Você está na página 1de 59

 INGRESSO.

COM
 BATE-PAPO
 MEU NEGÓCIO
 PASSEI DIRETO
 PAGSEGURO
 UOL PLAY

 PRODUTOS
 NOTÍCIAS
 CARROS
 ECONOMIA
 FOLHA
 COPA 2022
 ESPORTE
 SPLASH
 UNIVERSA
 VIVABEM
 TILT
 ECOA
 CANAL UOL
 MOV
 NOSSA
 TAB
PUBLICIDADE
PAULA GAMA

PAULA GAMA
REPORTAGEM

Donos de Kicks reclamam de defeito no


freio que custa fortuna para arrumar
Enquanto algumas concessionárias realizam o conserto sem custos, outras cobram até R$ 20 mil Imagem: Divulgação
SÓ PARA ASSINANTES
Paula Gama

Colunista do UOL
08/12/2022 04h00

Imagine o cenário: uma luz espia acende no painel do seu carro e, ao chegar na concessionária, você descobre que o
conserto custa R$ 20 mil. É por essa situação que alguns proprietários de Nissan Kicks estão passando. O problema
está no módulo do ABS, que para de funcionar, e as concessionárias da marca têm lidado com a situação de
diferentes formas: enquanto algumas fazem o conserto sem custos, outras cobram caro.
A informação foi publicada pela revista Quatro Rodas e confirmada por UOL Carros. Em um grupo de
proprietários do veículo no Facebook, chamado de "Grupo Nissan Kicks", o número de pessoas relatando o
acendimento da luz espia do ABS, junto com a sinalização de controle de estabilidade desligado, é grande. Apesar
do mesmo sintoma, a resposta das concessionárias Nissan é diferente para cada caso.

O primeiro sintoma é o acendimento das luzes do ABS e do controle de estabilidade


Imagem: Reprodução

O advogado Gabriel Yuri conta que, quando o problema apareceu em seu Kicks 2019, inicialmente, era
intermitente. "Acusava no painel do carro que os sistemas estavam desligados e, momentos depois, retornava a
funcionar. Tirei foto e questionei na concessionária. Na época, pediram para ficarmos observando. O problema ficou
grave, de passar dias sem funcionar, no último mês da garantia", lembra.

Quando o problema foi, de fato, detectado, o carro já havia saído da garantia, e o orçamento que Gabriel recebeu
para substituir o módulo do ABS foi de mais de R$ 20 mil. "Fui orientado a entrar em contato com o SAC e solicitar
a troca do módulo. O pedido foi aceito, mas pediram um prazo longo, pois a peça estava em falta devido à crise dos
semicondutores. Ao fim deste imbróglio, o módulo foi trocado sem custos. E o carro não apresentou problemas até
então", garante.

Ricardo Struckel Filho, participante do grupo do Facebook, passou por uma situação parecida, mas não recebeu as
mesmas informações. "A concessionária orçou em R$ 17.500 para consertar. Fui em uma oficina boa da cidade, que
conhece todos os ferros-velhos, e ficou R$ 2.500", conta.

Chyara Diógenes, outra proprietária de Kicks, teve que pesquisar em mais de uma autorizada para ter o conserto
sem custos. "A primeira vez que a luz do módulo e da estabilidade ligou foi no fim de 2021. Eu entrei em contato
com a concessionária que comprei, mas cobraram para olhar o carro e o serviço seria pago, já que não estava mais
na garantia. Aí levei em uma oficina e disseram que era só a calibração dos pneus, e deu certo por uns meses. Neste
ano, a luz voltou e entrei em contato com outra concessionária, a moça disse que estava realmente dando problema
em vários e que a Nissan tinha passado que era para receber o carro e ajeitar de graça."

"ABS não funciona", diz engenheiro

André De Maria, engenheiro mecânico do Bocsh Car Service Autocentro Confiar e estudioso de vícios ocultos em
automóveis, explica que o problema apresenta um risco, pois o sistema de freio ABS, item de segurança obrigatório
desde 2014, fica inoperante. "O carro passa a funcionar como um veículo com freios comuns, sem ABS", esclarece.

O engenheiro afirma ainda que o defeito acontece na parte eletrônica que controla as válvulas do sistema de
frenagem, e que é característico de vício oculto.

"Pela quantidade de ocorrências, fica claro que trata-se de um vício. A prova disso é que, no caso de o carro ser de
alguém que realizou todas as revisões na concessionária, eles fazem a troca sem custos. Estamos falando de uma
peça que deveria durar a vida útil de um carro, não é item de desgaste", afirma.
O que diz a Nissan?

A coluna entrou em contato com a Nissan do Brasil, que afirmou que orienta a seus clientes que, caso a luz de freio
se acenda com o motor em funcionamento e com o freio de estacionamento liberado, é indicado que se pare o
veículo e seja feito o seguinte procedimento: "1. Verifique o nível do fluido do freio. Adicione fluido, se necessário
(consulte o manual do proprietário). 2. Se o nível estiver correto e a luz se manter acesa, será necessária a inspeção
do sistema em uma concessionária Nissan".

Ao ser conduzido a uma concessionária, a fábrica afirma que "o veículo passará por inspeção completa do sistema
de freios que, como todo sistema mecânico, pode sofrer desgastes, o que, nesse caso, demandaria possíveis reparos
ou ajustes. A Nissan reforça que não foi registrado um defeito de fabricação do componente".

A marca não respondeu sobre qual é a orientação dada à rede de autorizadas a respeito do pagamento do conserto. A
revista Quatro Rodas afirma que duas concessionárias, uma de São Paulo e outra do Rio de Janeiro, afirmam que "a
fabricante emitiu um alerta à rede informando sobre o processo de troca em garantia do atuador do módulo do
ABS".
A coluna entrou em contato com outras duas concessionárias, se passando por cliente, e a informação obtida foi de
que a troca da peça seria realizada sem custos, mesmo fora da garantia.

Quer ler mais sobre o mundo automotivo e conversar com a gente a respeito? Participe do nosso grupo no
Facebook! Um lugar para discussão, informação e troca de experiências entre os amantes de carros. Você também
pode acompanhar a nossa cobertura no Instagram de UOL Carros.

AS MAIS LIDAS AGORA

Ford Ranger FX4: como se comporta a versão mais aventureira nas ruas
Montana vai para cima de rivais Strada e Toro, mas Fiat dará resposta
Marlos Ney Vidal

Família ilhada: por que é tão perigoso ficar no carro durante a enchente
PUBLICIDADE

PAULA GAMA

Família ilhada: por que é tão perigoso ficar no carro durante a enchente
Paula Gama
13/12/2022 04h00
Cavalinho indomável: caminhões sem carga viram máquinas mortais em estradas
Paula Gama
12/12/2022 04h00
Vender ou manter? O que fazer quando seu carro ganha má fama no mercado
Paula Gama
09/12/2022 04h00

Donos de Kicks reclamam de defeito no freio que custa fortuna para arrumar
Paula Gama
08/12/2022 04h00
Insatisfeitos com Uber e 99, motoristas criam aplicativos alternativos
Paula Gama
07/12/2022 04h00
Cerco inteligente: como sistema de super radares ajuda a combater o crime
Paula Gama
06/12/2022 04h00

Adeus, avião? Por que viagens de ônibus voltaram a crescer no Brasil


Paula Gama
05/12/2022 11h00
Etanol x elétrico: qual é o melhor caminho para futuro dos carros no Brasil
Paula Gama
02/12/2022 11h00
Seguro muito caro? Saiba como manter seu carro protegido gastando menos
Paula Gama
01/12/2022 04h00

Uber e iFood com CLT? Por que motoristas e apps temem propostas de Lula
Paula Gama
30/11/2022 04h00
MPF entra com ação de R$ 50 milhões contra Jeep por 22 defeitos no Compass
Paula Gama
29/11/2022 04h00

VER MAIS
PUBLICIDADE

 INGRESSO.COM
 BATE-PAPO
 MEU NEGÓCIO
 PASSEI DIRETO
 PAGSEGURO
 UOL PLAY

 PRODUTOS
 NOTÍCIAS
 CARROS
 ECONOMIA
 FOLHA
 COPA 2022
 ESPORTE
 SPLASH
 UNIVERSA
 VIVABEM
 TILT
 ECOA
 CANAL UOL
 MOV
 NOSSA
 TAB
CAÇADOR DE CARROS

CAÇADOR DE CARROS
OPINIÃO

Carro turbo: por que novo queridinho pode


virar 'bomba' para quem compra
SÓ PARA ASSINANTES

Felipe Carvalho

Colunista do UOL
08/12/2022 11h00
Carros com motores turbos chegaram com mais força há pouco mais de uma década no nosso mercado. O primeiro
foi o Uno nos anos 90, seguido pelo Tempra e depois pelo Marea. O objetivo da Fiat era entregar as versões mais
rápidas e esportivas de cada um deles, sem muitos compromissos com emissões de poluentes ou baixo consumo de
combustível.

Possivelmente o primeiro a flertar com a eficiência, ou seja, bom desempenho com economia, tenha sido o
Volkswagen Gol 1.0 16v Turbo do começo dos anos 2000. Prometia performance de um Gol 2.0 com consumo mais
próximo de um 1.0. Deu certo, o carro era muito bom, mas não demorou para que sua complexidade mecânica
ganhasse má fama no mercado. O carro exigia mais atenção e gastos por parte dos proprietários, que passaram a
rejeitar a versão, tanto que logo saiu de linha.

Depois dessa experiência ruim com o Gol, o turbo perdeu suas forças no Brasil por um tempo, até começar a se
popularizar em motores de baixa cilindrada e hoje ser o queridinho do mercado de novos. Dos dez carros de passeio
mais vendidos neste ano, sete oferecem versões turbos.

Por que estão usando tanto o turbo?


Motores naturalmente aspirados tem limitações. Por mais eficiente que seja a entrada de ar na câmara de combustão,
não tem como o torque máximo ir muito além de uns 10 kgfm por litro. Sendo assim, o torque está diretamente
relacionado com o tamanho do motor.

Por exemplo, para um Chevrolet Camaro atingir os expressivos 63 kgfm de torque no seu motor aspirado, precisa de
um propulsor enorme, no caso um de 6,2 litros. Veja que o torque específico nesse caso é de 10,2 kgfm por litro,
nada muito diferente de qualquer outro carro moderno com motor naturalmente aspirado.

Já em um motor turbo o ar entra na câmara de combustão com uma pressão muito superior, e com isso o toque
máximo aparece com mais forte e mais cedo. São muitos os exemplos que superam os 20 kgfm por litro de fábrica,
o que já é bastante coisa, mas dá para vir além, bastando para isso aumentar a pressão do turbo.

Claro que essa relação não é infinita, chega a um ponto que é necessário aumentar o tamanho do motor também,
mas na prática o torque passa a estar mais relacionado com a pressão escolhida para o turbo.

As vantagens são muitas, pois a mistura de ar com o combustível é otimizada, melhorando muito a performance em
um motor pequeno, que tende a gastar menos combustível, além de conseguir baixa emissão de poluentes. É por isso
que muitos fabricantes estão optando por equipar seus carros, dos mais simples aos mais refinados, com motores
turbos.

Os perigos dos turbos no mercado de usados


Agora que o leitor entendeu que é muito mais fácil ganhar performance em um motor turbo do que em um aspirado,
é de se imaginar que ele seja o favorito dos mais "apressadinhos". Sendo utilizado de maneira normal, respeitando
as manutenções exigidas pelo fabricante, o motor é confiável e durável. Mas muitos desses "apressadinhos" optam
por alterar a originalidade do carro, com mudanças na eletrônica e na pressão do turbo, comprometendo bastante a
vida útil do motor.

Não faltam carros assim no mercado de usados. Para o primeiro dono fica só a alegria de curtir um veículo ainda
mais veloz, mas na medida em que o tempo vai passando e o automóvel passa por mais donos, a conta dessas
alterações vai estourar nas mãos de alguém.

Com um mercado de usados que é constantemente abastecido com carros turbos nos últimos anos, é de se imaginar
que muitos já estão no fim da vida.

Exigências de um carro turbo


Tem muita tecnologia envolvida em um motor turbo, e com isso ele deixa de ser tolerante a desaforos como era no
passado. É preciso ter muito mais atenção com refrigeração e lubrificação, sistemas que estão sempre trabalhando
com carga máxima, portanto exigindo produtos de altíssima qualidade, substituídos no prazo certo, por profissionais
capacitados.

Na prática não é o que tenho visto no mercado de usados. Muitas vezes os carros turbos usados são como bombas
prestes a explodir. Estão nas mãos de donos que só se preocupam em saber se tem combustível no tanque. Quando
isso acontece, o custo do reparo é compatível com a alta tecnologia e o rombo no bolso é grande.

Para motoristas comuns, sem aquele apelo de um autoentusiasta ou que prefere passar longe de problemas com o
carro, continuo recomendando os bons e velhos motores naturalmente aspirados. Não que possamos ser relapsos
com eles, mas é certo que são mais tolerantes.

É preciso se desesperar com um turbo usado?


Sim, pelos motivos já citados. Mas, como sempre, cada caso é um caso. Já me deparei com motores turbos com alta
quilometragem e muito saudáveis. Não foi surpresa saber que nesses casos o primeiro dono foi sempre o mesmo por
muito tempo, manteve a originalidade do projeto e foi rigoroso na manutenção.
São esses carros turbos que podem ser considerados por aqueles que não querem abrir mão da sensação de colar as
costas no banco nas acelerações.

Quer ler mais sobre o mundo automotivo e conversar com a gente a respeito? Participe do nosso grupo no
Facebook! Um lugar para discussão, informação e troca de experiências entre os amantes de carros. Você também
pode acompanhar a nossa cobertura no Instagram de UOL Carros.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

AS MAIS LIDAS AGORA

Você pensa que sabe trocar a marcha, mas esse vício mostra que não
Thais Roland

Ford Ranger FX4: como se comporta a versão mais aventureira nas ruas
Ex-Lata Velha revela truques e perrengues de reformas do programa de Huck

PUBLICIDADE

CAÇADOR DE CARROS
Ford Ka segue zero km há 20 anos à espera de dono que nunca virá
Felipe Carvalho
12/12/2022 04h00
Carro turbo: por que novo queridinho pode virar 'bomba' para quem compra
Felipe Carvalho
08/12/2022 11h00

Dá para comprar carro barato? Veja 7 bons usados por até R$ 25 mil
Felipe Carvalho
05/12/2022 04h00
O último Gol: por que versão de despedida do VW é uma grande decepção
Felipe Carvalho
01/12/2022 04h00
Guia de compra: Fiat Uno 1.0 é boa opção de carro por até R$ 30 mil?
Felipe Carvalho
28/11/2022 04h00

5 carros usados bons e baratos que parecem estar em eterna Black Friday
Felipe Carvalho
24/11/2022 11h00
Ninguém é perfeito: 5 defeitos que você deve perdoar ao comprar carro usado
Felipe Carvalho
17/11/2022 04h00
Como o Corolla ainda é relevante em mercado que só quer saber de SUV
Felipe Carvalho
10/11/2022 11h00

Proteção garantida: 6 carros famosos pela segurança para você gastar pouco
Felipe Carvalho
03/11/2022 11h00
Carro usado fora da garantia: como evitar levar uma bomba para a garagem
Felipe Carvalho
27/10/2022 11h00
Carros automáticos: veja opções até R$ 30 mil para ter na sua garagem
Felipe Carvalho
20/10/2022 11h00

VER MAIS
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
 INGRESSO.COM
 BATE-PAPO
 MEU NEGÓCIO
 PASSEI DIRETO
 PAGSEGURO
 UOL PLAY

 PRODUTOS
 NOTÍCIAS
 CARROS
 ECONOMIA
 FOLHA
 COPA 2022
 ESPORTE
 SPLASH
 UNIVERSA
 VIVABEM
 TILT
 ECOA
 CANAL UOL
 MOV
 NOSSA
 TAB
PAULA GAMA

PAULA GAMA
REPORTAGEM

MPF entra com ação de R$ 50 milhões


contra Jeep por 22 defeitos no Compass
De acordo o Ministério Público, Compass tem 22 vícios de fabricaçãoImagem: Marcelo Justo/UOL
SÓ PARA ASSINANTES
Paula Gama

Colunista do UOL
29/11/2022 04h00

O Ministério Público Federal (MPF), em conjunto com o Ministério Público do Estado de Minas Gerais, entrou com
uma Ação Civil Pública contra a FCA, que compreende Jeep e Fiat dentro do grupo Stellantis, por 22 problemas
encontrados em unidades do Jeep Compass fabricadas a partir de 2018. A causa, no valor de R$ 50 milhões, pede
que seja realizado um recall para consertar os danos e, se não for possível, a recompra de todos os exemplares
defeituosos.
UOL Carros teve acesso ao texto da Ação Civil Pública, assinada no último dia 22, que também responsabiliza a
Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) e a União por terem aprovado o projeto do veículo. Os problemas
apontados pelos promotores são baseados em reclamações de clientes e matérias jornalísticas.
RELACIONADAS
Ferrari única no Brasil viraliza após problema de 'carro velho' em SP
Rolls-Royce de Erasmo Carlos tem preço milionário e já foi 'carro do amor'

Tabela Fipe: Veja valores para negociar carros, motos e caminhões

De acordo com o texto, os automóveis vêm apresentando 22 problemas (confira a lista no fim da matéria), entre
eles, aumento do curso do pedal de freio, perda de estabilidade em paradas bruscas, alto consumo de combustível,
falhas na parte elétrica, aumento da emissão de óxido de nitrogênio (Nox) e defeito na bomba de óleo.

A Jeep também é acusada de ter realizado dois recalls que "podem ter alterado as configurações dos veículos de
modo significativo e modificado as condições de dirigibilidade dos veículos, cujas consequências podem ser a causa
do aumento de emissão de poluentes e/ou do consumo de combustível". Como exemplo de consumidores lesados, a
procuradoria aponta 3.249 reclamações registradas no "Reclame Aqui", além de mais de 100 reclamações
registradas no Procon/SP entre 2020 e 2021.

A acusação define as atitudes da FCA como algo "absolutamente sério e condenável". "A fabricante tomou
conhecimento do defeito nos motores dos veículos ainda em 2018, por meio de reclamações dos consumidores.
Todavia, a empresa não se pronunciou sobre o assunto nem promoveu uma chamada de recall dos veículos nos
meios de comunicação", reclama.

União também é acusada

Os procuradores explicam ainda, na petição, que para comercializar veículos no Brasil as montadoras precisam
atender às especificações legais de segurança veicular exigidas pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) e pela
Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), e que cabe à secretaria verificar se o projeto atende às normas vigentes
de qualidade de fabricação e de níveis de poluentes emitidos.

"Sobressai que essa verificação não foi feita pelos técnicos da Senatran, situação que revela que os projetos
apresentados possuem falhas técnicas que comprometeram toda a produção. Além do mais, a FCA não informou à
Senatran os problemas verificados nos motores dos automóveis supracitados, bem assim as soluções adotadas para
correção", afirma o texto.

O que o Ministério Público quer?

Na Ação Civil Pública, o Ministério Público Federal e o de Minas Gerais solicitam que a União Federal, por
intermédio da Secretaria Nacional do Consumidor, e a FCA promovam o recall de todos os veículos Jeep Compass
fabricados a partir de 2018. Na impossibilidade de conserto, o pedido é que a FCA promova a recompra das
unidades.

O MP também solicita a condenação das requeridas a indenizar o dano moral coletivo pelos danos causados aos
consumidores e ao meio ambiente. O valor da causa é de R$ 50 milhões.

À Senatran, os procuradores pedem que, para aprovação de novos projetos, seja realizada a avaliação por
profissionais técnicos integrantes do próprio órgão, que não poderão ter qualquer tipo de vínculo com montadoras
nos últimos 10 anos, para verificar a viabilidade dos projetos e se eles estão em conformidade com normas de
segurança viária e ambiental.
Em Uberlândia, a juíza federal substituta Daniela Alexandra Pardal Araujo analisou a Ação e decidiu que a
competência é de uma das Varas Federais da Seção Judiciária do Distrito Federal, para onde devem ser remetidos os
autos.

O que dizem os acusados

UOL Carros entrou em contato com a Jeep, que se limitou a dizer que "com relação às questões, esclarecemos que
não fomos citados oficialmente e trataremos do assunto em âmbito legal". A Senatran também afirma que ainda não
foi notificada, devendo se manifestar tão logo tenha acesso à íntegra do despacho.
FCA convoca recall
Recall também envolve unidades do Fiat Pulse
Imagem: Divulgação

Nesta segunda-feira (28), a FCA iniciou uma campanha de recall com 781 unidades da Fiat e 1.059 da Jeep, sendo
665 exemplares do Compass, ano/modelo 2022 e 2023. Além do SUV, exemplares de Pulse e Toro, ano/modelo
2022 e 2023, Fastback (2023), Commander e Renegade (2022 e 2023) foram chamados para agendarem
comparecimento a uma das concessionárias da rede a fim de que seja providenciada, gratuitamente, análise e, se
necessária, a substituição do conjunto da bomba de alta pressão de combustível dos veículos convocados.
De acordo com a FCA, foi identificada a possibilidade da quebra do parafuso de fixação da bomba de alta pressão
de combustível ao motor e, em casos extremos, poderá ocorrer o vazamento de combustível com risco de incêndio e
potenciais danos materiais, danos físicos graves ou até mesmo fatais aos ocupantes do veículo e/ou terceiros.

Esse não é o primeiro defeito dos veículos equipados com motores T200 e T270 reconhecido pelo grupo. Em
julho, UOL Carros noticiou que a Fiat e a Jeep emitiram um comunicado para sua rede de concessionários
autorizando a troca da bomba de óleo de carros com os motores turbo, que equipam os modelos Pulse, Toro,
Renegade, Compass e Commander.
A recomendação era para veículos produzidos entre janeiro e abril de 2022. Apesar de autorizar a substituição da
peça, a Stellantis não fez um chamado para recall, pois, segundo a marca, o defeito não apresenta risco à saúde ou à
segurança dos consumidores.

Lista de vícios do Jeep Compass apresentados na Ação Civil Pública


1) Aumento do curso de pedal de freio e gases no sistema de frenagem;
2) Ruído excessivo nos freios, amortecedores e motor;
3) Perda de estabilidade durante paradas bruscas;
4) Consumo excessivo de combustível;
5) Falhas recorrentes na parte elétrica;
6) Barulho e ineficiência do ar-condicionado;
7) Pane elétrica total;
8) Falhas recorrentes no sistema Star-stop;
9) Falhas na central de multimídia;
10) Falhas e barulhos na caixa de câmbio;
11) Falha no sistema Arla32;
12) Defeito nas bombas de óleo, com baixa pressão;
13) Barulhos na turbina do turbo;
14) Desalinhamento de peças no interior dos veículos, como plásticos e portas;
15) Problema nos freios, a ponto de falharem completamente;
16) Falhas nos sensores (dianteiros, traseiros e laterais);
17) Defeito na injeção eletrônica e no motor dos veículos;
18) Defeitos na coluna de direção;
19) Falhas que permitem a presença de óleo no radiador, o que ocasiona problemas na
transmissão;
20) Problemas no alternador;
21) Problemas no trocador de calor de transmissão;
22) Aumento da emissão de óxido de nitrogênio (Nox), em desconformidade com as disposições da Resolução
CONAMA n.º 315/2002.
Engenheiro diz que problemas podem não estar restritos ao Compass
Unidades da Toro compartilham peças com o Compass
Imagem: Foto: Alexandre Carneiro | AutoPapo
UOL Carros entrevistou o engenheiro mecânico André de Maria, que há anos estuda casos de recall no Brasil.
Segundo ele, há falhas na abordagem dos promotores, que tratam os vícios como restritos ao Compass. No entanto,
segundo ele, muitos sistemas são compartilhados com outros veículos, como Jeep Renegade e Fiat Toro.
"Na Ação Civil Pública são relatados vícios na transmissão AISIN TF72 AT6 (transmissão automática de 6
velocidades), que equipa grande parte dos Compass Flex, mas também está presente no Fiat Cronos e Argo, e pode
equipar o Jeep Commander, Fiat Pulse e até mesmo no Fiat Fastback", exemplifica.

Ele também alerta que as versões Diesel possuem a transmissão ZF 9HP48/948TE (transmissão de 9 marchas), que
em alguns casos também podem estar presentes na Fiat Toro com motor Flex 2.4 TigerShark.
"Outra forma de demonstrar que o problema extrapola o modelo informado, Jeep Compass, está no caso das centrais
multimídia. A mesma central aplicada no Compass é aplicada em Jeep Renegade e em Fiat Toro", afirma o
engenheiro.

Quer ler mais sobre o mundo automotivo e conversar com a gente a respeito? Participe do nosso grupo no
Facebook! Um lugar para discussão, informação e troca de experiências entre os amantes de carros. Você também
pode acompanhar a nossa cobertura no Instagram de UOL Carros.

AS MAIS LIDAS AGORA


VW Brasília da casa abandonada traz mistério e tem até chave no contato

Montana vai para cima de rivais Strada e Toro, mas Fiat dará resposta
Marlos Ney Vidal

Cavalinho indomável: caminhões sem carga viram máquinas mortais em estradas

PUBLICIDADE

PAULA GAMA
Família ilhada: por que é tão perigoso ficar no carro durante a enchente
Paula Gama
13/12/2022 04h00
Cavalinho indomável: caminhões sem carga viram máquinas mortais em estradas
Paula Gama
12/12/2022 04h00

Vender ou manter? O que fazer quando seu carro ganha má fama no mercado
Paula Gama
09/12/2022 04h00
Donos de Kicks reclamam de defeito no freio que custa fortuna para arrumar
Paula Gama
08/12/2022 04h00
Insatisfeitos com Uber e 99, motoristas criam aplicativos alternativos
Paula Gama
07/12/2022 04h00

Cerco inteligente: como sistema de super radares ajuda a combater o crime


Paula Gama
06/12/2022 04h00
Adeus, avião? Por que viagens de ônibus voltaram a crescer no Brasil
Paula Gama
05/12/2022 11h00
Etanol x elétrico: qual é o melhor caminho para futuro dos carros no Brasil
Paula Gama
02/12/2022 11h00

Seguro muito caro? Saiba como manter seu carro protegido gastando menos
Paula Gama
01/12/2022 04h00
Uber e iFood com CLT? Por que motoristas e apps temem propostas de Lula
Paula Gama
30/11/2022 04h00
MPF entra com ação de R$ 50 milhões contra Jeep por 22 defeitos no Compass
Paula Gama
29/11/2022 04h00

VER MAIS
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Você também pode gostar