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ETANOL
Após a virada do século 21, o petróleo, insumo a partir do qual a maior parte do
mundo depende para ter suas economias funcionando, pois é matéria prima de
combustíveis e de diversos insumos químicos, vem apresentando um aumento
significativo em sua cotação real.
O Brasil é um dos poucos países que tem uma alternativa que substitua, em
parte, o petróleo e seus derivados, diminuindo o peso que esta commodity apresenta
para sua matriz energética. No decorrer dos últimos quarenta anos, o país vem
desenvolvendo tecnologias para produzir combustíveis renováveis, os
biocombustíveis, dos quais o mais conhecido e usado é o etanol.
O QUE É O ETANOL
Existe ainda um consumo indireto de etanol, por meio do etanol anidro que é
misturado na gasolina pura (Gasolina A) para compor a Gasolina C, disponível nos
postos. Até 2018 o percentual estabelecido em lei para a mistura é de 73% de
Gasolina A e 27% de etanol anidro. O RenovaBio, programa do governo para o setor
de transportes, propõe o aumento desse percentual para 30% até 2022 e 40% até
2030.
UTILIDADES
ESPECIFICAÇÕES DO ETANOL
Para poder ser comercializado em suas mais diversas formas, o etanol passa
por uma série de testes que verificam sua qualidade, permitindo que ele seja utilizado
de forma saudável e seguro. Esses pré-requisitos que o etanol precisa ter para ser
comercializado são chamados de especificações, que variam conforme a utilização de
cada álcool. Cada produto possui um tipo próprio de especificação, regulada por
alguma entidade da área de cada mercadoria.
Álcool hidratado
O álcool hidratado é o álcool misturado com água, vendido nos postos como
etanol combustível. Para poder ser comercializado, a ANP estabelecee vários critérios
de qualidade ao produto.
Esse mesmo método é utilizado para a certificação da qualidade de sua cor. Sendo o
etanol hidratado uma mistura feita basicamente de álcool e água, ele não possui
coloração, precisando ser transparente.
Em relação à massa específica (densidade) do etanol hidratado, ele precisa ter entre
807,6 a 811,0 Kg/m³, levando-se em conta a temperatura de 20º C. Caso o etanol
atinja uma marca de 799,8 a 802,7 kg/m³, ele poderá ser vendido como etanol
hidratado premium, desde que atenda aos outros pré requisitos e possua uma
excelência também em relação ao teor alcoólico.
Já o teor alcoólico do etanol hidratado estipulado pelo ANP precisa ser entre 95,1 e 96
º GL, (unidade de medida equivalente à porcentagem de álcool na mistura). Em
relação à massa alcoólica, ela precisa ter entre 92,5 e 93,8% da massa total do etanol
hidratado. O etanol será considerado premium caso, além da baixa densidade, tenha
entre 95,5 e 97,7% da massa e 97,1 a 98,6% de volume quando ele for importado,
distribuído ou revendido.
Com relação ao PH, ele precisa estar entre 6 ou 8, ou seja, não pode ser nem muito
básico nem muito ácido, permanecendo neutro.
Outro item que a ANP especifica é o limite mínimo de álcool e o máximo de água na
mistura entre os dois. O mínimo de etanol que a mistura precisa ter é entre 94,5% de
volume, enquanto a água pode ser de no máximo 4,9%.
Álcool anidro
O álcool anidro, também conhecido por álcool absoluto, é aquele que possui
quase 100% de etanol puro. Como combustível, ele é comercializado misturado à
gasolina, com intuito de melhorar o rendimento e diminuir os índices de poluição, em
uma mistura que no Brasil pode chegar em até 20%. O etanol anidro também possui
controle de qualidade, previstos no Regulamento Técnico ANP nº3/2011.
Da mesma forma que o etanol hidratado, o anidro precisa ser límpido e livre de
impurezas, porém ele se diferencia em relação à sua cor. Com o intuito de diferenciá-
los, é preciso ser adicionado à mistura um pigmento de coloração laranja ao álcool
anidro. A ANP também regula o tipo de pigmento a ser adicionado, que precisa, entre
outras coisas, ser solúvel em etanol e insolúvel em água.
A densidade do álcool anidro tem que ser de no máximo 791,5 Kg/m³, não
havendo especificação de um limite mínimo. A medida desse quesito também é em
relação à temperatura de 20 ºC.
Sobre a proporção de álcool, ele precisa ter um teor alcoólico de no mínimo de
99,6%, se tornando praticamente álcool puro, com massa mínima de 99,3%. O teor de
etanol puro também é bem rigoroso, com um mínimo de 98%, enquanto a água pode
ter no máximo 0,4%. Caso o álcool anidro possua mais que 0% de hidrocarbonetos e
menos que o limite permitido de 3%, o teor de etanol puro não será avaliado.
Especificações comuns
Além da mistura de etanol puro com água, são tolerados nos combustíveis
alguns minerais e outras substâncias, que só podem estar presentes em
pequeníssimas quantidades.
O limite dos minerais cloreto, sulfato, ferro e sódio são especificados somente
quando o agente econômico importa o etanol, o que não o isenta de continuar
seguindo a recomendação nos outros ciclos econômicos do combustível. Em relação
ao cloreto, a medida só é válida em casos de importação por transporte marinho. Os
limites permitidos, em miligramas por kilogramas, são 1 para cloreto, 4 para sulfato, 5
para ferro e 2 para o sódio.
PROÁLCOOL
Para agravar ainda mais, durante a década de 1990, houve a redução do preço
do barril de petróleo. Esse fato fez com que a diferença entre a gasolina e o álcool
diminuísse. Os usineiros passaram a destinar a produção de açúcar para o mercado
internacional, pois o mercado interno tornou-se menos lucrativo. Todos esses
aspectos contribuíram para que os consumidores e fabricantes de veículos voltassem
a priorizar automóveis movidos à gasolina.
Redução de Poluentes
Em todo o ciclo do combustível o etanol lança menos C02 à atmosfera pelo fato
dele ser extraído da cana-de-açúcar. Durante a fotossíntese, as plantas absorvem o
gás carbônico da atmosfera, acarretando que quase todo o gás seja absorvido pela
própria cana. Em combustíveis fósseis, é lançado o CO2 extraído da terra (petróleo),
ocasionando um aumento do teor desse gás presente na atmosfera.
Sustentabilidade
Bioeletricidade
Um outro grande benefício do etanol é que sua produção também gera outras
fontes de energia. O bagaço e a palha, substratos da cana-de-açúcar com enorme
poder de calorífico, produzem vapor que é transformado em energia térmica, mecânica
e elétrica, chamada de bioeletricidade devido a sua matéria prima ser produtos
orgânicos. A eletricidade é utilizada para abastecer a própria usina (que chegam a
quase 100% de auto sustentabilidade) e seu excedente pode ser vendido ao sistema
elétrico brasileiro.