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6.

INOVAÇÕES E TENDÊNCIAS

6.1. Investimento do Governo

A transição energética vem sendo um grande foco do mercado


brasileiro atualmente, já que a agenda ambiental global requer cada vez mais o foco
na sustentabilidade e compromisso com o meio ambiente
Dessa forma, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI),
por meio da companhia Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), lançou uma
chamada pública para o financiamento de projetos voltados para os combustíveis
sustentáveis. Dessa forma, o Governo Federal pretende fazer um investimento de
R$50 milhões do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(FNDCT) para financiar os projetos que contribuam para o futuro do mercado
brasileiro nesse segmento. Esses projetos serão voltados principalmente para
soluções de combustíveis sustentáveis no ramo de transporte intermodal.
Entretanto, para ter uma produção de combustível sustentáveis mais
eficiente e efetiva, o governo nacional irá ceder para cada iniciativa um investimento
que ficará entre R$ 1 milhão a R$ 7,5 milhões para o desenvolvimento dos projetos.
Contudo serão analisadas qualquer porte de iniciativa, seja ela individual ou em
parceria com outras companhias nacionais.
Conforme anunciamento do MCTI, essa chamada pública irá focar em
três linhas distintas para os projetos de combustíveis sustentáveis, sendo elas: o
desenvolvimento de tecnologia com foco na produção de combustíveis para aviação
(SAF) de aplicação imediata,que terá um investimento de R$ 20 milhões, a
produção de combustível sustentável para motores de ignição por compressão, que
contará com um investimento de R$ 15 milhões, e tecnologias nacionais de
produção (armazenamento e uso de hidrogênio sustentável no setor de transportes),
que terá um investimento dos R$ 15 milhões restantes.
Com isso o Governo Federal avança na busca pela inovação
tecnológica para o mercado nacional, sempre procurando dar destaque merecido as
empresas que contribuem para tornar o Brasil ainda mais eficiente no mercado de
combustíveis sustentáveis.

6.2. Parceria entre Embraer e Raízen

Apesar da aviação colaborar apenas com cerca de 2,5% de toda


emissão global de CO₂ no mundo, é importante sempre tentar reduzir esse
percentual sempre que possível. Visando isso, a Embraer fechou uma parceria com
a Raízen na intenção de desenvolver uma cadeia de produção de combustível de
aviação sustentável (SAF, na sigla inglês). Entre as intenções, a Embraer se tornará
a primeira fabricante de aeronaves a consumir o SAF que poderá ser distribuído
pela Raízen, produtora de bioenergia.
Essa tecnologia que vem sendo produzida faz parte das estratégias da
Embraer de neutralizar a pegada de CO₂ das operações até 2040, uma vez que
praticamente 60% das emissões das operações da empresa acontecem devido ao
uso de querosene de aviação em ensaios e voos de produção. Com isso a fabricante
de aeronaves brasileira tem a meta de chegar até 2030 tendo 100% do seu consumo
de combustível feito com misturas de SAF.
O SAF é considerado até o momento uma ótima alternativa sustentável
aos combustíveis fósseis, já que pode ser obtido através de resíduos agrícolas,
algas, óleo de cozinha, entre outros, conforme cita o Departamento de Energia dos
EUA. esse combustível promete reduzir em até 80% as emissões de CO₂ em
comparação ao combustível tradicional. Outros benefícios do SAF seria o aumento
marginal na eficiência do combustível, pois tem uma densidade de energia mais alta
do que os combustíveis de jato convencional, podendo ocorrer um aumento de 1.5%
a 3% na eficiência do combustível. Isso não só aumenta o alcance de uma aeronave
como também diminuirá sua queima de combustível por hora.Por sua vez, reduzirá
as emissões produzidas por uma aeronave durante sua operação.
Apesar de ser uma ótima alternativa, às empresas que começarem a
usar SAF terão alguns obstáculos, o primeiro deles seria o alto custo para se
produzir esse combustível sustentável. Segundo especialistas, a produção chega a
custar até quatro vezes mais do que o combustível tradicional. Outra complicação
seria no armazenamento do SAF, pois não pode ser armazenado nos mesmos
tanques que o combustível de aviação. Portanto, os aeroportos precisam de
instalações alternativas para apoiar essa alternativa.
Apesar de ter alguns obstáculos, a Associação Internacional de
Transportes Aéreos (Iata, em inglês), estima um salto na demanda global por
SAF nos próximos anos, saindo de 100 milhões de litros em 2021 para 5
bilhões de litros em 2025

6.3. Plasma Blue

Apresentada na Conferência de Biodiesel e Desenvolvida por


cientistas na Universidade de Minnesota, essa tecnologia promete reduzir os gastos
operacionais ao usar energia padrão prontamente disponível nas usinas e por
permitir o uso de catalisadores mais baratos do que os convencionais além fazer
uma conversão mais completa dos óleos e reagentes usados para o processo de
produção do biodiesel, também um aumento na produção de galões de biodiesel,
sendo feitos até seis por hora.
A Plasma Blue, que agora é propriedade da MSR & PC (the Minnesota
Soybean Research & Promotion Council), é uma tecnologia de reator própria para o
uso no processo de transesterificação em uma usina de biodiesel. Esse processo
ocorre através da mistura de óleo vegetal ou gordura animal com álcool simples na
presença de catalisadores, a transesterificação ocorre a partir de um mol de
triglicerídeo e três mols de álcool. Durante a reação, os triglicerídeos se
transformam em monoéstres de ácido graxos, os quais compõem o biodiesel.
porém para obter biodiesel é necessário separar os componentes através da
decantação, onde na fase superior encontra se o biodiesel e na fase inferior a
glicerina.
A Tecnologia do plasma atua no momento em que as moléculas
passam pelo reator, à medida que passam é usado eletricidade e plasma para
excitar las, o que por sua vez, causa um contato mais íntimo entre as moléculas,
fazendo com que o processo seja agilizado e proporcionando uma conversão mais
completa na produção do biodiesel.
Até o momento o Plasma Blue ainda está em desenvolvimento (agosto
de 2022), porém já em suas fases finais e terá como prioridade após seu
lançamento colocar sua tecnologia em indústrias dos Estados Unidos.

6.4. Projetos BioGLP

A Copa Energia (responsável pelas marcas Copagaz e Liquigás),


fechou um acordo com a Universidade de São Paulo (USP) para desenvolver,
dentro dos próximos 4 anos, o projeto de pesquisa sobre o BioGLP, visando
identificar as melhores maneiras de se obter e produzir esse gás no Brasil, além de
possíveis desenhos de biorrefinarias, que também poderão produzir outros tipos de
combustíveis.
O BioGLP é um novo combustível gasoso que tem o mesmo
desempenho que o gás de cozinha, mas que emite até 80% menos carbono de
combustão. Essa cooperação com universidades não é novidade para a Copa
Energia, visto que já tem outra parceria com a Universidade Federal do Mato Grosso
do Sul (UFMS) para o desenvolvimento de um gás liquefeito de petróleo (GLP), que
será utilizado para geração de energia.
Com um investimento de quase R$600 mil, a Copa Energia planeja criar
mão de obra para o setor por meio de um pós-graduando, um mestrando e um
doutorando. Criando várias bolsas de estudo para que a longo prazo tenha pessoas
capacitadas para o mercado de trabalho.
Atualmente, a maioria do BioGLP no mercado, é produzida a partir do
hidrotratamento de óleos e gorduras biológicas, como co-produto o biodiesel HVO,
também sendo produzida a partir da fermentação da glicose por bactérias,
leveduras, ou outros microorganismos. Entretanto existem outros processos mais
inovadores, como o que combina o CO₂ atmosférico com hidrogênio renovável,
produzido a partir da hidrólise da água. A longo prazo, a maior produção do GLP
renovável, se encontrará no processo químico avançado de produtos celulósicos e
resíduos, ou seja, a conversão de resíduos da agricultura e da silvicultura, ou até
mesmo de resíduos urbanos orgânicos em BioGLP.
Embora a produção disponível do GLP renovável para os próximos
anos seja estimada em cerca de 250 mil toneladas, os especialistas acreditam que,
devido a abundância de celulose, a disponibilidade total do BioGLP na Europa,
poderá atingir de 20 a 25 milhões de toneladas por ano em 2050. Contudo desde
2017, o continente Europeu e os Estados Unidos já comercializam em pequenas
quantidades esse produto. Entretanto, o mercado Europeu de GLP tem a ideia de
transformar toda sua produção 100% renovável até 2025.

https://clickpetroleoegas.com.br/por-meio-do-ministerio-da-ciencia-tecnologia-e-
inovacoes-mcti-governo-federal-lanca-chamada-publica-para-investimento-de-r-50-
milhoes-em-projetos-voltados-para-os-combustiveis-sustentaveis/

https://epbr.com.br/embraer-e-raizen-firmam-acordo-para-producao-de-combustivel-
de-aviacao-sustentavel/

https://compareprivateplanes.com/pt/articles/sustainable-aviation-fuel-saf-
everything-you-need-to-know

https://www.todamateria.com.br/transesterificacao/

https://mnsoybean.org/soybean_business_mag/energy-boost-flourishing-plasma-
technology-changing-the-biodiesel-conversation/

https://www.fragmaq.com.br/blog/energia-renovavel/copa-energia-e-usp-juntas-
para-desenvolver-combustivel-mais-verde/

https://www.apetro.pt/folder/galerianoticia/ficheiro/868_Informacao-96-
biogpl__r9sjwu736g.pdf

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