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S E U G U I A D E F I N I T I VO PA R A AS P R OVAS

D E R E S I D Ê N C I A M É D I CA

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RADIOLOGIA Estratégia MED | Atlas de Radiologia | Prof. Joshua Viana 2

APRESENTAÇÃO

Bem-vindo, futuro Residente! Meu nome é Joshua


Araújo Viana, sou cearense, médico radiologista pela USP-
SP. Desde a época de faculdade, eu tinha o desejo de fazer
a Residência Médica fora do meu Estado. Meu sonho, assim
como pode ser o seu, era ter meu nome entre os aprovados
em uma grande instituição do país. Durante o quinto ano
de faculdade, comecei a estudar de verdade para a prova
de Residência. Sempre muito obcecado, eu queria colher os
frutos dos meus esforços. Vivi intensamente esse período
de preparação para as provas de Residência e alcancei
meu objetivo, passei na USP-SP em Radiologia. Hoje, sou
coordenador do Estratégia MED e estou aqui para te ajudar
a alcançar seu objetivo também.A Radiologia é uma extensa
área médica, pouco ensinada nas faculdades de Medicina
e que apresenta aumento progressivo de incidência nas
provas com o passar dos anos. Este livro surgiu da percepção
de que, nas questões das provas de Residência Médica, as
imagens se repetem, sendo assim, entendemos que você
deve conhecer as principais. Como, para a maioria dos
alunos, o tempo é escasso, a ideia deste livro é focar nas
principais imagens para as provas, entretanto, se você tiver
um pouco mais de tempo, associe este estudo ao curso de
Radiologia do Estratégia MED.
Nosso objetivo é ser fiel ao que é cobrado pelas
instituições, por isso retiramos a maior parte das imagens
Estratégia MED t.me/estrategiamed de questões de provas de Residência Médica, somente
substituímos algumas que estavam com qualidade ruim.
@estrategiamed /estrategiamed Aproveite muito esta compilação de imagens, com ela, você
estará mais próximo de conquistar sua vaga na Residência
@estrategiamed @joshuavianax de seus sonhos!

Estratégia
MED
RADIOLOGIA Atlas de Radiologia

SUMÁRIO

1.0 TOMOGRAFIA DE CRÂNIO 9


1 .1 ANATOMIA 9

1.2 HIDROCEFALIA 9

1.3 HIDROCEFALIA DE PRESSÃO NORMAL 10

1.4 ACIDENTE VASCULAR ISQUÊMICO 10

1.5 NEUROTOXOPLASMOSE 12

1.6 HEMATOMA EPIDURAL X HEMATOMA SUBDURAL 13

1 .7 LESÃO AXONAL DIFUSA 14

1.8 HEMORRAGIA SUBARACNÓIDEA 15

1.9 HEMORRAGIA INTRAPARENQUIMATOSA ESPONTÂNEA 15

2.0 TOMOGRAFIA E ANGIOTOMOGRAFIA DO TÓRAX 16


2 .1 ANATOMIA E TROMBOEMBOLISMO PULMONAR 16

2.2 PNEUMOTÓRAX 18

2.3 NÓDULOS PULMONARES 18

2.4 HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA TRAUMÁTICA 20

2.5 ASPERGILOMA PULMONAR 21

2.6 DISSECÇÃO DA AORTA 21

2 .7 DERRAME PLEURAL 23

2.8 DERRAME PLEURAL LOCULADO 23

2.9 TIREOIDE 24

2 .1 0 PNEUMONIA NECROTIZANTE 25

2 .1 1 ABSCESSO PULMONAR 25

2 .1 2 BRONQUIECTASIA 26

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2 .1 3 GRANULOMATOSE COM POLIANGIITE E EMBOLIA SÉPTICA 26

2 .1 4 TAMPONAMENTO CARDÍACO 27

2 .1 5 TUBERCULOSE PULMONAR 27

2 .1 6 COVID 28

2 .1 7 LINFONODOMEGALIAS MEDIASTINAIS 28

3.0 TOMOGRAFIA DE ABDOME E PELVE 29


3 .1 ANATOMIA 29

3.2 ADENOCARCINOMA DE PÂNCREAS 30

3.3 DIVERTICULITE AGUDA 31

3.4 CISTITE ENFISEMATOSA 32

3.5 APENDICITE AGUDA 33

3.6 COLITE 34

3 .7 URETEROLITÍASE 35

3.8 PNEUMOPERITÔNIO E RETROPERITÔNIO 35

3.9 TROMBOSE DA VEIA PORTA 36

3 .1 0 HEMANGIOMA HEPÁTICO 36

3 .1 1 HIPERPLASIA NODULAR FOCAL 37

3 .1 2 HEPATOPATIA CRÔNICA 37

3 .1 3 HEPATOCARCINOMA 38

3 .1 4 HEMATOMA DO RETO ABDOMINAL 38

3 .1 5 TRAUMA HEPÁTICO E TRAUMA ESPLÊNICO 39

3 .1 6 PANCREATITE AGUDA 39

3 .1 7 COLECISTITE AGUDA 41

3 .1 8 GOSSIPIBOMA 41

3 .1 9 HÉRNIA INTERNA 42

3.20 CISTOS RENAIS SIMPLES E TUMORES RENAIS 43

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3.21 FEOCROMOCITOMA 43

3.22 DISTENSÃO DE DELGADO X DISTENSÃO DO INTESTINO GROSSO 44

3.23 ANEURISMA DA AORTA ABDOMINAL 44

3.24 LESÃO DA BEXIGA 45

3.25 HÉRNIA INGUINAL 46

3.26 ÍLEO BILIAR 47

4.0 OUTRAS IMAGENS TOMOGRÁFICAS 48


4 .1 SINUSITE MAXILAR 48

4.2 PROPTOSE OCULAR 48

5.0 ULTRASSONOGRAFIA TRANSVAGINAL 49


5 .1 ANATOMIA 49

5.2 ABSCESSO TUBO-OVARIANO 49

5.3 FASES DO CICLO 50

5.4 GESTAÇÃO ECTÓPICA 51

5.5 CORIONICIDADE 51

5.6 PÓLIPO UTERINO 52

5 .7 MIOMA SUBMUCOSO 53

5.8 ENDOMETRIOMA 53

5.9 CÂNCER DE OVÁRIO 54

5 .1 0 TERATOMA OVARIANO 54

5 .1 1 AUMENTO DA ESPESSURA ENDOMETRIAL 55

5 .1 2 MOLA 55

6.0 ULTRASSONOGRAFIA OBSTÉTRICA 56


6 .1 CURVAS NORMAIS 56

6.2 AUMENTO DA RESISTÊNCIA DA ARTÉRIA UTERINA 58

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6.3 AUMENTO DA RESISTÊNCIA DA ARTÉRIA UMBILICAL 58

6.4 ARTÉRIA CEREBRAL MÉDIA ALTERADA 59

6.5 DUCTO VENOSO REVERSO 59

6.6 TRANSLUCÊNCIA NUCAL 60

7.0 OUTROS EXAMES ULTRASSONOGRÁFICOS 61


7.1 CISTO SIMPLES NA MAMA 61

7. 2 CÂNCER DE MAMA 61

7. 3 FIBROADENOMA 62

7. 4 FAST POSITIVO 62

7. 5 COLELITÍASE E COLECISTITE 63

7. 6 PÓLIPO DA VESÍCULA BILIAR 63

7.7 INVAGINAÇÃO INTESTINAL 64

7. 8 HIDRONEFROSE 64

7. 9 ANATOMIA VASOS CERVICAIS 65

7.1 0 ULTRASSONOGRAFIA PULMONAR 65

8.0 RADIOGRAFIA DE TÓRAX 67


8 .1 ANATOMIA 67

8.2 SINAL DO GRADIENTE DA COLUNA 68

8.3 ATELECTASIA LAMINAR 69

8.4 COLAPSO DO LOBO SUPERIOR DIREITO (S DE GOLDEN) 69

8.5 COLAPSO DO LOBO MÉDIO DIREITO 70

8.6 HEMITÓRAX OPACO 70

8 .7 ABSCESSO PULMONAR 71

8.8 TUBERCULOSE MILIAR 71

8.9 TUBERCULOSE PULMONAR PÓS-PRIMÁRIA 72

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8 .1 0 CONGESTÃO PULMONAR AGUDA 72

8 .1 1 TUMOR DE PANCOAST 73

8 .1 2 PARACOCCIDIOIDOMICOSE 73

8 .1 3 DERRAME PLEURAL LIVRE X LOCULADO 74

8 .1 4 PNEUMOTÓRAX 74

8 .1 5 TUMOR PLEURAL 75

8 .1 6 HÉRNIA HIATAL 75

8 .1 7 PNEUMOPERITÔNIO 76

8 .1 8 SINAIS DE HIPERINSUFLAÇÃO 76

8 .1 9 ALARGAMENTO DO MEDIASTINO 77

8.20 ALARGAMENTO HILAR BILATERAL 77

8.21 CARDIOMEGALIA E AUMENTO DO ÁTRIO ESQUERDO 78

8.22 HIPERTENSÃO PULMONAR 78

8.23 CORPO ESTRANHO INGERIDO (MOEDA X BATERIA) 79

8.24 ASPIRAÇÃO DE CORPO ESTRANHO 80

8.25 SONDA DIGESTIVA E TUBO OROTRAQUEAL 80

9.0 RADIOGRAFIA DO ABDOME 82


9.1 PNEUMOPERITÔNIO 82

9. 2 OBSTRUÇÃO DE DELGADO X OBSTRUÇÃO DO INTESTINO GROSSO 83

9. 3 VOLVO DE SIGMOIDE 84

9. 4 SÍNDROME DE OGILVIE 84

9. 5 NEFROLITÍASE 85

9. 6 SINAL DA DUPLA BOLHA 85

9.7 DOENÇA DE HIRSCHSPRUNG 86

9. 8 SINAL DO CÓLON INTERROMPIDO 86

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10 0 OUTRAS RADIOGRAFIAS E MAMOGRAFIA 87


1 0.1 OSTEOARTRITE 87

1 0. 2 OSTEOSSARCOMA 87

1 0. 3 OSTEOCONDROMA 88

1 0. 4 EPIFISIÓLISE DO QUADRIL 88

1 0. 5 DOENÇA DE PERTHES 89

1 0. 6 FRATURA POR FRAGILIDADE 89

1 0.7 METÁSTASES 90

1 0. 8 FRATURA DO ESCAFOIDE 90

1 0. 9 FRATURA DO COLO DO FÊMUR 91

1 0.1 0 BI-RADS 5 E MAMOGRAFIA 91

1 1 .1 ESOFAGOGRAMA - CÂNCER DE ESÔFAGO 92

11.2 ESOFAGOGRAMA - ACALÁSIA 92

11.3 ESOFAGOGRAMA - DIVERTÍCULO DE ZENKER 93

11.4 HISTEROSSALPINGOGRAFIA 93

11.5 ENEMA OPACO - CÂNCER COLORRETAL 94

11.6 ENEMA OPACO - DIVERTICULOSE CÓLICA 94

12.0 RESSONÂNCIA MAGNÉTICA 95


1 2 .1 ENCEFALITE HERPÉTICA 95

12.2 ESCLEROSE MÚLTIPLA - DEDOS DE DAWSON 95

12.3 NEUROCISTICERCOSE 96

12.4 HÉRNIA DISCAL LOMBAR 97

12.5 ANATOMIA - COLANGIORRESSONÂNCIA 97

12.6 TUMOR PERIAMPULAR - COLANGIORRESSONÂNCIA 98

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1.0 TOMOGRAFIA DE CRÂNIO


1 .1 ANATOMIA

Constatamos que nenhuma questão cobrou o conhecimento anatômico simples das estruturas na tomografia de crânio. O que ocorre,
normalmente, é que um corte tomográfico normal pode ser incluído nas questões que falam sobre o tratamento do acidente vascular isquêmico.

Reconhecer o corte tomográfico da base do crânio normal é


habitual nas provas de Residência, especialmente nas questões que
envolvem o tratamento do AVC isquêmico. Lembre-se de que, na
fase aguda do AVC isquêmico, o corte tomográfico pode ser normal.
As estruturas elencadas na imagem são:
• Seta vermelha - ventrículo lateral direito;
• Seta azul - cabeça do núcleo caudado;
• Seta amarela – tálamo;
• Seta verde - cápsula interna.

1 . 2 HIDROCEFALIA

Nesse corte de tomografia axial com contraste, você pode


observar a dilatação dos cornos anteriores e temporais (setas verdes)
dos ventrículos laterais, o que é compatível com hidrocefalia. Note
que, perto dos ventrículos, há uma hipoatenuação da substância
branca periventricular (seta vermelha), um achado habitual na
transudação liquórica.

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1 . 3 HIDROCEFALIA DE PRESSÃO NORMAL

A hidrocefalia de pressão normal (HPN) não apresenta um achado único característico da doença, mas a associação de diversas características
tomográficas com um quadro clínico condizente. Nessas imagens, você pode constatar algumas dessas características:
• Seta azul → hidrocefalia;
• Seta verde → alargamento da fissura Sylviana;
• Seta vermelha → apagamento dos sulcos e fissuras da alta convexidade com alargamento desproporcional da fissura Sylviana;
E, por fim, um achado comum e desprovido de significado clínico nessa faixa etária → a calcificação do plexo coroide (seta amarela).
Portanto, o que nos leva à suspeita de HPN é: clínica, hidrocefalia, alargamento desproporcional da fissura Sylviana e apagamento dos
sulcos e fissuras da alta convexidade.

1 . 4 ACIDENTE VASCULAR ISQUÊMICO

As imagens do acidente vascular isquêmico são cobradas em três padrões nas provas de Residência Médica:
1. Exame normal;
2. Reconhecer o edema citotóxico;
3. Sinal da artéria cerebral média hiperdensa.

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Isso é o que vamos revisar nos cortes tomográficos a seguir:


1. Exame normal: usualmente, os examinadores escolhem um corte tomográfico no nível dos núcleos da base. Vejamos:

Estruturas anatômicas:
A forma livre em laranja é uma tentativa frustrada de delimitar
uma parte da substância branca, normalmente, ela é mais hipodensa
que a substância cinzenta.
As demais estruturas anatômicas são:
• Seta vermelha → cabeça do núcleo caudado;
• Seta laranja → ventrículo lateral direito;
• Seta verde → ínsula;
• Seta azul → tálamo.

2. Edema citotóxico: reconhecer a substância branca é importante para diferenciar o edema citotóxico, cuja principal causa são
insultos isquêmicos, e o edema vasogênico, característico de processos expansivos e inflamatórios.

Insulto vascular isquêmico recente com edema de padrão


citotóxico, hipoatenuação acometendo as substâncias cortical e
branca, tornando-as indistintas e respeitando o território vascular da
artéria cerebral média esquerda.

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3. Artéria Cerebral Média Hiperdensa: dois aspectos sobre o sinal da artéria cerebral média hiperdensa são cobrados
recorrentemente nas provas de Residência Médica - reconhecer que é um dos sinais associados ao insulto vascular isquêmico
precoce e a implicação terapêutica desse sinal.

Essa imagem demonstra muito bem a artéria cerebral média


esquerda espontaneamente hiperdensa, o que, usualmente, significa
que o trombo, causa do insulto isquêmico, está nessa localidade,
portanto, no segmento proximal da artéria. Consequentemente, esse
achado está relacionado a um baixo sucesso terapêutico apenas com
a trombólise endovenosa. Assim sendo, normalmente, indica-se a
trombectomia mecânica, após a confirmação com a angiotomografia
e se o paciente preencher os critérios.

1 . 5 NEUROTOXOPLASMOSE

A neurotoxoplasmose é cobrada nas provas de Residência Médica a partir da identificação do quadro clínico típico, AVC febril em paciente
HIV + e CD4 baixo, associado ao padrão de imagem, uma vez que os exames laboratoriais pouco ajudam nessa doença.

Tomografia de crânio com contraste demonstrando o aspecto


clássico da doença: lesão com realce anelar ao meio de contraste e
importante edema vasogênico adjacente. Aproveite a imagem para
diferenciar o edema vasogênico do citotóxico. Repare que o edema
vasogênico acentua a diferença entre a substância cinzenta e a
branca, bem como, o padrão digitiforme.

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1 . 6 HEMATOMA EPIDURAL X HEMATOMA SUBDURAL

A diferenciação do tipo de hematoma extra-axial em epidural e subdural é tema frequente nas provas. A seguir, confira as principais dicas
para não errar esses diagnósticos.

Hematoma epidural → repare que ele apresenta formato biconvexo, não ultrapassa o limite das suturas cranianas e a extensão anteroposterior
e a laterolateral são similares. Frequentemente, associa-se à fratura craniana e à ruptura do ramo da artéria meníngea média.

Hematoma subdural → formato em banana, côncavo-convexo, ultrapassa o limite das suturas cranianas e a extensão anteroposterior é maior
que a laterolateral. Frequentemente, associa-se à ruptura das veias ponte.

Grave essa dica: tanto o hematoma subdural como o epidural produzem efeito de massa sob o parênquima cerebral adjacente e podem
levar à herniação encefálica dos diversos tipos, como, por exemplo, a parafalcina e a uncal.

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1 .7 LESÃO AXONAL DIFUSA

As imagens de lesão axonal difusa são pouco cobradas nas provas. Seu padrão tomográfico típico é a presença de focos hemorrágicos na
transição entre a substância cinzenta-branca, o corpo caloso, os núcleos da base e o tronco cerebral. Além disso, existe a clássica dissociação
clínico-radiológica, pois o paciente está clinicamente pior do que a imagem mostra.

Pequeno foco hemorrágico no tálamo esquerdo sugestivo de lesão axonal difusa no contexto clínico adequado.

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1 . 8 HEMORRAGIA SUBARACNÓIDEA

Refere-se ao acúmulo de sangue no espaço subaracnóideo, onde circula o liquor. A causa mais comum é o trauma, seguido de ruptura de
um aneurisma, entretanto, na prova, isso aparece invertido pois, tipicamente, é cobrado o reconhecimento da HSA aneurismática.
A HSA aneurismática caracteristicamente apresenta a maior parte de seu conteúdo hemático localizado nas cistenas e na fissura sylviana
(setas vermelhas). Existem diversos fatores de risco conhecidos, como o tabagismo, sexo feminino e a idade, mas o que cai na prova é a relação
dessa doença com a doença policística renal autossômica dominante. O quadro clínico é marcado pela “pior dor de cabeça da vida”, súbita, em
trovoadas e, muitas vezes, associada à rigidez de nuca. A principal medida terapêutica é evitar o ressangramento por meio de embolização com
arteriografia ou clipagem cirúrgica do aneurisma.

1 . 9 HEMORRAGIA INTRAPARENQUIMATOSA ESPONTÂNEA

É o tipo de AVC hemorrágico mais comum. Ocorre geralmente pela ruptura de vasos perfurantes nos núcleos da base (vasos
talamoperfurantes), ponte e cerebelo. O principal fator de risco é a hipertensão arterial, seu quadro clínico é indissociável do AVC isquêmico.

Guarde esta informação: sempre que você vir um hematoma intraparenquimatoso em uma localização distinta das descritas acima, deve
considerar a possibilidade de uma hemorragia secundária a outros fatores, como, por exemplo, cavernoma, tumores e trombose venosa
cerebral.

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Nesses cortes tomográficos sem contraste, você identifica um padrão de hematoma intraparenquimatoso tipicamente relacionado
à hipertensão (seta verde), pois apresenta localização típica nos núcleos da base. Na outra imagem, é possível identificar um hematoma na
topografia do lobo parietal direito, o que deve deixá-lo “de orelha em pé” para o diagnóstico de uma hemorragia cerebral secundária (por
exemplo, secundária à trombose venosa, a um tumor ou metástase).

Definitivamente, essas são as imagens mais cobradas de tomografia de crânio nas provas. Para se aprofundar um pouco mais, recomendo
que você assista à aula de tomografia de crânio de nosso Curso Extensivo.

2.0 TOMOGRAFIA E ANGIOTOMOGRAFIA DO TÓRAX


2 .1 ANATOMIA E TROMBOEMBOLISMO PULMONAR

Não encontramos nenhuma questão de prova cobrando o conhecimento anatômico simples das estruturas na tomografia de tórax.
Usualmente, o mesmo corte tomográfico, mostrando o tronco da artéria pulmonar e as artérias pulmonares, é utilizado para demonstrar a
ausência ou a presença de tromboembolismo pulmonar (TEP) na angiotomografia protocolo TEP.

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Angiotomografia protocolo TEP: nada mais é do que um exame tomográfico do tórax com contraste em uma fase específica, para
visualização da artéria pulmonar e seus ramos. Nessa imagem, vemos as seguintes estruturas:
• Seta vermelha → aorta ascendente;
• Seta laranja → aorta descendente;
• Seta verde → tronco da artéria pulmonar ramificando-se em artérias pulmonares direita e esquerda.
Além disso, vemos sinais de tromboembolismo pulmonar agudo caracterizados por falhas de enchimento nas artérias pulmonares, bem
como, em seus ramos lobares.

Corte tomográfico similar demonstrando falhas de enchimento na artéria pulmonar esquerda principais e lobar (setas verdes).

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2 . 2 PNEUMOTÓRAX

Sobre o pneumotórax, na tomografia computadorizada e na radiografia, o que importa é o diagnóstico e o tratamento.

Extenso pneumotórax à direita, demonstrado na forma


livre laranja, desviando o coração e os vasos da base para o lado
contralateral. Enfisema de partes moles na seta verde.

2 . 3 NÓDULOS PULMONARES

Podemos dividir os nódulos pulmonares, quanto a sua atenuação, em três tipos: os sólidos; e os subsólidos que se dividem em parcialmente
sólidos e em vidro fosco.

TIPOS DE NÓDULOS PULMONARES

Nódulo semissólido Nódulo sólido Nódulo em vidro fosco

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Sempre que for avaliar a presença de um nódulo pulmonar, a primeira pergunta que você deve fazer é: “este paciente possui algum exame
anterior?” Pois o crescimento e a velocidade desse crescimento são dados fundamentais para a suspeita de uma neoplasia pulmonar.

A maior parte das perguntas das provas de Residência Médica dirige-se aos nódulos sólidos incidentais e únicos, portanto vamos resumir
nossa abordagem:
a) Menor do que 6 mm único → em regra, nódulos pulmonares sólidos únicos ou múltiplos menores que 6 mm não necessitam
de seguimento. A exceção para essa situação são os nódulos com características suspeitas, por exemplo, margens irregulares,
localização no lobo superior e pacientes de alto risco. Nesses casos, podemos indicar controle tomográfico em 12 meses.
b) Nódulo pulmonar único maior do que 6 mm e menor do que 8 mm → nesses casos, o risco de câncer de pulmão ainda é muito
baixo, mas já se recomenda controle radiológico entre 6 e 12 meses. Um único exame de controle pode ser suficiente em pacientes
com baixo risco, mas, em pacientes com alto risco, é indicado repetir o controle com 18 a 24 meses.
c) Nódulo pulmonar único maior que 8 mm → nesses casos, podemos indicar uma única conduta ou uma conjunção delas, a depender
do risco para câncer de pulmão do paciente, se esse for o caso, pode-se indicar o controle tomográfico precoce entre 3 a 6 meses,
PET-FDG ou biópsia do nódulo.

Além disso, é comum o questionamento sobre a conduta em um nódulo suspeito e periférico. Nesse caso, saiba que a biópsia deve ser
transtorácica ou percutânea, uma vez que a lesão está localizada na periferia e a broncoscopia não apresenta uma possibilidade viável.

Controle evolutivo de nódulo pulmonar


demonstrando crescimento e aumento
de atenuação do nódulo. Nesse caso, está
indicado a biópsia transtorácica em virtude da
localização periférica da lesão.

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2 . 4 HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA TRAUMÁTICA

Sobre esse tema, é cobrado o reconhecimento diagnóstico e o tratamento. Vamos ver uma imagem:

Cortes tomográficos coronal e sagital com contraste. Repare setas verdes. Normalmente, o examinador cobra a conduta no caso
que esse paciente apresenta uma herniação do fígado (mais comum) de hérnia diafragmática traumática pós-trauma abdominal, sendo
para a cavidade torácica, a partir de uma falha diafragmática. O que a resposta é laparotomia. Achado adicional: pequeno derrame
fígado é apontado pela seta laranja e o diafragma rompido, pelas pleural à direita.

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2 . 5 ASPERGILOMA PULMONAR

O aspergiloma pulmonar nada mais é do que uma cavidade preenchida por conteúdo fúngico. Seu padrão característico de imagem é o
seguinte:

Cavidade geralmente localizada nos lobos superiores, preenchida por conteúdo com atenuação de partes moles e com sinal do crescente
aéreo (forma livre laranja na imagem). As questões de Residência Médica habitualmente perguntam sobre o tratamento em pacientes com
hemoptise secundária ao aspergiloma.

2 . 6 DISSECÇÃO DA AORTA

Diversas são as questões cobrando o reconhecimento da dissecção da aorta e sua diferenciação em Stanford A e B. Vamos iniciar
aprendendo sua anatomia:

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Temos dois cortes tomográficos axiais demonstrando as seguintes estruturas vasculares:


No primeiro corte, mais superior, vemos os ramos da aorta torácica:
• Seta vermelha → tronco braquiocefálico;
• Seta laranja → artéria carótida comum esquerda;
• Seta verde → artéria subclávia esquerda.
A origem da artéria subclávia esquerda é importante pois todas as dissecções que acometem o território arterial anterior a ela são
classificadas como Stanford A.

No segundo corte, mais inferior, vemos a divisão mais cobrada nas provas:
• Seta roxa → aorta ascendente;
• Seta amarela → aorta descendente.

Agora, vamos reconhecer a dissecção da aorta:

Repare que o diagnóstico da dissecção da aorta é caracterizado das imagens acima é um provável Stanford B? Espero que você tenha
pela presença do flap intimal na aorta (seta verde). Você sabe qual acertado e reconhecido que é a imagem no canto inferior esquerdo.

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2 .7 DERRAME PLEURAL

Esse é o padrão clássico de um derrame pleural livre de provável etiologia cardíaca. Repare que o derrame pleural (seta verde) é bilateral,
com quantidade leve a moderada e um pouco maior à direita. O achado adicional é a presença do derrame pericárdico (seta laranja), muito
raramente cobrado em prova.

2 . 8 DERRAME PLEURAL LOCULADO

Por vezes, as provas querem que você saiba reconhecer um


derrame loculado. Para isso, basta entender que a gravidade não está
fazendo com que o derrame assuma aquele aspecto livre da imagem
anterior. Observe que, nesse caso, o derrame (seta verde) está
aderido e preso à parede lateral direita. Além disso, há uma fratura
de arco costal adjacente (seta laranja).

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2 . 9 TIREOIDE

A maior parte das questões que cobram a interpretação da tomografia de tórax sobre a tireoide requer apenas que você saiba que a
glândula está alterada.

Tomografia de tórax em corte axial demonstrando o aspecto


habitual da tireoide com morfologia em borboleta (setas laranja).

Nódulos/bócio tireoidiano, cujo


aspecto classicamente é uma lesão
tireoidiana heterogênea (setas verde e
laranja) deslocando e reduzindo a coluna
aérea, traqueia (seta vermelha), para o lado
contralateral à lesão.

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2 .1 0 PNEUMONIA NECROTIZANTE

A pneumonia necrotizante manifesta-se radiologicamente


como áreas de necrose do parênquima, cavitações, de permeio à
consolidação pulmonar infecciosa, conforme a imagem.

2 .1 1 ABSCESSO PULMONAR

A característica-chave para reconhecer o abscesso pulmonar


é a presença do nível líquido de permeio à cavidade pulmonar (seta
laranja). As questões sobre abscesso pulmonar usualmente trazem
um quadro clínico similar ao da tuberculose pulmonar, mas gostam
de reforçar a má higiene oral do paciente.

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2 .1 2 BRONQUIECTASIA

As bronquiectasias (seta vermelha) representam uma dilatação irreversível do brônquio. Estes são os melhores sinais para reconhecê-las:
• aumento do brônquio em relação ao vaso arterial pulmonar adjacente;
• ausência de redução do calibre do brônquio enquanto ele caminha para a periferia do parênquima pulmonar;
• visualização do brônquio ou bronquíolo a menos de 01 cm da pleura visceral costal ou paravertebral.

2 .1 3 GRANULOMATOSE COM POLIANGIITE E EMBOLIA SÉPTICA

É importante que você reconheça o padrão tomográfico esperado dessas doenças no tórax: nódulos escavados esparsos pelo parênquima
pulmonar (setas vermelhas e amarela). Em outras doenças, por exemplo, em metástases ou infecções fúngicas, podem ocorrer achados similares,
mas as informações clínicas vão ajudá-lo a estreitar o diagnóstico.

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RADIOLOGIA Atlas de Radiologia

2 .1 4 TAMPONAMENTO CARDÍACO

O tamponamento cardíaco é um diagnóstico


clínico, mas é importante que você saiba reconhecer
o derrame pericárdico (setas brancas) na tomografia
de tórax. Lembre-se da tríade de Beck: hipofonese
de bulhas, hipotensão e turgência jugular.

2 .1 5 TUBERCULOSE PULMONAR

A tuberculose pulmonar apresenta mil faces na radiologia, broncogênica e consolidações (seta roxa). Repare que esses achados
mas seu padrão típico na tomografia de tórax é o da imagem acima. usualmente são assimétricos e predominam nos lobos superiores,
Cavitação (setas amarelas) e opacidades com morfologia de árvore como ocorre no caso acima, ou no segmento superior dos lobos
em brotamento (setas vermelhas) que indicam disseminação inferiores.

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2 .1 6 COVID

Há alguns padrões típicos da infecção pulmonar por Covid que são vistos na tomografia de tórax, mas o principal, e já cobrado em provas,
é o que vemos na imagem acima: opacidades pulmonares com atenuação em vidro fosco, periféricas, bilaterais, por vezes com predomínios nos
lobos inferiores (setas amarelas).

2 .1 7 LINFONODOMEGALIAS MEDIASTINAIS

Linfonodos mediastinais aumentados


de tamanho (setas amarelas). Usualmente,
para diagnóstico de uma linfonodomegalia
mediastinal, utilizamos o critério > 10mm no
menor eixo.

Essas são as imagens mais cobradas de tomografia e angiotomografia de tórax nas provas de Residência Médica. Para aprofundar-se um
pouco mais, recomendo que você assista à aula de tomografia de tórax do nosso Curso Extensivo.

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RADIOLOGIA Atlas de Radiologia

3.0 TOMOGRAFIA DE ABDOME E PELVE


3 .1 ANATOMIA

Há algumas questões que cobram conteúdo anatômico exclusivo, principalmente do lobo caudado do fígado e de algumas estruturas
vasculares. Confira, aqui, as principais estruturas que você precisa conhecer.

A seta verde mostra o lobo caudado do fígado. A seta amarela marca o tronco celíaco.

• Seta vermelha → veia porta; • Seta vermelha → veia mesentérica superior;


• Seta azul → veia cava inferior; • Seta verde → artéria mesentérica superior;
• Seta salmão → aorta abdominal; • Seta amarela → veia renal esquerda.
• Seta verde → cauda do pâncreas;
• Seta amarela → veia esplênica.

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RADIOLOGIA Atlas de Radiologia

3 . 2 ADENOCARCINOMA DE PÂNCREAS

Esse é o padrão típico do adenocarcinoma de pâncreas: uma


lesão hipovascular, mal delimitada, de difícil mensuração, que infiltra
as estruturas adjacentes (seta amarela). Repare que a lesão apresenta
amplo contato com a veia mesentérica superior. Outro achado
associado ao adenocarcinoma de pâncreas é o do duplo ducto (setas
brancas), o que representa a dilatação do ducto pancreático principal
e do ducto biliar comum.

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RADIOLOGIA Atlas de Radiologia

3 . 3 DIVERTICULITE AGUDA

A diverticulite aguda apresenta os seguintes achados: presença de divertículos (seta amarela), espessamento parietal e densificação da
gordura (seta vermelha). Nesse caso, temos uma diverticulite complicada com fístula colovesical demonstrada pela seta verde e a presença de
ar no interior da bexiga (seta azul).

Pegue a dica: no caso de ar no interior da bexiga, lembre-se de fístula colovesical e passagem de sonda vesical (mais comum).

Por vezes, a diverticulite aguda é complicada e pode apresentar


abscessos (seta branca).

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RADIOLOGIA Atlas de Radiologia

Diverticulite aguda não complicada caracterizada pela


presença de divertículos, espessamento parietal e borramento da
gordura adjacente (setas azuis).

3 . 4 CISTITE ENFISEMATOSA

Repare que, na cistite enfisematosa,


o ar preenche as paredes vesicais (setas
brancas), o que é diferente do que acontece
na fístula colovesical. Inclusive, a cistite
enfisematosa sempre é uma das alternativas
em questões que versam sobre fístula
colovesical. Fique atento ao histórico de
diabetes mellitus, quadro clínico distinto e à
presença de ar na parede da bexiga.

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RADIOLOGIA Atlas de Radiologia

3 . 5 APENDICITE AGUDA

São achados tomográficos da apendicite aguda: aumento do calibre do apêndice > 8mm, borramento da gordura adjacente, realce de sua
parede e apendicolito em seu interior (setas amarelas).
Por vezes, a apendicite aguda pode complicar e apresentar abscessos/coleções.

Abscessos e coleções apresentam um padrão similar em todo


o corpo: formações de centro hipoatenuante, por vezes heterogêneo,
com realce de sua parede e borramento da gordura adjacente.

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3 . 6 COLITE

Pacientes com colite podem apresentar


um padrão similar independente da etiologia:
espessamento parietal do cólon e densificação da
gordura adjacente (setas amarelas).

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RADIOLOGIA Atlas de Radiologia

3 .7 URETEROLITÍASE

Você precisa saber reconhecer o cálculo radiodenso impactado no terço


distal do ureter esquerdo (seta vermelha) com moderada hidronefrose do rim
esquerdo (seta amarela).

3 . 8 PNEUMOPERITÔNIO E RETROPERITÔNIO

Questões envolvendo pneumoperitônio e retroperitônio são comuns. Normalmente, é pedido para você identificar o achado e marcar
laparotomia exploradora na resposta. Repare no ar dentro da cavidade peritoneal (pneumoperitônio - seta vermelha) e ao redor do rim direito
(retropneumoperitônio - seta amarela). Além disso, há líquido livre na cavidade apontado pela seta roxa.

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3 . 9 TROMBOSE DA VEIA PORTA

Tomografia de abdome contrastada demonstrando trombo


hipoatenuante no interior da veia porta e da veia mesentérica
superior caracterizando trombose venosa aguda. Para acertar esse
diagnóstico você tem que conhecer o aspecto usual dessas estruturas,
que vimos no tópico acima sobre anatomia.

3 .1 0 HEMANGIOMA HEPÁTICO

Aspecto típico do hemangioma hepático (setas amarelas): lesão com realce globuliforme, centrípeto, descontínuo e de enchimento
progressivo. Note que, nas fases mais tardias do exame, a lesão vai ficando cada vez mais cheia de contraste.

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3 .1 1 HIPERPLASIA NODULAR FOCAL

Essa lesão apresenta um padrão radiológico típico, ela é usualmente hipervascular, realça mais que o parênquima na fase arterial, tem
homogeneização na fase tardia e também presença de cicatriz central que fica realçada na fase tardia.

3 .1 2 HEPATOPATIA CRÔNICA

Hepatopatia crônica Normal

Veja os sinais de hepatopatia crônica: fígado de dimensões reduzidas, bordos rombos, contornos serrilhados, alargamento de sua fissura
e proeminência do lobo caudado. Além disso, há esplenomegalia indicando uma provável hipertensão portal. Verifique isso na comparação com
a imagem do fígado normal.

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3 .1 3 HEPATOCARCINOMA

Essas são as características típicas de um hepatocarcinoma: lesão hipervascular, realce maior que o parênquima hepático na fase arterial,
com wash-out e presença de cápsula em paciente com hepatopatia crônica.
• Seta amarela → fase arterial;
• Seta azul → fase portal;
• Seta vermelha → fase equilíbrio.

3 .1 4 HEMATOMA DO RETO ABDOMINAL

Pensou em um hematoma, lembre-se da seguinte frase: conteúdo espontaneamente hiperdenso na fase sem contraste. O hematoma do
reto abdominal é isso: massa, espontaneamente hiperdensa, por vezes heterogênea, localizada no reto abdominal (setas amarelas).

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3 .1 5 TRAUMA HEPÁTICO E TRAUMA ESPLÊNICO

Diversas são as apresentações dos traumas hepático e esplênico, o que pode confundir o aluno. O que você precisa saber é reconhecer o
órgão lesado, bem como, a presença de sangramento ativo e líquido livre.

Laceração hepática (seta amarela) com área de sangramento Diversas lacerações esplênicas (setas amarelas) com
ativo (seta vermelha). O extravasamento do meio de contraste importante quantidade de líquido livre adjacente.
demonstra sangramento ativo da lesão.

3 .1 6 PANCREATITE AGUDA

Este é um dos temas mais cobrados na tomografia de abdome. Para acertar as questões, você deve dominar os seguintes tópicos:
reconhecer o diagnóstico, suas complicações e a relação anatômica entre uma possível coleção e o estômago.

Sinais de pancreatite aguda caracterizados por edema


do parênquima pancreático, necrose de seu parênquima (setas
amarelas) e uma coleção peripancreática deslocando o estômago
anteriormente (seta vermelha). Repare na provável causa da
pancreatite aguda: cálculos na vesícula biliar (seta azul).

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Complicação de pancreatite aguda caracterizada por coleção Sinais de pancreatite aguda necrosante com substituição do
(seta amarela) na fossa ilíaca direita, com foco gasoso de permeio tecido pancreático por área do parênquima com necrose (setas
(seta vermelha). Se falar em gás, sempre se lembre de infecção, amarelas).
exceto nos casos com manipulação prévia.

Dentro das complicações tardias da pancreatite aguda, temos a necrose pancreática delimitada e o pseudocisto do pâncreas. Infelizmente,
por vezes, os examinadores confundem os conceitos, além disso, a distinção entre eles também não é tão clara.

• Seta amarela → pseudocisto: lesão homogênea, hipoatenuante, • Seta vermelha → necrose pancreática delimitada: lesão
paredes finas, bem delimitada e usualmente localizada adjacente heterogênea, irregular, substitui o parênquima pancreático,
ao parênquima pancreático. paredes espessas, algumas vezes, margens não tão bem definidas.

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RADIOLOGIA Atlas de Radiologia

3 .1 7 COLECISTITE AGUDA

Nesses cortes tomográficos do abdome com contraste, vemos


uma vesícula biliar distendida, com espessamento e hiper-realce
de sua parede, além de borramento da gordura adjacente (seta
vermelha). Como achado incidental, temos um cisto hepático (seta
amarela). Todos esses achados são compatíveis com o diagnóstico de
colecistite aguda.

3 .1 8 GOSSIPIBOMA

Esse termo refere-se a itens cirúrgicos, geralmente de matriz têxtil, que foram deixados inadvertidamente no interior de cavidades após
fechamento da ferida operatória.

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RADIOLOGIA Atlas de Radiologia

Esse é um padrão típico: formação heterogênea, localização variada no abdome, usualmente bem delimitada e com marcador metálico
(seta branca).

3 .1 9 HÉRNIA INTERNA

É maldade cobrarem esse diagnóstico tomográfico nas provas, já que, por vezes, é um tema quente de discussão entre Radiologistas, mas,
diante de um paciente submetido ao bypass gástrico em Y de Roux, com dor abdominal e sintomas obstrutivos, sempre se lembre de hérnia
interna.

As imagens apresentam alças de delgado em localização pouco usual no hipocôndrio esquerdo associadas à densificação da gordura
mesentérica (seta azul) com ingurgitamento dos vasos mesentéricos e torção dos mesmos (seta laranja). Tudo isso é típico de uma hérnia interna.

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3 . 2 0 CISTOS RENAIS SIMPLES E TUMORES RENAIS

Essas são as duas lesões renais que mais caem nas provas de Residência Médica: você deve reconhecer um cisto renal simples e um tumor
sólido renal. Confira:
• Setas azuis (cistos simples) → formações hipoatenuantes, homogêneas, bem delimitadas, sem realce ao meio de contraste;
• Setas vermelhas (tumores sólidos) → formações heterogêneas, com realce ao meio de contraste, mal delimitadas, hipervasculares.
Esse padrão de imagem é mais característico do tumor de células claras.

3 . 2 1 FEOCROMOCITOMA

Essas são as caraterísticas típicas de um feocromocitoma. O primeiro passo é reparar que se trata de uma lesão adrenal. Note que a formação
se localiza superiormente e sem sinais de origem ou invasão do rim direito. Além disso, outras características peculiares ao feocromocitoma são
os aspectos hipervascular e heterogêneo da lesão.

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3 . 2 2 DISTENSÃO DE DELGADO X DISTENSÃO DO INTESTINO GROSSO

Distensão delgado Distensão grosso

Note que, na distensão de delgado, as alças são mais centrais, apresenta dimensões maiores e haustrações.
há uma dimensão moderada e a presença de válvulas coniventes. Para a prova, é necessário que você conheça as principais
De maneira diferente, a distensão do intestino grosso é periférica, causas de obstrução de delgado e do intestino grosso.

3 . 2 3 ANEURISMA DA AORTA ABDOMINAL

Essas imagens retratam dois aneurismas da aorta abdominal sinais de ruptura. As setas vermelhas sinalizam um aneurisma da
em pacientes distintos. A seta amarela mostra um aneurisma da aorta abdominal roto, repare que a dilatação vascular é irregular e
aorta abdominal com trombos hipoatenuantes em sua parede e sem apresenta um amplo borramento da gordura circunjacente.

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3 . 2 4 LESÃO DA BEXIGA

Considere a possibilidade de lesão da bexiga em pacientes com trauma pélvico/abdominal, hematúria e presença de líquido livre sem
sinais de lesão nos órgãos maciços.

Note que a lesão da bexiga intraperitoneal é demonstrada


pelo círculo branco. Além disso, vemos grande quantidade de líquido
livre intraperitoneal nas demais setas azuis.

Trauma de bexiga com lesão extraperitoneal demonstrando


extravasamento de contraste da bexiga para os espaços pélvicos
extraperitoneais (seta vermelha).

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3 . 2 5 HÉRNIA INGUINAL

Imagem do exame normal.

Hérnia inguinoescrotal à esquerda. Confira a protusão de conteúdo gorduroso, alças intestinais e pequena quantidade de líquido livre no
saco herniário. A presença de líquido livre, bem como, o borramento da gordura da hérnia podem indicar a presença de encarceramento, embora
esse achado não seja específico.

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3 . 2 6 ÍLEO BILIAR

Essa é uma tomografia de abdome com contraste,


em cortes coronais e axial. A imagem branca está na janela
de parênquima pulmonar. Sempre que o examinador
fornecer a imagem do abdome na janela de parênquima,
ele quer mostrar que há "ar" fora do local, mais comumente,
pneumoperitônio ou aerobilia. Na seta laranja, vemos
aerobilia com ar dentro do ducto biliar comum. Nas
demais imagens, vemos os seguintes achados:
a) Distensão de alças de delgado com nível hidroaéreo
(seta vermelha). Veja que o cólon, alças periféricas, está
colabado, secundário ao processo obstrutivo.
b) Cálculo ectópico em alça ileal. A seta amarela
demonstra o cálculo biliar ectópico no interior de uma alça
ileal.
Portanto, o diagnóstico correto é: íleo biliar.

Essas são as imagens mais cobradas de tomografia de abdome nas provas de Residência Médica. Para se aprofundar nesse assunto,
recomendo que você assista à aula de tomografia de abdome do nosso curso extensivo.

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4.0 OUTRAS IMAGENS TOMOGRÁFICAS


4 .1 SINUSITE MAXILAR

Repare no preenchimento dos seios maxilares com material


de atenuação de partes moles e nível líquido. Esses achados, embora
inespecíficos, podem sugerir o diagnóstico de sinusite maxilar.

4 . 2 PROPTOSE OCULAR

​​A imagem mostra a proptose do globo ocular esquerdo,


caracterizada por ultrapassar a linha interzigomática. Há também
borramento difuso da gordura pré-septal por provável celulite
orbitária.

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5.0 ULTRASSONOGRAFIA TRANSVAGINAL


5 .1 ANATOMIA

É importante você reconheça as principais estruturas na ultrassonografia transvaginal.

• Seta amarela → colo uterino;


• Seta vermelha → endométrio;
• Seta verde → fundo uterino.

5 . 2 ABSCESSO TUBO-OVARIANO

O abscesso tubo-ovariano não apresenta um padrão de imagem único. Usualmente, apresenta-se como uma lesão anexial, complexa, com
debris, septações grosseiras e pode ter fluxo em seu interior. Algo bem similar à imagem acima. No entanto, as informações clínicas são vitais
para estreitar o diagnóstico.

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RADIOLOGIA Atlas de Radiologia

5 . 3 FASES DO CICLO

Fase proliferativa
Fase menstrual tardia

Fase proliferativa
precoce Fase secretória

A partir da ultrassonografia, é possível estimar a fase do ciclo de uma mulher em idade reprodutiva:
• Menstrual → linha fina hiperecogênica;
• Proliferativa precoce → linha hiperecogênica um pouco mais espessa;
• Proliferativa tardia → aspecto trilaminar;
• Secretória → a fase mais grossa e uniforme.

As três primeiras fases são foliculares e a é última secretória.

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5 . 4 GESTAÇÃO ECTÓPICA

Para caracterizar uma gestação ectópica, não existe uma imagem única, mas sim um conjunto de achados: beta-hCG positivo, ausência de
gravidez tópica e massa anexial. Note que são os achados que visualizamos na imagem:
• Seta vermelha → cavidade endometrial espessada sem sinais de gestação tópica;
• Seta amarela → líquido livre, o que pode indicar possível ruptura da tuba uterina;
• Seta azul → massa anexial, nesse caso, com presença de saco gestacional,
• Seta verde → acúmulo líquido heterogêneo indicando provável coágulo hemorrágico.

5 . 5 CORIONICIDADE

Gestação dicoriônica e diamniótica: note o septo espesso dividindo as membranas, bem como, o sinal do lambda.

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Gestação monocoriônica e diamniótica: veja o septo fino Gestação monocoriônica e monoamniótica: note a ausência
dividindo as membranas, bem como, o sinal do T. de septações dividindo os fetos e o único saco gestacional.

Confira esta dica: não existe gestação dicoriônica e monoamniótica.

5 . 6 PÓLIPO UTERINO

O pólipo uterino é usualmente caracterizado por uma imagem, Outra característica habitual dos pólipos uterinos é a presença
hiperecogênica, bem delimitada, localizada na cavidade endometrial. do vaso nutridor (seta vermelha).

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RADIOLOGIA Atlas de Radiologia

5 .7 MIOMA SUBMUCOSO

Reconhecer um mioma, bem como sua localização


submucosa, é importante para acertar as questões sobre esse
tema. No mioma submucoso (seta vermelha), há um nódulo
isoecogênico ou hipoecogênico, bem delimitado, que desloca a
cavidade endometrial. O mioma pode ter outras características,
por exemplo, hipoecogenicidade e heterogeneidade.

5 . 8 ENDOMETRIOMA

Classicamente, o endometrioma é uma lesão anexial,


bem delimitada, homogênea, sem fluxo, com aspecto de vidro
moído. O principal diagnóstico diferencial dessa lesão é o cisto
hemorrágico.

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5 . 9 CÂNCER DE OVÁRIO

O aspecto de imagem clássico do câncer de ovário está


associado a alguns dos seguintes parâmetros:
• nódulo sólido, irregular;
• presença de ascite;
• projeções papilares;
• multisseptado, irregular, com diâmetro > 10 cm;
• aumento de fluxo vascular na lesão.

5 .1 0 TERATOMA OVARIANO

Usualmente, é um cisto com componente hiperecogênico


e/ou sombra acústica posterior, por vezes, com nível líquido,
sem fluxo ao Doppler colorido.

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RADIOLOGIA Atlas de Radiologia

5 .1 1 AUMENTO DA ESPESSURA ENDOMETRIAL

A espessura endometrial é tipicamente utilizada como


parâmetro para indicar a histeroscopia em pacientes no pós-
menopausa.

5 .1 2 MOLA

A imagem clássica da mola completa é o preenchimento do tecido endometrial por um material amorfo, com cavidades císticas de permeio,
como a imagem mostrada acima. Classicamente, descrita como aspecto de cacho de uva ou tempestade de neve.

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Os cistos teca-luteínicos são caracterizados por um ovário


de dimensões aumentadas e multicístico.

6.0 ULTRASSONOGRAFIA OBSTÉTRICA


6 .1 CURVAS NORMAIS

É importante que você reconheça o padrão habitual da artéria uterina, da artéria umbilical, da artéria cerebral média e do ducto venoso.

Artéria uterina normal: perceba que esse vaso, em


condições habituais, apresenta baixa resistência e diástole cheia
(D). É um marcador da vascularização materna.

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Artéria umbilical normal: veja que esse vaso, em


condições habituais, apresenta baixa resistência e diástole cheia.
É um marcador da vascularização placentária.

Artéria cerebral média normal: note que esse vaso, em Ducto venoso normal: é muito importante que você reconheça
condições habituais, apresenta alta resistência e diástole baixa (D). a onda A positiva no ducto venoso normal. Usualmente, o principal
Observe a diferença entre a diástole aqui e a da artéria umbilical. papel desse vaso é o acompanhamento Dopplervelocimétrico de
fetos com centralização de fluxo ou aumento da resistência da artéria
umbilical com menos de 34 semanas.

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6 . 2 AUMENTO DA RESISTÊNCIA DA ARTÉRIA UTERINA

Repare que a artéria uterina, quando alterada, apresenta


diástole baixa e, algumas vezes, uma incisura protodiastólica.
Nesses casos, há um aumento do risco de pré-eclâmpsia e de
CIUR.

6 . 3 AUMENTO DA RESISTÊNCIA DA ARTÉRIA UMBILICAL

No aumento da resistência da artéria umbilical, perceba a


diástole rasa e compare com o exame normal.

Diástole reversa da artéria umbilical, característica da


insuficiência placentária.

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6 . 4 ARTÉRIA CEREBRAL MÉDIA ALTERADA

Observe que a artéria cerebral média


alterada apresenta diástole cheia. Compare
com o exame normal acima. Isso ocorre
porque, na centralização fetal, há aumento
da diástole secundário à priorização de fluxo
para o cérebro, coração e adrenais.

6 . 5 DUCTO VENOSO REVERSO

A onda "A" reversa apresenta


o padrão característico descrito nessa
imagem. É um padrão habitualmente
associado à acidemia fetal, que
normalmente indica parto.

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RADIOLOGIA Atlas de Radiologia

6 . 6 TRANSLUCÊNCIA NUCAL

Translucência nucal normal

Para que a medida da translucência nucal seja adequada,


no rastreamento de aneuploidias, ela deve ser feita seguindo
padrões bem rígidos que estão listados abaixo (mas fique
tranquilo que isso não costuma ser cobrado nas provas de
Residência Médica):
• A idade gestacional deve estar entre 11 e 13 semanas
Translucência nucal alterada e 6 dias e o CCN deve medir entre 45 e 84 mm;
• A TN deve ser medida em um corte longitudinal
mediano, com o feto em posição neutra;
• A imagem deve conter somente a cabeça e a parte
superior do tórax.

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7.0 OUTROS EXAMES ULTRASSONOGRÁFICOS


7.1 CISTO SIMPLES NA MAMA

Cisto simples é parecido em todo canto. É uma imagem


ovalada, anecogênica, bem delimitada e com reforço acústico
posterior.

7. 2 CÂNCER DE MAMA

O aspecto ultrassonográfico clássico do câncer de mama é


um nódulo irregular, verticalizado, hipoecogênico, com sombra
acústica posterior.

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7. 3 FIBROADENOMA

O fibroadenoma é, classicamente, uma lesão BI-RADS


3, caracterizada por: nódulo, fracamente hipoecogênico, bem
delimitado e horizontalizado.

7. 4 FAST POSITIVO

Perceba o líquido na imagem anecogênica interposta


entre o fígado e o rim direito. Esse é o padrão de líquido livre.

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7. 5 COLELITÍASE E COLECISTITE

Cálculos na vesícula biliar: perceba as imagens hiperecogênicas, Colecistite aguda: note o cálculo no interior da vesícula biliar
usualmente móveis, localizadas no interior da vesícula, com sombra com os demais achados que sugerem colecistite aguda, por exemplo,
acústica posterior. espessamento da parede do órgão e fluido perivesicular. Outros
achados que sugerem colecistite, mas não estão presentes nessa
imagem, são: distensão da vesícula biliar e Murphy ultrassonográfico.

7. 6 PÓLIPO DA VESÍCULA BILIAR

Foco hiperecogênico, sem sombra acústica posterior e


sem decúbito móvel, localizado na vesícula biliar. Esse é o padrão
típico da imagem desses pólipos.

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7.7 INVAGINAÇÃO INTESTINAL

A invaginação intestinal apresenta um padrão ultrassonográfico típico, com os seguintes sinais: sinal do alvo e do pseudo-rim (na segunda
imagem). Normalmente, as questões cobram o diagnóstico, a partir do quadro clínico ou radiológico, e o tratamento.

7. 8 HIDRONEFROSE

Observe a dilatação dos cálices e da pelve renal,


caracterizando hidronefrose.

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7. 9 ANATOMIA VASOS CERVICAIS

Algumas questões cobram o conhecimento da diferenciação


entre a artéria carótida e a veia jugular.
• Seta vermelha → veia jugular. É um vaso de maior calibre
e compressível em condições habituais.
• Seta amarela → artéria carótida comum. Vaso de menor
calibre e não compressível.

7.1 0 ULTRASSONOGRAFIA PULMONAR

Sobre a ultrassonografia pulmonar, as principais imagens que você deve reconhecer são as seguintes:

a) Linha A: representa um artefato esperado na ultrassonografia b) Linha B: o artefato da linha B consiste em linhas ecogênicas verticais,
pulmonar normal. Os artefatos da linha A são claramente visualizados semelhantes ao laser, bem definidas, que surgem da linha pleural
como artefatos de reverberação horizontal da linha pleural e se estendem até a parte inferior da imagem. Linhas B dispersas
hiperecoica. As duas faixas hipoecogênicas verticais representam as (menos de duas por espaço intercostal) podem estar presentes no
costelas. pulmão normal. O número de linhas B está diretamente relacionado
à gravidade da doença. Portanto, a linha B está relacionada ao
espessamento intersticial e possui diversas causas, por exemplo,
edema pulmonar, fibrose pulmonar e pneumonite.
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c) Consolidação: a consolidação pode ter uma gama de aparências


distintas na ultrassonografia pulmonar, entretanto o padrão
radiológico mais característico é a hepatização pulmonar, em que o
pulmão acometido apresenta ecogenicidade similar à do fígado. Além
disso, notamos broncogramas aéreos de permeio, demonstrados
pela presença de linhas hiperecogênicas de permeio à consolidação.

d) Derrame pleural: o derrame pleural demonstrando a presença de


líquido anecogênico no espaço pleural é facilmente reconhecido na
ultrassonografia. Por vezes, é possível ver o parênquima atelectasiado
adjacente, assim como, septações de permeio ao derrame.

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Sinal da Praia Sinal do Código de Barras

e) Sinal do código de barras x sinal da praia: a movimentação pleural durante a respiração apresenta um padrão característico durante a
avaliação ultrassonográfica no modo M. O sinal da praia é caracterizado por essa movimentação pleural usual, enquanto o sinal do código de
barras, ou estratosfera, marca a ausência de movimentação e firma o diagnóstico de pneumotórax.

8.0 RADIOGRAFIA DE TÓRAX


8 .1 ANATOMIA

Nas questões de prova de Residência sobre esse assunto, é cobrada a anatomia pura e simples. Nesta imagem, selecionei os marcos
anatômicos mais cobrados:

• Seta vermelha → botão aórtica;


• Seta amarela → hilo pulmonar esquerdo (veja que ele é
mais alto que o direito);
• Seta verde → carina;
• Seta laranja → ventrículo esquerdo;
• Seta roxa → seio costofrênico lateral;
• Seta preta → bolha gástrica.

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8 . 2 SINAL DO GRADIENTE DA COLUNA

Este sinal é especialmente importante para detecção de opacidades retrocardíacas, difíceis de serem visualizadas na incidência
posteroanterior.

Observe o padrão normal da coluna no perfil: os corpos Agora, compare com o exame alterado, em que há uma
vertebrais devem ser mais brancos (densos) em cima e mais opacidade retrocardíaca determinando um aumento de atenuação
transparentes/escuros embaixo. na projeção dos corpos vertebrais torácicos inferiores.

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8 . 3 ATELECTASIA LAMINAR

Na radiografia de tórax, toda atelectasia, usualmente,


apresenta-se com as seguintes características: área de aumento
de opacidade, com elevação do diafragma e retração das
estruturas adjacentes. Nesse caso, a imagem é uma atelectasia
laminar típica de pacientes no pós-operatório, muito embora,
frequentemente, as provas errem esse conceito e coloquem
imagens de colapso.

8 . 4 COLAPSO DO LOBO SUPERIOR DIREITO (S DE GOLDEN)

O sinal do S de Golden é um dos mais clássicos da


radiologia torácica. Representa o colapso do lobo superior
direito usualmente decorrente de uma massa tumoral perihilar
a direita determinando oclusão / obstrução do brônquio para o
lobo superior direito.

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8 . 5 COLAPSO DO LOBO MÉDIO DIREITO

O colapso do lobo médio é um diagnóstico dificílimo na incidência em PA, pois o que visualizamos é uma opacidade mal delimitada,
localizada na região paracardíaca direita. Além disso, na incidência em perfil, vemos uma faixa de opacidade, triangular, localizada no lobo médio,
caracterizando o colapso do lobo.

8 . 6 HEMITÓRAX OPACO

Derrame pleural extenso Grande consolidação Atelectasia total e pneumectomia

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Ao analisar um hemitórax opaco, sugiro que você avalie dois parâmetros principais:

1) A densidade do hemitórax e a presença de parênquima 2) Atenção para a traqueia → o posicionamento traqueal é a melhor
entremeado → consolidações pulmonares extensas, geralmente, das dicas para o diagnóstico diferencial das três principais causas
são heterogêneas, apresentando broncograma aéreo de permeio, de hemitórax opaco: grandes consolidações, atelectasia/colapso
bem como, áreas de preservação do parênquima. Por outro lado, e grandes derrames pleurais. O desvio traqueal ipsilateral, por
grandes derrames pleurais, ou o colapso total do pulmão, apresentam exemplo, usualmente indica a presença de componente atelectásico,
velamento do parênquima com alta densidade e desvio significativo enquanto o desvio contralateral é usual em pacientes com volumoso
da traqueia. derrame pleural.

8 .7 ABSCESSO PULMONAR

Classicamente, o padrão de imagem típico é uma cavidade com


nível líquido aéreo, além disso, usualmente, há algumas opacidades
adjacentes à cavidade.

8 . 8 TUBERCULOSE MILIAR

O padrão típico da tuberculose miliar é a presença de


múltiplos micronódulos de distribuição randômica, geralmente, com
predomínio nos campos pulmonares inferiores. Há também, nesse
caso, pequeno derrame pleural à direita.

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8 . 9 TUBERCULOSE PULMONAR PÓS-PRIMÁRIA

A tuberculose pulmonar pós-primária geralmente


apresenta um padrão de imagem com consolidações irregulares
predominando nos lobos superiores, associado a cavidades e
com efeitos retráteis em seu caráter mais crônico.

8 .1 0 CONGESTÃO PULMONAR AGUDA

A congestão pulmonar aguda, normalmente, manifesta-


se como opacidades algodonosas hilares, bilaterais, algo
simétricas. Além disso, também pode apresentar pequeno/
moderado derrame pleural, principalmente à direita.

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8 .1 1 TUMOR DE PANCOAST

O tumor de Pancoast manifesta-se radiograficamente como


uma consolidação, por vezes nodular, crônica e predominando no
sulco superior, e usualmente determinando erosão das estruturas
ósseas adjacentes (seta vermelha).

8 .1 2 PARACOCCIDIOIDOMICOSE

Essa é a doença cuja imagem só é típica na prova.


Memorize o padrão de infiltrado de asa de borboleta tendo,
como um dos seus principais diagnósticos diferenciais, a
paracoccidioidomicose. Ou seja, infiltrado em asa de borboleta
+ sintomas sugestivos de tuberculose pulmonar, lembre-se de
paracoco.

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8 .1 3 DERRAME PLEURAL LIVRE X LOCULADO

Essa é a imagem de um derrame pleural livre à esquerda com Esse é um derrame pleural loculado. Veja que não há formação
a clássica parábola de Damoiseau. de parábola e o líquido não está livre, admitindo a morfologia
esperada para o derrame (seta vermelha).

8 .1 4 PNEUMOTÓRAX

Presença de pneumotórax à direita com a linha pleural (seta


vermelha) delimitando o pulmão atelectasiado (seta amarela). A
melhor dica para você detectar o pneumotórax é: observar a ausência
de marca vascular, bem como, a presença de linha pleural.

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8 .1 5 TUMOR PLEURAL

O tumor pleural apresenta localização periférica com


ângulos obtusos na interface com o parênquima pulmonar (seta
vermelha). Esse é um conceito radiográfico clássico, mas, por
vezes, pouco útil na prática médica.

8 .1 6 HÉRNIA HIATAL

A hérnia hiatal manifesta-se como uma opacidade


retrocardíaca com nível hidroaéreo (seta vermelha). Nada
mais é do que o estômago, em parte, herniado para a cavidade
torácica.

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8 .1 7 PNEUMOPERITÔNIO

A questão clássica mostra essa imagem para você reconhecer o pneumoperitônio e indicar uma laparotomia exploradora. Lembre-se de
que, quando o paciente realiza o exame em pé, o pneumoperitônio (acúmulo de ar na cavidade peritoneal), geralmente, localiza-se na região
infradiafragmática.

8 .1 8 SINAIS DE HIPERINSUFLAÇÃO

Hiperinsuflação não é igual a diagnóstico de DPOC. Nesses


casos, a hiperinsuflação, usualmente secundária ao enfisema,
apresenta as seguintes características radiográficas: aumento do
espaço intercostal, cúpulas diafragmáticas retificadas, coração
verticalizado.

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8 .1 9 ALARGAMENTO DO MEDIASTINO

O alargamento do mediastino apresenta diversas causas,


entre elas, duas são especialmente cobradas nas provas:
a) tumores, principalmente do mediastino anterior, pois
devemos lembrar dos 4Ts - timoma, teratoma, tireoide e terrível
linfoma.
b) hematoma periaórtico no contexto de uma dissecção da aorta
traumática ou não.
Uma dica para reconhecer o alargamento do mediastino
é a presença de opacidade além de 3mm da linha paratraqueal
direita (forma roxa).

8 . 2 0 ALARGAMENTO HILAR BILATERAL

O alargamento hilar bilateral, popularmente denominado


hilo em batatas, apresenta, como diagnóstico diferencial,
principalmente sarcoidose e doenças linfoproliferativas. No
entanto, para as provas, usualmente o examinador quer que
você marque sarcoidose, especialmente dentro do contexto
de um paciente com lesões de pele e sintomas respiratórios
crônicos.

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8 . 2 1 CARDIOMEGALIA E AUMENTO DO ÁTRIO ESQUERDO

Dizemos que o paciente tem cardiomegalia quando o índice (seta verde), sinal da bailarina (forma azul escura) e aumento
cardiotorácico, razão entre o diâmetro cardíaco máximo transversal e posterior da câmara cardíaca (seta azul clara). Essas questões sobre
o diâmetro da caixa torácica em inspiração profunda, é maior que 0,5. o reconhecimento do aumento do átrio esquerdo normalmente
Além disso, o paciente apresenta sinais de provável aumento do átrio pedem para você relacioná-lo a achados eletrocardiográficos de
esquerdo, por exemplo, proeminência do apêndice atrial esquerdo sobrecarga atrial esquerda ou a eventual estenose mitral.

8 . 2 2 HIPERTENSÃO PULMONAR

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A suspeita de hipertensão pulmonar por meio do estudo radiográfico do tórax pode ser constatada pelos seguintes achados: proeminência
da artéria interlobar (seta laranja), aspecto convexo e aumento do tronco da artéria pulmonar (seta azul) e ocupação do espaço retroesternal
por um consequente aumento do ventrículo direito. As questões que envolvem essa imagem quase sempre pedem que você indique o próximo
exame a ser solicitado para confirmar a possibilidade de hipertensão pulmonar.

8 . 2 3 CORPO ESTRANHO INGERIDO (MOEDA X BATERIA)

Moeda Bateria

Questões em que é preciso reconhecer a diferença entre uma do halo, caracterizado por esse círculo hipoatenuante na periferia
moeda e uma bateria são frequentes nos concursos de Residência da bateria. Outro achado que pode ajudá-lo é o sinal do degrau na
Médica. A principal dica para fazer essa distinção é a presença do sinal radiografia em perfil.

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8 . 2 4 ASPIRAÇÃO DE CORPO ESTRANHO

A aspiração de um corpo estranho é mais difícil de ser


reconhecida do que a ingestão porque, normalmente, o material
ingerido não é radiopaco. Os achados que nos fazem suspeitar desse
diagnóstico são a presença de hiperinsuflação e hipertransparência
pulmonar unilateral, principalmente em um contexto agudo. As
questões pedem para você reconhecer o diagnóstico e indicar a
broncoscopia.

8 . 2 5 SONDA DIGESTIVA E TUBO OROTRAQUEAL

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Não é incomum aparecerem questões cobrando o conceito sobre a posição habitual do tubo orotraqueal. Idealmente, ele deve ficar de 3
a 5 cm acima da carina (seta vermelha). As questões mais frequentes solicitam que você reconheça quando o tubo está seletivo para o brônquio
fonte direito (seta amarela).

A sonda digestiva com padrão habitual apresenta trajeto retilíneo no tórax e na extremidade no hipocôndrio esquerdo quando localizada
na câmara gástrica (seta amarela). Algumas vezes, ela pode ter um trajeto errôneo, direcionado para o parênquima pulmonar (seta vermelha).
As questões sobre esse tema pedem que você reconheça o trajeto errado da sonda digestiva e indique que ela deve ser retirada.

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9.0 RADIOGRAFIA DO ABDOME


9.1 PNEUMOPERITÔNIO

Reconhecer um pneumoperitônio na radiografia de abdome com paciente deitado é um grande desafio diagnóstico, mas frequentemente
cobrado nas provas. A grande dica para esse achado é identificar o sinal de Rigler. Ele é visualizado quando identificamos, de forma fácil, do tipo
que dá para desenhar, a parede interna e externa de um segmento de alça intestinal. Observe nas imagens que o ar na cavidade abdominal
faz com que, aplicando o zoom, seja possível desenhar a parede interna e externa de um segmento de alça de delgado. Normalmente, essas
questões são cobradas no contexto da enterocolite necrotizante para que o aluno indique laparotomia exploratória.

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9. 2 OBSTRUÇÃO DE DELGADO X OBSTRUÇÃO DO INTESTINO GROSSO

Delgado Grosso

Reconhecer a diferença entre a obstrução de delgado e grosso, bem como, conhecer suas etiologias, é fundamental para acertar questões
na prova. Confira:

a) Delgado → a distensão das alças apresenta um menor calibre, padrão central e com válvulas coniventes.
b) Grosso → a distensão das alças apresenta um maior calibre (compare as imagens), padrão periférico e com presença de haustrações.

Obs.: por vezes, quando o paciente tiver uma válvula ileocecal incompetente, uma obstrução do intestino grosso pode levar à distensão
do delgado.

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9. 3 VOLVO DE SIGMOIDE

Essa é uma imagem cobrada repetitivamente nas provas de


Residência Médica, é a imagem clássica de um volvo de sigmoide. A
presença da dilatação de alças colônicas com o típico sinal do grão de
café ou do U invertido.

9. 4 SÍNDROME DE OGILVIE

A pseudo-obstrução colônica aguda (síndrome de Ogilvie) é um distúrbio


caracterizado por distensão aguda do cólon, com sinais e sintomas de obstrução colônica
na ausência de uma causa física de obstrução intestinal. Geralmente, acomete pacientes
hospitalizados ou institucionalizados, em associação com uma doença grave ou após
uma cirurgia, em conjunto com um desequilíbrio metabólico ou administração de certos
fármacos.

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9. 5 NEFROLITÍASE

Cálculos urinários geralmente são radiopacos e podem


ser visíveis na radiografia de abdome, principalmente, cálculos
coraliformes como o da imagem. As questões costumam cobrar o
reconhecimento do cálculo e qual é o principal cristal composto no
cálculo coraliforme, que é o de estruvita.

9. 6 SINAL DA DUPLA BOLHA

O Sinal da Dupla Bolha, caracterizado na imagem, é típico


dos pacientes com atresia duodenal. Lembre-se desse diagnóstico
sempre que estiver diante de um paciente com vômitos biliosos
iniciando nas primeiras 24 a 48 horas de vida e da clássica associação
com Síndrome de Down.

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9.7 DOENÇA DE HIRSCHSPRUNG

Esta doença decorre da ausência de plexos nervosos na parede das porções


terminais do intestino grosso, em extensões variáveis, o que causa falha no
mecanismo de contração intestinal. Isso já pode causar sintomas desde o nascimento
com a demora na eliminação do mecônio. Nesses casos, temos a imagem de um
cólon doente, com atresia (segmento 2), e dilatação do cólon proximal (segmento
1) com um cone de transição.

9. 8 SINAL DO CÓLON INTERROMPIDO

Esse conceito de radiografia de abdome da pancreatite aguda é pouco


útil na prática médica, entretanto é comumente relatado na radiologia clássica.
Qual é o sinal demonstrado pelas setas na imagem? Sinal do cólon interrompido.
Nessa radiografia de abdome, vemos que a moldura cólica apresenta um
apagamento abrupto na região da flexura esplênica. Isso acontece porque o
borramento da gordura peripancreática, na pancreatite aguda, se estende pela
goteira parietocólica esquerda determinando esse apagamento. Na prática
diária, diversos são os pacientes que vão apresentar essa alteração em um
exame normal ou com outra condição abdominal, mas você deve conhecer o
sinal, pois ele já foi cobrado em outras provas.

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10 0 OUTRAS RADIOGRAFIAS E MAMOGRAFIA


1 0.1 OSTEOARTRITE

A osteoartrite apresenta um padrão típico nas variadas articulações do nosso organismo.


Classicamente, é caracterizada por osteofitose marginal, esclerose óssea e redução do espaço
articular.

1 0. 2 OSTEOSSARCOMA

O osteossarcoma é um dos tumores ósseos malignos mais comuns.


Caracteriza-se por uma lesão em um osso longo, com matriz óssea (seta vermelha)
e com reação periosteal agressiva, por vezes, do tipo triângulo de Codman (seta
amarela) e possível componente com partes moles.

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1 0. 3 OSTEOCONDROMA

O osteocondroma é uma lesão pediculada que surge da superfície do osso com continuidade
do córtex e medula normais.

1 0. 4 EPIFISIÓLISE DO QUADRIL

A epifisiólise do quadril é uma causa típica de dor em


adolescentes com sobrepeso. Apresenta-se radiologicamente pelo
deslizamento da epífise femoral (seta vermelha).

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1 0. 5 DOENÇA DE PERTHES

Normal Doença de Perthes

Em sua fase inicial, a manifestação radiológica da doença de Perthes apresenta achados mais tênues. Posteriormente, os sinais clássicos
são: alargamento do espaço articular medial, esclerose e achatamento da epífise femoral, além de fratura subcondral (seta laranja).

1 0. 6 FRATURA POR FRAGILIDADE

A fratura por fragilidade normalmente apresenta compressão da altura do corpo vertebral, sem
destruição óssea e sem sinais de lesões tumorais. Esse é um achado que confirma o diagnóstico de
osteoporose no contexto clínico adequado.

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1 0.7 METÁSTASES

As metástases ósseas são o tumor ósseo maligno mais comum.


Confira, na imagem, as diversas lesões blásticas esparsas pelos corpos
vertebrais. As questões adoram relacionar essas lesões com o câncer
de próstata.

1 0. 8 FRATURA DO ESCAFOIDE

A fratura do escafoide é a mais comum dos ossos do carpo


e que, geralmente, é cobrada nas provas. É necessário que você
reconheça essa fratura, bem como, o osso do carpo (seta branca).

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1 0. 9 FRATURA DO COLO DO FÊMUR

A fratura do colo do fêmur é uma


típica da osteoporose, acometendo idosos
após os 60 anos de idade. É mais frequente
em mulheres de baixo IMC. O mecanismo
de trauma geralmente é de baixa energia,
como rodar em torno do próprio corpo ou
sofrer uma queda da própria altura. Sua
apresentação clínica, assim como a da fratura
transtrocanteriana, é o encurtamento e a
rotação externa (ENRE). Na imagem, vemos
uma fratura de colo do fêmur direito com
complexa desconexão da cabeça-colo.

1 0.1 0 BI-RADS 5 E MAMOGRAFIA

Massa irregular, espiculada, hiperdensa, padrão característico


do câncer de mama na mamografia. BI-RADS 5.

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11. 0 EXAMES CONTRASTADOS


1 1 .1 ESOFAGOGRAMA - CÂNCER DE ESÔFAGO

Lesão expansiva com estreitamento irregular do terço


médio do esôfago (seta laranja). Associa-se a sinal de fistulização
para via aérea na primeira imagem (seta vermelha). As questões
costumam solicitar que você reconheça que uma lesão no terço
médio com fatores de risco compatíveis, provavelmente, é
secundária a um CEC. Lembre-se de que a fistulização para via
aérea é uma contraindicação clássica à radioterapia.

1 1 . 2 ESOFAGOGRAMA - ACALÁSIA

Dilatação do esôfago com conteúdo de estase, contrações


ineficazes e afunilamento distal com aspecto de bico de pássaro.

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1 1 . 3 ESOFAGOGRAMA - DIVERTÍCULO DE ZENKER

Um divertículo, geralmente, apresenta uma imagem de adição, saculada e de dimensões variadas. O divertículo de Zenker tem uma
localização típica, na hipofaringe posterior, lateral e à esquerda.

1 1 . 4 HISTEROSSALPINGOGRAFIA

Normal Histerossalpingografia

Sobre a histerossalpingografia, duas coisas são cobradas na prova: reconhecer o padrão normal com tubas finas e extravasamento de
contraste para a cavidade peritoneal (setas vermelhas); e distinguir a obstrução tubária bilateral com dilatação das trompas e ausência de
contraste da cavidade peritoneal (setas amarelas).

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1 1 . 5 ENEMA OPACO - CÂNCER COLORRETAL

Enema opaco demonstrando estreitamento irregular, com aspecto de


maçã mordida, localizado na transição entre o cólon transverso e ascendente, é
padrão típico do câncer colorretal.

1 1 . 6 ENEMA OPACO - DIVERTICULOSE CÓLICA

Múltiplas imagens de adição, saculares, localizadas no cólon descendente


e no sigmoide caracterizam divertículos cólicos.

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12.0 RESSONÂNCIA MAGNÉTICA


1 2 .1 ENCEFALITE HERPÉTICA

No quesito ressonância magnética, essa é a imagem mais


cobrada nas provas. O padrão típico da encefalite herpética é
o aumento de sinal, na sequência T2/FLAIR, assimétrico, com
predomínio nos lobos temporais (seta vermelha).

1 2 . 2 ESCLEROSE MÚLTIPLA - DEDOS DE DAWSON

Imagem em corte sagital com hipersinal, perpendicular, em


T2/FLAIR, na interface calosseptal/periventricular, com aspecto
de dedos de Dawson. Esse padrão de imagem é muito associado à
esclerose múltipla.

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1 2 . 3 NEUROCISTICERCOSE

A neurocisticercose apresenta um padrão distinto para cada fase de acometimento da doença. No caso dessa imagem, vemos algumas
lesões já calcificadas e outras com aspecto de cisto com ponto periférico com contraste, o que usualmente representa um escólex.

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1 2 . 4 HÉRNIA DISCAL LOMBAR

Observe na imagem, hérnia discal, ao nível de L5-S1 (setas vermelhas),


comprimindo o canal vertebral e as raízes descendentes de S1 à esquerda.

1 2 . 5 ANATOMIA - COLANGIORRESSONÂNCIA

Reconhecer a anatomia normal da colangiorressonância é o


passo principal para acertar possíveis doenças apresentadas nesse
exame. Veja:
• Seta roxa → vesícula biliar;
• Seta verde → confluência dos ductos hepáticos;
• Seta amarela → ducto pancreático principal;
• Seta vermelha → ducto biliar comum.

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1 2 . 6 TUMOR PERIAMPULAR - COLANGIORRESSONÂNCIA

Estamos diante de uma colangiorressonância. O


principal intuito desse estudo é a avaliação das vias biliares e
do ducto pancreático principal. Lembre-se de que, para realizar
estritamente a Colangio RM, não é necessário o uso do gadolínio
e esse é um detalhe cobrado em prova.
O que estamos vendo? São quatro as estruturas principais
a serem reconhecidas na Colangio RM:
• Ducto biliar comum → seta laranja;
• Vias biliares intra-hepáticas → seta azul;
• Duodeno → seta verde;
• Ducto pancreático principal → seta roxa.
Nesse caso, vemos uma importante dilatação do ducto
pancreático principal, assim como, da via biliar comum e intra-
hepática. Esse é o sinal do duplo ducto. A partir daí, nossa
principal hipótese diagnóstica seria de um tumor periampular.

Chegamos ao final do nosso Atlas de Radiologia. Essas são as imagens mais importantes para a prova de residência médica. Se você quiser
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