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P R O F S .

A N D R E A M A K S S O U D I A N
E H E L E N A S C H E T I N G E R

E M E R G Ê N C I AS P E D I ÁT R I CAS
PEDIATRIA Prof. Andrea Makssoudian e Prof. Helena Schetinger | Emergências pediátricas 2

APRESENTAÇÃO

PROF. ANDREA
MAKSSOUDIAN /
PROF. HELENA
SCHETINGER
Olá, querido colega. Seja bem-vindo ao resumo de
Emergências Pediátricas. Aqui, falaremos de arritmias, reanimação
cardiopulmonar, aspiração de corpo estranho, traumatismo
cranioencefálico e afogamento.
Sabemos que, neste momento, você deve estar ansioso
querendo saber qual é a real importância desse tema para as
provas. Bem, nós asseguramos: ESTUDE, pois esse é um assunto
muito cobrado pelas bancas examinadoras. Em um levantamento
feito pela nossa equipe, identificamos 186 temas diferentes que
caem nas provas de Pediatria, organizamo-los por ordem de
prevalência e verificamos que as emergências pediátricas ocupam
a 38ª posição da tabela.
Além disso, é um conhecimento muito importante para
a prática médica. Que médico já não se deparou com uma
emergência pediátrica? É essencial saber manejar esses casos,
pois nossa conduta pode salvar vidas. Portanto, não hesite!
Estude com carinho e cuidado esse conteúdo, para brilhar nas
provas e na vida médica.
Você está pronto? Vamos começar com arritmias?

@estrategiamed

/estrategiamed @dra.andreamakssoud

@estrategiamed @Prof.helenaped

Estratégia MED
Estratégia
MED
t.me/estrategiamed
PEDIATRIA Emergências pediátricas Estratégia
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SUMÁRIO

1.0 ARRITMIAS NA INFÂNCIA 5


1 .1 SISTEMA DE CONDUÇÃO CARDÍACO 5

1 .2 FREQUÊNCIA CARDÍACA 6

1 .3 CLASSIFICAÇÃO 6

1 .4 ARRITMIA SINUSAL 7

1 .5 TAQUICARDIA SINUSAL 8

1 .6 TAQUICARDIA SUPRAVENTRICULAR 9

1.6.1 QUADRO CLÍNICO 9

1.6.2 ELETROCARDIOGRAMA 9

1.6.3 TRATAMENTO 10

1.6.3.1 MEDIDAS GERAIS: 10

1.6.3.2 TRATAMENTO ESPECÍFICO: 10

2.0 PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA 12


2 .1 SUPORTE BÁSICO DE VIDA 12
2.1.1 PARADA RESPIRATÓRIA 13

2.1.2 PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA 14

2 .2 SUPORTE AVANÇADO DE VIDA 21

2.2.1 MANEJO DA VIA AÉREA 21

2.2.2 ACESSO VASCULAR 22

2 .3 RITMO CARDÍACO 22

2.3.1 FV/TV 24

2.3.2 AESP E ASSISTOLIA 25

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2.3.3 CAUSAS REVERSÍVEIS DE PCR 26

2.3.4 TERAPIA FARMACOLÓGICA 27

3.0 ASPIRAÇÃO DE CORPO ESTRANHO 28


3 .1 CONDUTA 28

3.1.1 OBSTRUÇÃO TOTAL

28

3.1.2 OBSTRUÇÃO PARCIAL 30

4.0 TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO (TCE) 30


5.0 AFOGAMENTO 32
5 .1 FATORES DE RISCO 33

5 .2 FISIOPATOLOGIA 33

5 .3 MANEJO 34

6.0 LISTA DE QUESTÕES 35


7.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 36
8.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS 37

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CAPÍTULO

1.0 ARRITMIAS NA INFÂNCIA


As arritmias em crianças originam-se de múltiplas A síncope é uma de suas manifestações e caracteriza-se
etiologias e podem ser constatadas tanto em consultas de por perda súbita e breve da consciência associada à perda do
rotina como em atendimentos de emergência. Elas devem ser tônus postural, com recuperação espontânea. É um evento raro
prontamente identificadas e tratadas. antes dos seis anos de idade, tornando-se mais prevalente entre os
15 e 19 anos, sobretudo no sexo feminino.

A síncope é mais comum em adolescentes e no sexo feminino.

A maior parte dos casos de síncope é benigna e decorre de alteração do tônus vasomotor, porém pode ser consequente a lesões
cardíacas estruturais e alterações no sistema de condução cardíaca.
Estrategista, antes de falarmos das arritmias, vamos revisar alguns conceitos básicos.

1 .1 SISTEMA DE CONDUÇÃO CARDÍACO

` No coração existem células automáticas que dão início ao impulso elétrico que despolariza o coração. O nodo sinusal, por apresentar
maior frequência, comanda a despolarização. A partir desse local, a despolarização propaga-se para os átrios, chega ao nodo atrioventricular
e, em seguida, ao sistema His-Purkinje, que distribui os impulsos para os ventrículos e para o septo interventricular.
A figura abaixo representa o sistema de condução cardíaco:

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1 .2 FREQUÊNCIA CARDÍACA

A frequência cardíaca (FC) varia conforme a idade. Observamos que quanto menor a criança, maior é a FC considerada normal.
Na tabela abaixo você pode encontrar os valores de FC normais para cada faixa etária:

IDADE FC EM VIGÍLIA (batimentos/minuto)

Neonato (até 28 dias) 100-205

Bebê (>28 dias a <1 ano) 100-180

1ª infância (1 a 2 anos) 98-140

Idade pré-escolar (2 a 4 anos) 80-120

Idade escolar (5 a 10 anos) 75-118

Adolescente (11 a 19 anos) 60-100

1 .3 CLASSIFICAÇÃO

As arritmias podem ser divididas em sintomáticas e assintomáticas.


Dentre as assintomáticas, a arritmia sinusal é a mais comum na criança. As arritmias sintomáticas podem ser divididas em 2 tipos:

• Disfunção do nodo sinusal


Bradiarritmias • Bloqueio atrioventricular neonatal
• Bloqueio cardíaco

• Arritmias atriais
• Taquicardia supraventricular (TSV)
Taquiarritmias
• Taquicardia ventricular (TV)
• Fibrilação ventricular (FV)

Devido a sua prevalência nos concursos de Residência Médica, neste resumo vamos abordar apenas algumas das arritmias.

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1 .4 ARRITMIA SINUSAL

Essa arritmia é muito frequente em crianças e consiste em uma variante da normalidade. Sua característica principal é que a FC se
altera de acordo com o ciclo respiratório, isto é, a FC aumenta durante a inspiração e diminui durante a expiração.

← FC


EXPIRAÇÃO INSPIRAÇÃO

É um evento benigno, geralmente assintomático.


Na figura abaixo, você pode observar um traçado de arritmia sinusal em que a distância entre as ondas P sofre uma variação, isto é,
as ondas P são mais próximas durante a inspiração (sinalizadas em azul) e mais distantes durante a expiração (sinalizadas em amarelo).

Figura: Arritmia sinusal (Fonte: Shutterstock).

A arritmia sinusal é considerada uma condição benigna que não requer tratamento antiarrítmico.
Para memorizar:

Frequência cardíaca Apresenta variabilidade de acordo com a respiração

Onda P normal

Intervalo PR constante

Intervalo RR Variável de acordo com o ciclo respiratório

Complexo QRS Estreito (≤0,09 seg)

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1 .5 TAQUICARDIA SINUSAL

Nessa condição observamos aumento da FC acima do esperado para a idade, que ocorre devido a uma resposta à necessidade
do organismo de um maior débito cardíaco ou transferência de oxigênio para os tecidos, como febre, exercício, choro, ansiedade, dor e
hipovolemia.
Trata-se de uma resposta fisiológica normal, que não é considerada uma arritmia e em que não há necessidade de medicações
antiarrítmicas.
O traçado de eletrocardiograma abaixo ilustra a TS:

Figura: Taquicardia sinusal (Fonte: Shutterstock).

Vamos recapitular:

Apresenta variabilidade de acordo com a alteração de atividade da


criança
Frequência cardíaca
Normalmente <220bpm em bebês e
< 180bpm em crianças

Onda P normal

Intervalo PR constante

Intervalo RR Variável de acordo com a atividade da criança

Complexo QRS Estreito (≤0,09 segundo)

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1 .6 TAQUICARDIA SUPRAVENTRICULAR

A taquicardia supraventricular (TSV) consiste em um ritmo anormalmente rápido cuja origem está acima dos ventrículos. Trata-se do
distúrbio de ritmo mais comum em crianças.

1.6.1 QUADRO CLÍNICO

A FC muito aumentada observada nesses pacientes compromete o enchimento ventricular e, por consequência, pode afetar
negativamente o débito cardíaco.
A sintomatologia da TSV é muito variável e depende da repercussão clínica que a taquicardia acentuada provoca. De acordo com a
idade da criança, podemos observar:

• Lactentes: palidez cutânea, agitação, respiração rápida,


sonolência ou irritabilidade, diminuição da aceitação alimentar e,
em alguns casos, cianose.
FC na TSV:
• Crianças e adolescentes: palpitações, dor ou desconforto
• Bebês ≥ 220bpm
no peito, síncope, cansaço e tontura.
• Crianças ≥ 180bpm
A frequência cardíaca encontrada na TSV em crianças
também depende da idade:

1.6.2 ELETROCARDIOGRAMA
O ECG desses pacientes apresenta complexos QRS estreitos, regulares e muito rápidos, além de onda P ausente. Observe:

Figura: Taquicardia supraventricular (Fonte: Shutterstock).

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Para memorizar:

• Início abrupto
• FC ≥ 220 em lactentes
• FC ≥ 180 em crianças
• Ondas P ausentes ou anormais
• Frequência cardíaca não varia com a atividade
• Complexos QRS estreitos (na maior parte dos casos)

Pronto, agora vamos ao tratamento!

1.6.3 TRATAMENTO
A escolha do tratamento da TSV deve ser baseada na presença de:
• Perfusão periférica lentificada;
• Sinais de choque ou insuficiência cardíaca;
• Pulsos fracos ou ausentes; ou
• Hipotensão arterial.
O tratamento é dividido em medidas gerais e específicas.

1.6.3.1 MEDIDAS GERAIS:

As medidas gerais consistem em fornecer suporte às vias aéreas, à respiração e à circulação. A escolha de cada uma delas depende
das condições clínicas do paciente.

1.6.3.2 TRATAMENTO ESPECÍFICO:

O tratamento específico da TSV consiste em:

Manobras vagais: Cardioversão sincronizada:


A estimulação do nervo vago pode reverter a TSV por A cardioversão sincronizada consiste na aplicação de um
retardar a condução do nodo AV. As modalidades de manobras choque sincronizado com a onda R do paciente. Ela é utilizada em
vagais são: pacientes com TSV que estejam instáveis.
• Aplicação de bolsa de gelo na metade superior da face; A carga de energia utilizada para a cardioversão elétrica é
• Massagem do seio carotídeo (somente para crianças de 0,5 a 1 Joule/kg. Se a carga inicial não for suficiente para reverter
maiores); e
a arritmia, uma carga subsequente de 2 J/Kg é indicada.
• Manobra de Valsalva: a criança deve soprar por um canudo
estreito.

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CARGA DO CHOQUE NA CARDIOVERSÃO DA TSV:


0,5 a 1 J/kg

Adenosina:
O tratamento medicamentoso da TSV consiste na administração de adenosina na dose de 0,1mg/kg. Ela age nas células cardíacas,
causando desaceleração da FC e atraso na condução nodal, o que interrompe o circuito de reentrada.
Essa medicação é indicada nas seguintes condições:
• TSV estável; e
• Durante o preparo da cardioversão sincronizada, desde que o acesso venoso e a medicação estejam disponíveis e que a administração
da adenosina não atrase a cardioversão elétrica.
De um modo geral, as bancas exigem que você saiba que:

ADENOSINA: utilizada para TSV estável.


CARDIOVERSÃO ELÉTRICA: utilizada para TSV instável se a adenosina não estiver prontamente disponível.

Para finalizar, vamos deixar aqui um quadro comparativo entre a TSV e a taquicardia sinusal, para que você não confunda esses dois
ritmos na hora da prova:

Característica Taquicardia sinusal Taquicardia supraventricular

Início gradual
Início súbito, pode apresentar
Manifestação história de dor, febre, desidratação,
término abrupto
hemorragia, anemia

Sinais da causa da taquicardia ao exame Palidez, desconforto respiratório, dor


Avaliação clínica
físico torácica, sinais de ICC

Lactente < 220bpm Lactente ≥ 220bpm


Frequência cardíaca
Criança < 180bpm Criança ≥ 180bpm

Onda P presente
Onda P ausente ou anormal
Complexos QRS estreitos
ECG Complexo QRS estreito
Variabilidade RR de acordo com a
Sem variabilidade na FC
atividade ou estimulação do paciente

Ufa, chegamos ao fim! Vamos para mais um tópico muito importante e denso! Então, tome uma água, ajeite-se na cadeira e vamos
continuar.

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CAPÍTULO

2.0 PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA


Manejar um paciente pediátrico em parada cardiorrespiratória não é uma tarefa fácil. O Cardiac Care Committee da American Heart
Association Emergency (AHA) apresenta, de tempos em tempos, consensos atualizados de como conduzir esses pacientes.
O que é parada cardiorrespiratória (PCR)?
É a ausência ou ineficácia da atividade mecânica do coração, levando à cessação da circulação sanguínea. Clinicamente, há perda de
consciência, apneia, respiração agônica e ausência de pulso central detectável. Se essa condição não for revertida rapidamente, pode ocorrer
isquemia de órgãos e tecidos.
Diferentemente do que acontece com o adulto, a falência cardiopulmonar na criança raramente é súbita e de causa cardíaca primária.
Ela geralmente é decorrente da progressão de uma insuficiência respiratória e o principal ritmo é a assistolia.

As principais causas de PCR em crianças são a falência respiratória progressiva e o choque.

REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR (RCP)


A RCP é uma tentativa de manter a vida com a reversão da PCR.
Conversaremos a seguir sobre a RCP, por meio de tópicos sobre o suporte básico de vida, suporte avançado de vida,e as particularidades
referentes a esses assuntos. Tudo o que for abordado aqui já foi cobrado pelas bancas de Residência Médica e são assuntos quentes para as
próximas provas, por isso mantenha o pique!

2.1 SUPORTE BÁSICO DE VIDA

O suporte básico de vida destina-se a leigos e a profissionais de saúde que se encontrem fora do setor hospitalar e presenciem uma
PCR, com o objetivo de que sejam realizadas as medidas iniciais para salvar a vida de um indivíduo.
Passos do suporte básico de vida:
1. SEGURANÇA
Antes de começar o BLS, os socorristas precisam garantir a segurança da vítima, da cena e de si próprios.
2. RESPONSIVIDADE
Devemos tocar o ombro da criança ou o calcanhar do bebê para chamar sua atenção.
3. CHAMAR AJUDA
Se o paciente está arresponsivo.
→ 1 socorrista: Gritar por ajuda e acionar os serviços de emergência por dispositivos móveis.
→ 2 ou mais socorristas: Um fica com a vítima e o outro pede ajuda e traz um desfibrilador automático externo (DEA), se
disponível.
4. VERIFICAR RESPIRAÇÃO E PULSO SIMULTANEAMENTE
Nos bebês, é preferível palpar o pulso braquial. Nas crianças maiores, é preferível o carotídeo ou femoral.

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Pulso braquial Pulso carotídeo Pulso femoral

Em casos de não conseguirmos sentir o pulso em 10 segundos, não podemos atrasar as manobras de
compressões torácicas, pois elas precisam ser iniciadas imediatamente.

5. INICIAR A VENTILAÇÃO E AS COMPRESSÕES TORÁCICAS

Se a vítima não estiver respirando ou apresentar gasping, mas estiver com presença de pulso central, ela
está em PARADA RESPIRATÓRIA. Porém, se estiver sem respirar ou em gasping e não apresentar pulso central, o
caso é de PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA!

Vamos analisar as duas situações:

2.1.1 PARADA RESPIRATÓRIA

Nos casos de parada respiratória com pulso presente, aplica-se apenas ventilações de resgate:

• Administrar 20 a 30 ventilações por minuto, o que corresponde a aproximadamente 1 ventilação a cada 2 a 3 segundos,
e checar o pulso a cada 2 minutos.
• A cada ventilação deve haver elevação visível do tórax.
• Se pulso ausente ou frequência cardíaca menor que 60 batimentos por minuto, com sinais de perfusão inadequada, aplicar
protocolo de RCP.

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2.1.2 PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA


A conduta dependerá da quantidade de socorristas e se a parada foi ou não presenciada ou repentina.

Socorrista sozinho:
♥ PCR presenciada:
1) Acionar o serviço de emergência e buscar o DEA, se disponível.

♥ PCR não presenciada:


1) Iniciar a RCP por 2 minutos, com 30 compressões para 2 ventilações.
2) Acionar o serviço de emergência e buscar o DEA, se disponível.

Presença de 2 ou mais socorristas:


Enquanto um Socorrista inicia a RCP o outro aciona o serviço de emergência e pega o desfibrilador automático,
se possível.
Na presença de 2 Socorristas, as compressões torácicas podem ser aplicadas na proporção de 15 compressões para
2 ventilações.
15 COMPRESSÕES X 2 VENTILAÇÕES

DEA (DESFIBRILADOR EXTERNO AUTOMÁTICO)

O DEA deve ser usado assim que estiver disponível. Após A RCP deve ser mantida até o serviço médico de emergência
administrar o choque, recomeçar a RCP imediatamente por cerca chegar ou até a criança começar a respirar, mover-se ou reagir de
de 2 minutos ou 5 ciclos antes de verificar o ritmo novamente. alguma forma.

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Vamos mostrar tudo que vimos até agora por meio de um algoritmo.

Verifique a segurança do local

Vítima não responsiva


Chame por ajuda
se dois socorristas, um fica com a vítima
e o outro busca a emergência e busca o DEA
Administre ventilações de resgate:
1 ventilação a cada 3 a 5 segundos.

Execute compressões, se o pulso


permanecer menor ou igual a 60/min,
Monitore a vítima Verifique se há com sinais de perfusão inadequada
Respiração normal e Sem respiração normal,
até a chegada do serviço respiração e o pulso
pulso presente mas com pulso
médico de emergência simultaneamente Ative o serviço médico de emergência,
após 2 minutos, se ainda não tiver feito

Continue as ventilações de resgate e


verifique o pulso a cada 2 minutos.
Na ausência de pulso, inicie a RCP

Gasping ou
sem respiração e
pulso ausente

Sim Acione o serviço de emergência


Colapso súbito
presenciado? (caso não tenha sido feito) e busque o DEA

RCP
1 socorrista: 30 compressões para 2 ventilações
2 socorristas 15 para 2
Use o DEA assim que estiver disponível
Após cerca de 2 minutos, acione o serviço de
emergência (caso não tenha sido feito)

Não

DEA analisa o ritmo.


Sim Não
É chocável?

Aplique 1 choque. Reinicie a RCP


imediatamente por cerca de 2 minutos. Reinicie a RCP imediatamente por cerca
Continue até que o pessoal do suporte de 2 minutos. Continue até que o pessoal
avançado de vida assuma ou a vítima do suporte avançado de vida assuma ou
consiga se movimentar a vítima consiga se movimentar

Figura Algoritmo da abordagem sistemática do suporte básico de vida em Pediatria. Adaptado de: AHA 2015.

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Feita a devida introdução do assunto, vamos falar mais profundamente de reanimação cardiopulmonar.

Em 2010, a AHA mudou a orientação inicial da sequência de RCP de


A-B-C para C-A-B, priorizando as compressões torácicas. Sendo:
Circulação → Compressões torácicas
Vias Aéreas → Abertura de vias aéreas
Ventilação → Breathing

C → Compressões

1. TÉCNICA
Bebês (até um ano)
• Técnica dos dois polegares ou dos dois dedos.
• Técnica dos dois dedos.

Figura: Técnica dos dois polegares.


Figura: Técnica dos dois dedos.
Fonte: Shutterstock
Fonte: Shutterstock

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Crianças
1 ou 2 mãos, o importante é administrar as compressões torácicas com adequada profundidade, como veremos a seguir. O Socorrista
deve comprimir a metade inferior do esterno com uma mão sobre a outra.

Figuras: compressões com 1 ou 2 mãos. Fonte: shutterstock

2. FREQUÊNCIA
As compressões torácicas devem ser aplicadas em uma frequência de, no mínimo, 100 e no máximo 120 compressões por minuto.

3. PROFUNDIDADE
O tórax deve ser comprimido, no mínimo, 1/3 do seu diâmetro anteroposterior .

• Nos bebês: aproximadamente 4 centímetros.

• Nas crianças: 5 centímetros.



• Nos adolescentes: 5 a 6 centímetros.

→ No final de cada compressão, permita que o tórax retorne completamente, isso faz com que o sangue flua para o coração.
→ As interrupções nas compressões não podem ultrapassar 10 segundos.
→ As compressões devem ser realizadas em superfície firme.

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A → Vias Aéreas
A cada 30 compressões (se 1 socorrista) ou 15 (se 2
socorristas), abra a via aérea com a inclinação da cabeça. É
necessário abri-la para que a ventilação seja efetiva.
Essa inclinação da cabeça pode ser realizada de 2 formas:
• Elevação do mento: deve ser a manobra de escolha para
o socorrista leigo.
Indicações: É a manobra de escolha para abertura de VA de
bebês e crianças.
Pode ser realizada por leigos.
Contraindicação: Suspeita de lesão de coluna cervical.
Figura: Elevação do mento. Fonte: Shutterstock.

Manobra de anteriorização da mandíbula: deve ser


reservada aos profissionais da saúde.
Indicações: É a manobra de escolha quando há suspeita de
lesão da coluna cervical.
Também é a manobra indicada quando o paciente está
utilizando dispositivo bolsa-máscara.
Deve ser restrita aos profissionais de saúde.

Figura: Anteriorização da mandíbula. Fonte: Shutterstock.

B → Ventilação (Breathing)
No lactente pode ser utilizada a técnica boca e nariz (boca do socorrista deve englobar a boca e o nariz do lactente). Nas crianças
maiores, pode ser realizada a técnica boca-a-boca, pinçando o nariz da vítima durante a ventilação.

Figura: Respiração boca nariz. Figura: Respiração boca a boca.

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Vamos resumir?

OS SOCORRISTAS DEVEM

Realizar compressões torácicas a uma frequência de 100 a 120 compressões/min.

Comprimir a uma profundidade de, no mínimo, 1/3 do seu diâmetro anteroposterior .

Minimizar as interrupções nas compressões.

Permitir o retorno total do tórax após cada compressão.

Ventilar adequadamente cada respiração administrada em 1 segundo, provocando a elevação total do tórax.

Muito bem! Antes de finalizarmos este tópico e iniciarmos o próximo subtópico, Suporte Avançado de Vida, vamos analisar e memorizar
a tabela abaixo?

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BLS BASIC LIFE SUPPORT

COMPONENTES ADOLESCENTES CRIANÇAS BEBÊS

SEGURANÇA DO LOCAL Verificar segurança do local.

• Vítima responde?
• Pulso e respiração verificados simultaneamente.
RECONHECIMENTO DA PCR
• Ausência de respiração ou gasping?
• Não sentiu pulso em 10 segundos?

• Colapso presenciado:
ACIONAMENTO DO Se estiver sozinho, acionar ajuda e pegar o DEA.
SERVIÇO MÉDICO DE Se acompanhado, inicie a RCP e solicite que alguém chame ajuda e pegue o DEA.
EMERGÊNCIA • Colapso não presenciado: Se estiver sozinho,
execute 2 minutos de RCP antes de chamar ajuda.

RELAÇÃO VENTILAÇÃO 1 Socorrista: 30x2


COMPRESSÃO SEM VIA 1 ou 2 Socorristas: 30x2 2 Socorristas: 15x2
AÉREA AVANÇADA

FREQUÊNCIA DE
100 a 120/minuto
COMPRESSÃO

Pelo menos 1/3 do diâmetro anteroposterior do tórax


PROFUNDIDADE DE
COMPRESSÃO
5 a 6 cm 5cm 4cm

2 mãos ou 1
2 mãos sobre a metade mão sobre a Técnica dos dois polegares ou
POSIÇÃO DAS MÃOS
inferior do esterno. metade inferior técnica dos dois dedos
do esterno.

Após cada compressão, espere o retorno total do tórax.


RETORNO DO TÓRAX
Não se apoie sobre o tórax.

MINIMIZAR INTERRUPÇÕES Nas compressões torácicas, limite as interrupções a menos de 10 segundos.

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Podemos passar para o próximo tópico?

Então, venha!

2 .2 SUPORTE AVANÇADO DE VIDA

O suporte avançado de vida é aquele realizado por um socorrista profissional da saúde. Seu objetivo principal é fazer com que ocorra
o retorno da circulação espontânea (RCE) de um paciente em PCR. Para que isso ocorra devemos observar:
• Presença de atividade elétrica cardíaca no monitor;
• Evidência clínica de perfusão com pulsos palpáveis e pressão arterial mensurável.
Ele é baseado no manejo das vias aéreas e no acesso vascular para infusão de medicamentos.

2.2.1 MANEJO DA VIA AÉREA

A ventilação é necessária em todas as PCRs. Geralmente, o dispositivo bolsa-máscara é suficiente para garantir um aporte adequado
de oxigenação até que uma via aérea definitiva seja conseguida. Para fixarmos, preparamos a tabela abaixo.

1 Socorrista 2 Socorristas

C-E
Utilizar a técnica C-E com as
(Usar 3 dedos de uma das mãos para elevar a mandíbula,
Técnica duas mãos enquanto o outro
formando o E, enquanto o polegar e o indicador seguram a
socorrista comprime a bolsa.
máscara contra o rosto, formando o C)
Frequência ventilatória
1 ventilação a cada 3-5 segundos (12-20/minuto)
Bolsa-válvula-máscara
Frequência ventilatória
1 ventilação a cada 2-3 segundos (20-30/minuto)
IOT
Compressão torácica 100 a 120/minuto

Agora, como escolher o tamanho do tubo a ser usado para a IOT?

É aconselhável usar cânula com cuff para IOT,


mesmo para pacientes pediátricos.

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FAIXAS ETÁRIAS CÂNULA SEM CUFF CÂNULA COM CUFF

PREMATURO 2,5 a 3,5 3


RECÉM-NASCIDO A TERMO 3 a 3,5 3

PRIMEIRO ANO DE VIDA 3,5 a 4 3 a 3,5


> 1ANO 4 + (idade em anos/4) 3,5 + (idade em anos/4)

2.2.2 ACESSO VASCULAR


Todos os pacientes em PCR devem ter um acesso vascular para administração de fluidos e drogas. Os tipos de acesso possíveis durante
uma PCR são endovenosos, intraósseos ou endotraqueais.

Querido aluno, vamos conversar sobre o acesso


intraósseo? Frequentemente, ele é cobrado nas provas
de Residência!
• Esse acesso pode ser realizado em qualquer faixa
etária? SIM!
• O que pode ser administrado por essa via?
Fármacos, cristaloides, coloides e sangue. Toda
medicação administrada via endovenosa pode ser
realizada via intraóssea.
• Que complicações podem acontecer na
realização do acesso intraósseo? Elas são inferiores
a 1%: osteomielite, microfratura, embolia gordurosa,
extravasamento e síndrome compartimental.
• Por onde podemos realizar esse acesso? Existem
vários locais possíveis:

2.3 RITMO CARDÍACO

Neste momento, meu querido aluno,


chegamos à "cereja do bolo’’!

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É muito frequente as bancas abordarem os tipos de ritmo de PCR e a conduta adequada para cada caso. Pronto? Vamos começar!
Reconhecer o ritmo cardíaco em uma PCR é importantíssimo, pois, a partir disso, podemos escolher a melhor conduta: chocar
(desfibrilar) ou não o paciente.
A PCR está associada a um dos seguintes ritmos:

TVSP QRS largos e


(Taquicardia ventricular organizados
sem pulso) Sem onda P

Fonte: Shutterstock

Atividade
FV
elétrica caótica e
(Fibrilação ventricular)
desorganizada

Fonte: Shutterstock

AESP Atividade elétrica


(Atividade Elétrica Sem organizada, mas
Pulso) sem pulso palpável

Fonte: Shutterstock

Traçado isoelétrico
Assistolia
no monitor

Fonte: Shutterstock

Por que em uma PCR é tão importante reconhecer cada um desses ritmos no monitor cardíaco?
Porque os dois primeiros ritmos — FV e TV — são ritmos “chocáveis”. Ou seja, ao serem identificados, deve-se dar prioridade à
desfibrilação cardíaca do paciente.
Os outros dois ritmos — AESP e assistolia — são ritmos “não chocáveis”, portanto a primeira conduta deve ser iniciar a massagem
cardíaca imediatamente.

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FV E TV
← CHOCÁVEIS

AESP E ASSITOLIA
← NÃO CHOCÁVEIS

Observe agora o fluxograma de atendimento a cada um desses ritmos.

2.3.1 FV/TV

• Desfibrilar 2 J/kg
• Reiniciar RCP imediatamente

• RCP por 2 minutos


• Checar ritmo

• Reiniciar RCP enquanto carrega desfibrilador


• Desfibrilar 4 J/kg
• Reiniciar RCP imediatamente por 2 minutos
• Epinefrina 0,1 ml / kg (1:10.000) — repetir de 3 a 5 minutos

• Após 2 minutos checar ritmo

• Ritmo chocável?
• FV/TV sem pulso

• Continuar RCP enquanto carrega desfibrilador


• Desfibrilar 4 J/kg
• Reiniciar RCP imediatamente
• Considerar outros antiarrítmicos: amiodarona, lidocaína
• Tratar causas reversíveis

Figura— Fluxograma FV/TV

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Você sabe qual é a carga do choque para a desfibrilação?

O primeiro choque deve ser de 2 J/Kg.


O segundo choque, de 4 J/Kg, chegando a um máximo de 10 J/Kg.

2.3.2 AESP E ASSISTOLIA

Vamos para os outros 2 ritmos: AESP e assistolia!

• Início de RCP
• Fornecer O²
• Acoplar monitor/desfibrilador

• Assistolia/AESP

• Ritmo não chocável

• RCP por 2 minutos


• Acesso IV / IO
• Epinefrina a cada 3-5 minutos
• Considere via aérea avançada

Ritmo chocável?
• Continua em assistolia/AESP

• RCP por 2 minutos


• Tratar causas reversíveis

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Então, estamos fortes até aqui?!


Respire fundo e descanse seu cérebro, sei que esta parte da Pediatria é complexa e cansativa. Mas, também é muito interessante e
importante. O "pior’’ já passou, ufa (ao menos, o conteúdo mais denso). Agora, vamos falar sobre as causas reversíveis de PCR. Venha com a
gente!

2.3.3 CAUSAS REVERSÍVEIS DE PCR


São os famosos 6H’s e 5T’s. Veja:

POSSÍVEIS CAUSAS DE PCR

H’s T’s

1 Hipovolemia 1 Tensão do tórax por pneumotórax

2 Hipóxia 2 Tamponamento (cardíaco)

3 Hidrogênio (acidemia) 3 Toxinas

4 Hipoglicemia 4 Trombose, coronária

5 Hipo/Hipercalemia 5 Trombose, pulmonar

6 Hipotermia

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2.3.4 TERAPIA FARMACOLÓGICA


Vamos descrever aqui as principais drogas cobradas em provas de Residência para manejo de PCR.

FÁRMACOS NA PCR

É a principal droga utilizada em uma PCR. Via endovenosa ou intraóssea → 0,01 mg/
É usada tanto para FV/TVSP quanto para AESP/ Kg (0,1 ml/Kg na concentração de 1:10.000,
assistolia. ou seja, na diluição de 1 ml de adrenalina
Efeito α – adrenérgico → vasoconstrição, para 9 ml de soro fisiológico). Pode ser
Adrenalina
aumentando a pressão diastólica aórtica e a pressão repetida a cada 3 a 5 minutos.
de perfusão coronariana. Via endotraqueal → 0,1 mg/Kg ou 1 ml/
Efeito β – adrenérgico → diminui a resistência Kg da solução pura (1:1.000). Ou seja, 10
vascular sistêmica. vezes a dose endovenosa.

Antiarrítmico com efeitos alfa e beta adrenérgicos. Via intraóssea ou endovenosa: bolus de 5
Amiodarona Pode ser usada na FV/TVSP refratária ao choque. mg/Kg durante a PCR. Pode ser repetida
Não há benefícios para ser usada na AESP/assistolia. até duas vezes.

Antiarrítmico que bloqueia canais de cálcio.


Na Pediatria, pode ser usada na FV/TVSP refratária
Via endovenosa ou intraóssea: 1 mg/Kg.
ao choque.
Lidocaína Via endotraqueal: 2 a 3 vezes a dose
Não apresenta benefícios para AESP/assistolia.
endovenosa.
Essa droga é de segunda escolha, usada quando a
Amiodarona não estiver disponível.

NÃO INDICADOS DE ROTINA: bicarbonato de sódio, atropina, cálcio e vasopressina.

Parabéns, querido aluno! Conseguimos chegar ao fim de mais um tema de pediatria. E com louvor! Tema difícil e cheio de detalhes,
mas temos certeza de que você está preparado para a resolução de todas as provas que virão pela frente. Ousamos, ainda, dizer que está
pronto para ''tocar'' uma PCR pediátrica. Nós acreditamos em você, em seu empenho e em sua dedicação!
Vamos continuar com temas “mais tranquilos” agora!

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CAPÍTULO

3.0 ASPIRAÇÃO DE CORPO ESTRANHO


A aspiração de corpo estranho é um tema menos prevalente nas provas de Residência, porém já foi cobrado inclusive em provas
práticas, então é importante que você preste muita atenção.

Corpo estranho é qualquer objeto ou substância que penetre o corpo através das cavidades.

O maior risco é quando ele é aspirado e chega aos pulmões.


Quando suspeitar? As manifestações dependem do grau de obstrução e da localização do objeto.
Preste atenção em crianças com início súbito de:
• Estridor;
• Tosse;
• Esforço respiratório;
• Impossibilidade de falar ou chorar;
• Broncoespasmo;
• Cianose.

3 .1 CONDUTA

3.1.1 OBSTRUÇÃO TOTAL


Primeiramente, você deve saber que, se o corpo estranho for visível, deve-se retirá-lo com movimento de pinça. Mas, se não for visível,
não está indicada a varredura de orofaringe.

Não está indicada a varredura da orofaringe se o objeto não for visível, pois podemos acabar empurrando-o
mais a fundo.

A conduta depende da consciência da criança e da idade.


1. Se ela estiver consciente
• Para menores de 1 ano:
Nesse caso, colocamos a criança de costas, apoiada em nosso antebraço e com a cabeça inclinada para baixo. Inicialmente, damos 5
golpes nas costas, na região interescapular, seguidos de 5 compressões torácicas, até que ocorra a desobstrução ou o paciente evolua para
inconsciência. No caso de inconsciência, seguimos o protocolo de PCR.

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Figura: Conduta na aspiração de corpo estranho em menores de um ano..

• Maiores de 1 ano:
Em maiores de 1 ano, realizar a manobra de Heimlich: compressões abdominais entre a cicatriz
umbilical e o apêndice xifoide, em sentido para cima, até que o objeto seja expelido ou a criança evolua
para inconsciência.

2. Se ela estiver inconsciente


Iniciar a ressuscitação cardiopulmonar, conforme os passos que citamos acima no tópico de PCR.

Figura: Manobra de Heimlich.

Resumindo a conduta:

5 golpes nas costas,


Menores de 1 ano seguidos de 5
compressões torácicas
CONSCIENTES

Maiores de 1 ano Manobra de Heimlich

INCONSCIENTES Iniciar RCP

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3.1.2 OBSTRUÇÃO PARCIAL

A radiografia de tórax pode ser considerada como primeiro exame de imagem, mas lembre-se, corpos estranhos radiotransparentes
geralmente não são vistos nas radiografias.
Achados radiográficos mais comuns:
• Hiperinsuflação
• Atelectasias
• Desvio de mediastino
• Pneumonia
A conduta vai depender do grau de suspeição. Pacientes com aspiração presenciada, manifestações clínicas sem outras causas ou
imagem suspeita são considerados moderados a altamente suspeitos. Eles devem ser encaminhados para realizar exames de imagem mais
acurados, como tomografia computadorizada ou ressonância magnética ou ainda serem submetidos diretamente a broncoscopia para
retirada do corpo estranho.
Se nenhuma das características acima é encontrada, a suspeição é baixa. Nesse caso, a criança deve ser apenas seguida clinicamente e
realizar broncoscopia se a sintomatologia persistir ou progredir.
Tranquilo, não é? Agora você está preparado para mais uma emergência pediátrica! Podemos passar para o próximo tópico?

Vamos falar então de traumatismo cranioencefálico.

CAPÍTULO

4.0 TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO (TCE)


O que é mais importante e mais cobrado nas provas de Pediatria é a conduta frente a um TCE.
Em primeiro lugar, definimos se o traumatismo é leve, moderado ou grave, de acordo com a Escala de Coma de Glasgow (ECG), que
vimos anteriormente neste resumo.

CLASSIFICAÇÃO DO TCE, DE ACORDO COM A ECG.

TCE LEVE ECG 13-15

TCE MODERADO ECG 9-12

TCE GRAVE ECG ≤ 8

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O TCE moderado e grave sempre exigirá uma tomografia computadorizada de crânio.

Quando o TCE for leve, o que é a maioria dos casos, a conduta poderá ser tomografia, observação clínica (por 6 horas) ou alta com
orientações.
Um estudo de 2009 da rede de pesquisa PECARN (Pediatric Emergency Care Applied Research Network) tinha o objetivo de identificar
pacientes vítimas de TCE leve que necessitam de tomografia computadorizada de crânio. Suas recomendações são as mais cobradas em
provas de Residência. Observe-as abaixo:

TCE DE ALTO RISCO TCE DE RISCO MODERADO

REALIZAR REALIZAR
TC DE CRÂNIO OU
TC DE CRÂNIO OBSERVAÇÃO CLÍNICA

<2 ANOS
<2 ANOS • Hematoma subgaleal não frontal
• Escala de Glasgow ≤ 14 • Perda de consciência
• Estado mental alterado por mais de 5 segundos
• Fratura de crânio palpável • Mecanismo de trauma grave
• "Não está normal", segundo os pais

>2 ANOS >2 ANOS


•Escala de Glasgow ≤ 14 • Perda de consciência
•Estado mental alterado • Vômitos
•Sinais de fratura de base de crânio • Mecanismo de trauma grave
• Cefaleia forte

Se nenhum desses fatores estiver presente, a criança pode ir de alta apenas com orientações aos responsáveis.

Agora, vamos definir alguns conceitos vistos no organograma.

• Estado mental alterado: • Sinais de fratura de base de crânio:


✓ Agitação/irritabilidade ✓ Equimose periorbital (“olhos de guaxinim”)
✓ Sonolência ✓ Equimose retroauricular (“sinal de Battle”)
✓ Questionamento repetitivo ✓ Líquido cefalorraquidiano vazando pelo nariz ou conduto
✓ Resposta lenta à comunicação verbal auditivo
✓ Hemotímpano

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Figura: Sinais de fratura de base de crânio.

• Mecanismo de trauma grave:


✓ Ejeção do veículo
✓ Capotamento do veículo
✓ Morte de outro passageiro do veículo
✓ Ciclista sem capacete
✓ Atropelamento
✓ Queda de mais de 1 metro de criança com menos de 2 anos ou mais de 1,5 metro nas maiores de 2 anos
✓ Cabeça atingida por objeto em velocidade

Vamos para o último tópico? Siga firme e forte!

CAPÍTULO

5.0 AFOGAMENTO
Dos tópicos deste livro, o afogamento é o menos prevalente. Reparamos que as questões de provas são bem variadas, portanto
vamos resumir o conteúdo já cobrado para você. Não desista agora! Estamos quase no fim!

Afogamento é definido como deficiência respiratória devido à aspiração de líquido exógeno que ocorre por submersão/imersão.

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5.1 FATORES DE RISCO

Os fatores de risco para afogamento descritos na literatura são:


• Idade da criança. Quanto menor, maior a chance de sofrer afogamento.
• Sexo masculino, por um comportamento mais inconsequente.
• Desconexão da realidade, como consumo de álcool e drogas.
• Doenças crônicas que causam perda de consciência, como epilepsia, síndrome do QT longo, autismo e síndromes congênitas.

A residência é o principal local de ocorrência e a maior parte dos afogamentos ocorre em água doce.

Certo, agora vamos entender o que ocorre em pacientes afogados.

5 .2 FISIOPATOLOGIA

A primeira coisa que você deve saber é que não há diferença nem na fisiopatologia nem na gravidade entre o afogamento na água
doce e na água salgada.
A segunda coisa é que o afogamento tende a ser silencioso. Esqueça aquelas cenas de filme em que a pessoa agita os braços e grita
por socorro! A vocalização é impedida pelos esforços de manter a respiração e a cabeça para fora da água ou pela aspiração, que pode levar
a um laringoespasmo.
A terceira coisa é que crianças pequenas podem demorar entre 10 e 20 segundos para submergir, e adolescentes, entre 30 e 60
segundos.
Depois da submersão, a vítima entra em apneia voluntária até que o nível de hipercarbia a leve a inspirações involuntárias
e aspiração do líquido. Após isso, não ocorre mais a entrada de ar nos pulmões e há uma diminuição da saturação de oxigênio no sangue,
levando à hipóxia e à diminuição do nível de consciência, resultando em apneia. A hipóxia também leva a uma diminuição do débito
cardíaco e falha na oxigenação dos tecidos. Isso leva a contrações ineficazes e atividade elétrica sem pulso, que nesse momento, ainda pode
ser revertida com RCP. Por fim, se persistente, culmina em assistolia.
Caso ocorra um salvamento, o paciente ainda corre risco de morte por lesões orgânicas, principalmente devido à hipóxia persistente.
A lesão do sistema nervoso central é a causa mais comum de mortalidade e morbidade em longo prazo.

A hipóxia é a principal causa de morbimortalidade nos afogamentos.

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5 .3 MANEJO

Aqui, iremos seguir a cadeia de sobrevivência da SOBRASA - Sociedade Brasileira de Salvamento Aquática, desenvolvida pelo Dr. David
Szpilman e relatada no "Manual de salvamento aquático"
1. Prevenção. "Não basta saber nadar, é preciso conhecer os riscos e respeitar seus limites!"
2. Reconhecer o afogamento e ligar para ajuda (193 ou 192).
3. Fornecer flutuação para evitar submersão. Ajudar a vítima fornecendo algum objeto flutuante sem que você entre na água, enquanto
espera ajuda.
4. Remova a vítima da água - se for seguro para você. Retirar a vítima da água sem se tornar uma segunda vítima.
Se a vítima estiver consciente, é importante levá-la até solo firme. Agora, se estiver inconsciente, podemos começar a ventilação de
resgate de imediato, sem a retirada da vítima da água.
5. Suporte de vida - 7 passos iniciais no afogamento
A) Colocar a vítima em decúbito dorsal, alinhar cabeça e
tronco e checar responsividade.
B) Vítima consciente: Colocar em decúbito lateral de
segurança.
Vítima inconsciente: Iniciar RCP
C) Abrir vias aéreas
D) Checar se existe respiração.
Se a vítima estiver respirando, colocar em decúbito
lateral.
E) Se a vítima estiver em apneia, realizar 5 ventilações
Figura: RCP em paciente vítima de afogamento. Fonte: Shutterstock.
de resgate.

F) Checar sinais de circulação (pulso).


G) Se houver circulação, manter a ventilação apenas.
Se não houver circulação, iniciar compressões torácicas.

• CUIDADO HOSPITALAR

Os pacientes devem sempre ser mantidos em observação, independentemente de seu estado clínico
de entrada.

• Pacientes assintomáticos devem ser mantidos em observação por 8 horas.


• Pacientes sintomáticos devem sempre permanecer em observação, até o desaparecimento dos sintomas.
Finalizamos! Nós tínhamos certeza de que você ia conseguir!

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CAPÍTULO

7.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


1. Livro Pronto-Socorro. Pediatria. Instituto da Criança. Hospital das Clínicas. 2ª Edição.
2. Maria do Socorro Rodrigues. Intervenção educativa no conhecimento dos profissionais de enfermagem em suporte básico e avançado de
vida pediátrico. Universidade Federal de Santa Catarina. 2014.
3. Claudia Bernoche et al. Atualização da Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares de Emergência da Sociedade
Brasileira de Cardiologia – 2019. Arq. Bras. Cardiol. vol.113 no.3 São Paulo Sept. 2019. Epub Oct 10, 2019.
4. Amélia Gorete Reis, Marcos Carvalho de Vasconcellos. Ressuscitação cardiopulmonar pediátrica. J Pediatra (Rio J) 1999;75(Supl.2):s159-s67.
5. Parada cardíaca em crianças. Cardiac arrest in children. Alessandra Kimie Matsuno. Emergências Pediátricas. Capítulo VII.
6. American Heart Association. Jonathan P. Duff, MD; Ashish R. Panchal, MD, PhD; Mary Fran Hazinski, RN, MSN, FAHA; Destaques das
Atualizações Focadas em Recomendações de 2018 da American Heart Association para RCP e ACE: Suporte Avançado de Vida Cardiovascular
e Suporte Avançado de Vida em Pediatria.
7. Livro Suporte Avançado de Vida em Pediatria. Manual do Profissional. American Heart Association. American Academy of Pediatrics.
8. https://www.sbp.com.br/imprensa/detalhe/nid/aspiracao-de-corpo-estranho, acesso em 1 de maio de 2021.
9. Szpilman D. Near-drowning and drowning classification: a proposal to stratify mortality based on the analysis of 1,831 cases. Chest 1997;
112(3):60-5.
10.Atualizações de condutas pediátricas da Sociedade Paulista de Pediatria. Número 70.
11.Tratado de Pediatria da Sociedade Brasileira de Pediatria, 5ª edição.
12. Blaufox, D; Irregular heart rhythm (arrhythmias) in children. Uptodate mar 2020.
13.Sousa, H; Vieira, A; Moura, C. O eletrocardiograma infantil normal, noções para pediatras. Acta Pediatr Port 2011; 42(5):235-40.
14. Assad, RS; Jatene, MB; Moreira, LF; Sales, PC; Aielo, VD; Hanley, FL; Jatene, AD. Bloqueio AV total congênito: novo modelo experimental
para avaliação do marcapasso fetal. Ver. Bras. Cardiovasc,9 (3):133-140, 1994.
15.Mazor, s; Mazor, R. Abordagem da criança com taquicardia. Uptodate mar 2021.
16.Baggio, JM; Mosquera, JA; Moura, El. Bloqueio atrioventricular congênito. JBAC. 2018, 31(3) -98-101.
17.Silva, JN. Bradicardia em crianças. Uptodate, mar 2021.
18.Asivatham, S. Connolly, HM; McLeod, J. Arritmias atriais (incluindo bloqueio AV) em doenças cardíacas congênitas. Uptodate, nov 2019.
19.Dubin, AM. Clinical features and diagnosis of supraventricular tachycardia in children. Uptodate, mar 2010.
20.Dubin, AM. Tratamento da taquicardia supraventricular em crianças. Uptodate, out, 2018
21.Barcelos, AG; Silva. BM, Werneque, LC; Lamas, RC; Zanella, DP. Bloqueio atrioventricular total congênito sem intervenção. Brazilian Journal
of Surgery and Clinical Research. Vol. 29, n.3, pp.25-28 (dez 1999-Fev2020).
22.Salerno, JC. Causas de síncope em crianças e adolescentes. Uptodate, mar 2020.
23. Simon Jr, H; Sukys, GA. Síncope no paciente Pediátrico. Tratado de Pediatria 4ª ed.
24.Park, MK. Distúrbios da Condução atrioventricular. Park Cardiologia Pediátrica, 6ª ed.
25.Minor Head Trauma in infants and children management. Uptodate. Junho 2019.
26.Drowning (submersion injuries) Uptodate. Janeiro 2023
27.Airway foreign bodies in children. Uptodate. Junho de 2022.
28.Pediatric advanced life support (PALS) Janeiro 2023
29.SOBRASA. Manual de emergências aquáticas. Disponível em https://www.sobrasa.org/manual-de-emergencias-aquaticas/

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CAPÍTULO

8.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS


Muito bem, querido aluno, chegamos ao fim de mais um material de pediatria. Esperamos que tenha gostado e aprendido muito!
Emergências pediátricas são um assunto maravilhoso e envolvente, não é mesmo? Não deixe esse tema de lado! Estude bastante, pois
ele estará presente em sua prova e em sua vida profissional.
Este capítulo foi pensado e desenvolvido para você. Portanto, aproveite! Todos podemos alcançar o que queremos, para isso basta
persistir até chegar lá.

Sigamos juntos!
Um grande abraço e bons estudos.
Prof.ª Helena e Prof.ª Andrea.

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