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1. INTRODUÇÃO
O interesse para a produção de combustíveis obtidos a partir de fontes renováveis,
tem aumentado significativamente nos últimos anos devido à instabilidade política e
econômica do mercado petrolífero e, sobretudo, as exigências ambientais concernentes à
diminuição dos níveis de emissões gasosas provenientes da combustão de combustíveis de
fontes não-renováveis (ANDRADE et al., 2011 e LEUNG et al., 2010).
Liu et al. (2008) estudaram a transesterificação de óleo de soja, utilizando CaO como
catalisador em meio heterogêneo e a conversão obtida do óleo para o éster foi de 95%. Para este
estudo utilizou-se uma razão molar metanol:óleo de 6:1, 8% de CaO em relação à massa de óleo
e um tempo de reação de 3 h. Viola et al. (2012) realizaram a mesma reação e atingiram uma
conversão de 93%, com tempo de reação de 80 minutos, utilizando CaO como catalisador e
temperatura de reação de 65 °C, tendo como massa do catalisador 5% em relação à massa de
óleo. Os autores utilizaram uma proporção molar de metanol para o óleo de 6:1. Watkins et al.
(2004) realizaram um estudo semelhante, usando CaO misturado com lítio como catalisador.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Os métodos utilizados para a análise dos resultados obtidos consistem no uso do software
STATISTICA 7.0® cujo método utilizado é o Six Sigma.
2.2. Materiais
O óleo de soja Soya® (grau comestível) com um peso molecular médio de 884,65 g/mol
foi utilizado em todos os experimentos. Utilizou-se ainda o metanol (AR, pureza de 99%;
Dinâmica) e óxido de cálcio (CaO; AR, pureza de 92%; Dinâmica).
A Figura 1 descreve o reator utilizado neste trabalho para a execução dos ensaios
experimentais, projetado, construído e instalado no Laboratório de Desenvolvimento de
Processos (LDP) do Departamento de Engenharia Química (DEQ) da Universidade Regional de
Blumenau (FURB).
Ambient pressure
Reagents Feed
Transesterifica on Condenser
Reactor
Alcohol recovery
Flash tank
Hea ng
tank
Diaphragm pump
Recovering of Reac on products
2.4. Metodologia
Reação de tranesterificação
Caracterização do biodiesel
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Tabela 1: Matriz de experimentos para planejamento fatorial total 23 com 5 pontos centrais para
produção de biodiesel
Ensaio Massa Tempo de Razão Molar FAME Reação 1 FAME Reação 2
Catalisador (%) reação (min) (metanol:óleo) (%) (%)
1 3 45 3:1 97 96,3
2 5 45 3:1 94,4 96
3 3 75 3:1 95 96,7
4 5 75 3:1 91,47 93
5 3 45 6:1 90,7 92,2
6 5 45 6:1 90,5 90,2
7 3 75 6:1 99,54 98
8 5 75 6:1 96,4 94,7
9 4 60 4,5:1 91,6 -
10 4 60 4,5:1 94,9 -
11 4 60 4,5:1 94,2 -
12 4 60 4,5:1 93,6 -
13 4 60 4,5:1 93,4 -
6,0
5,5
5,0
Razão Molar
4,5
4,0
3,5
3,0
100
96
2,5 92
40 45 50 55 60 65 70 75 80 88
84
T empo de Reação
Figura 5: Curva de contorno que correlaciona a razão molar metanol:óleo e o tempo de reação
(min) com a conversão (%) fixando a concentração de catalisador em 3%. Fonte: Statistica 7.0 ®
Esta condição de operação (Figura 5) foi validada realizando-se ensaios em triplicata com
a intenção de se avaliar a evolução do tempo da reação. As conversões em ésteres metílicos
obtidas foram de 98,3%, 97,8% e 96,9%.
O teor de cálcio é um parâmetro de qualidade do biodiesel definido pela ANP, com limite
máximo de cálcio + magnésio estabelecido em 5 mg/kg. Os dados experimentais oriundos deste
trabalho extrapolam os limites estabelecidos o que exige a proposição de um novo catalisador
capaz de minimizar a presença de cálcio no biodiesel, ou implementar um processo
complementar de purificação do biodiesel.
O cálcio presente nas amostras de biodiesel forma massa de precipitados que para ser
eliminado, fez-se uma centrifugação por 30 minutos à 5 °C com rotação de 5000 rpm. Com a
centrifugação, a massa de cálcio sofreu redução significativa e evitou-se a formação de
precipitado no produto final.
4. CONCLUSÕES
A partir da condição ótima de operação foi possível avaliar a evolução da reação com o
tempo e a desativação do catalisador, identificando os aspectos que podem ser revisados para
melhorar a metodologia proposta.
5. REFERÊNCIAS
ANDRADE, J. E., PEREZ, A., SEBASTIAN, P. J., EAPEN, D. Retraction notice to “A review of
biodiesel production processes”. Biomass and Bioenergy, v.35, p. 1008–1020, 2011.
FENG. Y., HE, B., CAO, Y., LI, J., LIU, M., YAN, F., LIANG, X. Biodiesel production using
cátion– exchange resin as heterogeneous catalyst. Bioresource Technology, v. 101, p. 1518-1521,
2010.
KOUZU, M., HIDAKA, J. Transesterification of vegetable oil into biodiesel catalyzed by CaO:
A review. Fuel, v. 93, p. 1–12, 2012.
KOUZO, M. HIDAKA, J. Purification to remove leached CaO catalyst from biodiesel with the
help of cation-exchange resin. Fuel, v. 105, p. 318–324, 2013.
LEUNG, D.Y.C., WU, X., LEUNG, M.K.H. A review on biodiesel production using catalyzed
transesterification. Applied Energy, v. 87, p. 1083–1095, 2010.
LIU, X., HE, H., WANG, Y., ZHU, S., PIAO, X. Transesterification of soybean oil to Biodiesel
using CaO as a solid base catalyst. Fuel, v. 87, p. 216–221, 2008.
LÓPEZ GRANADOS, M., POVES, M. D. Z., MARTIN ALONSO, D., MARISCAL, R.,
GALISTEO, F. C., MORENO-TOST, R., SANTAMARIA, J., FIERRO, J. L. G. Appl. Catal. B-
Environ., v. 73, p. 317–326 (2007).
SEMWAL, S., ARORA, A. K., BADONI, R. P., TULLI, D. K. Biodiesel production using
heterogeneous catalysts. Bioresource Technology, v. 102, p. 2151-2161, 2011.
VIOLA, E., BLASI, A., VALERIO, V., GUIDI, I., ZIMBARDI, F., BRACCIO, G., GIORDANO, G.
Biodiesel from fried vegetable oils via transesterification by heterogeneous catalysis. Catalysis Today,
v. 179, p. 185– 190, 2012.
WATKINS, R. S., LEE A. F., WILSON K. Li-CaO catalyzed triglyceride transesterification for
biodiesel applications. Green Chem, v. 6, p. 335-340, 2004.