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INSTITUTO FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

CAMPUS DUQUE DE CAXIAS

TÉCNICO EM PETRÓLEO E GÁS

AULA PRÁTICA – PRODUÇÃO DE BIODIESEL

BIOCOMBUSTIVEIS – III PERÍODO

BERNARDO VANNI FARIAS


WESLEY MARQUES
ANDRE LUIZ
ANDRE CASSIANO

Duque de Caxias, junho de 2023


INTRODUÇÃO:

Com o aumento das preocupações com as mudanças climáticas e a busca


por alternativas mais sustentáveis aos combustíveis fósseis, o biodiesel emergiu
como uma opção promissora. Este biocombustível renovável, produzido a partir de
óleos vegetais e gorduras animais, apresenta vantagens ambientais significativas
em comparação com o diesel convencional.
A produção de biodiesel envolve um processo conhecido como
transesterificação, que permite a conversão dos óleos e gorduras em um
combustível limpo e de baixa emissão de poluentes. Essa reação química
transforma os triglicerídeos presentes nos óleos e gorduras em ésteres metílicos ou
etílicos, conhecidos como biodiesel, e em glicerina como subproduto.
Nos últimos anos, os esforços para aprimorar a produção do biodiesel têm se
concentrado na otimização do processo de transesterificação. Pesquisas e avanços
tecnológicos têm buscado desenvolver catalisadores mais eficientes, identificar
matérias-primas alternativas e aprimorar as etapas de purificação do biodiesel,
visando melhorar sua qualidade e viabilidade econômica.
Além disso, a diversificação da matéria-prima utilizada na produção do
biodiesel tem sido explorada. Enquanto inicialmente se baseava em óleos vegetais
convencionais, como soja e girassol, novas fontes de matéria-prima estão sendo
investigadas, incluindo resíduos agrícolas, óleos de microalgas e até mesmo
gorduras de origem animal descartadas pela indústria alimentícia.
Ao analisar os avanços alcançados até o momento e as perspectivas futuras,
torna-se evidente que a produção de biodiesel desempenha um papel fundamental
na transição para uma matriz energética mais sustentável. A busca contínua por
métodos de produção eficientes, a adoção de fontes de matéria-prima sustentáveis e
a implementação de políticas favoráveis são fatores essenciais para o crescimento e
consolidação desse biocombustível.
Neste artigo, examinaremos em detalhes o processo de fabricação do
biodiesel e as etapas envolvidas na transesterificação.
OBJETIVO:

 Fazer biodiesel a partir de óleo de semente de uva com metanol

MATERIAIS E REAGENTES: PRODUÇÃO DE BIODIESEL 

 Chapa de aquecimento 
 Barra magnética
 Óleo de semente de uva 
 Proveta 
 Hidróxido de potássio 
 Metanol
 Béquer 
 Funil
 Termômetro 
 Funil de decantação 
 Ácido clorídrico 
 Viscosímetro
 Banho cinemático 
 Chiller com Etilenoglicol 
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 

Para dar início a prática foi escolhido qual óleo seria usado para fazer o
biodiesel, e se iria utilizar metanol ou etanol. Assim escolheu-se o óleo de semente
de uva e o mon-álcool de cadeia curta escolhido, foi o metanol. Após escolher as
matérias primas que iram ser utilizadas, a pratica sucedeu-se em etapas, sendo a
primeira a criação de uma solução de metanol com hidróxido de potássio. Foi
pesado então 0,7016 g de hidróxido de potássio (KOH) em um béquer de 100 mL e
após fazer a pesagem, adicionou-se 35 mL de metanol, com auxílio de agitação até
completa dissolução do KOH. Nesta etapa, ocorre a formação de uma solução de
metóxido de potássio:

Em seguida em um béquer de 250 mL, adicionou-se 100 mL de óleo de


semente de uva, uma barra magnética e aquecer até 50° a 60° C. Em seguida,
adicionar à solução de metóxido de potássio preparada e agitar por 20 minutos.
Essa parte do processo ocorre a transesterificação, que é um processo químico no
qual os triglicerídeos presentes em óleos vegetais ou gorduras animais reagem com
um álcool, geralmente metanol ou etanol, na presença de um catalisador. Essa
reação resulta na quebra dos triglicerídeos em ésteres metílicos ou etílicos
(biodiesel) e glicerina. Em resumo, é a etapa-chave para a produção de biodiesel,
convertendo os óleos e gorduras em um combustível renovável. Na figura abaixo é
possível ver a reação que ocorre nessa etapa:
Após o processo de transesterificação, transferiu-se a mistura reacional para
um funil de separação e deixar em repouso até a separação completa. Serão
observadas duas fases: a superior que contém o biodiesel e a inferior que contém o
glicerol. Recolher a fase inferior em um béquer de 50ml.
Em seguida, depois da separação do biodiesel e o glicerol, foi medido o pH
demonstrando um pH com caráter básico por conta do catalisador utilizado, o
hidróxido de potássio, assim foi necessário lavar o biodiesel com 10 mL de ácido
clorídrico agitando o funil de decantação aliviando a pressão a cada agitação, é
necessário ter cuidado nessa etapa também, para não formar sabão, por isso a
necessidade de agitar cuidadosamente. Esse processo foi repetido 2 vezes
verificando o pH, até neutralizar o biodiesel totalmente. Após isso foi removido a fase
aquosa que continha o ácido clorídrico em um béquer, para descartar a solução.
Posteriormente a lavagem, é essencial o processo de secagem do biodiesel,
o qual foi posto numa chapa de aquecimento até chegar de 80º a 90º C para
remover os álcoois, assim apresentando um aspecto límpido e uma coloração
amarelada.

RESULTADO E DISCUSSÕES 
Após a conclusão do procedimento experimental para a produção de biodiesel a
partir do óleo de semente de uva, foram obtidos os seguintes resultados e
observações:
Formação da solução de metóxido de potássio: A adição de 0,7016 g de
hidróxido de potássio (KOH) em 35 mL de metanol resultou na formação de uma
solução de metóxido de potássio. Essa solução atua como catalisador na reação de
transesterificação, permitindo a quebra dos triglicerídeos presentes no óleo de
semente de uva.
Transesterificação e separação de fases: Após a adição da solução de
metóxido de potássio ao óleo de semente de uva aquecido, ocorreu a reação de
transesterificação, resultando na formação de ésteres metílicos (biodiesel) e
glicerina. A mistura reacional foi então transferida para um funil de separação, onde
ocorreu a separação em duas fases distintas. A fase superior contém o biodiesel,
enquanto a fase inferior contém a glicerina.
Lavagem com ácido clorídrico: O biodiesel obtido apresentou um pH básico
devido à presença do catalisador hidróxido de potássio. Para neutralizar o biodiesel
e remover possíveis impurezas, foi realizada uma lavagem com 10 mL de ácido
clorídrico, agitando o funil de decantação com cuidado para evitar a formação de
sabão. Esse processo de lavagem foi repetido duas vezes, verificando o pH até que
o biodiesel se tornasse neutro.
Secagem do biodiesel: Após a lavagem, o biodiesel foi submetido ao
processo de secagem. O biodiesel foi aquecido em uma chapa de aquecimento até
atingir uma temperatura entre 80°C e 90°C, o que permitiu a remoção dos resíduos
de álcool presentes no biodiesel. Esse processo resultou em um biodiesel com
aspecto límpido e uma coloração amarelada.
Ao analisar os resultados obtidos, é possível observar que o procedimento
experimental seguido permitiu a obtenção de biodiesel a partir do óleo de semente
de uva. A transesterificação ocorreu efetivamente, convertendo os triglicerídeos em
ésteres metílicos (biodiesel) e glicerina. A separação das fases e a lavagem com
ácido clorídrico foram eficazes na remoção de impurezas e na neutralização do
biodiesel. O processo de secagem resultou em um biodiesel com características
desejáveis, como aspecto límpido e coloração amarelada.
No entanto, é importante ressaltar que a qualidade do biodiesel produzido
pode ser influenciada por diversos fatores, como a qualidade da matéria-prima, o
teor de água presente nos reagentes, a eficiência do catalisador utilizado e as
condições de reação. Portanto, para obter um biodiesel de alta qualidade, é
fundamental realizar análises adicionais, como determinação do teor de ésteres, teor
de glicerina residual, perfil de ácidos graxos, entre outros.
Além disso, vale destacar que o processo descrito é apenas um exemplo de
produção de biodiesel, e existem outras metodologias e variações que podem ser
exploradas para otimizar a produção e a qualidade do biodiesel.
No final da pratica foi realizado dois testes de qualidade de viscosidade e o
ponto de fluidez. Para fazer o teste de viscosidade foi usado o banho cinemático a
40°C com um capilar de 100, foi posto 8 mL do biodiesel nesse capilar e foi feito a
cronometragem três vezes. para pegar e fazer uma média para multiplicar com a
constante do capilar, esse cálculo deu 4,7576, ou seja, está de acordo com a norma
de especificação da ANP.
Já o ponto de fluidez, que é a temperatura mais baixa na qual um fluido, como
o biodiesel, começa a apresentar dificuldade em fluir devido ao aumento da
viscosidade. É uma propriedade importante a ser considerada, pois afeta
diretamente a capacidade de uso do fluido em baixas temperaturas, principalmente
em aplicações como combustíveis para veículos e climas frios. Nesse teste foi
utilizado um chiller com etilenoglicol dentro para chegar em temperaturas negativas,
foi mergulhado o biodiesel no etilenoglicol três vezes contando três minutos, foi
observado então que no primeiro mergulho o biodiesel chegou a -10°C e continuava
a fluir, na segunda vezes o biodiesel chegou a -11°C ainda fluindo e na terceira e
última vez o biodiesel parou de fluir em -12°C, ou seja, seu ponto de fluidez está
entre -10° e -11°C, assim estando de acordo com a ANP também.

REFERENCIAS:

https://www2.ufpel.edu.br/enpos/2012/anais/pdf/CE/CE_00270.pdf

Rossi, E. de, & Santos, K. G. dos. (2014). Óleo de uva para produção de
biodiesel. Revista Monografias Ambientais, 13(2), 3139–3145.
https://doi.org/10.5902/2236130812288

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