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TERESINA-PI,
Setembro de 2022
RESUMO:
O presente relatório teve como direcionamento a análise das propriedades físicas
e químicas do sabão a partir da produção em pequena quantidade em um laboratório por
meio de óleo de soja e hidróxido de sódio. Para essa experiência, utilizou-se vidrarias de
laboratório para execução de medidas e preparação dos materiais para a produção de
sabão. Ademais, evidenciou-se os fatores químicos que impactam nas propriedades
observadas durante todo o processo experimental tendo como base a reação de
saponificação. Ao fim, foi possível obter resultados contundentes quanto as reações
químicas relacionadas e a verificação, na prática, das propriedades do sabão.
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Sumário
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 4
2. OBJETIVOS ................................................................................................................................. 6
2.1 Objetivos gerais ....................................................................................................................... 6
2.1 Objetivos específicos ............................................................................................................... 6
3. PARTE EXPERIMENTAL .............................................................................................................. 6
3.1 Materiais, vidrarias e reagentes .............................................................................................. 6
3.2 Procedimento experimental ................................................................................................... 6
3.2.1 Preparação do sabão ............................................................................................................ 6
3.2.2 Propriedade dos sabões ....................................................................................................... 7
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................................... 8
4.1 Reação de saponificação ......................................................................................................... 8
4.2 Propriedades físicas e químicas do sabão ............................................................................... 9
5. CONCLUSÃO ............................................................................................................................ 10
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................... 11
ANEXOS ....................................................................................................................................... 12
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1. INTRODUÇÃO
Não se conhece a origem do sabão, mas é provável que tenha sido descoberta
por acidente quando, ao ferverem gordura animal contaminada com cinzas, nossos
ancestrais perceberam uma espécie de ‘coalho’ branco flutuando sobre a mistura. O
historiador romano Plínio, o Velho (23-79 d.C.), descreve a fabricação do sabão duro e
do mole, mas somente a partir do século XIII este passou a ser produzido em grande
escala. No princípio do século XIX ainda se pensava que o sabão fosse uma simples
mistura mecânica de gordura e álcali, até que o químico francês Michel-Eugène
Chevreul (1786-1889) mostrou que sua formação era na realidade uma reação química
(BARBOSA; SILVA, 1995).
Em muitas localidades do Brasil é comum, ainda hoje, encontrar pessoas que
fazem o chamado sabão de cinza. Para fabricá-lo, gordura animal (banha de vaca, por
exemplo) ou vegetal (gordura de coco, por exemplo) é aquecida com água de cinzas,
também conhecida como lixivia. Esse processo é o mesmo usado em fábricas de sabão,
sendo a cinza um substituto para o NaOH ou KOH. O caráter básico da água de cinza
se deve à presença de carbonato de potássio (K2CO3), que reage com a água, dando
origem a íons hidroxila (OH) (PERUZO; CANTO, 2006).
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hidrocarboneto não polar. A cabeça é hidrofílica, isto é, atrai a água, enquanto a
"cauda", a extremidade não polar do hidrocarboneto, é hidrofóbica, ou seja, repele a
água (ATKINS; JONES; LAVERMAN, 2018).
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2. OBJETIVOS
3. PARTE EXPERIMENTAL
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quantidades de hidróxido de sódio misturando a solução com um bastão de vidro até
acabar a solução de hidróxido de sódio.
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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os óleos e gorduras são compostos químicos que apresentam uma grande cadeia
carbônica e são derivados de ácidos carboxílicos e, biologicamente, desempenham uma
série de essencialidades. Esses compostos também são denominados como triacilgliceróis
(ésteres de glicerol) e são o reagente principal em uma reação de saponificação
(SOLOMONS et al., 2013). Essa reação química ocorre a partir de uma hidrólise alcalina
de um triacilglicerol - nesse caso, o óleo de soja que foi utilizado nesse experimento –
produzindo glicerol e sais de ácidos carboxílicos de cadeia longa, isto é, ácidos graxos.
Durante o processo de preparação é vantajoso ferver a solução contendo a mistura de óleo
com o composto básico a fim de acelerar o processo e obter a hidrólise completa da
mistura. É válido ressaltar que, a adição de hidróxido de sódio culmina numa liberação
de calor para a reação química (processo exotérmico) – devido à quebra das ligações
iônicas que desencadeia um aumento da energia cinética (BORGES et al., 2021). No
entanto, como se trata de uma pouca quantidade de reagentes optou-se por aquecer a
solução preparada para agilizar o processo e obter o produto principal.
Quimicamente, a reação de saponificação também pode ser descrita por um
mecanismo reacional que explica tanto a formação dos produtos obtidos nessa
experiência como também as propriedades físicas e químicas dos sabões. Tendo em vista
que o óleo de soja é uma mistura de ácidos graxos – 50 % de ácido linoleico, 7 % de ácido
linolênico e 23,3 % de ácido oleico aproximadamente (DE ALMEIDA, 2013).
Figura 02 – Reação de saponificação genérica entre um éster de glicerol e hidróxido
de sódio (NaOH)
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qual interage com as moléculas de água. Em outras palavras, os sabões isolam as gorduras
com sua parte apolar (hidrofóbica) formando micelas e se dissolve na água utilizando sua
cadeia polar (hidrofílica). Devido á isso, o sabão é um bom agente de limpeza pois
proporciona a interação efetiva entre substâncias apolares e se dissolve em água
permitindo a lavagem de superfícies sujas (SOLOMONS et al., 2013).
• Eq. 1
𝐶17 𝐻31 𝐶𝑂𝑂− 𝑁𝑎+ (𝑎𝑞) + 𝐻 + (𝑎𝑞) → 𝐶17 𝐻31 𝐶𝑂𝑂𝐻(𝑠) + 𝑁𝑎+ (𝑎𝑞)
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Sabões diluídos em solução de sulfato de magnésio (MgSO4) ou cloreto de cálcio
(CaCl2) provocará um efeito adverso na solubilidade do sabão tendo em vista que os íons
liberados por esses sais são os constituintes da água dura – uma água imprópria para o
consumo e utilização devido a presença de metais prejudiciais à saúde – que ao reagirem
com a parte polar do sabão provocam a diminuição da solubilidade e impedem a formação
de micelas. Além disso, os cátions Mg2+ e Ca2+ interagem com os ânions do sabão e
formam nos produtos um precipitado (insolúvel). Esse processo diminui drasticamente a
tensoatividade do sabão e, consequentemente, sua eficácia de limpeza (PERUZO;
CANTO, 2006). As equações químicas dispostas a seguir detalham esse processo:
• Eq. 2
2 𝐶17 𝐻31 𝐶𝑂𝑂− 𝑁𝑎+ (𝑎𝑞) + 𝐶𝑎2+ (𝑎𝑞) → [𝐶11 𝐻31 𝐶𝑂𝑂− ]2 𝐶𝑎2+ (𝑠) + 2 𝑁𝑎+ (𝑎𝑞)
• Eq. 3
2 𝐶17 𝐻31 𝐶𝑂𝑂− 𝑁𝑎+ (𝑎𝑞) + 𝑀𝑔2+ (𝑎𝑞) → [𝐶11 𝐻31 𝐶𝑂𝑂− ]2 𝑀𝑔2+ (𝑠) + 2 𝑁𝑎2+ (𝑎𝑞)
5. CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BORGES, R.; COLOMBO, K.; FAVERO, T.; BORGES, J. H. Uma visão multi e
interdisciplinar a partir da prática de saponificação. Química Nova na Escola. p. 5-6.
São Paulo, 2021.
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ANEXOS
QUESTIONÁRIO
1. Que componentes químicos estão presentes nos óleos e gorduras?
Óleos e gorduras são pertencentes ao grupo dos lipídeos, formados pela união de três
moléculas de ácidos graxos e uma molécula da glicerina (glicerol).
Ácido Oleico:
Ácido Esteárico:
Triestearina:
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Trioleína:
4. Qual a equação geral da saponificação de um triéster de ácido graxo com
NaOH?
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fortes, produzem soluções neutras, ao contrário dos sabões que, por serem sais de ácidos
fracos, originam soluções levemente alcalinas. Os detergentes quando utilizados para a
lavagem de louças, retiram, a gordura natural presente nas mãos de quem o utiliza,
causando o ressecamento da pele; A grande vantagem na utilização do sabão está no
fato deste ser sempre biodegradável e de ser produzido a partir de matéria-prima
renovável - os óleos e as gorduras.
Onde:
B – Volume de ácido clorídrico gasto na titulação do branco, mL;
A – Volume de ácido clorídrico gasto na titulação da amostra, mL;
NHCl – normalidade da solução do ácido clorídrico;
mamostra – massa da amostra, em g;
PMKOH – Peso molecular do KOH;
fHCl – Fator de correção do HCl.
O sabão remove a gordura porque a sua parte apolar atrai a gordura (e fica espetada
nela), possibilitando a formação e a solubilização de gotículas de gordura na água.
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10. Que é um detergente biodegradável?
Os detergentes são produtos sintéticos produzidos a partir de derivados do petróleo. Os
primeiros detergentes apresentavam problemas com relação à degradação pelo meio
ambiente. Eles não eram degradados e permaneciam nas águas dos rios, lagos etc. por
um longo período, produzindo densas camadas de espuma e tornando-se altamente
poluidores. Por causa dos problemas ambientais causados por esse tipo de detergente,
surgiu a necessidade de substituir esse produto por outros que fossem degradados mais
facilmente no meio ambiente.
Basicamente, a diferença entre um detergente biodegradável e um não biodegradável
está na cadeia carbônica que os constitui. Enquanto os biodegradáveis possuem cadeias
sem ramificações (linear), os que não são biodegradáveis apresentam cadeias carbônicas
ramificadas.
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Figura 04 – Testagem do sabão produzido por uma lavagem das mãos
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