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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

CAMPUS CABO FRIO 


ESTUDO DIRIGIDO - 2020.2
BIOCOMBUSTÍVEIS E ENERGIAS ALTERNATIVAS

BIODIESEL

Aluna: Caroline de Andrade Moreira


Matrícula: 201301034223
BIODIESEL

O biodiesel é um combustível natural usado em motores diesel, produzido


através de fontes renováveis, que atende as especificações da Associação Nacional
do Petróleo (ANP).

Com uma definição mais estendida o biodiesel é um combustível renovável


derivado de óleos vegetais, gordura animal ou residual, usado em motores a diesel em
qualquer concentração de mistura com o diesel, produzido através de um processo
químico que remove a glicerina do óleo.

O Biodiesel é uma alternativa aos combustíveis derivados do petróleo e pode


ser usado em carros ou em qualquer outro veículo com motor diesel.

É um combustível que emite menos poluente que o diesel. O biocombustível


vêm sendo testado atualmente em várias partes do mundo. Países como Argentina,
Estados Unidos, Malásia, Alemanha, França e Itália já produzem biodiesel
comercialmente, estimulando o desenvolvimento da escala industrial.

O biodiesel contribui para a redução de 78% (setenta e oito por cento) de


dióxido de carbono, 98% (noventa e oito por cento) de enxofre e 53% (cinqüenta e três
por cento) de monóxido de carbono. (PENIDO, 2005.)

As misturas entre o biodiesel e o diesel mineral é conhecida pela letra B, mais


o número que corresponde a quantidade de biodiesel na mistura, por exemplo, se uma
mistura tem 5% de biodiesel é chamada de B5, se tem 20% de biodiesel é B20.
Atualmente nos postos em todo o Brasil é comercializado o B3.

A utilização do biodiesel puro ainda esta sendo testada, se for usado só


biodiesel sem misturar com o diesel mineral, vai se chamar B100.

VANTAGENS E DESVANTAGENS DO USO DE BIODIESEL

 VANTAGENS

De acordo com a Revista Biodiesel (2007 / 2008) por ser uma fonte limpa e
renovável de energia o biodiesel vai gerar emprego e renda para o campo, pois o país
abriga o maior território tropical do planeta, com solos de alta qualidade que permitem
uma boa agricultura.

Temos no Brasil muitas terras cultiváveis que podem produzir uma enorme
variedade de oleaginosas, principalmente nos solos menos produtivos, com um baixo
custo e que servem de matéria-prima para a produção de biodiesel. Com isso, o
trabalhador se sente seguro no campo, reduzindo o inchaço das grandes cidades e
favorecendo o ciclo da economia auto-sustentável essencial para a autonomia do país.
O biodiesel é um ótimo lubrificante que pode aumentar a vida útil do motor. O
risco de explosão é muito baixo pois o biodiesel precisa de uma fonte de calor acima
de 150°C para que a explosão ocorra, com isso torna fácil e seguro o transporte e
armazenamento do produto.

O efeito estufa, deixa nosso planeta mais quente, devido ao aumento de


Dióxido de Carbono (CO2) na atmosfera (para cada 3,8 litros de gasolina que um
automóvel queima, são liberados 10kg de CO2 na atmosfera). A queima de derivados
de petróleo contribui para o aquecimento do clima global por elevar os níveis de CO2
na atmosfera. O biodiesel permite que se estabeleça um ciclo fechado de carbono no
qual o CO2 é absorvido quando a planta cresce e é liberado quando o biodiesel é
queimado na combustão do motor.

O uso do biocombustível proporciona ganho ambiental para todo o planeta,


pois colabora para diminuir a poluição e o efeito estufa. Por ser constituído de carbono
neutro as plantas capturam todo o CO2 emitido pela queima do biodiesel e separam o
CO2 em carbono e oxigênio, neutralizando a emissão de gases poluentes no
ambiente. A cada 1 tonelada de biodiesel usado corresponde a uma redução de 2,5
toneladas de CO2 emitidos na atmosfera. (REVISTA BIODIESEL, 2008).

Por ser um produto natural e biodegradável, surgem problemas de degradação


natural.

Os óleos vegetais usados na produção do biodiesel podem ser obtidos de


qualquer oleaginosa, também podem ser utilizados qualquer tipo de gordura animal e
gorduras residuais.

Resumidamente, o biodiesel é uma alternativa econômica, tem a vantagem de


ser confiável e renovável, protege o nosso meio ambiente e fortalece a economia do
país gerando mais empregos. Ao utilizar biodiesel estaremos utilizando qualidade.

 DESVANTAGENS

De acordo com estudos os grandes volumes de glicerina gerados na produção


de biodiesel não possuem mercado certo para absorverem 100% dessa geração,
apesar da glicerina ser utilizada em vários segmentos ainda não é o suficiente para
utilizar tudo o que é gerado.

Hoje, para ser totalmente aproveitada no mercado a glicerina precisaria ser


ofertado a preços muito inferiores aos atuais e com isso todo o mercado de 36 óleo-
químico poderia ser afetado. Porém ainda não há uma visão clara sobre os possíveis
impactos potenciais desta oferta de glicerina.

Outro fator importante é que no Brasil e na Ásia, lavouras de soja e dendê,


cujos óleos são fontes potencialmente importantes de biodiesel, estão invadindo
florestas tropicais, que são importantes bolsões de biodiversidade. Embora, aqui no
Brasil, essas lavouras não tenham o objetivo de serem usadas como principal fonte de
matéria-prima para o biodiesel, essa preocupação deve ser considerada.
Estudos estão sendo realizados por empresas e cientistas para novas
Aplicações dessa glicerina gerada da produção de biodiesel. Espera-se que
futuramente as empresas tenham alternativas de uso do produto.

A TRANSFORMAÇÃO EM COMBUSTIVEL

Os procedimentos relativos á preparação da matéria-prima para a sua


conversão em biodiesel visa criar as melhores condições para a efetivação da reação
de transesterificação, com a máxima taxa de conversão. Em principio é necessário
que a matéria-prima tenha o mínimo de umidade e de acidez. Isso é possível
submetendo a um processo de neutralização, através de uma lavagem com uma
solução alcalina de hidróxido de sódio ou de potássio, seguida de uma operação de
secagem ou desumidificação. As especificidades do tratamento depende da natureza
e condições da matéria graxa empregada com matéria-prima.

A reação de transesterificação é a etapa da conversão, propriamente dita, do


óleo ou gordura, em ésteres metílicos ou etílicos de ácidos graxos, que constitui o
biodiesel.

Equação química simplificada para demonstrar a reação de transesterificação.

A primeira equação química mostra que quando se utiliza o metanol ( álcool


metílico ) como agente de transesterificação, obtém - se, portanto, como produto, os
ésteres metílicos que constituem o biodiesel e o glicerol (glicerina).

A segunda equação envolve o uso de etanol ( álcool etílico), como agente de


transesterificação, resultando como produto o biodiesel ora representado por ésteres e
o glicerol.

Sob o ponto de vista objetivo, as reações químicas são equivalentes, uma vez
que os ésteres metílicos e os ésteres etílicos possuem propriedades equivalentes
como combustível, sendo ambos, considerados biodiesel.

As duas reações na presença de um catalisador, o qual pode ser empregado o


Hidróxido de Sódio (NaOH) ou Hidróxido de Potássio (KOH), usados em pequenas
proporções. A diferença entre eles, com respeito aos resultados na reação, é muito
pequena. No Brasil o hidróxido de sódio é muito mais barato do que o hidróxido de
potássio. Pesando as vantagens e desvantagens é muito difícil decidir, genericamente,
o catalisador mais recomendado, e dessa forma, por prudência, essa questão deverá
ser remetida para o caso a caso.
No Brasil, a rota etílica, tem sido a preferência em virtude da oferta desse
álcool, de forma disseminada em todo o território nacional. Assim, os custos
diferenciais de fretes, para o abastecimento de etanol versus o abastecimento de
metanol, em certas situações, possam influenciar a decisão.

Sob o ponto de vista ecológico o uso do etanol leva vantagens sob o metanol,
quando este álcool é obtido a partir de derivados do petróleo, no entanto é importante
lembrar que o metanol pode ser produzido a partir da biomassa ou da petroquímica
oriunda de reações químicas, quando essa suposta vantagem ecológica pode
desaparecer. Em todo o mundo o biodiesel tem sido obtido via metanol.

Na separação das fases, após a reação de transesterificação que converte a


matéria graxa em ésteres (biodiesel), a massa reacional final é constituída de fases,
separáveis por decantação ou por centrifugação.

A fase mais pesada é composta de glicerina bruta impregnada dos excessos


utilizados de álcool, de água e de impureza inerentes a matéria-prima.

A fase menos densa é constituída de uma mistura de ésteres metílicos ou


etílicos, conforme a natureza do álcool originalmente adotado também impregnado de
excessos reacionais de álcool e de impurezas.

Na recuperação do álcool da glicerina, a fase pesada, contendo água e álcool,


é submetida a um processo de evaporação, eliminando-se da glicerina bruta esses
constituintes voláteis, cujos vapores são liquefeitos num condensador apropriado.

Na recuperação do álcool dos ésteres, da mesma forma, mas separadamente,


o álcool residual é recuperado da fase mais leve, liberando para as etapas seguintes
os ésteres metílicos ou etílicos.

Na desidratação do álcool os excessos residuais, após o processo de


recuperação, contêm quantidades significativas de água, necessitando de uma
separação. A desidratação do álcool é feita normalmente por destilação.

No caso da desidratação do metanol, a destilação é muito simples e fácil de ser


conduzida, uma vez que a volatilidade relativa dos constituintes dessa mistura é muito
grande e ademais, inexistente o fenômeno da azeotropia - mistura de duas ou mais
substâncias que, a uma certa composição, possui um ponto de ebulição constante e
fixo, como se fosse uma substância pura - para dificultar a completa separação.

Diferentemente, a desidratação do etanol, complica-se em razão da azeotropia,


associada a volatilidade relativa não tão acentuada como é o caso da separação da
mistura metanol – água.

Durante a purificação dos ésteres os mesmos deverão ser lavados por


centrifugação e desumidificados posteriormente, resultando finalmente o biodiesel, o
qual deverá ter suas características enquadradas nas especificações das normas
técnicas estabelecidas para o biodiesel como combustível para uso em motores do
clico diesel.
Durante a destilação da glicerina, toda a glicerina bruta, emergente do
processo, mesmo com suas impurezas, constitui um sub-produto vendável. No
entanto, o mercado é muito mais remunerador a comercialização da glicerina
purificada, quando o seu valor é realçado.

A purificação da glicerina bruta é feita por destilação a vácuo, resultando um


produto límpido e transparente, denominado comercialmente de glicerina destilada.

OS IMPACTOS DO BIODIESEL NO AMBIENTE E AGRICULTURA

 MEIO AMBIENTE

Estudos indicam os males do efeito estufa e o uso de combustíveis de origem


fóssil tem sido apontado como o principal responsável por isso. Melhorar as condições
ambientais, sobretudo nos grandes centros metropolitanos, significa também melhorar
a qualidade de vida da população e evitar gastos dos governos e dos cidadãos no
combate aos males da poluição.

A comunidade Européia, os Estados Unidos e diversos outros países vêm


estimulando a substituição do petróleo por combustíveis de fontes renováveis,
incluindo principalmente o biodiesel, diante de sua expressiva capacidade de redução
da emissão de poluentes e de diversos gases causadores do efeito estufa.

A atenção ao meio ambiente é uma das formas mais eficazes de projetar o


nome de um país no cenário internacional, diante da visibilidade e da importância
crescente do tema ambiental. Além disso, a produção de biodiesel possibilita pleitear
financiamentos internacionais em condições favorecidas, no mercado de créditos de
carbono, sob o MDL, previsto no Protocolo de Kyoto.

 AGRICULTURA

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e o Fundo das


Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) apresentaram dados que
revelam que aproximadamente 85% do total de propriedades rurais do pais pertencem
a grupos familiares. São 13,8 milhões de pessoas que têm na atividade agrícola
praticamente sua única alternativa de vida, em cerca de 4,1 milhões de
estabelecimentos familiares, o que corresponde a 77% da população ocupada na
agricultura.

Propagado em todo o mundo pelo governo brasileiro como exemplo de


sucesso, o Programa Nacional do Biodiesel vai injetar pelo menos R$ 369 milhões na
agricultura familiar até 2007. Esses recursos vão beneficiar 205.471 agricultores
familiares que têm contratos de venda da matéria-prima para as usinas produtoras de
biodiesel.

Ao mesmo tempo em que colocará dinheiro nas mãos calejadas de quem


planta mamona no semi-árido, o programa do novo combustível também permitirá a
redução da importação de óleo diesel em cerca de R$ 320 milhões no mesmo período.
Ou seja, recursos que iriam para megaempresas estrangeiras de petróleo ficarão no
Brasil, parte deles com os pobres do campo.

O grande mercado energético brasileiro e mundial poderá dar sustentação a


um imenso programa de geração de emprego e renda a partir da produção do
biodiesel. A produção de oleaginosas em lavouras familiares faz com que o biodiesel
seja uma alternativa importante para a erradicação da miséria no país.

MATÉRIAS-PRIMAS PARA BIODIESEL

As matérias-primas que podem ser utilizadas na produção de biodiesel são


provenientes de derivados de óleos vegetais, gordura animal e gorduras residuais.
Óleos vegetais e gorduras residuais são basicamente compostos de triglicerídeos,
ésteres de glicerol e ácidos graxos. Os termos monoglicerídeo e diglicerídeo referem-
se ao número de ácidos que cada um possui. No óleo de soja, o ácido predominante é
o ácido oléico, no óleo de babaçu é o ácido laurídico e no sebo bovino, o ácido
esteárico.

 MATÉRIAS-PRIMAS DERIVADAS DE ÓLEO VEGETAL

O Brasil apresenta condições inigualáveis para o plantio de oleaginosas com


propósito de produzir biodiesel, com profundas repercussões sociais, ambientais e
econômicas.

Entre as culturas, duas são destaques, a da mamona (Ricinus comunis) e o


dendê (Elaesis guineensis) as quais foram escolhidas para o programa de selo verde.

Qualquer óleo vegetal pode ser usado, desta forma podemos citar ainda o
amendoim (Arachis hypogaea L.), o babaçu (Orbignya martiana), o algodão
(Gossypium herbaceum), o pequi (Caryocar brasiliense), o buriti (Mauritia vinifera), a
macaúba (Acrocomia sclerocarpa), mais recentemente o Pinhão manso (jatropha
curcas) entre outras.

a) Mamona: a cultura da mamona se adapta muito bem ao clima semiárido. O


óleo de mamona tem aproximadamente 90% de ácido rícino oléico. Para
uso como biodiesel destaca-se pelo índice de lubricidade, elevada
estabilidade térmica, maior teor de oxigênio que os demais, índice de
insaturação moderado e a não utilização na indústria alimentícia.
b) Dendê: o óleo de dendê ou palma também pode ser usado para outras
finalidades: cosméticos, sabão, sabonetes, velas, produtos domissanitários,
farmacêuticos, lubrificantes, dentre muitas outras. O biodiesel desse óleo
esta sendo feito no Brasil dos ácidos graxos livres obtidos na extração e
refino.
c) Pinhão manso: pode ser considerado uma das mais promissoras
oleaginosas para substituir o diesel de petróleo, pois as amêndoas podem
gerar de 50 a 52% de óleo depois de extraído com solventes e 32 a 35%
em caso de extração por expressão. Seu óleo é empregado na fabricação
de sabão e tinta. Além disso, a torta que resta é um fertilizante rico em
nitrogênio, potássio, fósforo e matéria orgânica, porém, pela substância
tóxica presente não pode ser utilizada para alimentação animal. A casca
dos pinhões pode ser usada como carvão vegetal e matéria-prima na
fabricação de papel.
d) Girassol: é indicado para produção de biodiesel pela excelente qualidade
do óleo extraído de sua semente. É considerado um cultivo rústico que se
adapta facilmente às condições climáticas pouco favoráveis, além disso, é
uma cultura econômica e que não requer manejo especializado, sendo
preferencialmente recomendado para as regiões Sudeste e Sul do Brasil.
e) Nabo forrageiro: é uma planta da família das Crucíferas, muito utilizada
para adubação verde no inverno, rotação de culturas e alimentação animal;
f) Algodão: a quantidade de óleo extraído da semente do algodão é em torno
de 12-15% e é considerada baixa em relação a outras oleaginosas. Por
outro lado, para os produtores de algodão ela pode representar economia
uma vez que o biodiesel produzido seja para consumo na fazenda. O óleo
bruto pode apresentar acidez elevada, além da presença do gossipol o que
dificulta a obtenção do biodiesel, porém é considerado a mais importante
das fibras têxteis, naturais ou artificiais, é também a planta de
aproveitamento mais completo e que oferece os mais variados produtos de
utilidade;
g) Soja: liderou a implantação de uma nova civilização no Brasil central,
levando o progresso e o desenvolvimento para a região despovoada e
desvalorizada, fazendo brotar cidades no cerrado;
h) Babaçu: o óleo de babaçu produz um biodiesel de excelente qualidade
devido a sua composição de ácidos graxos saturados. Com elevado índice
de cetano, baixa viscosidade, densidade semelhante ao diesel e ponto de
fulgor superior a 100. Destaca-se entre as palmeiras encontradas em
território brasileiro pela peculiaridade, graça e beleza da estrutura que lhe é
característica, chegando a atingir entre 10 a 20 metros de altura;
i) Palma: possui um cultivo perene pois só começa a produzir frutos a partir
de 3 anos, depois de semeada, tem uma vida econômica entre 20 a 30
anos;
j) Tungue: é nativo da Ásia, onde é cultivado predominantemente na China.
Tung significa na língua chinesa coração, nome inspirado no formato das
folhas dessa planta;
k) Amendoim: é uma planta originária da América do Sul com provável centro
de origem na região de Gran Chaco, incluindo os vales do Rio Paraná e
Paraguai. A difusão do amendoim iniciou-se pelos indígenas para as
diversas regiões da América Latina, América Central e México. A
importância econômica do amendoim está relacionada ao fato das
sementes possuírem sabor agradável e serem ricas em óleo
(aproximadamente 50%) e proteína (22% a 30%).

 MATÉRIAS-PRIMAS DERIVADAS DE GORDURA ANIMAL

Entre as matérias-primas derivadas de gorduras animais, destacam-se:


a) Sebo bovino: é uma gordura de origem animal extraída do gado bovino;
b) Óleo de peixe: é um óleo de origem animal extraído de peixes marinhos que
habitam águas profundas e frias;
c) Óleo de mocotó: também conhecido como óleo de tutano que é um óleo
também de origem bovina, porém é extraído da tíbia – canela - do boi;
d) Banha de porco: é uma gordura de origem animal extraída de porcos.

Esses são alguns exemplos dos principais tipos de gordura animal com grande
potencial para a produção de biodiesel.

PROCESSO DE PRODUTIVO

O processo produtivo do biodiesel na Brasbiodiesel é obtido através da reação


de transesterificação.

A transesterificação é conhecida também por alcoólise – reação de uma


gordura ou óleo com um álcool para formar ésteres e glicerol.

Tudo começa com a entrada do sebo na unidade. Na preparação da matéria-


prima para sua transformação em biodiesel visa-se obter condições favoráveis para a
reação de transesterificação, para assim alcançar a maior taxa de conversão possível.

A Brasbiodiesel exige de seus fornecedores que a matéria-prima esteja nas


condições ideais para a fabricação de biodiesel, a empresa realiza testes de umidade
e acidez na matéria-prima comprada, onde a umidade padrão, pode chegar no
máximo em 0,2% e a acidez em 5%, porém quando a mesma não atinge os padrões
de acidez e umidade exigidos, a empresa entra em contato com o fornecedor e propõe
uma redução no valor da compra, uma vez que os custos de produção com esta
matéria-prima fora de padrão, serão maiores, pois a mesma terá que passar pelo
processo de deacidificação e redução do percentual de acidez.

Caso o fornecedor não aceite reduzir o valor a empresa rejeita a matéria-prima,


que é devolvida para o mesmo. As análises e o procedimento são os mesmos para
qualquer matéria-prima que a empresa venha a adquirir. No quadro abaixo vemos as
especificações do sebo.
Para reduzir a acidez da matéria-prima faz-se a lavagem da mesma com
solução alcalina de hidróxido de sódio ou de potássio. Esse processo é denominado
saponificação parcial, onde ocorre a saponificação dos ácidos graxos livres presentes
no sebo formando uma borra, que posteriormente é separada.

A matéria-prima passa por uma lavagem com salmora. Esse processo é


realizado dentro de misturadores. A neutralização pode ser realizada com solução e a
desumidificação é feita através do processo de secagem. Esses processos variam de
acordo com as características de cada produto.

Após esta parte de inspeção a matéria-prima passa por um processo de


desumidificação, é neste processo que podemos constatar os problemas na qualidade
do produto, na sequência é decodificado gerando assim o sebo neutro. Nesta etapa
são gerados os co-produtos, o ácido graxo e sebo neutro. O ácido graxo é
comercializado para outros mercados.

O sebo neutro é bombeado juntamente com um álcool chamado de metanol e


um catalisador chamado metilato, daí seguem para três reatores em série onde é
realizada a conversão do produto.

Em seguida, o produto passa por um decantador para que seja realizada a


separação da glicerina e o excesso de álcool recuperado. Após a separação da
glicerina a mesma é purificada e estocada. O excesso de álcool recuperado passa por
um processo de desidratação e retorna para o processo.

Nesta etapa o produto ainda não é chamado de biodiesel e sim de metiléster


ou éster metílico. Em seguida é lavado, centrifugado, passa por um processo de
secagem e segue para os tanques de estocagem. Aqui sim temos o biodiesel pronto.

A transesterificação é uma reação reversível e ocorre essencialmente pela


mistura dos reagentes. A presença de um catalisador (um ácido ou uma base forte)
acelera a conversão. Assim, seu rendimento depende do deslocamento do equilíbrio
em favor dos ésteres.

Através da otimização de parâmetros como a temperatura, a agitação, a


concentração de catalisador em relação ao óleo e, principalmente, a razão molar
álcool/óleo pode-se obter maiores rendimentos.

A figura abaixo representa o processo de transesterificação, que independente


da matéria-prima que a empresa queira utilizar na produção de biodiesel o processo
de transesterificação será o mesmo, o diferencial estará nas características do produto
final.
Fluxograma do processo de produção de biodiesel

Todo o processo de transesterificação normalmente é sequência de três etapas


consecutivas que são reações reversíveis. Na primeira etapa, dos diglicerídeos
originados dos triglicerídeos são obtidos os monoglicerídeos na segunda etapa que,
por sua vez, na última etapa, dos monoglicerídeos originase a glicerina. Em todas as
reações são produzidos ésteres. A relação estequimétrica entre o álcool e o óleo é de
3:1. Entretanto, um excesso do álcool é geralmente utilizado para favorecer o produto
desejado.

Quando o sebo é utilizado na produção conseguimos obter co-produtos além


do biodiesel, durante e após o processo de transesterificação.

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