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Bruno F. L.

Éverton L. A. L.
Felipe B. Z.

RELATÓRIO AULA PRÁTICA III:


PREPARO DE SABÃO, DETERMINAÇÃO DO ÍNDICE
DE ACIDEZ E SAPONIFICAÇÃO

Porto Alegre
Novembro/2015
Bruno F. L.
Éverton L. A. L.
Felipe B. Z.

RELATÓRIO AULA PRÁTICA II:


PREPARO DE SABÃO, DETERMINAÇÃO DO ÍNDICE
DE ACIDEZ E SAPONIFICAÇÃO

Trabalho apresentado á Faculdade Engenharia


do Centro Universitário Ritter dos Reis -
UniRitter, como requisito avaliativo da
Disciplina Química Aplicada.
Orientadora: Profª Ursula

Porto Alegre
Novembro/2015
Resumo

Este relatório apresenta através de experimentos realizados em laboratório, como podemos


produzir o sabão, onde evidenciamos as reações químicas que ocorrem durante sua fabricação, além
de nos permitir identificar os índices de acidez e de saponificação, necessários para se produzir um
sabão de qualidade.
Partindo das características observadas nos produtos obtidos em laboratório, conclui-se que a
resina de fenol e formaldeído em temperaturas elevadas apresenta características de uma borracha de
coloração rosada que após resfriamento endurece apresentando alta densidade, enquanto a resina de
ureia e formaldeído apresenta característica de um plástico duro de coloração branca.

Introdução

A fabricação de sabão pode ser considerada como um dos mais antigos processos químicos
realizados pelo homem (cerca de 5000 anos antes de Cristo). Conforme Plínio, o célebre naturalista
romano, o invento do sabão deve-se aos gauleses, que se serviam dele como cosmético para tornar
lustrosos os cabelos, fabricando este produto com gorduras animais e cinzas. Consta, também, que
esses "inventores" teriam atingido certo grau de desenvolvimento, pois teriam fabricado duas
qualidades de sabão: o duro e o mole.
Hoje em dia o sabão é um dos produtos mais usados no nosso cotidiano, apresentando em sua
estrutura uma mistura de sais de sódio de ácidos graxos (óleo ou gorduras) de cadeia longa. Onde,
uma molécula de sabão tem uma extremidade polar e outra apolar, que é uma cadeia longa composta
por 12 a 18 átomos de carbono. A parte polar desta estrutura é solúvel em água enquanto a parte
apolar é insolúvel, porém solúvel em solventes apolares.
Os óleos e gorduras (animais e vegetais) são estéres de ácidos carboxílicos de elevado peso
molecular e do triol glicerol (glicerina). Onde quimicamente, estas gorduras e óleos são conhecidos
como triglicéridos, ou seja, a forma na qual a gordura é armazenada em um organismo. Os principais
ácidos das gorduras animais e vegetais podem ser preparados a partir de triglicéridos naturais através
de uma hidrólise alcalina conhecida como saponificação.
Este processo ocorre pela mistura de óleos e gorduras através das reações de saponificação,
que se da pela interação que ocorre entre um ácido graxo existentes nos óleos e gorduras com uma
base forte em aquecimento. Uma vez que óleos e gorduras são ésteres, eles sofrem reação de
hidrólise ácida ou básica. A hidrólise ácida produzirá simplesmente o glicerol e os ácidos graxos
constituintes. Já a hidrólise básica produzirá o glicerol e os sais desses ácidos graxos no quais
conhecemos como sabão.
Objetivo

Neste experimento, iremos desenvolver a reação de produção de sabão a partir de gorduras


vegetais (óleo de coco e de oliva). E identificaremos através dos experimentos realizados, o índice de
acidez para determinar o teor de ácido livre existente na gordura onde se define o grau de
deterioração do mesmo, e o índice de saponificação que servira para determinar a quantidade de
ácidos graxos livres na amostra.

Procedimento experimental

I - Preparo do sabão
Prepare uma mistura de 27g de óleo de coco, 3g de óleo de oliva, 12mL de etanol em um
Enlenmeyer de 250mL, com o auxílio de um banho-maria aqueça a mistura até ocorrer a fusão das
gorduras.

Após, prepare uma solução contendo 4,53g de NaOH (Hidróxido de sódio) em 10mL de água
destilada, introduza lentamente esta solução no Enlenmeyer, mantendo em aquecimento durante 1
hora com agitação constante para emulsionar os componentes, com o auxílio de uma bastão de vidro.

Ao terminar o refluxo adicione uma solução de 5,56g de sacarose em 5mL de água destilada e
acrescente 7,4g de glicerina, mantendo o refluxo e a agitação por mais 10 minutos, resfriando-o a
60°C após procedimento. Adicione o corante e aromatizante desejado lentamente, misture o bem e
coloque em moldes para repouso e endurecimento.

II - Determinação do índice de acidez


Reação com KOH (Hidróxido de potássio) diluído, neutralização dos ácidos livres.
Pesar em uma balança analítica aproximadamente 5g da amostra (óleo ou gordura)
diretamente em um Enlenmeyer de 250mL, adicionar 50mL da mistura etanol-éter etílico(1:1)
recentemente preparada. Se necessário, aquecer levemente a mistura para facilitar a solubilização.
Após, solubilização da mistura adicionar 2 gotas de fenolftaleína e titular com uma solução
de KOH 0,02M. Com o experimento concluído, determine o índice de acidez e o percentual de ácido
livre da amostra.
III - Determinação do índice de saponificação
Reação com KOH alcoólico a quente (hidrólise dos ésteres e neutralização dos ácidos).

Pesar em uma balança analítica aproximadamente 1g de um óleo de coco diretamente em um


Enlenmeyer de 150mL, acrescentar 25mL de uma solução de 0,5M de KOH em etanol e aquecer o
conjunto sob refluxo durante 15 minutos, em chapa de aquecimento, utilizando agitação magnética.

Resfrie e titule o excesso de KOH com uma solução de 0,5mL de HCl (Ácido clorídrico),
usando fenolftaleína como indicador. E titule, também, 25mL de solução de KOH com HCl 0,5M
que servirá como branco de prova. Anote os volumes gastos e calcule o índice de saponificação da
gordura utilizada.

[( ). . ]
I.S. =

Onde:

 B é o volume de HCl gasto com a prova em branco (em mL);


 A é o volume de HCl gasto com a amostra (em mL);
 MHCl é a molaridade do HCl (mol/L);
 56100 é o valor da massa molar do KOH em mg/mol;
 m é a massa da amostra (mg).

Resultados dos experimentos

I - Preparo do sabão
O sabão obtido no experimento apresentou boa consistência e coloração amarelada não muito
intensa, antes da adição do corante e do aromatizante.
Notou-se, que ao adicionar o NaOH houve a separação da mistura em duas fases, uma mais
rica em água e outra mais rica em óleo, onde uma provavelmente continha a presença do etanol com
o NaOH de forma homogenia por se tratarem de substâncias polares, e a outra os óleos que possuem
moléculas apolares e por serem mais denso situavam-se na parte inferior do Enlenmeyer. Esta
separação foi eliminada com a constante agitação com bastão de vidro que permitiu a
homogeneização da substância, verificando-se ainda que após 30 minutos de aquecimento iniciou-se
a solidificação da amostra.
Abaixo é apresentada a reação (saponificação)que produz o sabão:

A equação acima representa a hidrólise alcalina de um óleo (glicerídeo). Dizemos que é uma
hidrólise em razão da presença de água (H2O) e que é alcalina pela presença da base NaOH (soda
cáustica). O símbolo ∆ indica que houve aquecimento durante o processo. Este processo conhecido
como saponificação gera dois produtos o sabão e glicerol (um álcool).

 Quais são as características estruturais do sabão que fazem dele um bom agente de limpeza?

O sabão limpa porque as suas moléculas se ligam tanto a moléculas apolares


(como gordura ou óleo) quanto polares (como água). Embora a gordura geralmente adira à pele ou à
roupa, as moléculas de sabão ligam-se à gordura e tornam-na mais fácil de ser enxaguada em água.
Quando aplicada a uma superfície suja, a água com sabão mantém as partículas de sujeira
em suspensão, para que o conjunto possa ser enxaguado com água limpa. O hidrocarboneto dissolve
sujeira e óleos, enquanto que a porção ionizada torna o sabão solúvel em água. Assim, permite que a
água remova matéria normalmente insolúvel em água, por meio da emulsificação.

II - Determinação do índice de acidez


O índice de acidez corresponde à quantidade (em mg) de base (KOH ou NaOH) necessária
para neutralizar os ácidos graxos livres presentes em 1 g de gordura. Para se obter este índice
utilizamos o cálculo a seguir com as respectivas gramagens utilizadas no experimento:

,
0,02 Mmols de KOH 1000mL x= = 2.10
x 1mL
1 Mol de KOH 56g 1,12.10 .1000 = 1,12 mg de KOH
2.10 x 1,12 mg ÷ 5,02 g ≅ 0,223 mg de KOH/g de óleo de coco
x = 2.10 . 56
x = 1,12.10 g de KOH

Percentual de ácido livre (P.A.) = Índice de acidez .

P.A. = 0,223mg . P.A. ≅ 0,02 . 100% = 2% de ácido livre

Com os cálculos efetuados encontramos o índice de acidez de aproximadamente 0,223 mg de


KOH/g de óleo de coco, de posse desta informação foi possível determinar o percentual de ácido
livre de 2% em 5,02g de óleo de coco.

III - Determinação do índice de saponificação

 O que é saponificação? Descreva utilizando reações químicas:

Também denominada hidrólise alcalina, a reação de saponificação é um tipo de reação


química que ocorre entre um éster e uma base inorgânica ou um sal básico, tendo como produtos
finais um sal orgânico e um álcool. O nome saponificação se deve ao fato de que, quando se utiliza
um éster derivado de um ácido graxo em reações desse tipo, produz-se o sabão, e já que a principal
fonte natural de ácidos graxos são gorduras e óleos, suas hidrólises alcalinas são os principais
processos aplicados à produção de sais de ácidos graxos (sabão). Onde temos, representado pela
seguinte reação genérica de saponificação pela hidrólise alcalina de um éster:

Éster + base forte → glicerol (álcool) + sabão (sal)


O índice de saponificação (I.S.) se determina pela quantidade de KOH expressa em
miligramas que é necessária para saponificar um grama de gordura. Para se determinar este índice
utilizamos o cálculo a seguir:

[( ). . ]
I.S. =

Onde temos:

 B = 21,3mL de HCl;
 A = 21,2mL de HCl;
 36,46mol/L = 1M de HCl, portanto, 18,23mol/L = 0,5M de HCl;
 56100 mg/mol de KOH;
 m = 1020 mg (1,02g) de óleo de coco.

Resolução:

[( , , ). , . ]
I.S. = I.S. = 100,265 mg de KOH/g de óleo de coco

Com os cálculos efetuados encontramos o índice de saponificação de 100,265 mg de KOH/g


de óleo de coco. Este dado nos permite, determinar a quantidade de álcalis necessários para a reação,
que nos permita formular o sabão na forma mais adequada possível. É importante salientar que
quanto mais alto o índice de saponificação, mais apropriado é o óleo para a fabricação do sabão.
Considerações finais

O método de preparação do sabão é um processo simples, que possibilita não só a formação


do sabão, mas, também de um subproduto a glicerina. Através deste processo foi possível constatar
que o sabão é um produto tensoativo, ou seja, ele possui a propriedade de diminuir a tensão
superficial da água e é através desta ação permite a eficácia para seu poder de limpeza agir,
explicado pelo fato de que os sabões apresentam em sua estrutura molecular uma parte polar, solúvel
em água e outra apolar, solúvel em óleos e gorduras, o que facilita a remoção das mesmas.
Quanto ao índice de acidez, vimos que sua importância se da para neutralizar os ácidos graxos
livres presentes em 1g de gordura. Se os ácidos graxos são constituintes dos óleos e gorduras, uma
grande quantidade deles livres indica que o produto está em acelerado grau de deterioração, ou seja,
o produto está mais ácido. O que indica, portanto, que o óleo ou gordura está sofrendo quebras em
sua cadeia, liberando seus constituintes principais, os ácidos graxos e por este motivo vem a
importância de se calcular este índice, que permite manter o nível de ácidos graxos adequados na
formulação.
Em relação a saponificação ela é feita à quente, onde o KOH ou o NaCl atacam os ésteres,
deslocando a glicerina e formando com os radicais ácidos liberados, sais sódicos ou potássicos
(sabões), que ao passarem por um processo de purificação e adição de outros ingredientes,
transformam-se nos produtos comerciais.
Referências Bibliográficas

FELTRE, Ricardo, 1928. Química, Vol. 3, 6ª ed., editora Moderna, São Paulo, 2004.

RUSSEL, John B. Química Geral. Vol.2, Editora Pearson, São Paulo. Edição 2ª, Vol. 2, 1994.

SOLOMONS, T. W. G., FRYHLR, B. C. Química Orgânica, vol. 1 e 2, Editora LTC, 10ª Edição,
Rio de Janeiro, 2012.

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