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O emprego da cistoscopia na rotina de pequenos animais: uma breve revisão

Article · January 2015

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3 authors, including:

Cristiane Alves Cintra Leandro Crivellenti


Universidade de Franca Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
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Investigação, 14(6):12-16, 2015

REVISÃO DE LITERATURA | CLÍNICA DE


PEQUENOS ANIMAIS
O EMPREGO DA CISTOSCOPIA NA
ROTINA DE PEQUENOS ANIMAIS:
UMA BREVE REVISÃO
The use of cystoscopy in Small Animals Practice:
A Brief Review

MV. Cristiane Alves Cintra¹*, MV. MSc. Dr. Leandro Z. Crivellenti¹, MV. Beatriz Helena B. Vieira¹,
¹ Universidade de Franca – (UNIFRAN), Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinária, Franca, São Paulo, Brasil.
TMV. MSc. Dr. Pedro Paulo M. Teixeira¹
*Av. Dr Armando Sales Oliveira, 201, CEP: 14.404-600, Pq. Universitário, Franca – SP.
E-mail: cristianeacintra@yahoo.com.br

RESUMO ABSTRACT
A cistoscopia vem ganhando espaço na medicina veterinária por ser uma técnica promissora, pois Cystoscopy is becoming more popular in veterinary medicine. It is a promising technique, by the fact
permite a visualização do trato urinário inferior de forma mais completa (vagina, uretra, orifícios ureterais that allows a more complete evaluation of lower urinary tract (vagina urethra, ureteral ostiums and
e bexiga), proporcionando o diagnóstico e intervenção de diversas afecções que ocasionalmente não são bladder). It provides diagnosis and intervention for several disorders that occasionally do not appear in
visualizadas em outros exames de diagnóstico por imagem. É indicada em pacientes que apresentam other image techniques. It is indicated in patients with hematuria, dysuria, polyuria, polydipsia, urinary
hematúria, disúria, poliúria, polidipsia, incontinência urinária, cistite crônica, traumas, suspeitas de incontinence, chronic cystitis, trauma, neoplasm and uroliths. Currently this procedure is more accessible,
neoplasia e urólitos. Atualmente este procedimento encontra-sede forma mais acessível, porém os but the equipment needed to perform it still restricted to teaching hospitals, due to the high cost of these
equipamentos ainda são mais restritos a grandes centros, devido ao custo elevado desses materiais materials and specialized professionals. This review aims to elucidate the advantages, complications and
e pessoas especializadas. O presente artigo de revisão tem como objetivo elucidar as vantagens, limitations of the techniques used in clinical and surgery practice.
complicações e limitações das técnicas utilizadas na rotina clínica e cirúrgica de cães e gatos.
Keywords: dogs, cystocopy, cats, lower urinary tract
Palavras-chave: cães, cistoscopia, gatos, trato urinário inferior.

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INTRODUÇÃO
A cistoscopia apesar de ser um método de rotina para GÓMEZ-RODULFO e ORTEGA, 2012; MORGAN e FORMAN, 2015), proporciona a condução da luz e a imagem e a parte exterior:
avaliação de complicações do trato geniturinário nos Estados neoplasias (MESSER et al. 2005; BERENT et al. 2012; GÓMEZ- composta pela bainha a qual protege o endoscópio e impede
Unidos e na Europa, ainda se encontra pouco difundido no Brasil RODULFO e ORTEGA, 2012; BERENT, 2014; SYCAMORE et al. a lesão da mucosa da bexiga e da uretra. Possui canais para a
em decorrência de alguns fatores limitadores. Sendo os dois 2014; MORGAN e FORMAN, 2015), ureter ectópico (MCCARTHY, instilação de líquido estéril ou gás, drenagem da urina, e a
principais o custo elevado dos equipamentos e o nível técnico 1996; MESSER et al. 2005; GÓMEZ-RODULFO e ORTEGA, 2012; passagem de pinça para realização de biópsia (figura 1), e/ou
altamente especializado necessário (COUTINHO e CRIVELLENTI, MORGAN e FORMAN, 2015), divertículo vesical (MCCARTHY, remoção de urólitos (MORGAN e FORMAN, 2015). Os endoscópios
2015). 1996), entre outras alterações anatômicas (MCCARTHY, 1996; rígidos estão disponíveis numa larga gama de tamanhos e
MESSER et al. 2005; MORGAN e FORMAN, 2015). Ademais comprimentos (MORGAN e FORMAN, 2015).
As aplicações atuais de cistoscopia incluem técnicas
permite a visualização do trato urinário como um todo, remoção
de diagnóstico e de intervenção, principalmente das
de urólitos, coleta de amostra para a realização de biópsia, Endoscópio flexível possui tamanhos bastante variáveis,
anormalidades anatômicas do trato urinário inferior (MESSER et
cauterização do ponto de sangramento, ressecção de neoplasias desde pequenos diâmetros (2,5 mm, 70-100 cm de comprimento)
al. 2005; MORGAN e FORMAN, 2015). É considerado um método
e dilatação de estenoses (MESSER et al. 2005; GÓMEZ-RODULFO até diâmetros maiores. Porém recomendam-se para o uso no
minimamente invasivo (MCCARTHY, 1996; CIUDIN et al. 2013;
e ORTEGA, 2012; GRZEGORY et al. 2013; BERENT, 2014). trato urinário diâmetros entre 2,8 a 3,5 mm (GÓMEZ-RODULFO
GREENSTEIN et al. 2014; MORGAN e FORMAN, 2015) com alta
sensibilidade e especificidade (BLICK et al. 2011). e ORTEGA, 2012). Por serem flexíveis eles proporcionam maior
Diante disso, o presente artigo de revisão tem como
ângulo de visão, além de serem menos traumáticos (GRZEGORY
objetivo elucidar as vantagens, complicações e limitações das
As indicações do seu uso são baseadas principalmente nos et al. 2013) e proporcionarem menor nível de dor, conforme
técnicas utilizadas na rotina clínica e cirúrgica de cães e gatos.
sinais clínicos como hematúria, disúria, incontinência urinária e evidenciado em um experimento realizado em humanos
polaquiuria (MCCARTHY, 1996; MESSER et al. 2005; BERENT et al. EQUIPAMENTOS UTILIZADOS quando comparado com o endoscópio rígido (GREENSTEIN et al.
2012, GÓMEZ-RODULFO e ORTEGA, 2012; GRZEGORY et al. 2013; 2014). Em contrapartida, o custo dos cistoscópios flexíveis são
BERENT, 2014; SYCAMORE et al. 2014; MORGAN e FORMAN, 2015). A cistoscopia foi relatada pela primeira vez em cães pelo
pesquisador Vermooten em 1930 e, nos gatos somente em 1986 mais elevado (GREE et al. 2009).
Ainda que possam existir vantagens diagnósticas da cistoscopia
sobre outras técnicas de imagem para o trato urinário inferior, é (MCCARTHY, 1996). Em relação aos equipamentos disponíveis, a Os cistoscópios disponíveis possuem uma variedade
importante que a cistoscopia seja utilizada em casos específicos, medicina humana oferece uma ampla variedade de cistoscópios, de ângulos de visão (ópticas), o ângulo de 30 graus é mais
sendo complementar a outras ferramentas de diagnóstico por porém muitos aparelhos, devido o tamanho, são considerados comumente utilizado na cistoscopia veterinária (MCCARTHY,
imagem (por exemplo, radiografias simples, contrastadas e inapropriados para o uso em pequenos animais (GÓMEZ- 1996; MESSER et al. 2005; GÓMEZ-RODULFO e ORTEGA, 2012;
ultrassonografia) (COUTINHO e CRIVELLENTI, 2015). RODULFO e ORTEGA, 2012). Atualmente alguns fabricantes BERENT, 2014; MORGAN e FORMAN, 2015), por proporcionar
oferecem equipamentos específicos para a rotina veterinária, leve rotação possibilitando maior exploração da superfície da
Seu uso traz vantagens nos diagnósticos de anomalias
porém ainda se encontra pouco difundido (MESSER et al. 2005). bexiga (GÓMEZ-RODULFO e ORTEGA, 2012).
como cistite crônica (MCCARTHY, 1996; GÓMEZ-RODULFO e
ORTEGA, 2012), cistite polipóide (MORGAN e FORMAN, 2015), Existem três tipos de endoscópio: o rígido, semirrígido e
urólitos vesicais e uretrais (MCCARTHY, 1996; MESSER et al. 2005; o flexível. Eles são compostos por duas partes: a interior que

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1996; GÓMEZ-RODULFO e ORTEGA, 2012). Porém o decúbito Gatos


dorsal facilita acessar os orifícios ureterais para realização de
É indicado o uso de endoscópios semirrígidos (GÓMEZ-
procedimentos como a colocação de stent ureteral e cistoscopias
RODULFO e ORTEGA, 2012; BERENT, 2014) com 1-1,2 mm de
guiadas para ablação a laser nos casos de ureteres ectópicos.
diâmetro (GÓMEZ-RODULFO e ORTEGA, 2012), no entanto a
Ademais, este decúbito minimiza a contaminação fecal quando
qualidade de imagem obtida pode ser relativamente pobre
comparado com decúbito lateral e esternal (MESSER et al. 2005;
quando comparado com endoscópio rígido (BERENT, 2014).
LULICH, 2006). O decúbito dorsal em gatas é relatado como
melhor metodologia (Berent, 2014), onde consegue visualizar TÉCNICAS E PREPARO DO PACIENTE
Figura 1: Pinça para realização de biópsias, semi-flexível, tamanho 1,6mm.
a vagina e a abertura uretral com maior facilidade (CHEW et
As técnicas descritas na literatura são a cistoscopia
Cadelas e Gatas al. 1996; MCCARTHY, 1996). No entanto, não existem estudos
transuretral, cistoscopia assistida por laparoscopia e a cistoscopia
comprobatórios, sendo então a preferência dependente do
Nessas espécies a realização da uretrocistoscopia é percutânea pré-púbica. Independente da técnica escolhida é
cirurgião.
preferencialmente realizada com a utilização do endoscópio necessário o preparo do animal sendo imprescindível a anestesia
rígido, proporcionando uma boa exploração do trato urinário Em relação à introdução do endoscópio, nas gatas geral permitindo melhores condições de trabalho, protege
inferior e qualidade de imagem (GÓMEZ-RODULFO e ORTEGA, devido à uretra distal ser mais estreita dificulta a passagem do a integridade do paciente e dos equipamentos (MCCARTHY,
2012; MORGAN e FORMAN, 2015). endoscópio no orifício uretral sendo muitas vezes desafiador 1996; GÓMEZ-RODULFO e ORTEGA, 2012; GRZEGORY et al. 2013;
para o cirurgião, portanto deve ter um maior cuidado com esses BERENT, 2014; SYCAMORE et al. 2014).
O tamanho do endoscópio rígido recomendado para pacientes na tentativa de manter o lúmen da uretra na parte
cadelas menores de 5 kg e nas gatas utilizam-se endoscópios de Cistoscopia transuretral
inferior do campo de visão, a fim de evitar ruptura iatrogênica
1,9 mm de diâmetro, 18 cm de comprimento com uma bainha (MORGAN e FORMAN, 2015). É a técnica de eleição para fêmeas devido à anatomia
10 Fr, em cadelas com peso superiores a 5 kg é endoscópio de 2,7
retilínea da uretra e a amplitude do lúmen uretral permitindo
mm de diâmetro, 18 cm de comprimento com uma bainha 14,5 Cão
a passagem do cistocospio rígido ou flexível (MCCARTHY, 1996;
Fr. Em animais com peso entre 15 kg a 20 kg indica-se endoscópio
Devido à curvatura, estreitamento da uretra, e a presença GÓMEZ-RODULFO e ORTEGA, 2012).
de 2,7 mm este permite a visualização da uretra e da região do
do osso peniano presente nesses animais o uso dos endoscópios
trigono vesical, mas não permite a visualização completa da O endoscópio é introduzido na vagina (figura 2) e essa é
rígidos são limitados, sendo recomendado o uso de endoscópios
bexiga. Cadelas acima de 20 kg indica-se endoscópio com 3,5 flexíveis (MESSER et al. 2005; GÓMEZ-RODULFO e ORTEGA, 2012; irrigada utilizando solução fisiológica provocando a dilatação
mm diâmetro, 30 cm de comprimento, 17 Fr bainha, esse fornece LIBERMANN et al. 2011; GRZEGORY et al. 2013). da mesma e com isso permite a identificação do óstio uretral
o comprimento necessário. (MORGAN e FORMAN, 2015). e evita danos na mucosa uretral, prosseguindo até à vesícula
Para o preparo da técnica o decúbito lateral é o mais urinária onde é realizada a drenagem da urina e essa substituída
Em relação à escolha do decúbito para a realização do indicado, mas recomenda-se também o decúbito dorsal, que por solução fisiológica. É realizada toda a inspeção da bexiga
procedimento o decúbito lateral é citado como melhor opção oferece algumas vantagens no que diz respeito ao completar (visualização do trígono vesical, aberturas dos ureteres na
na maioria dos casos, principalmente em cadelas, pois este visualização dos orifícios uretrais assim como no caso das fêmeas porção do colo vesical). Caso a mucosa apresente-se espessada
decúbito facilita a movimentação do endoscópio (MCCARTHY, (MORGAN e FORMAN, 2015).

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pode dificultar a visualização do óstio uretral. Após a exploração panorâmica da bexiga. É inserida uma pinça através do trocater Outra forma também citada na literatura é a combinação
pode-se realizar procedimentos como extrações de cálculos, para apreensão da bexiga, o peritônio é desinflado e a mesma é da uretrocistoscopia em conjunto com a perfuração percutânea
biópsia entre outros (GÓMEZ-RODULFO e ORTEGA, 2012; retirada parcialmente do abdômen é realizado a cistotomia para proporcionando uma entrada adicional de instrumento com
BERENT, 2014). passagem da óptica. Após o termino do procedimento como: maior calibre, o qual não é possível no canal de trabalho do
biopsia, extração dos cálculos entre outros deve ser feito uma cistoscópio. Está técnica é indicada para diagnóstico, porém
As limitações desta técnica envolve o tamanho do animal
sutura na bexiga e a reintrodução da mesma para o interior apresenta limitada a intervenção (GÓMEZ-RODULFO e
em relação ao equipamento para que não ocorra a traumatismo
do abdômen e, em seguida realizada a sutura da musculatura, ORTEGA, 2012). A técnica de cistoscopia percutânea pré-púbica
da uretra (MESSER et al. 2005; BERENT, 2014).
subcutâneo e da pele. A grande vantagem dessa técnica é e a cistoscopia assistida por laparoscopia são consideradas
a de possibilitar a extração dos cálculos (RAWLINGS, 2007; assépticas, entretanto a cistoscopia transuretral é realizado
LIBERMANN et al. 2011; GÓMEZ-RODULFO e ORTEGA, 2012). apenas tricotomia da região perivulvar (quando necessário)
e higienização local (MCCARTHY, 1996; GÓMEZ-RODULFO e
Cistoscopia percutânea pré-púbica
ORTEGA, 2012).
Essa técnica é parecida com a cistocentese, podendo
Vantagens
ser aplicada nos machos e nas fêmeas, independente da
idade, adequando somente o diâmetro e o comprimento do A cistoscopia pode ser indicada na investigação e no
endoscópio. É necessária previamente a cateterização pela tratamento de inúmeras doenças de bexiga e uretra, sendo
via uretral, a urina é então drenada, e substituída por solução importante nas alterações de mucosa e lúmem. Na maioria
Figura 2: (A) Equipe durante um procedimento de cistoscopia em uma cadela. (B) Introdução do endoscópio
rígido na uretra. fisiológica distendendo a bexiga até que a mesma mantenha-se dos casos de cistite crônica recidivante, ela pode proporcionar
firme durante a perfuração. Com o animal em decúbito dorsal é mais informações que estudos radiográficos e ultrassonografia
Cistoscopia assistida por laparoscopia (COUTINHO e CRIVELLENTI, 2015). Ademais, pode auxiliar
realizada uma pequena incisão na pele de forma que a bainha
É indicada principalmente para a remoção de cálculos, atravesse tanto a parede abdominal quanto a bexiga (VAN LUE et na identificação e eliminação da causa primária como, por
assim como coleta de material para biópsias, extração de massas al. 1995; MCCARTHY, 1996; GÓMEZ-RODULFO e ORTEGA, 2012). exemplo, divertículos, pólipos, anormalidades anatômicas
devido a técnica proporcionar uma excelente visão do interior (RAWLINGS, 2007; SYCAMORE et al. 2014; MORGAN E FORMAN,
Alguns autores descrevem a técnica utilizando dois pontos de
da vesícula urinária (RAWLINGS, 2007; LIBERMANN et al. 2011; 2015), entre outros. Possibilita obtenção de amostra urinária
perfuração para a entrada do endoscópio e outra do material
GÓMEZ-RODULFO e ORTEGA, 2012). provinda de ureter específico nas suspeitas de pielonefrite
(GÓMEZ-RODULFO e ORTEGA, 2012).
(COUTINHO e CRIVELLENTI, 2015).
O paciente é previamente sondado e em seguida é Uma vez realizada a cistoscopia percutânea, sutura-se as
realizado o pneumoperitônio mediante a técnica de Hasson Além da biópsia da bexiga, outra possibilidade é a
feridas cirúrgicas do abdômen, sem no entanto, a necessidade obtenção de fragmentos de urólitos ou inclusive sua remoção
sendo o primeiro trocater introduzido caudal a cicatriz umbilical
de sutura da parede vesical. Após o procedimento é necessário endoscópica para avaliação de sua composição, possibilitando
evitando comprometimento do ligamento falciforme, porém
manter o animal sondado durante 48 a 72 horas (MCCARTHY, melhor tratamento terapêutico (COUTINHO e CRIVELLENTI,
em cães com menos de 5 kilos recomenda-se posicionar o
1996; GÓMEZ-RODULFO e ORTEGA, 2012). 2015). Já em região vaginal ou uretral a técnica pode revelar
trocater cranial a cicatriz com intuito de obter uma visão

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massas que não são visualizadas utilizando outras ferramentas distensão excessiva da uretra sendo raro nas fêmeas, podendo Gree JR, Waterman BJ, Jarrard DF, et al. 2009. Flexible and rigid cystoscopy in
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ser anestesiado, sendo essa uma importante limitação em a exploração direta dos órgãos com intuito de determinar as Grzegory M, Kubiak K, Jankowski M, et al. 2013. Endoscopic examination of the
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