Você está na página 1de 7

Everton

Everton Luis
L. A. L. de Araujo Lima

Everton L. A. L.

Everton L. A. L.

APS HIDROLOGIA
Balanço hídrico e Pegada hidrológica

Porto Alegre
Abril/2021
Artigo: Composição de resíduos de varrição e resíduos carreados pela rede de drenagem,
em uma bacia hidrográfica urbana.

1. Faça um resumo que responda: “De que forma os resíduos de varrição e também
aqueles vindos por uma rede de drenagem afetaram a bacia hidrográfica urbana
citada no texto”, levando em consideração o tipo de bacia, e caso exista, com
observação da inter-relação entre os fenômenos de: precipitação, infiltração,
escoamento superficial, evaporação e águas subterrâneas.

A crescente urbanização das regiões metropolitanas vem gerando grandes


impactos ambientais e por consequência afetando a qualidade de vida nas cidades,
principalmente em países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos, que sofrem com a
precariedade em vários serviços, entre eles pode-se destacar os relacionados ao
saneamento básico que ocorrem muitas vezes pela falta da atenção dos serviços prestados
por agentes públicos e pelo crescimento urbano desordenado.
O artigo em questão, faz um estudo da bacia hidrográfica situada entre a região
central e a zona sul de Porto Alegre, que é caracterizada por ter aproximadamente 42%
de sua área composta por áreas residenciais. Os autores observaram que na área de
abrangência da bacia hidrográfica eram realizados serviços de coleta de resíduos e a
limpeza urbana, contando com coleta domiciliar, coleta seletiva e varrição em
praticamente toda a sua área.
Quanto aos tipos de resíduos sólidos de varrição e/ou transportados pela rede de
drenagem da bacia hidrográfica estudada, verificou-se diversos tipos, no entanto,
destaque para presença do resíduo denominado VAMO (vegetação, folhas, pequenos
galhos, areia e matéria orgânica) que abrange 62,2% do resíduo encontrado, além de
pedras (14,2%), plásticos (9,1%), papéis (8,1%) e outros (6,4%).
No estudo, também foram observados a relação da influência de eventos de
precipitação, onde observou-se o indicativo da limpeza de condutos e canais, que
permitiram uma análise mais detalhada da composição dos resíduos transportados pela
rede de drenagem. Nesta análise adotaram-se duas variáveis “número médio mensal de
dias anteriores secos” e “precipitação média mensal” que permitiram verificar que o
Plástico tipo I (sacolas de supermercados, embalagens de salgadinhos, etc.) estava
presente em 100% dos dias que eram realizadas a pesagem e caracterização dos resíduos,
seguido pelos Pet (89%) e os Plástico tipo II (86%), o que segundo os autores aponta para
o uso constante de plástico, que pode ser retratado pela sua presença constante nas redes
de drenagem.
O artigo conclui que a caracterização dos resíduos sólidos de varrição e/ou
transportados pela rede de drenagem em uma bacia hidrográfica urbana em uma área com
uso do solo basicamente composta por áreas residencial e comercial, se caracteriza pela
composição média de 77% de resíduos como vegetação, areia, restos alimentares,
madeiras e tocos de árvores, e 23% composto por resíduos secos, conforme dados
coletados e analisados.
Quanto a sua mutualidade com fenômenos hidrológicos e as fases do ciclo
hidrológico pode-se perceber uma grande influência, visto que a rede de drenagem urbana
está entre as principais responsáveis pela difusão de cargas poluidoras e degradação dos
corpos hídricos, além de que a presença dos resíduos sólidos nas redes de drenagem são
capazes de expandir inúmeros impactos ao sistema de drenagem como: obstrução dos
canais, aumento da ocorrência de inundações e/ou alagamentos e a contaminação das
águas.
Entre estas mutualidades pode-se destacar inicialmente o impacto dos resíduos,
principalmente o plástico, na infiltração das águas precipitadas que se caracterizam como
de fundamental importância para determinar a quantidade de água que fica disponível
para as plantas e para o abastecimento dos lençóis freáticos. Cabe salientar que a presença
destes resíduos também ocasionará no aumenta as perdas por evaporação, o que determina
que a presença destes resíduos sejam de grande impacto é a sua alta capacidade de
impermeabilidade.
Está característica de impermeabilidade também afetará o escoamento superficial
ocasionando aceleração do processo, algo que já ocorre normalmente em áreas urbanas
devido a pouca presença de vegetação e muitas áreas com o solo compactado,
favorecendo o escoamento e por consequência aumentando a probabilidade de ocorrência
de alagamentos, que podem estes estar associados a presença de resíduos sólidos
obstruindo e/ou entupindo bocas de lobo.
Para se minimizar estes impactos são necessárias ações como: a implantação de
um Planejamento e Gerenciamento adequado da bacia hidrográfica; reconhecer que deve
haver uma conscientização por parte população quanto ao descarte de forma consciente
de seus resíduos, permitindo desta forma a redução do descarte irregular de resíduos ao
meio ambiente que podem ocasionar em prejuízos a rede de drenagem; intensificação dos
serviços de varrição antes da precipitação pode ser uma solução para amenizar o
surgimento dos resíduos sólidos na rede de drenagem; etc. Todas estas ações são de
fundamental importância para sociedade como um todo, pois, os recursos hídricos (águas)
em qualidade e quantidade adequada para consumo, já se apresenta como um recurso
finito desta forma temos urgência de preservá-la.

Artigo: The water footprint of humanity

1. O que é o termo “Pegada Hidrológica”? Dê um exemplo de aplicação do mesmo.

De acordo com o Water Footprint Network, a pegada hídrica (hidrológica) ou


pegada de água é um conceito criado em 2002 pelo Professor Hoekstra com apoio do
Professor Chapagain, que tinha como propósito de “estimar o consumo de água doce em
produtos e serviços, considerando o uso direto no processo de produção e o indireto nas
várias etapas da cadeia de suprimentos”.
De certa forma, podemos dizer que a pegada hídrica seria o mapeamento do
consumo e/ou uso da água pela humanidade, seja de forma direta ou indireta (consumo
humano e/ou animal, produções agrícolas, manutenção de indústrias, exportação de água,
etc.). Ou seja, uma medida da apropriação da água doce pela humanidade nos volumes de
água consumidos e/ou poluídos, necessários para sustentar o estilo de vida da
humanidade, que também se caracteriza por ser um tipo de indicador do impacto
ambiental que produz o consumo de uma pessoa, uma cidade, um país inteiro ou o mundo
de forma global.
Como exemplo de aplicação da pegada hídrica pode-se citar a de um produto final,
como por exemplo a produção de uma peça de roupa em jeans, onde termos a soma da
pegada hídrica de cada etapa do processo de produção necessária para produzir o
produto. Onde inicialmente será necessário o cultivo do algodão para produção do jeans,
e posteriormente o desenvolvimento de todas as demais etapas necessárias para se ter o
produto acabado, que são elas o descaroçamento e fiação das fibras, tecelagem, costura e
processamento úmido do tecido. Cada uma destas etapas tem uma pegada hídrica direta
e uma pegada hídrica indireta, cabe ressaltar que a pegada hídrica direta de um processo
se torna uma pegada hídrica indireta do processo seguinte, portanto, a quantidade total de
água consumida ou poluída será considerada na pegada hídrica final do produto.
2. Diferencie Água virtual de água verde destacando os momentos em que os termos
são apresentados no texto.

Quanto a diferenciação entre água virtual e água verde, pode-se dizer que a água
virtual se caracteriza por ser os fluxos invisíveis de água embutidos em mercadorias que
circulam através do globo, enquanto, a água verde representa a água proveniente da
precipitação que é armazenada na zona das raízes do solo e evaporada, transpirada ou
incorporada pelas plantas, sendo fundamental para o preenchimento dos lençóis freáticos
e de grande relevância para produtos agrícolas, hortícolas e florestais.
Os dois termos são destacados várias vezes ao longo do texto. O termo água verde
inicialmente é citado quando os autores quantificam e mapeam o seu consumo nos países
associados à produção agrícola, produção industrial e abastecimento doméstico de água,
onde estimam as médias anuais para o período de 1996 - 2005. Este termo também é
apontado no texto como sendo o volume de água da chuva que é consumido e de grande
relevância na produção agrícola. Outro destaque ao termo água verde ocorre na
diferenciação entre os outros tipos de águas descritos no texto (azul e cinza) em especial
no que se refere a produção agrícola. Na Tabela I, o termo também é referenciado,
apontando este tipo de água como o de maior consumo na produção a nível global, tendo
sua utilização basicamente na produção agrícola, com 86% do consumo na colheita e o
restante 14% em pastagens, em comparação com a utilização dos demais tipos de água
para cálculo da pegada hídrica a água verde corresponde a aproximadamente 73,5% do
consumo global (período de 1996 – 2005).
Quanto ao termo água virtual, é referenciado quando estimam os fluxos
internacionais de água virtual relacionados ao comércio de commodities agrícolas e
industriais no período de 1996 – 2005, destacando que a maior parte (76%) dos fluxos
virtuais de água existente entre os países está relacionada ao comércio internacional de
safras e produtos derivados de safras, enquanto, o comércio de produtos animais e
industriais correspondem a 12% cada para os fluxos globais de água virtual.
O texto também destaca os maiores exportadores e importadores de águas virtuais,
com destaque como exportadores brutos de água virtual os Estados Unidos (314
Gm³/ano), China (143 Gm³/ano), Índia (125 Gm³/ano), Brasil (112 Gm³/ano), Argentina
(98 Gm³/ano), Canadá (91 Gm³/ano), Austrália (Gm³/ano), Indonésia (Gm³/ano), França
(Gm³/ano), e Alemanha (Gm³/ano), sendo estes 10 países responsáveis pela exportação
de mais da metade da exportação global de água virtual.
Referente aos maiores importadores brutos de água virtual se destacam os Estados
Unidos (234 Gm³/ano), Japão (127 Gm³/ano), Alemanha (125 Gm³/ano), China (121
Gm³/ano), Itália (Gm³/ano), México (92 Gm³/ano), França (78 Gm³/ano), o Reino Unido
(77 Gm³/ano) e os Países Baixos (71 Gm³/ano). Porém, quando abordado os maiores
importadores líquidos de água virtual se destacam os países do Norte da África e Oriente
Médio, México, Europa, Japão e Coréia do Sul, todos países com mais escassez de
recursos hídricos.
O texto ainda destaca que o maior fluxo de água virtual está relacionado ao
comércio de oleaginosas (algodão, soja, dendê, girassol entre outros) e seus produtos
derivados, sendo está responsável por 43% do fluxo global.
Referências bibliográficas

NEVES, Marllus G.F.P. das N.; TUCCI, Carlos E.M. Composição de resíduos de varrição
e resíduos carreados pela rede de drenagem, em uma bacia hidrográfica urbana.2011. Eng
Sanit Ambient, v.16, n.4, out/dez 2011, p.331-336. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/esa/v16n4/a03v16n4.pdf

HOEKSTRA, Arjen Y. and MEKONNEN, Mesfin M. The water footprint of humanity.


2012. PNAS, v.109, n,9, fev. 2012, p.3232-3237. Disponível em:
http//waterfootprint.org/media/downloads/Hoekstra-Mekonnen-2012-WaterFootprint-
of-Humanity.pdf

Water Footprint. Water Footprint Network. [s.d.]. Disponível em:


https://www.waterfootprint.org/en/. Acesso em: 24 de abr. de 2021.

Você também pode gostar