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Com combustível cada vez mais nas alturas, gasolina sintética pode ser o futuro
dos carros ?
Os combustíveis fósseis vivem hoje uma crise mundial. Seja pela questão
econômica, com a disparada dos preços ao redor do globo, ou pela questão
ambiental, cada vez mais países e empresas (entre elas as montadoras) buscam
uma alternativa para abastecer os veículos no futuro.
Outros países, entre eles o Brasil, têm como aposta o biocombustível. Popular há
décadas, o etanol ganhou importância vital nessa busca por um combustível mais
sustentável.
Mas e a gasolina? Será mesmo que ela está com os dias contados? Não
necessariamente. Iniciativas abrem caminho para um combustível sintético, já
desenvolvido por algumas marcas e que também entrariam na lista de
alternativas.
O UOL Carros preparou um especial para explicar como funciona essa gasolina
feita em laboratório e como seu carro pode se beneficiar com ela em um futuro
próximo.
o que é e-Fuel
É o caso das alemãs Porsche e BMW. A primeira faz parte do Grupo Volkswagen,
no qual marcas como Audi e a própria VW caminham para 100% de carros
elétricos - no Brasil, a segunda manterá modelos à combustão e híbridos. Já a de
luxo, não.
"Essas marcas vão vender esses modelos em países da Europa que não vão para
100% de eletrificação, como alguns do Leste do continente", explica Everton
Lopes, mentor de energia a combustão da SAE Brasil. Nos Estados Unidos,
apenas alguns Estados - como Califórnia e Washington - anunciaram que banirão
o carro a combustão.
De acordo com o especialista, a gasolina sintética deve ser uma das matrizes do
futuro, junto com a eletricidade. Mas dá para fazer também outros combustíveis
hoje primordialmente derivados do petróleo a partir do processo. Entre eles, o
diesel e o gás.
Para criar a gasolina sintética, é preciso gerar uma reação entre hidrogênio e gás
carbônico. "O resultado é o metanol, convertido em gasolina", explica o gerente
de Relações Públicas e Comunicação da Porsche do Brasil, Leandro Rodrigues
Sabes.
"Como é usado CO2 na reação que gera a gasolina sintética, o combustível tem
pegada de carbono nula", explica o especialista da SAE. "O gás carbônico emitido
no escape do carro é compensado no processo de produção."
Porém, o público cativo da Fórmula 1 ainda está na Europa, bem como a sede de
todas as equipes da categoria - a exceção é a Haas, dos Estados Unidos. Como
manter, então, a conexão do mundo real do automóvel com a categoria, se a
Europa caminha para a total eletrificação?
Eletrificar a Fórmula 1 poderia ser uma opção, mas o público cativo se interessa
pela esportividade das mudanças de marchas e do som dos motores. Além disso,
a Federação Internacional de Automobilismo já dá seu respaldo a uma categoria
disputada apenas por carros elétricos, a Fórmula E, que nunca conseguiu grande
apelo junto ao público.
A solução criada pela Fórmula 1 foi anunciada este ano. A partir de 2025, a
categoria passará a utilizar o e-Fuel, combustível sintético e renovável. É uma
saída idêntica à encontrada pela Porsche, marca nascida e desenvolvida tendo
como base os carros esportivos.
"A energia elétrica para essa reação tem de vir de fontes limpas, para que o
processo faça sentido", explica Sabes. Por isso o local do projeto foi definido
visando o uso da energia eólica, que não gera emissão de gases.
O Chile também é um dos países com os custos mais baixos para a energia
renovável. A fábrica terá capacidade para produzir 130 mil litros de combustível
por ano. Já em 2022, a gasolina sintética será usada em competições de
automobilismo promovidas pela marca.
Mas, se a combustível sintético não é novidade, por que ainda não foi utilizado
em escala? O preço para se produzir hidrogênio é alto. No entanto, como essa
substância vai ser adotada como matriz energética por vários países nos
próximos anos, o ganho de escala tende a reduzir os custos.
vantagens e desvantagens
do Combustível sintétiCo