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Produção de Ácido Cítrico

Bruno Armenio Moreira Ferreira 154854


Matheus de Almeida Santos 156707
Mayra Martinelli Costa 156765
Raul Soares Aguiar 157125
1. Introdução
Ácido Cítrico
 Produto intermediário do metabolismo de plantas e animais.

 Diversas aplicações: acidulante, emulsificante, agente quelante Molécula de Ácido Cítrico


e tamponador.

 Essencial em diversas indústrias: alimentos, bebidas,


cosméticos e farmacêutica.

 Principal produto biotecnológico da indústria química.

 Produção através de processos fermentativos. Ex.: Aspergillus


niger Aspergillus niger
Principais aplicações Industriais
 Alimentícia: prevenção da cristalização da sacarose em doces, emulsificante em queijos processados,
estabilizante em sucos industrializados, prevenção da turvação, ajuste de pH e inibição de oxidação
de vinhos, acidulação de bebidas e estímulo do sabor natural de frutas em bebidas.

 Cosméticos: ajuste de pH e em sistemas antioxidantes como agente quelante.

 Farmacêutica: agente efervescente em pós e comprimidos, antioxidante em vitaminas, aceleração da


dissolução de ingredientes ativos e anticoagulante.

 Outras aplicações: processos de reticulação polimérica (crosslinking), fibras de proteína em


aplicações biomédicas, filmes biodegradáveis, compósitos biocerâmicos e agente desinfetante.
Mercado

 China: 59% da produção mundial

 2015: produção de mais de 2 milhões de toneladas.

 Crescimento a uma taxa de 3,7% ao ano até 2020.

 Preço: US$ 2/kg até US$ 0,70/kg.


2. Requisitos Nutricionais
Fontes de Carbono
 Preferência por carboidratos facilmente metabolizados.

 Sacarose é a fonte de carbono mais favorável seguida por glicose,


frutose e lactose.

 Sorbose, etanol e celulose permitem um crescimento limitado e


baixa produção.

 Concentração inicial de açúcar é crítica para a produção de ácido


cítrico pelo fungo Aspergillus niger (10-14%).
Fontes de Nitrogênio
 Sais de amônio, ureia, peptona e extrato de malte são preferidos
fisiologicamente.

 Vários outros fatores devem ser levados em questão, como pH.

 Ureia funciona com tampão, garantindo estabilidade.

 Concentrações muito altas: diminuem formação de ácido cítrico e


aumenta o crescimento de fungos e consumo de açúcares
Fonte de Fósforo
 Fosfato no meio tem um grande efeito sobre o rendimento de ácido cítrico.

 É essencial para o crescimento e metabolismo do Aspergillus niger.

 Baixos níveis de fosfato favorecem a produção de ácido cítrico, porém levam à formação de
certos ácidos de açúcar, à diminuição da fixação do CO2 e à estimulação do crescimento.
Outros Compostos
OLIGOELEMENTOS

 Principal fator de influência para o rendimento do ácido cítrico.

 Magnésio é necessário para o crescimento de fungos e a produção de ácido cítrico.

 Zinco, manganês, ferro e cobre são outros elementos traços essenciais.

ÁLCOOIS SOLÚVEIS (MENOR COMPLEXIDADE)

 Estimulam a produção de ácido cítrico afetando o crescimento e a esporulação através da


ação na permeabilidade celular, organização espacial da membrana e alterações na
composição lipídica da parede celular.
3. Cinética
Parâmetros Cinéticos
 Foi escolhido o melaço de cana como substrato.

 Microrganismo é capaz de consumir o próprio produto quando na ausência de substrato. A


ocorrência de morte celular é desprezada.

 Melhor modelo é o que considerava uma inibição assintótica.

 Parâmetros obtidos para temperatura de 30 °C, aeração de 1,01 L/min e pH inicial igual a 6 em
um sistema em batelada.
S K SP P K PS
   m áx  P   P ,m áx
K S  S K SP  P K P  P K PS  S

Taxas específicas de crescimento e consumo


Parâmetros Cinéticos
Parâmetro Símbolo Unidade Valor
Taxa específica máxima de crescimento µmáx h-1 0,97494
Constante de saturação para o substrato Ks g/L 115,3839
Taxa máxima de consumo do produto como substrato µP,máx h-1 0,22882
Parâmetros da cinética de
Constante de saturação para o produto Kp g/L 0,38945
Monod para a fermentação
Constante de morte celular kd h-1 - do ácido cítrico com melaço
Constante de inibição para o substrato KSP g/L 0,93285 de cana como substrato
(Woinaroschy et al., 2010)
Constante de inibição para o produto KPS g/L 0,1006
Coeficiente de manutenção ms h-1 0,0011674
Rendimento teórico da biomassa pelo substrato YXS g/g 0,22882
Rendimento teórico do produto pela biomassa YPX g/g 2,8841
4. Balanço de Massa
Balanço de massa
 Produção é realizada em modo descontínuo, ou seja, em reatores batelada.

 Para A. niger utilizando melaço de cana, valores típicos para a concentração inicial de glicose
(substrato) são em torno de 150 g/L.

 Já para a biomassa, concentrações iniciais baixas, em torno de 0,1 g/L são utilizadas.

 O modelo despreza a ocorrência de morte celular.


Balanço de massa
 As equações diferenciais resultantes do balanço e as taxas para substrato, biomassa e produto
são apresentadas a seguir:

Equações Taxas
Diferenciais
5. Resultados e Equipamentos
Cálculo do Perfil de Concentração

 Com as condições iniciais de concentração


no interior do reator, X0 = 0,1 g/L e S0 = 150
g/L, parâmetros cinéticos e equações da
taxa, determinou-se o perfil de
concentrações no tempo utilizando o método
de Euler em planilha Excel® com passo igual
a 0,25 h.

 Estabeleceu-se que o tempo de produção


para o reator projetado seria de 10 dias.
Resultados

 O aumento da concentração de produto vai se


tornando menor para tempos acima de 225 horas. Componente Concentração Final (g/L)

 Foi estabelecida uma produção de 20 ton. de


Substrato 22,635
Biomassa 30,169
ácido cítrico por batelada. Produto 78,976

 O volume utilizável encontrado para o reator foi


Concentração final dos componentes ao final de 10
de 253,2 m³ dias de fermentação.
Reator

• Os reatores utilizados na produção de ácido cítrico devem ser resistentes à corrosão, já


que são expostos a altas concentrações do produto e sujeitos a baixos valores de pH (Max
et al., 2010).

• Isso sugere que o material de construção do reator seja aço inoxidável 316L (com baixo
teor de carbono).
6. Recuperação e Purificação
Recuperação e Purificação
• A separação do ácido cítrico do meio fermentativo pode ser realizada através de um método de
precipitação (Wu (2009)). As etapas do processo são as seguintes:

1. Remover biomassa do meio fermentativo através de uma filtração rotativa à vácuo.

2. Adicionar carbonato de cálcio ao líquido filtrado com o intuito da precipitação do citrato de cálcio,
que é separado do líquido fermentativo por uma segunda filtração rotativa à vácuo.

3. O ácido cítrico é regenerado através da adição de ácido sulfúrico à torta de filtração formada pelo
citrato de cálcio, havendo a formação de sulfato de cálcio, que é removido posteriormente com
água, procedimento que é repetido várias vezes.
Recuperação e Purificação

4. O ácido cítrico impuro é encaminhado para trocadores de cátions e ânions para que haja a
remoção de íons metálicos e espécies iônicas

5. Descoloração do ácido cítrico utilizando-se carvão ativado.

6. O ácido é direcionado para uma etapa de cristalização e posteriormente para um secador rotativo
com ar, sendo o produto obtido na forma de cristais ao final do processo.
Diagrama do Processo de Purificação – Método de
Precipitação
7. Referências Bibliográficas
Referências Bibliográficas
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