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emissões veiculares
Rosseto et al. (2017) afirmam que a alta produtividade do milho, uso de tecnologias
avançadas e redução dos custos de produção, colocarão o etanol de milho como um
complemento expressivo na oferta de biocombustíveis no Brasil. Ressaltam, porém que
o processo de fabricação de etanol para essa fonte necessita ainda de investimentos e
domínio das tecnologias que envolvem todo o processo, principalmente para que o
balanço energético se torne ambientalmente viável.
Historicamente, a utilização do etanol como biocombustível no Brasil se deu no
início da década de 1930. O Decreto nº 19.717, de 20 de fevereiro de 1931 estabeleceu a
aquisição obrigatória de álcool, na proporção de 5% da gasolina importada, a saber:
Art. 1º A partir de 1 de julho do corrente ano, o pagamento dos direitos de importação de gasolina
somente poderá ser efetuado, depois de feita a prova de haver o importador adquirido, para adicionar à
mesma, álcool de procedência nacional, na proporção mínima de 5% sobre a quantidade de gasolina que
pretender despachar, calculada em álcool a 100%. Até 1 de julho do 1932, tolerar-se-á a aquisição de
álcool de grau não inferior a 96 Gay Lusac a 15º C., tornando-se obrigatória, dessa data em diante, a
aquisição de álcool absoluto (anhydro), BRASIL(1931).
Analisando dados da evolução da produção da cana de açúcar ao longo dos anos até
2016, bem como da de produção de automóveis por tipo de combustível no Brasil,
BUNDE (2020) destaca que não basta que alguns estados, especialmente do Centro-Sul,
considerados os maiores produtores de etanol hidratado tenham elevado número de
veículos flex para se explicar o elevado consumo do combustível. Pontua que se esses
estados não tivessem tornado o etanol competitivo à gasolina tipo C, a partir de políticas
de redução de ICMS, a produção e o consumo não teriam ocorrido da seguinte forma:
São Paulo concentra 36,8% da frota total de veículos no Brasil, 54,6% da produção total
de etanol anidro e 59,3% de etanol hidratado, e consome 58,3% do total de etanol
produzido no país. BUNDE (2020) acrescenta que esta territorialização se deu devido a
políticas de proteção ao setor, especialmente pelos governos estaduais e pondera que a
(re)estruturação do setor sucroenergético está relacionada as políticas de Estado.
Segundo a ANFAVEA 2020, em sua série histórica, o Brasil teve em 1986, ano de
criação do Proconve, 675.353 veículos leves licenciados, sendo 76% movidos a etanol e
24% a gasolina. Na década de 1980, no período de implantação das políticas voltadas ao
meio ambiente, o Brasil e grande parte do mundo sofriam com o aumento do valor do
petróleo. Em 2020, existiam 1.615.942 veículos leves licenciados, sendo 15,08% movidos
a gasolina e 84,92% flex.
Segundo Souza (2018) a função indutora dos tributos é um dos recursos que o
Estado dispõe para atuar reduzindo desigualdades, sejam sociais ou regionais, intervindo
no domínio econômico ou em categorias profissionais. Os incentivos fiscais na
aquisição/utilização de equipamentos e componentes para geração de energia solar, ou
mesmo para a utilização de combustíveis não poluentes contribuem para a construção de
uma economia mais sustentável.
Antero et al. (2019) coloca que a produção do etanol consolidada no país
atualmente, tornam-se importantes avanços científicos e tecnológicos que minimizem o
impacto ambiental gerado durante a produção do biocombustível.
Voltando ao tempo, Pereira (2013) e Pires; Gomide e Amaral (2014) apontam que
as diferenças entre o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em 2007 do governo
de Lula e as obras públicas do governo Vargas e, principalmente, dos governos
autoritários das décadas de 1970 e 1980, são o envolvimento de múltiplos atores no PAC,
desde a sociedade civil ao MP e órgãos reguladores, nos processos de decisão e de
implementação de políticas públicas, e a existência de uma legislação ambiental mais
rigorosa para a aprovação de empreendimentos com impacto ambiental.
Gurski et al. (2012) relatam que a expansão da produção para um maior alcance
do desenvolvimento econômico, teve como precursor os estudos na preservação do meio
ambiente, por meio da Conferencia de Estocolmo de 1972.
ROSSETI (2003) afirma que existe sempre uma tendência de conflito entre a
sociedade e economia frente ao desenvolvimento sustentável, já que seus objetivos são
opostos e que existe uma grande preocupação com relação as gerações futuras no que
tange os limites suportáveis na Terra com a escassez de recursos naturais.
Caracterizada pela eliminação dos modelos mais poluentes e aprimoramento do projetos dos modelos já em produção.
Iniciou-se também nesta fase o controle das emissões evaporativas. As principais inovações tecnológicas que ocorreram
nesta fase foram: reciclagem dos gases de escapamento para controle das emissões de óxidos de nitrogênio (NOx); injeção
secundária do ar no coletor de exaustão para o controle de monóxido de carbono (CO) e hidrocarbonetos (HC);
implantação de amortecedor da borboleta do carburador para controle do HC e otimização do avanço da ignição. Os
L1 1988-1991
primeiros modelos de veículos com gerenciamento eletrônico do sistema de injeção de combustível foram lançados no
Brasil. Volkswagen com o Gol GTI equipado com injeção eletrônica analógica LE-Jetronic Bosch que também foi
instalada no Santana e no Monza EF500 da General Motors. Foi o marco da mudança para vários mecânicos que
acreditavam que por ser um mercado nacional, os sistemas de injeção mecânica de combustível dificilmente passariam
por uma grande modificação.
A partir dos limites verificados na Resolução CONAMA nº 18 de 1986, nessa fase investiu-se na adequação de
catalisadores e sistemas de injeção eletrônica para uso com mistura de etanol, em proporção única no mundo. As
principais inovações nos veículos foram a injeção eletrônica chamadas de EFI ou single-point, os carburadores assistidos
L2 1992-1996 eletronicamente popularmente chamados de carburadores eletrônicos e os conversores catalíticos. Os sistemas de injeção
eletrônica até então, trabalhavam com mapa constante, alterando o volume injetado e avanço de ignição através da relação
de: rotação x temperatura do ar x pressão do coletor de admissão x percentual abertura da borboleta. Esse sistema era o
mais utilizado pela intercambialidade com a fixação do antigo carburador no coletor de admissão. Para evitar o alto
volume de CO2 no momento de desaceleração, além do chamado cut-off, alguns modelos tinham uma capsula de vácuo
que evitava o fechamento total da borboleta de forma imediata. A grande maioria dos modelos, continha um “parafuso
L2
de regulagem do CO” que alterava a resistência interna no modulo, aumentando ou reduzindo o tempo de injeção de
combustível a marcha lenta. Para isso, era necessária a utilização de um analisador de gases. Em 1994 iniciou-se o
controle de ruído dos veículos
Em face da exigência de atender aos limites estabelecidos a partir de 1º de janeiro de 1997 (Resolução CONAMA nº 15
de 1995), ocorreram reduções bastante significativas em relação aos limites anteriores, e o fabricante/importador
empregou, conjuntamente, as melhores tecnologias disponíveis para a formação de mistura e controle eletrônico do motor
como, por exemplo, o sensor de oxigênio (denominado "sonda lambda"). Foi o período de grande mudança no
gerenciamento dos sistemas de injeção. Os modelos equipados com sistema single-point no qual existe somente uma
L3 1997-2004
solenoide de injeção, foram substituídos por sistemas com múltiplos injetores que trabalhavam banco a banco ou
sequenciais ao tempo de ignição de cada motor. Foi introduzido também nesse período o sistema de ignição por centelha
perdida, utilizado até a fase L6 em vários veículos. Os veículos passaram a ter um sistema de circulação dos gases do
tanque mais efetivo, com solenoides controlando o fluxo, além de linha de distribuição do combustível para os injetores
com regulador de pressão variável a carga de aceleração.
Tendo como referência a Resolução CONAMA nº 315 de 2002, a prioridade nesta fase que teve início no ano de 2005 é
a redução das emissões de HC e NOx, poluentes precursores da formação de ozônio. Fase marcada pela expansão dos
L4 2005-2008
veículos com sistema flex fuel. Graças a uma maior acurácia, o cálculo estequiométrico era possível de maneira perfeita
sempre que o veículo era abastecido independentemente do combustível seja gasolina ou etanol. Isso foi possível por
uma nova tecnologia utilizada nas sondas lambdas, no que tange seu tempo de aquecimento para funcionamento pleno.
Sempre que existia uma variação próxima a 205 do volume total do tanque de combustível, o software que gerenciava o
sistema de injeção, iniciava uma contagem do oxigênio na saída da câmara de combustão, verificando assim uma falta
L4 ou excesso de O2. Caso existisse muito comburente, o sistema interpretava como uma mistura pobre enriquecendo
gradualmente até a estequiometria correta ao funcionamento a dada pressão. A Velocidade dos processadores das
unidades de gerenciamento do sistema de injeção também devem ser levados em conta. Momento marcado pela
substituição total dos coletores de admissão fundidos em metal, por dimensões fluidas moldadas em polímeros.
Com os limites de emissão da Resolução CONAMA nº 315 de 2002, da mesma forma que na fase L4, a prioridade na
fase L5 é a redução das emissões de HC e NOx. De maneira análoga à fase L4, as inovações tecnológicas se deram na
otimização da geometria da câmara de combustão e dos bicos, o aumento da pressão da bomba injetora e a injeção
eletrônica. Os sistemas de ignição passaram por uma transformação com a utilização dos sensores de fase x rotação. Até
L5 2009-2012
então, a grande maioria dos sistemas trabalhava com sensores de fase via software, o que permitia uma queima incompleta
em determinadas rotações e combustível residual não queimado na atmosfera. Dessa maneira, as bobinas começaram
uma substituição por unidades independentes, possibilitando através da porta OBDBr-2 a verificação imediata de
MisFire, seja de múltiplos cilindros ou individual.
Em 2009, o CONAMA, ao aprovar a Resolução nº 415, introduziu a Fase L6 que entra em vigor em 2013. L6 estabeleceu,
basicamente, novos limites máximos para a emissão de escapamento de veículos automotores leves novos de passageiros
de massa menor ou igual a 1.700 quilogramas e veículos leves comerciais com massa superior a 1.700 quilogramas.
Ambas as categorias são para uso rodoviário, e contemplam tanto veículos do ciclo Otto quanto veículos do ciclo Diesel.
2013-2021
Foi prevista a introdução de catalisadores de oxidação, de filtro de particulados e de recirculação de gases. Os veículos
Ciclo Diesel com ignição por centelha, passaram a contar com 02 sondas lambdas sendo uma montante responsável pela
estequiometria e outra jusante responsável pelo controle de emissões pós catalisador. Fase marcou o início do downsizing
L6
para os motores nacionais com tamanhos reduzidos e maiores potencias por cm³ e injeção direta de combustível. Também
2014-2021
destaca-se a adoção de aquecimento do Etanol para substituição do antigo tanque extra de gasolina na partida a frio. Para
Ciclo de os veículos leves movidos a Diesel, esse período será lembrado pelos problemas relacionados aos travamentos de bicos
Ignição por ou válvulas injetoras. Segundo os fabricantes de veículos, todos os modelos de 2012 em diante, deveriam ser abastecidos
Centelha somente com Diesel denominado S10, porém em várias regiões do Brasil, esse produto com menor teor de enxofre não
existia. Dessa maneira, os proprietários desses veículos abasteciam com Diesel comum, levando a problemas sérios nos
motores.
A RESOLUÇÃO Nº 492, DE 20 DE DEZEMBRO DE 2018, estabeleceu novos limites de emissões aos veículos
automotores a entrarem em vigor no próximo ano. Alteração das emissões no momento do abastecimento e redução do
L7 2022-2024 O3 em baixa atmosfera quando utilizando o etanol, marcam essa fase. Deverá comprovar mediante ensaio o atendimento
as normas de emissões por até 160.000 km. A maneira a qual os ensaios de emissão de poluentes é feita, também foram
alteradas nessa resolução.
Com a mesma resolução da fase anterior, a fase L8 vem garantir o atendimento individual por unidade de veículo aos
L8 2025 limites estabelecidos na fase L7 além de estabelecer o limite de amônia em 10ppm. Novos limites coorporativos são
estabelecidos para 2029 e 2031 mesclando aqui o entendimento na Lei 13755 comumente conhecida como Rota 2030.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PIRES, Roberto Rocha C.; GOMIDE, Alexandre de Ávila; AMARAL, Lucas Alves. A
ver navios? A revitalização da indústria naval no Brasil democrático. Texto para
discussão, 2013.
ROSSETTI, J. P. Introdução a Economia. 20. ed. São Paulo: Atlas, 2003. 922 p.
SOUZA, Carolina Guerra et al. Utilização das normas tributárias indutoras como
mecanismo de estimulo à produção e ao consumo do etanol no Brasil. 2018.