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ÁCIDO SUCCÍNICO

ÍNDICE
SUMÁRIO EXECUTIVO 8
1. INTRODUÇÃO 9
2. PRODUTO 11
2.1. ÁCIDO SUCCÍNICO 11

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Estrutura química do ácido succínico. 9


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Propriedades do ácido succínico. 9


SUMÁRIO EXECUTIVO
1. INTRODUÇÃO

O petróleo ainda é a principal fonte mundial de matéria-prima para a produção dos mais
diversos produtos químicos, além de representar 80% da matriz energética mundial. Todavia,
problemas ambientais relacionados a emissões de Gases Efeito Estufa (GEE) e a conhecida
instabilidade nos preços dessa matéria-prima tem motivado o desenvolvimento de cadeias
produtivas alternativas – baseadas em recursos renováveis [1; 2; 3]. A utilização desse tipo de
recurso representa uma mudança de paradigma, pois se torna possível a diversificação da matriz
energética e de fontes alternativas de matéria prima menos poluidoras, além de reduzir a
dependência por fontes fósseis.
No Brasil o BNDES e FINEP assinaram um acordo para a execução do Plano de Apoio à
Inovação Tecnológica dos Setores Sucroenergético e Sucroquímico, nos quais foram investidos em
torno de R$ 1 bilhão entre os anos de 2011 e 2014, com o objetivo de fomentar projetos que
contemplassem o desenvolvimento, a produção e a comercialização de novas tecnologias industriais
destinadas ao processamento da biomassa oriunda da cana-de-açúcar para obtenção de produtos de
maior valor agregado [4].

Figura 1 – Participação de renováveis na matriz energética. Fonte: EPE, 2013.

As previsões mais recentes indicam que, por volta de 2025, mais de 30% das matérias-
primas para a indústria química serão obtidas a partir de fontes renováveis de carbono como, por
exemplo, a biomassa, definida como toda matéria orgânica, não fóssil, de origem vegetal, animal ou
microbiana [5]. Dentro desse grupo compreendido pela biomassa, está a categoria formada pela
biomassa lignocelulósica, composto orgânico mais abundante da biosfera, correspondendo a 50%
da biomassa terrestre [6]. O uso dessa matéria-prima na produção de químicos compete com a
indústria de alimentos e agriculturáveis acarretando implicações éticas.
Os produtos químicos classificados como drop-in são considerados substitutos perfeitos aos
de base fóssil do ponto de vista de toda a cadeia a jusante na medida em que se adaptam à cadeia
produtiva e à infraestrutura existente. Os não drop-in, são produtos que exigem, para a sua difusão
no mercado, o desenvolvimento de novas aplicações envolvendo complementadores à jusante na
cadeia produtiva [7].
Dentro do amplo espectro de produtos não drop-in está o ácido succínico, que segundo o
Departamento de Energia dos EUA (DOE-EUA), apresenta a maior potencialidade industrial no que
se refere a sua produção a partir de biomassa [8]. Contudo, a expansão do mercado para o ácido
succínico produzido por fermentação ainda depende da redução dos seus custos de produção, que
por sua vez, depende em grande parte do desenvolvimento de processos de purificação mais
eficientes e de menor custo, que substituam a tecnologia atualmente empregada [9].

Figura 2 – Classe Tecnológica vs. Classe de Químico Renovável.

2. PRODUTO

2.1. ÁCIDO SUCCÍNICO


O ácido succínico é um composto químico que pode ser categorizado como um ácido devido
à presença de carboxila como grupo funcional. Assim, o ácido butanodióico, também conhecido
como ácido succínico, é um ácido dicarboxílico que ocorre naturalmente como um metabólito
produzido por plantas, animais e micro-organismos. É também produzido como um intermediário
do ciclo dos ácidos tricarboxílicos (TCA), ou como produto principal da fermentação anaeróbica
por alguns micro-organismos[19].
Este ácido orgânico, por ser um building block (percursor de muitos produtos químicos
importantes), é um produto de grande interesse podendo ser comercializado em três diferentes
segmentos: industrial, farmacêutico e alimentício. A principal diferença é no que se diz respeito ao
grau de pureza, aparência e ponto de fusão. Essas características influenciam na qualidade do
produto, bem como na variedade das aplicações [11].

Figura 3- Ácido Succínico e seus derivados. Fonte: Werpy e Petersen, 2004.

Sua estrutura química é formada por quatro átomos de carbono e um grupo carboxila em
cada extremidade como mostra a Figura 4.

Figura 4- Estrutura molecular


À temperatura ambiente, é uma substância sólida, incolor e inodora. Possui ponto de fusão
de 185°C e ponto de ebulição de 235°C, porém em temperaturas superiores a 190°C tende a perder
água formando anidrido succínico. Sua forma aniônica é o succinato, que constitui um componente
do ciclo do ácido tricarboxílico, capaz de doar elétrons para a cadeia transportadora de elétrons. A
Tabela 1 apresenta as principais propriedades físico-químicas do ácido succínico [10].

Propriedades Descrição

Massa Molecular 118,09

Densidade relativa 1,564

Ponto de fusão 185°C

Ponto de ebulição 235°C

Solubilidade em água a 20°C 1g/mL

Pressão de vapor a 20°C 0,002mmHg

Tabela 1 - Propriedades do ácido succínico.

2.1.1. APLICAÇÃO

O ácido succínico é usado em aplicações especiais, principalmente em poliésteres, resinas,


revestimentos e pigmentos. Também pode ser um material de partida para uma gama de outros
produtos químicos, tais como ácido adípico, pirrolidinonas e sais de succinato. Outras aplicações
incluem seu uso como aditivos alimetícios, surfactantes, detergentes, flavorizantes, fragrâncias,
cosméticos e em produtos farmacêuticos.
Vale ressaltar, entre as novas aplicações de ácido succínico, o succinato de polibuteno
(PBS). Este polímero termoplástico da família de poliésteres é biodegradável e apresenta
propriedades comparáveis aos do polipropileno. Também pode ser considerado um possível
substituto para o anidrido maleico de base fóssil na produção de butanodiol, tetra-hidrofurano e
gama-butirolactona. No entanto, esta aplicação depende da diferença entre os custos de produção de
ácido succínico renovável e anidrido maleico de base fóssil [4].
Assim, de acordo com a sua potencialidade, o uso do ácido butanodióico está voltado para
produção de numerosas substâncias químicas com diferentes aplicações [19].

I. Industrial:
▪ PBS, PBST
▪ BDO (como substituto do MAN)
▪ Plastificante para polímeros (como substituto de ácido adípico e do anidrido
ftálico)
▪ Resinas alquílicas (como substituto do anidrido ftálico
▪ Revestimentos, solventes e lubrificantes
▪ Descongelantes
▪ Plásticos de engenharia
▪ Intermediário da fabricação de corantes, perfumes, químicos etc.
II. Farmacêutico
▪ Preparação de succinato de cálcio, que atua como agente anticarcinogênico
▪ Como desodorante para remoção de odor de peixes
▪ Material precursor de ingredientes farmacêuticos
▪ Sedativos, descongestionantes, contraceptivos, tratamento de câncer
▪ Preparação de vitamina A
▪ Antídoto para substâncias tóxicas
III. Alimentos
▪ Aromatizantes de alimentos e bebidas
▪ Preparo de sobremesas de gelatina seca e aromatizante de bolos
▪ Agente de amolecimento de pães
▪ Succinato de sódio como intensificador de sabor
▪ Preservação de frango contra salmonela
▪ Síntese de amido modificado
▪ Conservação de ração para cachorros
▪ Microencapsulador de óleos aromatizantes
IV. Outros
▪ Galvanização química de metais
▪ Anodização do alumínio
▪ Adesivos e revestimentos em pó
▪ Inibidor de corrosão
▪ Banho de galvanoplastia elétrica

2.1.2. CADEIA PRODUTIVA

Figura 5- Fonte: NC State University

Figura 6- Fonte: Bain & Company


3. DESCRIÇÃO DO PROCESSO PRODUTIVO

3.1. ESCOLHA DO MICRORGANISMO

A tecnologia de fermentação empregada pela Myriant conta com uma variedade de


linhagens de bactérias, com destaque para E. Coli geneticamente modificada a fim de obter
melhorias no processo. Dentre as linhagens úteis para a produção de ácido succínico citadas pela
patente, [14] esse relatório se restringe ao uso da E. Coli KJ122 devido sua capacidade de
crescimento em meios menos enriquecidos, reduzindo os custos com a produção. E ainda por sua
mutação FTSI que contribui para melhorar a eficiência, levando a uma célula esférica menor com
maior área superficial em relação ao volume, conduzindo a uma transformação mais eficiente, por
exemplo, da glicose. O rendimento é de 1,12 g de ácido succínico por g de glicose.

3.2. CULTIVO E FERMENTAÇÃO

A cultura bacteriana é inicialmente crescida em uma condição aeróbia e posteriormente


transferida para uma fase de produção anaeróbia. A produção de succinato ocorre durante o
processo anaeróbico e pouco ou nenhum crescimento é evidenciado nessa fase. No processo
anaeróbio há consumo de carbono inorgânico, sendo a principal fonte o CO2 sob condições de não
crescimento, diferentes concentrações de CO2 em fase gasosa afetariam os fluxos metabólicos e,
alterariam a taxa de succinato gerado [13].
Tendo em vista a importância do dióxido de carbono, presente no interior da célula, para a
produção de ácido succínico, o fornecimento sob a forma de sais de carbonato, potássio ou
bicarbonato de metais alcalinos e alcalino-terrosos é melhor aproveitada do que somente a fonte de
CO2, devido à fraca difusão do CO2 da fase gasosa para a fase aquosa. Preferencialmente é utilizado
NH4HCO3 como fonte de carbono, devido a melhor razão custo benefício [13].
Em certas fermentações com bactérias o íon potássio poder ser requerido no meio de
crescimento quer sob a forma de KCl, KHCO 3 ou KH2PO4. Opta-se por utilizar em geral KH2PO4
em uma concentração de 10-3 mol/L por razões de economia de custos [13]. A fermentação
principal utiliza um sistema de batelada alimentada, na qual a fonte de carbono é adicionada
conforme o consumo pelo micro-organismo, sendo esse método o que apresenta melhor rendimento
de ácido succínico, por diminuir a proporção de ácido acético como subproduto, quando comparado
com o sistema em batelada.
A fermentação é conduzida em condição de microaeração durante a fase de produção para
uma melhor utilização do carbono orgânico presente no meio. Para uma microaeração utilizada na
taxa de 1% de ar (99% de CO2 e 1% de ar) é alcançada uma maior produtividade de acordo com os
exemplos das patentes [13]. Sendo a microaeração responsável por diminuir a formação de
subprodutos, tais como o ácido málico, ácido acético e ácido láctico. A faixa de temperatura
considerada ótima para a produção de ácido succínico está entre 37-39 °C.
Como o processo de fermentação é conduzido por bactérias há necessidade de manutenção
do pH do meio próximo da neutralidade valores por volta de 6,5-6,9 obtém melhores resultados
[13]. O controle do pH é feito com adição de uma base, podendo ser usada NaOH, KOH ou
NH4OH. Para a escolha da base deve-se considerar que o NH 4OH é de baixo custo e alta
compatibilidade com os biocatalisadores utilizados na recuperação do ácido succínico [13].
O rendimento máximo teórico em uma célula que atende o balanço redox entre as rotas
redutora e oxidativa é de 1,714 mol de ácido succínico por mol de glicose consumida. Em uma
célula que atenda o balanço redox a reação teórica final é descrita abaixo [14].

3,5 C6H12O6 (glicose) + 3CO2 → 6C4H6O4 (ácido succínico) + 3H2O

Como relatado nas patentes depositadas pela Myriant, a taxa de produção máxima de ácido
succínico foi de aproximadamente 2,1 g/L/h, utilizando microaeração [12]. A concentração de ácido
succínico na batelada alimentada é de aproximadamente 78 g/L após 36 horas de fermentação [13].
Os micro-organismos empregados na fermentação também consomem uma parte da glicose para a
sua manutenção. Nos exemplos da patente [13] a produção de ácido succínico foi de 0,85 g por g de
glicose em batelada alimentada ou cerca de 71-76% de seletividade máxima teórica.

3.3. RECUPERAÇÃO DAS CÉLULAS


O caldo de fermentação passa pelos processos de microfiltração e posteriormente
ultrafiltração para a retirada total das células envolvidas na fermentação. Esse processo é chamado
de clarificação e opera em uma faixa de 35-39°C para diferentes membranas [12].

3.4. RECUPERAÇÃO E PURIFICAÇÃO

Pelo processo da Myriant, o caldo de fermentação clarificado contendo succinato de amônio


resultante da utilização de NH4HCO3 e NH4OH é tratado com ácido sulfúrico ou outro ácido forte,
na recuperação do ácido succínico, abaixando o pH entre 2,2 e 2,4, com a formação resultante de
sulfato de amônio como subproduto.
Alternativamente, a solução de succinato de amônio é encaminhada para uma coluna de
resina de troca iônica, usando água e vapor condensado como eluentes, e ácido succínico e sal de
amônio são obtidos. A razão entre a corrente de filtrado que chega na cromatografia e o eluente é
por volta de 1:1 e 1:2,5 usando uma cromatografia em 8 estágios de resina catiônica. Este processo
é mantido a uma faixa de temperatura entre 30°C e 40°C para evitar a precipitação no tratamento
com ácido. Pelas patentes é demonstrado que mais de 95% do ácido succínico é recuperado da
corrente de filtrado [15].
O sulfato de amônio, dissolvido na corrente de refinado, sofre um processo de osmose
reversa para concentrar o refinado de 80g/L de sulfato de amônio para 160g/L. Passando
posteriormente por um segundo estágio onde inicia-se a evaporação a 95°C seguido da
cristalização, para produção de cristais de sulfato de amônio, que são separados por uma centrífuga
e secos por um secador [12].
Para produção de ácido succínico com pureza superior a 99,5% em peso, o ácido succínico
retirado na corrente de extrato da cromatografia passa por uma etapa de polimento que consiste em
uma unidade de nanofiltração, uma unidade de diafiltração e purificação adicional, que pode ser
feita através de colunas de carvão ativado ou troca iônica. Segundo exemplos a concentração do
ácido succínico que sai da unidade de carbono ativado é cerca de 70g/L com 91% de H2O [12].
Posteriormente usando um estágio de evaporação, operando com 85°C, o ácido succínico foi
concentrado até no máximo 420g/L, segundo exemplos, além de remover alguns contaminantes. O
ácido succínico concentrado é encaminhado para cristalização, iniciando a cristalização com cristais
puros de ácido succínico de 80 μm de diâmetro, cristalizando a uma taxa de 1-5°C/min com
arrefecimento a partir de 85°C a 20°C ao longo de 20 horas [12]. Finalmente os cristais de ácido
succínico finais são lavados com uma solução pura de ácido succínico saturado.

4. ROTAS ALTERNATIVAS

4.1. ROTA BIQUÍMICA VS PETROQUÍMICA

A maior diferença apontada pelos produtores de ácido succínico biobaseado é a redução da


emissão de Gases Efeito Estufa (GEE). Pela rota petroquímica, as emissões são da ordem de 7
toneladas de CO2 por tonelada de produto, enquanto que na rota bioquímica usando amido de milho
como fonte de carbono a emissão é 50% menor. Utilizando outra fonte de carbono, como por
exemplo, a cana-de-açúcar, a emissão de GEE é no mínimo 65% menor. Além da redução da
emissão de Gases Efeito Estufa, ocorre também a diminuição do consumo de energia com a
substituição da produção de ácido succínico via rota petroquímica pela rota bioquímica. A
estimativa é que a redução do consumo de energia alcance 2 milhões MWh/ano [16].
Entretanto, para que o ácido succínico obtido pela rota petroquímica seja substituído pelo
produzido pela rota bioquímica é necessário que o processo como um todo seja economicamente
viável. Como a tecnologia de produção de ácidos orgânicos a partir de fontes renováveis, de modo
geral, ainda está em desenvolvimento, há muitas oportunidades para melhorar os processos e
reduzir custos.
O ácido succínico de base fóssil é obtido basicamente pela oxidação do butano até anidrido
maléico, seguido por sua hidrogenação e hidratação [17].
Figura 7 -Dias, 2014 [17]

Como já citado, também pode ser produzido por outras rotas, tais como a fermentação da
biomassa. O quadro abaixo apresenta diferentes vias para a produção do ácido succínico.

Quadro 1 - Rotas alternativas para a produção do ácido succínico. Fonte: Intratec

4.2. MATÉRIA PPRIMA DE PRIMEIRA GERAÇÃO VS SEGUNDA GERAÇÃO

Os principais substratos na cadeia dos carboidratos são os açúcares simples -


monossacarídeos (glicose) e dissacarídeos (sacarose) - passíveis de serem fermentados. Entretanto,
os carboidratos podem ser considerados de 1ª geração, quando obtidos por culturas alimentícias,
como as sacaríneas (Ex.: Cana de Açúcar e Beterraba). Já a matérias prima de segunda geração
correspondem aos carboidratos obtidos por cultura e fontes de biomassa não alimentícia, como
resíduos agroindustriais (Ex.: Bagaço, Palha de Cana) e resíduos de processamento de madeiras.
A obtenção de açúcares de segunda geração de forma competitiva, em comparação com os
de primeira, ainda apresenta um desafio tecnológico. Essa busca tem como incentivos a alta
disponibilidade e o potencial de obtenção de açúcares fermentáveis a custos mais competitivos. A
possibilidade de desvincular, parcialmente, as cadeias sucroquímicas e alimentar, evitando a
competição entre químicos renováveis e alimentos também é citada como um fator motivador para
adoção de matérias primas de segunda geração. Outra importante possibilidade seria operar essas
cadeiras de forma integrada com aproveitamento dos resíduos para a produção de químicos
renováveis [4].

5. INFORMAÇÃO SOBRE A COMPOSIÇÃO DOS CUSTOS

Para a composição dos custos torna-se necessário considerar os Custos de Capital (CAPEX)
e os Custos Operacionais (OPEX). O CAPEX relaciona-se diretamente com os custos de construção
do site industrial. Geralmente é subdividido em limites internos de bateria (ISBL), equipamentos
não previstos (também conhecido como contingência de processo), limites de bateria externos
(OSBL) e contingência do projeto.
ISBL é a parte do CAPEX relacionado ao processo principal, o custo de compra de todo o
equipamento diretamente necessário para fabricar o produto está incluído no ISBL. Além desses
custos também estão incluídos todos os custos de instalação, incluindo material de instalação, tais
como tubulação, instrumentação, construção de bases e ou fundação, fiação elétrica, pintura,
isolamento, etc. O equipamento não programado, embora não faça parte da ISBL, é uma
contingência para, como o nome sugere, equipamento não previsto nesta etapa da análise e é
considerado diretamente proporcional à 10% da soma dos custos ISBL e OSBL.
OSBL são constituídos por todos os outros equipamentos necessários para o funcionamento
da instalação que não estão diretamente ligados ao próprio processo, tais como caldeiras a vapor,
desmineralização da água, torres de arrefecimento, unidades de aquecimento, instalações de
tratamento de resíduos etc. O armazenamento para matérias-primas e produtos também está
incluído nos custos OSBL.
A contingência do projeto é incluída para cobrir os custos que possam surgir à medida que o
projeto evolui. Contempla flutuações de preços de materiais e mão-de-obra, especificações
incorretas de equipamentos, inflação, problemas causados pelo tempo, atrasos e outros problemas
que possam surgir. Para processos com elevada tecnologia aplicada em PD&I pode-se assumir uma
contingência de cerca de 25% do custo total de capital
Para estimar os custo de produção é necessário uma estimativa do investimento em capital
fixo e uma estimativa do número de operadores necessários para operar a planta. Há muitos
elementos que influenciam o custo de fabricação de produtos químicos, uma lista dos custos
importantes envolvidos, incluindo uma breve explicação de cada custo, é apresentada na Tabela 2 a
seguir.

Tabela 2 – Custos OPEX

5.1. DESCRIÇÃO DO MERCADO

O Mercado de Ácido Biossuccínico foi avaliado em US $ 115,2 milhões e deverá atingir US


$ 1,1 bilhão até 2020. O ácido succínico, como uma plataforma química, está crescendo na
demanda em várias aplicações. No entanto, o consumo de ácido succínico à base de petróleo, como
intermediário, na fabricação de vários produtos químicos, é limitado devido à sua volatilidade de
preço. É previsto que o mercado do ácido bio-succínico cresça a uma taxa significativa nos
próximos sete anos. O principal motor deste crescimento, além da volatilidade dos preços dos
combustíveis fósseis, é o interesse em utilizar matérias-primas disponíveis localmente.
Adicionalmente, o aumento da demanda global de produtos químicos verdes vai
desencadear a sua adoção em ampla gama de aplicações, especialmente em bioplásticos, tornando-o
uma plataforma química forte. O aumento do apoio do governo também irá impulsionar ainda mais
o crescimento deste mercado. Espera-se que o mercado mundial de ácido succínico, com base bio,
atinja um volume de 710,0 quilo toneladas até 2020, crescendo a uma Taxa Composta Anual de
Crescimento (CAGR) de 45,6% entre 2013-2020 já incluindo possíveis restrições. [18].

Figura 7- Dinâmica do Mercado do Ácido Biossuccínico. Fonte: AlliedMarketResearch, 2014

Com o surgimento das plantas “verdes” e consequentemente a redução no custo de


produção, a partir de 2014 os preços caíram para menos de USD 4/kg. O preço FOB (Free on
Board) por quilo do ácido succínico em 2013, 2014 e 2015 foi de USD 12,65, USD 2,86 e USD
3,65 respectivamente, conforme a figura 8.
Figura 8-Importações brasileiras de ácido succínico (FOB) para os anos de 2013 a 2015 e preço médio por
quilo. Fonte: Receita Federal.

Figura 9 - Capacidade projetada para bioprodutos com rota em desenvolvimento. Fonte: Bain & Company

5.2. PRINCIPAIS PRODUTORES/ PLANTAS CONCORRENTES

Quatro empresas estão disputando a posição de liderança com relação à produção do


ácido succínico por fermentação direta a partir de açúcares: Reverdia (Joint Venture 50:50
Roquete/DSM); Succinity (Joint Venture 50:50 BASF/Corbion Purac); BioAmber e Myriant. Todas
elas têm em comum o uso de um micro-organismo para a produção do diácido. As tecnologias
diferem no tipo de micro-organismo (bactérias ou leveduras), nas condições do processo de
fermentação (pH) e no processo de recuperação do diácido [21].

A Myriant e a Succinity desenvolvem a produção em bactérias, sendo os hospedeiros


Escherichia coli e Basfia succiniciproducens, respectivamente. Já a Reverdia e a BioAmber usam
leveduras nos processos, sendo Saccharomyces cerevisiae e Issatchenkia orientalis,
respectivamente. Inclusive, a BioAmber possui uma parceria com a Cargill para o desenvolvimento
dessa levedura própria.

A BioAmber possui, desde de 2010, uma planta com escala de 2 mil toneladas por ano de
ácido succínico na França, em parceria com a ARD. Em uma joint venture com a Mitsui, a
BioAmber esperava iniciar em 2015 sua produção em Sarnia, no Canadá, com uma planta de 30
mil toneladas por ano, extensível para 50 mil toneladas, localizada num parque bioindustrial da
Lanxess [4].

Em Abril 2013, a Myriant, em parceria com a Thyssen Krupp Uhde, iniciou sua produção de
ácido succínico em uma planta com capacidade produtiva de 13,6 mil toneladas, em Lake
Providence (EUA), como plano de expansão para 63,5 mil toneladas por ano em 2015.

A Reverdia também possui uma plante de escala comercial operando na Itália, desde de
2010, com capacidade anual de 10 mil toneladas. No Brasil, a DSM tem estudado a produção de
ácido succínico a partir da cana de açúcar, contando com o financiamento do PAISS, é já
demonstrou interesse em instalar sua segunda fábrica de escala comercial no País.

Por fim, a empresa química alemã BASF em parceria com a empresa holandesa Purac já
opera uma fábrica localizada em Barcelona, Espanha, produzindo atualmente somente
quantidades de demonstração com uma capacidade de 500 MT. As empresas estão expandindo
esta fábrica para aumentar a capacidade anual total para 25.000 MT. Uma planta de escala
mundial com capacidade anual de 50.000 MT é uma das metas de longo prazo da BASF e Purac,
embora ainda não tenha sido anunciada nenhuma linha de tempo e local para este projeto [19].

Os atuais fabricantes de ácido succínico à base de petróleo são a DSM, a Gadiv


Petrochemical Industries, a japonesa Mitsubishi Chemical, a Kawasaki Kasei Chemicals e a Nippon
Shokubai , além de muitos pequenos produtores chineses, como a Anqing Hexing Chemical e a
Anhui Sunsing Chemicals, além de pequenos produtores na Índia.

São apresentados a seguir, na Tabela 3 as principais plantas de produção de ácido succínico


por rota bioquímica, suas localizações e capacidade.
Tabela 3- Produção de Ácido Succínico (ICIS, Company Reports)

5.3. MERCADO CONSUMIDOR

O ácido biosuccínico é usado principalmente como substituto do ácido succínico à base de


petróleo em diferentes aplicações, tais como solventes, lubrificantes, cosméticos, alimentos e
produtos farmacêuticos. Além disso, aplicações mais recentes como o 1,4-butanodiol (BDO), PBS,
plastificantes e poliésteres irá acelerar o crescimento futuro do mercado. Além disso, o aumento
do custo do petróleo bruto, o aumento dos investimentos em produtos químicos verdes, a procura
de produtos químicos renováveis e o aumento do apoio do governo irão impulsionar ainda mais o
crescimento do mercado. Espera-se que o mercado mundial de ácido succínico, com base em bio,
atinja um volume de mercado de 710 toneladas até 2020 [18].

O 1,4-butanodiol (BDO) representou o maior mercado de aplicação de ácido biosuccínico,


com volume estimado de 19.877,5 toneladas em 2013, e crescimento esperado de 38,3% entre
2014 e 2020. Espera-se que o succinato de polibuteno (PBS) seja a aplicação de crescimento mais
rápido, com um CAGR estimado de 38,9% entre 2014 e 2020, devido à crescente demanda de
bioplásticos, particularmente na Europa e na América do Norte [18].

Entre os quatro mercados geográficos, América do Norte, Europa, Ásia-Pacífico e RoW; a


Europa foi o maior consumidor de ácido succínico de fonte renovável em 2013. Regulamentos
rigorosos na Europa em relação às emissões de carbono permitiram a aplicação significativa de
ácido biosuccínico em várias unidades de fabricação de produtos químicos. No entanto, a Ásia-
Pacífico será o mercado de mais rápido crescimento com um CAGR esperado de 49,5% durante
2013 a 2020 [18].

Figur
a 10 - Volume de mercado para os derivados do ácido succínico baseado nas dimensões do mercado em 2011.
Fonte: www.westra.com

De modo geral, o volume total de mercado para o ácido succínico à base de biocombustível
é de aproximadamente 6,2 milhões de toneladas, com o valor estimado de US $ 14,1 bilhões em
2011. Quando dividido por seus mercados separados, o mercado de ácido succínico à base de bio
em plastificantes é Aproximadamente 2,454,000 MT, em BDO é 2,205,000 MT, em PBS / PBST é
82,000 MT, em polióis de poliéster utilizados em poliuretanos é 735,000 MT e em resinas
alquídicas 629,000 MT. Temos também de contar com o mercado de ácido succínico existente,
que se estima crescer para 92.000 MT até 2020 [19].

5.4.TAMANHO DO MERCADO

Devido à sua capacidade de reduzir a emissão de gases de efeito estufa, menor volatilidade e
proporcionar maior tempo de vida útil para alimentos e bebidas, eles são usados na fabricação de
produtos farmacêuticos não tóxicos, polímeros, plastificantes livres de ftalatos, resinas,
revestimentos e pigmentos, entre outros. A crescente demanda por produtos não degradáveis,
duráveis e de alto desempenho nas indústrias automotiva, de embalagens, de móveis e construção
tem impulsionado o crescimento do ácido succínico de base bio.
O poliuretano é o maior segmento de aplicação de ácido succínico devido à crescente
demanda de plastificantes, revestimentos e aplicações de polímeros na Europa Ocidental, América
do Norte e Ásia-Pacífico, já que o ácido succínico com base biológica tem a capacidade de reduzir
94,0% de emissões de gases de efeito estufa em comparação com o petróleo. Os poliuretanos são
usados em termoplásticos, couro artificial e resinas para revestimento para manter o desempenho e
a qualidade dos materiais revestidos em condições climáticas extremas e exposições à radiação UV,
resistem à abrasão e aos produtos químicos. As soluções rentáveis com durabilidade em longo prazo
são os principais fatores que impulsionam a demanda por ácido succínico no segmento de aplicação
de poliuretano [20].
Estima-se que a Europa Ocidental seja o maior mercado mundial de ácido succínico. Isto é
atribuído principalmente à presença de um grande número de fabricantes de ácido succínico,
aumentando o apoio do governo, aumentando os investimentos estrangeiros e a demanda crescente
de ácidos sulfônicos com base bio, plásticos, polímeros, alimentos, bebidas e indústrias relacionadas
à cuidados pessoais. A Alemanha domina o mercado devido ao crescimento de ácido succínico em
aplicações como poliuretanos, resinas, revestimentos e pigmentos, produtos farmacêuticos, PBS /
PBST, alimentos e bebidas, plastificantes, cuidados pessoais e outros e inúmeras estratégias de
desenvolvimento adotadas pelos fabricantes.
O mercado mundial de ácido succínico está fragmentado devido à presença de um grande
número de compradores e fornecedores em todo o mundo. O aumento da rivalidade entre os
produtores para obter a maioria das patentes para o ácido succínico usado em aplicações como
embalagens, revestimentos e estabilização de plásticos de engenharia tem desempenhado um papel
importante na intensificação do nível de concorrência. Principais atores como BioAmber (Canadá),
Myriant (EUA), Succinity (Alemanha), Reverdia (Holanda) e Mitsubishi Chemical Holdings
(Tóquio) adotaram estratégias de desenvolvimento orgânicas e inorgânicas [20].

6. SÉRIES HISTÓRICA E PROJEÇÃO DE VENDAS

A utilização do Bio-AS nas aplicações vistas previamente será economicamente viável


quando seu preço for competitivo com o ácido succínico proveniente da rota petroquímica.
Atualmente o preço do ácido succínico petro-baseado oscila entre $ 2,400 e 2,600 por tonelada
enquanto o AS à base de biocombustível é de $ 2,860 a 3,000 por tonelada. Entretanto, é
esperado em um futuro próximo que o custo do Bio-AS seja até 40% mais baixo.
Do ponto de vista de possíveis aplicações de uso final, o ácido succínico à base de
biocombustível desempenha seu papel em dois mercados principais. Um deles é o novo mercado
com as aplicações nas quais o bio ácido succínico pode substituir outros intermediários à base de
petróleo. O segundo mercado é o atualmente existente, em que o ácido succínico à base de
biocombustível substituirá diretamente o ácido succínico à base de petróleo [22].

Através da série histórica a projeção de venda encontra-se abaixo de acordo com o tipo de
mercado alvo do ácido succínico.

6.1. ÁCIDO SUCCÍNICO PARA PRODUÇÃO DE 1,4 BDO E DERIVADOS

O 1,4-butanodiol (BDO) é um intermediário químico, que é utilizado em resinas, fibras,


revestimentos. Os principais processos de produção são à base de petróleo, mas atualmente existem
empresas engajadas no desenvolvimento de rotas de produção do bio-BDO a partir do AS como
intermediário. De acordo com o modelo de projeção aplicado, é estimado que a demanda do ácido
succínico usado para BDO alcance 315.710 toneladas em 2020, com crescimento de 43% [22]. A
tabela e o gráfico abaixo mostram os valores e o perfil de crescimento.

Ano Volume (tonelada) Valor ($ milhão)

2010 1.013 2,431

2011 1.924 5,005

2012 2.645 7,348


2013 12.244 28,015

2014 37.172 63,789

2015 79.395 129,430

2016 110.454 180,062

2017 212.661 346,680

2018 227.987 371,664

2019 271.436 442,496

2020 315.730 514,707

Tabela 4 –Volume em toneladas e valor de mercado em dólar do ácido succínico para produção de BDO entre 2010 e 2020.
Fonte: www.bioconsept.eu

Projeção de Venda do AS para Produção de 1,4 BDO e


Derivados
CE5660660al
Valor em Milhões

CE5660660al
Series2
CE5660660al
5 al 5 al 5 al 5 al 5 al 5 al 5 al 5 al 5 al 5 al 5 al 5 al 5 al
66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66
65 65 65 65 65 65 65 65 65 65 65 65 65
56 56 56 56 56 56 56 56 56 56 56 56 56
CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE
Ano

Gráfico 1 – Projeção de Venda de AS, com base no volume produzido, para produção de BDO até 2020. Fonte: Elaboração
própria a partir de www.bioconsept.eu

6.2. ÁCIDO SUCCÍNICO PARA PRODUÇÃO DE PBS

O succinato de polibutileno é considerado um polímero biodegradável, sendo um poliéster


alifático com propriedades similares ao PET. É atualmente obtido pela copolimerização do BDO e
do ácido succínico derivado do anidrido maleico. O mercado para este biopolímero ainda é pequeno
e limitado por capacidade e preço, mas seu crescimento é esperado pelo aumento da demanda de
plásticos biodegradáveis [23].
De acordo com o modelo de projeção aplicado é estimado que o uso do ácido succínico na
produção de PBS alcance 81.600 toneladas em 2020 com crescimento de 37% e aproximadamente $
133 milhões e com substituição total do ácido succínico baseado em combustíveis fósseis [22].

Ano Volume (tonelada) Valor ($ milhão)

2010 3.600 8,640

2011 3.600 8,670

2012 3.600 9,544

2013 3.600 8,237

2014 15.600 26,770

2015 15.600 25,431

2016 39.600 64,556

2017 63.600 103,681

2018 63.600 103,681

2019 81.600 133,024

2020 81.600 133,024


Tabela 5 –Volume em toneladas e valor de mercado em dólar do ácido succínico para produção de PBS entre 2010 e

2020. Fonte: www.bioconsept.eu

Projeção de Venda do AS para Produção de PBS


CE5660660al
Valor em Milhões

CE5660660al

Series2
CE5660660al
l l l l l l l l l l l l l
6 5a 6 5a 6 5a 6 5a 6 5a 6 5a 6 5a 6 5a 6 5a 6 5a 6 5a 6 5a 6 5a
6 56 6 56 6 56 6 56 6 56 6 56 6 56 6 56 6 56 6 56 6 56 6 56 6 56
56 56 56 56 56 56 56 56 56 56 56 56 56
CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE
Ano

Gráfico 2 – Projeção de Venda de AS, com base no volume produzido, para produção de PBS até 2020. Fonte: Elaboração
própria a partir de www.bioconsept.eu

6.3. ÁCIDO SUCCÍNICO PARA PRODUÇÃO DE POLIURETANO

Os poliuretanos são fabricados a partir de isocianatos e polióis. Os dois principais tipos de


polióis utilizados na indústria de poliuretano incluem poliéteres e poliésteres. Atualmente, uma
porção muito pequena de polióis é derivada de ácido succínico. Atualmente, o processo de produção
de poliuretanos inclui ácido adípico que domina este mercado. AS biobaseado pode ser usado para
substituir o ácido adípico sendo a única alternativa renovável para a produção de poliuretanos. O
potencial de substituição é de 4,5% até 2020.
De acordo com o modelo de projeção é estimado um alcance de 51.310 toneladas de ácido
succínico na obtenção de Poliuretanos em 2020 com crescimento de 40% e um aumento de
aproximadamente $ 78,6 milhões entre 2010 e 2020 [22].

Ano Volume (tonelada) Valor ($ milhão)

2010 1.750 5,075

2011 2.499 7,147

2012 3.859 11,036

2013 8.103 18,541

2014 12.763 21,901


2015 17.868 29,128

2016 23.452 38,231

2017 44.324 72,526

2018 46.540 75,870

2019 48.867 79,663

2020 51.310 83,646

Tabela 6 –Volume em toneladas e valor de mercado em dólar do ácido succínico para produção de Poliuretano entre
2010 e 2020. Fonte: www.bioconsept.eu

Projeção de Venda do AS para Produção de


Poliuretano
CE5660660al
Valor em Milhões

CE5660660al
Series2
CE5660660al
l l l l l l l l l l l l l
5 a 6 5 a 65 a 6 5 a 65 a 65 a 6 5 a 65 a 65 a 6 5 a 65 a 65 a 6 5 a
6
56 5 6 5 6 5 6 5 6 5 6 5 6 5 6 5 6 5 6 5 6 5 6 5 6
5 66 56 6 566 56 6 566 566 56 6 566 566 56 6 566 566 56 6
CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE
Ano

Gráfico 3 – Projeção de Venda de AS, com base no volume produzido, para produção de Poliuretano até 2020. Fonte:
Elaboração própria a partir de www.bioconsept.eu

6.4. ÁCIDO SUCCÍNICO PARA PRODUÇÃO DE PLASTIFICANTES


Plastificantes são ésteres orgânicos usados principalmente para fazer cloreto de polivinila
(PVC), que é amplamente utilizado por causa de seu baixo custo, durabilidade e versatilidade. Os
ésteres de ácido succínico baseados em biocombustíveis podem ser utilizados como substitutos de
alguns dos principais plastificantes à base de ftalatos, que representam a maioria da procura
mundial. O potencial de substituição é projetado para 2,5 % até 2020 [24].
De acordo com o modelo de projeção aplicado é esperado que a demanda de ácido succínico
para produção de plastificantes alcance aproximadamente 31.136 toneladas em 2020 com
crescimento de 39,6 % e que o valor de mercado alcance $ 60.5 milhões no mesmo ano [22].

Ano Volume (tonelada) Valor ($ milhões)

2010 1.337 3,878

2011 1.615 4,618

2012 1.671 4,779

2013 3.597 8,231

2014 7.667 13,157

2015 16.807 27,339

2016 20.379 33,217

2017 24.772 40,386

2018 28.647 46,701

2019 32.765 53,41

2020 37.136 60,540


Tabela 7 –Volume em toneladas e valor de mercado em dólar do ácido succínico para produção de Plastificantes
entre 2010 e 2020. Fonte: www.bioconsept.eu

Projeção de Venda do AS para Produção de Plastificantes


CE5660660al
Valor em Milhões

CE5660660al

Series2
CE5660660al
l l l l l l l l l l l l l
6 5a 6 5a 6 5a 6 5a 6 5a 6 5a 6 5a 6 5a 6 5a 6 5a 6 5a 6 5a 6 5a
6 56 6 56 6 56 6 56 6 56 6 56 6 56 6 56 6 56 6 56 6 56 6 56 6 56
56 56 56 56 56 56 56 56 56 56 56 56 56
CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE
Ano

Gráfico 4 – Projeção de Venda de AS, com base no volume produzido, para produção de Plastificantes até 2020. Fonte:
Elaboração própria a partir de www.bioconsept.eu

6.5. ÁCIDO SUCCÍNICO PARA PRODUÇÃO DE RESINAS ALQUÍDICAS

O ácido bio-succínico pode ser utilizado para substituir o anidrido ftálico em resinas
alquídicas oferecendo vantagens ambientais e de custo, bem como um desempenho muito
semelhante às matérias-primas à base de petróleo. O potencial de substituição é projetado para 2,5
% até 2020. De acordo com o modelo aplicado a expectativa de mercado é de 21.433 toneladas
rendendo $ 34,9 milhões em 2020, o que representa um crescimento de 30 e 24 % a partir dos dados
de 2010 [22].

Ano Volume (tonelada) Valor ($ milhão)

2010 0 0

2011 0 0

2012 0 0
2013 3.369 7,709

2014 6.974 11,968

2015 10.828 17,651

2016 11.207 18,269

2017 15.465 25,211

2018 16.006 26,094

2019 16.567 27,007

2020 21.433 34,940

Tabela 8 –Volume em toneladas e valor de mercado em dólar do ácido succínico para produção de Resinas
Alquídicas entre 2010 e 2020. Fonte: www.bioconsept.eu
Projeção de Venda do AS para Produção de Resinas
Alquídicas
CE5660660al
Valor em Milhões

CE5660660al
Series2

CE5660660al
5 al 5 al 5 al 5 al 5 al 5 al 5 al 5 al 5 al 5 al 5 al 5 al 5 al
66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66
65 65 65 65 65 65 65 65 65 65 65 65 65
56 56 56 56 56 56 56 56 56 56 56 56 56
CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE
Ano

Gráfico 5 – Projeção de Venda de AS, com base no volume produzido, para produção de Resinas Alquímicas até 2020. Fonte:
Elaboração própria a partir de www.bioconsept.eu

6.6. SOLUÇÃO DESCONGELANTE

Os descongelantes clorados e os sais de potássio são tipicamente usados para estradas, bem
como pistas de aeroportos e outras superfícies. As soluções de descongelamento à base de succinato
são significativamente menos corrosivas do que o acetato e o formiato de potássio e a salmoura de
cloreto de sódio. Os descongelantes feitos a partir de ácido succínico à base de biocombustíveis tem
um custo maior, mas estas soluções apresentam melhores propriedades.
De acordo como o modelo de projeção aplicado, a demanda de AS com este fim era de 350
toneladas em 2010 com previsão de produção de mais de 3.000 toneladas em 2020 com valor de
mercado de quase $ 5 milhões, representando um crescimento de 24 e 19 % respectivamente [22].

Ano Volume (tonelada) Valor ($ milhão)

2010 350 0,84

2011 420 1,008

2012 504 1,441

2013 605 1,384

2014 762 1,308

2015 960 1,565


2016 1.210 1,972

2017 1.524 2,485

2018 1.921 3,131

2019 2.420 3,495

2020 3.049 4,971

Tabela 9 –Volume em toneladas e valor de mercado em dólar do ácido succínico como Solução Descongelante entre
2010 e 2020. Fonte: www.bioconsept.eu

Projeção de Venda do AS usado como Solução


Descongelante
CE5660660al
Valor em Milhões

CE5660660al
Series2
CE5660660al
5 al 5 al 5 al 5 al 5 al 5 al 5 al 5 al 5 al 5 al 5 al 5 al 5 al
66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66
65 65 65 65 65 65 65 65 65 65 65 65 65
56 56 56 56 56 56 56 56 56 56 56 56 56
CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE
Ano

Gráfico 6 – Projeção de Venda de AS, com base no volume produzido, como Solução Descongelante até 2020. Fonte:
Elaboração própria a partir de www.bioconsept.eu

6.7. SOLVENTE E LUBRIFICANTE


Solventes e lubrificantes possuem inúmeras aplicações industriais. O ácido succínico bio-
baseado é usado como aditivo em lubrificantes melhorando a capacidade de fluxo em temperaturas
frias e oferecendo uma melhor prevenção da oxidação e corrosão. O uso do ácido succínico na
matriz de solventes não é muito expressivo.
De acordo com o modelo de projeção é esperado um crescimento de 15% alcançando um
valor de mercado de $ 9,2 milhões com produção de mais 5.000 toneladas com esta finalidade até
2020 [22].

Ano Volume (tonelada) Valor ($ milhão)

2010 1.400 3,360

2011 1.610 3,864

2012 1.852 4,532

2013 2.219 5,094

2014 2.449 4,609

2015 2.816 4,590

2016 3.238 5,279

2017 3.724 6,071

2018 4.283 5,982

2019 4.925 8,029

2020 5.664 9,233


Tabela 10 –Volume em toneladas e valor de mercado em dólar do ácido succínico como Solvente e Lubrificante
entre 2010 e 2020. Fonte: www.bioconsept.eu

Projeção de Venda do AS usado como Aditivo em


Solventes e Lubrificantes
CE5660660al
Valor em Milhões

CE5660660al
Series2

CE5660660al
5 al 5 al 5 al 5 al 5 al 5 al 5 al 5 al 5 al 5 al 5 al 5 al 5 al
66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66
65 65 65 65 65 65 65 65 65 65 65 65 65
56 56 56 56 56 56 56 56 56 56 56 56 56
CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE
Ano

Gráfico 7 – Projeção de Venda de AS, com base no volume produzido, como Solvente e Lubrificante até 2020. Fonte:
Elaboração própria a partir de www.bioconsept.eu

6.8. INDUSTRIA FARMACÊUTICA

Na indústria farmacêutica pode ser utilizado como material de partida para ingredientes
ativos incluindo N-metilpirrolidinona, 2-pirrolidinona e na preparação de Vitamina A. O composto
pode também ser utilizado como um agente de ligação cruzada em polímeros de liberação
controlada de fármacos [29].

Ano Volume (tonelada) Valor ($ milhão)

2010 5.250 15,750

2011 6.038 17,811

2012 6.943 20,482

2013 7.985 18,844


2014 9.182 19,503

2015 10.560 19,937

2016 12.144 22,927

2017 13.965 26,366

2018 16.060 30,321

2019 18.469 34,869

2020 21.239 40,100

Tabela 11 –Volume em toneladas e valor de mercado em dólar do ácido succínico com aplicações na Indústria
Farmacêutica entre 2010 e 2020. Fonte: www.bioconsept.eu
Projeção de Venda do AS empregado na Idústria
Farmacêutica
CE5660660al
Valor em Milhões

CE5660660al
Series2

CE5660660al
l l l l l l l l l l l l l
6 5a 6 5a 6 5a 6 5a 6 5a 6 5a 6 5a 6 5a 6 5a 6 5a 6 5a 6 5a 6 5a
6 56 6 56 6 56 6 56 6 56 6 56 6 56 6 56 6 56 6 56 6 56 6 56 6 56
56 56 56 56 56 56 56 56 56 56 56 56 56
CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE
Ano

Gráfico 8 – Projeção de Venda de AS, com base no volume produzido, com aplicação na Indústria Farmacêutica até 2020.
Fonte: Elaboração própria a partir de www.bioconsept.eu

6.9. COSMÉTICOS E HIGIENE PESSOAL

Existe um potencial para ácido succínico bio-baseado e os seus derivados para serem
utilizados como emolientes e tensoativos. Os emolientes são usados em loções, sabões líquidos e
purificadores para melhorar e hidratar a pele, enquanto os surfactantes são usados em sabonetes,
lavagens corporais e xampus para facilitar o espalhamento.
De acordo com o modelo de projeção aplicado, a demanda de ácido succínico pode alcançar
aproximadamente 11.773 toneladas com valor de mercado de mais de $ 22 milhões representando
um crescimento em torno dos 20 % [22].

Ano Volume (tonelada) Valor ($ milhão)

2010 1.750 4,550

2011 2.118 5,506

2012 2.562 6,795

2013 3.100 7,851

2014 3.751 8,444

2015 4.539 8,570


2016 5.492 10,369

2017 6.646 12,547

2018 8.041 15,182

2019 9.730 18,370

2020 11.773 22,228

Tabela 12 –Volume em toneladas e valor de mercado em dólar do ácido succínico com aplicações em Cosméticos entre 2010 e
2020. Fonte: www.bioconsept.eu

Projeção de Venda do AS com Aplicação em Cosméticos


CE5660660al
Valor em Milhões

CE5660660al

Series2
CE5660660al
l l l l l l l l l l l l l
6 5a 6 5a 6 5a 6 5a 6 5a 6 5a 6 5a 6 5a 6 5a 6 5a 6 5a 6 5a 6 5a
6 56 6 56 6 56 6 56 6 56 6 56 6 56 6 56 6 56 6 56 6 56 6 56 6 56
56 56 56 56 56 56 56 56 56 56 56 56 56
CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE CE
Ano
Gráfico 9 – Projeção de Venda de AS, com base no volume produzido, com aplicação em Cosméticos até 2020. Fonte:
Elaboração própria a partir de www.bioconsept.eu

6.10. INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA

Na indústria alimentícia e de panificação, o AS pode ser usado como agente flavorizante,


como regulador de pH e acidulante. Pode ser usado também como agente amaciador de pães. De
acordo com o modelo de projeção aplicado é esperado que o uso de ácido succínico alcance um
volume de 26.000 toneladas com valor de marcado de mais de $ 48 milhões em 2020 [22].

Ano Volume (tonelada) Valor ($ milhões)

2010 4.200 10,500

2011 5.040 12,600

2012 6.048 15,422

2013 7.258 17,449

2014 8.709 19,169

2015 10.451 19,397

2016 12.541 23,276

2017 15.049 27,932

2018 18.059 33,518

2019 21.671 40,222

2020 26.005 48,266


Tabela 13 –Volume em toneladas e valor de mercado em dólar do ácido succínico com aplicações na Indústria
Alimentícia entre 2010 e 2020. Fonte: www.bioconsept.eu

Projeção de Venda do AS empregado na Idústria Farmacêutica


CE5660660al
Valor em Milhões

CE5660660al

Series2
CE5660660al
5 al 5 al 5 al 5 al 5 al 5 al 5 al 5 al 5 al 5 al 5 al 5 al 5 al
66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66 66
65 65 65 65 65 65 65 65 65 65 65 65 65
E56 E56 E56 E56 E56 E56 E56 E56 E56 E56 E56 E56 E56
C C C C C C C C C C C C C
Ano

Gráfico 10 – Projeção de Venda de AS, com base no volume produzido, com aplicação na Indústria Alimentícia até 2020.
Fonte: Elaboração própria a partir de www.bioconsept.eu

7. LOCALIZAÇÃO DA PLANTA

O objetivo deste tópico é propor uma planta que utilize cana de açúcar como fonte de
matéria prima para produção de plataformas químicas de alto valor agregado, mais especificamente
o ácido succínico. O ideal é que a planta possua o papel de estruturar sinergias entre as atividades
econômicas na região em que será instalada, dinamizando e ampliando a economia local.
O fator determinante para a escolha da localidade se diz respeito à dinâmica de ocupação do
solo para o cultivo da cana de açúcar. No Estado do Rio de Janeiro, os principais municípios
produtores encontram-se na região Norte Fluminense1 [25].
Figura 11 - Mapas das áreas ocupadas com a cultura da cana-de-açúcar nos anos-safra de 1984/1985 (a), 1990/1991
(b), 1994/1995 (c), 2000/2001 (d), 2003/2004 (e) e 2006/2007 (f), gerados pelo Modelo Linear de Mistura Espectral (MLME)

1
A Região Norte Fluminense é formada pelos municípios: Campos dos Goytacazes, Carapebeus, Cardoso Moreira,
Conceição de Macabu, Macaé, Quissamã, São Fidelis, São Francisco de Itabapoana e São João da Barra. (SEBRAE - RJ, 2011)

Para avaliar o potencial da região escolhida, o município de Campo dos Goytacazes no


Estado do Rio de Janeiro, para a instalação de uma possível planta é necessário aplicar uma
metodologia. A metodologia de escolha descreve as etapas necessárias para a elaboração do
planejamento de simbiose industrial.

7.1. PROPOSTA METODOLÓGICA


A opção por propor uma metodologia de planejamento de SI está associada a uma série de
fatores que tornam este instrumento mais atrativo [26]. Alguns destes fatores são:

● A cooperação entre diferentes setores da indústria voltada à melhoria do desempenho


econômico em associação ao desenvolvimento socioambiental da região na qual a simbiose
está localizada;

● A não necessidade de reserva de uma área demarcada para abrigar instalações industriais e
de gestão do sistema.

● O aumento da inserção das indústrias no mercado em virtude do aumento da


competitividade.

A figura abaixo apresenta o esquema da metodologia proposta para o planejamento da


planta apoiada no setor sucroalcoolquímico.
Figura 12 - Esquema representativos das etapas propostas pela metodologia SI. Fonte: Elaboração Própria a partir
de (Santos, 2013).

7.1.1. CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL

Nesta etapa, pretende-se identificar o local que proporcionará maior vantagem


competitiva tanto em termos socioeconômicos como ambientais às indústrias que a
compuserem. Entre os principais fatores locacionais são destacados: População,
Infraestrutura educacional, Oferta de mão de obra, Disponibilidade energética,
Esgotamento sanitário, Abastecimento de água, Infraestruturas viária e portuária,
Atividades econômicas da região e Incentivos fiscais [26].
7.1.1.1. BREVE HISTÓRICO

No século XIX, auge do setor açucareiro em Campos dos Goytacazes, o município exercia
importante influência política no Brasil Império em virtude de sua aristocracia agrária. Até meados
do século XX, a economia campista era predominantemente agropecuária, com especial relevância
da cultura da cana-de-açúcar. Com pico de produção na década 1980, os anos seguintes marcou o
período de declínio do setor sucroalcooleiro na região [27]. Entretanto, a agroindústria açucareira
da Região Norte Fluminense (RNF) é a atividade econômica mais antiga do RJ e é nessa região que
se encontra instalado quase todo o parque sucroalcooleiro do Estado [27].

No ano de 1974, se inicia um novo ciclo econômico para o município, e para toda a RNF,
com a descoberta de petróleo no campo de Garoupa na plataforma continental da Bacia de
Campos. Frente à decadência da cultura sucroalcooleira, esse novo momento abriu perspectivas
promissoras para Campos dos Goytacazes e região. Começa a ocorrer, portanto, um processo de
transformação de uma região agrícola tradicional para uma região dependente da renda
petrolífera que se beneficiam via recebimento de royalties [30].

7.1.1.2. CARACTERÍSTICAS GEOGRÁFICAS E SOCIOECONÔMICAS

Além da população e da extensão territorial, Campos dos Goytacazes também possui o


maior PIB da região. Em 2010, chegou a R$24,5 bi (equivalente a 56,8% do PIB regional e a 7,12%
do estadual). Deste montante, 73,8% é oriundo do setor industrial e apenas 0,46% correspondem
à agropecuária. O restante está associado ao setor de serviços. Apesar da baixa representatividade
econômica do setor agropecuário na economia campista, em termos relativos, o mesmo mantém
a tradicional importância frente ao estado sendo o que mais adicionou valor ao setor nos anos de
2009 e 2010. Os principais segmentos foram o cultivo de cana-de-açúcar e a criação de bovinos e
outros animais [32].

Em Campos dos Goytacazes há mais de 532 estabelecimentos industriais. O setor produtivo


que mais emprega mão de obra é o setor de fabricação de produtos cerâmicos, seguido pelos
setores de produção e refino de açúcar, de confecção de artigos de vestiário, de fabricação de
mobília e de fabricação de produtos alimentícios [31].
Com o terceiro maior PIB do estado, Campos dos Goytacazes é o principal beneficiário dos
royalties e participação especial, ficando com 33% do montante destinado aos municípios do RJ.
Além disso, o setor de extração de petróleo e gás natural representaram 70,3% do valor
adicionado total do município [32]. Tal vantagem econômica, contudo, não necessariamente se
reflete em melhoria no desenvolvimento socioeconômico e ambiental local. Apesar do expressivo
volume de recursos financeiros injetados, Campos dos Goytacazes é uma cidade que vive um
paradoxo, pois ainda convive com baixos índices de qualidade de vida [33].

Em se tratando da questão educacional, Campos dos Goytacazes pode ser considerado um


polo educacional na RNF. Possuindo cerca de 10 instituições de ensino superior, das quais quase
40% dos estudantes são imigrantes, o município provê mão de obra qualificada para os demais
municípios, especialmente Macaé – que concentra o complexo produtivo da indústria petrolífera
na região. Com relação a outros serviços públicos de infraestrutura, enquanto quase 20 mil (ou
13,8%) domicílios ainda não fazem parte da rede geral de esgoto (ou pluvial ou fossa séptica) e
mais de 5 mil (4,2%) não têm serviço de coleta de lixo, 99,8% das residências têm acesso à rede de
distribuição de energia elétrica [28].

7.1.1.3. SETOR SUCROALCOOLEIRO

O cultivo de cana-de-açúcar ainda é a principal atividade agrícola do município de Campos


dos Goytacazes, com 45,5% de participação no valor adicionado da agropecuária local. Entretanto,
no período de 1990 a 2010, a área dedicada a essa lavoura diminuiu 36% [32] .Corroborando com
essa perda de espaço, das 24 usinas na década de 1970, existem, atualmente, quatro usinas em
operação em Campos dos Goytacazes. A unidade mais nova é Usina Canabrava, que começou a
operar em 2012. De acordo com a União dos Produtores de Bioenergia (UDOP), está é a única
usina do ERJ com instalação para a geração de bioenergia [34,36].

Usina Capacidade de Processamento (103 Tipo Fator de Capacidade (%)


t/safra)

Canabrava69 2000 Misto66 50,0

COAGRO67 900 Misto 66,7

Paraíso68 1000 Misto 60,0


Tabela 14 - Usinas de cana de açúcar em operação no municípios de Campos dos Goytacazes. Fonte: Elaboração própria a partir
de (Santos, 2013)
66
Usina de tipo “misto” é a que produz açúcar e álcool.
67
Cooperativa Agroindustrial do Estado do Rio de Janeiro.
68
Companhia Açucareira Paraíso S/A
69
Alcoolquímica Canabrava S/A

Com uma capacidade instalada para processamento de mais de 5 milhões de toneladas de


cana, a oferta do município é de apenas 2,2 milhões. Tal situação culmina num fator de
capacidade médio das usinas locais de menos de 60%. Possuindo a segunda maior área dedicada à
lavoura de cana no país, no quesito produtividade, Campos dos Goytacazes é comparável com o
subsistema Norte/Nordeste (N/NE) produzindo 40% menos cana por hectare do que a média
nacional [26].

São diversos os fatores que contribuem para a atual situação de declínio e estagnação do
setor sucroalcooleiro campista. Alguns deles são: Descontinuidade dos programas de incentivo do
governo, Elevado custo de produção da cana, Volume de matéria-prima insuficiente para suprir a
capacidade instalada existente, Má distribuição das chuvas ao longo do ano associada à ausência
de recursos para investimentos em sistemas de irrigação, Desconhecimento tecnológico e baixo
poder inovador, etc [26,27].

Figura 13 - Comparação entre produtividade e área destinada à plantação de cana nos municípios de Campos dos Goytacazes-RJ
e Morro Agudo-SP. Fonte: (IBGE, 2012)
7.1.2. ESTIMATIVA DO POTENCIAL DE PRODUÇÃO

Esta etapa é extremamente importante para o dimensionamento da planta e se


refere à estimação da oferta de produtos da indústria âncora. Uma vez definidos os
produtos, é preciso aferir o quanto seria produzido no local escolhido [26].

De acordos com os dados levantados durante o período de 2010 até 2012, haviam
quatro usinas em operação no município de Campos. Nelas, 2,2 milhões de toneladas de
cana foram processadas em 2011 [36].

O Potencial de produção de uma bio plataforma química (bPQ) se refere à


estimativa da quantidade de Ácido Succínico que poderia ser fabricada na planta operando
se possível de forma integrada a uma usina típica já instalada no município. Para isto é
necessário seguir o fluxograma abaixo:
Figura 14 - Fluxograma para a Avaliação do Potencial de Criação da Planta. Fonte: Elaboração própria a partir de (Santos, 2013)

Conforme a CONAB (2012), das usinas de moagem de cana de açúcar, três estão localizada em
Campo dos Goytacazes e uma em Cabo-Frio. Dessa forma é possível assumir, apenas como base, que toda a
produção de glicose do Estado do Rio de Janeiro é proveniente das usinas instaladas em Campos.
Figura 15 - Distribuição das Unidades de Moagem de Cana de Açúcar no Brasil 2011/2012. Fonte: CONAB/SUINF/GEASA

Alguns parâmetros importantes em relação à matéria prima de interesse estão dispostas


no quadro abaixo. Associados aos cálculos de balanço de massa e energia esses parâmetros são
fundamentais para estimar o volume de ácido succínico produzido na planta.

Capacidade nominal diária Tempo médio diário de


27.700 para a moagem de cana 20,72 moagem por unidade
(t/dia) (horas)

Capacidade nominal diária


Volume de cana colhida
970 para produção de acúcar 2.207.885
(t)
(t/dia)

Capacidade da moagem Cana destinada à


45,81 1.099.422
)%( utilizada fabricação de açícar (t)

Capacidade de produção Percentual de cana


76,83 49,80
)%( de açúcar utilizada destinada para açúcar

Quantidade de acúcar
Produção de bagaço de
553 117,94 por tonelada de cana
cana (t)
processada (kg)

Quadro 2 - Perfil do Setor do Açúcar no Brasil - Safra 2011/2012. Fonte: Elaboração própria a partir de CONAB, 2012
De acordo com Santos (2013) é esperado uma produção anual de Ácido Succínico de 775,4
toneladas de Ácido Succínico considerando a capacidade de moagem da cana de 3702 t/dia (valor
referenciado para uma única usina) gerando uma receita de 2,33 10 6 $/ano.

7.1.2.1. SELEÇÃO DAS INDUSTRIAIS

Na fase inicial, o objetivo central da seleção será identificar os potenciais compradores dos
produtos da planta, formando, assim, seu mercado consumidor. No momento seguinte, a
preocupação será estabelecer a simbiose propriamente, através da criação de sinergias com os
resíduos gerados pela indústria. Finalmente, a fase que segue contemplará a entrada de novas
unidades para suprir as demandas existentes no sistema já estabelecido [26]. A figura abaixo
mostra o sequenciamento deste processo.

Figura 12 - Diagrama das etapas do processo de seleção. Fonte: Elaboração Própria a partir de (Santos, 2013)
Comparar as indústrias usar as tabelas 177pág!!!!!!!!!

a) Levantamento das Industriais Locais

Nesta etapa serão apontadas as empresas pertencentes aos setores industriais


identificados como potenciais consumidores dos produtos ou resíduos gerados.

b) Avaliação da Compatibilidade Técnica

A subetapa qualitativa tem como objetivo avaliar e escolher as indústrias com base nas
características qualitativas de seus processos.

Obtido o levantamento das indústrias, faz-se necessário avaliar, para cada unidade, se esta
consome algum insumo ou matéria-prima que equivalha, em termos de funcionalidade, aos
produtos/resíduos ofertados pelas unidades da Planta em questão ou que tenha possibilidade de
ser substituído por estes. A funcionalidade é avaliada, principalmente, a partir das propriedades
físico-químicas dos produtos e resíduos. Estas características também têm o fim de determinar a
eventual necessidade de pré-tratamento dos materiais ou se podem ser usados in natura.

Ocorre, então, a elaboração de uma matriz ou um esquema evidenciando todas as


possíveis interações identificadas. Caso não haja um consumidor compatível para um determinado
produto/resíduo, a seleção continua, ampliando a busca para além dos limites da região escolhida,
ou com a proposição de instalação novas unidades no local. Em caso positivo, segue-se à avaliação
quantitativa.

Na subetapa quantitativa, a partir do potencial de geração de produtos e resíduos da


Planta e demais indústrias da SI e a partir do consumo de insumos e matérias-primas das
indústrias pré-selecionadas, determina-se, em termos numéricos, o potencial de sinergias.

A seleção quantitativa é a principal responsável pelo dimensionamento do sistema, uma


vez que expõe os potenciais físicos de atendimento às demandas da SI e, por isso, permite inferir
quantas indústrias serão necessárias para supri-las.
Esta subetapa, portanto, requer maior detalhamento do processo produtivo das indústrias
levantadas na seleção qualitativa, visto que depende de informações acerca do montante
consumido das matérias-primas ou insumos de interesse. Paralelamente, deve ser realizada uma
avaliação socioeconômica e ambiental para determinar, juntamente com o potencial físico, qual a
melhor concepção para o iminente arranjo, principalmente em termos de aumento de
competitividade no mercado e de minimização dos impactos ambientais das indústrias
participantes da simbiose.

Ainda, é válido pontuar que, com o fim de diminuir a vulnerabilidade dos


empreendimentos, o desejável é que as unidades participantes não dependam apenas de um
fornecedor ou cliente para executar seus processos.

7.1.4.Desenvolvimento de Cenários

Para implantar uma simbiose industrial se faz necessária a elaboração de cenários. Nesta
metodologia, são considerados três horizontes temporais: um de curto prazo, compreendendo a
fase de conformação do mercado consumidor da planta; um de médio prazo, caracterizado pelo
efetivo estabelecimento da simbiose industrial a partir da troca de resíduos entre as empresas; e
outro de longo prazo, que vislumbra expansão do sistema através da criação de novas unidades
para endereçar as demandas não atendidas.

a) Cenário de Curto Prazo

No curto prazo, o objetivo principal é estruturar o núcleo da simbiose industrial através da


criação da planta e da formação de seu mercado consumidor. Portanto, é no curto prazo que são
definidos aspectos como: a localização da planta, a seleção das indústrias que consumirão seus
produtos e o sistema de gestão da SI.

b) Cenário de Médio Prazo

No médio prazo, são planejadas as ações pós-início da operação planta. É neste cenário,
portanto, que ocorrem as primeiras iniciativas em busca de sinergias para uso dos resíduos
gerados na SI. Ainda, para suprir a demanda não atendida por consumidores dos resíduos pelas
unidades locais, há que vislumbrar-se, eventualmente, a possibilidade de recorrer a indústrias
localizadas não apenas dentro de seus limites, mas também no entorno da unidade administrativa
que acomoda a SI. Além disso, pode-se abrir espaço até mesmo à participação de outros setores –
como o agrícola, por exemplo.

c) Cenário de Longo Prazo

Finalmente, no longo prazo, são vislumbradas novas unidades produtivas para as


demandas não atendidas pelas indústrias existentes. Contudo, nem sempre será possível formar o
mercado consumidor dos resíduos apenas com as unidades já participantes. Ocasionalmente, se
fará necessário buscar novos integrantes fora do sistema. Nesse sentido, a seleção das indústrias,
neste cenário, ocorre tanto no ambiente interno como externo à SI. É neste momento também
que são realizados prognósticos acerca das possibilidades de evolução para a SI estabelecida.

Com relação à duração de cada horizonte temporal, entende-se que a determinação dos
prazos é função de cada caso. Nesta proposta metodológica, esse papel é resguardado para quem
realiza o planejamento.
REFERÊNCIAS

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4. Potencial de Diversificação da Indústria Química Brasileira, Relatório 4 - Químicos com base


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9. Bioconsept. (2011). Determination of market potential for selected platform chemicals -


Itaconic acid, Succinic acid, 2,5-Furandicarboxylic acid.

10. Cas N0. 110-15-6 (Succinic Acid). Accessed in March 13, from <http://
www.caslab.com/Succinic_acid_CAS_110-15-6/>

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<https://zone1-ir8t6f9p4.netdna-ssl.com/docs/analysis/preview/succinic-acid-e24a-b.pdf>
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14. Patent No. Materials and methods for efficient succinate and malate production.. Mach 2007.

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19. Bioconsept. (2011). Determination of market potential for selected platform chemicals -
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20. <http://www.marketsandmarkets.com/PressReleases/succinic-acid.asp> Acessado em 24 de


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21. Avantium. (2016, March 15). BASF and Avantium intend to establish Joint Venture. Retrieved 08
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establish-joint-venture

22. http://www.bioconsept.eu/wp-content/uploads/BioConSepT_Market-potential-for-selected-
platform-chemicals_report1.pdf

23. Li Shen, Juliane Haufe, Martin K. Patel: Product overview and market projection of emerging
bio-based plastics, PRO-BIP 2009, Final Report, June 2009

24. https://www.cpsc.gov/PageFiles/126090/spi.pdf

25. http://www.scielo.br/pdf/eagri/v31n3/a16v31n3.pdf
26. Santos, Victoria - Proposta Metodológica para Criação de Biorrefinaria de Bagaço de Cana
Produtora de Bioplataformas Químicas. Rio de Janeiro, 2013.

27. COSTA, J. A. et al. Avaliação da Competitividade do Sistema Agroindustrial da Cana de Açúcar


na Região Norte Fluminense. 47º Congresso da Sociedade Brasileira de Economia,
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28. NUNES, J. B. Análise da Repartição das Participações Governamentais advindas da indústria do


Petróleo entre as esferas de governo e seu impacto sobre a economia do Rio de Janeiro. UFRJ/
COPPE/ Programa de Planejamento Energético. Rio de Janeiro. 2012.

29. http://www.in-pharmatechnologist.com/Ingredients/Bio-succinic-acid-to-go-commercial

30. SEPLAG. Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte do Estado do Rio de Janeiro -


Análise Situacional - 1ª Parte. Governo do Estado do Rio de Janeiro - Secretaria de Estado de
Planejamento e Gestão (SEPLAG). Rio de Janeiro. 2010

31. FIRJAN. Cadastro Industrial do Estado do Rio de Janeiro 2011/2012. FIRJAN - Federação das
Indústrias do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro. 2011.

32. FUNDAÇÃO CEPERJ. Produto Interno Bruto dos Municípios-2010 - ESTADO DO RIO DE
JANEIRO. Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores
Públicos do Rio de Janeiro - CEPERJ. Rio de Janeiro. 2012.

33. ROCHA, A. F. D. et al. Inovação Tecnológica e Desempenho Empresarial: Estudo Exploratório


nos Setores Maduros de Campos dos Goytacazes, RJ. XXX ENCONTRO NACIONAL DE
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO. São Carlos, SP: [s.n.]. 2010.

34. UDOP. Associadas. UDOP - União dos Produtores de Bioenergia. <http://www.udop.com.br>

35. IBGE. IBGE Cidades - Histórico. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2012a.
Disponível em: <www.ibge.gov.br>

36. COUTINHO, G. B. H. História, Realidade e Futuro do Setor Sucroenergético Fluminense.


Sindicato da Indústria Sucroenergética do Estado do Rio de Janeiro – SISERJ. Rio de Janeiro.
2012.

37. www.conab.gov.br/OlalaCMS/uploads/arquivos/13_10_02_11_28_41_perfil_sucro_2012.pdf

o objetivo é obter o caldo da cana fermentar e obter o AS...A planta não se refere há uma
biorrefinaria e nem para obter AS de segunda geração...Então todo o bagaço de cana gerado
seria utilizado para produção de energia para a própria planta e a usina local.

Para determinar o potencial é necessário executar BME com dados que não temos...!!

Rendimento pela patente é de 1,12g por grama de glicose

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