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Universidade Federal do ABC

Bioquímica: Estrutura, Propriedades e Funções de Biomoléculas


Experimento 05: Propriedades de Surfactantes e Lipídeos
Data: 29/03/2023 Hora: 21:00
Docente: Jiri Borecky

Membros:
Alex Dionisio Sarantakos RA: 11202021891
Amanda Marques De Souza RA: 11201922402
Islan Silva Damasceno RA: 11201920992
Lucas Dias Couto Silva RA: 11201921385
Marconde Correia Pinho RA: 11202111636

De início, a apostila descreve para pipetarmos 1mL de óleo de algodão e


1mL de azeite de olivia à temperatura ambiente e fotografarmos para
comparação, porém, nesse dia não houve a disponibilização desses óleos.
Assim, começamos o experimento pela comparação dos tubos de ensaios
contento a manteiga, a gordura vegetal hidrogenada e a banha de porco no seu
estado sólido.

Figura 01- Gordura vegetal, banha de porco e manteiga

Fonte: Próprio autor


Após isso, colocamos os tubos de ensaio contendo a manteiga, gordura
vegetal e a banho de porco em banho-maria partindo de 30°C e aguarmos até o
seu tempo de fusão e os resultados podem ser analisados na tabela abaixo:

Tabela 01 – Temperatura de fusão das amostras

Manteiga Gordura Vegetal Banha de porco


40°C 41,5° 35°C
Fonte: Próprio autor

As gorduras animais e óleos vegetais são misturas de triacilgliceróis, que


diferem na sua composição em ácidos graxos e, consequentemente, no seu
ponto de fusão. Os triacilgliceróis das gorduras animais são ricos em ácidos
graxos saturados, o que atribui a esses lipídeos uma consistência sólida à
temperatura ambiente. Já os triacilgliceróis origem vegetal são ricos em ácidos
graxos poli-insaturados sendo, portanto, líquidos à temperatura ambiente. Os
óleos vegetais são utilizados para a fabricação de margarinas através de um
processo de hidrogenação que reduz parte de suas duplas ligações e os torna
sólidos à temperatura ambiente.

A ordem de fusão dos lipídeos influencia as interações intermoleculares


entre as moléculas de lipídeos e afeta a estrutura e as propriedades das cadeias
de ácidos graxos presentes nos lipídeos.

Abaixo, podemos observar na figura 02 o resultado das amostras após o


banho-maria:

Figura 02- Gordura vegetal, banha de porco e manteiga


após banho-maria.

Fonte: Próprio autor


Como podemos observar na figura 01, todas amostras estão em seu
estado físico sólido, isso se dá devido de possuírem ácidos-graxos saturados.
Quanto mais elevada for a concentração de ácidos graxos saturados no lipídio,
mais sólido ele se apresentará. Com aumento da temperatura, observamos o
resultado da figura 02, onde após aquecidos, ocorreram reações químicas que
alteraram sua estrutura e propriedades, levando a mudanças de cor.

A banha de porco, apresentou uma coloração esbranquiçada, isso se deu


devido a sua pureza e da presença de outros componentes, como proteínas e
resíduos de alimentos. Durante o aquecimento, a banha de porco sofreu
oxidação, que é uma reação química que altera sua cor. A manteiga, por sua
vez, possui uma cor naturalmente amarelada devido à presença de pigmentos
carotenoides, que são encontrados nas plantas que compõem a dieta das vacas.
Já a gordura vegetal permaneceu na sua cor branca devido a composição da
sua estrutura.

A produção de gordura vegetal hidrogenada envolve a hidrogenação


parcial ou total de óleos vegetais, por meio da reação química com hidrogênio
gasoso e um catalisador, geralmente o níquel. O processo ocorre em alta
pressão e temperatura, e visa tornar a gordura mais sólida e estável. Após a
hidrogenação, a gordura é refinada, desodorizada e branqueada para remover
impurezas, sabores e odores indesejados. Por fim, a gordura é embalada e
comercializada para uso em diversas aplicações na indústria alimentícia.

Após a finalização da parte 01, fomos para a parte 02, onde adicionamos
1mL de sabão de coco e um 1mL de água deionizada em três tubos. No tubo 02,
acrescentamos 100 microlitros de HCL e no tubo 03, também 100 microlitros de
HCL e na sequência 50 microlitros de NaOH, agitamos e observamos os
resultados que podem ser vistos na tabela 02 e figura 03.

Tabela 02 – Aspectos das soluções após realização de parte 02 do experimento 05

Fonte: Próprio autor


Figura 03 – Resultado após conclusão de parte 02 do
experimento 05

Fonte: Próprio autor

O sabão de coco é composto por sais de ácidos graxos, que são obtidos
por meio de uma reação química entre gorduras ou óleos vegetais e uma base
forte, como a soda cáustica (hidróxido de sódio) ou potassa (hidróxido de
potássio). Essa reação é conhecida como saponificação e produz uma mistura
de glicerol (glicerina) e sabão.

No caso do sabão de coco, as gorduras ou óleos utilizados são


geralmente de origem vegetal, como o óleo de coco ou azeite de dendê, que
contêm predominantemente ácidos graxos saturados. Esses ácidos graxos são
hidrolisados durante a saponificação, gerando os sais de ácidos graxos que
compõem o sabão.

Os detergentes presentes no sabão de coco são, portanto, os sais de


ácidos graxos produzidos na saponificação, que possuem a capacidade de
reduzir a tensão superficial da água e facilitar a remoção de sujeiras e gorduras.
Os sais de ácidos graxos presentes no sabão de coco têm uma natureza química
similar aos detergentes sintéticos, mas são mais suaves e menos prejudiciais ao
meio ambiente.
Os surfactantes presentes no sabão de coco, que são os sais de ácidos
graxos, podem formar micelas em solução aquosa. As micelas são agregadas
supramoleculares esféricos, formados a partir da orientação dos surfactantes na
interface entre a água e o ar.

As micelas são formadas pela orientação dos sais de ácidos graxos com
as cadeias hidrofóbicas voltadas para o interior da estrutura, e as cabeças
hidrofílicas voltadas para o exterior, em contato com a água. Dessa forma, as
micelas envolvem as partículas de sujeira e gordura em suas regiões
hidrofóbicas, facilitando sua remoção pela água.

Desta forma, como podemos observar os resultados da figura 03 e tabela


02, no tubo 01, não houve mudança de estado ou coloração. Já no tubo 02, com
a adição de 100 microlitros de HCL, observamos um aspecto turvo que pode ser
explicado pela reação química conhecida como hidrólise ácida ou saponificação
inversa. O ácido clorídrico é um ácido forte que possui a capacidade de protonar
os grupos carboxílicos presentes nos sais de ácidos graxos que compõem o
sabão de coco e por fim, no tubo 3, a adição do hidróxido de sódio, promoveu
uma reação de saponificação, que é a reação responsável pela produção de
sabão a partir de ácidos graxos e bases. Essa reação forma micelas, que são
responsáveis pela ação de limpeza do sabão.

REFERÊNCIAS

SANTOS, Vanessa Sardinha. Lipídios. Mundo Educação. Disponível em:


<https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/lipidios.htm>. Acesso em: 18 de
abr. de 2023.

Pinho, D. M. M.; Suarez, P. A. Z. A Hidrogenação de Óleos e Gorduras e suas


Aplicações Industriais. Revista Virtual de Química, Brasília, 09 de fev. de
2013. Disponível em <
https://sistemas.eel.usp.br/docentes/arquivos/1285870/58/Hidrogenacaode0leo
seGorduras.Artigo.pdf >. Acesso em 18 de abr. de 2023.
FOGAÇA, Jennifer. Composição química do sabão. Manual da Química.
Disponível em: < https://www.manualdaquimica.com/curiosidades-
quimica/composicao-quimica-sabao.htm >. Acesso em 18 de abr. de 2023.

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