulina.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 64


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

Facilitando para você:

TOP 6 DOS PONTOS QUE MAIS APARECEM NAS PROVAS

1. Pentavalente do PNI = DTPw, Hepatite B, Haemophilus influenzae tipo B


2. Pentavalente é aplicada aos 2, 4 e 6 meses. DTPw aplicada aos 15 meses e 4-6 anos pelo PNI.
3. dT aplicada como reforço a cada 10 anos, pelo PNI.
4. dTpa aplicada em gestantes a partir da 20ª semana.
5. Eventos adversos relacionados ao componente coqueluche.
6. Profilaxia do tétano.

CAPÍTULO

9.0 VACINA CONTRA HAEMOPHILUS INFLUENZAE


TIPO B
Vacina inativada constituída de cápsula polissacarídea da bactéria Haemophilus influenzae tipo B conjugada à proteína carreadora.
A administração é intramuscular.

9.1 PREVENÇÃO

Infecções causadas pela bactéria, como meningite, pneumonia, amigdalite, otite, artrite, pericardite, osteomielite entre outras. Antes
da vacina, o Haemophilus influenzae era o principal causador dessas infecções em crianças menores de 5 anos.

9.2 IDADE

Pelo PNI, é aplicada aos 2, 4 e 6 meses na vacina combinada pentavalente.


Devido à epidemiologia da doença, deve ser aplicada em todas as crianças até 5 anos, porém pacientes com risco aumentado de
infecção, como imunodeprimidos, pacientes com asplenia, transplantados, em quimioterapia ou doenças crônicas e não vacinados, devem
receber a vacina em qualquer idade.

Os pacientes que usam DTPa ao invés da DTPw devem utilizar, obrigatoriamente, uma dose a mais da HiB após os 12
meses de idade.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 65


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

CAPÍTULO

10.0 VACINAS CONTRA POLIOMIELITE


Há dois tipos de vacinas contra poliomielite:
Vacina Inativada contra Poliomielite (VIP ou Salk): composta por poliovírus 1, 2 e 3 mortos. Administração intramuscular. Tem como
vantagem ser inativada e não causar reações adversas graves.
Vacina oral viva atenuada contra Poliomielite (VOP ou Sabin): composta por poliovírus 1 e 3. Administração oral. Tem como vantagem
ser de menor custo e fácil aplicação. É excretada pelas fezes, então tem a capacidade de causar imunidade de rebanho aos não vacinados, ao
competir com o vírus selvagem no intestino. Como desvantagem, pode causar poliomielite associada à vacina.

10.1 PREVENÇÃO

A vacina protege contra infecção pelo poliovírus, causador da poliomielite, também chamada de paralisia infantil. Essa doença pode
apresentar-se na forma não paralítica e trazer sintomas leves, como febre, dores no corpo, espasmos musculares e rigidez nucal ou forma
paralítica (chamada de paralisia flácida aguda) com deficiência motora, principalmente de membros inferiores com sensibilidade preservada.

10.2 HISTÓRIA DA DOENÇA E DA VACINAÇÃO

A poliomielite era uma doença muito prevalente no mundo e no Brasil. Você deve conhecer alguém mais velho com sequelas da
doença. Quando a vacina foi introduzida no calendário vacinal, houve redução no número de casos e, em 1989, ocorreu o último registro da
doença no Brasil. Em 1994, a circulação do vírus selvagem foi considerada erradicada das Américas. Mas, o vírus vacinal continuava circulando
e causando, mesmo que raramente, poliomielite associada à vacina.

Por isso, a Organização Mundial de Saúde recomendou, a longo prazo, a troca da vacina oral pela
inativada, e é isso que o Brasil tem feito. A vacina oral foi mantida no calendário pelo menor custo e por
ser de mais fácil aplicação. Além disso, ela promove imunidade de rebanho, ao competir com o vírus
selvagem no intestino, ideal para proteção de uma possível reintrodução desse mesmo vírus trazido
por viajantes de outros países.

Todos os esforços para erradicação da poliomielite têm surtido efeito. O poliovírus selvagem tipo
2 foi considerado erradicado globalmente em 2015, a repercussão no Brasil foi a troca da vacina oral
trivalente (poliovírus 1,2 e 3) pela bivalente (1 e 3). Em 2019, o Poliovírus 3 também foi considerado
erradicado globalmente.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 66


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

10.3 IDADE

No calendário da criança do PNI, estão indicadas cinco doses das vacinas:


• aos 2, 4 e 6 meses, na forma inativada (VIP/Salk);
• aos 15 meses e 4 anos, na forma oral (VOP/Sabin — a vacina do Zé gotinha!)
Além disso, o governo tem feito campanhas de vacinação com doses extras da vacina oral para crianças maiores de 1 ano até crianças
menores de 5 anos.

PÓLIO INATIVADA (VIP/SALK): 2, 4 e 6 meses.


PÓLIO ORAL (VOP/Sabin): 15 meses, 4 anos e nas campanhas de vacinação.
VIAJANTES
Ⱥ Indivíduos que viajam para uma área de risco para a pólio:
Menores de cinco anos de idade devem ter o calendário vacinal completo.
Maiores de cinco anos devem ter, no mínimo, duas doses (preferencialmente 3 doses) da VIP, administradas com intervalo
mínimo de 30 dias entre elas previamente à viagem.
ȺIndivíduos não vacinados ou com vacinação incompleta que chegam ao Brasil, vindos de uma área de risco para a pólio:
A partir de 6 semanas de idade, deverão receber uma dose de VIP imediatamente na chegada ao país e serem orientados a
buscar um serviço de saúde para completar o esquema vacinal.

10.4 REAÇÕES ADVERSAS E CONTRAINDICAÇÕES

A pólio inativada é bem tolerada, as reações mais comuns Nesses casos, utilizar a vacina inativada em substituição.
são as locais, febre e mal-estar. O evento adverso mais severo que poderá ocorrer após a
Já a pólio oral por ser viva atenuada não deve ser aplicada administração da VOP é a poliomielite associada à vacina, que
em imunodeficientes, assim como em crianças expostas ao HIV que pode acontecer no próprio imunizado ou em seus contactantes.
ainda aguardam definição diagnóstica. Por fim, crianças com diarreia leve não têm contraindicação
Os vírus vacinais são excretados nas fezes dos imunizados de receberem a vacina, mas deve-se adiar a vacinação, assim como
durante 4 a 6 semanas, portanto ela também não pode ser aplicada em quadros de diarreia crônica descompensada. Quadros estáveis
em comunicantes de imunodeficientes e em ambiente hospitalar. não necessitam de adiamento.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 67


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

CAI NA PROVA

(PSU GO 2023) O Ministério da Saúde lançou, em novembro de 2022, o Plano Nacional de Resposta a um Evento de Detecção de Poliovírus e
um Surto de Poliomielite: Estratégia do Brasil. Em relação à vacina contra a poliomielite:
A) a VOP (vacina oral contra poliomielite) é composta por três pólio vírus (pólio 1, 2 e 3 inativados) sendo necessárias várias doses para
desencadear imunidade para os três vírus.
B) a VOP (vacina oral contra poliomielite) deve ser feita em contatos de imunossuprimidos, por ser doença de extrema gravidade, para
protegê-los indiretamente pela imunidade de rebanho.
C) a vacina Salk (VIP) determina melhor soroconversão e menor custo do que a vacina Sabin (VOP), sendo indicada pela OMS nos países em
que a poliomielite foi eliminada.
D) o esquema para pólio é composto por três doses de VIP aos 2, 4 e 6 meses de idade, mais dois reforços com VOP aos 15 meses e aos 4
anos de idade, pelo Calendário Nacional de Vacinação.

COMENTÁRIOS

Incorreta a alternativa A. A VOP é composta por dois poliovírus: 1 e 3.


Incorreta a alternativa B. A VOP não pode ser feita para contactantes de imunodeprimidos.
Incorreta a alternativa C. A VIP apresenta melhor soroconversão, com menos doses, e está indicada pela OMS nos países em que a pólio foi
eliminada, porém o custo da VOP é menor.

Correta a alternativa D. O esquema para pólio está correto.

(PUC SOROCABA 2023) Assinale a alternativa CORRETA.


A) A vacina contra a poliomielite VIP (vacina inativada poliomielite) protege contra os tipos 1, 2 e 3 e deve ser administrada em 3 doses, no
2º, 4º e 6º mês de vida; intervalo recomendado de 2 meses e intervalo mínimo de 30 dias.
B) A vacina contra a poliomielite VOP (vacina oral poliomielite) protege contra os tipos 1, 2 e 3 e deve ser administrada como 2 reforços,
aos 15 meses e 4 anos de idade; 1º reforço intervalo mínimo de 6 meses após a 3ª dose da VIP e 2º reforço após 6 meses do 1º reforço.
C) A vacina contra a poliomielite VIP (vacina inativada poliomielite) protege contra os tipos 1 e 3 e deve ser administrada como 2 reforços,
aos 15 meses e 4 anos de idade; 1º reforço intervalo mínimo de 6 meses após 3ª dose da VIP e 2º reforço após 6 meses do 1º reforço.
D) A vacina contra a poliomielite VOP (vacina oral poliomielite) protege contra os tipos 1, 2 e 3 e deve ser administrada em 3 doses, no 2º,
4º e 6º mês de vida; intervalo recomendado de 2 meses e intervalo mínimo de 30 dias.

COMENTÁRIOS

A VIP protege contra os sorotipos 1, 2 e 3. Ela é aplicada aos 2, 4 e 6 meses. O intervalo mínimo é de 30 dias e o recomendado é de 60
dias.
A VOP protege contra os sorotipos 1 e 3. Ela é aplicada aos 15 meses e 4 anos. O intervalo segue a mesma regra da VIP.
Correta a alternativa A.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 68


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

Facilitando para você:

TOP 3 DOS PONTOS QUE MAIS APARECEM NAS PROVAS

1. VIP: aplicada aos 2, 4 e 6 meses.


2. VOP: aplicada aos 15 meses, 4 anos e nas campanhas de vacinação.
3. A troca da VIP pela VOP ocorreu pela erradicação do poliovírus selvagem das Américas,
para evitar casos de poliomielite pós-vacinal.

CAPÍTULO

11.0 VACINA CONTRA ROTAVÍRUS


Vacina composta de vírus vivos atenuados.
No PNI, temos a vacina monovalente composta pela cepa G1P [8], a qual produz anticorpos IgA contra a infecção.
No sistema particular, temos a pentavalente, composta de 5 cepas: G1, G2, G3, G4 e P1[8].
A administração é por via oral e a absorção inicia já na mucosa oral, portanto, não revacinamos se a criança não engolir a vacina.

ATENÇÃO!

Se a criança cuspir, regurgitar ou vomitar,


NÃO repetimos a dose da vacina!

Fonte: Shutterstock.

11.1 PREVENÇÃO

Protege contra infecção pelo vírus rotavírus que, até a chegada da vacina, era a principal causa de hospitalizações e óbitos por doença
diarreica aguda em crianças menores de 5 anos. A vacina do PNI, apesar de ser monovalente, apresenta proteção cruzada contra os outros
sorotipos.
Deve ser feita, inclusive, em crianças que tiveram infecção prévia, pois a doença não confere imunidade para todos os sorotipos.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 69


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

11.2 IDADE

No calendário da criança do PNI, estão indicadas duas doses das vacinas. Aos 2 e 4 meses.
A pentavalente do sistema privado está indicada aos 2, 4 e 6 meses de idade.
A vacina do rotavírus tem idades limites para ser aplicada e isso é muito cobrado em provas de Residência!

A primeira dose deve ser aplicada entre 1 mês e 15 dias e 3 meses e 15 dias. A segunda dose entre 3 meses e 15 dias e 7 meses e 29
dias.

Só pode ser aplicada até 3 meses


Primeira dose
e 15 dias

Só pode ser aplicada até 7 meses


Segunda dose
e 29 dias

Atenção! Para tudo! Temos uma dúvida muito comum dos alunos!
Se a criança não fez a primeira dose, mas está dentro da idade para a segunda, ela pode aplicar?
NÃO! Ela só pode começar o esquema vacinal até 3 meses e 15 dias!

CAI NA PROVA
(UFRGS 2023) De acordo com o Programa Nacional de Imunizações, do Ministério da Saúde, estão indicadas 2 doses de vacina contra rotavírus,
devendo ser administradas por via oral. Assinale a alternativa que contempla uma orientação correta sobre essa vacina.
A) A 1ª dose deve ser aplicada até a idade de 3 meses e 15 dias.
B) Caso ocorra regurgitação ou vômito, deve-se repetir a aplicação.
C) O intervalo mínimo entre as 2 doses é de 2 meses.
D) A para administração da 2ª dose é de 8 meses e 15 dias.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 70


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

COMENTÁRIOS

Correta a alternativa A. A primeira dose só pode ser administrada em até 3 meses e 15 dias.

Incorreta a alternativa B. Se a criança regurgitar ou vomitar, não repetimos a aplicação.


Incorreta a alternativa C. Apesar de o calendário vacinal aplicar aos 2 e 4 meses, o intervalo mínimo é de 30 dias.
Incorreta a alternativa D. A idade máxima para administração da 2ª dose é de 7 meses e 29 dias.

(ENARE NACIONAL - 2022) A respeito da vacina contra o rotavírus oferecida pelo Programa Nacional de Imunizações, assinale a alternativa
INCORRETA.

A) Se a criança regurgitar, cuspir ou vomitar após a vacinação, não está indicado repetir a dose.
B) A idade máxima para a administração da primeira dose é de 3 meses e 15 dias.
C) A idade mínima para a administração da segunda dose é de 3 meses e 15 dias.
D) A idade máxima para a administração da segunda dose é de 7 meses e 29 dias.
E) Se a criança regurgitar após a administração, a dose é invalidada e deve ser repetida após 14 dias.

COMENTÁRIOS

Para a administração da primeira dose, as idades mínima e máxima são de 1 mês e 15 dias e 3 meses e 15 dias, respectivamente.
Para a segunda, a idade mínima é de 3 meses e 15 dias e a máxima é de 7 meses e 29 dias. No caso de regurgitação, cuspe ou vômito, a
dose ainda é válida.

Incorreta a resposta E, portanto é a resposta da questão.

11.3 REAÇÕES ADVERSAS E CONTRAINDICAÇÕES

A presença de diarreias, vômitos e criança com alergia à proteína do leite de vaca não são contraindicações à vacinação.

Apesar de os vírus vacinais serem excretados nas fezes, diferentemente da vacina contra poliomielite, ela mostrou-se segura e pode
ser feita em contactantes de imunodeprimidos, porém é contraindicada em ambiente hospitalar.

A vacina é contraindicada em casos de imunodepressão, malformações do trato gastrointestinal não corrigidas, história de invaginação
intestinal e enterocolite necrosante.

Pode causar hematoquezia em lactentes. Para diferenciarmos de uma possível alergia à proteína do leite de vaca, sempre devemos
considerar reação adversa vacinal se criança imunizada até 42 dias antes do quadro e sem sintomas constitucionais associados, como
irritabilidade e perda de peso.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 71


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

CAI NA PROVA
(IAMSPE/ SP/ 2019) Lucas tem 5 meses e é levado para consulta pediátrica após receber alta de uma internação de 5 dias por desidratação em
consequência de uma diarreia por rotavírus. A pediatra checa a carteira de vacinas e constata que ele não recebeu nenhuma dose da vacina
contra o rotavírus. A conduta, para esse paciente, é:

A) Orientar a mãe que a vacina não é mais necessária, uma vez que ele já teve a doença.
B) Contraindicar as duas doses da vacina, uma vez que ele já tem 5 meses.
C) Aplicar apenas a segunda dose, já que passou a idade da primeira dose.
D) aplicar as duas doses da vacina, uma vez que a doença não confere imunidade para todos os sorotipos.
E) Solicitar sorologia e aplicar a vacina apenas se ele tiver anticorpos tipo IgG negativos para o rotavírus.

COMENTÁRIO

Correta a alternativa B. O menor ultrapassa a idade limite para a primeira dose da vacina, que é de 3 meses e 15 dias.

Incorretas as alternativas A e E. A doença não causa imunidade para todos os sorotipos, apenas para aquele que a criança foi infectada,
portanto, a vacina é indicada mesmo para quem já teve a doença, sem necessidade de coletar sorologia.
Incorretas as alternativas C e D. Como ele não tomou nenhuma dose da vacina, a dose indicada seria a primeira, porém ele ultrapassa a idade
máxima.

Facilitando para você:

TOP 3 DOS PONTOS QUE MAIS APARECEM NAS PROVAS

1. Aplicada aos 2 e 4 meses de idade.


2. Idade limite para a primeira dose é de 3 meses e 15 dias e para a segunda dose é
de 7 meses e 29 dias.
3. A dose não deve ser repetida se a criança cuspir, vomitar ou regurgitar.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 72


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

CAPÍTULO

12.0 VACINAS PNEUMOCÓCICAS


Vacinas inativadas compostas por sorotipos do pneumococo administradas por via intramuscular.
Atualmente, temos quatro vacinas disponíveis. As pneumocócicas 10, 13 e 15 valentes são conjugadas a proteínas, e a pneumocócica
23 valente é polissacarídea. A vacina pneumocócica 7-valente foi retirada de circulação.

12.1 PREVENÇÃO

A vacina protege contra infecção pelo pneumococo, causador de meningite,


pneumonia, otites e doença disseminada. No momento em que foi implementada, houve
uma diminuição das infecções de vias aéreas, causada pelos sorotipos do pneumococo
contidos na vacina, com isso, outros agentes e outros sorotipos começaram a ser mais
prevalentes nas doenças.

Fonte: Shutterstock

12.2 PNEUMOCÓCICA 10-VALENTE

Vacina presente no PNI. Contém os sorotipos: 1, 4, 5, 6B, 7F, 9V, 14, 18C, 19F e 23F, conjugados com a proteína do Haemophilus
influenzae tipo B.
Indicada aos 2 e 4 meses, com reforço aos 12 meses.
Antigamente, o PNI disponibilizava a vacina pneumocócica 7-valente, que foi substituída pela 10-valente em 2010.

12.3 PNEUMOCÓCICA 13-VALENTE E 15-VALENTE

Pneumocócica 13-valente. Presente no sistema privado de imunizações e nos CRIEs. Contém os sorotipos: 1, 3, 4, 5, 6A, 6B, 7F, 9V, 14,
18C, 19A, 19F e 23F. Conjugada com proteína CRM197.
Pneumocócica 15-valente. Presente no sistema privado de imunizações. Contém os sorotipos: 1, 3, 4, 5, 6A, 6B, 7F, 9V, 14, 18C, 19A,
19F, 22F, 23F, e 33F. Conjugada com proteína CRM197.
A Sociedade Brasileira de Imunizações e a de Pediatria recomendam utilizar qualquer uma das duas em substituição à pneumo
10-valente.
Indicada aos 2, 4 e 6 meses de idade, com reforço aos 12 meses.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 73


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

12.4 PNEUMOCÓCICA 23-VALENTE

Vacina polissacarídea composta de 23 sorotipos de pneumococo.


Disponível no sistema privado de imunizações e nos CRIEs.
Indicada no PNI para maiores de 60 anos, que sejam acamados ou moradores de instituições fechadas, em dose única.
A Sociedade Brasileira de Imunizações recomenda, para maiores de 60 anos, uma dose da pneumo 13-valente seguida de uma dose de
pneumo-23 seis a 12 meses depois e reforço com essa mesma vacina após cinco anos.

12.5 PACIENTES ESPECIAIS

O esquema de vacinação para pacientes especiais aplicado pelos CRIEs é composto pelas vacinas Pneumo 13 e Pneumo 23. Observe:
Esquema vacinal para menores de 5 anos.

INDICAÇÕES PNEUMO 13 PNEUMO 23

Portadores de HIV
Oncológicos 1 dose 1 dose + 1 dose 5 anos após
Transplantados de órgãos sólidos

Transplantados de medula óssea 3 doses 1 dose + 1 dose 5 anos após

Esquema vacinal para maiores de 5 anos.

INDICAÇÕES PNEUMO 13

Portadores de HIV 1 dose de Pneumo 23


Oncológicos 1 dose de Pneumo 13 um ano após.
Transplantados de órgãos sólidos 1 dose de pneumo 23 5 anos após a primeira dose.

Pacientes aptos a receberem uma dose da Pneumo 23 pelos CRIEs após o esquema completo com a Pneumo 10, conforme o PNI.

• Pacientes com HIV/aids. persistente leve.


• Oncológicos. • Portadores de fibrose cística.
• Transplantados de órgãos sólidos e de medula óssea. • Cardiopatas crônicos.
• Asplênicos. • Hepatopatas crônicos.
• Portadores de fístula liquórica. • Portadores de doenças neurológicas crônicas
• Implantados de cóclea. incapacitantes.
• Imunodeficientes congênitos. • Portadores de trissomias.
• Nefropatas crônicos, em hemodiálise ou portadores de • Diabéticos.
síndrome nefrótica. • Portadores de doenças de depósito.
• Pneumopatas crônicos, exceto asma intermitente ou

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 74


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

RESUMO!

Pneumo 7- valente Não está mais disponível

Pneumo 10-valente Indicada no PNI aos 2, 4 e 12 meses de idade

Indicada pelas Sociedades aos 2,4, 6 e 12 meses de idade e disponível nos CRIEs para pacientes
Pneumo 13 – valente
especiais.

Indicada no PNI para idosos acamados e moradores de instituições fechadas. Disponível nos CRIEs
Pneumo 23-valente
para pacientes especiais a partir dos 2 anos de idade.

CAI NA PROVA

(UEL 2023) Sobre as vacinas contra o pneumococo para crianças, considere as afirmativas a seguir.

I. A vacina pneumocócica 10-valente faz parte do calendário nacional de vacinação da criança do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e
deve ser realizada aos 2, 4 e 12 meses de vida.
II. A vacina pneumocócica 13-valente não faz parte do Programa Nacional de Imunizações (PNI), mas está disponível, nos Centros de Referência
para Imunobiológicos Especiais (CRIES), para crianças maiores de 5 anos de idade de alto risco: HIV/aids, transplantados de medula óssea e
de órgãos sólidos e pacientes oncológicos.
III. A vacina pneumocócica 10-valente, por ter polissacarídeos capsulares conjugados a proteínas carreadoras, induz memória imunológica
insatisfatória e proteção de curta duração.
IV. A vacina pneumocócica 23-valente está indicada para crianças maiores de 2 anos de idade que tiveram quadro de meningite bacteriana,
asma intermitente ou persistente leve e síndrome convulsiva.

Assinale a alternativa correta.


A) Somente as afirmativas I e II são corretas.
B) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
C) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
D) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
E) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

COMENTÁRIOS

Estrategista, vamos analisar as afirmativas.

I. Correta. A pneumo 10 é a vacina do calendário infantil do PNI, ela é aplicada aos 2, 4 e 12 meses.
II. Correta. A vacina pneumocócica 13-valente está disponível nos CRIEs para pacientes especiais e no sistema privado de vacinações.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 75


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

III. Incorreta. Lembre-se o que falamos lá no início de nosso livro: quando conjugamos o polissacarídeo a uma proteína, aumentamos a
resposta imune ao estimular a resposta celular do linfócito T dependente, além da humoral.
IV. Incorreta. Essas não são indicações da vacina pneumocócica 23-valente.

Correta a alaternativa A. Corretas as afirmativas I e II.

Facilitando para você:

TOP 2 DOS PONTOS QUE MAIS APARECEM NAS PROVAS

1. Pneumo 10-valente. Aplicada no PNI aos 2 e 4 meses, com reforço aos 12 meses de idade.
2. Pneumo 23-valente. Aplicada no PNI a partir dos 60 anos para acamados ou moradores de
instituições fechadas, e nos CRIEs para pacientes especiais a partir dos dois anos.

CAPÍTULO

13.0 VACINAS MENINGOCÓCICAS


Vacinas inativadas compostas por sorotipos do meningococo administradas por via intramuscular.
Atualmente, temos três vacinas disponíveis: meningocócica C, meningocócica ACWY e meningocócica B.

13.1 PREVENÇÃO

A vacina protege contra infecção pelo meningococo, causador todas as faixas etárias. Com a introdução da vacina, a incidência
de meningite, meningococcemia ou a associação das duas. Tem uma diminuiu entre as crianças menores de 10 anos. Proporcionalmente,
alta mortalidade e pode deixar sequelas graves, como amputações houve aumento na incidência do sorogrupo B nessa faixa etária. O
de membros e surdez. Atualmente, estão identificados 5 sorotipos sorotipo W é o terceiro mais frequente no Brasil e o número um em
principais causadores de doença: A, B, C, W135 e Y. Santa Catarina (fique atento se você for fazer prova por lá!). Não
No Brasil, o sorotipo C é o mais prevalente, se considerarmos há relatos da presença do A no país.

13.2 MENINGOCÓCICA C

Vacina conjugada presente no PNI.

Contém o sorotipo C.

Indicada aos 3 e 5 meses, com reforço aos 12 meses.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 76


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

13.3 MENINGOCÓCICA ACWY.

Vacina conjugada composta pelos sorotipos A, C, W e Y.


Disponível no PNI para adolescentes de 11 a 14 anos em dose única.
A Sociedade Brasileira de Imunizações e a de Pediatria recomendam utilizá-la em substituição à meningocócica C aos 3, 5 e 12 meses,
com reforços aos 4 anos e na adolescência.
Nos CRIEs, para maiores de 13 anos portadores de hemoglobinúria paroxística noturna em uso de eculizumabe no esquema de duas
doses com reforço a cada 3 anos.

13.4 MENINGOCÓCICA B

Vacina obtida através do DNA da bactéria, composta por proteínas de superfície do sorotipo B.
Disponível no sistema privado de imunizações apenas, é indicada pelas Sociedades aos 3, 5 e 12 meses.

RESUMO!

Meningocócica C Indicada no PNI aos 3,5, 12 meses

Indicada pelas Sociedades em substituição à C aos 3,5, 12 meses, 4 anos e adolescentes.


Meningocócica ACWY
No PNI, para adolescentes de 11 a 14 anos.

Indicada pelas Sociedades e disponível apenas no sistema privado de imunizações aos 3, 5 e 12


Meningocócica B
meses

CAI NA PROVA
(SCMSJC 2023) A recomendação de vacinação contra doença causada pela Neisseria meningitidis de acordo com atualização em 2020 do
Ministério da Saúde para uma menina com 11 anos de idade é:
A) uma dose de vacina antimeningocócica ACWY, caso tenha recebido somente uma dose de antimeningocócica C.
B) duas doses de vacina antimeningocócica ACWY, independentemente de dose anterior de antimeningocócica C.
C) uma dose de vacina antimeningocócica ACWY, caso tenha recebido uma dose de meningocócica C e uma dose de reforço.
D) uma dose de vacina antimeningocócica ACWY, independentemente de dose anterior de antimeningocócica C.

COMENTÁRIOS

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 77


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

A meningocócica ACWY é feita para os adolescentes de 11 e 14 anos, independentemente do esquema anterior com a meningocócica
C.

Correta a alternativa D.

Facilitando para você:

TOP 2 DOS PONTOS QUE MAIS APARECEM NAS PROVAS

1. Indicação da Meningocócica C aos 3, 5 e 12 meses.


2. Vacina Meningocócica ACWY para os adolescentes.

CAPÍTULO

14.0 VACINA CONTRA A FEBRE AMARELA


Vacina viva atenuada composta por vírus da febre amarela enfraquecido aplicada subcutânea.

14.1 PREVENÇÃO

A vacina protege contra o vírus da febre amarela, transmitido pelo mosquito Aedes
aegypti.
Antigamente, a doença era endêmica de algumas regiões do Brasil e a vacina estava
indicada apenas para moradores dessas áreas ou para quem fosse viajar para essas regiões, mas
ultimamente temos vivido um surto em todo território nacional, que levou o governo, em 2019,
a tornar a vacina obrigatória para todo o país.

14.2 IDADE

A vacina é indicada a partir dos 9 meses de idade, com reforço aos 4 anos.
Em situações de surto, pode ser aplicada a partir dos 6 meses.
Quem inicia a vacinação com mais de 4 anos, deve receber apenas uma dose para vida toda.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 78


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

14.3 REAÇÕES ADVERSAS E CONTRAINDICAÇÕES

Apresenta poucas reações adversas, na sua maioria locais, e gestantes.


febre e mal-estar. Fique atento, ela também é contraindicada para mulheres
A Doença neurológica associada à vacina é um evento que amamentam até o bebê completar seis meses de vida. Se a
adverso raro que se caracteriza pelo aparecimento, em 7 a 21 dias vacinação for indispensável, é indicado suspender o aleitamento
após a vacinação, de febre e sinais de meningoencefalite. Como materno por 10 a 14 dias e utilizar fórmula infantil ou leite do banco
vacina viva, mais uma vez, é contraindicada para imunodeprimidos de leite materno.

FEBRE AMARELA → NÃO VACINAR MÃES QUE AMAMENTAM ATÉ O 6º MÊS

A vacina também contém traços de proteínas do ovo, portanto ela não deve ser feita apenas em pacientes com histórico de anafilaxia
a esse alimento. Histórico de reações leves não contraindicam a vacinação.

Lembrete! Alérgicos graves ao ovo.

Febre amarela: contraindicada em paciente com anafilaxia prévia.

Fonte: Shutterstock

CAI NA PROVA

(SUS-SP 2022) Uma mãe levou o filho com quatro meses de vida à consulta de rotina. O lactente está em aleitamento materno exclusivo. A
mãe viajará para Belém e não possui vacina contra a febre amarela. Com base nesse caso hipotético, assinale a alternativa correta.

A) A vacina contra a febre amarela é constituída de vírus vivo atenuado. Sendo assim, deve-se suspender o aleitamento materno por 48
horas após a vacinação da mãe.
B) A vacina contra a febre amarela é constituída de vírus vivo atenuado. Sendo assim, deve-se suspender o aleitamento materno por dez
dias após a vacinação da mãe.
C) A vacina contra a febre amarela é constituída de vírus vivo atenuado. Sendo assim, deve-se suspender o aleitamento materno por 28 dias
após a vacinação da mãe.
D) A vacina contra a febre amarela é constituída de vírus inativado. Sendo assim, não é necessário suspender o aleitamento materno.
E) A vacina contra a febre amarela é constituída de vírus inativado. Sendo assim, deve-se suspender o aleitamento materno por 14 dias após
a vacinação da mãe.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 79


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

COMENTÁRIOS

A vacina contra febre amarela é de vírus vivo atenuado e é contraindicada para lactantes. Em caso de vacinação, devemos suspender
o aleitamento por 10 a 14 dias.

Correta a alternativa B.

UNIFESP SP - 2018) Uma família de São Paulo vai viajar para o Amazonas em 1 mês e procura o posto para tomar vacina de febre amarela:
pai – 32 anos, tomou vacina de febre amarela há 12 anos; mãe – 30 anos, nunca vacinada, amamentando bebê de 5 meses; filho – 4 anos,
nunca vacinado; filha – 5 meses, nunca vacinada. Entre os membros da família, qual/quais deve(m) ser vacinado(s)?

A) Todos, porque vão para área de risco.


B) Mãe, pai e filho de 4 anos.
C) Todos com exceção do pai que já tomou a vacina.
D) Não vacinar agora. Pedir para retornarem e dar a vacina 10 dias antes da viagem.
E) Filho de 4 anos.

COMENTÁRIO

A vacina da febre amarela é uma vacina de vírus vivo atenuado, indicada para todos os brasileiros, independentemente da área de
moradia, a partir dos 9 meses. Para crianças vacinadas antes dos 4 anos, aplicar uma dose de reforço aos 4 anos. Para vacinados com mais de
4 anos, a dose é única por toda a vida. As contraindicações dessa vacina são: imunodeprimidos, gestantes, nutrizes até o 6º mês de vida do
bebê e pacientes com anafilaxia ao ovo.
Então, vamos analisar os pacientes.

• Pai: não está indicada a vacina.


• Mãe: não está indicada a vacina, pois está amamentando.
• Filho: está indicado uma dose da vacina.
• Filha: não está indicada a vacina.

Correta a alternativa E.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 80


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

Facilitando para você:

TOP 3 DOS PONTOS QUE MAIS APARECEM NAS PROVAS

1. Aplicada a partir dos 9 meses de idade com reforço aos 4 anos.


2. A partir dos 4 anos, aplicada em dose única para toda vida.
3. Contraindicada nas mães que amamentam e pacientes com histórico de anafilaxia ao ovo.

CAPÍTULO

15.0 VACINA CONTRA SARAMPO, CAXUMBA,


RUBÉOLA E VARICELA

Vacinas vivas atenuadas compostas por vírus enfraquecidos do sarampo, caxumba, rubéola e varicela,
aplicadas via subcutânea.

15.1 PREVENÇÃO

Sarampo: doença exantemática que causa febre, tosse, conjuntivite e exantema morbiliforme
podendo levar ao óbito por complicações, como pneumonia e encefalite.

Rubéola: doença exantemática que causa febre, adenomegalia, exantema maculopapular róseo.
Pode causar a síndrome da rubéola congênita em mulheres grávidas, caracterizada por aborto, óbito fetal,
cardiopatias, catarata e surdez.

Caxumba: doença transmitida por gotículas de saliva. A maioria dos casos é assintomático, porém
pode causar inflamação da parótida, orquite, ooforite, encefalite, podendo levar à infertilidade e surdez
como sequelas.

Varicela: doença que causa exantema polimórfico, podendo levar à encefalite, pneumonia e infecção secundária de pele.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 81


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

15.2 VACINA TRÍPLICE VIRAL


Essa vacina é composta pelas primeiras doses de proteção contra sarampo, caxumba e
Por que a vacina tríplice viral está
rubéola e está indicada pelo PNI para ser aplicada aos 12 meses.
indicada a partir dos 12 meses?
As mulheres em idade fértil costumam ser imunes a sarampo/caxumba/rubéola tanto
pela imunidade natural quanto pela aplicação da vacina. Durante a gestação, há uma passagem
de anticorpos contra essas doenças por meio da placenta, assim sendo, o RN nasce com
eles. Se vacinássemos a criança na presença desses anticorpos maternos, eles destruiriam os
vírus vacinais e não permitiriam que fossem criados anticorpos próprios da criança. Assim,
esperamos que os anticorpos maternos diminuam, o que ocorre a partir dos 6 até os 12 meses,
aproximadamente, para, só então, vacinar o bebê.
Para crianças, adolescentes e adultos até 29 anos não vacinados, a indicação é: realizar
duas doses com intervalo mínimo de 30 dias, e adultos de 30 a 59 anos, aplicar dose única.
Para contactantes suscetíveis de sarampo, caxumba e rubéola imunocompetentes, a
vacina de bloqueio está indicada até 72 horas após a exposição. É importante ressaltar que
essa vacina é independente e não substitui nenhuma dose do esquema.

Em situações de surto, o Ministério da Saúde aplica uma dose a mais da vacina dos 6 aos 12 meses. Ela é chamada de “dose zero”, pois
não entra na contagem do esquema vacinal.

RESUMÃO DA TRÍPLICE VIRAL

Crianças: doses aos 12 e 15 meses.


Até 29 anos: necessário ter duas doses.
Dos 30 aos 59 anos: necessário ter uma dose.
Dose zero: dos 6 aos 12 meses. Não substitui dose do esquema!
Contactantes suscetíveis: vacinação de bloqueio até 72 horas pós-exposição.

CAI NA PROVA
(HSL SP 2023) A partir de 2019, várias crianças de 6 meses de idade receberam a vacina tríplice viral (contra o sarampo, a caxumba e a rubéola)
em campanhas nacionais ou em operações de bloqueio, para o controle do recrudescimento do sarampo no Brasil. Entre as opções a seguir,
a melhor conduta recomendada pelo Ministério da Saúde para essas crianças, a fim de manter alto o grau de imunidade da população é:

A) antecipar o reforço para 12 meses.


B) antecipar a dose da vacina para 9 meses e aplicar o reforço aos 12 meses.
C) manter a dose da vacina dos 12 meses e o reforço aos 15 meses.
D) não vacinar aos 12 meses e manter o reforço aos 15 meses.
E) fazer a sorologia e vacinar se houver baixos níveis de anticorpos.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 82


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

COMENTÁRIOS
Fique ligado, Estrategista! Qualquer dose dada antes dos 12 meses, seja para bloqueio pós-exposição ou controle de surto, não entra na
contagem do esquema vacinal!

Correta a alternativa C.

15.3 VACINA VARICELA ISOLADA

Ela é composta pela segunda dose de proteção contra varicela e deve ser aplicada aos 4 anos, segundo o PNI.
Também é indicada para contactantes suscetíveis de varicela maiores de 9 meses, imunocompetentes, em 3 a 5 dias após exposição.

RESUMÃO DA TETRA VIRAL E VARICELA

Crianças: tetra viral aos 15 meses e varicela isolada aos 4 anos.


Contactantes suscetíveis à varicela: vacinação de bloqueio para maiores de 9 meses, até 3 a 5 dias pós-exposição

15.4 REAÇÕES ADVERSAS E CONTRAINDICAÇÕES

Apresentam poucas reações adversas, na sua maioria locais, febre e mal-estar. Como são vacinas vivas, novamente, são contraindicadas
para imunodeprimidos e gestantes.
Assim como a vacina contra hepatite B pode levar à púrpura trombocitopênica, nesses casos, contraindicam-se doses subsequentes.
As vacinas tríplice e tetra viral, assim como a febre amarela, contêm traços de proteínas do ovo, porém, ela não está contraindicada
nesses casos, apenas há a ressalva de aplicá-la em ambiente hospitalar.

Lembrete! Alérgicos graves ao ovo.

Febre amarela → contraindicada em paciente com anafilaxia prévia.

Tríplice e tetra viral → Não é contraindicada! Aplicar em ambiente hospitalar.


Fonte: Shutterstock

Síndrome de Reye. Essa síndrome tem causa desconhecida, mas está associada a infecções por influenza e varicela em crianças que
utilizam ácido acetilsalicílico (AAS) de modo contínuo. Seus sintomas são bifásicos. Ela inicia como uma infecção viral, semelhante à da doença
de base, e segue com encefalopatia aguda, que pode levar ao coma e óbito. O tratamento é de suporte. Nesses casos, devemos suspender o
uso do AAS por 6 semanas para receber as vacinas que contenham varicela.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 83


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

CAI NA PROVA

(IAMSPE SP- 2015) Menor faz uso contínuo de aspirina. Assinale a alternativa que apresenta a vacina que pode acarretar complicações ao ser
utilizada concomitantemente ao AAS:

A) Febre amarela.
B) Varicela.
C) BCG.
D) Hepatite B.
E) Vacinas conjugadas (H. influenzae, pneumococo, meningococo).

COMENTÁRIO

A Síndrome de Reye é uma doença rara, associada ao uso de aspirina durante infecções virais, principalmente influenza e varicela.
Portanto, seu risco é para a vacinação contra varicela, uma vacina de vírus vivo atenuado.

Correta a alternativa B.

15.5 IMUNOGLOBULINA ANTISSARAMPO E ANTIVARICELA-ZÓSTER.

Indicada para contactantes suscetíveis, que não podem ser imunizados com vacinas.
Para o sarampo, em até 6 dias após a exposição. São eles: menores de 6 meses, imunodeprimidos e gestantes.
Para a varicela, em até 96 horas após a exposição. São eles: imunodeprimidos, grávidas, menores de um ano
internados em hospitais, RNs de mães que desenvolveram a doença 5 dias antes ou 2 dias após o parto, prematuros
maiores de 28 semanas, cuja mãe nunca teve varicela, e menores de 28 semanas, independentemente se houve
infecção materna prévia. Grave bem esses dados, pois os examinadores gostam muito de tentar confundir o aluno!

RESUMINDO A CONDUTA EM CONTACTANTES:

CONTACTANTES SUSCETÍVEIS AO SARAMPO

• Maiores de 6 meses
VACINA Até 72 horas após exposição
imunocompetentes

• Menores de 6 meses
IMUNOGLOBULINA • Imunodeprimidos Até 6 dias após exposição
• Gestantes

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 84


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

CONTACTANTES SUSCETÍVEIS À VARICELA


• Maiores de 9 meses
VACINA Até 3 a 5 dias após exposição
imunocompetentes.
• Imunodeprimidos.
• Gestantes.
• Menores de um 9 meses em contato
hospitalar com o vírus.
• RNs de mães que desenvolveram a
IMUNOGLOBULINA Até 96 horas após exposição
doença 5 dias antes ou 2 dias após o
parto.
• Prematuros que a mãe nunca teve
varicela ou todos os menores de 28
semanas.

É importante salientar que o bloqueio dos contactantes não inclui o uso de antivirais, eles são apenas tratamento.

PARA LEMBRAR SEM DECORAR!


O paciente exposto tem alguma contraindicação à vacina?
Não! → Vacine!
Sim! → Use imunoglobulina!

Os contactantes de rubéola imunocompetentes devem receber apenas vacinação com a tríplice viral de bloqueio em até 72 horas após
a exposição. Não há imunoglobulina disponível.
No caso de paciente com caxumba, ele deve ser isolado e os contactantes que não tiverem duas doses da vacina tríplice viral devem
ser imunizados em até 72 horas após o contato. Também não há imunoglobulina disponível.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 85


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

CAI NA PROVA

(SANTA CASA DE BELO HORIZONTE - MG - 2022) Criança de 3 anos de idade é internada em uma enfermaria comum de um hospital público
com quadro de febre e inapetência. Após dois dias de internação, surgiram lesões vesiculares pelo corpo tendo, como diagnóstico, varicela.
No quarto em que a criança estava, havia quatro outras crianças internadas com os seguintes quadros:
1. Criança de 4 anos de idade sem história vacinal conhecida para varicela, portador de doença renal crônica e em uso de corticoide 2 mg/
kg/dia. Acompanhante imunizado.
2. Lactente sibilante, 8 meses de idade com quadro de broncoespasmo agudo em uso de oxigênio. Acompanhante imunizado.
3. Criança de 1 ano de idade, imunizado. Acompanhante grávida, com história de imunização desconhecida.
4. Criança de 7 anos de idade com pneumonia e história vacinal desconhecida. Acompanhante vacinado.
Diante do exposto e tratando-se de uma doença infectocontagiosa, qual é a conduta mais correta para com as outras crianças e seus
acompanhantes?

A) Uso da vacina em até 120 horas pós-contato no paciente de número 4 e imunoglobulina (IGHAVZ) nos pacientes de números 1 e 2 e na
acompanhante grávida.
B) Uso da vacina até 72 horas após o contato nos pacientes de números 2 e 4 e uso de imunoglobulina (IGHAVZ) nos pacientes de números
1 e 3 e na acompanhante gestante.
C) Uso da vacina até 72 horas pós-contato nos pacientes de número 2, 3 e 4. Uso de imunoglobulina (IGHAVZ) no paciente de número 1 e
na acompanhante gestante.
D) Uso de vacina até 120 horas pós-contato nos pacientes de números 2, 3 e 4 e uso de imunoglobulina (IGHAVZ) no paciente de número 1
e na acompanhante gestante.

COMENTÁRIOS

Baseado na tabela de profilaxia pós-exposição da varicela, vamos avaliar cada contactante.


1. Criança: utiliza uma dose imunossupressora de corticoide, portanto deve receber imunoglobulina. Acompanhante: não necessita de
profilaxia.
2. Criança: ainda não atingiu a idade para a vacinação, portanto é suscetível. Como é menor de um ano em contato hospitalar com o vírus,
deverá receber imunoglobulina. Acompanhante: não necessita de profilaxia.
3. Criança: pelo PNI, essa criança ainda não atingiu a idade para a vacinação, mas o examinador informa que ele está imunizado....então
não vamos brigar....ele não precisa de profilaxia. Acompanhante: necessita imunoglobulina, pois é suscetível como gestante.
4. Criança: como tem história vacinal desconhecida, deverá receber bloqueio vacinal. Acompanhante: não necessita de profilaxia.

Correta a alternativa A.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 86


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

(SURCE 2022) Mãe trouxe, para avaliação no posto de saúde, um lactente com 6 meses de idade, que apresentava, há 3 dias, febre, tosse
seca, prostração intensa. Evoluiu com exantema inicialmente na face, que se estendeu pelo tronco e membros, coriza abundante e hialina e
os olhos hiperemiados. Na orofaringe, apresentava-se hiperemiada com manchas branco-azuladas e pequenas. Mãe relata que um tio havia
chegado de viagem e estava com sintomas semelhantes com suspeita de sarampo. Como devemos proceder quanto ao bloqueio vacinal?
A) Caracterizando situação de surto, os contactantes gestantes e crianças abaixo dos 6 meses de idade também devem ser vacinados.
B) A aplicação da vacina deve ser realizada no prazo máximo de 5 dias, nos contactantes, apenas no caso confirmado de sarampo.
C) Contatos com idade a partir dos 3 meses até 11 meses e 29 dias devem receber uma dose da vacina tríplice viral válida para a rotina de
vacinação.
D) A vacinação de bloqueio deve ser realizada no prazo máximo de até 72 horas após o contato com o caso suspeito ou confirmado de
sarampo.

COMENTÁRIOS

Incorreta a alternativa A. Os contactantes gestantes e menores de 6 meses devem ser imunizados com imunoglobulina.
Incorreta a alternativa B.

correta a alternativa D. A aplicação da vacina deve ser feita em até 72 horas após a exposição e já na suspeita de caso de sarampo.

Incorreta a alternativa C. Apenas a partir dos 6 meses é que os indivíduos podem ser vacinados, e essa dose não é válida para a rotina.
Facilitando para você:

TOP 3 DOS PONTOS QUE MAIS APARECEM NAS PROVAS


1. Idade de aplicação.
2. Conduta nos contactantes de sarampo e varicela.
3. Aplicação da dose zero e o fato de que ela não substitui dose do esquema.

CAPÍTULO

16.0 VACINA CONTRA HEPATITE A


Vacina inativada composta por patógeno inteiro sem capacidade de produzir doença, administrada intramuscular.

16.1 PREVENÇÃO

Previne contra a infecção pela hepatite A, que causa inflamação e necrose hepática.

16.2 IDADE
Indicada no PNI aos 15 meses de idade em dose única, com idade limite de 4 anos, 11 meses e 29 dias.
As Sociedades indicam aplicar duas doses aos 12 e 18 meses.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 87


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

CAPÍTULO

17.0 VACINA CONTRA HPV


Vacina inativada composta por proteínas do patógeno, administrada intramuscular.
A vacina contra o HPV é constituída por recombinante genético dos vírus que a compõem.

17.1 PREVENÇÃO

• HPV tetravalente, que protege contra os tipos 6,11,16 e 18.


• HPV nonavalente, que protege contra os tipos 6, 11, 16, 18, 31, 33, 45, 52 e 58.
• Previnem a infecção contra o vírus que é causador de cânceres de colo de útero, vulva, vagina, ânus e condilomas.

17.2 IDADE

No PNI, a vacina disponível é a tetravalente. Ela está indicada para:

Indicações da vacina contra HPV


Meninos e meninas de 9 a 14 anos Duas doses Com 6 meses de intervalo entre elas
Pacientes masculinos e femininos dos 9 até 45 anos, Com intervalos de 2 meses entre a primeira
portadores de HIV, transplantados ou oncológicos em Três doses e a segunda dose, e de 6 meses entre a
uso de terapia imunossupressora primeira e a terceira

A HPV nonavalente está disponível apenas no sistema privado. Ela está indicada para homens e mulheres dos 9 aos 45 anos de idade.
Dos 9 aos 14 anos, segue o mesmo esquema da tetravalente. A partir dos 15 anos, são aplicadas 3 doses ao invés de duas.
Mais informações sobre a vacina e o HPV, você pode encontrar no livro de "Rastreamento do câncer de colo" da Ginecologia.

CAI NA PROVA
(SUS SP 2023) Quanto à vacina contra o HPV disponível no calendário nacional de vacinação do Brasil, assinale a alternativa correta.
A) Essa vacina protege contra o papilomavírus humano 6, 11, 31 e 33.
B) O esquema básico recomenda dose única para adolescentes.
C) Essa vacina é composta pelo papilomavírus humano atenuado.
D) A idade recomendada para a aplicação dessa vacina é 7 anos.
E) O esquema com três doses está recomendado para pacientes oncológicos.

COMENTÁRIOS

Incorreta a alternativa A. A quadrivalente protege contra os sorotipos 6, 11, 16 e 18.


Incorreta a alternativa B. O esquema para imunocompetentes é de 2 doses.
Incorreta a alternativa C. Essa vacina é "PRIHH", portanto viral inativada.
Incorreta a alternativa D. A idade para aplicação é de 9 anos.

Correta a alternativa E. Pacientes imunossuprimidos usam 3 doses da vacina.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 88


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

(UFRGS - RS - 2022) Durante consulta médica de rotina, adolescente masculino, de 13 anos, submetido a transplante de medula óssea há
1 ano, solicitou orientação sobre a vacina contra HPV (papilomavírus humano). Assinale a assertiva correta conforme recomendação do
Programa Nacional de Imunizações, do Ministério da Saúde.

A) Indicar esquema de 2 doses com intervalo de 6 meses, porque a idade do paciente é inferior a 14 anos.
B) Indicar esquema de 3 doses devido à condição de transplantado de medula óssea.
C) Indicar a vacina apenas após os 15 anos.
D) Contraindicar a vacina até que se realize a avaliação das imunidades humoral e celular do paciente.

COMENTÁRIOS

Pacientes transplantados de medula óssea entre 9 e 45 anos deverão receber 3 doses da vacina contra o HPV, no esquema 0-2-6
meses.

Correta a alternativa B.

17.3 REAÇÕES ADVERSAS E CONTRAINDICAÇÕES

A vacina contra HPV apresenta poucas reações adversas, que na sua maioria são locais, além de febre e mal-estar. Não está relacionada
a síncopes.
Apesar de ser uma vacina inativada, é contraindicada em gestantes.

CAPÍTULO

18.0 VACINA INFLUENZA


Vacina inativada composta por proteínas do patógeno, administrada intramuscular ou subcutânea.
Preste bem atenção neste conceito, pois, provavelmente, você já ouviu alguém falar:

“Tomei a vacina da gripe e fiquei gripado!”

Não tem como, pois ela não contém o vírus! O examinador tentará
confundi-lo na prova.
Não caia nessa!

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 89


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

18.1 PREVENÇÃO

Há duas vacinas disponíveis no mercado. Elas previnem contra a gripe pelo vírus Influenza.
Influenza trivalente, composta de duas cepas do vírus A e uma do vírus B.
Influenza tetravalente, composta de duas cepas do vírus A e duas do vírus B.
As cepas presentes na vacina são modificadas anualmente, baseadas nas de maior circulação mundial do ano anterior.

18.2 IDADE

No PNI, a vacina disponível é a trivalente. Ela primeiro é disponibilizada para os grupos de risco. Em 2022, foram eles:

• Maiores de 60 anos. • Caminhoneiros, motoristas de transporte coletivo e


• Crianças de 6 meses até 5 anos, 11 meses e 29 dias. portuários.
• Grávidas e puérperas até 45 dias pós-parto. • Professores.
• Profissionais da saúde. • Indígenas.
• Profissionais das forças de segurança e salvamento. • Privados de liberdade.
• Doentes crônicos.

As duas vacinas só estão licenciadas para maiores de 6 meses.


Crianças até 9 anos que se vacinam pela primeira vez devem aplicar duas doses, com 30 dias de intervalo entre
elas.
Deve ser aplicada anualmente, pois, como vimos, as cepas são diferentes a cada ano.

18.3 REAÇÕES ADVERSAS E CONTRAINDICAÇÕES

Apresenta poucas reações adversas que, na sua maioria, são locais, além de febre e mal-estar.
Apesar de ser cultivada em embriões de galinha, ela não é contraindicada para pacientes com reações alérgicas, nem mesmo as reações
graves, mas deve ser feita em ambiente hospitalar.

Lembrete! Alérgicos graves ao ovo.


Febre amarela → contraindicada em paciente com anafilaxia prévia.
Tríplice viral, Tetra Viral e Influenza → Não são contraindicadas, devem ser
aplicadas em ambiente hospitalar.

Fonte: Shutterstock

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 90


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

CAI NA PROVA
(FAMEMA 2023) Assinale a alternativa correta sobre os grupos prioritários para a 24ª Campanha Nacional de vacinação contra a influenza —
2022.
A) Todas as pessoas com mais de 50 anos de idade.
B) Gestantes, desde que comprovada a gestação com exame laboratorial ou relatório médico.
C) Todas as crianças até 12 anos de idade.
D) Todos os trabalhadores da saúde dos serviços públicos e privados.

COMENTÁRIOS

O examinador quer saber sobre os grupos de risco da vacina da gripe.


Incorreta a alternativa A: são vacinados os maiores de 60 anos.
Incorreta a alternativa B: não há necessidade de comprovar gestação.
Incorreta a alternativa C: para crianças, a idade limite é 5 anos, 11 meses e 29 dias.

Correta a alternativa D: todos os profissionais de saúde fazem parte do grupo de risco.

(FRN 2022) Lactente, acompanhado por sua mãe, chegou ao consultório pediátrico a fim de realizar consulta de puericultura. Entre as dúvidas
da genitora, ela gostaria de saber que vacinas deveriam ser administradas com precauções, uma vez que seu filho teve antecedente de reação
anafilática sistêmica comprovada, após ingestão de ovo. Sendo assim, o profissional deve alertar para a realização com prudência da

A) Hepatite A.
B) Hepatite B.
C) Influenza.
D) Pólio inativada.

COMENTÁRIO

Dentro das vacinas disponíveis, apenas 4 possuem traços de proteínas do ovo em sua composição. São elas:
- Febre amarela
- Tríplice viral
- Tetra viral
- Influenza
Agora, apenas a febre amarela é contraindicada em casos de alergia grave ao ovo ou anafilaxia prévia. As demais, podem ser aplicadas,
mesmo em indivíduos com essas condições. No entanto, é recomendado que essas crianças, por precaução, sejam vacinadas em ambiente
hospitalar, ou em outro que ofereça condições de atendimento de anafilaxia, e fiquem, no mínimo, durante 30 minutos em observação.

Correta a alternativa C.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 91


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

Facilitando para você:

TOP 2 DOS PONTOS QUE MAIS APARECEM NAS PROVAS

1. Indicada apenas para maiores de 6 meses e na primovacinação até os 9 anos.


Utilizar duas doses com 30 dias de intervalo entre elas.
2. Indicada para gestantes e puérperas até 45 dias no pós-parto.

CAPÍTULO

19.0 PALIVIZUMABE
Imunoglobulina derivada de anticorpo monoclonal.

19.1 PREVENÇÃO

Previne contra a infecção por vírus sincicial respiratório, causador de bronquiolite e pneumonia, principalmente em lactentes.

19.2 INDICAÇÕES

Está disponível nos CRIEs para pacientes especiais. São eles:


• Recém-nascidos pré-termo menores de 29 semanas de idade gestacional no primeiro ano de vida.
• Portadores de cardiopatias congênitas, com repercussão hemodinâmica desde que em tratamento para a doença de base, nos dois
primeiros anos de vida.
• Portadores de distúrbios pulmonares da prematuridade nos dois primeiros anos de vida.

A Sociedade Brasileira de Pediatria acrescenta como indicação:


• Recém-nascidos pré-termo nascidos com 29 a 32 semanas de idade gestacional até o sexto mês.

Para esses pacientes, o Palivizumabe está disponível no sistema privado e, em alguns estados do Brasil, já está disponível no sistema
público.

Lembre-se de que a doença pulmonar crônica da prematuridade é causada por pneumopatia em prematuros menores
de 32 semanas que necessitaram de oxigênio por mais de 28 dias após o nascimento.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 92


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

CAI NA PROVA
(HOSPITAL PEDRO ERNESTO UERJ/RJ/2019) O uso de anticorpo monoclonal palivizumabe na época de sazonalidade do vírus sincicial
respiratório (VSR) comprovadamente reduz em até 50% a frequência e o tempo de hospitalização por infecções por tal vírus, em especial em
crianças de alto risco. É considerada criança de alto risco aquela que no primeiro ano de vida:
A) é prematura de muito baixo peso, independente de idade gestacional ao nascimento e que necessitou de oxigênio por mais de 28 dias
após o nascimento
B) é prematura com idade gestacional de nascimento menor do que 32 semanas e que necessitou de oxigênio por mais de 28 dias após o
nascimento
C) tem cardiopatia congênita, cianótica ou acianótica, independente da hemodinâmica e de idade gestacional ao nascimento
D) tem sibilância recorrente, que necessita de terapêutica com beta-agonista ao menos cinco vezes no mês

COMENTÁRIO

Essa criança fecha critérios para doença pulmonar crônica da prematuridade e tem indicação de realizar o
Correta a alternativa B.
palivizumabe nos dois primeiros anos de vida, desde que em tratamento para a doença.

Incorreta a alternativa A. Não podemos afirmar que essa criança possui doença crônica da prematuridade, pois a alternativa traz
“independentemente da idade gestacional” e essa condição está relacionada a menores de 32 semanas.
Incorreta a alternativa C. Apenas crianças com cardiopatias congênitas com repercussão hemodinâmica e em tratamento para a doença
apresentam indicação para o uso do palivizumabe nos dois primeiros anos de vida.
Incorreta a alternativa D. Sibilância recorrente não indica o uso do palivizumabe.

CAPÍTULO

20.0 VACINA E SORO CONTRA RAIVA


Vacina inativada antirrábica.
Soro antirrábico (SAR) ou imunoglobulina humana antirrábica (IGHAR) utilizada após exposição ao vírus.

20.1 PREVENÇÃO

Previne contra a infecção respiratória por vírus da raiva, causador de encefalite aguda,
progressiva, que leva ao óbito em aproximadamente 100% dos casos.
Lembre-se: apenas mamíferos podem ter raiva!

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 93


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

20.2 INDICAÇÕES

Pré-exposição: indivíduos de risco que se expõem a animais, como, por exemplo, veterinários. Duas doses nos dias 0 e 7, intramuscular
ou intradérmica.
Pós exposição: segue o protocolo do Ministério da Saúde que trago abaixo e deve ser feito com vacina, imunoglobulina ou soro, o mais
rapidamente possível. O prazo máximo para aplicação do SAR ou do IGHAR é de 7 dias após a primeira dose da vacina.
A vacina tem aplicação intramuscular ou intradérmica. O soro e a imunoglobulina devem ser infiltrados, o máximo possível, dentro ou
ao redor das lesões. O restante, se sobrar, via intramuscular, de maneira mais próxima possível do ferimento.

Retirado de: NOTA TÉCNICA No 8/2022-CGZV/DEIDT/SVS/MS, https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/r/raiva/imagens/nota-tecnica-n-8_2022-cg-


zv_deidt_svs_ms.pdf/view. Acesso em 22 de Julho de 2022.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 94


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

Analisando o quadro, temos as seguintes situações:


1. Contato indireto (tocar, dar de comer, lambedura, contato com secreção ou excreções em pele íntegra): não há indicação de
profilaxia.
2. Animais passíveis de observação e saudáveis: observar por 10 dias; retornar à unidade de atendimento se o animal morrer,
desaparecer ou adoecer.
3. Animais não passíveis de observação, com sinais sugestivos de raiva ou mamíferos de interesse econômico:
• se acidente leve, fazer 4 doses da vacina;
• se acidente grave, fazer quatro doses de vacina mais soro ou imunoglobulina.
4. Animais silvestres: fazer quatro doses de vacina mais soro ou imunoglobulina.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 95


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

CAI NA PROVA

(UFES 2023) Paciente 30 anos, sexo feminino, sem comorbidades conhecidas, ao fazer trilha na região de Santa Leopoldina, foi mordida na
mão direita por um macaco, que, em seguida, fugiu para a mata. Chegou ao pronto-socorro cerca de 3 horas após o ocorrido. Observe as
afirmativas a seguir e depois responda.
I) Em situações conforme a descrita acima, deve-se prescrever soro e vacina antirrábicos.
II) Devido à localização, deve ser abordada como mordedura grave.
III) Se a lesão for grande e estiver limpa, deve ser realizada a sutura da ferida para evitar cicatrização por segunda intenção e comprometimento
dos movimentos.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 96


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

A) Somente as alternativas l e II estão corretas.


B) Somente as alternativas II e III estão corretas.
C) Somente as alternativas I e III estão corretas.
D) Todas as alternativas estão corretas.

COMENTÁRIOS

O paciente foi mordido por um mamífero silvestre, portanto o acidente é sempre considerado grave. A conduta é 4 doses da vacina
mais 1 dose de soro antirrábicos.
I — Correta, essa é a conduta adequada.
II — Correta, acidentes na mão são sempre graves.
III — Incorreta. Feridas por mordedura são de alto grau de contaminação, portanto não devem ser suturadas, favorecendo a área de
drenagem e evitando a formação de abscessos.

Correta a alternativa A.

(SCMRP 2023) Paciente de 20 anos é mordido por cachorro da vizinhança. São arranhaduras superficiais na perna direita. O vizinho está
em férias e não se sabe qual é a condição do animal, mas, no terceiro dia pós-mordedura, o cachorro desaparece. Recomenda-se, nesse
momento:
A) administrar 4 doses de vacina contra raiva (O, 3, 7 e 14).
B) administrar 5 doses de vacina contra raiva (O, 3, 7, 14 e 28).
C) administrar 3 doses de vacina contra raiva (O, 7 e 14).
D) observar o paciente por mais 7 dias; caso não desenvolva nenhum sintoma, não é necessário aplicar nenhuma dose de vacina.
E) localizar o cachorro e observar, por mais 7 dias, se ele apresenta algum sintoma raivoso.

COMENTÁRIOS

O paciente apresentou uma lesão considerada leve, provocada por cachorro observável, mas que desapareceu durante o período de
observação. A conduta é aplicar 4 doses da vacina.

Correta a alternativa A

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 97


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

(AMP 2023) Escolar de 8 anos foi mordido na mão por cão da família que vive exclusivamente no domicílio. Animal sadio e vacinado, passível
de observação. Sobre a profilaxia antirrábica assinale a alternativa correta para o caso.
A) Um período de observação de 10 dias para o animal é suficiente para eliminar a possibilidade de raiva, não necessitando nenhuma
profilaxia específica para a criança.
B) Caso o animal desapareça após o sétimo dia não deve ser aplicada nenhuma profilaxia por não haver mais eficácia comprovada.
C) Fazer uma dose de(vacina antirrábica nos dias 1 e 3 e caso a animal continue assintomático, suspender a aplicação.
D) Por ter sido mordido na mão iniciar vacina antirrábica e imunoglobulina antirrábica e observar o animal por 7 dias.
E) Iniciar o esquema profilático com soro e 5 doses de vacina nos dias 0, 3, 7, 14 e 28.

COMENTÁRIOS

Aqui temos uma criança que sofreu uma lesão grave, porém, o animal é observável. Portanto, o observamos por 10 dias primeiro. Caso
nada aconteça, encerramos o caso.

Correta a alternativa A

(USP 2022) Uma criança de oito anos de idade é trazida à Unidade de Saúde da Família (USF) com história de ter sido atacada por um
porco doméstico, ao adentrar o interior de um chiqueiro, na propriedade rural onde vive com seus pais. O exame físico revela lesão única e
superficial na panturrilha direita. A família informa que a criança nunca havia recebido vacinas antirrábicas anteriormente.
Com vistas à profilaxia antirrábica, a conduta a ser adotada neste caso envolve limpeza criteriosa e desinfecção do local atingido, acompanhada
de:

A) Quatro doses de vacina, sem uso de soro.


B) Três doses de vacina e observação do animal.
C) Quatro doses de vacina e uma dose de soro.
D) Apenas acompanhamento do animal.

COMENTÁRIOS

Estamos diante de um acidente considerado leve, porém, causado por um animal de produção. Portanto, a indicação é realizar 4 doses
da vacina, sem a necessidade de soro antirrábico.

Correta a alternativa A

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 98


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

CAPÍTULO

21.0 VACINAS CONTRA COVID


Caro Estrategista, as vacinas contra Covid-19 estão em constante atualização no momento. A equipe da Pediatria junto à da infectologia
estarão sempre buscando novidades e repassando para você, então fique atento aos nossos canais de comunicação. Aqui, trago o que temos
até agora de informações.
As vacinas contra Covid-19 têm reduzido de forma drástica o número de mortes e hospitalizações no mundo todo, de acordo com
estudos. Além disso, diminuem a carga viral na nasofaringe e reduzem o potencial de transmissão.
Hoje, há 5 vacinas licenciadas pela ANVISA no Brasil, todas elas são inativadas. Vamos estudá-las.

1. Coronavac - produzida pelo Butantan.


Vacina composta por vírus inativado (morto) inteiro, intramuscular.
• Eficácia geral in vitro: 50,39%.
• Crianças de 3 a 11 anos: duas doses com intervalo de 28 dias.
• Adolescentes de 12 a 17 anos: duas doses com intervalo de 4 semanas.
• Adultos: duas doses com intervalo de 14 a 28 dias e uma ou duas doses de reforço* quatro meses após a segunda dose,
preferencialmente, com vacina Pfizer, Janssen ou AstraZeneca.
• Contraindicada para imunocomprometidos de 6 a 17 anos.
• As reações adversas mais comuns foram as locais. Não houve relatos de reações adversas graves.

2. Covishield/Oxford - produzida pela AstraZeneca e Fiocruz.


Vacina de vetor viral não replicante, intramuscular.
Nas vacinas de vetor viral, há a inserção do gene que codifica a produção de proteína S, responsável pela ligação do novo coronavírus
com as células humanas, dentro de outro vírus modificado, para que seja incapaz de se replicar dentro do nosso organismo e causar a doença.
Esse vírus é, portanto, apenas um vetor da informação genética para que as células humanas passem a fabricar a proteína S. A Covishield
utiliza o adenovírus recombinante de chimpanzé.
• Eficácia geral in vitro: 70,42%.
• Indicada a partir de 18 anos, em duas doses com intervalo entre 4 e 12 semanas e uma ou duas doses de reforço*.
• Imunocomprometidos acima de 18 anos: três doses.
• Contraindicada para: pessoas que apresentaram trombose venosa e/ou arterial em combinação com plaquetopenia após receberem
a primeira dose, gestantes e puérperas.
• As reações adversas mais comuns foram as locais, cefaleia e fadiga. Raros casos de eventos adversos com formação de trombo têm
sido reportados na literatura mundial, mas o perfil de risco-benefício da vacina é ainda favorável, de acordo com os cientistas. A
frequência e a intensidade dos eventos foram menores na segunda dose.

3. AD26.COV2.S - produzida pela Janssen e Johnson e Johnson


Vacina de vetor viral não replicante, intramuscular. Utiliza o adenovírus tipo 26 como carreador.
• Eficácia geral: 57 a 72%; 85% nos casos graves.
• Indicada em dose única a partir de 18 anos. Imunocomprometidos até 39 anos aplicam duas doses. Dois ou três reforços*, sendo
que o primeiro reforço deve ser administrado dois meses após a dose única.
• Contraindicada para gestantes.
• As reações adversas mais comuns foram as locais. Raros casos de eventos adversos com formação de trombo e plaquetopenia
foram reportados. O perfil de risco-benefício da vacina é considerado favorável.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 99


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

4. Comirnaty. Produzida pela Biontech e Pfizer.


Vacina de RNA mensageiro, intramuscular.
Nessa vacina, é introduzido no corpo uma molécula de RNA mensageiro com instruções para que o corpo do indivíduo produza a
proteína S.
• Eficácia geral: 95%.
• Crianças de 6 meses a 4 anos, 11 meses e 29 dias: três doses da vacina pediátrica (volume menor 0,2 ml), com intervalo de 4
semanas entre a primeira e a segunda dose e 8 semanas entre a segunda e a terceira dose.
• Crianças e adolescentes de 5 a 17 anos, inclusive gestantes e puérperas: duas doses da vacina pediátrica (volume 0,2 ml), com
intervalo de 8 semanas. A partir de 12 anos, é indicado reforço*.
• Adolescentes imunossuprimidos de 12 a 17 anos: três doses da vacina pediátrica, com intervalo de oito semanas entre cada dose,
mais um reforço*.
• Adultos de 18 anos a 39 anos: duas doses, com intervalo de 8 semanas da vacina adulta (0,3 ml) e um ou dois reforços*.
• A partir de 18 anos imunossuprimidas: três doses mais reforço*.
• As reações adversas mais comuns foram locais, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, calafrios e febre.
Foi verificado um aumento nas notificações de miocardite e pericardite após a vacinação em adolescentes e adultos jovens, mais em
homens do que em mulheres, geralmente após a segunda dose. Porém, a conclusão é de que existem poucos relatos, os casos tendem a ser
leves e tratáveis e a possibilidade de o quadro ser causado pela COVID-19 é muito maior do que ocorrer pela vacina.
• Comirnaty Bivalente BA.4/BA.5. Produzida pela Pfizer com a mesma tecnologia da Corminaty monovalente. Por enquanto, está
disponível em dose única, para grupos de risco que já tenham o esquema primário completo e com, no mínimo, 4 meses de
intervalo entre ele e a vacina bivalente.
5. GRUPOS DE RISCO
• Idosos de 60 anos ou mais de idade.
• Pessoas vivendo em instituições de longa permanência a partir de 12 anos e seus trabalhadores.
• Pessoas imunocomprometidas a partir de 12 anos de idade.
• Indígenas, ribeirinhos e quilombolas (a partir de 12 anos de idade).
• Gestantes e puérperas.
• Trabalhadores da saúde.
• Pessoas com deficiência permanente (a partir de 12 anos de idade).
• População privada de liberdade e adolescentes em medidas socioeducativas.
• Funcionários do sistema de privação de liberdade.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 100


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

* A quantidade de doses de reforço necessárias está em constante mudança, portanto prefiro não "bater o martelo" ainda nesse número, fique ligado em nossas redes
de comunicação.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 101


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

Vamos resumir?

Coronavac Oxford/AstraZeneca Janssen Pfizer

Tipo Vírus inativado Vetor viral Vetor viral RNA mensageiro

Sim. De 6 meses a
4 anos, 11 meses e
29 dias, três doses
Sim. Acima de 3
Crianças Não Não e, acima de 5
anos, duas doses
anos, duas doses.
Ambas com dose
pediátrica (0,2ml)

Até 17 anos, dose


Adolescentes e A partir de 18 A partir de 18 pediátrica. Acima,
Duas doses
Adultos anos, duas doses anos, dose única dose de adulto
(0,3ml)

Gestantes Sim Contraindicada Contraindicada Sim

Acima de 18 anos,
Contraindicada Acima de 18 anos, duas doses até 39 Acima de 12 anos,
Imunodeprimidos
dos 6 aos 17 anos três doses anos e dose única três doses
acima dessa idade

Gestantes,
puérperas,
Imunodeprimidos episódio de Nenhuma
Contraindicações Gestantes
dos 6 aos 17 anos trombose e específica
plaquetopenia
após a 1a dose

Reações adversas Trombose e Miocardite e


Sem relatos Trombose
graves relatadas plaquetopenia pericardite

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 102


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

CAPÍTULO

22.0 VACINA CONTRA HERPES-ZÓSTER

Estrategista, até agora, a vacina contra herpes-zóster nunca foi cobrada


em provas. Porém, como em 2022, foi lançada uma nova vacina no Brasil, preferi
acrescentar este tópico, visto que os examinadores costumam gostar de novidades.
O herpes-zóster é uma doença causada pela reativação do vírus varicela-
zóster, latente no organismo após infecção prévia. Há duas vacinas licenciadas no
Brasil: Zostavax™ e Shingrix™ (licenciada em 2022). Vamos compará-las.

Zostavax™ Shingrix™

Inativada recombinante
Tipo Viva atenuada
(glicoproteína E)

Duas doses com 2 meses de


Esquema de doses Dose única
intervalo

Maiores de 50 anos
imunocompetentes e maiores de
Idade Maiores de 50 anos 18 anos imunocomprometidos
* Pode ser aplicada em quem já se
imunizou com a Zostavax.

Aplicação Subcutânea Intramuscular

Aplicação em imunossuprimidos Contraindicada Indicada acima de 18 anos

Tempo de aplicação após episódio


Após um ano Após seis meses
de herpes-zóster

Onde encontrar Sistema privado de imunizações Sistema privado de imunizações

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 103


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

CAPÍTULO

23.0 VACINA CONTRA DENGUE


Estrategista, essa é uma vacina pouco cobrada em provas. Estão disponíveis, apenas no sistema privado, duas vacinas vivas atenuadas.

1) Degvaxia®. Indicada para indivíduos dos 6 aos 45 anos, 3 doses, com intervalo de 6 meses entre elas. Indicada apenas em pessoas
já infectadas (soropositivas), pois foi observado um risco aumentado de hospitalização e dengue com sinal de alarme se aplicada
em indivíduos soronegativos.

2) Qdenga®. Indicada dos 4 aos 60 anos, 2 doses, com intervalo de 3 meses entre elas. Pode ser aplicada independentemente da
sorologia.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 104


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

Preparei uma lista exclusiva de questões com os temas dessa aula!


Acesse nosso banco de questões e resolva uma lista elaborada por mim, pensada para a sua aprovação.
Lembrando que você pode estudar online ou imprimir as listas sempre que quiser.

Resolva questões pelo computador


Copie o link abaixo e cole no seu navegador
para acessar o site

https://bit.ly/3qkqe16

Resolva questões pelo app


Aponte a câmera do seu celular para
o QR Code abaixo e acesse o app

Baixe na Google Play Baixe na App Store

Baixe o app Estratégia MED


Aponte a câmera do seu celular para o
QR Code ou busque na sua loja de apps.

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 105


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

CAPÍTULO

25.0 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA


1. FEIJÓ, Ricardo Becker and SAFADI, Marco Aurélio P.. Imunizações: três séculos de uma história de sucessos e constantes desafios. J.
Pediatr. (Rio J.) [online]. 2006, vol.82, n.3, suppl. [cited 2020-04-20], pp.s1-s3. Available from: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S0021-75572006000400001&lng=en&nrm=iso>. ISSN 0021-7557. https://doi.org/10.1590/S0021-75572006000400001.
2. Soares, Marina Juliana de Oliveira.; “Mary Montagu e a inoculação da varíola na Inglaterra no século XVIII”. Khronos, Revista de História da
Ciência, no5, p. 35-46. 2018. Disponível em <http://revistas.usp.br/khro- nos>. Acesso em dd/mm/aaaa.
3. Liliana Muller Larocca, Telma Elisa Carraro. O MUNDO DAS VACINAS – CAMINHOS (DES)CONHECIDOS
4. “Programa Nacional de Imunizações, 30 anos” Ministério da Saúde, 2003.
5. https://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/vacinacao/sobre-o-programa, acesso em 20 de Abril de 2020.
6. Dicionário brasileiro da língua portuguesa Michaelis.
7. TEMPORÃO, José Gomes. O Programa Nacional de Imunizações (PNI): origens e desenvolvimento. Hist. cienc. saúde-Manguinhos,
Rio de Janeiro , v. 10, supl. 2, p. 601-617, 2003 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
59702003000500008&lng=en&nrm=iso>. access on 23 Apr. 2020. https://doi.org/10.1590/S0104-59702003000500008.
8. Manual dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais. Ministério da Saúde. 6ª edição. 2023.
9. https://sbim.org.br/calendarios-de-vacinacao
10.https://familia.sbim.org.br
11.https://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/vacinacao/calendario-vacinacao
12.Calendários de Vacinação pacientes especiais. SBIM. 2019-2020.
13.Documento Científico do Departamento de Imunizações e Departamento de Infectologia. Calendário de Vacinação SBP. 2020.
14.Manual de Vigilância Epidemiológica de Eventos Adversos Pós-Vacinação. Ministério da Saúde. 3ª edição. 2014.
15.Imunização. Tudo que você sempre quis saber sobre vacinas. SBIM. 2016.
16.Tratado de Pediatria da SBP. 4ª edição.
17.Nelson textbook of pediatrics. 21a edição.
18.BRICKS, Lucia F.. Vacina BCG: via percutânea ou intradérmica?. J. Pediatr. (Rio J.), Porto Alegre , v. 80, n. 2, p. 93-98, Apr. 2004 . Available
from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-75572004000200004&lng=en&nrm=iso>. access on 24 Apr. 2020
19.https://revistapesquisa.fapesp.br/1997/08/01/butantan-ja-produz-vacina-contra-hepatite-b/
20.Informe técnico da introdução da vacina pentavalente. Ministério da Saúde. 2012.
21.https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=6050:no-dia-mundial-da-polio-comissao-de-especialistas-
declara-erradicacao-global-do-poliovirus-selvagem-tipo-3&Itemid=812
22.Vacina contra rotavírus. Rev. Saúde Pública, São Paulo , v. 40, n. 2, p. 355-358, Apr. 2006 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102006000200026&lng=en&nrm=iso>. access on 25 Apr. 2020.
23.Bula do medicamento Engerix. Disponível em https://br.gsk.com/media/566528/bl_engerix_sus-inj_gds14_l0656.pdf
24.Bula do medicamento Infanrix Penta. Disponível em https://br.gsk.com/media/572764/bl_infanrix-ipv-hib_inj_gds13_l0866.pdf
25.Bula do medicamento Bexsero. Disponível em https://br.gsk.com/media/560122/bl_bexsero_gds004_l0792.pdf
26.Bula do medicamento Gardasil. Disponível em https://consultaremedios.com.br/gardasil/bula
27.Bula do medicamento Synagis. Disponível em https://www.abbvie.com.br/content/dam/abbvie-dotcom/br/documents/SYNAGIS_
LIQUID_VP.pdf

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 106


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

28.https://www.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/46139-em-2020-ministerio-da-saude-amplia-publico-para-vacinas-contra-febre-
amarela-e-gripe
29.Informe Técnico do Ministério da Saúde. Orientações técnico-operacionais para a Vacinação dos Adolescentes com a Vacina Meningocócica
ACWY (conjugada). 2020.
30.Fonte: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/folder/esquema_profilaxia_raiva_humana.pdf
31.Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação. Ministério da Saúde. 2014.
32. https://familia.sbim.org.br/covid-19, acesso em 22 de Julho de 2022
33. https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/r/raiva/imagens/nota-tecnica-n-8_2022-cgzv_deidt_svs_ms.pdf/view , acesso
em 22 de Julho de 2022
34. https://sbim.org.br/images/files/notas-tecnicas/nota-informativa-cgpni-vacinacao-viajantes-polio-2112.pdf acesso em 22 de Julho de
2022
35. https://sbim.org.br/images/files/notas-tecnicas/nt392021-cocam-cgpni-amamentacao-alivio-dor.pdf acesso em 22 de Julho de 2022
36. https://sbim.org.br/images/files/notas-tecnicas/oficio-810-2022-pni-deidt-svs-ms-hpvimunossuprimidoshomens45.pdf acesso em 22 de
Julho de 2022
37. https://sbim.org.br/images/files/notas-tecnicas/nt-covid19-pfizer-6meses-menor3anos-221031.pdf acesso em 13 de Dezembro de 2022

CAPÍTULO

26.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Imunizações é um daqueles temas que você precisa ter bem firme em sua mente
antes de seguir em frente. As questões sobre ele, apesar de estarem principalmente na
área de pediatria, podem ser vistas em qualquer outra prova de Residência.
Como vimos, essas questões são na maioria simples e bastante claras, como
completar calendários em atraso, imunizar populações especiais e conhecer os conceitos
gerais, bem como individuais das vacinas.
Aliás, os calendários a princípio podem parecer verdadeiros bichos de sete cabeças,
mas, à medida que você treina, eles tornam-se familiares, não é mesmo? Tenho certeza
de que agora você está pronto para detonar nas provas.
Estou à disposição para dúvidas nos nossos Fóruns, canais e redes sociais. Estamos
juntos nessa. Acredito no seu sucesso!

Helena

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 107


PEDIATRIA Imunizações Estratégia
MED

Prof. Helena Schetinger | Curso Extensivo | 2024 108

Você também pode gostar