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Instituto Latino- Americano de Tecnologia

Infraestrutura e Território (ILATIT)

Química Orgânica Experimental


Prof ª: Dra. Marciana Pierina Uliana Machado

Produção de biodiesel

Aluno: João Vitor Irala Coelli

Data do experimento: 28/06/2022


Data de entrega: 05/07/2022
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1. Sumário

Sumário 1
Resumo 2
Objetivos 2
Introdução 2
Materiais e reagentes 3
Procedimento experimental 4
Resultados e discussões 4
Conclusão: 7
Referências: 7
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2. Resumo

Neste experimento realizou-se a produção de biodiesel, onde primeiramente


realizou-se a síntese do composto com o uso de metanol, hidróxido de potássio,
metanol e óleo de cozinha, em seguida, fez se a separação das fases com o uso
de HCl e uma solução saturada de cloreto de sódio, para a separação do glicerol
do biodiesel e por fim, realizou-se o secamento da solução com o auxílio de
ditionito de sódio (Na2S2O4), para assim se obter a solução final de biodiesel.

3. Objetivos
Produzir biodiesel a partir de óleo de cozinha e metanol e realizar a separação
dos produtos obtidos através de processos de separação de fases a fim de se
obter biodiesel, aprofundar os conhecimentos acerca da produção de biodiesel e
sua importância no cotidiano.

4. Introdução
Os combustíveis fósseis são uma fonte de energia não renovável que tem
grande destaque no mercado internacional, esses combustíveis são alvos de
grandes discussões, por causa de sua grande capacidade poluidora, que tem
um papel decisivo na geração do efeito estufa, e consequentemente, o
aquecimento global, que tem se intensificado nas últimas décadas grande parte
pelo aumento desenfreado do uso destes combustíveis.
E como a demanda energética do mundo tem tido um alto crescimento, urge a
necessidade de se encontrar alternativas para os combustíveis fósseis, como o
petróleo. Entre elas, se destaca o biodiesel, que vem sendo apontado como uma
solução para esse problema, pois o mesmo é uma fonte de energia renovável,
relativamente barata e sustentável.
O biodiesel é uma mistura de ésteres graxos, que pode ser feito a partir de uma
variedade de óleos vegetais, como o óleo do algodão, do girassol, da mamona,
da soja, do amendoim, ou até mesmo da gordura animal. Este processo de
fabricação é especialmente interessante no Brasil, por se tratar de um dos
maiores produtores e consumidores do biodiesel, isso pode ser observado pelos
números de 2013, em que o país produziu mais de 2,7 bilhões de litros de
biodiesel.
As especificações físico-químicas para a qualidade de biodiesel no Brasil são
determinadas pela resolução ANP 07/2008. Também, o biodiesel tem sido cada
vez mais demandado na nação brasileira após a criação de políticas públicas
que exigem um número mínimo de biodiesel presente no diesel comercial, a
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partir do ano de 2019 a quantidade mínima de biodiesel que deveria estar


presente no diesel era de 11% da quantidade total, ou seja, a cada 100 L de
diesel vendido nos postos de gasolina, 11L tinham necessariamente que ser de
biodiesel.
O biodiesel, como dito anteriormente, é uma mistura de ésteres graxos que
atendem certos parâmetros de qualidade. O biodiesel é produzido através da
transesterificação dos óleos vegetais ou animais usando um excesso de álcool e
um catalisador básico. A transesterificação é um processo em que se transforma
um éster carboxílico em outro, em que se substitui o grupo RO- por outro,
proveniente de um álcool.
Após esse processo, formam-se duas fases, uma aquosa contendo glicerol e
outra orgânica, que contém o biodiesel, assim, faz-se necessário a separação
dos compostos e a purificação do biodiesel, essas etapas são determinantes
para que o produto seja de boa qualidade e na certificação dele para o comércio.
Para que elas sejam realizadas eficientemente, é necessário que o profissional
tenha um amplo conhecimento acerca de assuntos como equilíbrio de fases,
termodinâmica, solubilidade, polaridade de moléculas, e outros.
Assim, esse experimento realiza a produção do biodiesel, a separação das fases
mencionadas e por fim a purificação do composto com o uso de óleo de cozinha
e metanol. É interessante observar, por fim, que se utiliza um álcool tóxico, o
metanol enquanto na indústria costuma-se utilizar o etanol,um composto de fácil
obtenção e atóxico, isso se deve ao fato de que o metanol tem um tempo de
reação muito menor que o etanol, assim, para esse procedimento foi preferível o
metanol, pelo tempo disponível para a realização do experimento, e também
foram observados os devidos cuidados ao manusear esse composto.

5. Materiais e reagentes
Materiais:
❖ Provetas
❖ Erlenmeyer
❖ Agitador magnético
❖ Barra magnética
❖ Funil de separação
Reagentes:
❖ Hidróxido de potássio
❖ Metanol
❖ Óleo de cozinha
❖ Solução 0,1 mol/L de HCl
❖ Solução saturada de NaCl
❖ Ditionito de sódio ( Na2S2O4)
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6. Procedimento experimental

Primeiramente, transferiu-se 5 lentilhas de hidróxido de potássio (KOH) para o


erlenmeyer onde se prepararia o biodiesel e adicionou-se 10 mL de metanol com
o auxílio de uma proveta, em seguida colocou-se a barra magnética na solução
e agitou-se a solução com o auxílio do agitador magnético até a completa
dissolução do hidróxido no metanol, em seguida, adicionou-se 25 mL de óleo de
cozinha com o auxílio de uma proveta e agitou-se por mais 30 minutos com o
auxílio do agitador magnético, até a reação do metanol e do óleo estar completa.
Em seguida, transferiu-se o conteúdo para o funil de separação, onde
esperou-se a separação das fases e descartou-se a fase inferior, em seguida,
lavou-se a solução por três vezes consecutivas com o auxílio da solução 0,1
mol/L de HCl, onde a cada lavagem adicionou-se 25 mL do ácido, agitou-se
levemente a solução para não formar emulsão e descartou-se a parte inferior da
solução. Terminada a lavagem com ácido clorídrico, iniciou-se a lavagem com
solução saturada de cloreto de sódio, que também foi feita três vezes, onde a
parte de baixo, que continha metanol era descartada, e a parte de cima, que
continha biodiesel, era mantida no funil para a separação.
Terminadas as separações, transferiu-se o conteúdo do funil para um sistema de
secamento previamente preparado, onde se tinha uma proveta seca, que na
ponta superior detinha um algodão, que serviria para o ditionito não se misturar
com o biodiesel secado, acima do algodão tinha-se um funil contendo o ditionito,
onde foi despejado o biodiesel para o secamento. Deixou-se a solução secando
por volta de três dias, para então se verificar o volume final de biodiesel
produzido.

7. Resultados e discussões
Como foi dito anteriormente, o primeiro passo do experimento foi a
dissolução de lentilhas de KOH em metanol com o auxílio da barra
magnética e do agitador magnético, fez-se isso pois na reação do óleo
com o metanol utiliza-se o OH- como catalisador da reação para a
produção de glicerol e biodiesel, a reação e seu mecanismo será
mostrado mais adiante, mostrando como a base se faz necessária para a
reação do composto.
Em seguida, adiciona-se o óleo de cozinha, que será um dos reagentes
necessários para a formação do biodiesel e do glicerol, são necessários
30 minutos para que o equilíbrio químico seja alcançado, nas imagens a
seguir, é mostrado o mecanismo da reação para a produção de biodiesel:
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É importante ressaltar que nessa reação se utiliza o metanol, um


composto químico tóxico e volátil, enquanto o etanol também cumpriria o
mesmo papel, sendo este, atóxico e de mais fácil obtenção, entretanto,
uma reação utilizando o etanol tem demanda um alto tempo para a
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formação dos produtos, assim, neste experimento, em razão do tempo


disponível, foi preferida a reação com a utilização do metanol, mas em
grandes escalas, costuma-se preferir o etanol, pela sua baixa toxidade,
fácil obtenção, etc.
É notável também que se fazem dois produtos, assim, é necessário a
separação dos mesmos, que foi feita transferindo-se a solução para um
funil de separação, esperou-se separar as fases, onde o biodiesel era a
fase na parte superior e o glicerol ficou na fase inferior, que foi
descartada.
É importante também ressaltar que separavam-se as fases pois o glicerol
é um composto polar, que se dissolve em água enquanto o biodiesel é um
composto apolar, que não se mistura com a fase aquosa, possibilitando
assim a separação por fases.
A seguir, adicionou-se 25 mL de HCl 0,1 mol/L, que serviu para neutralizar
a base KOH e formar mais água, assim, o sal KCl dissolveu-se em água
junto com o glicerol restante, formando assim uma fase aquosa e outra
com o biodiesel, em que a fase aquosa permanecia na parte inferior e o
biodiesel na parte superior, descartou-se a fase aquosa, o procedimento
foi feito três vezes, para que não houvesse glicerol misturado com
biodiesel, e se utilizava um alto volume de ácido para assegurar que toda
a base fosse neutralizada e também para facilitar a separação das fases,
pois a separação com um baixo volume é mais dificultada do que uma
separação com um volume maior.
Em seguida, adicionou-se uma solução saturada de cloreto de sódio
(NaCl) para a lavagem da solução, o procedimento também foi feito três
vezes e com um alto volume de solvente, para facilitar a separação.
Faz-se necessário que a solução seja saturada com sal para aumentar a
capacidade elétrica do sistema, pois se a lavagem fosse feita apenas com
água, sem sal, formaria uma emulsão, assim, com a adição de sal o
sistema não forma nenhum tipo de emulsão e possibilita a separação das
fases, onde a fase aquosa permanecia na parte inferior, juntamente com o
sal NaCl e o glicerol e a parte superior era formada pelo biodiesel.
Por fim, realizou-se uma secagem usando Na2S2O4, para assegurar que
não houvesse água aderida à superfície do biodiesel, o processo tomou
três dias.
Por fim, o volume final de biodiesel obtido foi de aproximadamente 18 mL,
e comparando com o volume inicial de 25 mL de óleo de fritura, o
rendimento da reação foi de 72%, como se observa na seguinte
proporção:
25 mL—100%
18 mL—X %
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X= 72%

8. Conclusão:
Assim, observa-se que foi possível produzir biodiesel a partir de óleo de cozinha,
metanol e base, observa-se também que o rendimento é considerável, também é
possível notar que essa reação é de grande valia para a indústria química, pois o
biodiesel tem grande participação no cotidiano da população, e que os
reagentes usados são relativamente baratos e comuns, assim, a produção de
biodiesel é um mercado vasto e de notável relevância no cenário atual.

9. Referências:
VOLHARDT, PETER; SCHORE, NEIL. QUÍMICA ORGÂNICA: ESTRUTURA E
FUNÇÃO. 6 ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.
LAMPMAN, G. M.; PAVIA, D. L.; KRIZ, G. S.; ENGEL, R. G.; ALENCASTRO, R.
B. Q. Química Orgânica Experimental - Técnicas de Pequena Escala. 2 ed.
ATKINS, P. W; JONES, L. Princípios de química: questionando a vida moderna e
o meio ambiente. Porto Alegre: Bookman, 2013.
Franquito, Keyla Regiane. Blum, Suelen Alflen. PRODUÇÃO DE BIODIESEL E
OBTENÇÃO DE DADOS DE EQUILÍBRIO LÍQUIDO- LÍQUIDO A PARTIR DO
ÓLEO DE CRAMBE (Crambe Abyssinica Hochst). 2016. 56 páginas-
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA DO PARANÁ, PONTA GROSSA 2016.

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