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ÍNDICE
SUMÁRIO EXECUTIVO 8
1. INTRODUÇÃO 9
2. PRODUTO 11
2.1. ÁCIDO SUCCÍNICO 11
LISTA DE FIGURAS
O petróleo ainda é a principal fonte mundial de matéria-prima para a produção dos mais
diversos produtos químicos, além de representar 80% da matriz energética mundial. Todavia,
problemas ambientais relacionados a emissões de Gases Efeito Estufa (GEE) e a conhecida
instabilidade nos preços dessa matéria-prima tem motivado o desenvolvimento de cadeias
produtivas alternativas – baseadas em recursos renováveis [1; 2; 3]. A utilização desse tipo de
recurso representa uma mudança de paradigma, pois se torna possível a diversificação da matriz
energética e de fontes alternativas de matéria prima menos poluidoras, além de reduzir a
dependência por fontes fósseis.
No Brasil o BNDES e FINEP assinaram um acordo para a execução do Plano de Apoio à
Inovação Tecnológica dos Setores Sucroenergético e Sucroquímico, nos quais foram investidos em
torno de R$ 1 bilhão entre os anos de 2011 e 2014, com o objetivo de fomentar projetos que
contemplassem o desenvolvimento, a produção e a comercialização de novas tecnologias industriais
destinadas ao processamento da biomassa oriunda da cana-de-açúcar para obtenção de produtos de
maior valor agregado [4].
As previsões mais recentes indicam que, por volta de 2025, mais de 30% das matérias-
primas para a indústria química serão obtidas a partir de fontes renováveis de carbono como, por
exemplo, a biomassa, definida como toda matéria orgânica, não fóssil, de origem vegetal, animal ou
microbiana [5]. Dentro desse grupo compreendido pela biomassa, está a categoria formada pela
biomassa lignocelulósica, composto orgânico mais abundante da biosfera, correspondendo a 50%
da biomassa terrestre [6]. O uso dessa matéria-prima na produção de químicos compete com a
indústria de alimentos e agriculturáveis acarretando implicações éticas.
Os produtos químicos classificados como drop-in são considerados substitutos perfeitos aos
de base fóssil do ponto de vista de toda a cadeia a jusante na medida em que se adaptam à cadeia
produtiva e à infraestrutura existente. Os não drop-in, são produtos que exigem, para a sua difusão
no mercado, o desenvolvimento de novas aplicações envolvendo complementadores à jusante na
cadeia produtiva [7].
Dentro do amplo espectro de produtos não drop-in está o ácido succínico, que segundo o
Departamento de Energia dos EUA (DOE-EUA), apresenta a maior potencialidade industrial no que
se refere a sua produção a partir de biomassa [8]. Contudo, a expansão do mercado para o ácido
succínico produzido por fermentação ainda depende da redução dos seus custos de produção, que
por sua vez, depende em grande parte do desenvolvimento de processos de purificação mais
eficientes e de menor custo, que substituam a tecnologia atualmente empregada [9].
2. PRODUTO
Sua estrutura química é formada por quatro átomos de carbono e um grupo carboxila em
cada extremidade como mostra a Figura 4.
Propriedades Descrição
2.1.1. APLICAÇÃO
I. Industrial:
▪ PBS, PBST
▪ BDO (como substituto do MAN)
▪ Plastificante para polímeros (como substituto de ácido adípico e do anidrido
ftálico)
▪ Resinas alquílicas (como substituto do anidrido ftálico
▪ Revestimentos, solventes e lubrificantes
▪ Descongelantes
▪ Plásticos de engenharia
▪ Intermediário da fabricação de corantes, perfumes, químicos etc.
II. Farmacêutico
▪ Preparação de succinato de cálcio, que atua como agente anticarcinogênico
▪ Como desodorante para remoção de odor de peixes
▪ Material precursor de ingredientes farmacêuticos
▪ Sedativos, descongestionantes, contraceptivos, tratamento de câncer
▪ Preparação de vitamina A
▪ Antídoto para substâncias tóxicas
III. Alimentos
▪ Aromatizantes de alimentos e bebidas
▪ Preparo de sobremesas de gelatina seca e aromatizante de bolos
▪ Agente de amolecimento de pães
▪ Succinato de sódio como intensificador de sabor
▪ Preservação de frango contra salmonela
▪ Síntese de amido modificado
▪ Conservação de ração para cachorros
▪ Microencapsulador de óleos aromatizantes
IV. Outros
▪ Galvanização química de metais
▪ Anodização do alumínio
▪ Adesivos e revestimentos em pó
▪ Inibidor de corrosão
▪ Banho de galvanoplastia elétrica
Como relatado nas patentes depositadas pela Myriant, a taxa de produção máxima de ácido
succínico foi de aproximadamente 2,1 g/L/h, utilizando microaeração [12]. A concentração de ácido
succínico na batelada alimentada é de aproximadamente 78 g/L após 36 horas de fermentação [13].
Os micro-organismos empregados na fermentação também consomem uma parte da glicose para a
sua manutenção. Nos exemplos da patente [13] a produção de ácido succínico foi de 0,85 g por g de
glicose em batelada alimentada ou cerca de 71-76% de seletividade máxima teórica.
4. ROTAS ALTERNATIVAS
Como já citado, também pode ser produzido por outras rotas, tais como a fermentação da
biomassa. O quadro abaixo apresenta diferentes vias para a produção do ácido succínico.
Para a composição dos custos torna-se necessário considerar os Custos de Capital (CAPEX)
e os Custos Operacionais (OPEX). O CAPEX relaciona-se diretamente com os custos de construção
do site industrial. Geralmente é subdividido em limites internos de bateria (ISBL), equipamentos
não previstos (também conhecido como contingência de processo), limites de bateria externos
(OSBL) e contingência do projeto.
ISBL é a parte do CAPEX relacionado ao processo principal, o custo de compra de todo o
equipamento diretamente necessário para fabricar o produto está incluído no ISBL. Além desses
custos também estão incluídos todos os custos de instalação, incluindo material de instalação, tais
como tubulação, instrumentação, construção de bases e ou fundação, fiação elétrica, pintura,
isolamento, etc. O equipamento não programado, embora não faça parte da ISBL, é uma
contingência para, como o nome sugere, equipamento não previsto nesta etapa da análise e é
considerado diretamente proporcional à 10% da soma dos custos ISBL e OSBL.
OSBL são constituídos por todos os outros equipamentos necessários para o funcionamento
da instalação que não estão diretamente ligados ao próprio processo, tais como caldeiras a vapor,
desmineralização da água, torres de arrefecimento, unidades de aquecimento, instalações de
tratamento de resíduos etc. O armazenamento para matérias-primas e produtos também está
incluído nos custos OSBL.
A contingência do projeto é incluída para cobrir os custos que possam surgir à medida que o
projeto evolui. Contempla flutuações de preços de materiais e mão-de-obra, especificações
incorretas de equipamentos, inflação, problemas causados pelo tempo, atrasos e outros problemas
que possam surgir. Para processos com elevada tecnologia aplicada em PD&I pode-se assumir uma
contingência de cerca de 25% do custo total de capital
Para estimar os custo de produção é necessário uma estimativa do investimento em capital
fixo e uma estimativa do número de operadores necessários para operar a planta. Há muitos
elementos que influenciam o custo de fabricação de produtos químicos, uma lista dos custos
importantes envolvidos, incluindo uma breve explicação de cada custo, é apresentada na Tabela 2 a
seguir.
Figura 9 - Capacidade projetada para bioprodutos com rota em desenvolvimento. Fonte: Bain & Company
A BioAmber possui, desde de 2010, uma planta com escala de 2 mil toneladas por ano de
ácido succínico na França, em parceria com a ARD. Em uma joint venture com a Mitsui, a
BioAmber esperava iniciar em 2015 sua produção em Sarnia, no Canadá, com uma planta de 30
mil toneladas por ano, extensível para 50 mil toneladas, localizada num parque bioindustrial da
Lanxess [4].
Em Abril 2013, a Myriant, em parceria com a Thyssen Krupp Uhde, iniciou sua produção de
ácido succínico em uma planta com capacidade produtiva de 13,6 mil toneladas, em Lake
Providence (EUA), como plano de expansão para 63,5 mil toneladas por ano em 2015.
A Reverdia também possui uma plante de escala comercial operando na Itália, desde de
2010, com capacidade anual de 10 mil toneladas. No Brasil, a DSM tem estudado a produção de
ácido succínico a partir da cana de açúcar, contando com o financiamento do PAISS, é já
demonstrou interesse em instalar sua segunda fábrica de escala comercial no País.
Por fim, a empresa química alemã BASF em parceria com a empresa holandesa Purac já
opera uma fábrica localizada em Barcelona, Espanha, produzindo atualmente somente
quantidades de demonstração com uma capacidade de 500 MT. As empresas estão expandindo
esta fábrica para aumentar a capacidade anual total para 25.000 MT. Uma planta de escala
mundial com capacidade anual de 50.000 MT é uma das metas de longo prazo da BASF e Purac,
embora ainda não tenha sido anunciada nenhuma linha de tempo e local para este projeto [19].
Figur
a 10 - Volume de mercado para os derivados do ácido succínico baseado nas dimensões do mercado em 2011.
Fonte: www.westra.com
De modo geral, o volume total de mercado para o ácido succínico à base de biocombustível
é de aproximadamente 6,2 milhões de toneladas, com o valor estimado de US $ 14,1 bilhões em
2011. Quando dividido por seus mercados separados, o mercado de ácido succínico à base de bio
em plastificantes é Aproximadamente 2,454,000 MT, em BDO é 2,205,000 MT, em PBS / PBST é
82,000 MT, em polióis de poliéster utilizados em poliuretanos é 735,000 MT e em resinas
alquídicas 629,000 MT. Temos também de contar com o mercado de ácido succínico existente,
que se estima crescer para 92.000 MT até 2020 [19].
5.4.TAMANHO DO MERCADO
Devido à sua capacidade de reduzir a emissão de gases de efeito estufa, menor volatilidade e
proporcionar maior tempo de vida útil para alimentos e bebidas, eles são usados na fabricação de
produtos farmacêuticos não tóxicos, polímeros, plastificantes livres de ftalatos, resinas,
revestimentos e pigmentos, entre outros. A crescente demanda por produtos não degradáveis,
duráveis e de alto desempenho nas indústrias automotiva, de embalagens, de móveis e construção
tem impulsionado o crescimento do ácido succínico de base bio.
O poliuretano é o maior segmento de aplicação de ácido succínico devido à crescente
demanda de plastificantes, revestimentos e aplicações de polímeros na Europa Ocidental, América
do Norte e Ásia-Pacífico, já que o ácido succínico com base biológica tem a capacidade de reduzir
94,0% de emissões de gases de efeito estufa em comparação com o petróleo. Os poliuretanos são
usados em termoplásticos, couro artificial e resinas para revestimento para manter o desempenho e
a qualidade dos materiais revestidos em condições climáticas extremas e exposições à radiação UV,
resistem à abrasão e aos produtos químicos. As soluções rentáveis com durabilidade em longo prazo
são os principais fatores que impulsionam a demanda por ácido succínico no segmento de aplicação
de poliuretano [20].
Estima-se que a Europa Ocidental seja o maior mercado mundial de ácido succínico. Isto é
atribuído principalmente à presença de um grande número de fabricantes de ácido succínico,
aumentando o apoio do governo, aumentando os investimentos estrangeiros e a demanda crescente
de ácidos sulfônicos com base bio, plásticos, polímeros, alimentos, bebidas e indústrias relacionadas
à cuidados pessoais. A Alemanha domina o mercado devido ao crescimento de ácido succínico em
aplicações como poliuretanos, resinas, revestimentos e pigmentos, produtos farmacêuticos, PBS /
PBST, alimentos e bebidas, plastificantes, cuidados pessoais e outros e inúmeras estratégias de
desenvolvimento adotadas pelos fabricantes.
O mercado mundial de ácido succínico está fragmentado devido à presença de um grande
número de compradores e fornecedores em todo o mundo. O aumento da rivalidade entre os
produtores para obter a maioria das patentes para o ácido succínico usado em aplicações como
embalagens, revestimentos e estabilização de plásticos de engenharia tem desempenhado um papel
importante na intensificação do nível de concorrência. Principais atores como BioAmber (Canadá),
Myriant (EUA), Succinity (Alemanha), Reverdia (Holanda) e Mitsubishi Chemical Holdings
(Tóquio) adotaram estratégias de desenvolvimento orgânicas e inorgânicas [20].
Através da série histórica a projeção de venda encontra-se abaixo de acordo com o tipo de
mercado alvo do ácido succínico.
Tabela 4 –Volume em toneladas e valor de mercado em dólar do ácido succínico para produção de BDO entre 2010 e 2020.
Fonte: www.bioconsept.eu
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Gráfico 1 – Projeção de Venda de AS, com base no volume produzido, para produção de BDO até 2020. Fonte: Elaboração
própria a partir de www.bioconsept.eu
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Gráfico 2 – Projeção de Venda de AS, com base no volume produzido, para produção de PBS até 2020. Fonte: Elaboração
própria a partir de www.bioconsept.eu
Tabela 6 –Volume em toneladas e valor de mercado em dólar do ácido succínico para produção de Poliuretano entre
2010 e 2020. Fonte: www.bioconsept.eu
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Gráfico 3 – Projeção de Venda de AS, com base no volume produzido, para produção de Poliuretano até 2020. Fonte:
Elaboração própria a partir de www.bioconsept.eu
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Ano
Gráfico 4 – Projeção de Venda de AS, com base no volume produzido, para produção de Plastificantes até 2020. Fonte:
Elaboração própria a partir de www.bioconsept.eu
O ácido bio-succínico pode ser utilizado para substituir o anidrido ftálico em resinas
alquídicas oferecendo vantagens ambientais e de custo, bem como um desempenho muito
semelhante às matérias-primas à base de petróleo. O potencial de substituição é projetado para 2,5
% até 2020. De acordo com o modelo aplicado a expectativa de mercado é de 21.433 toneladas
rendendo $ 34,9 milhões em 2020, o que representa um crescimento de 30 e 24 % a partir dos dados
de 2010 [22].
2010 0 0
2011 0 0
2012 0 0
2013 3.369 7,709
Tabela 8 –Volume em toneladas e valor de mercado em dólar do ácido succínico para produção de Resinas
Alquídicas entre 2010 e 2020. Fonte: www.bioconsept.eu
Projeção de Venda do AS para Produção de Resinas
Alquídicas
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Valor em Milhões
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Ano
Gráfico 5 – Projeção de Venda de AS, com base no volume produzido, para produção de Resinas Alquímicas até 2020. Fonte:
Elaboração própria a partir de www.bioconsept.eu
Os descongelantes clorados e os sais de potássio são tipicamente usados para estradas, bem
como pistas de aeroportos e outras superfícies. As soluções de descongelamento à base de succinato
são significativamente menos corrosivas do que o acetato e o formiato de potássio e a salmoura de
cloreto de sódio. Os descongelantes feitos a partir de ácido succínico à base de biocombustíveis tem
um custo maior, mas estas soluções apresentam melhores propriedades.
De acordo como o modelo de projeção aplicado, a demanda de AS com este fim era de 350
toneladas em 2010 com previsão de produção de mais de 3.000 toneladas em 2020 com valor de
mercado de quase $ 5 milhões, representando um crescimento de 24 e 19 % respectivamente [22].
Tabela 9 –Volume em toneladas e valor de mercado em dólar do ácido succínico como Solução Descongelante entre
2010 e 2020. Fonte: www.bioconsept.eu
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Ano
Gráfico 6 – Projeção de Venda de AS, com base no volume produzido, como Solução Descongelante até 2020. Fonte:
Elaboração própria a partir de www.bioconsept.eu
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Gráfico 7 – Projeção de Venda de AS, com base no volume produzido, como Solvente e Lubrificante até 2020. Fonte:
Elaboração própria a partir de www.bioconsept.eu
Na indústria farmacêutica pode ser utilizado como material de partida para ingredientes
ativos incluindo N-metilpirrolidinona, 2-pirrolidinona e na preparação de Vitamina A. O composto
pode também ser utilizado como um agente de ligação cruzada em polímeros de liberação
controlada de fármacos [29].
Tabela 11 –Volume em toneladas e valor de mercado em dólar do ácido succínico com aplicações na Indústria
Farmacêutica entre 2010 e 2020. Fonte: www.bioconsept.eu
Projeção de Venda do AS empregado na Idústria
Farmacêutica
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Valor em Milhões
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Gráfico 8 – Projeção de Venda de AS, com base no volume produzido, com aplicação na Indústria Farmacêutica até 2020.
Fonte: Elaboração própria a partir de www.bioconsept.eu
Existe um potencial para ácido succínico bio-baseado e os seus derivados para serem
utilizados como emolientes e tensoativos. Os emolientes são usados em loções, sabões líquidos e
purificadores para melhorar e hidratar a pele, enquanto os surfactantes são usados em sabonetes,
lavagens corporais e xampus para facilitar o espalhamento.
De acordo com o modelo de projeção aplicado, a demanda de ácido succínico pode alcançar
aproximadamente 11.773 toneladas com valor de mercado de mais de $ 22 milhões representando
um crescimento em torno dos 20 % [22].
Tabela 12 –Volume em toneladas e valor de mercado em dólar do ácido succínico com aplicações em Cosméticos entre 2010 e
2020. Fonte: www.bioconsept.eu
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Gráfico 9 – Projeção de Venda de AS, com base no volume produzido, com aplicação em Cosméticos até 2020. Fonte:
Elaboração própria a partir de www.bioconsept.eu
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Gráfico 10 – Projeção de Venda de AS, com base no volume produzido, com aplicação na Indústria Alimentícia até 2020.
Fonte: Elaboração própria a partir de www.bioconsept.eu
7. LOCALIZAÇÃO DA PLANTA
O objetivo deste tópico é propor uma planta que utilize cana de açúcar como fonte de
matéria prima para produção de plataformas químicas de alto valor agregado, mais especificamente
o ácido succínico. O ideal é que a planta possua o papel de estruturar sinergias entre as atividades
econômicas na região em que será instalada, dinamizando e ampliando a economia local.
O fator determinante para a escolha da localidade se diz respeito à dinâmica de ocupação do
solo para o cultivo da cana de açúcar. No Estado do Rio de Janeiro, os principais municípios
produtores encontram-se na região Norte Fluminense1 [25].
Figura 11 - Mapas das áreas ocupadas com a cultura da cana-de-açúcar nos anos-safra de 1984/1985 (a), 1990/1991
(b), 1994/1995 (c), 2000/2001 (d), 2003/2004 (e) e 2006/2007 (f), gerados pelo Modelo Linear de Mistura Espectral (MLME)
1
A Região Norte Fluminense é formada pelos municípios: Campos dos Goytacazes, Carapebeus, Cardoso Moreira,
Conceição de Macabu, Macaé, Quissamã, São Fidelis, São Francisco de Itabapoana e São João da Barra. (SEBRAE - RJ, 2011)
● A não necessidade de reserva de uma área demarcada para abrigar instalações industriais e
de gestão do sistema.
No século XIX, auge do setor açucareiro em Campos dos Goytacazes, o município exercia
importante influência política no Brasil Império em virtude de sua aristocracia agrária. Até meados
do século XX, a economia campista era predominantemente agropecuária, com especial relevância
da cultura da cana-de-açúcar. Com pico de produção na década 1980, os anos seguintes marcou o
período de declínio do setor sucroalcooleiro na região [27]. Entretanto, a agroindústria açucareira
da Região Norte Fluminense (RNF) é a atividade econômica mais antiga do RJ e é nessa região que
se encontra instalado quase todo o parque sucroalcooleiro do Estado [27].
No ano de 1974, se inicia um novo ciclo econômico para o município, e para toda a RNF,
com a descoberta de petróleo no campo de Garoupa na plataforma continental da Bacia de
Campos. Frente à decadência da cultura sucroalcooleira, esse novo momento abriu perspectivas
promissoras para Campos dos Goytacazes e região. Começa a ocorrer, portanto, um processo de
transformação de uma região agrícola tradicional para uma região dependente da renda
petrolífera que se beneficiam via recebimento de royalties [30].
São diversos os fatores que contribuem para a atual situação de declínio e estagnação do
setor sucroalcooleiro campista. Alguns deles são: Descontinuidade dos programas de incentivo do
governo, Elevado custo de produção da cana, Volume de matéria-prima insuficiente para suprir a
capacidade instalada existente, Má distribuição das chuvas ao longo do ano associada à ausência
de recursos para investimentos em sistemas de irrigação, Desconhecimento tecnológico e baixo
poder inovador, etc [26,27].
Figura 13 - Comparação entre produtividade e área destinada à plantação de cana nos municípios de Campos dos Goytacazes-RJ
e Morro Agudo-SP. Fonte: (IBGE, 2012)
7.1.2. ESTIMATIVA DO POTENCIAL DE PRODUÇÃO
De acordos com os dados levantados durante o período de 2010 até 2012, haviam
quatro usinas em operação no município de Campos. Nelas, 2,2 milhões de toneladas de
cana foram processadas em 2011 [36].
Conforme a CONAB (2012), das usinas de moagem de cana de açúcar, três estão localizada em
Campo dos Goytacazes e uma em Cabo-Frio. Dessa forma é possível assumir, apenas como base, que toda a
produção de glicose do Estado do Rio de Janeiro é proveniente das usinas instaladas em Campos.
Figura 15 - Distribuição das Unidades de Moagem de Cana de Açúcar no Brasil 2011/2012. Fonte: CONAB/SUINF/GEASA
Quantidade de acúcar
Produção de bagaço de
553 117,94 por tonelada de cana
cana (t)
processada (kg)
Quadro 2 - Perfil do Setor do Açúcar no Brasil - Safra 2011/2012. Fonte: Elaboração própria a partir de CONAB, 2012
De acordo com Santos (2013) é esperado uma produção anual de Ácido Succínico de 775,4
toneladas de Ácido Succínico considerando a capacidade de moagem da cana de 3702 t/dia (valor
referenciado para uma única usina) gerando uma receita de 2,33 10 6 $/ano.
Na fase inicial, o objetivo central da seleção será identificar os potenciais compradores dos
produtos da planta, formando, assim, seu mercado consumidor. No momento seguinte, a
preocupação será estabelecer a simbiose propriamente, através da criação de sinergias com os
resíduos gerados pela indústria. Finalmente, a fase que segue contemplará a entrada de novas
unidades para suprir as demandas existentes no sistema já estabelecido [26]. A figura abaixo
mostra o sequenciamento deste processo.
Figura 12 - Diagrama das etapas do processo de seleção. Fonte: Elaboração Própria a partir de (Santos, 2013)
Comparar as indústrias usar as tabelas 177pág!!!!!!!!!
A subetapa qualitativa tem como objetivo avaliar e escolher as indústrias com base nas
características qualitativas de seus processos.
Obtido o levantamento das indústrias, faz-se necessário avaliar, para cada unidade, se esta
consome algum insumo ou matéria-prima que equivalha, em termos de funcionalidade, aos
produtos/resíduos ofertados pelas unidades da Planta em questão ou que tenha possibilidade de
ser substituído por estes. A funcionalidade é avaliada, principalmente, a partir das propriedades
físico-químicas dos produtos e resíduos. Estas características também têm o fim de determinar a
eventual necessidade de pré-tratamento dos materiais ou se podem ser usados in natura.
7.1.4.Desenvolvimento de Cenários
Para implantar uma simbiose industrial se faz necessária a elaboração de cenários. Nesta
metodologia, são considerados três horizontes temporais: um de curto prazo, compreendendo a
fase de conformação do mercado consumidor da planta; um de médio prazo, caracterizado pelo
efetivo estabelecimento da simbiose industrial a partir da troca de resíduos entre as empresas; e
outro de longo prazo, que vislumbra expansão do sistema através da criação de novas unidades
para endereçar as demandas não atendidas.
No médio prazo, são planejadas as ações pós-início da operação planta. É neste cenário,
portanto, que ocorrem as primeiras iniciativas em busca de sinergias para uso dos resíduos
gerados na SI. Ainda, para suprir a demanda não atendida por consumidores dos resíduos pelas
unidades locais, há que vislumbrar-se, eventualmente, a possibilidade de recorrer a indústrias
localizadas não apenas dentro de seus limites, mas também no entorno da unidade administrativa
que acomoda a SI. Além disso, pode-se abrir espaço até mesmo à participação de outros setores –
como o agrícola, por exemplo.
Com relação à duração de cada horizonte temporal, entende-se que a determinação dos
prazos é função de cada caso. Nesta proposta metodológica, esse papel é resguardado para quem
realiza o planejamento.
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o objetivo é obter o caldo da cana fermentar e obter o AS...A planta não se refere há uma
biorrefinaria e nem para obter AS de segunda geração...Então todo o bagaço de cana gerado
seria utilizado para produção de energia para a própria planta e a usina local.
Para determinar o potencial é necessário executar BME com dados que não temos...!!