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2023.2
1. Introdução
A crescente demanda por combustíveis derivados do petróleo, impulsionada pela
era tecnológica, é um desafio global, uma vez que o petróleo, como a principal fonte de
energia fóssil, é finito e gera impactos ambientais significativos. Em resposta a essa
necessidade de soluções mais sustentáveis, o biodiesel surgiu como uma alternativa
viável. Rudolf Diesel e Henry Ford, em 1985, reconheceram nos óleos vegetais uma
alternativa para o desenvolvimento industrial, dando origem ao biodiesel. No Brasil, a
exploração de biocombustíveis remonta à década de 40, culminando no Programa
Nacional do Álcool (PROALCOOL) em 1973 e, posteriormente, no Programa Nacional
de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB) em 2004. O PNPB visou abordar questões
críticas, como fornecimento de energia, inclusão social, redução de emissões de poluentes
e diminuição da dependência de importações de petróleo [1].
A definição legal do biodiesel, conforme estabelecido na Lei n° 11.097 de 2005,
classifica-o como um biocombustível derivado de biomassa renovável destinado a
motores de combustão interna com ignição por compressão. Embora essa definição seja
ampla e permita diferentes rotas tecnológicas, a Agência Nacional de Petróleo (ANP)
regulamentou exclusivamente a transesterificação como método [1].
A transesterificação, também conhecida como alcoólise, é um processo crucial na
produção de biodiesel, envolvendo a reação entre um álcool de cadeia curta, como
metanol ou etanol, e um triacilglicerídeos, resultando na formação de ésteres e glicerol.
As matérias-primas comuns são óleos vegetais e/ou gorduras, e o processo compreende
uma série de reações sequenciais e reversíveis, incluindo a formação de intermediários,
como diglicerídeos e monoglicerídeos. A preparação adequada da matéria-prima é
essencial para garantir altas taxas de conversão e evitar produtos indesejados, como
sabões. A umidade e a acidez devem ser mantidas em níveis mínimos para prevenir a
hidrólise dos triacilglicerídeos. Além disso, a quantidade de base, geralmente NaOH,
utilizada neste processo é crucial, e estudos indicam que a quantidade mínima deve ser
empregada para evitar a formação excessiva de sabão, mantendo a qualidade do biodiesel
[1].
O biodiesel deve atender a uma série de especificações estabelecidas no
Regulamento Técnico ANP n°3/2014, abrangendo diversos parâmetros críticos, cuja
conformidade é verificada seguindo normas da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT), normas internacionais da American Society for Testing and Materials
(ASTM), International Organization for Standardization (ISO) e Comite Europeu de
Normalização (CEN).
O biodiesel é uma alternativa viável devido à sua renovabilidade,
biodegradabilidade, menor emissão de poluentes, maior ponto de fulgor e maior
lubricidade em comparação com o óleo mineral ou diesel. A possibilidade de usar o
biodiesel puro ou em misturas com diesel convencional, sem a necessidade de adaptação
de motores, é uma vantagem substancial. O avanço no cenário global e a Lei brasileira
11.097/05, que prevê a adição obrigatória de biodiesel ao diesel em diferentes proporções,
tornam o estudo e a produção de biodiesel uma área de importância crescente no setor
energético [2].
2. Objetivo
Sintetizar o biodiesel a partir do óleo de soja comercial e caracterizá-lo através
das seguintes técnicas: cromatografia em camada fina e cromatografia líquida de alta
eficiência (CLAE).
3. Metodologia
3.1. Preparo da solução de Metóxido de potássio
Em um becker de 100 mL, foi pesado 1,0 g de hidróxido de potássio (KOH) e
adicionado 30 mL de metanol, dentro da capela, com auxílio de agitação até completa
dissolução do KOH.
3.4. Secagem
A solução obtida foi transferida para um erlenmeyer e adicionou-se Na2SO4. Após
15 minutos em repouso, a mistura foi filtrada e transferida para uma proveta a fim de
medir o volume final obtido.
5. Conclusão
Foi possível aprender sobre a síntese do biodiesel, mesmo com a sua obtenção em
baixo rendimento. Além disso, foi possível utilizar as técnicas de caracterização de
cromatografia em camada fina e cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) para
elucidar se o biodiesel havia sido sintetizado.
A adição insuficiente de metanol afetou o rendimento da reação de
transesterificação. Problemas na lavagem e secagem do biodiesel levaram à formação de
uma emulsão e à geração de produtos secundários, como sabão. As análises de
cromatografia revelaram uma conversão baixa do biodiesel desejado. Além disso, o ponto
de fulgor do biodiesel (medido em 114°C) diferiu substancialmente do valor esperado
(170°C), levantando preocupações de segurança e compatibilidade. Em suma, o relatório
destaca a necessidade de otimização do processo de produção para obter biodiesel de alta
qualidade e seguro.
6. Referências bibliográficas
[1] DA SILVA MARQUES, Moisés et al. SÍNTESE DE BIODIESEL A PARTIR DE
ÓLEO DE SOJA RESIDUAL. Revista Científica Unilago, v. 1, n. 1, 2020.
[2] Rinaldi, Roberto et al. Síntese de biodiesel: uma proposta contextualizada de
experimento para laboratório de química geral. Química Nova [online]. 2007, v. 30, n. 5
[Acessado 29 outubro 2023], pp. 1374-1380. Disponível em:
<https://doi.org/10.1590/S0100-40422007000500054>. Epub 28 Set 2007. ISSN 1678-
7064. https://doi.org/10.1590/S0100-40422007000500054.
[3] MENEGHETTI, Simoni P.; MENEGHETTI, Mario Roberto; BRITO, Yariadner C.
A reação de transesterificação, algumas aplicações e obtenção de biodiesel. Revista
Virtual de Química, v. 5, n. 1, p. 63-73, 2013.